você já percebeu que muitas vezes as coisas começam a fluir exatamente no instante em que você para de forçar parece contraditório quase 1 absurdo afinal desde cedo nos ensinam que é preciso insistir correr atrás lutar com todas as forças mas não e se a chave estivesse no contrário disso e se for justamente o apego que está te impedindo de viver o que você tanto busca a verdade por mais desconcertante que pareça é que talvez seja o ato de soltar não o de agarrar que nos liberta nos relacionamentos no trabalho na própria paz mental Carl Jung
um dos mais profundos exploradores da alma humana já dizia que quanto mais tentamos controlar a vida mais ela nos escapa não porque ela se revela mas porque ela pede outra coisa rendição não submissão entrega não apatia fica comigo até o fim essa virada de percepção pode ser a semente de uma transformação real quanto mais nos agarramos a ideia de como tudo deveria ser mais a realidade nos escorre pelas mãos como água o apego esse velho conhecido que juramos ser abrigo é na verdade uma prisão disfarçada ele acorrenta nossa alma as expectativas essas promessas silenciosas que
quase nunca se realizam e o paradoxo é cruelmente claro quando largamos o controle é então que a vida começa a respirar Jung dizia o que você persegue foge o que você aceita se transforma vivemos numa cultura que glorifica o esforço que idolatra o controle que exalta o desejo de conquista como se a paz estivesse sempre a um passo do futuro mas essa obsessão em fazer tudo dar certo pode ser ironicamente o que impede que algo verdadeiro aconteça não é sobre desistir tampouco sobre se acomodar é sobre um gesto mais sutil sair do modo de comando
e entrar no estado de presença o desapego para Yung não era frieza era um ato psíquico necessário o ego precisa se descolar das projeções que faz de pessoas de futuros idealizados de imagens sobre quem deveria ser para que algo mais autêntico possa emergir enquanto nos mantemos acorrentados a essas ilusões não vemos o que realmente acontece dentro de nós queremos que tudo dê certo isso é humano mas quando o nosso valor pessoal se funde ao sucesso ao relacionamento ao reconhecimento qualquer falha se torna um terremoto existencial é daí que brotam a ansiedade o medo a tentativa
desesperada de controlar tudo ao redor Jung alertava essa tensão constante não é vida é o ego em guerra contra o fluxo da existência e a paz não vem quando vencemos essa guerra mas quando abandonamos não por fraqueza mas por lucidez soltar não é cair no vazio é permitir que o novo chegue não aquele novo fabricado pelo desejo mas o novo que vem da própria vida de uma inteligência maior que opera além da nossa vontade quando esse gesto é sincero algo muda as peças se encaixam sem esforço as oportunidades surgem sem perseguição a ansiedade se dissolve
em presença desapegar não é abandonar os sonhos é parar de forçar é deixar de viver na prisão do preciso que isso aconteça e entrar no espaço mais amplo da observação lúcida quando deixamos de nos identificar com o que perseguimos nos aproximamos de quem somos e é nesse ponto quase imperceptível que tudo começa silenciosamente a dar certo mas e se o apego que nos prende não for ao outro mas ao que projetamos nele essa é a ferida mais profunda quase nunca é pelo outro é pelo que colocamos nele pela salvação que esperamos pela validação que queremos
pelo um papel que desejamos que ele cumpra ainda que nunca tenha aceitado esse roteiro Yung nos lembra que o que recusamos ver em nós mesmos tendemos a enxergar nos outros idealizado distorcido inflado é nesse espelho quebrado que o apego se forma o ego faminto por controle e reconhecimento tenta possuir o mundo externo como se ele fosse sua extensão quando nos apegamos a alguém a um status a uma meta muitas vezes não é por amor verdadeiro ou vocação é porque projetamos ali uma parte que sentimos faltar em nós a carência de ser amado vira dependência emocional
o medo da insignificância se disfarça de obsessão por sucesso e o que parece amor tantas vezes é só uma tentativa desesperada de preencher um vazio antigo essas projeções são lentes turvas vemos o outro como gostaríamos que ele fosse e não como ele realmente é e daí nasce a frustração porque ninguém sustenta por muito tempo um papel que não lhe pertence o apego é a ilusão da simbose se eu te mantiver por perto se EU te agradar se EU te controlar então estarei completo mas essa completude é 1 miragem porque depende de algo que nunca esteve
sobre nosso domínio Jung via as projeções como mecanismos de defesa quando projetamos estamos tentando evitar o encontro com conteúdos inconscientes que ainda não temos coragem de integrar é mais fácil acreditar que o outro nos rejeita do que encarar o medo de não sermos bons o suficiente é mais cômodo culpar o mundo pelos nossos vazios do que admitir que talvez tenhamos nos abandonado mas quando começamos a ver isso algo se reorganiza o apego deixa de ser sobre o outro passa a ser um espelho sobre o que ainda não tocamos dentro de nós e é nesse instante
que o real se revela o outro deixa de ser extensão da nossa carência passa a ser simplesmente o outro essa é a liberdade que nasce quando nos dispomos a ver sem distorções não é fácil mas é libertador e quando as projeções falham o que sobra o ego entra em pânico tenta controlar o incontrolável mas há uma diferença entre ter direção e querer dominar tudo direção nasce de um centro alinhado controle nasce do medo tentamos prever planejar blindar cada passo como se isso garantisse alguma segurança mas no fundo o controle excessivo é só o ego tentando
fugir do inevitável a incerteza e talvez seja nela que se esconda a verdadeira paz a vida começa a acontecer quando paramos de tentar controlá la se essa mensagem ressoou em você escreva se no o canal isso nos ajuda a continuar trazendo reflexões como esta o controle muitas vezes é o substituto silencioso do sofrimento legítimo em vez de sentir pensamos em vez de nos rendermos a vulnerabilidade humana arquitetamos rotinas metas e promessas como se isso pudesse nos blindar contra a dor de existir mas esse tipo de vida não é vida é apenas manutenção um esforço continuo
para permanecer funcional enquanto por dentro tudo pede pausa nesse esforço até o trabalho se torna peso o cotidiano se esvazia mesmo quando transborda de tarefas e o ego inflado por ideais e imagens que prometem estabilidade acredita que deve e pode dar conta de tudo é ele quem insiste que existe um modelo certo de viver um roteiro invisível que quando não seguido nos condena a culpa a ansiedade a autocrítica a mente então não para gira como 1 sistema sobrecarregado operando 1000 janelas ao mesmo tempo essa exaustão emocional e mental que muitos carregam no silêncio do dia
