“Quarto de despejo" | Literatura no vestibular UFPR

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Curso Positivo
Neste curso, você terá uma revisão completa das obras e das questões de literatura da UFPR. O profe...
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Olá vamos a mais um episódio para a série literatura na Universidade Federal do Paraná vestibular da Federal do Paraná e agora em destaque a obra quarto de despejo e Carolina Maria de Jesus vamos falar um pouquinho sobre o autor temos falar bastante sobre ela porque é uma obra que traz esse cruzamento vida e obra aí a todo tempo até porque se trata de um dia né bom Carolina Maria de Jesus autora então enquadrada na nossa literatura brasileira temporânea n nossas Produções dos anos 60 até os dias atuais ela produziu a sua literatura enfim agora do
final dos anos 50 até os anos 70 até 77 quando faleceu bom ela nos teve na sua vida apenas do anos de formação escolar né Por uma série de problemas uma vida de infortúnios então foram apenas do anos de grupo escolar muito pouco evidentemente mas desse pouco ela tirou o máximo possível para se desenvolver como escritora então uma vida de imensas dificuldades podíamos aqui ficar falando há muito tempo sobre tantas dificuldades dela mas já Listo algumas né pobre né Negra aí nascida lá em 1914 início do século XX né Depois ficou mãe muito cedo né
mãe de um mãe de dois mãe de três né de repente enfrentando grandes dificuldades com uma mãe solteira nessa situação super difícil de vida acabou muitas vezes migrando de um lugar para outro V Sacramento de Minas Gerais acabou indo para São Paulo volta para Minas até parar na cidade de São Paulo na cidade de São Paulo vai trabalhar como empregada doméstica né como empregada doméstica que ela foi cair até num bom Lar na casa do Dr Zerbini Dr zerbine que foi um ícone da Medicina no Brasil porque foi o primeiro médico a fazer transplante de
coração o primeiro transplante de coração na América do Sul foi feita pelo Dr zerbin em 68 um dado surpreendente né o primeiro transplante no mundo foi em 1967 na cidade do cabo e ele em 1968 estava fazendo o primeiro transplante por aqui na casa do Dr zerbina ela teve acesso aos livros às bibliotecas a biblioteca do Dr zerbina então com isso ela pôde trazer um enriquecimento do seu repertório cultural a custa de boas leituras feitas por lá bom foi trabalhar também depois como catadora de recicláveis hoje nós falamos aí de alguém que trabalha na reciclagem
é até um pouco mais fácil entender e até um trabalho menos ardo porque há essa cultura da reciclagem de separação de lixo de coleta seletiva mas um trabalho como esse meu caro nos anos 40 nos anos 50 Não era como você vê hoje em dia porque todos esses recicláveis Estavam todos misturados no lixo Então catador de recicláveis era catar lixo é revolver sujeira montos algo absolutamente terrível uma vida extremamente dura né então e ela depois de trabalhar como doméstica acabou indo viver na na favela uma vida na favela no Canindé e Encontrou algum tipo de
salvação de Redenção na sua vida por intermédio da literatura que foi exatamente por conta da literatura por conta deste livro que estamos estudando que ela conseguiu ter redimentos comprar uma casa própria que foi no caso um sítio Lá na região de Parelheiros extremo sul de São Paulo e enfim mesmo que nos últimos dias de sua vida os últimos anos ainda ela ela ainda enfrentasse algumas dificuldades financeiras ela conseguiu sair daquela situação de praticamente total indigência de uma vida na favela então foi a literatura que trouxe algum tipo de redenção para ela bom falando então agora
sobre a obra quarto de despejo Diário de Uma favelada Então olha lá aqui aparece para você na tela depois uma capa de edição original bastante interessante e quando aquel a obra foi publicada pela primeira vez Então alguns fragmentos da obra foram publicados em 1958 na folha da noite a empresa do Grupo Folha de São Paulo né Depois em 1959 a obra foi publicada na revista O Cruzeiro tá uma revista de grande prestígio grande importância no Brasil só que a obra prontinha plena mesmo só foi publicada agora em 1960 saiu no formato e livro em 1960
Quem foi o seu editor Quem foi o editor dessa obra aí um sujeito absolutamente Espetacular que foi o jornalista também poeta audálio Dantas audálio Dantas na época muito jovem fazia agora reportagens na favela do Canindé e foi lá que ele conheceu aquela mulher aquela doméstica aquela aquela catadora de recicláveis chamada Carolina de Jesus e quando soube que ela escrevia um diário que queria escrever um livro que estava escrevendo livro ele se aproximou pegou esses originais ficou fascinado com o que viu e acabou dando um jeito de publicar essa obra e acabou trazendo agora Carolina de
