Eu amo a carreira do Robert hagers a bruxa o farol o homem do Norte Acho que são filmes estupendos lindos todos em um nível altíssimo de autoralidade esteticamente São Avassaladores Corajosos densos são para mim exemplos de cinema com o c maiúsculo marcados aí pel uma forte assinatura do diretor e também roteirista que é o Robert egers e noss fato nisso tudo cara eu acho que nos fato carrega muitos elementos desses três filmes anteriores quase como se tudo que o egers tivesse feito até agora fosse meio que uma preparação inconsciente para esse filme aqui noss ferata
acompanha Helen uma mulher que se envolve com a entidade nos ferat enquanto seu marido Thomas precisa viajar para conhecer e fazer o conde orlock assinar alguns papéis muito importantes Thomas descobre o mal que ameaça não apenas uma pequena cidade ali da Alemanha mas também ameaça ele próprio a esposa a sanidade dos dois e a idade também de pessoas próximas nos ferata é um clássico de 1922 e um dos filmes mais importantes do expressionismo alemão movimento um dos primeiros da história do cinema que revolucionou o cinema como um todo com a sua estética sombria cenários distorcidos
o uso marcante de luz e sombra uma aula de como se fazer fotografia e o filme exemplifica essa abordagem ao apresentar uma visão inquietante e poética do mito do Vampiro diretamente e indiretamente inspirado no Drácula de Brun Stalker e agora chega egers nos apresentando a sua visão sobre esse clássico dos [Música] clássicos como eu Adiantei na abertura nosfer resulta da soma das valências aí do Robert Egas enquanto autor ele combina o terror mais linear e Comercial de o homem do Norte a teatralidade estranheza e liberdade estética de o farol e a tensão claustrofóbica e repulsiva
de a bruxa não havia nome melhor para reviver 102 anos depois um dos filmes basilares da história do cinema nessa interpretação quase livre do filme original egers faz um pacto com a fantasia soturna afastando qualquer resquício de Realismo qualquer a história é moldada dentro de uma proposta mágica de horror que amplifica a sensação de um mal que está a espreita ele não busca justificar a existência da criatura não é isso ele busca fazer com que a gente a aceite é diferente tá E para isso Foca no impacto da presença do nos ferat e nesse clima
Sombrio que envolve tudo a partir dele é como se o filme nos trancasse em seu calabozo nos transformasse em servos da sua estética e da sua atmosfera sombria podre e decadente a montagem é o maior exemplo dessa abordagem ela seleciona apenas o essencial para criar a atmosfera e ignora a cronologia tradicional uma certa clareza lógica espcial dos acontecimentos E isso não importa para nos aprisionar na obsessão do filme O tempo ele é embaralhado mas ao mesmo tempo compreensivo é como se a gente tivesse em um sonho de onde vamos lembrar apenas do que estava no
foco ou no que dará a sensação os sentimentos que a gente teve com aquele sonho o sonho inclusive é trabalhado dentro da história e faz com que os personagens também se confundam questionem a realidade questionem a própria sanidade e eu acho que esse sentimento é muito bem passado é muito bem apresentado pra gente que tá aqui assistindo porque a medida que o filme se torna mais e com esse clima mais onírico ou nesse caso de pesadelo né a narrativa fica cada vez mais inquietante asquerosa o terror se intensifica forçando-nos a nos ajoelhar e a nos
render a proposta sombria e opressiva do diretor averá repulsa essa proposta Tem que haver tem que existir tem que gerar em parte do público aquela vontade de desistir como aconte em aa como aconteceu em o farol faz parte do nojo ao qual o filme se rende e no qual o filme também nos ins esse sentimento é fundamental em a bruxa eu lembro de ver pessoas saindo da sala de cinema Ness eu também tenho que ver a mesma coisa quando eu for assistir quando lançado grande público essa sensação eu acho imprescindível se não houver o Robert
Errou alguma coisa eu tenho certeza que ele não errou [Música] o filme também abraça plenamente a sua teatralidade algo que já vimos lá em o farol parcialmente a bruxa e de forma bem mais contida lá no homem do Norte exceto por momentos isolados como por exemplo a cena ritualística antes de uma grande cena de caçada ainda que não atinja o nível teatral de o farol nos ferat chega bem próximo e isso Inclusive tem uma motivação pelo fato do filme ser uma adaptação de um filme vindo de uma época onde o corpo precisava falar muito mais
alto o tempo inteiro não havia voz tudo era o corpo eram os gestos era a liberdade de dominar o plano para nos fazer sentir e por isso entender o que acontecia em cena mesmo antes das tradicionais cartelas do cinema mudo entrarem na tela com as falas ou com alguma explicação daí também vem o sentimento de expressividade o filme de 22 era expressivo assim como vários filmes do cinema mudo porque era o que eles tinham e a teatralidade que esse novo filme assume referencia isso partir dessa teatralidade nos ferata assume uma certa galhofa intencional mas sem
descambar pra comédia é uma galhofa que dá liberdade às interpretações que permite que os atores atrizes utilizem não apenas as suas vozes falas para transmitir os sentimentos das cenas não apenas isso para dar o texto como eu costumo dizer mas também o seu corpo seus corpos expressando a estranheza daquele contexto para além do que o texto está gritando e essa é uma assinatura brilhante do Robert chers ele tem uma capacidade singular de fazer terror e ao mesmo tempo permitir a risada junto com ele ele não tem vergonha desse certo deboche que podem fazer e que