não é um defeito pessoal é a consequência lógica de um modo de ser desconectado do essencial no fundo o controle é uma defesa contra a entrega mas entregar se não significa desistir significa reconhecer que há forças dentro de nós e na própria vida que não se curvam a nossa vontade Yung via o inconsciente como uma inteligência viva um núcleo autônomo que molda a realidade tanto quanto a razão ignorar essa dimensão é viver apenas na superfície tentando resolver com lógica o que só pode ser entendido pela alma soltar o controle então torna se um ato de
confiança um salto de abertura diante do caosfértil da vida é aceitar que o imprevisível também pode ser caminho isso não é viver a deriva é permitir que a existência nos surpreenda o que nunca acontece quando estamos ocupados tentando manipular até o silêncio quanto mais queremos garantir que tudo siga conforme o plano mais nos distanciamos de nós mesmos e quanto mais nos entregamos ao ouvir ao observar ao sentir sem a pressa de intervir mais percebemos que a vida tem um ritmo próprio e que esse ritmo por estranho que pareça sabe exatamente para onde nos levar talvez
a verdadeira liberdade esteja em permitir que o ego se desfaça de suas armaduras desapegar não é se afastar da vida é se aproximar de si é quando o ego cansado de resistir começa a aceder espaço para algo mais profundo o selfie para Yung o self é o centro da totalidade psíquica não é o personagem social nem o papel que aprendemos a representar é o que somos quando paramos de atuar enquanto o ego está no comando a vida se molda a expectativas externas como devo agir como devo parecer o que esperam de mim romper com essas
exigências é o início de uma volta não ao passado mas a essência esse movimento Yung chamou de individualização o processo de tornar se quem se é de integrar luz e sombra consciente e inconsciente ferida e potência e esse processo não é teórico ele começa nos pequenos desvios nas renúncias sutis no instante em que você escolhe não responder como sempre respondeu quando uma relação se desfaz e em vez de ocupar o vazio você decide habitá lo esses momentos de desapego são portais eles não oferecem consolo imediato mas oferecem algo mais precioso autenticidade a entrega real começa
quando o ego admite que não sabe que não controla que não precisa fingir é nesse instante que algo novo se move por dentro o selfie não se impõe não grita ele guia com a precisão tranquila de quem conhece o caminho suas orientações não vem da lógica mas da sintonia aquilo que simplesmente faz sentido mesmo quando não faz sentido algum esse desapego não é passividade é uma presença mais refinada é agir sem obsessão amar sem cobrança criar sem precisar provar o que guia essa nova forma de ser não é o desejo de validação é a coerência
interna um silêncio que sabe no caminho da individualização o ego não desaparece ele aprende a servir em vez de querer controlar tudo passa a ser canal e essa inversão muda tudo as relações tornam se mais sinceras as escolhas mais alinhadas a vida que antes parecia algo a conquistar começa a se revelar como algo a ser vivido desapegar nesse sentido não é perder é integrar é permitir que o que precisa partir parta e que o que está pronto para nascer encontre espaço mas para que o selfie possa emergir algo ainda precisa cair a pessoa Jung chamou
de persona a máscara que usamos para sermos aceitos é necessária mas quando nos confundimos com ela começamos a viver para manter uma imagem e não uma verdade ser o forte o espiritualizado o bem sucedido o filho exemplar tudo isso pode parecer virtuoso mas tem um custo um custo silencioso o cansaço de manter uma personagem viva e esse esforço continuo para sustentar a imagem nos distancia de nós porque ninguém consegue ser inteiro enquanto precisa representar o tempo todo a pessoa é ponte não morada quando esquecemos disso qualquer ameaça a nossa imagem nos afeta ficamos na defensiva
irritados inseguros não estamos mais vivendo estamos gerenciando impressões a libertação começa quando entendemos que não somos obrigados a sustentar nenhuma narrativa podemos falhar mudar de ideia nos contradizer não precisamos ser consistentes com o que fomos ontem basta sermos honestos com o que sentimos agora é nesse espaço que a autenticidade nasce mesmo que desagrade desapegar da pessoa é um gesto radical é se deixar ver é abandonar a armadura e permitir que o mundo nos alcance do jeito que somos não como nos imaginamos ser é como sair de um papel mal ensaiado e finalmente respirar não como
ator mas como autor da própria fala Yung disse com exatidão quem olha para fora sonha quem olha para dentro desperta e o apego a imagem é só uma forma bonita de continuar dormindo quando finalmente voltamos o olhar para dentro percebemos o que a pessoa não consegue conter e é nesse instante que começa de fato a vida por trás da máscara que usamos para ser aceitos esconde se o que mais tememos a sombra a liberdade embora desejada assusta porque ser livre é perder o último esconderijo não há mais onde se refugiar nem em pessoas nem em
papéis nem em promessas ser livre é se responsabilizar por si inclusive pelas partes que preferimos não ver é exatamente aí que habita a sombra para Yung ela representa tudo o que reprimimos aspectos rejeitados esquecidos ocultos necessariamente maus mas incompatíveis com a imagem idealizada que criamos de quem deveríamos ser e quanto mais negamos essa parte mais força ela ganha nos bastidores da nossa existência o que se diz apegado a vida ao outro ao sucesso muitas vezes teme profundamente a solidão que a liberdade pode trazer e por isso se agarra não por amor mas por medo medo
do que encontrará quando tudo aquilo que lhe servia de apoio desaparecer desapegar nesse ponto se torna doloroso porque não se trata apenas de soltar o que está fora mas de encarar o que surge por dentro o que sobra quando o desejo é frustrado o que emerge quando a relação acaba o que se revela quando a imagem que sustentamos desmorona é aí que a sombra aparece e ela não chega com leveza muitas vezes vem como raiva inveja melancolia sentimentos que evitamos mas que precisam ser acolhidos com coragem Jung afirmava não há iluminação sem enfrentar as trevas
da alma é na travessia da sombra que nasce a luz transformação quando deixamos de temê la ela deixa de nos dominar em silêncio começamos então a integrar esses aspectos negados a carência o medo a fragilidade como partes legítimas do nosso ser não para nos render a elas mas para que deixem de nos controlar pelas bordas o desapego nesse sentido deixa de ser apenas um gesto de soltar o outro torna se um reencontro com o que fomos ensinados a rejeitar a sombra não é o que nos impede de viver é o que precisamos acolher para finalmente
