O Mundo Sob A Perspectiva da Criança | Isabela Minatel | TEDxPedradoPenedo

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TEDx Talks
Docente de pós-graduação da FGV e da Fanan, psicopedagoga com especialização em Educação e Administr...
Video Transcript:
nesse dia de falar de empatia coube a mim trazer uma mensagem aqui Considerando o mundo sobre a perspectiva da Criança e para começar a falar rapidamente sobre isso eu queria falar um pouquinho sobre mim o Petros e a grande reviravolta na vida na verdade tudo aconteceu em 2011 quando eu morava em São Paulo depois de já ter passado uma temporada aqui no Santo apesar de ser Paranaense e nasceu meu filho Petros eu trabalhava nesse momento na HP HP mesmo de computador impressora com treinamentos na área comportamental adorava enlouquecida trabalhava horrores Então tava tudo traçado o
plano o menino nasceu vou ficar 4ro meses de licença né um de férias fico CCO meses com a criança coloco ele numa escolinha o dia inteiro e volto a trabalhar como uma louca Como sempre fiz E como sempre adorei fazer afinal de contas um filho não pode mudar tanto assim a vida de uma pessoa certo errado Ele nasceu e chorou e chorou e não parou nunca mais de chorar e as pessoas diziam Fica tranquila são só os três primeiros meses Então até os três primeiros meses eu estava firme forte e tranquila porque ele chorava dia
e noite sem parar não é que ele trocava o dia pela noite não Eu ainda acho que tem sorte à pessoas que os filhos trocam o dia pela noite porque pelo menos dorme de dia não ele não dormia ele tinha espasmos de 20 minutos quando né estava morto e aí eh enfim eu descobri que eu realmente não sabia nada desse negócio de criança com 4 meses que ele tinha durante ali a licença maternidade férias Nós voltamos pra Vitória em mudança Então tava tudo certo eu ia ser transferida trabalhar na HP em Vitória beleza tudo certo
entrevista agendada com o gestor daqui tava tudo OK mas ele não parou de chorar nos 3 meses nem nos 4 meses nem nos 5 meses quando eu deveria fazer a entrevista então eu pedi demissão por telefone e falei eu preciso dar conta desse negócio aqui que eu não tô conseguindo eu sempre tão autoconfiante né vou resolver deixa o que eu faço deixa o que eu aconteço isso eu não tava conseguindo definitivamente E aí quando ele não parou algumas pessoas começaram a dizer não tem criança que vai até os seis meses né seis meses não parou
de chorar 7 meses não parou de chorar ele teve um uma série de complicações né e e não parou de chorar quando ele tinha 8 meses chorando uma amiga falou assim mas vem cá Você já leu algum livro sobre bebês eu falei existe e eu descobri a primeira coisa que eu acho muito interessante de trazer que na nossa Cultura a gente não tem a ideia de estudar para ser pai e mãe a gente acha que para isso não precisa agora é tão interessante porque a gente pode suportar qualquer coisa que dê errado na nossa vida
mas um filho que dê errado a gente nunca vai superar a gente vai para sempre se perguntar onde foi que eu errei que que eu poderia ter feito diferente Enfim uma das coisas que eu descobri hora que eu li esse livro e que eu fui estudar e eu resolvi me aprofundar e eu resolvi não parar mais de estudar e Isso mudou minha vida tem a ver com esse vídeo [Música] e [Música] quelqu'un autre você já entendeu a ideia eu vou seguir perguntando é possível que essa criança estivesse fingindo ou manipulando quem acha que sim levanta
a mão por favor levanta de verdade bacana Quantos anos tem essa criança no máximo no máximo dois estourando se ela tiver máximo é dois correto aos 2 anos as crianças ainda não falam plenamente falam algumas coisas umas mais outras menos mas elas não tem todo o potencial vocabulário possibilidade de comunicação que a gente tem quando adulto né Então quais são as formas de comunicação mais comuns de uma criança aos 2 anos o choro e Oi o riso o choro né e as movimentações corporais então né dotada dessa potência de comunicação e desses recursos que ela
tem a criança vai tentar comunicar o que ela precisa ela ainda não sabe não tem ideia do que seja fingir ou manipular ela só conta com esses recursos de comunicação portanto Quando eu olho para essa criança e penso ela está fingindo ou manipulando é porque eu tô olhando para ela com a cabeça do adulto do adulto se eu olho para ela com a cabeça da criança eu sei que ela não tem condições ainda de fingir ou manipular ela está comunicando alguma necessidade que eu não sei qual pode ser inúmeras mas é o jeito que ela
sabe agora ela é tão inteligente aos dois anos que ela já percebeu que não adianta chorar sozinha ela sabe que é o adulto que resolve as situações que ela precisa que resolva então ela vai até ele e chora e se joga no chão e fala por favor eu tô precisando de você para alguma coisa e o adulto acha super engraçado filma sai de cena vai pro outro canto espera as crianças vir né e dá risada e põe no YouTube porque é muito engraçado ver a criança fazer isso Ela tá sofrendo se a gente soubesse o
tanto que ela pode est sofrendo talvez a gente não achasse mais graça depois de assistir esse filme ela pode estar querendo comunicar Inúmeras coisas né a gente precisa olhar com a cabeça da criança senão a gente fala fala fala fala de empatia mas demora a conseguir fazer isso é muito interessante na nossa Cultura a gente tá acostumado a desrespeitar as Crianças o caso do Igor eu quero trazer para vocês eu conheci o Igor numa consulta pediátrica pro meu filho enquanto esperava a vez dele o Igor tava lá e o Igor tava com cara de quem
