eu comentei em vídeo aqui todos os últimos filmes do Luca guanin me chama pelo seu nome para cá eu gravei sobre todos e escrevi sobre a maioria deles também e eu admiro muito o cinema dele não Só porque você é um cara que trabalha sem parar é um cara que tá sempre anunciando novos projetos inclusive ele tem um filme para ser lançado no ano que vem só esse ano ele lançou dois filmes fora os outros projetos que ficam aí falando né aqueles rumores de que ele vai dirigir e mas principalmente porque ele a cada filme
explora Nova as possibilidades do cinema ático que é o grande projeto do cinema dele né é um cinema que explora todos os cinco sentidos é um cinema que você vê as coisas de maneira exuberante que você escuta também que você ao mesmo tempo a partir desses outros sentidos sente o cheiro sente o gosto e sente também o tato né quer dizer é é um um cinema em que a câmera Ela opera em várias possibilidades diferentes da linguagem para aproximar o público dos desejos dos personagens porque desejo é um tema sempre muito presente no cinema dele
nesse sentido e em outros eu diria que o queer que acaba de ser lançado nos cinemas e que foi exibido no festival de Veneza sem tanta repercussão por lá infelizmente é o filme dele que melhor sintetiza todas essas possibilidades e potencialidades de um cinema ático sensório que ele vem desenvolvendo já há algum tempo ele vem desenvolvendo não necessariamente pensando em desenvolver não tô falando que é deliberado da parte do guanin no isso até porque realmente é um cinema muito cheio de eh e Vindas do ponto de vista de linguagem se você pega ou me chama
pelo seu nome por exemplo é um filme que a forma dele lembra muito mais a forma do James ivory que é o roteirista daquele filme que dirigiu filmes como Maurice e o vestígios do dia que são filmes em que a linguagem é um pouco mais discreta em que a câmera é mais discreta e não afeita tantas estilizações como ele de modo geral costuma ser né e enquanto por exemplo se você pega um filme como rivais é o extremo oposto nesse aspecto é um filme em que a câmera às vezes assum um ponto de vista até
da bolinha ali de tênis né E você acha que você tá dentro de um filme como bmov como fizeram Várias Vários memes correlacionando os dois filmes quer dizer uma câmera absolutamente Sem Limites aqui no queer ele não faz nenhuma coisa nem outra na verdade eu diria que ele tá muito mais próximo do ponto de vista formal estilístico e até atmosférico do suspiria que para mim é o melhor filme que o ganino fez até hoje ainda que tenha sido o mais divisivo também né que ele lançou em 2018 o remake fabuloso do clássico do Dario argento
e explicando aqui não não tô dizendo que é um filme de horror ou que é um filme que tem aqueles mesmos elementos grotescos que a gente vê no suspira de 2018 mas é um filme que tem uma uma atmosfera e de sonho e uma atmosfera de em que a gente tá como se fosse num outro plano junto com os personagens e um plano de sonho barra pesadelo e em que as coisas são difíceis de decifrar exatamente o que são reais e o que não são e ao mesmo tempo a gente a gente sente de maneira
muito tátil muito material tudo o que os personagens estão sentindo ainda que aqui seja um romance e ali era um filme de horror antes de entrar em mais detalhes sobre o queir vou lembrar você que ainda não se inscreveu no canal se inscreva aqui embaixo no botão de inscreva-se também não se esqueça de curtir o vídeo porque isso ajuda o YouTube A recomendar o canal para outras pessoas e lógico deixa o Sininho das notificações sempre ativado para receber notificações quando a gente postar vídeos novos aqui e se você quiser acompanhar outros comentários que eu tô
sempre fazendo sobre cinema você pode me seguir na minha conta do Twitter do letter do Instagram e também acompanhar os meus textos no Diário de Pernambuco vou deixar os links aqui na descrição Inclusive eu escrevi sobre o queer lá também só historicizando aqui rapidamente o livro queer que é de 1985 ele é do William borrow e quem escreve roteiro é o Justin kursk que escreveu também o roteiro do rivais pro Luca guanin no caso Ali era um roteiro original né que ele adapta o roteiro adapta do livro e eu acho bem interessante como os dois
