Fraude na Amazônia em créditos de carbono I O ASSUNTO

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Reportagem exclusiva do g1 revelou que empresas particulares estão usando terras públicas na Amazôni...
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na atmosfera cada molécula de carbono está grudada há duas moléculas de oxigênio a árvore por meio da fotossíntese troca o gás carbônico por oxigênio nesta simples troca que mora parte da lógica do mercado de créditos de carbono as árvores da floresta fazem um chamado sequestro de carbono e a quantidade de carbono retirada da atmosfera pelas plantas é calculada e depois transformada em créditos esses créditos são então vendidos a quem quer diminuir o impacto de suas atividades poluentes empresas que emitem gases nocivos podem adquirir títulos verdes chamados de créditos de carbono o dinheiro vai para conservação
de florestas públicas ou privadas compensando assim as pegadas de carbono que todo mundo Deixa em 2015 No acordo dos Paris países se comprometeram a reduzir suas emissões de gases estufa para limitar o aumento da temperatura do planeta a menos de dois graus Celsius empresas e tem a possibilidade de comprar esses créditos e não ficar no vermelho com o meio ambiente os ganhos também acontecem do lado de quem gera e coloca os créditos à venda o crédito de carbono pode ser gerado no setor de energia renovável como usinas eólicas e energia solar um em projetos que
evitem o desmatamento ou façam a recuperação de áreas já desmatadas com suas densas áreas de Floresta o Brasil tem a possibilidade de se destacar nesse mercado [Música] silício de oportunidades eu acho que nós temos muita capacidade muito conhecimento adquirido na produção Tem muita área aí desmatada que poderia estar sendo florestada para gerar não só crédito de carbono para quem quer compensar suas emissões como alimento emprego a Amazônia e seus povos ribeirinhos são exemplos de como o mercado de crédito de carbono Pode garantir que as florestas permaneça É mas no Pará uma investigação do G1 descobriu
que terras públicas tem sido usadas para gerar créditos sem autorização de órgãos do governo local e o lucro passa longe das mãos de quem realmente faz o trabalho de manejo e preservação da mata se alguém tem que receber pagamentos por serviços ambientais ou por proteção Florestal somos nós que habitamos aqui porque assim as comunidades passam a ter gerenciamento da sua renda e se esse investimento vier para a comunidade elas vão melhorar suas infraestruturas elas vão melhorar sua condição de vida financeira elas vão melhorar a condição Educacional que é muito precária da redação do G1 eu
sou Júlia do alívio e o assunto hoje é grilagem do clima como empresas estão usando terras públicas no Pará como se fossem particulares para vender créditos de carbono a multinacionais em que pés estão as propostas de regulamentação desse mercado no Brasil neste Episódio eu converso com Isabel certa repórter do G1 e uma das autoras de investigação exclusiva sobre Fraude em projetos na Amazônia [Música] Isabel queria que você nos Contasse como é que funciona esse esquema de grilagem e Portel e de que tipo de regularidade a gente está falando eu meu colega Tainá Carneiro do G1
Pará e eu já como vó que é o cinegrafista aqui de São Paulo do G1 é que fez todas as imagens da matéria a gente foi até Portel investigar uma denúncia da Defensoria Pública do Governo do Estado do Pará que entrou com três ações na justiça contra os envolvidos nesses projetos de crédito de carbono e o que que a defensoria tá mostrando que esses projetos eles dizem para a certificadora internacional que eles estão em áreas particulares que eles estão em cima de propriedades privadas mas na verdade eles estão em cima de áreas estaduais são terras
estaduais que formam uma categoria fundiária que chama Pax que é projeto Estadual Agro extrativista então tanto o governo federal quanto o governo estaduais do Brasil né Tem área de Floresta pública que eles precisam fazer a de dessas áreas isso pode ser feito de várias maneiras pode transformar em unidade de conservação quando tem comunidade tradicional muitas vezes é destinado para esse tipo de categoria fundiária então a defensoria aponta que esses projetos ao alegar que estavam em propriedades particulares e esse não ser o caso eles estão se valendo de uma prática ilícita de grilagem porque eles se
