23. Angustia (O esquema da angústia) - Conceitos fundamentais da psicanálise

1.67k views9791 WordsCopy TextShare
Travessia Psicanalítica
Aula 23 - Aula aberta com a psicanalista e profa. Dra. Renata Wirthmann. Nesse encontro sobre a an...
Video Transcript:
tá gravando Então oficialmente então boa noite para todo mundo hoje a gente vai falar sobre angústia e para poder falar sobre angústia eh eu até Deixa eu só pegar aqui minhas Patinhas que eu deixei aqui abertas antes de entrar no conceito de angústia para propriamente dito eu separei duas questões pra gente poder conversar até porque a gente já tem um outro encontro específico sobre angústia Então até para pra gente poder ampliar a discussão do que a gente já falou sobre angústia lá atrás eu trouxe uma outra possibilidade da gente pensar aqui um pouquinho deixa eu
abrir aqui este eh vocês vão ver que eu fiz uma postagem não só sobre angústia mas sobre a relação entre angústia e contemporaneidade eh quando eu eu faço a postagen Zinha na quarta é porque eu já tô pensando sobre que qual o viés que eu vou conversar aqui tá eh então normalmente já é pensando um pouquinho numa certa direção da fala e aí se vocês olharem lá na postagem vocês vão ver que eu coloquei primeiro que é angústia a gente vai passar por isso eh o que que se sente na angústia vamos falar e quais
por tantos quadros de angústia na contemporaneidade E aí eu vou começar por essa parte depois a gente volta propriamente no que é angústia assim por diante Mas qual a relação entre angústia e contemporaneidade E aí o é importante a gente lembrar o segin seguin o o lac ele aponta eh que a angústia é a falta da falta que que é a falta da falta excesso de presença e curiosamente eu acho que a gente nunca teve ferramentas tão potentes em toda a história da humanidade para ter presenças maciças Inclusive a gente poderia até brincar aí que
a Psicose tá em voga gente porque por exemplo eh antigamente a gente até ria de alguém quando a pessoa colocava eu já ri tá gente gente que colocava adesivo na câmera do do computador hoje eu não rio mais não porque a gente vai tendo notícias de que no final das contas o celular seu computador tudo grava tudo que você diz ou faz 24 horas por dia a despeito da sua vontade é um pouco assustador mesmo né e tanto a gente sabe disso que como a gente já conversou em outros momentos você começa a falar que
chuveiro chuveiro chuveiro hora que você olhar no celular vai tá lá promoções de chuveiro compre tal o chuveiro Ou seja você nem precisa mais fazer uma busca na internet sobre o assunto né a gente tava conversando sobre isso em outros momentos a hoje em dia se você um um namorado ou uma namorada ciumenta querem saber sobre o respectivo namorado ou namorada e ao invés de perguntar pra pessoa vai lá pé ante pé quando a pessoa tá dormindo vasculhar o celular a pessoa ela supõe saber mais sobre o outro no celular do que numa conversa franca
e sincera nem tem uma conversa conversar Para quê vamos bisbilhotar o celular que a gente vai ficar sabendo mais coisas Olha que coisa maluca e o pior isso tá acontecendo o tempo todo os pais mesmo os pais eles em vez de conversar com os filhos eh por exemplo o que que os filhos já estão sabendo de sexualidade drogas ou qualquer coisa eles vão lá vistoriar no celular se ele acessou algum alguma coisa pornô que aplicativo que tá usando que que conversou com os colegas ao invés de sentar e conversar com os filhos deixa solto o
celular para depois ver o que for possível ver porque o que tiver conversado no discord ou nesses outros não vai saber é nunca na verdade mas supõe que vai saber mais lendo o que tá no celular do que de fato conversando isso dá uma certa notícia que lugar é esse que a tela eh ocupa ora a tela ocupa uma presença maciça uma presença maciça em que a tela está o tempo todo com você o tempo todo no seu bolso Mas quais seriam as consequências disso na contemporaneidade se a gente pensar veja se a angústia a
falta da falta ou seja o excesso de presença e a tela sempre está lá será que a tela não pode ser responsável por parte da carga de angústia que a gente tem e algumas épocas mais do que outras por exemplo na infância veja todo mundo que tá aqui tá na idade adulta eu acho que todo mundo nasceu aqui antes do smartphone né Eh o que significa que todo mundo primeiro aprendeu a viver a vida sem o apoio constante contínuo permanente absoluto das Telas inclusive de vez em quando eu fico até pensando assim olha que coisa
maluca né hoje em dia os pais não suportam não saber onde os filhos estão E aí a fazem aplicativos de controle dos filhos de tal modo que onde meu filho está está em tal lugar que horas ele entrou que horas ele saiu a pessoa vai ao celular para saber onde os filhos estão eu não sei se vocês se lembram mas teve épocas que os pais só saberiam da gente se a gente Contasse se a gente não Contasse eles não saberiam você saía de casa teóricamente foi pra escola você voltava e eles tinham que confiar que
você foi para onde você que foi voltou de onde você disse que voltou e isso é um acordo que tinha que tá mais ou menos ali mesmo que nem sempre você cumpria não tô dizendo que todo mundo aqui cumpriu rigorosamente os seus acordos não e pense que em outras épocas quando por exemplo você ia fazer uma viagem você tinha que suportar a ideia de que durante todo o percurso da viagem você não ia ter notícia sobre a pessoa Você só ia saber se a viagem foi bem-sucedida e a pessoa chegou ao seu destino quando ela
chegasse a seu destino Olha que loucura pensa se hoje alguém dá conta dessa dessa ideia por exemplo as pessoas quando namoravam Antigamente você tinha um telefone na casa que era disputadíssimo dias de passagem e você podia conversar com o namorado ou a namorada nos finais de semana o restante você tinha que suportar a distância de não falar a semana toda no máximo se estudasse na mesma escola talvez se encontrasse mas caso contrário nem isso então a gente tinha mais tolerância à distância a falta a frustração a castração a privação tão entendendo o que eu tô
apontando veja se a gente diz que a frustração a privação a castração a falta são processos importantíssimos na questão da subjetividade Qual a consequência quando esses não estão quando a gente os impossibilita entende então de algum modo eh tem alguma coisa que acontece aí pela Via das Telas E aí eu trouxe tem uma diretora executiva de um site que chama aos fatos chama Tai Nalon ela falou uma coisa que eu achei muito interessante depois eu até mando aqui o link do texto inteiro mas eu queria só pegar um ponto muito interessante que ela escreveu sobre
a nossa vida está plataformização da vida Olha que interessante que ela tá colocando que conversa com a gente hoje sobre que que a gente vai falar sobre angústia ela diz assim qual o desastre do Rio Grande do Sul o tema inicial dela é esse Tenho recebido perguntas assim como em 2018 2020 2022 sobre o que fazer com tanta fake News fake News diga de passagem Hoje é a doença mais grave que nós temos no mundo eu acho que tem algum país que não sofre de fake News acho que não né acho que tá Talvez uma
