99 foi o ano que eu entrei na faculdade foi um ano que eu resolvi fazer te tura e esse é um ano que mudou minha vida não só porque foi um ano que eu escolhi entrar na faculdade mas porque foi o ano que eu entrei em contato pela primeira vez com as tecnologias digitais foi minha primeira conta de email foram as minhas primeiras redes sociais quem se lembrar na psiquê e aquilo mudou completamente a minha visão de mundo né eu entendi que comecei a entender que daqui pra frente a gente a ficar cada vez mais
conectado é que as distâncias estavam ficando menores entende também que a arquitetura e design eles não podiam mais ser feito somente de matéria física é de de coisas que a gente pode tocar mas que tinha uma virtualidade que estava se misturando nosso o nosso mundo eu acredito que a gente é parte de uma geração muito muito importante na história da humanidade nós somos a única geração na história da humanidade inteira que nasce em ambiente analógico e assistir a transição promete digital para pensar nisso é teoricamente isso nos faz bastante especiais nem a gente tem aí
talvez um senso crítico a gente está vendo algo que ninguém viu do mundo analógico por um digital todas as próximas gerações já nascem nesse mundo digital está nas nossas mãos lidar com essas tecnologias eu acho fascinante tem outra coisa que eu acho muito estimulante que entender que nós somos a primeira geração de cyborgs quando a gente fala de ciborgue ver logo aquele imaginário hollywoodiano robocop o amigo robô é um pouco isso mas não é bem isso na verdade porque nós somos a primeira geração de cyborgs isso é fato de um lado porque o homem está
ficando cada vez mais tecnológico cada vez mais uma químico né a gente está se misturando com as tecnologias o nosso corpo físico nós colocando está se misturando com as tecnologias somos uma geração protege dica é a gente utiliza próteses que corrigem o nosso o nosso organismo algum defeito alguma falha que ampliam a nossa nosso senso de humanidade uma perna mecânica corrigir um acidente por exemplo uma capaz o olho biônico são próteses o submarino uma prótese ela leva o nosso corpo profundo do oceano onde a gente não conseguiria ir nadando o telescópio leva o nosso olhar
para as estrelas é maravilhoso o microscópio levo meu olho pra dentro do próprio organismo para dentro das células com maravilhoso é isso então de um lado esse homem máquina e pico do outro a tecnologia ficando cada vez mais humanizada ficando mais amigável está ficando mais fácil lidar com elas eu eu tenho certeza que os nossos netos os nossos filhos ele não dá muita risada quando eles souberem que a gente acessava neoci belo espaço por esse computador pré-histórico a gente ainda está na pré história da tecnologia né é um teclado e uma tela bidimensional e vou
fazer xixi na calça que ele soubesse que era assim que a gente acessava o ciber espaço então as tecnologias estão começando cada vez mais a ler o nosso corpo a lei a nossa subjetividade digamos assim tem tem milhões de interface sendo desenvolvidas que reconhecem o meu batimento cardíaco as ondas cerebrais minha posição no espaço e interfaces que através da análise do meu rosto sabe reconhecer seu tento seu tom irritado se eu to feliz se eu tô triste bom o homem máquina cgu ea máquina humanizada é dessa mistura que surge essa geração se bode e daí
sai nanotecnologia biotecnologia clonagem genoma não dá a gente não quiser ficar com medo e acho que nem deslumbre né acho que nem diabo eo anjo é um fato é uma realidade o mundo mudou o mundo está mudando como a gente vai lidar com o mundo a grande questão eu acho que é fundamental também perceber eu acho incrível que a realidade é outra e eu acho que a gente vive uma realidade misturado uma realidade brita o mundo físico adicionado desse mundo digital essas são questões que têm inspirado bastante o meu o meu trabalho dentro do estúdio
ea gente tem experimentado na quando eu terminei o o homem a graduação eu ingressei no mestrado e finalmente ver aquela crise na playboy agora é continuar a cadeira que estava adorando da aula estava adorando o universo acadêmico ou será que eu vou para uma pra pra pôr a mão na massa e me fascinou perceber que a nossa humanidade nessa questão da cultura cyborg está ampliando nesta mudando a nossa maneira de se relacionar com o mundo e está mudando nossa subjetividade não existe uma outra maneira de receber essas informações somos uma geração que liga diferente com
essa tecnologia que liga diferente em sociedade tem uma outra cognição mesmo tem outra maneira de lidar eu falei bom vamos colocar a mão na massa e vamos ver o que dá para fazer com isso então recentemente no estúdio de uns anos pra cá a gente tem tentado experimentar essas tecnologias digitais seja o objeto seja em cenografia sem espaços mais recentemente a gente começou a fazer arquitetura que vão construir prédios de são paulo trabalhando com essa possibilidade de imaginar um mundo mais interativo mais compartilhado mas emotivo é eu gosto muito de imaginar que é possível esculpe