eles usaram na documentação matrículas imobiliárias matrícula como se fosse o número de um título de terra né porque muitas vezes na documentação de terras vem mais coisas além do que o título em si né tem que provar toda a cadeia dominical que chama todo destacamento do patrimônio público Então tudo isso tá dentro de uma matrícula e eles usaram matrículas imobiliárias inválidas que foram canceladas pelos cartórios de breves que é o município vizinho e de Portel para dizer que era em propriedades particulares o que não é o caso então além disso a defensoria tá dizendo que
Ao serem Terra pública esse projeto Tinham que ter obtido autorização estatal ou ao menos consultada os órgãos estaduais o que não aconteceu também e por fim que eles deviam como eles estão em áreas de comunidade tradicional eles deviam ter consultado as comunidades de forma livre prévia e informada porque o Brasil é signatário de um tratado internacional que diz isso né a respeito de qualquer empreendimento que vai acontecer em território de comunidades tradicionais a convenção 169 sobre povos indígenas e tribais trata da situação de mais de 5 mil povos indígenas apesar de ter sido criada em
1989 o Brasil só passou a integrar esse acordo internacional em 2002 quando a conversão foi ratificada pelo congresso nacional basicamente a convenção reforça a importância do respeito à cultura e ao modo de vida dos povos indígenas Além disso reconhece o direito deles a terra e aos recursos naturais aconteceu segundo a defensoria também segundo que eu pude apurar lá conversando com as pessoas significa que um estado não concedeu essas terras por nenhum nenhum documento legítimo para esse suposto particular mas o estado pode fazer doação o estado pode fazer venda e isso não aconteceu no caso dessas
propriedades que estavam no interior do assentamento e a gente começou a questionar e começou a perguntar de onde que eram e nem sempre a gente conseguiu ter a informação a identificação dessas pessoas né e apareceram outras pessoas fazendo dizem que vinham fazer pesquisas mas nunca dava um retorno para Comunidade das pesquisas que faziam né e 2018 2019 eles saíram para campo e começaram abordar as famílias os comunitários para fazer demarcação diária fazer coordenadas geográfica mas não diziam exatamente o que que era é um problema fundiário mas é também problema de violação territorial porque já que
eram terras estaduais destinadas as comunidades essas comunidades têm direito sobre aquela terra e é esse direito foi violado na visão da Defensoria assim como direito a consulta livre prévia informada e quem são eles que você está nos falando quem são eles é pergunta crucial foi muito difícil chegar nessa resposta porque os projetos de crédito de carbono eles envolvem no mercado voluntário eles envolvem vários atores diferentes tem os proponentes que normalmente a empresa que está propondo aquele projeto tem o desenvolvedor que pode ser o mesmo que o proponente mas às vezes o desenvolvedor é uma outra
empresa que é contratada só para fazer a documentação às vezes ainda vai ter uma terceira que é o implementadora e às vezes tem uma quarta figura que seria o proprietário das terras né e daí esses projetos negocia se de forma privada mesmo assim o proprietário vai receber um percentual da venda dos créditos não vai isso nem precisa estar discriminado para certificadora internacional a questão é que os documentos três projetos na gestação de três projetos diferentes Eles são muito similares numa mesma omissão que eles dizem que eles estão em terras particulares eles falam é tudo em
inglês né então Private Leon glebas só que eles vão dizer de quem em lugar nenhum e daí em dois dos documentos até tem uma frase assim uma que é uma coisa do tipo ah no Brasil a informação sobre o proprietário de terra é sensível então nós não vamos revelar a não ser que seja rapidinho é bem esquisito assim bem bem esquisito e daí Então nesse caso a gente tá falando desses três projetos que foram propostos por três empresas diferentes uma delas é canadense supostamente controlada por um grupo da Suíça que eu contatei e que me
disse até me mandou o documento provando que já em 2013 Eles mandaram para certificadora internacional como se fosse uma rescisão assim uma renúncia de participar naquele projeto a empresa canadense que é essa rmdlt que também é o nome do projeto nunca respondeu nunca consegui contato não mas local nada nada daí o segundo projeto que é o Projeto pacajaí é proposto pela adpml também uma outra sigla essa siglas moradores de lá que eu conversei lembravam bastante essa seria controlada também por um fundo cuja sede é numa ilha britânica no Canal da Mancha e também não me