das doenças mais contagiosas que se inventou por aí a tal da fake News tenho repetido que a na impossibilidade de agir de maneira individual uma vez que as novas estruturas de comunicação se calcificar o contexto coletivo mudou o problema não é mais inerente apenas à integridade da informação se é que um dia foi a vida inteira está plataformização des virou também a lógica da vida real não é interessante isso que ela tá dizendo veja continuando peguei dois pedacinhos só do texto dela pra gente discutir então a ela diz a vida inteira está plataformização de de
corridas desbloqueia medalhas o serviço de streaming traz entretenimento a compreensão dos fatos causa exaustão e uma sensação de impotência então quando um fato uma coisa é muito complexa você falando depois eu vejo isso tanto que a gente não lembra que Manchete Vocês já viram Olha o perigo né a gente vê a manchete Mas e quando a manchete diz uma coisa e o conteúdo diz outra inclusive isso est acontecendo o tempo todo né você fica só com a manchete e esses BEC ismos de gratificação constante causam distorções ela continua soma-se isso ao fato de que a
estrutura das redes criar a ilusão de proximidade do usuário com as autoridades tipo eu posso mandar mensagem pro Lula eu posso receber um like do deputado tal olha que coisa né você cria uma falsa sensação de proximidade dos usuários com os políticos eh e aí ela continua na vida real de digital compra-se roupa sapato compra-se status né Eh continuando Por que que não se compraria também agendas políticas ou duas agendas políticas e ela finaliza assim isso é falso as ansiedades causadas pela diminuição do estado pela ausência de serviços públicos isso não pode ser compensado pela
falta de percepção de que as redes asseguram direito à cidadania ao resguardar a última brav de um prefeito metafórico Então veja o que que ela tá dizendo aqui que eu acho interessante Por que a fake News acho que vocês já entenderam que eu tô fazendo a relação entre a tela fake News e angústia que é o tema de hoje Veja a angústia é essa falta da falta a presença maciça que não nos permite elabor que não nos permite contemplar que perite pensar a conclusão antecipada antes de terminar de ver você já conclui outro dia fiz
até um testezinho com os alunos perguntei vocês viram eh sobre uma criança eh que foi amarrada pelo moleton numa escola não Não vimos não vocês viram a imagem de uma criança de moletonzinho verde com as blusas do moletom amarrado aí eu vi essa imagem aí eu achei muito curioso falei pera aí vocês viram a imagem e vocês não tiveram a curiosidade de clicar na imagem para saber do que a imagem se tratava de quem era Aonde era o que tinha acontecido vocês viram a imagem e passaram pra próxima imagem foi a gente viu a imagem
e passar sua próxima imagem Então essa imagem é a criança que foi amarrada na escola quando tava tendo uma crise pelo moleton no mastro lá da Bandeira Sei lá onde diabos amarraram a criança eh mas chama atenção isso a imagem quase toda a sala viu a descrição da imagem a localização onde aconteceu a história as complicações jurídicas Ah o que aconteceu com os donos da escola isso ninguém ninguém absolutamente ninguém na sala tinha visto e isso me chama muita atenção então do que serve uma notícia se a gente não tira dela nenhuma compreensão então e
Qual a consequência disso agora vamos voltar então para a relação da contemporaneidade com angústia O que é angústia de fato a tese que a gente tá estudando na quinta-feira amanhã Inclusive tem encontro a gente tá estudando só que a gente parou um pouquinho a tese para estudar os seis paradigmas do gozo que é o texto da jaalam Miler eh porque a gente tá no capítulo sobre o gozo da tese e a tese usa esse capítulo a a gente resolveu direto no capítulo mas a tese da Ondina que fala sobre a clínica do sintoma e o
sujeito contemporâneo Ela traz uma coisa interessante que na contemporaneidade o sujeito parece estar desbo solado ou seja parece faltar um certo ponto um Norte um referencial algo que regule o gozo falta uma certo ponto de regulação do gozo o jaalam Miller Vai falar por exemplo que a bússula do sujeito na contemporaneidade é o objeto a ou seja objeto de consumo então na contemporaneidade o agente do discurso que indica o sujeito contemporâneo como ele deve orientar a bússula é o o se o que indica o consumo e o consumo ele por característica básica de que um
objeto nunca satisfaz eh ele sempre busca outro e outro e outro e outro o que faz com que no final das contas o sujeito consiga saber quando parar aonde parar o que fazer com isso então qual que é o resultado disso nessa busca Então por um objeto e a gente sabe que nem o objeto encerra a busca certo o objeto ele por sua origem ele é um objeto perdido Nunca será encontrado então nunca você vai conseguir encerrar num objeto uma satisfação suficiente que pare a busca então a busca desse objeto então ultrapassa todas as inibições
e no final das contas a busca pelo gozo se torna a causa da vida a busca a busca a busca ora então esse Sujeito da contemporaneidade ele passa a ser um sujeito de Direito de consumo o sujeito contemporâneo então ele passa a ser submetido ao imperativo categórico goza compra faça Leia assista maratone vocês já perceberam isso quanto a gente tem exclamações na nossa vida os nossos verbos lembra que a gente falou da inibição a inibição a gente tava falando que o eu que deveria conjugar verbos não conjugam e agora a gente tá falando que uma
das questões a causa da angústia tem a ver com o fato de que não só a coisa é conjugada mas é colocado uma exclamação gigantesca na frente faça coma compre goza consegue entender a lógica eh Há um imperativo categórico do gozo então o direito de gozar se transformou em uma obrigação de gozar o direito de comprar se tornou uma obrigação de comprar o direito de assistir se tornou uma obrigação de assistir eo significa então que o sujeito contemporâneo não é livre porcaria nenhuma tá claro isso eh e o contrário de livre no final das contas
ele se tornou um tanto quanto o escravo dessa lógica desse imperativo que não pode interromper nenhum minuto então no mundo do não todo não há o limite ao gozo não havendo o limite ao gozo a gente tem uma ideia muito maluca de que todo mundo aí é livre para gozar do jeito que quiser onde que quiser do tanto que quiser o que tem causado aí uns ebates que vamos combinar né Tipo você tem um vizinho que reclama que o outro que o cachorro do vizinho latiu o vizinho vai lá pega uma arma e dá um
