[Aplausos] [Música] o tempo inteiro judô do rio de janeiro ele tem um problema que é basicamente um programa nacional que a questão da superpopulação carcerária [Música] [Aplausos] nós temos hoje 53 mil presos para 28 mil vagas ou seja o sistema está acima da capacidade a unidade cooperam com mais do que o dobro de sua capacidade já chegaram a operar com o triplo ou quádruplo da nossa capacidade então sem dúvida nenhuma uma problema é a superlotação [Música] o brasil é o quinto maior país do mundo com a quinta maior população é o terceiro em número de
presos fica atrás de estados unidos e china são 831 mil 396 presos que se acomodam em apenas 423 mil 243 vagas distribuídas em 2608 presídios e carceragens 831 mil presos para 423 mil vagas seguindo a mesma proporção dez passageiros viajariam fusca 24 pessoas subiu no elevador de dois metros quadrados 700 paulistanos ocupariam um vagão de metrô saído da estação carandiru o sistema prisional brasileiro tem como marca a inauguração em 1850 da casa de correção no rio de janeiro penitenciária que depois se tornaria o complexo frei caneca um século e meio depois o crescimento da população
carcerária explodiu entre 1990 e 1999 o aumento foi de 115 por cento entre 2000 e 2009 103 por cento eram 90 mil presos em 1999 aumentou para 232 mil em 2000 e chegou a 496 mil em 2010 já hoje a faltar ar nas prisões do brasil eu fiquei alguns me algumas unidades é do sistema de privação de liberdade do estado do rio de janeiro entre eles a polinter de neves que foi extinta em 2011 fui para o evaristo de moraes que é conhecido como galpão da quinta foi levado para bangu e em seguida foi levado
para a prisão albergue que fica em benfica chamada crispim ventino a onde fiquei mais um ano contabilizando cinco anos um total de de pena de privação de liberdade pra mim é todos são ruins e todos estão super lotados na cadeia o seguinte você dorme e sonha que está em casa né e em casa quando você dorme você só está na cadeia todo o espaço em que ele é determinado a ter um tamanho número de pessoas hoje está com um número consideravelmente maior essa relação do espaço físico e de acomodação ela se torna mais conflituosos a
quando chega num ambiente de prisão é a primeira coisa que tem é um jargão que nós usamos é enterrado vivo você sente enterrado parece que você já não pertence mais a o tecido social você já é uma coisa parte a superlotação chega a ponto de de nos colocar lá enquanto presos em condições que a a mente humana é pensa que não vai dar conta de suportar eu vivi por exemplo situações onde nós tínhamos no máximo 17 16 a 20 metros quadrados onde nós tínhamos 100 pessoas ea capacidade para o espaço era de no máximo 20
e 25 a configuração do ambiente era relembrava arremetia aquela época medieval daqueles calabouços nas grades com espaços mínimos andrade diz que quase se você não conseguir colocar o dedo assim pra fora da grade dormir em pé porque não tinha jeito então pendurado na grade e um momento de dormir ou você revezavam ficava em pé e outro deitava que um dormiu por um lado nem para o outro e se você sair daquela posição você perdia o espaço é o espaço era reduzido automaticamente enquanto levantava os corpos fechavam aquele espaço ali não tinha mais como você voltar
à posição que você saiu então você tinha que ficar em pé 2 anos e 4 anos e 8 meses recluso no sistema ea maior parte foi no complexo penitenciário de bangu 3 havia muita coisa muita coisa daquelas redes dias em dourada várias redes 1 em cima da outra quem tem como marca era um privilégio é um era um privilégio porque se eu sou fulano de tal é menor mais fraco e vai até levantar a comarca para me deitar se não tiver mais pasta além de que no chão de valet óbvio que essa situação de superlotação
gera querendo ou não uma espécie de de sentimento de animalesco você perde a sua dignidade você se vê ali como uma coisa é mais que qualificado às vezes até transformado num bicho e isso obviamente te tira um padrão de moralidade então preso ele faz coisas que uma pessoa que está aqui fora acham repugnante mas para quem vive a situação dele quem comia comida estragada quem vive que tem que ter rodízio para dormir os padrões passam a ser outros e aí a situação de de bárbara que nós verificamos quando acontecem os massacres elas se justificam por
esses motivos nós tínhamos na 9303 e isso não é 191 hoje o rio de janeiro tem cerca de 60 mil presos ea verdade é que poucas unidades prisionais foram criadas nesse período em descompasso com esse crescimento exponencial da população carcerária eu começo a trabalhar na unidade prisional que o presidente tinha 900 presos e tínhamos três defensores públicos lá dentro então cada defensor público trabalhava com 300 presos hoje cada vez o público ali trabalha com 1.100 m três presos estão o primeiro a mudança radical na consulta de preço é óbvio a 40 de nosso serviço também
cai essa essa explosão de presos não veio acompanhada é de um de um número proporcional de todas as instituições e agências que trabalham com o sistema carcerário então não aumentou o número de defensores públicos não aumentou o número de promotores não aumentou o número de juízes não aumentou o número de agentes penitenciários e não aumentou o número de daqueles profissionais decreto 1 é por exemplo a questão da saúde dentro do sistema prisional sabe você fica numa unidade onde tem 300 400 500 600 pessoas que está disponível para esse espaço chega a 1.200 um guarda 23