no processo de adaptação e principalmente na maneira como o guadino filma eh Traz eles trazem uma espécie de contemporane iação dessa história não é uma contemporização tão óbvia mesmo porque a história se passa na década de 50 mas existe uma quase um Manifesto aqui em filmar esses corpos e o ganino é um diretor de filmar corpos mesmo de uma maneira que digamos Na época na década de 50 em que a história se passa e mesmo na década de 80 não necessariamente poderia ser filmado dessa maneira muito menos com um astro machão de um de um
cinema mainstream como é o caso do Daniel Craig né o o Daniel Craig no caso aqui no melhor papel da carreira dele de longe mas de muito longe mesmo e talvez um dos melhores papéis do ano também ele interpreta um sujeito que é um expatriado viciado em opioides ele tá morando na Cidade do México vivendo de leis de auxílio para veteranos da Segunda Guerra e fica ali né entre pubs bares festas universitárias O que é muito interessante porque é faz com que o filme desde o começo tenha uma atmosfera meio onírica assim mesmo que a
premissa seja realista A sensação que eu tive desde os primeiros minutos é que os personagens estavam vivendo meio que num num plano paralelo até na maneira como o guard Nino filma as cenas os planos mais abertos né na maneira como ele usa a luz e na profundidade de campo É parece um pouco não no extremo disso mas é como se a gente tivesse assistindo a um projeto do cinema do W Anderson assim aquelas maquetes imensas eh em que as coisas acontecem ali no meio mas que não tem tanta vida nos arredores assim como se eles
não estivessem de fato naquele lugar naquele tempo como se eles tivessem meio isolados isso é muito interessante isso é muito bonito deixa o filme com uma atmosfera poética desde o começo e deixa aqueles personagens ali numa falta de rumo exato né para eles é uma solidão que tem momentos de humor tem momentos de brincadeira tem várias amizades interessantes inclusive Adorei a participação do Jason schutzman aqui mas o que vai desencadear o que de fato é uma Trama aqui no queer é a entrada em cena do personagem do jew Stark que é também um expatriado americano
só que muito mais jovem né um cara bem novo bonito e misterioso assim que aparece ali no pub num belo dia na verdade numa noite e personagem do Daniel Craig e ele começam a interagir na verdade a interação Inicial deles é absolutamente cringe é muito tosc é muito engraçada na verdade muito constrangedora No melhor sentido da coisa é deliberadamente feito para isso mesmo pra gente sentir esse constrangimento porque o Daniel Craig o personagem dele é extremamente expansivo ele fala sem parar ele tá sempre fazendo uma brincadeira ou outra uma piada ou outra mas também de
um jeito meio sério assim então ele é uma figura meio cringe mesmo e isso torna a interação deles muito interessante e muito triste também nos momentos em que ele não é correspondido e o grande lance do filme A grande questão aqui é ele tentando desesperadamente ser correspondido por esse cara mais novo que de princípio não parece exatamente ser gay também ou ser queer né como ele diz quer dizer estar dentro da sigla né do lgbtq e APN mais como a gente chama hoje então fica aquele aquela tensão no começo mas ao contrário de um filme
Como me chamo pelo seu nome que tem toda aquela coisa fervendo em banho maria né até os dois personagens finalmente se beijarem aqui não aqui tá no trailer também não é spoiler os dois vão ter sim um rolê muito cedo no filme e a partir daí as coisas vão com Deus né De novo No melhor sentido da coisa não é que pioram mas é que vão degringolando do ponto de vista do Realismo que o filme Parecia ter as coisas realmente vão ganhar Ares surreais aqui eu não tô dizendo com isso que os ares surreais eles
são necessariamente incorporados e concretos dentro da história como são por exemplo no suspira né o suspira é um filme em que na verdade não é o surrealismo mas sim o sobrenatural é em encarado como algo muito material muito presente na história e é por isso que eu digo que o queer é o filme do guanin em que esse projeto de cinema tátil barra espiritual dele é atinge Realmente realmente um ápice de transcendência porque aqui de fato esse desejo do personag do Daniel Craig e essa projeção dele nesse outro cara né nesse sujeito mais jovem e