algo que é inatingível na intransitável na verdade desculpe memórias não é como eu gosto de definir o que a gente tem feito o ovo projeto que vai passar a qualquer momento love foi um foi um projeto que eu assino junto com a de 3 e ele parte de uma observação que o que veio um dia no insight é o seguinte quando a gente está amando quando a gente tá nervoso quando a gente está ansioso o nosso corpo produz reações físicas né o nosso coração dispara a nossa atenção muda eu sou mais minha voz fica trêmula
bom meu corpo produz dados físicos dados emocionais e esse agente coletasse esses dados para construir design então 9 o que a gente fez a gente é convidar pessoas a narrar em as suas maiores histórias de amor é isso que eu peço pra elas a gente coloca as pessoas no ambiente isolado não me interessa a história em si me interessa os estados emocionais então quando a gente começa a gravar as histórias a gente não a gente não gravar o áudio ninguém fica na sala ouvindo som que a gente faz o esse projeto acontecer a gente usou
a gente estuda uma série de sensores isso também é é muito interessante o sensor estão ficando mais baratos acessíveis essa tecnologia está cada vez mais próxima da gente a gente escolheu três sensores para trabalhar nesse projeto um deles é o sensor de batimento cardíaco o outro um sensor que mede a atividade cerebral e outro é a voz então a partir desses três dados quando eles estão contando as histórias de amor a gente coleta desses dados que a gente fez a gente construiu uma interface que analisa esses dados que lei esses dados e que cria objetos
bom essa interface funcionando como é que a gente faz então o primeiro tem que escolher qualquer objeto que quer gerar por exemplo um vaso uma luminária uma fruteira quando você escolhe esse objeto na verdade que você está escolhendo a um campo de gravidade eu chamo de princípio das partículas não foi foi a maneira que a gente encontrou para desenhar sua interface as partículas elas surgem do meio vão sendo desenhadas na verdade elas são atraídas para esse campo de gravidade um cada um desses sensores responde a uma a um comportamento dessas partículas então a voz que
é coletada pelo sensor ela altera a velocidade que essas partículas andam o batimento cardíaco ele altera diretamente na espessura dessa partícula é como se a gente pudesse tocar o batimento cardíaco na peça ea o sensor que mede a atividade cerebral ele atua diretamente na atração e repulsão entre partículas então a regra do jogo é a mesma só que o resultado é inesperado aquela primeira foi a dona iraci ela gerou uma fruteira ao me contar o amor que ela tem pelas três filhas essa segunda imagem do felipe ele narrou o amor que ele tem pelo sobrinho
dele ea gente criou uma luminária e a próxima história é da laís ela narrou ela descobriu a família dela descobriu uma carta de amor que o avô tinha deixado pela avó ia lá e ela é descreve a emoção ao essa carta é bom quando a gente cria esse objeto o que a gente faz depois a mandar esse arquivo para uma impressora 3d a gente sabe que há a impressão 3d está fazendo uma revolução no nosso mundo a fazer uma revolução do design vai acontecer está acontecendo com o design a mesma revolução que aconteceu com a
indústria da música existe uma nova lógica na maneira de produção distribuição comercialização desses desses objetos com essa foi a primeira experiência na segunda experiência que já vai aparecer no vídeo a gente fez a gente durante um fim de semana durante dois dias no sábado e domingo em são paulo a gente convidou várias pessoas é abril para a comunidade para aqueles narrassem as suas histórias de amor agente coletou 55 histórias em dois dias e foi um momento muito emocionante porque foi muito bonito ver que o design pode emocionar as pessoas no sentido de que muita gente
chorou isso foi uma grande surpresa então quando as pessoas entravam nessa sala isolada na galeria a gente vestiu sensores nelas ea gente explicar como funciona a experiência saía da sala ficava ali sozinha com a história dela narrando a grande história de amor da vida dela a gente colocou um doppler que é um sensor que mede batimento cardíaco então quando as pessoas entravam na na na galeria você conseguia ouvir o batimento cardíaco da pessoa em tempo real em vários alto falantes que tinham nessa galeria então você tava lá tu tu tu tu repente ficava tu tu
tu tu tu tu e você visualizavam uma parede esses sensores funcionando e você sentia que tinha uma coisa acontecendo ali a pessoa sair se debulhando assim sair chorando foi uma foi uma surpresa teve o último casal dentro dessa dessa experiência que eles ficaram esperando ele quase cinco horas para fazer experiência e filó é só começo olha ligados estão esperando aqui tanto tantas horas enquanto pouco a história de vocês é um casal que está aqui e ela me contou que eles são os primeiros namorados estão casados há mais de 40 anos as filhas as três filhas
estavam na galeria nesse dia pra assistir à performance que eles vão fazer então a gente ficou tocado com aquela história aparecendo nos momentos da peça dessa performance a gente fez na galeria dessa coleta de histórias e o que a gente vê gente alterou a programação no último momento que a gente ficou muito tocado com essa história que a gente colocou o casal na sala ele narrou para ela o amor que ele tinha por ela olhando pra ela e ela narrou para ele o amor que ela tinha olhando pra ele e aí a gente programou de
