Você sabia que a maior fronteira terrestre da França é o seu limite com o Brasil? Essa divisa liga a Amazônia a União Europeia. A Guiana Francesa não é um país independente, mas sim um território ultramarino da França, onde as leis, a moeda e até o passaporte seguem padrãos europeus.
Um destino muito falado, mas pouco visitado por brasileiros. Por aqui é fácil ouvir o francês e o euro circula por todos os cantos. Estamos falando de Oiapoque, cidade onde o português e o francês convivem no dia a dia.
Canoas cruzam o rio conectando os dois lados e a economia local cresce com a produção de cacau e o comércio. Um episódio onde o rio Oiapok é companhia constante e guarda consigo belíssimas paisagens naturais. Suas águas cortam paisagens impressionantes, conectam culturas e fazem desse lugar um dos cenários mais fascinantes da fronteira brasileira.
Eu sou Mateus Boa Sorte. A partir de agora eu convido você a viajar comigo, sem nem levantar do sofá da sua sala. [Música] Boa sorte, viajante.
Boa sorte viajante. Nosso destino do dia é Oiapok no Amapá, distante 578 km da capital do estado Macapá. [Música] [Aplausos] A BR156 é a obra federal mais antiga do Brasil.
Foi iniciada em 1932 e até hoje segue inacabada. [Música] Cortando o estado de norte a sul, a estrada é um retrato da burocracia e de promessas que são sempre renovadas, mas não saem do [Música] papel. O asfalto aparece e desaparece, dando lugar a lamaçais e buracos que transformam a viagem em um verdadeiro teste de paciência.
No inverno amazônico, trechos inteiros ficam intrafegáveis. Após 92 anos, a rodovia segue sem ser concluída. Um desafio diário para quem precisa cruzar o Amapá.
[Música] De Macapá até o Oiapoc são cerca de 8 horas de viagem. Quando faltavam 158 km pro nosso destino, nós ganhamos a companhia dessas estradas não pavimentadas que tem pontes emblemáticas de madeira como essas. A noite já tá caindo, alguns outros carros na estrada e daqui a pouquinho a gente chega para mostrar esse destino curioso do nosso Brasil.
[Música] Ao andar pelas ruas de Oiapok, é fácil perceber o quanto a Guiana Francesa e a França influenciam a cidade. O francês se mistura ao português nas placas das lojas e nos muros, enquanto o comércio gira em torno dos vizinhos que cruzam a fronteira para comprar do lado de cá. Prova disso são os muitos carros com placas estrangeiras.
Churrascarias são comuns. Afinal, para quem paga em euro, um rodízio de carne no Brasil sai bem barato. Até mesmo o peixe pescado no mesmo rio que divide as duas nações, do lado brasileiro custa menos.
A gasolina foi uma das mais caras que eu já vi no dia da gravação, em novembro de 2024, custava R$ 7,41 o litro. Pouco mais de 27. 000 pessoas vivem aqui no Aapoc.
A área territorial do município é bastante grande. São mais de 22. 600 km².
Só para você ter uma ideia, isso é maior do que todo o estado de [Música] [Aplausos] [Música] Sergipe. Ao andar pelas ruas e conversar com as pessoas, não será difícil encontrar moradores que declaram todo o seu amor em viver por aqui. A vida do Iapoca é tranquila.
Cidade Pacata, Ar Puro ainda e e o comércio bastante diversificado e com presenças eh constante de turistas na cidade. Então é uma é uma cidade muito interessante de viver, né, e de novas descobertas todo tempo. Pessoas de vários lugares do Brasil, do mundo vem aqui.
tá uma cidade todo tempo movimentada, então é muito bom viver no [Música] Eapoc. Essa é uma fronteira bastante inusitada do nosso Brasil. Como eu já comentei na abertura do nosso episódio, o maior vizinho da França é o nosso país.
Bastam 5 minutos pelo Rio e desembarcamos em um território que faz parte da União Europeia. Em termos práticos de comparação, a Guiana Francesa está para a França, assim como o Amapá está para o Brasil, por mais que no caso deles, sejam um estado ultramarino fora do continente europeu. O Amapá é um gigante ainda pouco falado no Brasil.
Com mais de 142. 000 1000 km qu tem uma das menores populações do país, pouco mais de 800. 000 habitantes.