Jesus para o universo agora da literatura e ele teve um grande mérito nessa obra entre entre vários outros né mas o fato de trazer um respeito à linguagem empregada pela autor então ele procurou trazer nas edições agora a obra o texto como a Carolina Maria de Jesus havia escrito né mesmo que com erros ortográficos mesmo com uma série de problemas gramaticais mas ele percebia que naquela linguagem tanta tão tão bruta estava agora a joia literária porque era a linguagem condizente eh com aquela situação de de um Realismo bastante cru a ser destacado na sua obra
então o nosso grande editor da obra foi o audálio Dantas bom temos aqui um diário compilado de Carolina Maria de Jesus e cuidado com isso em Carolina de Jesus nessa obra O Quarto do despejo você não tem aquele diário que vai seguir todos os dias ano após ano o que o audálio Dantas fez ele separou ele selecionou os melhores trechos né os os trechos que fariam de fato uma obra com algum tipo de valor até interesse até porque se fosse publicar o diário na íntegra de todos os anos mesos de Carolina você não teria uma
versão até mesmo viável até economicamente do ponto de vista comercial numa primeira a obra de estreia então é um diário compilado e que você observa assim lógico uma narrativa em primeira pessoa então num diário quem escreve o emissor vai contar a história sua própria né então aqui você tem também a mistura de papéis então Carolina é autora da obra mas é também personagem e é narradora então ela conta a história da qual participa bom vamos observar que aqui esse diário compilado vai vislumbrar o os anos de vida de Carolina de 1955 a 1960 período de
5 anos destaque maior para o ano de 1955 e para o ano de 1958 bom destaque agora a localidade toda essa vida de Carolina era a favela do carné só para você ter uma visualização um pouquinho melhor de onde era essa favela o Canindé que hoje não existe eu mostro para você na sua tela aqui então você tem uma imagem da grande cidade de São Paulo você tem a Marginal do tit aquela o Rio né ali quando muitas pessoas quando chegam a São Paulo chegam pela marginal né Você tem o parque aamb ali agora rodoviária
TT então o estádio aqui da Portuguesa e aqui está nessa região destacada o que seria a favela do Canindé repito até hoje o estádio da Portuguesa se chama Estádio do Canindé então nesta região assim era a favela e era aqui que se passa toda a história de Carolina Jesus em quarto de despecho bom Eh vamos falar um pouquinho mais sobre a linguagem falei para você que o o nosso audálio Dantas ele procurou respeitar a linguagem dela então a linguagem de Carolina Maria de Jesus usada é uma linguagem escrita nas possibilidades dela então para quem estudou
apenas do anos então ela conseguiu até se expressar e se expressar muito bem apesar repito de erros e concordância de fotografia de acentuação de articulação dos períodos agora no meio dessa linguagem aí com uma série de desvios em relação a nar padrão você tem sequências literárias maravilhosas alguns traços de Fato muito artísticos algumas associações algumas metáforas feitas por ela que são absolutamente Geniais então aí está a beleza e aí está a grande qualidade da obra mesmo em meio aos limites a linguísticos você tem um tratamento ento literário artístico sim de grande valor bom Carolina a
nossa personagem então é mãe de três filhos então nessa obra Então vamos ver Carolina como catadora de papel e com três crianças né a velha uní né que nasceu em 1953 está viva até hoje professora até mesmo na rede pública então em 1955 Quando começam as ações narradas no livro ela estava com 2 anos José Carlos né a criança com 5 anos José Carlos filho de Carolina Maria de Jesus que morreu em 2016 vítima de atropelamento e o João José que era o mais velho nascido em 1949 morreu no mesmo ano da mãe né A
mãe morreu em 77 ele morreu alguns meses depois na obra quando começa a narrativa está com 6 anos então é uma mãe solteira com três filhos pequenos para cuidar com relação ao título do livro bom O livro é chamado de quarto de despejo dois pontos Diário de Uma favelada Então ela contando a sua vida o título foi dado pela própria Carolina de Jesus que ela foi absolutamente já maravilhosa neste título aqui é bom citar um fragmento do próprio livro para você perceber a beleza do título ó quando estou na cidade tenho impressão de que estou
na sala de visita com seus lustres de cristais seus tapetes de veludos olha grafia almofadas de citim e quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso di de estar num quarto de despejo então a favela parece que nem cidade é né A cidade é o centro a cidade São os outros locais a favela como se fosse um quarto de despejo para onde jogamos todos os objetos indesejáveis todas as pessoas indesejáveis e veja que Carolina de Jesus e tantos outros viviam desse quarto de despejo Isto é viviam daquilo que as