viver com inteireza e só quem atravessa esse espaço interno com verdade é capaz de experimentar uma liberdade que não depende de nada além de si mas a sombra também se manifesta onde menos esperamos nos laços que chamamos de amor é comum confundir amor com necessidade a linha entre o desejo de estar com alguém e o medo de ficar só é fina mas crucial Jung dizia que o amor real só começa quando termina a projeção enquanto enxergamos no outro uma extensão de nossas carências não o vemos como ele é e nem a nós mesmos no início
de uma relação idealizar é natural mas quando essa idealização se prolonga transforma se em prisão disfarçada de afeto projetamos no outro nossa salvação emocional nossa segurança nosso sentido de identidade sem perceber criamos dependência o outro deixa de ser uma pessoa e vira um papel e é nesse momento que o apego se instala não como carinho mas como medo fantasiado de amor medo de perder de não ser suficiente de encarar o vazio que surge na ausência é esse medo que gera ciúme controle ansiedade o outro precisa estar presente para que eu me sinta inteiro e se
ele se afasta eu desmorono mas o amor que precisa aprender não é amor é carência e uma relação que precisa controlar não é vínculo é contrato de insegurança mútua quando soltamos essas amarras o que sobra é a verdade gostamos do outro sim mas também o usamos como escudo contra o que ainda não aceitamos em nós desapegar nesse contexto não é deixar de amar é começar a amar de forma mais limpa é permitir que o outro exista como ele é sem a obrigação de ocupar um lugar fixo em nossa estrutura emocional é amar sem possuir é
se relacionar com a pessoa real e não com a projeção que criamos dela isso exige maturidade requer aceitar que o outro é livre que pode mudar que pode ir embora e ainda assim ser digno do nosso afeto requer também uma reestruturação interna em vez de buscar no outro a nossa completude encontramos em nós a base para amar sem nos perder o amor não possessivo não é frio é mais presente ele não se alimenta de ansiedade é sereno profundo é quando nós não apaga o eu é quando estar junto não significa desaparecer no outro mas compartilhar
a própria inteireza quando a projeção termina a relação verdadeira começa não perfeita mas possível 1 encontro entre 2 consciências que não se anulam não se fundem mas se reconhecem e justamente por isso se permitem amar com liberdade mas sustentar esse jogo de aparências esse teatro de dependências tem um custo e esse custo se paga com a nossa energia vital chega um momento em que a tentativa de manter tudo em pé simplesmente falha o personagem criado para dar conta de expectativas começa a arruir a força que parecia vir do controle vira peso e o cansaço antes
atribuído ao corpo revela sua verdadeira raiz o ego está exausto essa exaustão não é preguiça não é fraqueza é 1 grito silencioso vindo do inconsciente um pedido de pausa como se algo em nós dissesse não dá mais pra continuar fingindo e é exatamente nesse colapso que o selfie começa a emergir não com euforia mas com aquela estranha paz que acompanha os fins verdadeiros Jung via esses colapsos como convites ao realinhamento quando a vida interna se desorganiza é porque está prestes a se reorganizar em outro nível o burnout emocional tão comum hoje não é apenas excesso
de estímulo é excesso de papéis é coerência demais com a imagem e o coerência de menos com o que sentimos de verdade viver para manter uma pessoa exige energia constante exige controlar palavras emoções reações exige estar sempre no papel perfeito aqui está a reescrita do trecho palavra que aprendemos a admirar mas e quando o corpo começa a falhar quando a mente trava a vontade some e tudo que antes parecia firme se dissolve nesse ponto ser olhado com mais cuidado quem é você sem o controle sem as conquistas sem os títulos o desapego surge então não
como fuga mas como libertação a clareza que emerge revela que você não precisa mais forçar nem se provar pode parar e ao parar não desaparece pelo contrário começa a aparecer com mais verdade o ego resiste a isso ele teme que sem esforço tudo desabe mas a entrega não é desistência é inteligência psíquica é a percepção de que há limites e forçá los com brutalidade nos leva apenas ao esvaziamento Jung sabia a psique quando ignorada cria sintomas mas quando escutada cria caminhos o cansaço da pessoa é um chamado um convite silencioso para respirar fora do personagem
para questionar o que ainda faz sentido e para admitir que às vezes antes de se reinventar é preciso apenas descansar deixar cair o peso da performance permitir que nesse espaço de pausa algo mais autêntico tenha chance de emergir porque quando a pessoa desaba o que sobra é uma dor que quase ninguém fala o luto pelo que nunca fomos muitos se fala sobre desapego como libertação mas poucos se fala sobre a dor que ele carrega porque deixar ir também é um tipo de morte não física mas simbólica e por vezes igualmente intensa desapegar de uma ideia
de uma relação de um futuro idealizado é fazer o luto daquilo que não se realizou e esse luto é real Jung compreendia o sofrimento não como erro mas como parte essencial da transformação sem morte não há renascimento ele dizia isso vale para os ciclos externos e internos quando algo precisa partir 1 plano que não vingou 1 amor que se foi 1 identidade que já não se sustenta há 1 rompimento e todo rompimento mesmo necessário dói nesse contexto desapegar não é 1 escolha racional é 1 processo emocional profundo que arrasta para lugares de silêncio de dúvida
de vulnerabilidade há um vazio que se abre quando perdemos o que nos sustentava e por mais fértil o que ele possa ser assusta alívio e tristeza liberdade e solidão coragem e medo todas essas emoções ambíguas fazem parte do luto psíquico não só pela perda em si mas pela queda da imagem que sustentava a ideia de como tudo deveria ser o ego quer respostas quer entender porque não deu certo mas o selfie opera em outra lógica circular não linear às vezes aquilo que não se realiza é o que nos empurra para dentro para rever valores reconstruir
o que importa soltar um plano que não é mais nosso honrar esse luto é essencial só atravessando a dor sem negá la podemos sair transformados não se trata de apego ao sofrimento mas de não atropelar seu tempo quando vivido com consciência o sofrimento tem um ritmo e é nesse tempo que algo amadurece desapegar então é também aprender a lidar com perdas invisíveis hoje é nessa cicatriz discreta que uma nova vida começa a se insinuar não como promessa mas como possibilidade quando o que nos amarrava se solta o mundo não desaba pelo contrário ele se reorganiza