tiro no vizinho que reclamou do cachorro aí você tem se vocês estão percebendo as coisas que tanto online quanto presencial estão acontecendo que mostram um extremo peguem qualquer matéria no jornal qualquer matéria no no no Instagram por exemplo E aí lei os comentários tem uma notícia sei lá Abobrinha é verde aí na sequência tá lá a Abobrinha é verde coisa nenhum seu filho da aí o outro filho da é você aí o outro vocês já perceberam isso qualquer coisa tá iniciando uma batalha uma batalha sem conteúdo diga de passagem porque ninguém leu o texto da
abobrinha verde ninguém leu o que que tá acontecendo ali embaixo Então nesse mundo do não tudo não há um limite para gozo prevalecendo a ideia então de que cada sujeito tem então um gozo próprio totalmente singular e a obrigação de expressar sai a sua opinião o tempo todo não é mais assim eu posso expressar minha opinião não eu tenho por isso que você olha lá tem 150.000 comentários digga as passagem todo e assim o negócio foi postado há 2 segundos já tem 1000 comentários não deu nem tempo de ler o negócio como é que as
pessoas Já conseguiram comentar Já conseguiram elaborar raciocinar comentar Eu Fico impressionada com a velocidade de raciocínio das pessoas não é raciocínio então paradoxalmente a clínica mostra pra gente que eh não se goza mais do que antes A diferença é que hoje se tem essa Obrigatoriamente essa obrigação compulsória né de gozar eh de tal modo que esse a essa obrigação de gozar se tornou uma espécie de Zenite social ou seja de objetivo de estar no mundo para que que você estar no mundo você tá para isso no mundo e aí vamos voltar agora especificamente no conceito
de angústia para poder relacionar com essa proposta então a minha provocação aqui passo para você Maristela é essa questão da fake News e do consumo vocês entendem que a fake News hoje ela é um objeto de consumo as pessoas consomem fake News a fake News ela não só é um consumo Como gera uma grana danada tá gente a fake News gera dinheiro movimenta uma economia movimenta o modo de funcionamento de países e do Brasil não é diferente então a fake News como um dos consumos do qual se parece ter se tornado obrigatório E aí tem
o um outro ponto que eu acho interessante que é essa coisa eh recebe e passa recebe e passa recebe e passa sem elaboração alguma né inclusive ela se ela vai dispersa rápido porque não há elaboração recebe e passa Então qual a relação entre aata plataformização da rede proposta pela Talon eh com a angústia que é o nosso conceito de hoje é essa esse o convite para essa nossa conversa rápida de hoje Maristela Oi boa noite Profa a gente consegue aí construir isso através do psicologia das massas né Muito perfeitamente e vai e vai naquele Efeito
Dominó porque a pessoa eh não vamos generalizar porque nunca temos que fazer isso né mas assim eu vejo aquela chamadinha que me traz algo e eu já compartilho eu compartilho e naora que você vai ver o o o que tem no Olo não nada daquilo que tá chamando a chamada Já diz o nome é uma chamada na psicologia da massa eles vão fazendo isso mesmo porque os meios se favorecem então quanto mais daquela massa compartilhar aquilo mais tá fazendo né o que o que o povo quer então a gente vê essa guerra também né nas
redes sociais né dos meios se favorecer da psicologia da massa relacionado E aí vem né eu lembro né de um de uma chamada que falava né uma uma imagem vale mais que 1 palavras pessoa bate o olho compra a ideia e passa adiante sim a imagem eh uma notícia espetaculosa uma ideia absurda Eu lembro que assim a uma das que eu pirei pirei mesmo foi o dia que eu vi a a tal da mamadeira de eu falei agora is passar do limitei como é que alguém acredita num negócio desse esse para mim é o ícone
eu juro para vocês viram assim uma espécie de ícone o ícone que não não precisa ser verossímel se as pessoas lessem mais literatura eu acho que ajudaria um pouquinho porque uma das coisas que a gente aprende na na literatura quando você lê é que aquilo é eh dentro do contexto da história da narrativa inclusive da fantasia ele se sustenta ele precisa se sustentar o argumento um livro ruim é o livro que propõe uma coisa que não se sustenta dentro da lógica da narrativa agora quando as pessoas não leem nada elas perdem também a capacidade de
interpretar que aquilo não é compatível no contexto da narrativa né Sérgio depois Maria luí e entrar nos con no conceito de angua conseguiu abrir Sérgio o microfone Agora sim agora sim isso desculpa eh você falou que a angusta tem a ver também com aqueles com aquela fase arcaica an do recalque de desamparo essa fase ela ela tá ela também ela você acha que ela está eh digamos caracterizada pela também pela falta da falta Ótima pergunta veja eh o Será que a gente não tá estendendo também um pouco o desamparo para além de onde ele deveria
ir eh por algumas decisões que a gente tem tomado no modo que a gente lida com os bebês eh e é isso é uma das questões que a gente tem colocado veja Sérgio tem chegado ao ponto por exemplo de aparecerem crianças de 10 anos de idade que não limpam o próprio bumbum cri jovens de 15 anos que os pais ainda dão banho eh e alguém me contou e eu pirei eu não sabia disso agora não me lembro agora qual foi o grupo que me contou Ah foi na pos eh que tem pais indo na entrevista
de emprego dos filhos e de repente você tá ali na entrevista online aparece uma sombra de um pai aqui ao lado aí o entrevistador pergunta mas tem alguém aí com você não meu meu pai tá aqui porque ele tava preocupado de eu não sair bem na entrevista e tal pera aí agora os pais estão até na entrevista de emprego dos filhos então será que a gente não veja o desamparo Sérgio ele tem a ver com amor e dependência se a gente se vocês voltarem lá na aula de desamparo vocês vão se lembrar disso O que
é desamparo o desamparo é quando há um enlace uma amarração entre essas duas condições amor e dependência Eu amo quem eu dependo eu me torno como completamente dependente de quem eu amo de tal modo que a dependência se torna a prova do meu amor e ser cuidado por quem eu sou dependente se se torna a prova de que também eu sou amado de tal modo que a independência levaria a uma sensação de desafeto de desamor eh tanto que alguns pais não suportam a ideia por exemplo de frustrar privar ou castrar ou faltar para os filhos
a gente pergunta por exemplo mas que tal se a criança dormir sozinho mas e se ela chorar e se tal se ela comer sozinho mas e se ela não comer direito e se tal se ela limpar sozinha mas e se ela não limpar bem Ou seja é como se de algum modo os pais não estivessem se autorizando a se retirar deste lugar em que amor e dependência se equivalem prorrogando o desamparo Sérgio diga posso posso estender minha pergunta só um minutinho Claro ó olha olha só eh o o o remédio eh paraa angústia é o
desejo né O que a psicanal diz isso né o desejo é o remédio por qu porque porque para ter desejo tem que ter falta e aí você deseja agora dependendo de algumas contingência da nossa vida a falta de alguma coisa repentina que acontece que é o próprio real que aparece essa falta você não sabe às vezes dizer o que que tá faltando pode ser pode ser até uma um excesso né e e e essa falta também não causa angústia porque nem sempre a falta da falta é o que causa angústia é minha eu tenho essa