Grande parte do território é coberto por floresta, rios e áreas protegidas, o que reforça seu isolamento. Com poucas estradas e acesso limitado, o estado guarda riquezas naturais e culturais, ainda pouco exploradas pelo restante do Brasil. E isso historicamente fez com que a ligação com o território francês fosse bastante acentuada.
O que pouca gente sabe é que para que essa região chegasse na atual consolidação de fronteira, por aqui foram vividos vários conflitos e até mesmo uma pequena guerra. Aqui na região das Guianas são cinco territórios. A Guiana espanhola se tornou parte da Venezuela.
A Guiana Portuguesa parte do Brasil no atual amapá. A Guiana inglesa virou apenas Guiana. A holandesa é o atual surinami e apenas a francesa segue de forma não [Música] independente.
Acontece que por muito tempo os nossos vizinhos acharam que a real fronteira não era o rio Oiapok e sim um outro mais ao sul. Foram anos e mais anos de discussões e até uma guerra conhecida como conflito do Amapá, que aconteceu entre 1895 e 1900, quando franceses tentaram ocupar terras brasileiras no atual Amapá. O Brasil respondeu militarmente, expulsando os invasores e consolidando a região como território nacional.
O problema foi resolvido em 1900 com uma decisão de uma corte arbitral na Suíça que deu ganho de causa ao Brasil. [Música] Os tempos atuais, entretanto, são de paz. Apesar dessa ser fronteira mais restritiva do nosso país, onde para se adentrar no território vizinho é preciso de um visto, muitos brasileiros se aventuram a viver em terras guianenses.
Segundo dados do Itamarati, cerca de 91. 500 500 brasileiros vivem na Guiana entre legais e ilegais. Para você entender a relevância desse número, representa aproximadamente 30% da população da Guiana, que é de pouco mais de 300.
000 1 habitantes. Hoje, esse estado vizinho já é o démo território no mundo que mais abriga brasileiros à frente da Argentina, do Chile, do Uruguai e do que a própria França. Do nosso lado, o destaque é o comércio.
Pelo custo benefício, quem está do lado da Guiana viaja até o Oiapoc para garantir produtos mais baratos. Isso porque os preços na França ultramarina são muito mais altos devido aos impostos e ao custo de importação. Itens básicos como comida e eletrodomésticos podem custar o dobro do valor praticado no Brasil.
a Guiana Francesa ela fechasse aquela barreira ali, aí o Iapoque sofria em questão da economia, porque eh o turista brasileiro, ele não vem pro IAPOC para deixar renda. Agora o europeu vem, vem de Paris, Guiana, Guiana vem para cá. Eles venham diretamente aqui com a gente, sempre degustar da nossa comida, do nossa caipirinha que eles usam, a o nosso povo, a nossa vegetação, a nossa natureza, conhecer um pouquinho o Iapoque em si.
Então hoje o IAPOC depende desse desse dinheiro. O IAPOC hoje ele depende 99%, eu acredito 99%, principalmente nós que trabalhamos com turismo. [Música] Um outro lugar que mescla um tom de curiosidade com outro de polêmica é a ponte binacional que liga os dois países.
Nossas pesquisas apontam diferentes valores referentes ao seu custo. O mais aceito é cerca de R 130 milhões de reais que foram pagos, metade pelo governo brasileiro, metade pelo governo [Música] francês. Apesar da divisão de custos, o uso para ambas nacionalidades seguem rumos bem [Música] diferentes.
O projeto dessa ponte foi anunciado em 1997, mas as obras só começaram em 2008. Demorou 3 anos para ficar pronto em 2011. Só que daí até 2017 nenhum carro passou por essa ponte.
Isso porque os controles de fiscalização de fronteira, tanto do lado guianse quanto do lado brasileiro, não estavam prontos. Agora aqui tem uma grande particularidade. Você vai ver muitos carros da Guiana Francesa cruzando pro lado brasileiro, mas praticamente não vai ver veículos brasileiros cruzando pro lado da Guiana Francesa, porque eles não precisam de visto para entrar no nosso país e nem pagam nenhum tipo de taxa.
Já os brasileiros têm que entrar com um visto que custa 60€ além de uma espécie de seguro, uma taxa para entrar com o seu veículo que custa a partir de 95€. Faça a conversão aí, não é barato. E é por isso que os catraeiros com as suas canoas continuam no vai e vem do rio, levando e trazendo pessoas pro lado francês.