o silêncio que antes causava pânico torna se fértil o vazio que antes doía revela se espaço e é nesse espaço que coisas novas brotam coisas que jamais nasceriam enquanto tudo estava cheio demais de controle expectativa e ruído é como abrir uma janela depois de anos a poeira dança na luz o ar muda no começo estranha se um incômodo calmo mas aos poucos a respiração volta ela e com a presença a mente enfim para de correr começa a escutar escutar o corpo o tempo os sinais sutis da vida pense em alguém que viveu anos num relacionamento
sem troca que permaneceu ali por medo apego ou hábito quando essa pessoa finalmente solta não só o outro mas a ilusão de que aquilo ainda fazia sentido o que vem é o silêncio o vazio mas logo depois o espaço e nesse espaço ela volta a escrever a cozinhar sem obrigação a sair sozinha a ouvir música no fazer algo sem precisar mostrar para ninguém isso é criatividade voltando não como tarefa mas como expressão Yung falava sobre a energia psíquica que se recupera quando deixamos de alimentar as defesas do ego tudo aquilo que era investido em sustentar
uma pessoa controlar o futuro ou resistir ao presente agora está disponível e essa energia precisa de destino é aí que nasce a criação não só artística mas existencial criar não é só pintar ou escrever é refazer a casa escolher um novo caminho mudar o trabalho para respeitar seu próprio ritmo transformar dor em sabedoria prática criar é quando você para de reagir e começa a escolher e isso só acontece quando há espaço nesse espaço a intuição ressurge antes abafada pelo barulho da ansiedade e das exigências agora fala mais claro conexões surgem onde antes havia apenas problema
1 ideia aparece no banho 1 resposta vem sozinha depois de dias de esforço você para de pensar para encontrar começa a sentir para perceber o tempo também muda o dia deixa de ser batalha você desacelera não por cansaço mas por alinhamento as decisões se tornam leves porque já não há mais nada a provar e curiosamente o que antes parecia inalcançável começa a chegar não por mágica mas porque você saiu do caminho como o artista bloqueado que se cobrava tanto para criar algo genial que já não criava mais nada até que um dia exausto simplesmente solta
deixa o projeto e ali no vazio nasce algo novo de lado sem culpa ele se permite descansar caminha sem destino viaja sem agenda e ali no meio do nada uma nova ideia simplesmente surge espontânea viva sem pressão esse é o poder do desapego quando você solta o que é verdadeiro retorna ou finalmente encontra espaço para nascer esse estado de criação que nasce do contato com o selfie é o oposto da lógica do ego o ego quer controle garantias performance o selfie busca a expressão verdade sintonia quando o ego deixa o centro o selfie assume com
leveza ele não impõe ele conduz aponta caminhos sem forçar destinos e se manifesta por meio daquilo que você faz com prazer mesmo que ninguém veja mesmo que não dê resultado algum esse é o ponto onde o desapego revela sua face mais bela ele não é apenas perda é passagem é ponte entre o que foi e o que ainda pode ser você era quando precisava provar algo e quem você é quando basta estar presente ele te devolve a si mesmo limpo silencioso sem os ruídos sem os excessos sem os pesos que já não são seus o
espaço que se abre após o soltar não é um vazio ameaçador mas um terreno fértil à espera da sua presença real nele a vida não grita ela sussurra e você mais atento mais afinado começa a escutar no fim tudo se resume a um gesto quase invisível abrir a mão soltar o controle deixar ir as imagens os medos as histórias repetidas não por cansaço embora às vezes o cansaço seja o início mas por clareza porque há um momento em que o esforço de segurar custa mais do que a própria perda e o apego por mais familiar
que pareça não é amor ele nasce do medo da carência da tentativa de manter vivo algo que talvez já tenha cumprido o que veio cumprir amar de fato é deixar o outro existir é permitir que a experiência aconteça é deixar a vida fluir mesmo quando ela não quer um cabe dentro das nossas expectativas o controle por sua vez não é força é resistência uma forma sofisticada de negar o presente é o ego tentando dobrar a realidade a sua própria vontade mas viver sobre essa lógica é viver em tensão permanente em guerra com o agora e
nenhuma alma sustenta isso por muito tempo Yung nos lembra a cura não vem quando forçamos uma mudança mas quando aceitamos o que é quando deixamos de brigar com a vida quando paramos de perseguir o que deveria ser e olhamos com verdade para o que já é aceitação não é resignação é abertura é a porta pela qual a transformação real entra e talvez a pergunta mais importante agora seja o que você ainda está segurando que imagem que história que pessoa que expectativa ainda ocupa espaço dentro de você e impede que o novo chegue o que se
fosse solto permitiria que você respirasse mais fundo mais inteiro soltar é um risco sim mas segurar também é e muitas vezes o risco de continuar preso é maior do que o medo de mudar porque não estamos aqui para representar papéis estamos aqui para viver e viver de verdade exige coragem coragem de se aproximar daquilo que é essencial coragem de se permitir ser a vida começa exatamente onde a ilusão de controle termina e é nesse ponto quase sempre íntimo quase sempre quieto que voltamos a nós não como ideal mas como presença e a partir daí tudo
o que realmente importa encontra enfim o seu caminho quando o ego exausto de sustentar papéis e expectativas finalmente se curva algo profundo começa a se mover o que parecia silêncio vira solo fértil o que parecia colapso revela se reinício é nesse ponto de rendição que o selfie o núcleo mais íntimo e completo do ser começa a emergir com sua voz serena Jung descreveu o selfie como o centro organizador da psique a totalidade que une opostos reconcilia extremos dá sentido à existência ao contrário do ego que se agarem ao controle e a aceitação externa o self
opera a partir da verdade ele não exige esforço apenas escuta ele não impõe metas apenas orienta mas para que essa força mais profunda possa nos guiar é preciso soltar as rédeas do ego desapegar se da necessidade constante de provar algo de ser alguém para o mundo é nesse gesto de entrega muitas vezes confundido com fracasso que o processo de individualização começa a se revelar a individualização como Yung nomeou não é um caminho de de perfeição mas de inteireza é o processo pelo qual o ser humano se torna aquilo que ele realmente é e esse tornar