responderam o site deles existe ou que trouxe mas ninguém fez nem eu tentei várias vezes falar com eles sem sucesso e o terceiro projeto que é o rio anapupa cajá é proposto pela empresa de um americano chamado Michael Green e a empresa dele chama Brasil aqui fora e tem sede aqui e Manaus e Michigan e ele mora lá pelo que eu sei da minha apuração Então essas empresas todas foram tão sendo né denunciadas pela defensoria E também o próprio Michael Green porque ele é apontado pela defensoria como suposto o proprietário dessas terras ele me respondeu
Foi bastante difícil conseguir Mandei vários e-mails Mas enfim finalmente veio uma resposta e ele alegou que ele recebeu essas terras em boa-fé como pagamento de uma dívida por serviços prestados de um proprietário particular quando eu perguntei quem ele não quis me dizer mas a minha apuração e as ações da Defensoria apontam que essa pessoa seria um brasileiro chamado Jonas morioca também processado pela defensoria como suposto proprietário de terras Jonas morioka não respondeu as tentativas de contato ele tem muitas áreas na no Pará áreas muito muito grandes e esses títulos dele essas matrículas imobiliárias dele foram
canceladas já faz bastante tempo ele tem um site no qual ele diz que tudo isso é um absurdo e que a Terra é dele que tá tudo certo enfim mas responder a tentativa de contato mesmo não aconteceu e ainda tem uma terceira empresa que também apontada como suposta proprietária de terra em um dos projetos cujo proprietário também tem sobrenome mor e ele me respondeu apenas de que eles iam tratar Os questionamentos na justiça Ah eles estrangeiros e eles brasileiros né porque é claro que tem que ter o eles brasileiros para os estrangeiros conseguirem fazer o
que você estavam nos apontando aqui essa articulação toda sim Isabel queria Então dar um passo atrás e saber um pouquinho como foi sua apuração como é que você chegou nossas informações da Defensoria que pelo que você tá nos contando a defensoria que começa com essa investigação e como é que é a cidade de Portel onde você aportou para fazer todo esse trabalho sim sim a partir do momento que a gente obteve acesso às ações da Defensoria a gente resolveu ir até lá para ter uma noção melhor é diferente você apurar quando você tá em louco
né E no caso desse que é um lugar de difícil acesso com internet Difícil conexão difícil era muito difícil falar com as pessoas e entender o melhor que estava acontecendo Então foi muito bom poder ir para ter uma visão da Portel é uma cidade na verdade é um município muito muito grande em área um dos maiores do Pará Se não me engano é o nono maior tem uma zona urbana que não é muito grande mas é relativamente até que bem desenvolvida tem bastante coisas assim na cidade de Portel mas a maioria da população vive na
zona rural que eles chamam e daí assim Rural é importante dizer é um município no arquipélago do Marajó então a gente tá falando de um lugar cortado por muitos muitos Rios água água muita água tanta água que parece mar não parece Rio Então as pessoas vivem muito na beira do Igarapés na beira dos rios são realmente uma população de tradições ribeirinhas Então as pessoas vivem muito em casa de palafita se locomovem de barco Canoa voadeira sendo que a gente percorreu cerca de 400 km por dois rios o Rio anapoli e o rio Pacajá para conversar
com as pessoas né dessas áreas desses cinco assentamentos que é o nome técnico para comunidade que fica dentro projetos Agro extrativistas e eles ficam dispostos assim nas margens dos rios as BC entra no lugar a pé e é tudo também importante dizer porque às vezes a gente fala palavras assentamento parece que é assentamento de reforma agrária que é adensado um lugar que você vai encontrar todo mundo não é assim são comunidades muito muito espaçadas tudo é bem longe pega barco e vai vai pelo rio e a gente tá falando de áreas muito grandes assim só
por Theo são o município inteiro são 25 mil quilômetros quadrados isso é um pouquinho menor que ela gosta mas as áreas desses cinco assentamentos que são os assentamentos que estão né O que os projetos estão sobrepostos parte dos projetos está sobreposta porque os projetos são vários polígonos digamos assim são várias áreas recortadas eles não são em áreas contínuas Mas eles estão ali em parte desses cinco assentamentos o 5 somados eles são tipo duas vezes São Paulo entendeu o dobro da cidade de São Paulo Então são áreas imensas portanto assim é um município que desmata costuma
estar na lista dos aqueles que mais mata do Pará mas o desmatamento vem principalmente pela Fronteira Sul então ali perto do senador por filho que inclusive faz fronteira com Altamira que é um município muito muito desmatadora no próprio assunto já foram feitos episódios sobre isso mas ali onde a gente tava que é mais no norte do município ali ainda são áreas de Floresta bem preservadas não à toa por isso que né os projetos se instalaram ali porque toda a ideia de um projeto de crédito de carbono de redução de desmatamento você dizer olha eu posso
