Complexo Materno — Por que tantas pessoas são psicologicamente infantis?

este talvez será o maior vídeo do canal até agora mas o conteúdo que eu vou abordar nele requer mesmo um pouco mais de tempo e também se trata de um tema delicado e bastante discutido então peço que você preste atenção agora bom ao contrário do adulto a criança não tem a capacidade de duvidar de si mesma ou questionar suas motivações emoções ações e desejos a ausência de tal conflito interno é o motivo pelo qual o estágio de consciência da infância tem sido retratado entre as culturas como uma espécie de consciência paradisíaca o início da adolescência

marca o fim do estágio infantil da vida e o início do que Jung chama de estágio da Juventude nesse estágio da Juventude o ego que é o centro de controle consciente da nossa psique se fortalece pela primeira vez Então ele cria uma fenda na psique entre as camadas conscientes e inconsciente no entanto apesar do Ego ser consciente nesse estágio o ego do Adolescente ainda é instável e grande de parte das pulsões inconscientes o dominam esse antagonismo entre as intenções conscientes do Adolescente e seus impulsos e instintos inconscientes manifestam dúvida hesitação confusão e muitas vezes um

intenso conflito interno é justamente este conflito interno que causa uma divisão na personalidade de um lado existe uma força que nos impele em direção à maturidade a independência e a enfrentar os perigos da vida mas do outro lado há uma força que nos motiva a se apegar a segurança e a dependência que uma mãe nos proporcionou quando éramos crianças há uma certa nostalgia pelos Prazeres da infância quando uma pessoa luta para amadurecer além do nível adolescente mas se vê paralisada diante dos obstáculos da vida com um forte Impulso em regredir para um estágio infantil livre

de problemas e de escolhas que implicam compromissos ela pode está sendo consumida inconscientemente por um complexo materno que a psicologia analítica chama de de puer eternos o puer eternos aparece no poema metamorfoses de Ovídeo escrito no primeiro século e faz menção ao deus grego Dionísio que também é conhecido como o Deus criança Dionísio simboliza a insaciabilidade e a intemperança Ou seja a falta de moderação daí o nome Deus Criança pois as crianças são desmedidas por natureza ou elas amam ou elas odeiam com todo o seu ser Dionísio sempre foi representado ao lado das figuras mitológicas

meio homens meio animais simbolizando tanto o primitivismo dos desejos indisciplinados como a libertação de qualquer inibição então o pu eternos portanto significa a eterna Juventude psicologicamente falando ele é um arquétipo Isto é é um padrão de comportamento primordial da psique humana que se identifica com a vida infantil ou quer regredir a ela ele é mais popularmente conhecido como síndrome do Peter Pan bom quem falou muito sobre isso foi A Terapeuta analítica Marie Luis Von France e ela explica esse arquétipo no seu livro eternos pessoas identificadas com esse arquétipo encontram grandes dificuldades de adaptação social em

geral se sentem especiais sem achar motivos para se adaptar mas ao contrário pensam que os outros é que precisam se adaptar a elas além disso eles assumem uma espécie de vida provisória Isto é há sempre Para eles um mas que não os deixam se comprometer com nada há sempre a fantasia de que em algum momento no futuro a coisa certa vai aparecer para eles as oportunidades que se lhe apresentam nunca são aquilo que procuravam o trabalho nunca é aquilo que eles queriam o relacionamento com alguém nunca é aquilo que eles esperavam isso leva a uma

paralisação da vida pois troca a ação por potencialidades ou seja se algo se apresenta melhor sempre em pensamento do que na realidade o pu eterno sempre vai ter uma tentação em adiar ou até mesmo nunca tentar nada pois tem medo de se decepcionar com os resultados que ele visualizou com perfeição na cabeça dele esse estado de aliamento da vida o torna sonolento indiferente e aqu quem das suas próprias circunstâncias a sua vida é vazia por fora mas é extremamente fantasiosa por dentro bom então primeiro eu vou comentar sobre as manifestações do pur eternos no homem

e depois a mulher a origem do pur eternos na psique do homem pode ser encontrada a partir do complexo Materno em contraste com outros animais que chegam neste mundo com um certo grau de autonomia o primeiro ano da vida de um ser humano é passado em um estado prolongado de dependência com a mãe no primeiro ano de vida pode-se dizer que o bebê ele está contido psicologicamente na mãe da perspectiva do bebê a mãe aparece simbolicamente como a grande mãe ela é o Mundo da Criança é a provedora de amor segurança calor proteção e Nutrição

após o primeiro ano de vida a crescente consciência da criança de si mesma como separada da mãe juntamente com o aumento na mobilidade física marca aí sim o estágio em que se espera que a criança desenvolva sua autonomia e identidade embora meninas e meninos experimentem as dores do crescimento associadas a esse estágio de desenvolvimento é um estágio que pode ser especialmente difícil para os meninos Pois Enquanto a imersão psicológica anterior da menina na mãe serve para promover sua identidade feminina o menino para atingir uma identidade masculina ele deve se libertar da sua identificação com a