se não acontece através de conquistas externas mas através de um mergulho radical para dentro exige olhar de frente para a sombra os conteúdos inconscientes rejeitados reprimidos e integral os sem julgamento o desapego nesse contexto não é uma técnica é uma consequência natural da coragem de ser inteiro Jung dizia que todo ser humano carrega 1 sombra e quanto menos ela é reconhecida mas ela se projeta nos outros assim quanto mais insistimos em manter 1 imagem perfeita mais partes nossas são banidas para esse território escuro da psique e ali na escuridão elas ganham força esperando o momento
de se manifestar muitas vezes em crises rupturas doenças colapsos emocionais o desapego verdadeiro começa aqui quando deixamos de fugir da nossa sombra e passamos a escutá la soltar o controle então não é apenas uma questão de é abrir espaço para uma escuta interna mais profunda é parar de tentar resolver a vida com os mesmos mecanismos que criaram o conflito a sombra não é inimiga ela é matéria prima da transformação e só podemos acessá la com sinceridade quando o ego se aquieta nesse ponto começa uma nova forma de viver uma vida menos pautada por resultados e
mais enraizada em significado o selfie diferentemente do ego não busca ser alguém busca ser verdadeiro ele não se interessa por metas artificiais mas por expressão autêntica e a expressão do selfie muitas vezes é silenciosa uma escolha pequena que honra sua essência um gesto que não precisa ser visto uma criação que não pede aplausos é aí que o desapego se revela em sua forma mais elevada como transição não é sobre perder é sobre atravessar o que parecia fim vira passagem o que parecia vazio vira possibilidade entre quem você era ao tentar controlar tudo e quem você
se torna ao confiar no processo da vida existe um espaço sagrado esse espaço é o campo onde o selfie pode florescer e ao florescer ele reorganiza tudo a relação com o tempo muda as escolhas deixam de ser impulsos do medo e se tornam extensões da verdade interior as relações se tornam mais livres menos dependentes a criação flui com mais leveza porque não carrega mais o peso de provar nada Jung dizia que quando a energia psíquica deixa de ser gasta nas defesas do ego ela se torna disponível para a criação e essa criação pode ser artística
mas também pode ser existencial criar nesse sentido é reorganizar a própria vida é transformar o cotidiano em expressão do que pulsa por dentro é escolher uma rotina mais simples uma relação mais honesta um trabalho mais alinhado com o que você realmente sente é fazer da vida um reflexo da alma não da pessoa e isso só é possível quando o ego deixa de comandar não desaparece mas se reposiciona ele passa a servir não a dominar o processo de desapego portanto é inseparável da jornada de individualização porque desapegar se não é apenas abrir mão do outro é
abrir mão daquilo que já não faz parte da sua verdade é permitir que os ciclos se fechem que os planos desfeitos descansem que as versões antigas de si mesmo possam morrer com dignidade essa morte simbólica por mais desconfortável que seja é o solo onde o novo nasce Yung via nos colapsos psíquicos não um erro mas um chamado quando tudo parece ruir é porque algo mais profundo quer se manifestar e o ego mais que resista precisa entender não se trata de perder o controle por fraqueza mas de devolver a vida o direito de surpreender a cura
como Yung dizia não acontece quando tentamos corrigir o que sentimos mas quando paramos de brigar com o que é a aceitação é a porta da transformação não uma aceitação passiva mas lúcida é o olhar que ao invés de negar abraça ao invés de fugir sustenta e é nesse olhar que o selfie começa a guiar portanto a grande pergunta nunca foi sobre como controlar melhor a vida mas sobre o que estamos dispostos a soltar que imagem ainda te prende que história você continua a carregar como se fosse sua quando já não é mais que parte de
você precisa morrer para que algo mais verdadeiro possa nascer soltar é arriscado sim mas permanecer preso a algo que já terminou pode ser ainda mais porque não viemos ao mundo para representar papéis que nos sufocam viemos para viver para integrar para florescer e isso exige coragem coragem de abandonar a pessoa e voltar ao self coragem de ser inteiro mesmo quando o mundo insiste para que sejamos metades adaptadas e no silêncio que vem depois da entrega algo enfim repousa algo se alinha a vida então não precisa mais ser empurrada ela flui não como uma linha reta
mas como um rio com curvas com pausas com profundidade e é nessa fluidez guiada pelo selfie e não mais pelo ego que a verdadeira transformação acontece não como ruptura dramática mas como presença como respiração nova há uma fase da jornada interior em que tudo que antes fazia sentido começa a perder o brilho a rotina que sustentava as crenças que guiavam os sonhos que inflamavam de repente parecem desbotar não por desilusão mas por maturação Yung compreendia esse momento como uma espécie de Crepúsculo psíquico não um fim mas o começo de um novo ciclo que ainda não
tem nome nesse espaço de transição o ego costuma se inquietar ele quer restaurar a ordem anterior retornar ao conhecido mas há algo mais profundo pedindo passagem algo que só se revela quando você para de tentar entender e começa a sentir é nesse limiar que o desapego ganha nova função ele se torna o rito de passagem entre versões soltar não é apenas deixar algo ou alguém é desfazer se de um modo de ser que já não conversa com sua alma esse tipo de desapego é mais sutil mais interno e por isso mais desafiador ele exige que
você abandone não só vínculos externos mas fidelidades invisíveis ideias fixas sobre quem você precisa ser lealdades inconscientes a histórias familiares papéis herdados que você nunca escolheu Yung via essas amarras como complexos núcleos que atuam como pequenos egos com vontade própria moldando comportamentos e sabotando escolhas desapegar nesse nível é desfazer alianças com os complexos que governam sua vida sem que você perceba é notar que às vezes a insistência não vem de amor mas de uma repetição inconsciente a busca por aprovação não é desejo mas um eco infantil de um amor que não foi plenamente recebido e
que a dificuldade em soltar não é resistência ao outro mas a dor que emerge quando você perde a distração de si mesmo ao entrar em contato com esses núcleos internos algo profundo começa a se reorganizar é como se a psique antes dividida entre múltiplas vozes começasse a buscar uma melodia comum o selfie silenciosamente chama tudo de volta para casa e esse chamado embora não tenha palavras é impossível de ignorar ele se manifesta no incômodo na exaustão na inquietude que nenhum novo projeto resolve é a alma pedindo para viver em outro tom Jung também falava da