[Música] [Aplausos] [Música] Para entender ainda mais sobre a relação de quem vive dos dois lados do rio, viemos até Vila Vitória, distrito de Oiapoque, que fica Fica a cerca de 500 m da cidade de São Jorge, do lado francês. Um lugar pequeno, mas movimentado, posto de gasolina, supermercado e algumas lojas fazem parte da paisagem urbana. O movimento é acentuado, pois é aqui que se localiza o principal ponto de travessia dos canoeiros.
[Música] Bom, vamos entrar aqui agora em uma dessas embarcações. Esses são os famosos catraieiros. Uma travessia que custa em média 4€ negociado aqui no atacado, né?
Três pessoas, 2,50 para ir, 2,50 para voltar, algo em torno de R$ 30 no total. Uma viagenzinha curta. A França tá logo ali e a gente vai se aproximar para ver de perto um pouco das características do lugar.
Essa é a rotina de quem vive entre os dois países. No vai e vem das embarcações. O cotidiano da vida de tantos e tantos é escrito na Companhia do Rio.
A obtenção do visto é parte necessária para se adentrar no território da Guiana Francesa. Acontece que aqui em São Jorge há uma espécie de acordo de cavalheiros entre o povo do Oiapque para que brasileiros possam comprar mercadorias e trabalhar no lado francês retornando para casa. Isso, claro, obedecendo a algum tipo de de área, não permeando mais do que algumas pessoas me disseram, 200 m da margem do rio.
Não tá previsto em lei, mas é algo que é comumente praticado na relação dessas cidades, que já tem uma troca cultural entre os povos muito antes de se haver uma consolidação fronteiriça. Isso faz parte do cotidiano e esses catraeiros ganham a vida sim, levando e trazendo pessoas durante todo o [Música] dia. Do lado francês, o movimento do comércio também é forte.
A cidade é pequena, mas organizada. São aproximados 3. 000 habitantes que vivem a 189 km de Caena, capital do estado que tem jeito de nação.
Uma bonita igreja ganha protagonismo na paisagem urbana, assim como o prédio da prefeitura e algumas construções de perfil histórico bastante diferentes do que vimos nos lados brasileiros. [Música] Um povo que, apesar das fronteiras e suas restrições, segue firme no objetivo de manter uma boa relação entre si. Isso aqui é é histórico, né?
a essa relação de dos povos, inclusive a gente chama de po povo irmão, tanto aqueles que moram lá no lado francês quanto lá aqui. Isso aqui no contexto histórico. Então não tinha divisão, não tinha praticamente a a os limites fronteiriços era só no documento tudo, mas eh a aquilo o físico mesmo praticamente não existia, porque a gente participava dos eventos culturais de lá, eles participamos aqui.
Eu tô falando isso aqui no nossos antepassados, mas eh depois com o tempo foi havendo a um o a as barreiras, né, a metrópole, né, a França em si já foi que colocando essas essas barreiras, essas condições, tudinho. E isso chocou muito nós aqui, quanto os moradores de São Jorge, que eles não querem essa essa divisão, eles querem manter esse mesmo laço de amizade, de de proximidade dessas relações culturais do Dino entre os dois povos. A Guiana Francesa é uma nação pequena, territorialmente tem 83.
000 1000 km qu e uma população de 301. 000 pessoas. Sua moeda oficial é o euro.
Quem vive aqui possui passaporte europeu e o regimento das leis é o mesmo da França. É um dos pontos mais desconhecidos da América do Sul. O isolamento se dá principalmente por conta da geografia e da logística.
Na capital, os poucos voos disponíveis fazem ligação com apenas quatro cidades do mundo. Grande parte de sua área é ocupada por uma região densa e isolada da floresta amazônica. [Música] A Guiana francesa é o único território ultramarino da França na América do Sul e tem grande valor estratégico.
Além da base espacial de Currô, que gera bilhões de euros, a região é rica em recursos naturais como ouro e balchita. Mas acima de tudo, a Guiana garante presença europeia no continente e mantém um importante ponto geopolítico para a França. O salário mínimo na Guiana Francesa segue o padrão da França.
Na altura dessa reportagem gravada em novembro de 2024, é de aproximadamente R700 €. Considerando que 1 € está aproximadamente R$ 6, nós estamos falando de um salário mínimo de mais de R$ 10. 000.