gerar créditos de carbono porque aqui a floresta está preservada e eu estou preservando a floresta né se eu não existisse eu digo o projeto viria o desmatamento e daí seria emitida x toneladas de gás carbônico Espera um pouquinho que eu já volto para continuar a minha conversa com a Isabel eu quero entrar um pouquinho no crédito de carbono mas antes Queria só entender Isabel como que esses projetos se de fato fossem feitos de acordo com a lei ou de acordo com que a defensoria advoga como é que ele se reverteriam em benefícios para a sociedade
local da comunidade local é então a gente ainda não tem uma uma legislação Nacional uma regulação desse mercado e o Pará também não tem uma regulação Eu até perguntei para defensor André Barreto que é a altura das ações certo essa ausência de regulação isentaria os projetos então de ter ido procurar os órgãos públicos e ela disse que não porque o Brasil apesar da gente não ter uma regulação específica para isso a gente tem muitas regulações de como são ingeridas florestas públicas no caso do Pará por exemplo tem um instituto que é o idflor que é
o Instituto de desenvolvimento florestas ele deveria ter sido constado não foi como estamos falando de assentamentos de terras públicas deveria ter sido constatado não foi eu acho que tem duas coisas que não ser que eles não fazem aqueles dizem que fazem então assim também não é só se ele seguissem a regulação né se ele seguissem o que eles dizem que eles fazem porque na documentação eles alegam para certificadora internacional que eles estão evitando o desmatamento coibindo atividades Ilegais dois deles dizem que desde 2012 então retirando madeireiros legais das áreas por exemplo um deles diz que
a partir de 2016 as atividades de monitoramento foram intensificadas com a contratação de moradores locais todos os projetos falam disso de brigadas de moradores locais que fariam esse Patrulhamento das áreas que reportariam em caso de crimes ambientais fariam a marcação das coordenadas geográficas dois dos projetos dizem que fariam sobre voos das áreas mensais e que isso seria acompanhado com imagens de satélite nada disso está acontecendo na prática e nenhum morador tinha notícia alguma de que isso tivesse acontecido nesses anos todos né porque isso também é interessante dessa história não é uma história apenas do presente
uma história do passado também a aproximação desses projetos começa muitos anos atrás e desde 2017 eles se intensificaram começaram a entrar mais nas comunidades mais dois deles por exemplo vendem créditos retroativamente né tem créditos sendo usados por grandes empresas para alegar que estão reduzindo suas emissões créditos gerados por esses projetos desde 2015 os contratos de crédito de carbono são negociados entre as partes então é muito difícil a gente ter noção global de quanto eles receberam mas não me chamativa aí um dos projetos que é o Pacajá aí que é o da dpml que eu comentei
só em 2021 ele gerou cerca de um pouco mais de um milhão de créditos 1.4 milhão de créditos se ele estivessem vendido esses créditos pelo valor médio do que foi o crédito de carbono desse tipo de projeto em 2021 que é foi cinco dólares e 80 a gente estaria falando aí num potencial de cenário completamente hipotético mas de oito milhões de dólares em um ano e além disso eles dizem os projetos na documentação que eles vão tomar várias medidas para beneficiar as comunidades locais que eles vão distribuir cestas básicas mas também que eles vão dar
assessoramento técnico vão fazer treinamento em agrofloresta um deles fala em capacitação para cuidar de abelhas é um monte de coisa e daí você chega lá você compra com as pessoas e não teve nada disso assim o benefício social que eles também dizem né na documentação dos projetos dizem foi o a emissão do cadastro ambiental Rural só que daí que veio pulo do gato eles disseram para as comunidades eles deram entender que aquilo seria um título de terra ou quase isso o que com aquilo ele seria uma segurança e que ele já poderiam chegar na nos
bancos e pedir empréstimo e tal e apresentam isso como um benefício social só que eles fizeram isso num momento que a regularização de área ainda não estava finalizada só que essas áreas já tinham sido reservadas pelo governo do Pará o governo do Pará expediu um decreto em 2012 reservando essas áreas para assentamentos e nesse caso assentamentos tem cadastro ambiental Rural que é para quem não sabe um documento alto declaratório meramente de cadastro ambiental mesmo para Controle Ambiental e nada mais não é um documento fundiário se você quiser adquirir o título de posse né que é