importância dos símbolos nesse processo porque quando o racional falha e ele sempre falha diante da alma os símbolos se tornam pontes eles não explicam eles tocam um sonho que se repete uma imagem que te comove uma sincronicidade que te atravessa são sinais do inconsciente tentando dialogar com a é parte desperta da sua consciência o desapego verdadeiro começa quando você deixa de interpretar a vida como um problema a ser resolvido e passa a vivê la como um mistério a ser descifrado nesse novo modo de viver as certezas perdem espaço para a escuta você já não precisa
mais saber onde tudo vai dar porque há uma confiança que nasce do próprio processo Yung chamava isso de orientação interna uma bússola que não aponta para fora mas para o que ressoa e o que ressoa raramente é o que não parece mais seguro raramente é o que o ego escolheria é aqui que se entende que o desapego não é passividade mas uma forma refinada de ação não é omissão mas um movimento que vem da alma você começa a agir não por urgência mas por coerência começa a escolher não o que brilha mais mas o que
sustenta sua presença sem esforço isso transforma tudo do modo como você trabalha ao modo como ama as relações deixam de ser lugar de carência para se tornar espaço de troca o tempo deixa de ser pressão e vira território a rotina perde o rótulo de prisão e se revela ritual mas para isso é preciso morrer para o personagem aquela versão de si mesmo que sabia o que queria que parecia forte que mantinha tudo sob controle Jung alertava que muitos adoecem não pela falta de sentido mas pelo excesso de identificação com papéis ultrapassados o verdadeiro sofrimento muitas
vezes vem não do que nos falta mas daquilo que já não cabe e insistimos em sustentar como um sapato apertado que usamos por costume sem perceber que ele fere e quando esse personagem finalmente cai não por escolha mas por esgotamento a alma suspira não há mais roteiro só escuta não há mais pressa só presença a partir daí a vida começa a acontecer com outra qualidade as decisões já não vem do medo mas de um saber interno e aquilo que antes exigia esforço agora acontece com naturalidade essa fluidez Yung diria não é privilégio de poucos ela
é destino de todos os que aceitam caminhar mas exige coragem coragem de soltar até aquilo que parecia te definir de olhar para dentro e encontrar 1 território ainda não habitado de reconhecer que o controle que você acreditava ter era só uma camada fina sobre um mistério muito mais vasto e é nesse mistério não na certeza que a vida real floresce porque desapegar no fim não é sobre perda é sobre liberação é um chamado para que a alma enfim respire inteira e só respira inteira quem se permite sair da prisão das velhas certezas você não veio
até aqui para ser coerente com o que já passou você veio para ser fiel ao que ainda pulsa fiel ao que ainda pulsa porque há algo em você que ainda não foi dito não foi vivido não foi nomeado algo que escapa as definições mas insiste em se manifestar às vezes vem como 1 desconforto às vezes como um desejo sem forma outras como um silêncio que pede escuta esse algo é a vida não vivida o potencial esquecido o talento abafado o amor adormecido a vocação sufocada pelo barulho da obrigação Jung nos dizia que cada ser humano
carrega dentro de si aquilo que ainda não se tornou consciente e que esse material não vivido essa potência não integrada tende a se manifestar como destino como se a própria vida conspirasse para que você se encontrasse com o que havia rejeitado em si o desapego nesse ponto ganha uma nova camada não é só largar o que pesa é dar lugar ao que ainda não nasceu e o novo só nasce no espaço não na agenda cheia não na mente sobrecarregada não na rotina ingessada pela necessidade de controle o novo precisa de silêncio precisa de pausa precisa
do solo fértil da incerteza é por isso que tanta coisa se transforma quando finalmente abrimos mão não é o ato de soltar que cria o milagre é o que ele permite que aconteça depois um recomeço orgânico que brota do centro não da exigência mas recomeçar é um verbo que assusta porque implica admitir que algo terminou e o ego teme fins teme se desfazer por ter me perder o controle da narrativa ainda assim é justamente na travessia do fim que o selfie pode enfim florescer Jung falava da necessidade simbólica da morte e do renascimento toda transformação
profunda passa por esse ciclo e todo ciclo começa no escuro o escuro da alma não é castigo é convite é o retorno ao útero da psique onde algo precisa ser desfeito para que outra coisa possa tomar forma a lagarta que tenta evitar o casulo jamais se tornará borboleta assim também é com o ser humano aquele que resiste ao vazio prolonga sua dor aquele que o atravessa com consciência encontra a liberdade mas essa liberdade não tem a forma que o ego espera ela não vem com fogos de artifício não é euforia é quietude é uma espécie
de paz que não depende de nada externo é estar consigo sem pressa sem cobrança sem medo de não saber é pertencer a si mesmo mesmo quando o mundo lá fora pede performance esse estado de presença plena é 1 dos frutos mais preciosos da individualização não é 1 lugar onde se chega é 1 modo de estar um modo de sentir o mundo de dentro para fora quando se está ali o tempo muda as relações mudam a escuta muda você deixa de reagir e começa a responder deixa de repetir e começa a criar e nesse criar nasce
a obra mais importante da vida você mesmo não como personagem mas como essência como alguém que passou pela dor que atravessou o desapego que morreu simbolicamente para versões antigas e ao renascer trouxe consigo não uma nova identidade mas uma nova inteireza porque no fim Jung sempre apontou pra isso a integração tornar se inteiro tornar se alguém que carrega dentro de si as próprias sombras sem se confundir com elas que não se define por feridas mas também não as nega que sabe que o verdadeiro poder não está em controlar a vida mas em se alinhar com
ela esse alinhamento é sutil não se aprende em livros não se copia de ninguém ele surge quando você para de fingir quando solta a necessidade de parecer de ter todas as respostas de ser invulnerável porque é justamente no encontro com a vulnerabilidade que mora a chave da cura e a cura como Yung nos lembrava não é estar sempre bem é estar inteiro mesmo quando tudo dentro de você está em movimento não é estar sempre bem é estar inteiro mesmo quando tudo dentro de você está em movimento é não fugir do caos mas aprender a dançar
com ele é confiar que mesmo nos momentos em que tudo parece desmoronar há uma ordem maior se formando por baixo essa confiança não vem da razão vem da experiência e a experiência só se acessa vivendo permitindo se caindo e levantando amando e perdendo soltando e reconstruindo a alma não quer perfeição quer verdade quer presença quer espaço e quando você dá espaço ela começa a se mostrar aos poucos sem pressa primeiro nos sonhos depois nos sinais depois nas escolhas até que um dia você percebe que já não precisa mais segurar tanto que já não precisa mais