E é isso que faz com que muitos dos nossos compatriotas queiram trabalhar do lado de lá para ganhar sete vezes o que ganhariam aqui no nosso Brasil. Esse sonho do brasileiro de viver lá tem outra coisa interessante que é a necessidade, entre boas aspas, do Guianense comprar aqui no Brasil. Carne é muito mais barato, itens do dia a dia do supermercado é muito mais barato.
Você imagina que ele ganha 1700 € pega 200 € vem aqui pro Brasil fazer a sua feira do mês e ele vai ter aí aproximadamente R$. 200, que sim, compra bastante coisa. Então, poder de compra muito maior.
Uma analogia é que o brasileiro sonha em ter o salário da Guiana Francesa e quem vive lá queria muito ter os preços que paga aqui no Brasil, no seu território. É um intercâmbio e um intercâmbio curioso desse norte do nosso [Música] país. O meu livro Matuto Poeta Histórias Rimadas no Sertão está novamente disponível.
Ele foi lançado em 2017, se esgotou em 2020, mas a gente conseguiu agora um novo lote com a editora. E você pode comprar em duas versões, na digital, que recebe imediatamente no seu e-mail, ou a versão impressa, a versão física que recebe em qualquer lugar do Brasil. O frete é por nossa conta e também vai aí com a minha assinatura.
Nesse livro algumas crônicas muito interessantes sobre a minha maneira de ver a vida e poesias que ficaram eternizadas dos meus tempos de SBT. onde essas poesias faziam parte das reportagens lá nos programas. O QR code tá aparecendo na sua tela, o link está na descrição e comprando esse livro você colabora e colabora muito para que o Boa Sorte Viajante siga desbravando esse nosso Brasil.
Matuto Poeta Histórias Rimadas no Sertão, vai ser uma honra fazer companhia a você com essa [Música] leitura. Olhares atentos para os detalhes da natureza local. Depois de conhecer muita da história e da cultura da região, chegou a hora de visitar um dos principais atrativos turísticos de Oiapoc.
O rio Oiapoque tem cerca de 400 km de extensão e nasce na serra do Tumucumak, desaguando no Oceano Atlântico. Além de marcar a fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa, é fundamental para transporte, pesca, abastecimento das comunidades ribeirinhas e apresenta um interessante potencial turístico, ainda pouco explorado. Quem vê o Iapó vai conhecer a cultura local, principalmente a cultura indígena, que é muito forte aqui na região, mas o a vocação mesmo do turismo aqui no IAP, que é o ecoturismo, turismo de natureza.
São várias eh atividades que são realizadas aqui eh aproveitando a natureza. Mas o o principal também a atração é que o Iapoca ele está dentro da de parques eh federais, né, que são o parque do Caborange e o Parque do Tumucumac, que com grande diversidade da fauna e flora local, que atrai bastante turistas aqui na região, principalmente o francês. [Música] Floresta de um lado, floresta do outro.
E aqui a Companhia das águas do rio Oiapoque, águas escuras. Mas o rio passa dividindo duas realidades, duas culturas, dois idiomas, duas moedas. Isso mostra o quanto o nosso Brasil é gigante, uma região pouco habitada do nosso país e que tem logo ali do outro lado a companhia de uma União Europeia que na geografia tá lá do outro lado do oceano, mas que tem seu pezinho na América do Sul.
[Música] Natureza tão cheia de detalhes, paisagens que ganham o coração de quem vê e um rio farto e muito representativo aos que vivem [Música] aqui. Então, da onde eu tiro o meu sustento? do rio.
Então o rio para mim é a minha poupança. Tá tudo aqui. Eu aqui eu eu pego o meu peixe.
Aqui eu pego eh trago o cliente para tomar banho nessa cachorinha. Agora, por exemplo, logo mais cedo, eu tava aí, ó. Eu tava tomando banho bem aqui, ó, nesse pedaço aí.
Então, eu trago as pessoas para conhecer essa parte, faz uma hidromassagem. [Música] A força das águas aqui impressiona. A cachoeira Grã Rochê, também conhecida como Maripá, é um espetáculo da natureza.
Em suas mais diversas formas e com seus mais variados jeitos, ela encanta quem vê. [Aplausos] [Música] Diariamente são muitos os visitantes, principalmente franceses, que dedicam parte do seu dia para passear pela [Música] [Aplausos] região. Nós temos um um turismo no Yapoque muito do lado francês, os turistas mais franceses que vêm para cá e eles procuram isso aqui, ó, a fauna, a flora, eh conhecer essa parte aqui da cachoeira.