mãe e buscar o senso de alteridade no pai isto é ele deve buscar a diferenciação através de um outro para se libertar da simbi com a mãe isso que é a alteridade e é justamente o pai ou a figura paterna mais próxima dele que lhe fornecerá a identificação masculina geralmente o complexo materno surge num menino quando ele não teve um pai presente ou uma figura masculina que lhe servisse de identificação quando uma mãe cria um filho sozinho geralmente ela também precisa assumir o papel que o pai faria a falta de um suporte emocional que o

pai daria a mãe se ele estivesse com ela pode criar nela um vazio emocional esperando que o o filho possa preencher dessa forma a mãe pode se apegar de forma excessiva à criança quando isso acontece a grande mãe então passa se tornar o que a psicologia analítica chama de mãe devoradora a mãe devoradora é aquela que apesar de ter as melhores intenções né de querer o melhor pro filho dela questiona todas as ações dele coloca a dúvida em sua cabeça a ponto dele não conseguir fazer mais o que ele estaria prestes a fazer inconscientemente a

mãe devoradora não quer se separar do filho a parce que o filho Apresenta pra mãe por exemplo nunca é a ideal sempre acha que as viagens que o filho faz são muito perigosas nunca acha que o filho deve levar uma dificuldade adiante se a criança for muito medrosa começará sim realmente a ter dúvidas e acabará perdendo o entusiasmo nas coisas e pela vida a criança então passa a enxergar a mãe como um lobo mal dos contos de fada que possui a ânsia de comer que faz tudo para saciar sua fome a mãe devoradora também tem

um paralelo com a figura da Baba iaga é uma bruxa do folclore Russo a babayaga sempre faz perguntas que podem ou ajudar ou confundir aqueles que a encontram sobre as suas decisões mas acaba mais os confundindo mesmo porque são geralmente crianças que ela confronta o menino então se sente indefeso porque passa a enxergar a mãe como uma criatura onipotente que tem o poder de cercear suas escolhas Isto é de impedir suas escolhas esse pode ser o motivo de alguns homens em querer levar uma vida pseudointelectual isto é uma tendência em discutir de forma extremamente racional

e sem qualquer criatividade sobre assuntos mais elevados Na tentativa de salvarem a sua masculinidade e fugir do domínio da mãe já que ela não conseguiria acompanhar suas ideias agora no que se refere às mulheres Jung no seu livro Os arquétipos e o inconsciente coletivo explica que na mulher uma mãe devoradora pode provocar na filha uma intensificação do desejo Maternal Isto é ela se entrega a tal ponto aos outros querendo cuidar e suprir todas as necessidades que se revolta interiormente quando alguém não quer os seus cuidados outra manifestação que a mãe devoradora pode causar na filha

é não uma intensificação do desejo Maternal mas o desejo de se sentir desejada a filha passa a ter uma certa inveja da mãe o que faz com que ela projete o seu desejo de sabotá-lo através dos seus relacionamentos com outros homens uma mulher desse tipo gosta de relações apaixonantes e da sensação de se sentir desejada pelas outras pessoas somente pelo sentimento em si mesmo quando cons atingir esse sentimento ela pode quebrar a relação que tem e partir para uma nova relação vivendo esse Loop Infinito outro tipo de atitude que pode ser provocada na mulher é

uma identificação com a mãe e um bloqueio da própria iniciativa feminina tudo que nela lembra maternidade por exemplo vínculo pessoal e necessidade de afeto suscita sentimento de inferioridade fazendo com que fujam das situações que se vinculam a sistemas é como se tudo aquilo que a mãe vive fosse inatingível para elas ou causasse um certo medo em defesa então a mulher contenta-se em depender da mãe se tornam de tal modo tão vazias que faz com que as pessoas enxerguem nelas o que elas bem entenderem sendo facilmente manipuláveis agora falando de forma mais Ampla ao recuar paraas

Suas Fantasias a atenção do pur eterno se fixa em possibilidades e sua vida consiste em pular de uma perspectiva para outra ele se envolve no que a Mario Luis Von France chama de troca eterna ele brinca interiormente com as mil possibilidades da vida mas nunca se estabelece em uma única sequer por tempo suficiente para alcançar o sucesso o pur eternos usa suas Memórias idílicas da Infância e da mãe como os padrões pelos quais ele julga o valor da existência e assim inevitavelmente ele se encontra afligido por uma fixação compulsiva em falhas ele sempre parece ter

uma desculpa sobre o porquê de situação à sua frente seja uma vocação carreira ou um relacionamento nunca ser exatamente AC certa ele sempre tem uma desculpa para isso o complexo materno do pur eterno em outras palavras o transformou em um Idealista mal adaptado ao mundo real e a sua fixação com o ideal está custando a sua vida real o medo do pur eternos em se comprometer com qualquer coisa é justamente o aspecto que o faz ser devorado ele foge daquilo que ele precisa adquirir consciência Isto é das suas circunstâncias as circunstâncias são os problemas e