fingir tanto que já pode viver com mais leveza porque você entendeu que não se trata de controlar o fluxo mas de mergulhar nele e é nesse mergulho profundo sincero inevitável que a transformação se completa a transformação não tem pressa ela não se curva as datas que o ego estipula nem aos prazos da sociedade ela acontece no tempo da alma e a alma diferente da mente não trabalha com eficiência mas com profundidade é por isso que muitos confundem o processo de individualização com estagnação quando na verdade o que parece pausa é gestação há algo sendo gestado
em você quando tudo desacelera quando as respostas não vem quando o entusiasmo some quando até os antigos sonhos perdem o brilho Yung via essas fases como momentos cruciais da jornada da consciência não como desvios mas como trechos sagrados o vazio dizia ele não é ausência é incubação é a alma recolhendo se para reorganizar se de dentro para fora mas o ego odeia esses intervalos ele quer manter o movimento a qualquer custo produzir resolver decidir seguir e nessa pressa ignora os sinais mais importantes os sonhos que insistem em repetir uma mesma imagem as emoções que surgem
sem explicação racional a sensação de que por mais que tudo pareça certo algo essencial ainda falta essa falta não se preenche com mais metas ela só se apazigua quando se ouve o que está por trás do silêncio Yung acreditava que o inconsciente é um parceiro ativo na construção do destino não um inimigo a ser domado mas 1 orientador simbólico que oferece sentidos não certezas e os sentidos não se impõe eles se revelam a medida que você solta a necessidade de entender tudo soltar então não é apenas desapegar de pessoas ou situações é abrir mão da
compulsão por explicações é permitir que a vida tenha suas zonas de mistério é aceitar que nem tudo precisa fazer sentido imediato para ter valor às vezes o sentido de algo só aparece depois de muitos passos quando você olha para trás e percebe que tudo o que parecia ruído era na verdade música que você ainda não sabia escutar é nesse espaço simbólico que o self começa a se manifestar com mais nitidez não como uma ideia mas como presença você começa a sentir que algo dentro de você sabe mesmo quando a mente não sabe mesmo quando as
circunstâncias parecem instáveis é como se uma nova bússola surgisse não no céu mas no peito e essa bússola aponta para aquilo que ressua mesmo que não se explique Yung chamava essa capacidade de seguir o que ressua de função transcendente um ponto de equilíbrio entre o o consciente e o inconsciente entre o que você quer e o que sua alma precisa é esse ponto que guia os grandes saltos da vida e os grandes silêncios também porque há momentos em que não se trata de avançar mas de sustentar o não saber desapegar nesse estágio é renunciar a
pressa de se encontrar é aceitar que você não precisa ter uma identidade definida para estar em paz que pode ser um fluxo um processo uma travessia e que tudo o que precisa fazer agora é estar presente para o que está aqui vivo dentro de você mesmo que isso ainda não tenha nome a dignidade em não saber a beleza em não ter certeza a força em não se apressar a sociedade pode não compreender isso pode chamar de inércia o que é recolhimento pode chamar de indecisão o que é respeito ao tempo interno mas quem caminha com
Yung aprende a ouvir outra voz a que vem de dentro a que não grita mas guia a que não promete mas revela e nessa escuta você começa a perceber que a vida não exige perfeição mas presente que o caminho não precisa ser claro só verdadeiro que as respostas não precisam vir todas agora mas que o silêncio entre elas também é resposta esse é o solo do desapego mais profundo quando você solta não porque desistiu mas porque confia porque entende que aquilo que é realmente seu o que ressoa com a alma encontrará você de novo e
aquilo que era apenas projeção ilusão compensação esse sim precisa partir porque você já não quer mais preencher vazios quer viver inteiramente viver inteiramente talvez essa seja 1 das expressões mais simples e mais exigentes que existem porque viver por inteiro implica tocar em tudo aquilo que o ego preferiria evitar a contradição o medo a dúvida a imperfeição Jung não acreditava em uma felicidade superficial baseada em positividade constante ele sabia que a inteireza só nasce do confronto com os próprios abismos e é por isso que o desapego nessa caminhada não é apenas libertação é purificação não da
imagem que criamos sobre ela é a queda da ilusão de que ser inteiro é ser sempre sereno não é ser inteiro é ser real é ter espaço interno para todas as estações para o verão da expansão mas também para o inverno do recolhimento é abraçar a oscilação como parte do movimento natural da alma a alma é cíclica e quem não respeita os próprios ciclos adoece adoece de pressa de controle de excesso de função Yung via a neurose muitas vezes como um sintoma de um atendido chamado de que algo em nós está sendo negligenciado a tempo
demais e frequentemente esse algo é simples 1 desejo legítimo de parar de escutar de respirar sem agenda a desconexão com o selfie não acontece de uma vez ela se dá aos poucos como uma corda que se afrouxa sem que percebamos primeiro deixamos de ouvir nossos impulsos mais íntimos depois começamos a repetir gestos automáticos passamos a viver para responder demandas sustentar papéis alimentar imagens e quando vemos já não sabemos mais o que sentimos apenas funcionamos e isso com o tempo cobra um preço é nesse vazio que muitos chegam até Yung buscando um nome para essa angústia
um mapa para a travessia e ele nunca prometia respostas fáceis porque não há atalhos para quem deseja se encontrar mas havia em sua abordagem 1 tipo raro de respeito pela alma ele sabia que cada ser humano carrega dentro de SI 1 mito pessoal 1 enredo único que não se revela sobre pressão mas sobre escuta e o desapego nesse sentido se transforma em escuta quando você solta não é para abrir mão de algo mas para ouvir o que está por trás desse algo soltar o controle é começar a escutar os impulsos criativos que antes estavam soterrados
pelas obrigações soltar a imagem é começar a escutar quem você é quando ninguém está olhando soltar as certezas é começar a escutar o silêncio entre uma etapa e outra da vida esse espaço onde o novo começa a se formar Jung dizia que todo encontro verdadeiro com o inconsciente tem algo de luminoso uma qualidade sagrada um brilho que não vem da razão mas do mistério e é justamente isso que o desapego permite onde tudo é previsível a alma precisa de surpresa de espanto de beleza que não se explica e talvez por isso as coisas mais importantes