dúvida a falta não causa angústia a falta da falta que causa angústia porque veja a falta a falta em si eh ela leva a possibilidade da busca inclusive o Lacan diz e a gente vai voltar nessa citação do seminário 10 ele diz eh a possibilidade da falta a garantia da presença Fort dá lembra do Freud aquilo que vai e aquilo que volta é justamente porque isso agora me falta que eu posso recebê-lo de volta mas aquilo que contingente que vem que é o que é o próprio real que vem e é insuportável indescritível causa angústia
Não não é angústia Você pode falar em ansiedade se você quiser que não são sinônimos a gente vai voltar nessa questão da falta e da falta da falta e não são sinônimos e aí acho ficar um pouco mais claro mas veja a falta está permite o desejo como você bem colocou e eh então no final das contas qual seria a solução pra falta da falta Inserir a falta aonde ela falta Ó que bonito é muita falta né Inserir a falta aonde ela falta por exemplo Sérgio se a gente vê uma criança que tem crise de
angústia da aquela de enfiar a mão inteira na cabeç na boca bater a cabeça no chão a já viram aquelas crises assim assustadoras ora uma das coisas que a gente investiga primeiro é Aonde a falta está faltando E aí a gente pergunta primeira coisa que a gente pergunta Sérgio na clínica com crianças por exemplo sobre as autonomias a criança dorme sozinho come sozinho escolhe a própria roupa limpa o bumbum toma banho lá vai pra escola arruma a própria mochila guarda os brinquedos tem brinquedos brinca sozinho a primeira coisa que a gente pergunta é um arsenal
de perguntas sobre autonomia E por que que a gente faz esse arsenal de pergunta sobre autonomia vocês lembram disso a primeira coisa todas as autonomia inclusive quando gente pergunta assim ah e lembre-se sejam espertos a criança brinca brinca do que que ela brinca não eu dou o celular e ela brinca não isso não é brincar tá gente a criança brinca do que ela brinca como ela brinca Que objetos ela brinca ela te convoca ao brincar ela brinca sozinha ela conversa enquanto brinca ela tem amigos imaginários e e ela consegue se interter no brincar ela consegue
ficar sozinha ao brincar porque o brincar lhe faz companhia e ela consegue prescindir dos adultos e aí a intervenção Veja a intervenção para angústia nesses casos é o é é localizar a falta onde ela falta e orientar para que a falta possa então faltar para que a falta da falta não cause angústia e você você tá dizendo que a falta causa ansiedade a a falta ela pode levar a frustração a privação a castração sobretudo em termos psicanalíticos são os três e ansiedade não você falou assim ansiedade antes né ansiedade da é mais da psiquiatria né
mas a gente conversa com ela de boa porque a ansiedade é feita Muita confusão com ansiedade e angústia né até por causa da palavra original no alemão angs que que quer dizer angústia e quer dizer medo e quer dizer ansiedade quer dizer angústia então eu eu fico pensando nisso quer dizer que algo que falta para você mu gente não causa angústia então então isso não é angústia não vai vai causar privação frustração e castração lembra aquele quadrinho maravilhoso que tá no seminário do Lacan Aquele quadrinho quando o Lacan vai falar sobre o caso do pequeno
rans e aí à medida que ele vai falando o caso pequeno R ele vai organizando um quadrinho sobre objeto Imaginário real e simbólico esse quadrinho é maravilhoso também tá gente e sobre frustração privação e castração E aí ele vai organizando Quais são as faltas a a a privação a castração e a frustração se a falta é real se a falta é simbólica e ali ele não tá falando de falta da falta ele tá falando de falta então a gente pode ter falta simbólica falta real falta imaginária que provocariam prostração privação e castração não tô falando
na sequência tá aí depois a gente posso mandar o quadrinho para vocês tem a pelele aqui eh mas aí é falta não falta da falta avançando um pouquinho mais ó vou colocar aqui diga diga Maria Lu deixa levantar na mão perdão desculpe eu não vou poder abrir a câmera não essa coisa da castração privação e frustração tem uma psicanalista bem conhecida aqui em Salvador que ela chama de CPF psíquico me explica gostei desse termo o que que é o CPF CPF é a castração que é que é onde o sujeito ele vai ter que aprender
a lidar né com a castração ao longo da vida né a castração a privação e as frustração é o que faz a identidade né no caso do sujeito como ele vai lidar assim com a vida com as com as os desafios ao longo da vida se ele tiver um CPF psíquico bem estruturado Mas eu gostei do do CPF psíquico viu eu achei ele divertido mas só para vocês terem uma uma base rápida Mas a gente não vai desviar muito do do tópico Olha só vou colocar aqui rapidinho só eu abri aqui em qualquer página tá
deixa eu colocar aqui do lado janela por exemplo olha só esse quadrinho aqui Sérgio eu acho que conversa um pouquinho com você veja o o quadrinho tá lá na página 274 seminário 4 do do Lacan Vocês estão vendo tão vendo né eh e aí você vai ver que tem ali ó eh a o agente a falta o objeto então a falta a gente nomeia como castração frustração e ação e a falta da falta como angústia então o agente pai real produz uma dívida simbólica que a gente nomeia como castração que é essa falta eh de
um objeto que eu falo Imaginário o agente e aquela fam gerada angústia de castração tá onde Ah a angústia de castração volta de novo Eh veja você lembra que a angústia de castração tem a ver com esse excesso de presença e aí a citação do Lacan vai te salvar de novo vamos voltar nela deixa eu chegar na citação do Lacan Então porque a gente tá voltando para ela o tempo todo A tá bom desculpa Renato Desculpa aí deix eu vou interromper aqui e vamos voltar pro bichinho da angua pronto aqui Maria cadora Você levantou a
mão diga você tá me ouvindo est sim então eu só ia pontuar com relação ao que aconteceu tá acontecendo no Rio Grande do Sul que eh como que fica essa questão eles conseguem se moldar nessa comunidade nessa solidariedade porque eles ficam sem absolutamente nada né nada nada fica desprovido de tudo mas em eh em conjunto eles vão se moldando ali como como você poderia me me dar um alô nesse sentido veja eu eu não vou entrar tanto nessa questão agora no momento mas veja eh você coloca uma coisa que você coloca a falta como um
um ponto em que as pessoas acabam tendo que se conectar até para se sobreviver se você parar para pensar é o que o Freud fala eh por exemplo no ma na civilização ele vai dizer bom De que modo surge a civilização o ser humano Ele nasce prematuro ele é absolutamente incapaz de sobreviver as forças da natureza sozinho eh ele tem um corpo completamente despreparado PR as condições do mundo então ele começa a se organizar minimamente ao lado de outro e outro e outro e outro eh e embora isso traz um enorme sofrimento e isso também