as situações que se apresentam de forma única para cada um de nós elas também são aquilo que nós temos de mais próximo para resolver os problemas impostos pelas próprias circunstâncias quanto mais o puro eterno se recusar a envolver-se quanto mais ele viver uma vida provisória as suas circunstâncias vão devorá-lo cada vez mais é dessa forma que o homem desperta a mãe devoradora em toda a mulher que ele conhece ou faz a mulher buscar o poder a todo custo passando por cima de todo homem na literatura temos um exemplo de como o homem desperta a mãe

devoradora em cada mulher que ele conhece na peça de teatro Pier gants do dramaturgo Henry ibsen nela vemos que o menino pergan ele é caracterizado por dois desejos um desejo é o de ser admirado pelas mulheres ao tentar se desvencilhar da mãe mas o outro desejo é contraditório com esse é o de ser cuidado pelas mesmas mulheres procurando uma outra mãe de forma inconsciente nelas com o primeiro desejo ele se Pavone digamos assim e tenta ser algo que não é para poder impressioná-los quando ele consegue né conquistar uma mulher dessa forma o Outro Desejo Se

sobressai se impõe a esse e ele se mostra indefeso esperando que aquela mulher que ele conquistou possa se tornar uma mãe para ele no entanto depois de tudo isso o pur eternos representa um outro lado da moeda como escreve Marie Luiz a criança está sempre à frente e por trás de nós atrás de nós é a sombra infantil que deixamos para trás e a infantilidade que deve ser sacrificada aquilo que sempre puxa para trás levando a imaturidade dependência preguiça falta de seriedade fuga da responsabilidade e da vida por outro lado se a criança que vem

em nossa frente significa renovação a possibilidade da Juventude eterna da espontaneidade de novas possibilidades então a vida corre em direção do Futuro criativo mas o grande problema é sempre conseguir distinguir em cada situação se existe naquele caso um impulso infantil que nos faz regredir ou um impulso que parece infantil para a própria consciência da pessoa mas que realmente deve ser aceito e vivido porque leva ao crescimento Esse é o grande dilema os filósofos antigos como Heráclito e emped por exemplo viam o mundo como uma imensa Maravilha sempre com os olhos de uma criança no lado

bom da puera eternos hoje esse brilho está cada vez mais se apagando porque tá dando espaço a uma pura racionalidade ou a um reducionismo cientificista fazendo com que a gente perca esse brilho nos olhos que os antigos filósofos tinham e portanto eles conseguiam enxergar o lado positivo do pur eternos Jung diz que o modo de escapada juventude eterna do pur eternos é se dedicar a um trabalho ser responsável por algo da mesma forma Victor frankel um psiquiatra austríaco diz que a busca por um sentido que está fora do sujeito é o que faz com que

ele saia do vazio existencial e do complexo materno rol May um psicólogo existencial diz algo semelhante a responsabilidade ter um problema que só você e suas circunstâncias darão conta de enfrentar tem o poder de mudar o ser humano todos esses autores estão de alguma forma dizendo a mesma coisa somente quando Assumimos uma responsabilidade é que nos livramos do complexo materno para o pur eternos Isso é realmente difícil porque a não ser que seja uma vocação ou um trabalho que realmente prenda a sua atenção o pur eternos rapidamente irá ser desvencilhado e empreitada a identificação com

a juventude eterna pode ser tão forte que muitas vezes somente uma catástrofe na vida pessoal pode fazer com que a pessoa mude em todo caso a terapia pode ajudar muito aqueles que se vem paralisados diante da vida mas a infância se pararmos para pensar não é um paraíso como falam não temos a consiência dela enquanto ela decorria só depois que nos tornamos adultos de tal maneira que podemos desfrutar das lembranças dela só depois de uma determinada idade Ou seja é melhor ter a consciência da liberdade de sofrer ou de se alegrar do que ter a

inconsciência de um estado infantil que embora prazeroso no momento que acontece não é exatamente consciente apesar dos perigos o início de uma guerra interna entre nosso eu infantil e a personalidade maior significa uma grande possibilidade de crescimento os conflitos que ela cria podem interromper nossa passividade nossa tendência a regredir em direção à fraqueza infantil e nos despertar para a necessidade de dobrar nosso comprometimento com as tarefas importantes da vida apesar da resistência interna e do Medo no entanto essa possibilidade de crescimento Tem um limite de tempo pois quanto mais tempo escolhermos fugir dos desafios da

vida e passar nossos dias em uma névoa de esquecimento de nós mesmos mais nossa mente se tornará impotente e menos capazes seremos de recuperar o tempo perdido Não esqueça de conferir os links no primeiro comentário fixado e a descrição do vídeo para encontrar as recomendações de leituras complementares eu sou Felipe Luiz terapeuta escritor até a [Música] próxima h