uma maneira que gerasse uma única mandala porque eles saíram estava assim todo mundo chorando a filha chorando casal chorando a galeria inteira chorando todo mundo se abraçou foi foi lindo saber que na verdade isso é design e design pode emocionar eles gostaram tanto da experiência que eles resolveram tatuar o resultado no corpo deles é bom que a gente gerou na experiência nessa segunda experiência a gente criou mandá-las impressas em 3d o que é lindo como eu disse é que cada mandala é única as regras do jogo são as mesmas mas o resultado é único porque
cada sentimento é unificado história única então quando se analisa a 50 mandalas mão do lado da outra incrível resultado a gente faz parte de uma geração que quer cada vez mais interagir a gente não aceita mais informação do jeito que ela vem pra gente a gente quer interagir com esse conteúdo se a gente volta alguns séculos lá pra trás é a gente consegue com uma certa clareza distinguir é a cultura que vinha da elite da nobreza da cultura que vem do povo a cultura popular quando tem a explosão dos meios técnicos industriais né quando se
desenvolve a imprensa jornal rádio depois cinema televisão tenho que a gente conhece como cultura de massa nenhuma das grandes características é que essa cultura produzida por poucas pessoas é que contam que fazem a informação e consumida pela grande maioria então num programa de rádio é meia dúzia de pessoas produzem no rádio e várias pessoas sentavam em volta para ouvir o rádio às seis da tarde aquele programa aquela novela no rádio com o surgimento do computador além dos anos 90 a internet nos anos 2000 esse quadro completamente invertido na gente também quer produzir conteúdo a gente
também quer pôr a mão na massa editar esse conteúdo e essa é a grande característica da era digital essa hora que a gente que a gente vive é como se de repente todos os equipamentos que a gente tem em casa fala assim a mesma língua a linguagem do beach o 0 1 0 0 1 e tudo começa a se comunicar e as coisas começam a ficar mais democráticas e um pouco mais fácil de serem de dados com essa tecnologia ea tecnologia passa por todas as camadas aqui a gente tem algumas imagens da experiência do love
então vasos gerados pelas histórias essas são as mandalas e aqui quando a gente compara uma ou outra a gente pode ver a diferença entre elas o que eu acho interessante é que esse projeto ele fala de uma coisa que eu vejo muito sentido neste momento que o mundo tá falado sustentabilidade não é só falar de materiais eu acredito que quando a gente consegue criar objetos espaços arquiteturas cidades carregando esses projetos de carga emocional né trazendo o usuário trazendo o cliente para essa produção para esse processo de design a gente cria um link nenhum vínculo que
ainda leve o que é inseparável entre o produto e entre o usuário o que a gente pode chamar de sustentabilidade afetiva imagina você pode criar uma cadeira a partir das emoções né do amor que tem pelo seu filho das lembranças do teu casamento ou das lembranças de um amigo querido que já faleceu com certeza o ciclo de vida dessa cadeira vai ser muito mais longo porque não interessa mas se tá na moda se é bonito ou feio você automaticamente tem uma história você tem uma feição com aquele objeto não faz mais sentido criar produtos o
design está em crise assim como todas as disciplinas que estimulam o consumo é por isso que tem caído minha filha recentemente que faz muito mais sentido criar interfaces criar sistemas onde a gente pode convidar o usuário para participar desse processo de criação é fazer um processo de co design e design aberto design compartilhado com autoria seja o nome que a gente quiser mas quando você coloca o usuário lá o resultado é muito mais rico é muito mais interessante e automaticamente você criam um vínculo de afeição eu queria finalizar a amiga minha a minha fala em
2000 - primeiro existe uma coisa muito séria pra gente lidar neste momento em que a questão da inclusão digital se a gente não tiver programas sérios de política de inclusão digital políticas públicas de inclusão digital o abismo entre ricos e pobres a ser cada vez maior na cultura digital os makes os editores produtores de conteúdo têm que passar por todas as camadas sociais e precisam acontecer de modo sério de modo organizado com políticas públicas o abismo entre ricos e pobres vai ser de cada vez maior ea outra coisa é eu acho fascinante que está nas
nossas mãos da nossa geração de todo mundo que está aqui trabalhar com esses bichos trabalhar com essas tecnologias elas estão ao alcance de todo mundo eu acho que o único sentido e um grande sentido de trabalhar com esses bichos com essas tecnologias é que a gente trabalha com ela de maneira orgânica eu não consigo imaginar o futuro minimalista frio associado àquele futuro que às vezes a gente imagina eu acho que o futuro é muito mais surge muito mais cheio de memória muito mais cheio de identidade personalidade e trabalhar com os beats para nos tornamos seres
humanos melhores para nos tornarmos uma sociedade melhor e se só pode ser o único sentido de trabalhar com essas tecnologias digitais resolver problemas e aí sim esse é o grande papel do design resolver problemas obrigado