pode trazer alguma possibilidade de preservação aí vocês vão se lembrar aqui no malestar na civilização Freud vai falar inclusive de Três Fontes de Sofrimento o sofrimento adindo do próprio corpo por exemplo as doenças né vírus fungos bactérias câncer etc o sofrimento advindo da natureza eh remoto terremoto enchentes fogo e etc e o sofrimento o mais potente deles advindo das relações interpessoais tudo aquilo que um ser humano é capaz de fazer de mal a outro ser humano que não preciso nem citar a lista é infinita né Por exemplo no meio da enchente né Maria Auxiliadora as
pessoas saem das suas casas e vem gente lá assaltar essas casas que foram esvaziadas as pessoas saem de casa para não morrer e as casas São saqueadas Ou seja a para se proteger e esse é um ótimo exemplo disso que a gente tá colocando então a gente cria eh relações interpessoais para se preservar da força da natureza e da fragilidade dos nossos corpos e acaba caindo numa outra forma ainda mais terrível de Sofrimento entretanto Essa é a melhor forma que a gente arrumou para sobreviver tanto que as essas eh essas catástrofes vocês podem perceber que
elas não eh dissolvem a comunidade ou a elas criam outros enlaces e organizações não dissolvem obrigada vamos continuar aqui na angústia Então até por causa do tempo Olha só angústia então angústia segundo Freud Freud 1926 sintoma inibição sintoma e angústia ele diz que angústia tem três aspectos fundamentais isso é muito importante Quais são os aspectos da anga de carga né então o que que são esses atos de descarga a angústia eh ela não não possui uma manifestação absolutamente constante atos de descargas significa que a angústia ela tem momentos por exemplo a pessoa tá tá tá
de repente cai no choro tá tá tá consegue entender então atos de descarga né eh e aí no que vai ser essa descarga varia bastante segunda característica né Eh marcado por um enorme desprazer que é a primeira característica na verdade ou seja não é nada prazeroso a crise de angústia o estado de angústia e terceiro é a constatação pelo sujeito tanto da experiência de desprazer quanto desses atos Ou seja a angústia não é eh inconsciente não passa despercebido pelo sujeito o sujeito que está em angústia reconhece-se em angústia entende ninguém tem que virar para ele
e falar assim ó você está em angústia não a pessoa ela reconhece claramente e conscientemente que ela tá em angústia tá então essas três características é desprazeroso se dá por atos de descargas ou seja tem episódios disruptivos e tem e o sujeito tem a constatação consciente do que que ele tá passando tanto do desprazer quanto dessas descargas eh o afeto continuando aqui experimentado pela angústia ele é anterior ao recalque e isso é muito importante se ele é anterior ao recalque se vocês voltarem lá na nossa conversa sobre angústia a gente falou por que que a
angústia não é interpret porque para ser interpretável tem que ser posterior ao recalque tudo que é formação do inconsciente por exemplo sonhos o sintoma os atos falhos os lapsos são formações do inconsciente são posteriores ao recalque tudo que a formação do inconsciente é posterior a recalque porque o que Funda o inconsciente não é o recalque então é óbvio que a formação do inconsciente é posterior ao Recalque para ser interpretável tem que ser posterior ao recalque tem que vir de uma formação do inconsciente se a angústia por sua vez ela é anterior ao recalque né Eh
Ela não é uma formação do inconsciente Como é o sintoma o sonho e etc e ele não porta um significado a ponto de poder ser interpretado significa então que a angústia não encontra significantes na linguagem para se organizar para dar limites ou dar unidad diferente do sintoma que contra inclusive S1 lembra que a gente procura qual S1 do sujeito esse significante a gente vai a gente vai falar do sintoma a gente procura um significante que rege aquele sintoma a gente procura um S1 inclusive na angústia não não tem um significante na linguagem que dá unidade
limite e organiza os significantes Então são oferecidos ao sujeito após o recalque ou seja inclusive alguém me perguntou lá no no Instagram porque uma das citações que eu coloco do do Lacan no que eu nem coloquei aqui mas eu coloquei lá eh que ela ele fala pegar aqui a citação do Lacan essa aqui a só há superação da angústia quando o grande outro é nomeado ou seja há uma nomeação que vem do grande outro o grande outro ele se nomeia como aquele que pode te oferecer um significante eh pegando já que a gente tá falando
de criança imagine que a criança tá dendo uma crise de angústia e você vira para ela e fala F assim é fome aí a criança olha e fala assim como que você sabe eu sei eu sou sua mãe é fome Ou seja eu me nomeio como grande outro para me autorizar aquele saber que eu estou oferecendo e já perceberam que funciona é interessante isso e e veja esse funcionar tem a ver com o significante ele é oferecido ao sujeito após o recalque eh e poderá então construir amarrações para angua significa então que essa criança nunca
mais vai ter uma crise de angústia porque eu nomeei aquela Claro que não faz uma amarração que dá uma certa sustentação para aquela dá um certo ah estanca né estanca pelo menos por um certo intervalo aquela né mas não significa que nunca mais ele vai ter mas você oferece uma certa amarração e outra amarração e outra amarração de elementos de significante que são posteriores ao recalque Ou seja que são língua que são que são marcados por linguagem e que vem de um grande outro que é nomeado como tal mas vocês entendem que o grande outro
ele tem que se nomear como o grande outro né Eu sou sua mãe eu sei o que eu tô falando algo um grande outro que se nomeia ali Rosana eh Renata aí que eu fiquei com essa dúvida com esse oferecer significantes porque a regra da abstinência né tudo que a gente não pode é colocar significantes nossos então assim como se oferecer significantes mais ou menos veja o o Lacan ele vai dizer deixa eu pegar aqui a frase exata do Lacan Ah deixa eu achar aqui para eu queria achar o Lacan ele vai dizer não vou
achar a citação exata dele agora depois eu mando lá mas o lac ele vai dizer que em determinados casos a clínica oferece significantes na clínica com crianças Inclusive a Angela borcar você lembra que a gente já conversou sobre isso Ela tem a tese de que eh eu preciso oferecer a criança né inverter o método analítico implica em oferecer pro sujeito aquilo que lhe falta inclusive significantes quando o sujeito chega no estado tal de angústia que lhe faltam condições de elaborar que lhe falta inclusive significantes Rosana esses significantes podem tá no seminário 10 mas eu não
