[Música] Olá minha gente salve salve nasce o sol a Dois de Julho brilha mais que no primeiro é sinal que neste dia até o sol é brasileiro salve Dois de Julho data de maior importância para os baianos baianas para o povo brasileiro consolidação da independência do Brasil na Bahia [Música] até o sol até o sol é brasileiro nunca mais nunca mais o Desportivo [Música] Nossas ações te amamos Não por mim brasileiros com coração quando Dom Pedro I declarou a independência em 7 de setembro de 1822 as tropas portuguesas ainda ocupavam o estado da Bahia a
expulsão definitiva do exército lusitano só vai ocorrer no dia dois de julho de 1823 data em que é celebrada a independência do Brasil na Bahia antes de qualquer outra coisa o que temos que ter em mente é que no contexto do século XIX ainda nessas primeiras décadas do séculos uma grande insatisfação marcou presença no contexto dos contornos políticos e socioeconômicos da realidade baiana e isso vai se acentuando especialmente no decorrer dos anos 20 e Mais especificamente entre 21 e 23 Então vamos ter uma série de movimentações no que toca Metrópole Portugal naquela época pressionando Dom
João VI que retorna para Europa deixa Pedro Primeiro e nesse momento uma série de revoltas uma série de contornos pensando nessa separação de Portugal com o Brasil começa a acontecer na realidade brasileira [Música] mesmo antes do grito do Ipiranga o que você tem é uma ocupação Militar da cidade da Bahia que é como nós chamava do Salvador por conta da presença de tropas portuguesas lideradas pelo General madeira de Melo ele foi nomeado o governador das armas da província da Bahia e essa esse domínio da capital impediu que a província se agregasse as articulações que vinham
sendo feitas em outras províncias ao redor de Dom Pedro é que estava governando a partir do Rio de Janeiro essa disputa militar na verdade ela representava uma disputa de percepções do Futuro para o chamado Reino Unido de Portugal Brasil e orgas enquanto aqueles ligados ao comércio e ligados à Lisboa pretendiam retomar as relações comerciais de forma colonial com o Brasil e portanto com a Bahia a baianos de várias classes imaginavam ter um futuro melhor se uma vez fosse desvencilhar da relação com Portugal [Música] porque no cenário de 22 nova instante já existisse ali né uma
uma ruptura uma conflitos e tensão entre Portugueses e baianos efetivamente a uma organização de tropas para fins de se combater mutuamente a partir do 25 de junho Então você teve uma série de manifestações de outras Vilas que acabaram confluindo para cachoeira e criando o conselho de terreno de governo a partir da atração do Conselho interino criou-se um exército um exército Libertador ou Pacificador que cercou o Salvador e que durou por tanto esse circo mais um pouco de um ano fazendo com que os portugueses sem acesso a alimentos tivessem que se retirar no 2 de julho
de 1823 E aí Cachoeira de alguma forma se transformou nessa capital libertária nessa capital Rebelde na primeira capital brasileira da Bahia [Música] icônica Na verdade ele é construído muito mais pelo quadro de Pedro Américo que foi pintada em 1888 e em torno desse quadro se constituiu toda uma econografia sobre a independência do Brasil quando foi assegurada a independência da antiga América portuguesa nessa região que hoje corresponde ao Sudeste como a gente chama né se colocou o seguinte problema os portugueses não saem da Bahia e não somente não saem com o recrudessem em termos de domínio
[Música] o quadro primeiros passos de Antônio Parreiras ele é muito interessante porque ele traz a diversidade e a complexidade que foi o a guerra de independência a própria Independência como um todo né diferente do 7 de Setembro diferente daquele quadro de Pedro Américo do grito do Ipiranga onde se tem ali a centralidade de Dom Pedro e das tropas nesse quadro de Antônio Parreiras você tem homens mulheres indígenas negros brancos mestiços crianças pessoas feridas porque efetivamente essa foi uma guerra de pessoas feriram morreram adoeceram e a Câmara o clero militar e civis Então esse quadro É
muito interessante ele traz em seu primeiro plano o tambor Soledade que foi alvejado nessa batalha do 25 de junho né amparado Por um colega mas traz também as pessoas a pé as pessoas a cavalo as pessoas aclamando Dom Pedro como defensor Perpétuo representando o 25 de junho de 1822 quando a gente vai analisar os episódios 2 de julho né lá em 1823 a gente percebe que a Vitória Militar se deu porque foi no formato dos vários batalhões e nesses passarinhos a predominância era desses homens negros esses homens negros tinham condição uma condição jurídica diferente então