45 guardas de plantão uma unidade como essa é que vai dar conta então você tem um déficit de profissionais e um superávit vamos dizer de presos né é é o que gera uma superpopulação carcerária ea gente sabe que grande parte do crescimento da população carcerária não só no rio como em são paulo e em outros estados têm a ver com um maior número de pessoas presas por tráfico de drogas policiais prenderam uma quadrilha que abastecia o tráfico de drogas no sul do brasil a polícia de são paulo prendeu 36 pessoas da polícia prendeu uma quadrilha
que traficavam drogas policiais prenderam traficantes que vendiam drogas ea polícia federal prendeu esta manhã a polícia prendeu hoje no rio a polícia prendeu ontem prendeu prendeu o prendeu a lei é muito clara a lei diz que a pena privativa de liberdade deve ser usada naqueles casos de crimes com violência né de tremez em que há um risco à vida se essa legislação realmente fosse cumprida pelos juízes a gente tinha o número infinitamente menor de pessoas presas acusadas de tráfico de drogas [Música] é [Música] na prática essa distinção nos casos cinzentos e os casos nebulosos fica
é a critério do policial militar que está fazendo policiamento ostensivo e as demais instituições polícia civil ministério público poder judiciário acabam indo a reboque daquilo que veio capitulado por parte da das autoridades policiais a gente não pode esquecer que o diário no brasil é um grande punição é é um funil que tem entrada é gigantesca e uma saída diminuta nós prendemos uma quantidade enorme de pessoas que ao fim ao cabo vão ser julgados inocentes ou não receber uma pena diferente da pena de prisão então você tem milhares de pessoas que estão presas injustamente e claro
que quando elas são eventualmente inocentadas elas não têm nem é conhecimento suficiente para acionar por exemplo a defensoria pública já que essa pessoa seja compensada pelo tempo que o estado lhe tomou a velocidade com que se prende é maior do que a velocidade com que se disponibiliza vagas principalmente aqui em são paulo que a média de aprisionamento aqui em são paulo é muito maior do que a média do brasil não estou dizendo que prende ruim discordo dó de quem afirma que são paulo o brasil pretende o brasil aprende quem comete crime que praticou o fato
típico antijurídico e culpável está sujeito a aas e sancionado pelo poder judiciário aí ele vai à comunidade prisional antigamente era ok só fica presa ou era liberar ativos olha hoje temos várias hipóteses alternativas à prisão domiciliar o monitoramento eletrônico recolha do passaporte avaliou vários povos juiz em vez de prender eu tenho 11 hipótese aqui 11 9 não importa todos cantando mais nove pontos pra você não percebe a surpresa então use a prisão como o seu último recurso página número de presos aumentou a questão da população carcerária que um país tem não é esse o problema
o problema que eu vejo é com desprezo nós temos é o que nós fazemos com esses presos nós precisamos criar ambientes de disciplina precisamos que os presos têm uma ocupação e trabalha oito horas por dia estudando e também então a questão é quantos presos nós temos nós temos os presos que nós merecemos ter o nosso nós é um momento histórico nos permite né nós temos é que saber o que fazer com ele o que nós estamos fazendo fizemos historicamente os preços são muito pouco [Música] já o real a necessidade de um sistema prisional é principalmente
do estado brasileiro é que aqui a gente não tem nem à prisão perpétua nem pena de morte então a gente sabe que o preso vai um dia retornar ao convívio social e de que maneira que nós queremos que ele retorne ao nosso convívio se é de uma maneira mais violenta daquele entrou a gente está no caminho certo bem se a resposta do poder executivo ao problema da superlotação que é uma consequência do problema do super encarceramento foram de criação de mais vagas é a tendência é que você criando mais vagas aumentará a população carcerária o
que é uma vaga né qual o conceito de vaga o que significa uma vaga uma vaga não é um espaço um só compulsão uma vaga não é uma cama no canto isso é uma vaga uma vaga gera mais demanda de comida mais demanda de saúde mas demanda de água mas negam demanda jurídica mais demanda da sede social do psicólogo psiquiatra mais demanda no espeto tentam uma vaga com é um conceito é complexo vai muito além do concreto ou não com o som a gente fala de revitalização não existe né é uma sempre foi um mito
que foi criado para ficar uma pena reabilitadora uma pena medicinal uma pena humanizada que nunca foi na verdade né o que se tem hoje em dia que a pessoa entra no mandarim funcional e via de regra é disponibilizado ao invés de responsabilizado né eu não sei cara às vezes assim de verdades os eu sou o cara cidadãos ou preso e eu vivo entre a coragem ao vivo entre o medo eu fico transitando o tempo todo nessa questão da identidade das pessoas que passam projeto de custódia que foram presas hoje está na frente do juiz amanhã
estão soltas muitos de retorno é máxima de 1% ou 2% ele demonstra que uma pessoa só não ingressar no castelli ela não vai ter a reincidência criminal agora ela passa pelo cárcere celas neta numa rotina de um osso forçado absurdo em que não se faz absolutamente nada o dia inteiro porque se fala que o prêmio escola do crime porque o ócio forçado né gera essa é a questão o porquê o motivo disso tudo não tem outra o fato da prisão o dano da prisão esse problema é assim a sociedade se debruça na prisão como se
fosse a única solução para todos os problemas sociais muito pelo contrário foi criada para solucionar mas na verdade sua funcionalidade é para trazer mais danos para a sociedade [Música] é [Música]