achei a cação exata agora daqui a pouco eu ao eh esse o significa que os significantes podem ser oferecidos infinitamente indefinidamente não com a condição de que a angústia possa ser minimamente aplacada para fazer o tratamento funcionar para que o tratamento minimamente funcione lembre-se que vez por outra por exemplo vou pegar um caso do Senhor eh um senhor ele tava há poucos meses de aposentar e ele foi demitido da empresa que ele trabalhou a vida too ele começou a trabalhar desde muito jovem nessa empresa tava nessa empresa há décadas foi demitido poucos meses antes AP
entar na cabeça da empresa nenhum problema na cabeça da empresa a empresa só estava antecipando a aposentadoria dele porque no acordo de demissão a empresa terminaria de pagar o período que faltava para aposentar mas não queria que ele cumprisse esse período mais Deu para entender a lógica ou seja na cabeça da empresa era tipo estamos te dando de presentees né Eh o INSS exige que você ainda trabalhe alguns meses nós vamos pagar esses meses mas você não precisa vir mais você já tá aposentado aqui e daqui a pouco se aposenta na NSS mas a empresa
não consultou sobre isso só informou essa decisão eh decretou essa decisão sobre ele esse senhor chegou em casa pegou um cochon tezinho deitou em posição fetal e por lá ficou não tomava banho não comia não bebia água não ficou como se ele tivesse morrido como se a empresa não tivesse decretado uma aposentadoria tivesse decretado uma morte entende eh até realmente é difícil vai processar a empresa a empresa não não se recusou a a empresa ia pagar o os os benefícios dele até o final plano de saúde tudo direitinho mas para ele foi uma espécie de
decretação da Morte nesse sentido quando a família Procura ele não falava não comia não então ele foi definhando definhando definhando e o pouco que ainda sustentava o corpo era por uma enorme pressão da família que lhe enfiava água enfiava comida eh chamava por outro um técnico para colocar um soro ou seja o corpo dele tava indo eh nestes casos Por exemplo quando eh a família leva ao psiquiatra e o psiquiatra fala não tenho nada para fazer leve a a a terapia né porque isso daí não é o corpo é a cabeça que tá acontecendo alguma
coisa e não dá para ficar internando e colocando ele no soro pro resto da vida eh nestes nesse caso por exemplo o tratamento implicou em oferecer significantes que foi eh nesse caso a família contou o que aconteceu porque ele não tinha condições de contar a família contou o que aconteceu a empresa contou o que aconteceu recolhe-se todas as informações e vamos levar essas informações ao outro Fulano vamos entender o que aconteceu aqui eh você poderia me contar nemum palavra bom eu vou falando algumas coisas e aí você ia falando algumas coisas e vendo a reação
dele algumas coisas que eram ditas ele murmurava outras coisas que eram ditos ele se queixava mas se queixava com sons vegetativos e esses sons vegetativos davam uma certa direção ao que que significantes você poderia continuar oferecendo ou não oferecendo bom esse cara ficou vivo não morreu aposentou e foi trabalhar em outra coisa depois ok mas veja nesse caso por exemplo como é que você chega perto dele e fala estou aqui esperando pode falar ele não tava comendo tomando banho nada ele não tinha significante para falar ele entrou num esvaziamento completo ali entende então o lã
ele dá essa possibilidade em algumas circunstâncias não todas se o sujeito tem significantes para oferecer por que diabos a gente daria mais ou daria outros a questão é quando ele não tem muito bom voltando aqui paraa citação da angústia veja então o lacam vai dizer que a angústia é a falta da falta ou ainda esse excesso de presença então lembrando a falta sozinha a falta sozinha tem outros nomes frustração privação castração lembram disso a falta da falta é que ganha Então esse estatuto de angústia e o que que provoca angústia olha essa situação Sérgio essa
situação aqui que eu queria chegar nela olha essa situação do Lacan que que maravilha olha só o que provoca angústia é tudo que nos anuncia que nos permite entrever que Voltaremos ao colo percebe o desamparo aqui porque onde era o colo o colo era a época do desamparo o colo era a época da amor e dependência juntos ali aonde eu amo e sou dependente e preciso desse colo paraa minha sobrevivência não é ao contrário do que se diz o ritmo nem a alternância da presença ausência da mãe né que aqui presença ausência é instação da
falta vocês lembram como é que a falta se instaura né ali nos primeiros tempos do sujeito a falta é instaurada pela presença a ausência da mãe ora a criança chama e a mãe vem ora a criança chama e a mãe não vem então a presença e a ausência da mãe instaura pela primeira vez a falta e Dá permissão da pela instalação da falta de vir a ver o desejo prova disso Lacan continua é que a criança se compraz em renovar esse jogo de presença ausência o jogo que ele tá fazendo referência aqui Inclusive é o
forte da jogar e pegar a possibilidade da ausência jogar o carretel para debaixo da do sofá eis a segurança da presença dá pegar de volta e a cara de satisfação da Criança em jogar e pegar de volta inclusive lembrem-se que o Freud Ele conta que as vezes a criança jogava e não pegava de volta não jogava e deixava lá um bocadinho depois voltava para pegar ou seja é um jogo complexo porque é um jogo que dá essa satisfação da segurança da presença o que que há de mais angustiante pra criança é justamente quando a relação
com a base na qual essa possibilidade se institui pela falta que a transforma em desejo é perturbada e o que que é essa perturbação quando a falta não acontece quando falta a falta ou seja ela fica perturbada ao máximo quando não há possibilidade da falta olha essa parte da situação que eu acho maravilhosa quando eu chego a criança de 10 anos que não limpa o próprio bumbum da vontade de falar assim Vamos ler lac veja quando a criança está o tempo todo nas quando a mãe está o tempo todo nas costas da criança especialmente ali
limpar a bunda ó como o lacão foi didático modelo da demanda da demanda que não Pode falhar esse limpar a bunda ele é um excelente exemplo uma excelente metáfora dessa mãe que não pode faltar entende e troquem o significante mãe por qualquer coisa que não possa faltar qualquer coisa que não possa faltar é um grande problema lembre-se que eu não tô falando mãe no sentido de progenitora de mulher estamos falando eh mãe no sentido de que as relações que no final das contas me permitem estabelecer uma relação com o meu corpo com o mundo com
a linguagem essas relações elas precisam ser de alternância elas precisam ser marcadas pela presença e pela ausência se essa relação é absolutamente constante Ela será também angustiante E aí eu troco o brincar pelo celular eu pergunto então e aí a criança sabe brincar sabe eu entrego o celular e ela passa horas no celular isso não é brincar porque eu brincar ele tem alternância entende eu vou montar um lego e ele cai ele me causa frustração eu vou montar um um foguete xizinho e falta uma peça privação eu tô terminando de montar da hora de tomar