adquire contornos de fato transcendentais de fatos espirituais não é só um desejo carnal que é facilmente resolvido resolvido num determinado momento ou um interesse amoroso né aqui realmente a coisa tem é mais ambiciosa vai além o interesse dele no personagem do jew Stark que vai eh se transformando na medida que o filme vai se encaminhando pro fim numa coisa mais existencialista mesmo é o interesse de uma compreensão de si mesmo é uma compreensão de identidade é uma compreensão do seu lugar no mundo de autoaceitação também não que o personagem não se aceite como ele é
ele mesmo tem um discurso excelente no no bar no começo eh do momento em que ele resolveu viver a vida dele como um homem gay mesmo e né quando foi deixado claro para ele que o que ele deveria fazer com aquilo era isso mesmo era viver o prazer da maneira como ele entendesse como melhor mas isso apesar de ser dito por ele não parece ser 100% internalizado e 100% assimilado E à medida que ele vai se relacionando com o werton um personagem do Drew Stark É interessante como ele vai buscando pelo outro ao mesmo tempo
que ele vai buscando por si mesmo e o je Stark interpreta muito bem o werton porque ele é uma figura sempre muito fugidia ele é escorregadio demais ele você acha num primeiro momento que ele tá minimamente envolvido com o personagem do Daniel Craig quando na verdade na cena seguinte parece que ele não tá parece que ele não tá nem aí para o outro personagem Mas aí tem alguns olhares dele alguns momentos em que sim parece que ele se importa minimamente com o outro mas ele é uma figura muito difícil de decifrar e que o Daniel
Craig passa o filme inteiro tentando decifrar o Craig é um personagem e uma atuação na verdade extremamente transparente mas o personagem também é transparente o personagem também se abre para o público de várias maneiras e se deixa levar pelas emoções pelo que tá sentindo pelo pelo seu vício também né porque o vício dele também vai se transformar em algo determinante na no ato final da história e quando o filme chega de fato nesse terceiro ato que é a parte mais surreal mais e de devaneios do filme no epílogo também ele assume essa coisa do toque
do desejo como algo realmente é quase que inalcançável né Eu acho que é isso que é muito bonito aqui é como certas coisas são tatas e são materiais numa primeira vista mas elas também são abstratas É como se você achasse que conseguiu alguma coisa quando não conseguiu quanto mais ele se aproxima do personagem do Drew Stark parece que ele tá se distanciando dele parece que ele tá perdendo ele é muito comovente muito sensual É um filme com muito tesão claro também mas ao mesmo tempo ele é muito muito triste muito trágico porque porque é uma
sensação constante de tá tentando segurar uma barra de sabão É uma sensação de não tá conseguindo atingir ou conseguindo viver plenamente uma felicidade ou um desejo que se tem e isso é muito bonito isso é muito forte no filme E apesar disso tudo eu tenho que dizer não é exatamente um filme perfeito acho que tem vários momentos ali no começo em que a câmera busca demais direcionar o nosso olhar que é uma coisa que o cinema do guanin frequentemente faz o rivis talvez seja o que mais faz isso e por isso me incomoda um pouco
e a que no começo Principalmente eu sinto um pouco essa imposição excessiva da câmera dele eu gosto muito do estilo do guanin Eu gosto muito de como a câmera circula pelos espaços e pelos corpos dos personagens de maneira muito livre e ao mesmo tempo muito rigorosa porque é um cinema bastante cheio de de estilizações pré-determinadas e de um formalismo muito Evidente também mas existe uma liberdade eh dos personagens e dos atores para brincar entre aspas dentro dessa desse quadro que ele constrói eu acho que ele não vai ser nem de longe tão homogêneo na recepção
como foi por exemplo como me pareceu a recepção do me chame pelo seu nome e do rivais mas eu acho um filme muito especial certamente daqui a alguns anos ele vai ser muito lembrado e muito discutido porque tem muita coisa que eu nem me atrevo a começar a entrar aqui nesse vídeo que é um vídeo rápido que é mais para fazer realmente uma resenha de tudo que é mais importante dentro do filme do que propriamente é um mergulho profundo em todas as camadas que ele tem é um filmaço é um filme muito bom mesmo e
que mostra que o guardan tá sempre disposto a ir além e a se Reinventar dentro de um mesmo projeto de cinema [Música]