ele mesmo faz que ele mesmo assume em Telo todos os seus filmes permitem uma certa risada Debochada a risada quando a criatura aparece ou ou é sugerida no caso da bruxa a risada causada por um cenário tão despudorado que gera incômodo você tá rindo uma hora do que tá vendo e quando menos espera tá rindo de nervoso da aflição daquilo tudo da aflição daquela tensão que ele propõe então ele permite ele aceita ele entende essa risada e portanto não se leva muito a sério ao mesmo tempo que é muito sério Trocando em Miúdos é como
se eles levasse tudo a sério mas também não ao mesmo tempo ficando em um limar muito fino que explora muito bem como quem disse que entende a audiência dele e a audiência que também não é dele a audiência que vai rir só e somente só pela risada Ri e vai passar adiante eu gargalhei do filme de pavor de nojo de asco daquilo tudo o personagem do William de fo acho que se encaixa perfeitamente Nesse contexto tanto da galhofa quanto da teatralidade ele entra no filme de forma Quase singela trazendo um pragmatismo Inicial que facilita a
inclusão da fantasia em um mundo onde muitos personagens ainda resistiam a aceitá-la o William foi quase que a gente dizendo assim ei galera é Vampiro vocês não estão ligados não E à medida que a narrativa vai avançando esse pragmatismo vai desaparecendo e dá lugar a essa eloquência teatral viceral tanto na voz quanto no corpo essa transformação acompanha e traz os outros personagens que ao abraçarem o cenário Fantástico abandonam a rigidez de uma atuação realista para algo realmente expansivo que domina a tela que não tem vergonha de usar cada ponta do corpo para dominar essa tela
e aí vem toda essa expressividade do bizarro toda essa expressividade do Soturno que o nos ferat tenta vender em cima disso a interessante notar que o con orlock quando finalmente aparece não é necessariamente a figura mais assustadora do filme longe disso eu diria o que mais nos perturba é o resultado da sua presença é como as pessoas vem aquele ser é como as pessoas sentem agem diante daquele ser como por exemplo um servo dele né alguém que dedica a sua vida o seu corpo a ele devorando a cabeça de um pombo ou a Helen quando
se envolve ali com o Vampiro numa pegada quase sexual isso sim esse resultado ou esses ados são muito mais assustadores do que a criatura em si O terror está nos efeitos que ele causa não na figura horlock é mais nojento do que qualquer outra coisa e isso é exemplificado em uma das cenas talvez a melhor cena do Nicholas h quando o seu personagem encontra o conde pela primeira vez a gente não vê o conde o Nicholas H né o personagem dele tá vendo e a gente tá reagindo através dele ele não consegue fugir daquele local
a sua reação assustadora desesperada nos faz aceitar o com medonho o orlock que pode ser antes que a gente o Veja a atuação da Lily Rose dep também reflete essa liberdade eem uma cena que ela entra em transe durante uma interação íntima com o marido é como se finalmente aceitasse a proposta de terror e fantasia que rege todo o filme a partir desse momento ela parece livre para fazer o que quiser em cena e o filme cresce junto com ela e ao mesmo tempo que não tem compromisso em organizar demais as sequências a fotografia utiliza
planos longos para permitir que a ação se desenrole como se a cena fosse um palco e a Lily Rose de brilha nesse palco é a jovem que precisa ser protegida ao mesmo tempo que a mulher voraz pelo sexo ao mesmo tempo que é também aquela que recebe em sua existência todo o terror e a nojeira desse filme portanto quanto mais livre mais a sua personagem consegue nos entregar o horror daquele cenário como um todo ela e suas reações são mais Horrorosas do que o próprio con orlock bem mais Horrorosas isso do Robert egers de combinar
elementos de horror a tensão de algo que está para aparecer de saber construir o nojo e o asco com essa ter naturalidade linda e um certo deboche das Convenções é mais uma marca autoral muito corajosa e muito necessária que caiu como uma luva em nos ferado como uma luva e eu acho que nos dias de hoje essa abordagem é especial porque se distancia do formato de filmes enlatados presos a Convenções preocupados em agradar o público a todo custo egress quer mesmo é desagradar quer nos fazer refletir a partir do sentimento de desagrado ele faz o
que é necessário para contar a história dentro do pacto que firmou com essa fantasia sórdida de nosfer e esse compromisso ele cumpre plenamente bem mais uma vez é mais um fruto dessa mente criativa que precisa fluir cada vez mais no cinema sendo acima de tudo uma antítese do que se espera da indústria comercial e cada vez mais comercial diga-se de passagem nosso fato 102 anos depois nas mãos de Robert egers se fez necessário para provar um ponto a gente precisa um pouco mais desse cinema expressivo sem contratos com mané Realismo se a gente tem a
fantasia em mãos por não utilizá-la é isso que nos fato nos pede para pensar em todo o seu desfile nojento do Vampiro do orlock e da sua criatura o nosfer agora eu te peço uma licença para faturar um pouquinho eu vou te recomendar o livro aqui ó diálogo A Arte da ação verbal na página no palco e na tela escrito pelo Robert Macky Robert Macky renomados professor de roteiro autor também do story que é muito conhecido né considerado por muitos assim imperdível para quem quer estudar um pouco mais o cinema mas eu te indico aqui
é o diálogo que apesar de focado em diálogos como bem diz o nome e também focado para quem quer entender roteiro eu acredito que antes disso seja para quem curte cinema porque eu acho uma leitura direta com exemplos que enriquecem o aprendizado e muito muito envolvente especialmente se você já conhece alguns filmes citados e com certeza você vai conhecer o link para esse livro tá na descrição junto com outro clássico do autor que é o Story e você Comprando por esse link me ajuda com os trocados é isso agora eu te peço aquele joinha nesse
vídeo e que você também se inscreva no canal para não perder os próximos conteúdos nos vemos numa próxima oportunidade forte abraço em vocês e tchau n [Música]