Tráfico de Escravos: Você Só Aprendeu Metade da História.

95.06k views1496 WordsCopy TextShare
Manual de História
Visite o site da editora Caravelas: https://www.caravelaseditora.com/?utm_source=influ&utm_medium=ma...
Video Transcript:
Você já deve ter ouvido falar que a escravidão já existia na África antes dos europeus iniciarem o tráfico atlântico, mas dificilmente aprendemos como essa escravidão surgiu e quais os efeitos que ela provocou nas sociedades africanas que a praticaram. Em 2008, o antropólogo francoegalês Diane Indi lançou um livro que ajudou a esclarecer muitas dessas dúvidas sobre a escravidão anterior ao tráfico atlântico. Para Indi, o tráfico árabe muçulmano de escravos foi o mais devastador da história da África.
Sim, mais devastador do que o tráfico atlântico. Estima-se que os traficantes europeus arrancaram 12 milhões e meio de africanos de suas terras. O tráfico árabe levou mais de 17 milhões.
Mas não se trata apenas de uma comparação numérica. O tráfico árabe muçulmano representou um extermínio muito maior das populações negras. Enquanto nas Américas hoje existem mais de 200 milhões de pessoas que se identificam como afrodescendentes, o tráfico árabe muçulmano deixou pouquíssimos descendentes graças à castração de todos os cativos homens.
É por isso que Injin escolheu a palavra genocídio para o título de seu livro. Isso não exenta os traficantes europeus, americanos e brasileiros de nenhuma atrocidade cometida durante a escravidão nas Américas. Todos eles cometeram crimes ediondos contra a humanidade durante quatro séculos de escravidão.
E isso não é pouco. Mas o que nós não aprendemos nas escolas é que o tráfico árabe durou 13 séculos, três vezes mais do que o tráfico para as Américas. Ele começou quase 800 anos antes do tráfico atlântico e só terminou um século depois do fim do tráfico nas Américas.
Ou seja, por volta de 1950 ainda existiam rotas de traficantes árabes cruzando o deserto do Saara por mais de 1000 km com escravos que seguiam a pé pelo Sahara. Se você gosta de livros como esse que mostram um outro lado pouco conhecido da história, você precisa conhecer a editora Caravelas. Ela é voltada para livros de história que apresentam justamente aquilo que nunca aprendemos nas escolas e faculdades.
Autores estrangeiros respeitados no exterior, mas que nunca foram traduzidos no Brasil. Para a editora Caravelas, a história mais complexa do que este maniqueísmo marxista que aprendemos no ensino tradicional, no qual o mundo é dividido entre exploradores e explorados. Visite o site da editora e descubra que a história é muito mais rica e interessante do que nos fizeram acreditar.
Por mais de 1000 anos, a rota do tráfico trançaariano foi a principal rota de africanos que eram arrancados de suas terras para trabalhar como escravos em outros países. Várias cidades da região norte-africana enriqueceram e prosperaram graças ao tráfico de cativos negros. Mas no século XIX surgiu uma segunda rota que era marítima.
Centenas de navios passaram a levar africanos para a Índia, a Arábia e outros países muçulmanos da Ásia. Foram os árabes muçulmanos que disseminaram a prática da escravidão na África, estimulando etnias diferentes a fazerem guerras para capturar escravos. Foram eles que começaram a vender armas para estimular guerras de captura de escravos, a tal ponto que os escravos se tornaram a moeda mais importante em muitas regiões da África sub-saariana.
Com os escravos, a aristocracia das comunidades africanas passou a comprar gado, tecido, armas e comida. Cabe esclarecer que o autor do livro é muçulmano, portanto, não se trata de um livro que pretenda vilanizar essa religião. Fiquem agora com um trecho do livro Genocídio Ocultado.
A edição usada aqui é portuguesa. Em 2021, a editora Fapex da Bahia lançou uma tradução deste livro com o título Genocídio Velado, mas infelizmente esta edição já está esgotada. Os árabes, no decurso dos seus movimentos de conquista, começaram por tomar, submeter e islamizar o norte da África antes de se dirigirem à Espanha.
Neste país, desenvolveram uma civilização brilhante, simbolizada pelos Emirados e Califados de Córdova. Depois, quando regressaram à África, numa nova onda de islamização dos povos, levaram consigo uma infinidade de desgraças. Durante a progressão árabe, a sobrevivência constituía um verdadeiro desafio para as populações.