a gente vai encontrar aí registros sobre batalhões em que havia um número muito grande de escravizados alguns deles que se foram recrutados falsamente outros que se voluntária para participar da guerra na esperança de conseguir assim a sua carta de alforria mas a gente vai encontrar também homens negros nascidos Livres homens negros libertos a gente vai encontrar mulheres que seguiam essas Tropas e providenciavam a alimentação cuidava dos feridos e o sentido de participação dessa população diz respeito a ideia de que a liberdade é sempre uma um objetivo a ser conquistado minha alma para a pátria defender
o Brasil e a gente de fato deve a conquista do processo de independência é o desfecho desse processo de independência a essas populações pobres essas populações negras que vão pegar em armas que vão ir para os campos de batalha que vão lutar por uma parte que se quer ainda está formada nem concretamente nem na ideia que eles imaginavam o que que viria ser o Brasil [Música] e é justamente isso que se destaca no processo de independência a participação dessas pessoas também instrumentalizada pela Elite local mas a participação de diversos agentes diferente do 7 de Setembro
o 7 de Setembro 22 foi um movimento organizado pelas elites do contexto Sudeste Pedro I A Princesa Leopoldina José Bonifácio ou seja Foi algo diplomático muito mais político nesse sentido enquanto daqui tivemos a participação e de fato a guerra e não é à toa que isso tenha marcado tanto o contexto baiano ao longo do tempo porque aqui foi um grande palco de batalhas no Recôncavo vai todos os santos nos arredores de Salvador também tivemos outros lugares onde o sangue foi derramado por esse ideal ligado a ruptura de Portugal com o Brasil foi no cabrito em
Salvador que foi travada uma das mais importantes Batalhas na luta pela Superação do Brasil de Portugal uma luta onde os heróis heroínas eram pessoas do Povo o corneteiro Lopes Maria Quitéria João das Botas são nomes reconhecidos pelo Imaginário popular e apagados dos livros de História o que que é um herói é alguém que no momento especial desenvolve estratégias especiais para vencer cada uma dessas pessoas né já Angélica Maria Quitéria Maria Filipa Luiz Lopes ondas é empreendeu estratégias de certa forma carnavalesca Isso quer dizer elas mudaram elas inverteram as condições Maria Quitéria ela se alista desde
sair desde Feira de Santana na cachoeira saindo de São José que ela morava com o pai como uma mulher não podia se alistar ela pega as roupas do cunhado e se tornam saudável Medeiros e Maria Filipa é um é um personagem é uma personagem que a gente não tem registro sobre a assistência dela mas é uma personagem plausível né é assim é uma personagem que teve esse possível e eu acho que a principal pergunta é porque hoje há uma um desejo tão grande a uma reivindicação tão grande da de uma personagem como Maria Filipa uma
mulher negra A pobre da Ilha de Itaparica que teria sido tão importante na definição sobre a independência nacional sua Maria Filipa nascida e criada aqui na Ilha de Itaparica porta de entrada e de saída da Bahia de Todos os Santos é muito importante que a narrativa sobre a independência da Bahia Contemple a participação destes heróis um outro Episódio é a batalha de cabrito Pirajá Pirajá era quase que um Subúrbio distante ele não era contínua Salvador e viajar era estratégico para a entrada da comida na cidade [Música] Pirajá as Campinas de Pirajá estavam bem distantes e
é isso que acontece em oito de Novembro de 1822 onde nessas redondezas vamos ter um grande palco de batalha cerca de 5.000 combatentes entre brasileiros e portugueses enfrentaram-se durante 5 horas nos campos de Pirajá um corpo a corpo de grandes dimensões interessante falar que o processo de dependência do Brasil na Bahia foi consolidador ou seja o que acontece na Bahia garante uma consolidação do próprio território nacional nos próximos anos no século XIX [Música] especialmente em Julho de 1823 o que vamos ter é o processo de comemoração é a entrada desse exército Libertador vindo por esse
Contorno da Antiga Estrada da Boiada passando pela Liberdade passando pela Soledade quando chega naquela região as religiosas do convento da Soledade criam um Arco do Triunfo decorado com flores onde passa todos aqueles combatentes indo em direção centro antigo da cidade de Salvador e é esse o trajeto que ano após ano desde o século XIX comemoramos no 2 de julho Vamos para o rápido intervalo e daqui a pouquinho a gente volta com bem Bahia em celebração ao Centenário da Independência [Música] presente nas comemorações da independência da Bahia as imagens do Caboclo e da Cabocla são uma