que nos acontecem quase nunca são planejadas a amizade que transforma o encontro que desperta a crise que liberta quase sempre chegam sem aviso e só quem não está com a vida toda engessada consegue recebê las desapegar então é também preparar o caminho para o inesperado é confiar que a vida quando não está sendo controlada é capaz de oferecer mais do que o ego seria capaz de pedir nesse estado o tempo desacelera o presente se torna habitável e o agora deixa de ser ponte para o futuro e passa a ser território sagrado não porque tudo esteja
resolvido mas porque você deixou de exigir que o esteja a aceitação essa palavra tão mal compreendida não é acomodação é sintonia é a inteligência de perceber que há um ritmo maior conduzindo tudo mesmo quando parece caos e quando você entra em sintonia com esse ritmo começa a viver como se estivesse dançando com algo invisível você sente você escuta você se move mas não força e aos poucos descobre que não precisa mais empurrar a vida basta acompanhar seu fluxo é aqui que o desapego atinge sua dimensão mais profunda é mais um esforço para soltar ele se
torna um estado natural você já não precisa agarrar o que não quer ficar já não precisa manter o que não se sustenta já não precisa correr atrás de um ideal porque algo dentro de você se lembrou que a vida quando vivida com verdade cuida do essencial e o essencial não precisa ser forçado só precisa de espaço o essencial precisa de espaço mas também de silêncio porque ele não grita ele sussurra e só quem se permite desacelerar o bastante para escutar é capaz de reconhecê lo Yung sabia que esse silêncio interior não é vazio é presença
pura é quando o mundo externo deixa de ditar as regras e a alma finalmente encontra a voz e essa voz por mais sutil que seja tem o poder de reorganizar toda uma existência há um momento na vida de quem caminha com profundidade em que tudo o que antes era ruído começa a perder importância não por indiferença mas por discernimento você começa a perceber o que é seu e o que é só barulho herdado o o que nasceu do seu centro e o que foi construído para agradar o que vibra com a sua essência e o
que apenas ocupa espaço e é aí que o desapego amadurece ele deixa de ser um esforço para soltar algo específico e se torna um estilo de presença um modo de estar no mundo sem carregar o mundo nas costas um jeito mais leve de caminhar não porque a estrada ficou fácil mas porque você já não se obriga a levar tudo com você Jung dizia que cada Pessoa carrega dentro de SI 1 processo natural de uma cura uma força reguladora um princípio organizador que busca constantemente a totalidade e que quando nos desviamos muito de quem somos essa
força nos corrige através de sintomas perdas colapsos o desapego portanto também pode ser visto como um retorno ao eixo uma escolha consciente de alinhar se de novo com essa sabedoria interna que não precisa de controle mas de escuta quando você começa a viver assim algo muda no seu olhar você já não busca nas coisas a sua salvação pessoas nem nas nem nos títulos você começa a ver tudo como expressões temporárias daquilo que é eterno em você e isso muda a forma como você ama trabalha se relaciona o amor deixa de ser necessidade e vira oferenda
o trabalho deixa de ser sobrevivência e vira extensão as relações deixam de ser escudo e viram espelho é claro que esse estado não se atinge de uma vez ele se constrói se conquista se habita aos poucos a cada desapego a cada queda de expectativa a cada morte simbólica é 1 nada em espiral não em linha reta com retornos com desvios com ciclos e tudo isso faz parte Jung nunca idealizou a evolução humana como algo limpo ele sabia que crescer dói que integrar é um processo caótico que às vezes é preciso perder se para voltar com
mais inteireza por isso o desapego não é um fim é um portal é um limiar entre o conhecido e o que ainda está por nascer quando você atravessa esse limiar com verdade você não volta o mesmo e nem deve porque exatamente igual ao que era não escutou o chamado só sobreviveu a travessia mas não a permitiu transformar e é disso que se trata essa jornada transformação não como um ideal a alcançar mas como um modo de viver um compromisso com a verdade de cada momento uma fidelidade a alma mesmo quando isso implica desagradar o mundo
Jung dizia que o maior privilégio do ser humano é tornar se quem ele realmente é mas esse privilégio exige que você deixe de lado tudo o que não é seu muita coisa e isso inclui expectativas alheias padrões familiares narrativas sociais medos herdados sonhos que já não vibram soltar tudo isso dói sim mas é essa dor que abre espaço para algo mais autêntico e quando esse espaço se abre você descobre que nunca esteve realmente perdido apenas soterrado por histórias que não eram suas por papéis que aprendeu a interpretar por exigências que confundiu com identidade o desapego
é o desmonte silencioso dessas camadas e o que sobra no fundo é é sempre você mais nu mais verdadeiro mais inteiro é a partir daí que a vida começa a ter gosto de vida não de luta não de performance não de conquista mas de presença você respira melhor caminha mais leve escuta com mais atenção AMA com mais liberdade e tudo isso acontece sem esforço porque não vem mais do ego tentando ser algo vem do ser permitindo se existir esse é o milagre silencioso do desapego ele não tira nada que seja verdadeiramente seu ele só afasta
o que nunca foi foi talvez o maior presente que o desapego nos oferece seja a chance de finalmente voltarmos para casa não uma casa física nem um destino fora de nós mas aquele lugar interno onde não precisamos mais fingir onde podemos simplesmente ser onde a alma encontra repouso porque deixou de carregar o peso de ser o que esperavam dela viver no fim das contas não é sobre alcançar tudo é sobre reconhecer o que já pulsa silenciosamente dentro de nós é sobre escutar a vida sem gritar com ela sobre soltar as certezas e com isso abrir
espaço para o mistério e é nesse espaço livre das velhas imagens das velhas histórias que o novo encontra a passagem a beleza real não nasce do controle mas da entrega a liberdade não está em ter tudo mas em não depender de nada que não seja verdade se algo dentro de você foi tocado por essa travessia se alguma parte sentiu alívio ou clareza ou simplesmente presença aproveita e se inscreve aqui no canal ativa as notificações isso não é só 1 clique é 1 gesto que nos permite continuar fazendo essa caminhada juntos com mais profundidade mais escuta
mais alma e se esse vídeo te trouxe algo bom compartilha deixa aqui nos comentários o que você está pronto para soltar o que já não te pertence mais porque às vezes basta uma única pergunta sincera para que a vida mude de tom e você volte a escutar o que nunca deixou de te chamar