o título definitivo o escritório é importante e você pode ir e ir lá a pessoa vai conseguir isso para vocês aí eu sei que a gente vive aqui nesse negócio aí já a gente sabe da história Ah esse cara não serviu para nada ele falou assim isso daqui vai te servir como segurança da tua testa daqui vai servir para ti por exemplo como tu quiser fazer um projeto no teu terreno tu já pode apresentar esse cara lá no banco tu pode tirar um financiamento para fazer um plantio alguma coisa assim então aconteceu uma grande confusão
ali muitos Ficaram bem confusos não entenderam que estava acontecendo acharam na ânsia né de receber o título sabiam que a regularização fundiária estava em andamento e daí chega alguém dizendo que tá aqui com o cadastro Teve até um morador que me falou ah não eles falaram para mim que era ordem do governo federal que era ordem do governador isso também foi uma coisa que conversando muito com as pessoas de lá eu percebi da abordagem desses projetos eles usaram nomes de muitas instituições então eles chegavam e eram sempre equipes diferentes por isso que também é esse
eles genérico que você pergunta para os moradores Ah E aí da onde eles eram Quem eram se apresentaram não não se apresentaram era alguns de São Paulo outros de Belém outros do Rio Grande do Sul outros do Rio de Janeiro outros nem falavam português cada vez era uma equipe e eles usaram essa técnica de dizer não estamos aqui em nome da prefeitura estamos aqui em nome do governo tamo junto com os semi-bbieu que não tem nada a ver com nada disso Isabel vamos vamos falar agora sobre o que que é o crédito o mercado de
crédito de carbono que é algo razoavelmente novo em que o Brasil ao que tudo indica tem uma vantagem comparativa enorme explica para Gente o que que é e como é que tá a tramitação para regulamentação disso no Congresso porque se até citou a gente tem algumas leis que dão algum arcabouço mas a gente tem uma regulamentação específica sendo discutida hoje no Congresso o mercado de crédito de carbono ele tem mais de um na verdade né a gente está falando aqui o tempo todo no mercado voluntário que é justamente quando não tem uma regulação e não
tem leis que dizem Ah uma empresa só Pode emitir x toneladas de gases do efeito estufa então é um mercado chama voluntário por isso porque as empresas que são emissoras então companhias aéreas empresas de tecnologia o que for o que querem por livre espontânea vontade compensar as suas emissões Elas compram créditos no mercado voluntário esses créditos são gerados por esse projetos mas como ela faz isso ela vai num lugar um que tão reunidos todas as pessoas que podem oferecer crédito Então os projetos quando eles são montados eles podem ser de vários tipos de energia renovável
de gestão de resíduos sólidos desmatamento reflorestamento Eles procuram uma certificadora que dá um selo digamos assim né a certificadora maior do mercado voluntário é a Vera que é uma empresa sem fins lucrativos basicamente uma ONG que tem sede nos Estados Unidos e que não é controlada por ninguém o que a Vera fez foi desenvolver uma metodologia para dizer ah esse projeto gera x-créditos ao evitar x de emissão de gás do efeito estufa Então ela tem uma metodologia o verbo Fight Card stander e é por isso que os projetos procuram ela para ter esse selo ah
ó tá vendo aqui a Vera disse que eu estou deixando de emitir o que eu digo que eu deixo de emitir voltando a sua pergunta essa é o mercado voluntário tem o mercado jurisdicional que é quando um governo local ou federal diz as empresas só podem emitir tanto e a partir de tanto elas vão ter que compensar e daí elas podem daí vai ter sistema e tal é o que o governo brasileiro quer fazer tem um projeto de lei que tá no senado foi construído com o apoio do governo federal que vai criar um mercado
jurisdicional Então vai ter um sistema brasileiro que vai determinar que empresa a partir de acho que ela é 25 mil toneladas anuais vão ter que estar dentro desse sistema e vão ter que compensar suas emissões Mas ele também é o projeto de lei que tá em excursão ele também mantém o mercado voluntário só que com regras e a primeira regra é para projetos que estiverem em território de comunidades tradicionais as comunidades tradicionais tem que ser ouvidas de forma livre prévia informada e tem que haver uma repartição de benefícios as claras Então é isso assim não
dá para fazer sem que as comunidades locais recebam alguma coisa dizer que a gente existe que na floresta aqui tem pessoas que precisa de política pública para acessar coisas básicas na vida o debate do clima a preservação da Floresta ela é necessária urgente como sabemos que tá hoje o debate os olhos estão para a Amazônia mas é necessário entender de que nessa Floresta tem gente né E se nessa Floresta tem gente deve ser respeitada as pessoas que vivem aqui pessoas que vivem assim 60 a centenas de anos tá na comissão de Meio Ambiente do Senado