É isso que eles buscam. E a gente tá aqui para mostrar para eles. Hoje eu me sinto assim, eh, muito feliz, cara.
É, é incrível isso aqui tudo para mim. E eu faço isso aqui todos os dias. E se eu sempre falo pra minha esposa que se eu pudesse voltar numa outra vida, eu queria voltar nessa mesma vida para fazer isso aqui que eu faço.
Ao lado da cachoeira está acontecendo a construção da pequena central hidrelétrica Salto Cafezoca, que tem como objetivo principal contribuir para o abastecimento energético do município do Oiapoc e oferecer uma outra fonte de energia, além da gerada atualmente através de termoelétrica. Genival fez questão de nos mostrar uma outra curiosidade local, a flor da mamorana, árvore nativa da região [Música] amazônica. E aí geralmente eu faço isso com eu faço com os casais, né?
E daí eu falo para eles, eu faço essa viagem toda e depois no final quando a gente tá dentro da canoa, eu digo para ele, eu chamo o marido, chamo a mulher. Eu eu às vezes são vários casais, mas eu eu escolho um casal e do nada assim muitas vezes coincide de ser as pessoas que estão querendo se separar. Eu mando ele pegar a mão da esposa dele assim.
Segura aí, segura aqui assim. Claro que eu faço isso com a mulher, né? Eu faço isso com a mulher, o marido faz com a esposa.
Aí eu falo assim, ó. Aí você faz isso aqui, ó. Rapaz, que negócio bacana, rapaz.
Sensacional, viu? Como é que chama isso aqui? Se é a flor da mamorana.
Flor da mamorana é o fruto tupi guaraninha. Quer dizer o fruto que parece com uma mão, rapaz. Incrível, viu?
Nunca vi nada parecido. Bonito demais. Todos que você for fazer isso aí vai dar, vai dar isso aqui.
E a gente tem um Você já faz uma ciênciazinha aí antes daí, né? Pega aqui, rapaz. Espetacular, viu?
Como a natureza é brilhante, né? Incrível. Muito legal mesmo.
Interessantíssimo. Uma curiosidade. Agora isso aqui não se come não?
Sim. Você pode comer isso aqui, ó. Isso aqui, ó.
Essa parte branca aqui, ó. Muito gostoso. Tem um é um pouco.
Deixa eu tirar aqui pr tu. Tudo isso eu faço eles provarem. Pode comer essa parte branca.
Era meia docezinho. Enfim, tem um doce assim tipo palmito, alguma coisa assim. É interessante.
Gostoso. Gostei. Flor da mamorana.
[Música] Visitando Oiapque, nossa sugestão de hospedagem é o hotel La Vila Morena, que oferece uma experiência bastante especial com conforto, hospitalidade, boa localização e estrutura completa de lazer. [Música] Os contatos estão aparecendo na sua tela. Indo em Oiac, a sua melhor opção é o hotel Lavira Morena.
[Música] O cacau tem origem nos trópicos da América do Sul, região amazônica, e foi cultivado há mais de 3. 000 anos por maias e astecas. Para eles era sagrado e usado como bebida e [Música] moeda.
Hoje o cacau amazônico se destaca pela qualidade e pelo cultivo sustentável valorizado no mercado mundial. Pequenos produtores investem no manejo agroflorestal, que mantém a floresta em pé e garante renda. Além do chocolate, suas amêndoas originam subprodutos como a manteiga e o NIB.
Esse modelo de produção reforça que é possível aliar preservação ambiental e desenvolvimento econômico na Amazônia. Aqui no Oiapóque, uma família local resolveu apostar na vocação natural que a região tem para o cultivo e passou a dedicar sua rotina à fabricação de chocolates. Um jeito inteligente de agregar valor ao fruto, gerar emprego e valorizar a família de pequenos produtores rurais.
Bom, nasce na minha terra infância, né, que eu nasci lá no Caciporé, aonde nós produzimos o cacau de floresta de váia, a região onde produz. E com o longo, com o passado tempo, devido a esse conhecimento, já agora em 2015, nós resolvemos fazer alguma coisa para que e esse cacau fosse conhecido. Lá na Vila Velha do Caciporé existe comunidades tradicionais ribeirinhas que há muito tempo trabalhavam lá e trabalham com a agricultura familiar.