homenagem a Caramuru e a Catarina Paraguaçu personagens que representam a Vitória na guerra e o surgimento do Brasil enquanto nação o cortejo sai da Lapinha no terreiro de Jesus e Segue até o Campo Grande um ritual que se renova a cada ano [Aplausos] eu acho que uma das coisas mais fascinantes quando a gente fala das festas julho é que elas começam para comemorar o império ela se prolongam até república e elas continuam sendo espaço político fundamental para a gente construir as nossas relações enquanto grupos sociais para a gente ver expressar as vagas referências raciais tanto
aquelas dos povos originários quando as formas de pertencimento dada pelas populações negras e naquele pedacinho ali do final do século 19 do começo do 20 a gente tem uma oportunidade muito importante quando a gente olha para a festa de julho de ver o que que essa população principalmente essa população negra essa população pobre pensava sobre o que que seria o Brasil Republicano sabemos que desde bem antes do século 19 muitos setores da população da Bahia e de outros lugares do Brasil também cultuavam entidades em que se combinavam traços do catolicismo popular e principalmente das tradições
indígenas e de origem africana Então essas entidades são genericamente chamadas de caboclos e caboclas quando aconteceu a vitória em 1823 as comemorações não somente em Salvador mas tem muitas outras cidades também passaram a levar as imagens da Cabocla do Caboclo e às vezes os dois com em Itacaré e Em Salvador né em 1826 você já tem a imagem do caboclo no carro aqui em Salvador em 27 você já tem em Itaparica e em diversos outros lugares também então a religião do candomblé de caboclo aproveita esse momento para se mostrar mais para dizer esta festa também
é minha quem vai aí nesse carro sou eu quem vai aí nesse carro é a Bahia é o Brasil são os principais personagens da festa do juro desde o começo do século 19 então ao meu ver a festa dos dois de julho é bebeu desses dois Episódios um episódio histórico que dizia respeitou a própria vitória sobre as tropas portuguesas e um outro episódio que Digamos que vem faz parte de um certo repertório cultural da cidade que dizia a respeito a ideia de Celebrar espaço público de fazer desfilar esse espaço público essas figuras dos caboclos né
então eu sempre conto primeiro episódio muito engraçado que a gente vê encontra nos jornais nas fontes as pessoas historiadores historiadores trabalham de uma denúncia de que o penacho do Caboclo e o saiote da Cabocla tinham sumido né do do Barracão onde eles ficam guardados lápis e depois de uma investigação policial se descobre que eles tinham sido levados para um terreiro de candomblé e o que o penacho tava na cabeça de um carbono do terreno de Candomblé e a saiote da Cabocla tinha adornado uma acaboupla de um terreiro Então você vai vendo como para Além da
questão policial que envolve esse fato você vai vendo como há uma identificação muito grande dessa população com a imagem de liberdade que esse símbolos encarna né que esse símbolo representa um dos maiores aprendizados que a festa pode trazer para a sociedade brasileira como todo é a maneira como nós povo brasileiro podemos expressar como a gente pode lutar né junto com os caboclos Seguindo os caboclos por nossos direitos por nossas demandas de liberdade fazendo isso no espaço público e de uma maneira em que o diferente o contraditório necessariamente não é explosivo não não significa uma um
momento de violência Então eu acho que a cívica porque é uma festa em que a gente diz aquilo que a gente demanda a gente diz sobre a falta que nos faz certo os direitos e ao mesmo tempo a gente celebra fazer parte de uma mesma nacionalidade eu não sou tipo não sou daquelas historiadores que imaginam que o Brasil precisa reconhecer o 2 de julho como momento de Fundação Nacional não sou nacionalista a esse ponto mas acho que é muito importante a maneira como a festa hoje tem sido reconhecida principalmente por esses grupos que também são
negros como as escolas de samba como os movimentos sociais a como a é pauta hoje né no campo das Artes de trazer para si essa referência das festas de Julho como uma oportunidade como um ocasião em que a gente pode exibir artisticamente a gente pode exibir com uma performance urbana A gente pode reivindicar no espaço público aquilo que nos constitui como brasileiros e ao mesmo tempo aquilo que nos dói com população brasileira a luta pela Liberdade na guerra da Independência ocorrida na Bahia deixou marcas tão Profundas que reverberam até hoje nos trabalho de artistas das