Milhões de africanos foram arrasados, massacrados, capturados, castrados ou deportados para o mundo árabo muçulmano. Isso em condições desumanas, em caravanas que atravessavam o Sahara ou por via marítima a partir dos entrepostos de carne humana na África Oal. Era esta, na verdade, a primeira empresa da maioria dos árabes que islamizavam os povos africanos, fazendo-se passar por pilares da fé e por modelos dos crentes.
Muitas vezes iam de região em região com um alcorão numa mão e um machado na outra, levando hipócritamente uma vida de oração e invocando constantemente a lá. Belos e nobres princípios, mas que foram desprezados pelos negreiros árabes que puseram a África a ferro e fogo. Protegidos por este pretexto religioso, perpetraram os crimes mais ediondos e as crueldades mais atrozes.
Isso mereceu a Eduard Guilhomé as seguintes palavras: "Que desgraça para a África! O dia em que os árabes puseram os pés no seu interior, com eles vieram a sua religião e o desprezo pelos negros. Enquanto o tráfico atlântico durou 4atro séculos, os árabes arrasaram a África sub-saariana durante 13 séculos ininterruptos.
A maioria dos milhões de homens por eles deportados desapareceu devido ao tratamento desumano e a castração generalizada. Aparentemente, essa dolorosa página da história dos povos negros não foi virada de forma definitiva. No rescaldo da Segunda Guerra Mundial e da Descoberta dos Hrolocausto, a humanidade foi confrontada com a medida exata da crueldade do homem e da fragilidade de sua condição.
É mais do que tempo de o genocida tráfico negreiro árabo muçulmano ser examinado e debatido ao mesmo título que o tráfico transatlântico. Embora não existam graus de horror nem monopólio da crueldade, podemos afirmar, sem risco de equívoco, que o tráfico negreiro árabo muçulmano e as jihades guerras santas, provocadas pelos seus impiedosos predadores para obter prisioneiros, foram para a África Negra muito mais devastadores do que o tráfico transatlântico. E isso ainda ocorre sob o seu quinhão de massacres e o seu genocídio a céu aberto.
Desde tempos imemoriais, as sociedades da África sub-saariana conheceram não tanto escravos, mas servos, vítimas sobretudo de combates entre diferentes tribos. De início, tais combates não eram sanguinários, eram pouco numerosos e relativamente pouco fatais. Na tradição dos ingunis, por exemplo, muitas vezes limitavam-se a uma luta entre os dois homens mais combativos de cada tribo, e a batalha cessava assim que um dos lados reconhecia a derrota.
As populações civis não eram envolvidas. As mulheres e as crianças não hesitavam em deslocar-se aos campos de batalha para encorajar os seus clãs. A estrutura das sociedades africanas, antes da chegada dos árabes, poderia comparar-se com a de uma sociedade feudal, com suas tribos suzeranas e outras mais ou menos.
Estes confrontos, todavia, passariam a intensificar-se em inúmeras regiões africanas devido à chegada dos árabes muçulmanos. As guerras tribais tornaram-se mais violentas. Os líderes dos clãs vitoriosos, em vez de se contentarem com as terras conquistadas, obrigavam os vencidos a aceitar uma posição de subordinação.
Os vencidos tornavam-se escravos dos vencedores. Tais confrontos não tardaram a ser responsáveis por frequentes fomes. Por vezes tão dramáticas que alguns homens livres não hesitavam em vender-se a si mesmos como cativos ou em vender seus próprios filhos.
Antes da chegada dos árabes, o continente negro não conhecia a escravatura como sistema de exploração econômica e social. O seu comércio externo limitava-se essencialmente à troca de ouro contra joias, tecidos, armas e sal. A venda de cativos de guerra era muito reduzida.
O sistema de servidão pré-existente na África Negra forneceu meramente presas sobre as quais os negreiros árabes foram os primeiros a explorar de forma desumana e brutal por desprezo aos povos negros. Foi a chegada dos árabes muçulmanos que marcaram uma viragem dramática nas práticas de servidão em África. Foram o ponto de partida de uma ignóbel empreitada de destruição durante 13 séculos de perseguições ininterruptas, de humilhações, de sofrimento, de desprezo e de emboscadas mortíferas.
A partir do momento em que a África sub-saariana se tornou a principal zona fornecedora de escravos do tráfico árabe e oriental, o homem negro transformou-se em sinônimo de servidão e correlativamente a cor da pele passou a ser associada a uma negação do islã. No mundo árabe, muitos escritos provam o forte desprezo para com os povos negros. Aos seus olhos, os negros tornaram-se subhumanos e praticantes de antropofagia, canalismo.