Eles produzem eh melancia, banana, açaí e durante o período do do cacau, eles tiravam o cacau e faziam daquela forma artesanal, faziam as barras eh rústicas e vendiam nas feiras. E nós achávamos que poderíamos eh agregar mais valores para que aquela comunidade pudesse eh usufruir desse produto eh fortalecendo a bioeconomia local. O cacau de vársia da floresta do rio Cciporé é diferenciado por conta do solo fértil com muita umidade.
Depois de colhido, ainda na beira do rio, começa o processo de fermentação e secagem. Quando chega aqui na fábrica, é confeccionado através de uma equipe dedicada e apaixonada pelo que faz. Um produto puro que leva o sabor autêntico da região para longe.
O diferencial é que e a gente fala de onde vem e você tá eh com o consumindo um cacau puro com todas as suas características, toda a sua originalidade. E aí nós temos essa linha, como eu falei, essa linha é bitar, que é um um um conceito hoje de de chocolate que é uma um produto saudável, né, uma linha saudável e que é muito bem aceito pela pelas comunidades eh eh europeias, pelos pelos estrangeiros, pelos franceses. Como nós estamos numa numa fronteira, a gente aproveita para vender para eles, porque eles gostam desse dessa linha.
[Música] Chocolates dos mais diversos, cacau com sabor da Amazônia e tudo isso aqui onde começa o Brasil. Algumas das opções, ó, 50% com Nibes de cacau, 60% com Kumaru, que é uma semente muito aromática aqui da Amazônia. Dizem que a baunilha da Amazônia a gente tem 70%, 81.
Eu já tô de casa. Vou experimentar esse aqui de 60% com cumaru. Eu que sou intolerante à lactose, isso aqui não vai leite, é só mesmo é um adoçante natural, um açúcar orgânico e o cacau.
Esse aqui é extremamente saboroso. O comumarudos que eu comi foi realmente o que eu mais gostei. Bastante interessante.
Aí você tem aqui alfajor com doce de leite, com brigadeiro. Várias opções aqui. o próprio Nibs também do cacau, amêndoazinha ali triturada.
Muito interessante, muito curioso e muito bacana para que você vindo a essa região do Brasil não deixe de fazer uma visita e conhecer um pouco do que tá sendo produzido aqui e com a um turismo de base comunitária, mostrando também e o trabalho que as comunidades fazem, refletindo isso na economia local. Super interessante, super indicado para você. E só para te lembrar que o livro Matuto Poeta, Histórias Rimadas no Sertão está novamente disponível para compra.
O link tá aparecendo na sua tela através do QRCode também na descrição do nosso vídeo. E comprando você de quebra ajuda o Boa Sorte Viajante a seguir pelo Brasil contando as histórias da nossa [Música] gente. Olha a PO que não é só o fim do Brasil, é também o começo de muita coisa.
De um lado, um país imenso. De outro, um pedaço da França fincado na Amazônia. No meio disso, a mistura de línguas, costumes e histórias.
O cacau cresce na sombra da floresta. O rio Oiapok corre carregado de segredos. E o Gran Rochê, um paraíso da natureza local, parece viver dançando em corredeiras que encantam e desafiam.
Aqui a fronteira é só um detalhe, porque acima de linhas da geografia pulsa o cotidiano de uma gente irmã para além de qualquer [Música] barreira. Se você assistiu esse vídeo até aqui, escreva nos comentários primeira fronteira pra gente saber que curtiu o nosso trabalho. Isso ajuda bastante na divulgação do canal.
[Música] [Aplausos] [Música] Boa sorte viajante. No próximo episódio, seguimos pelo Amapá e chegamos a Calsoen, terra de histórias e mistérios. Vamos conhecer a antiga comunidade do Kunani, que já foi uma república independente, explorar a beleza selvagem da praia do goiabal e desvendar os segredos do Parque Arqueológico do Solstício.
E para fechar com sabor, um peixe na brasa preparado por um pescador local. Um episódio com natureza, cultura e tradição. Aproveite para se inscrever aqui no canal e acompanhar as reportagens que o Boa Sorte Viajante prepara toda semana.
Eu sou o Mateus Boa Sorte e esse foi o nosso programa de hoje. Que o nosso bom Deus abençoe sempre a sua caminhada. Um abraço.