esse projeto o presidente do senado Rodrigo Pacheco disse recentemente que assim que foi votado na comissão ele quer mandar imediatamente para o plenário acho que tem aí uma um desejo de que saia até mesmo antes da próxima Copa Isabel para gente finalizar eu aqui como repórter também tô curiosa para saber como é que foi o bastidor dessa apuração porque até ameaça você sofreu né é Não foi não foi bem uma ameaça mas foi foi uma coisa muito esquisitas que ainda não tinham me acontecido como repórter assim quando eu comecei a entrar nessa história a gente
faz uma coisa que para quem não que tá nos ouvindo não é de jornalista a gente procura sempre o outro lado que é o lado que vai ser denunciado que tá ali na mira por exemplo que eu vi todas as partes né E quando eu comecei a procurar os outros lados muito antes até de viajar disparei uns e-mails para todas as empresas citadas com perguntas e tal que eu queria até saber antes de ir e daí horas depois eu comecei a receber uns e-mails de um endereço de e-mail que eu não tinha mandado absolutamente nada
e esses e-mails eram muito esquisitos porque eles pareciam ter sido passados pelo Google Tradutor era uma coisa assim ah Olá Isabel eu sou um morador de Portel preocupado daí pa pa pa pa assinado Natália entre parentes ribeirinho então parecia uma coisa que alguém tinha traduzido e era muito assim daí você também a gente sabe né era muito para confundir então era o e-mail cheio de informações porque ai o americano ele está ajudando e isso isso ia defensora tentar e Tais interesses e não sei o quê e muito muitos parágrafos e era para confundir né Assim
como repórter até bom quando você recebe essas coisas que você fala tá bom tô no trilho certo porque assim se eu não tivesse certo eu não estaria recebendo esse meio né e o último esquisitíssimo foi quando eu já tinha voltado falando Ah eu vocês teve um Portel Eu sei disso eu vi você eu assisti você mas você não entrou em contato comigo e daí claro né como é que eu vou entrar em contato com alguém que não se identifica que não diz quem é eu sempre respondi esses e-mails Olha tenho todo interesse em ouvir seu
ponto de vista Natália Ribeiro Mas se você puder me passar o seu telefone eu te ligo e a gente conversa né porque eu não vou ficar conversando com o e-mail usa Apócrifos e também teve uma outra situação lá que foi quando a gente tava por Teo ficar a 13 horas de navio de Belém navio é um barcão né assim aqueles com redes e tal e a gente chegou no navio assim a gente não tinha dado nem meia hora de viagem e a gente vai abordado por um funcionário do Michael Green que já chegou assim no
meu colega no Taiwan falando Ah você taiman eu te reconheci da televisão você tá aqui pra procurar uma reportagem sobre os projetos de crédito carbono né e assim como ele sabia gente não tinha falado com ele muito esquisito daí a gente ficou ali conversando com ele ele queria bastante conversar com a gente para falar do ponto de vista dele e a gente faz o que a gente tem que fazer que é escutar lógico e levar em consideração né se há informação ali que vale a ser ouvida Óbvio na volta quando o Taylor teve que voltar
um dia antes que eu e eu já Como que é o cinegrafista e daí quando tua irmã tava entrando no navio de novo o mesmo cara voltando com ele e de novo fez a proat quis ficar junto o tempo todo que ficar falando do projeto que se botarem do telefone com Michael Green assim toda uma coisa muito esquisita assim principalmente isso dele já saberem o que a gente estava fazendo lá e é isso é cidade tipo né Amazônia então assim olhos e ouvidos em todos os lugares a gente se sentia um pouquinho vigiados mas deu
tudo certo voltamos bem ficou tudo bem deu tudo certo você tá Passa bem aqui comigo e fez uma grande reportagem que ele te parabenizar incrível muito importante a gente tá olhando para a Amazônia especificamente para esse assunto que é um assunto novo parabéns e volte sempre Isabel Matando a saudade vocês devem ser Recordar que ela era da equipe ou assunto é não é muito bom muito bom estar aqui obrigada muito obrigada pelo espaço por tudo Este foi o assunto podcast diário disponível no G1 no Globo Play no YouTube ou na sua plataforma de áudio preferida
comigo na equipe do assunto estão Mônica Mariotti Amanda polatto Lorena Lara Gabriel de Campos Thiago cazuroki Luiz Felipe Silva e Ethos até o próximo assunto
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