banho para ir pra escola castração Olha só e o o brincar ele é interrompido por n faltas que o celular dificilmente é o moleque vai tomar banho mexer no celular vai ser levado pra escola assistindo o celular Vocês já viram que os moleques eles eu não sei como é que eles não estão sendo mais atropelado e agora com aquele óculos virtual Vai ser todo mundo atropelado eh até andar entre o carro e a escola Outro dia eu vi uma criança com o celular Sabe igual usa aquela cordinha de óculos era uma cordinha pro celular de
tal modo que quando ele solt o celular O celular só caía assim tipo uma bolsinha sabe e Aí voltava aqui de novo e de tal modo que o celular tava sempre acoplado ao corpo então pra gente poder fechar Veja a angústia a angústia é em primeiro lugar algo que se sente então a angústia ela é um afeto a angústia então uma sensação de caráter obviamente desprazeroso Mas ela é um afeto a postura angustiada do eu é sempre o elemento Prim do recalque Sérgio aqui sua pergunta sobre a angsa da castração Veja a postura angustiada do
eu é sempre o elemento primário instigador do recalque é justamente porque a angústia está lá pressionando instigando o eu aoque então a angústia de castração É também um instigador a angústia então não provém jamais da libido recalcada mas instiga o recalque a angústia é a reação à situação de Perigo por exemplo o perigo da castração então diante da possibilidade da castração angústia é uma reação a uma situação de Perigo por isso que a gente chama de angústia de castração ela dela é poupado eu ao fazer algo para evitar a situação ou tra ir-se dela os
sintomas são criados para evitar a situação de perigo que é sinalizada pelo desenvolvimento da angústia E aí então para que servem os o os sintomas para que serve o sintoma eh diante da angústia o sintoma ele serve como uma espécie de proteção eh diante da possibilidade do perigo para evitar o estado de angústia para evitar a angústia que é mais assadora que o sintoma por isso inclusive o sintoma ele está antes da angústia né então a angústia ela tem uma inconfundível relação com a expectativa isso está claro então a expectativa a gente também pode dizer
que a angústia de castração é a expectativa da castração temos então a angústia é também uma expectativa a angústia diante de algo mas o que que esse algo E aí o Freud diz a angústia é angústia ante a um perigo que não conhecemos isso que ela legal fal assim Ah então é um perigo que eu já conheço não a castração a criança não conhece a angústia de castração é a angústia antes é um perigo que eu desconheço a criança desconhece a castração e a teme Aim mesmo eh podemos tomar então a sequência angústia perigo desamparo
e aí o Freud ele vai dizer que trauma é justamente essa a gente vai ter que falar sobre trauma também em algum momento né trauma seria just ente essa a essa organização angústia perigo desamparo trauma então para entender o trauma eu preciso entender a relação entre angústia perigo e desamparo eh podemos agora fazer o seguinte resumo né que é angústia perigo e desamparo a situação de perigo ela é reconhecida mas lembre-se perigo de quê De algo que eu não conheço então a situação de perigo é reconhecida de um perigo que eu desconheço ela é recordada
e esperada uma situação de desamparo a angústia é a original reação ao desamparo no trauma que foi que depois é reproduzida na situação de perigo como sinal de ajuda pra gente poder fechar esse é o último e depois éem al passagem alto que é da outra semana então pra gente poder fechar que que é angústia afastamos a ideia de que a angústia é uma emoção lacam vai dizer que a angústia é um afeto eh o que eu disse sobre o afeto foi que o afeto não é recalcado todo mundo lembra disso quando acontece recalque o
afeto é recalcado não conteúdo é recalcado o afeto não é recalcado e é justamente o afeto que não é recalcado que permite trazer de volta o conteúdo que foi recalcado o afeto que não foi recalcado é justamente a isca né que vai conseguir trazer um retorno do recalcado Então se o afeto não é recalcado a angústia também não é recalcada e porque a angústia é um afeto O que é recalcado Então são significantes que amarram o afeto ou significantes que amarra a angústia então quando o acontecimento é recalcado o afeto não é recalcado Mas os
significantes que amarram aquele afeto Esse é recalcado e o afeto fica meio solto sem saber porque que ele tá acontecendo porque que você está sentindo aquilo Porque os significantes que o amarram foram recalcado fica o afeto mas sem entender porque que ele tá acontecendo entende porque quem dá uma certa notícia do que significa aquele afeto seriam significantes Mas eles foram recalcados então o afeto fica desamarrado é legal essa imagem então a angústia é um fenômeno de borda isso é muito importante porque um fenômeno de borda empurra o sujeito até o limite dele entende Empurra a
neurose até o limite da neurose vai pros limites eh do suportável então é um fenômeno de borda um sinal que produz No Limite do eu então a angústia empurra o eu pro seu limite quando este é ameaçado por alguma coisa que não deve aparecer a angústia deve ser definida como aquilo que não engana e o que não engana percebam que tá muito próximo da passagem ao ato percebe o perigo Olha o perigo da angústia a angústia como aquilo que não engana precisamente na medida em que todo e qualquer objeto lhe escapa não tem nenhum objeto
que consiga nomear a angústia paralisar a angústia eh cobrir a angústia então a certeza da angústia é fundamentada na ambígua e quando a gente aponta pra certeza da angústia por isso que a gente fala na borda é como se a gente estivesse chegando do limite da neurose Afinal certeza não é coisa da Psicose então a angústia ela puxa a neurose pro seu limite pra gente poder fechar Fernando tinha levantado a mão quem tinha levantado antes de você Fernando acho que é Valma Valma Valma diga pode falar Valma Cadê você Desculpe é tava tentando abrir aqui
o microfone Parabéns por essa exposição maravilhosa agora eu gostaria de saber então a angústia é da Ordem do real né porque não tem um significante para aí eu não entendi muito bem essa questão da amarração que aí a gente apresenta significantes para aquilo entendi aquele seu exemplo do Senhor mas esse significante an da amarração é que para mim ainda ficou um pouco mas bem simples Veja só o que que é amarração eh a amarração são os significantes eh os acontecimentos os elementos que no final das contas uma vez que o afeto eh ele não possui
significantes a gente sabe dele a partir dos significantes que o amarram que o contornam um bom modo de entender isso talvez seja pelo conceito de das Jing do seminário 7 valman eh lembra que o Lacan ele fala sobre a questão do vaso né O que que forma o vaso é o vazio que está dentro do vaso que faz a forma do vaso é a forma do vaso que faz o vazio digamos assim eh então imagine o seguinte Valma se o afeto ele não só não é recalcado como não há portanto significantes que dê conta dele