pessoas jogavam fora então porque ela vivia a catar materiais recicl Do Lixo então o título já é absolutamente perfeito que mostra essa situação de marginalidade de não pertencimento bom Quais são os elementos fundamentais a serem percebidos em quarto de despejo você não tem aqui Um grande enredo com grandes ações você tem até aqui histórias repetidas é um dia a dia extremamente repetitivo E extremamente sofrido então podemos pontuar esses elementos que são fundamentais então separei 10 elementos fundamentais o primeiro seria já até a estrutura do gênero diário né então quando você tem uma narrativa no formato
diário muito comum aparecerem as datas então para quem leu para quem lê ainda quarto despero vai perceber que a cada capítulo aparece uma data bom você tem um retrato absolutamente realista do cotidiano das rotinas de todos os problemas aqui a ideia é mostrar a vida como ela é sem idealizar ninguém sem necessariamente apenas vitimar ou então vitimizar alguém ou idolatrar alguém a vida é assim eu mostro desse jeito bom nós vamos observar que é uma linguagem bem pessoal Como já disse até dentro das limitações da própria artista E você tem aqui o o destaque turma
ao inferno que é diário ao inferno cotidiano um dia terrivelmente parecido com outro dia então por que o inferno diário bom a fome né então a família que vive agora com fome vai dormir com fome às vezes a dor de cabeça acorda com fome com dor de cabeça fraqueza tonturas né e muitas vezes comer das sobras né do que junta do que pega do lixo né ou ir na porta do frigorífico para pegar lá agora um pedaço de osso para fazer sopo isso todo dia não é um dia só né trabalho duro né às vezes
Carolina Jesus chegava a se deslocar 40 Km por dia né Então imagina uma vez ela ganhou até as tábuas para fazer o seu barraco né então ainda quando ela trabalhava com o doméstico Então ela chegava andava depois o trabalho 10 k para pegar as tábuas levar até agora a sua casa depois voltava lá e pegava novamente quando tava tudo prontinho sobrou uma tábua de 40 cm de largura que foi a cama dela por muito tempo né foi a cama dela por muito tempo uma táa de 40 cm de largura que mais as péssimas condições de
habitação né água encanada não tinha que pegar água na bica e água não boa qualidade problema de saneamento né problema de luz elétrica né então a péssima condição quando chovia lagarto quando não chovia era aquele poeirão né e mais e há os problemas na vizinhança problemas com a vizinhança né Então tudo isso é o inferno diário relatado aí por Carolina Maria de Jesus então a estrutura do gênero diário nos permita trazer esse tipo de retrato bom qual Qual o grande tema da obra um outro elemento fundamental a fome né então a fome é uma temática
fundamental na obra então Carolina trabalha para dar a que comer aos filhos e não é todo dia que consegue tá trazer alimento pra família a moradia absolutamente precária Fi uma casa construída de tábuas de restos né com frestas né Sem banheiro né uma casa de 1,5 por 2,5 depois que ela aumentou um pouquinho então a moradia absolutamente precária que mais os des endimentos com vizinhos né de repente briga com vizinho ameaças vizinho que batia no filho se bem que o filho também acabou depois abusando aí de uma outra menina né o João José 9 anos
abusou na menina de dois de 2 anos né então isso era todo dia ver facadas brigas aí separações todo dia o alcoolismo também muitas vezes os desentendimentos gerados pelo álcool até Carolina falava que queria ficar longe do álcool sabia que com álcool ela não teria mais o que comer como que até mesmo sustentar os filhos né sabiam que muitos se rendiam ao alcoolismo e a tragédia era Total a falta de camento até falei imagine chovia alargava tudo ficava seco era aquela sugiram imagine sem esgoto tudo ia pro Rio né pro Rio de ali né então
tudo bastante difícil imagine até o fedoro do lugar às vezes ela falava que quando tava chegando em casa já dava para sentir o cheiro agora já do bairro né a política aqui Carolina de Jesus é maravilhosa porque de uma forma muito Sutil ela vai mostrando como que os políticos só procuravam agora os favelados na época de eleição né ou quando queriam lucrar alguma coisa Sempre falando ó nós vamos resolver a vida de vocês e entrava em eleição saí eleição entrava candidato sa é candidato e nada mudava né Então como que a a política não era
capaz de mudar a vida daquelas pessoas sempre as promessas e nunca as soluções né a especulação Imobiliária e por fim um décimo ponto a levantar sobre a obra vem a ser a violência então no meio de Carolina de Jesus ali naquele naquela favela do Canindé a violência era um assunto mais do que recorrente era a prática que se via no dia a dia então marido batendo na mulher de repente pessoas brigando aquela rivalidade entre baianos e reses pernambucanos enfim assaltos a própria Carolina acabou sendo esfaqueada na favela foi parar até mesmo no hospital então é
este o retrato que ela trata que ela traz na obra então a violência também a tônica daquele mumio Ok portanto aqui estão os tópicos fundamentais da obra Quart de despejo e Carolina Maria de Jesus no próximo episódio mais um livro da lista da Federal do Paraná
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