mais diversas e linguagens não pensemos no exterior pensemos no Brasil vencemos para dentro do Brasil dentro dos nossos Rios das florestas do grande Brasil onde vivem um povo essa obra ela foi ela foi criada a partir de um convite da artista Ivana chartney para fazer uma obra que levantasse a questão do movimento né que chamasse a atenção das pessoas do movimento deles lá no Dois de Julho que era um movimento contra a especulação Imobiliária e essa luta ela ela era muito importante e acontecia durante a celebrações do 2 de julho eu tive a ideia de
criar essa essa Cabocla enquanto movimento né que ela andasse pelas ruas do Centro Histórico que enquanto a gente estava projetando acabou com aquela corria pelo Centro Histórico ela tem um movimento de lança né ela caminha com a lança que representava uma luta a segunda obra que tem a ver com esse tema foi o Bahia mepim o pessoal do SS a meta que faz o Bahia map me convidou para fazer uma obra para ser exibida lá ele Taparica A ideia era a gente trazer os elementos do que que envolvem as tradições e a história da própria
ilha tem uma história importantíssima nessa luta de julho E aí a gente construiu uma apresentação de Map de videomep para ser exibida na igreja que ela perpassava por essas questões da história da ilha desde assim desde as suas questões de natureza de até passar pela questão histórica social que era das lutas [Música] eu tenho interesse assim muito particular com a Bahia com as festas populares com povo assim né embora seja pomada arquiteta e venha de outro lugar mas Essas manifestações populares elas me interessam muito né Eu acho que o 2 de julho é uma manifestação
que tem um caráter um pouco diferente assim das outras assim do carnaval do São João e tudo mais porque ela tem um caráter muito político né muito do que eu trabalho também Eu fico pesquisando em arquivos públicos São Félix Você vai no arquivo você vai numa imagem e você vai tentar ler ela e criar uma alegoria de uma forma diferente assim você vai dar mais aquilo né [Música] e para mim acabou ela é uma figura assim que é protagonista porque ela representa essa miscigenação assim do povo brasileiro né na luta da Independência [Música] o Brasil
ele não podia se tornar independente sem ter uma revolta de caráter Popular né que eu acho que a história a arte enfim a vida ela se faz assim de pequenas pequenas coisas pequenas frases pequenas e cortes que vão formando uma unidade e eu acho que vai tornando o nosso entendimento melhor assim sobre o mundo [Música] [Música] [Música] de informação e eu queria tá fazendo uma coisa que tivesse Impacto social então né quanto o ativismo poderia estar fazendo cartazes de questões sociais só que aí me ocorresse a questão de identidade de banalidade do 2 de julho
[Música] e as representações as imagens que a gente tem recorrentes do 2 de julho São imagens das estátuas que já existem e que tem esse perfil de dado histórico né Essa apresentação museal essa apresentação que não dialoga com a com as artes visuais contemporâneas então aí eu pensei nessa provocação de tá fazendo arte urbana cartazes e colando na rua para tá fazendo essa provocação público tá vendo novas apresentações dos personagens [Música] que são exemplos reais que fizeram coisas importantes e que a gente ignora a gente conhece porque há um desencorajamento institucional [Música] tudo isso faz
parte dessa caboclagem que acontece aqui na Bahia que é a contação da história da independência é com diversos personagens né que é uma contação de história muito mais dica do que acontece quando a gente vê historiografia oficial que fica martelando essa questão da Independência ganhada no grito numa cena que até jocosa como é que uma guerra né uma Independência conquistada no grito né ainda mais de uma nação Tão rica Quanto o Brasil Então teve guerra teve morte teve luta e os personagens da Bahia estão aqui para contar isso O Galo Cantou da Terra Viva bizarro
que morreu na guerra viva a bisavô Quem morreu na guerra eu fui no Campo Grande ali eu fui chorar eu fui pedir eu fui no Campo Grande ali eu fui chorar eu fui pedir eu fui pedir pro capa para me ajudar valeu [Música] com a bandeira da Bahia de papel minha namorada [Música] mas eu é o meu perfume meu que o Caboclo quer para lhe ajudar