como é que a gente sabe sobre o afeto pelos significantes que o amarram então por exemplo a eu queria lembrar agora orora agora não me lembro da onde que eu lembro essa cena Mas tem uma cena que eu achei Ah lembrei autismo é tem um um Ah esqueci agora o nome da da criança autista é das autobiografias do autismo daqui a pouco acho que é o Joy tá acho que é o Joy Não tenho certeza mas daqui a pouco me faz download aqui tem um determinado momento que tá eh descendo lágrima do do rosto dele
e ele olha com certa estranheza né tipo que diabo é isso daqui e a alguém que se nomeia como grande outro Diz para ele você está chorando isso é lágrima aí ele pega aquela água e tem escrito a primeira vez que ele descobriu que aquela água é lágrima e lágrima significa choro e choro significa tristeza e aí ele descreve um texto muito bonito tá nas autobiografias dos autismos dos autismos eh sobre essa essa descoberta então Valma de que eh isso era um afeto que até então ele não conhecia Então veja a os afetos se os
afetos por si só a Ele a gente não consegue saber sobre eles a gente pode ter alguma notícia deles por significantes que o amarram por exemplo amor amor não é o afeto em si amor é o significante que amarra sabe se lá o quê que a gente chama de amor eh tristeza tristeza não é o afeto tristeza é o significante que amarra E por que que eu tô dizendo isso porque na verdade eh eh qualquer coisa pode ganhar o estatuto por exemplo de um certo sentimento a a a gente vai nomeando essas amarrações Deu para
entender Valma o que que são essas amarrações uma vez que o afeto em si eu não tenho como precisá eu preciso de significantes para amarrá-lo para conseguir lidar com ele deu para entender Deu para entender deu muito bem muito obrigada viu muito obrigada mesmo nada Fernando eh alguns um aliás um dos encontros anteriores eu comentei com você a respeito do processo eh processo não da da condução de uma pessoa bulímica que depois de de comer e vomitar né em seguida acabar tendo eh culpa sentimento de culpa e aí a gente tentou discutir um pouco a
respeito disso eu queria saber se você vai fazer algum link entre angústia e sentimento de culpa alguma coisa no sentido nesse sentido não tinha pensado Mas seria interessante agora e a culpa tá mais relacionada ao sintoma do que a angústia a a culpa ela seria um um resultado é é interessante a gente pensar Fernando não consigo te responder agora acho que a gente pode elaborar um pouco mais sobre isso mas a a culpa seria um resultado do quê a culpa é um resultado que advém da da angústia ou vindo da angústia seria um um outro
Resultado tô pensando aqui na nas possibilidades do que veria Será que diante da angústia não viria Talvez uma vontade de mutabilidade não mexe comigo não fala comigo a a Será que a culpa não seria mais uma resposta diante do sintoma do que da angústia Fernando Hum porque eh eh não sei se você se lembra que eu eu fiquei em dúvida né e coloquei até a a ideia de de culpa no direito penal e e de angústia no sentido geral leigo que nós temos né que nem Alguém falou log antes da da gravação de você começar
a gravar Alguém falou eh eh a gente tá angustiado com esse clima né que tá Tá nos ferrando seja de uma forma ou de outra O país inteiro tá sofrendo com com isso daí e isso nos angustia mas essa angústia que a gente diz no no na na forma o senso comum não é o que você tá passando é não Não não é essa angústia que a gente tá falando aqui eh eh essa angústia como afeto né não é da mesma ordem do senso comum de modo algum de modo algum na verdade assim como sintoma
também que a gente fala aqui não é o sintoma do senso comum sim mas por causa do nosso tempo a gente vai encerrar Eh Ângela e Zé Ribamar a gente continua na semana que vem combinado combinado aí porque é a minha primeira vez aqui entendeu Aí eu queria falar alguma coisinha Mas a gente continua na quarta-feira que vem guarda Anota e a gente começa com você combinado e é quarta-feira 7 horas 6 que horas que começa come 6:30 6:30 7:30 tá bom obrigado renada boa noite obada
Related Videos
24. Passagem ao ato e acting out - Conceitos fundamentais da psicanálise
59:59
24. Passagem ao ato e acting out - Conceit...
Travessia Psicanalítica
1,851 views
Como conviver e lidar com a angústia?
3:21
Como conviver e lidar com a angústia?
Band Jornalismo
5,765 views
Embracing Alienation
40:59
Embracing Alienation
Todd McGowan
6,936 views
Psicanálise e Sofrimento Psíquico na Clínica Contemporânea | Vladimir Safatle
1:34:01
Psicanálise e Sofrimento Psíquico na Clíni...
Instituto ESPE
34,836 views
Freud e a Psicanálise: Uma Introdução com Pedro de Santi | Casa do Saber
59:19
Freud e a Psicanálise: Uma Introdução com ...
Casa do Saber
27,439 views
Psicanálise, Clínica e Linguagem:  Lacan e seus Escritos | Tiago Ravanello
1:13:57
Psicanálise, Clínica e Linguagem: Lacan e...
Instituto ESPE
3,928 views
Psicanálise, Psicoses e Atualidade
1:16:55
Psicanálise, Psicoses e Atualidade
Instituto ESPE
5,666 views
Real, Simbólico e Imaginário
17:27
Real, Simbólico e Imaginário
Instituto Alma & Coração - Terapias Integrativas
381 views
A DIFERENÇA ENTRE LOUCURA E PSICOSE | CHRISTIAN DUNKER
8:26
A DIFERENÇA ENTRE LOUCURA E PSICOSE | CHRI...
Casa do Saber
208,195 views
A Clínica das Psicoses na Psicanálise - Helena Lima (Aula 10)
1:57:54
A Clínica das Psicoses na Psicanálise - He...
Instituto ESPE
27,393 views
7 DICAS PARA PSICANALISTAS INICIANTES | Dr. Lucas Nápoli
29:01
7 DICAS PARA PSICANALISTAS INICIANTES | Dr...
Psicanálise em Humanês - Lucas Nápoli
60,927 views
Os 04 conceitos fundamentais da Psicanálise - Dr. Jorge Sesarino
1:17:59
Os 04 conceitos fundamentais da Psicanális...
Instituto ESPE
42,996 views
O que é o amor para psicanálise?
27:40
O que é o amor para psicanálise?
Fábio Belo
12,111 views
O QUE É A PULSÃO? # 65
18:36
O QUE É A PULSÃO? # 65
Alexandre Simões Psicanalista
62,447 views
Introdução  à Psicanálise | Rubia Zecchin e Claúdia Martins
1:00:00
Introdução à Psicanálise | Rubia Zecchin ...
Instituto ESPE
68,247 views
AUTOIMAGEM E AUTOESTIMA | LUIZ HANNS
8:24
AUTOIMAGEM E AUTOESTIMA | LUIZ HANNS
Casa do Saber
582,466 views
Qual o sujeito para a Psicanálise? | Dr. Ricardo Goldenberg
1:04:53
Qual o sujeito para a Psicanálise? | Dr. R...
Instituto ESPE
12,440 views
Introdução aos Fundamentos da Psicanálise  |  Dra. Helena Lima
1:56:21
Introdução aos Fundamentos da Psicanálise ...
Instituto ESPE
50,775 views
DE ONDE VEM A ANGÚSTIA?
2:53
DE ONDE VEM A ANGÚSTIA?
Psicanalise Descolada
1,455 views
Videoaula8: O que é angústia em Psicanálise? (Considerações em Freud e Lacan)
10:54
Videoaula8: O que é angústia em Psicanális...
Helena Amstalden Imanishi
11,884 views
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com