No seu imaginário coletivo, os negros africanos não faziam mais do que comer, dançar e procriar. O pensador árabe Ibin Caldum declarava que os negros eram caracterizados pela ligeireza, pela emotividade e que sentiam vontade de dançar assim que ouviam música. Por essa razão, eram qualificados como estúpidos.
Sua alegria e contentamento resultavam da dilatação de seu espírito animal. Muito antes do novo mundo ou do apartide na África do Sul, o mundo árabe inventou uma segregação racial que excluía os negros ao lado de quem nunca se andava na rua. O tráfico negreiro árabe muçulmano foi, portanto, uma das mais antigas vias em direção à hierarquização das raças.
Related Videos
O colonialismo não é a causa da pobreza na África hoje.
28:27
O colonialismo não é a causa da pobreza na...
Manual de História
373,164 views
Portugal e a Captura de Escravizados na África.
22:22
Portugal e a Captura de Escravizados na Áf...
Caçador de Histórias
40,946 views
BRAZIL BEFORE 1500: THE UNTOLD STORY
1:00:46
BRAZIL BEFORE 1500: THE UNTOLD STORY
Canal Nostalgia
2,387,499 views
Por Que a Ku Klux Klan Queimava Cruzes? Descubra a Origem
26:53
Por Que a Ku Klux Klan Queimava Cruzes? De...
Caçador de Histórias
68,337 views
It Was Not the American Embargo That Impoverished Cuba
23:37
It Was Not the American Embargo That Impov...
Manual de História
33,994 views
Revolução Francesa. Você só aprendeu a versão marxista desta história.
22:55
Revolução Francesa. Você só aprendeu a ver...
Manual de História
638,913 views
Web Comunistas Não Sabem Nada Sobre a URSS
32:09
Web Comunistas Não Sabem Nada Sobre a URSS
Manual de História
148,564 views
A Suécia e a Escravidão: O Lado Sombrio da Riqueza Nórdica
34:17
A Suécia e a Escravidão: O Lado Sombrio da...
Caçador de Histórias
97,173 views
Resposta ao vídeo do Conhecimento Expandido
23:33
Resposta ao vídeo do Conhecimento Expandido
Manual de História
28,542 views
Marx não se importava com o povo
27:23
Marx não se importava com o povo
Manual de História
118,883 views
Houve uma Maldição sobre Africanos e Negros?
25:00
Houve uma Maldição sobre Africanos e Negros?
Caçador de Histórias
224,693 views
A Guerra Dos Macabeus - Os Hebreus Contra O Helenismo - O Milagre da Chanuká
16:51
A Guerra Dos Macabeus - Os Hebreus Contra ...
História Invicta
75,964 views
A VERDADE sobre Atena e Cleópatra que ninguém quer ouvir!
16:18
A VERDADE sobre Atena e Cleópatra que ning...
Linhagem Cortes [OFICIAL]
216,140 views
AULA 7 - Antes do Tráfico Atlântico: O Tráfico Transaariano
17:36
AULA 7 - Antes do Tráfico Atlântico: O Trá...
Manual de História
16,638 views
How Emperor Haile Selassie Was Brutally Murdered—The Dark Truth
22:44
How Emperor Haile Selassie Was Brutally Mu...
Bisi
939,858 views
Bíblia Etíope: a mais completa e antiga?
22:14
Bíblia Etíope: a mais completa e antiga?
Estranha História
270,618 views
OS IMPERDOÁVEIS ABUSOS DAS SENHORAS BRANCAS AOS ESCRAVOS NEGROS
21:14
OS IMPERDOÁVEIS ABUSOS DAS SENHORAS BRANCA...
Segredos da Humanidade
284,367 views
A Escravidão na África e o Tráfico Atlântico de Escravos (Parte 1)
1:43:45
A Escravidão na África e o Tráfico Atlânti...
NAPBrasilAfrica
31,521 views
O Polêmico Livro que Desacreditou o Comunismo
21:01
O Polêmico Livro que Desacreditou o Comunismo
Manual de História
39,321 views
The Slave Trade Mainstream Media Hates To Talk About
17:57
The Slave Trade Mainstream Media Hates To ...
A Day In History
1,098,754 views
Copyright © 2025. Made with ♥ in London by YTScribe.com