queria conversar vocês já perceberam que eu não gosto e eu perguntei comecei né puxar papo oi ele falou oi eu como é seu nome Igor é que legal o meu também começa com i Ah é aí tentou adivinhar aquelas brincadeiras e tal e aí ele disse eu disse né Quantos anos você tem ele pôs os dedinhos assim disse quatro falei Uau que meninão né bonitão com quro anos e tal a mãe virou e falou isso é porque você não conhece ele é terrível eu não queria dizer para ela quando tava conversando com ela que eu
seria Indelicada Mas era verdade eu não tava conversando com ela ela complicou a conversa porque o Igor nessa hora buscando a atender a expectativa do adulto especialmente o adulto de referência a mãe fez uma cara de terrível e contou uma coisa de terrível sem contexto nenhum Igor disparou eu joguei o prato na professora a mãe falou menino se seu pai ficar sabendo você vai apanhar aí ele disse aí ele disse não ele fez isso eu disse né Eh por querer ou sem querer vamos combinar que haveria essa hipótese ele disz dis por querer falei você
tá me complicando me ajuda e aí eu falei mas por que você quis jogar o prato na professora ele falou porque eu tava colocando a minha toalhinha em cima da mesa ela veio arrancou a toalhinha jogou no canto e botou o prato assim eu fiquei com raiv joguei o prato nela longe de mim dizer que o Igor tá certo de jogar o prato na professora não vim aqui para isso longe de mim dizer que ele tem razão de jogar o prato na professora eu também não vim aqui para isso mas eu ouso dizer que a
professora não faria isso com um adulto que com um adulto ela esperaria ele terminar de colocar a toalha respeitosamente e depois colocaria o prato Mas é uma criança só uma toalha só uma criança não tem ância nenhuma importante é fazer rápido que eu tenho hora para cumprir eu ouso dizer que o Igor foi desrespeitado e no auge da sua maturidade de 4 anos só sobrou o piloto automático de uma pessoa de temperamento forte pá E se a gente ainda bate no menino ou faz o menino lá pedir desculpa a gente desrespeita ele de novo sem
parar para ouvir sem conversar sem dar opções para ele do que fazer então com a raiva que sente que é inteligência emocional mas não é só com o Igor que isso acontece quando a gente visita amigos quem tem filho vai pra casa dos outros amigos que também tem filhos a gente chega porque a gente quis chegar a gente fica porque a gente quis ficar e a criança quando a gente chega ela é obrigada a se enturmar com a criança que tá lá querendo ou não gostando ou não tendo afinidade ou não porque a gente vai
na casa do amigo pela nossa afinidade não necessariamente pela afinidade da criança com a criança dele e aí ela no começo às vezes não tá muito à vontade ela fala eu quero ir embora você fala Vai lá brincar e aí a criança é obrigada então a interagir ela acaba interagindo ela acaba conseguindo ela acaba gostando E aí ele demora mais tempo que você e tal para você já deu E aí a gente fala tá bom tá na hora de embora e a gente vai lá agora vamos embora não tô brincando vamos embora tá na hora
eu já falei hein e a gente não quer saber se ela quer ir embora a gente quer saber que agora é hora de ir embora e a gente não tá preocupado se ela quer ir embora assim como a gente não estava preocupado se ela queria ficar isso acontece rotineiramente a gente nem percebe é comum adultos que só cumprimentam ados a gente encontra as pessoas com a criança do lado a pessoa vem cumprimenta todos os adultos presentes e não cumprimenta a criança isso acontece e a gente muitas vezes não estranha acha que pode acontecer que é
aceitável é normal uma vez o meu filho já me perguntou por que ele não me cumprimentou eu falei não sei realmente não sei ele tá equivocado mas também já avisei infelizmente isso é normal na nossa cultura pode acontecer outras vezes Fale você oi lamentável tudo dizer não pode né a criança pega um objeto perigoso alguma coisa que oferece algum risco Ah o adulto vai lá com a melhor das intenções porque afinal de contas se o meu filho não tivesse chorado 8 meses eu não saberia essas coisas e eu também faria tudo isso assim cheia de
boa intenção a gente vai lá e tira o objeto da criança fala is não pode a criança pequenininha Hum então quando eu quiser alguma coisa da mão do outro eu falo Hum e tiro da mão dela é isso é ela vai no parquinho Aí o menino tá brincando com o objeto que ela quer ela vai lá hum aí a mãe vem e fala não é assim se você quer você tem que pedir educadamente é foi isso que você fez agora a pouco lá em casa não né então a gente vai passando um monte de mensagem
que a gente acha que tá passando uma e na verdade tá passando outra lugares em que as crianças não são bem-vindas A gente devia ter na nossa sociedade todos os ambientes preparados para receber também as crianças que são indivíduos como qualquer um de nós embora a gente fala você não é nem gente não tem nem tamanho de gente né não tem que querer nada se é criança né E as crianças não são bem-vindas uma das rejeições que as crianças TM ao trabalho dos Pais é porque é um lugar que elas não podem ir e que
toma o pai e a mãe delas todo dia o dia inteiro né as crianças não são bem-vindas não são bem-vindas em reuniões não são bem-vindas em muitos eventos não são bem-vindas em muitos lugares O Mundo É muito difícil ser criança no mundo de hoje a aula preferida na escola e o sinal gente quando a criança vai pra escola ela tem que né estudar tudo Mas de repente ela descobriu alguma coisa que ela gosta que ela se interessa que ela tá apaixonada e aquela aula tá uma delícia e ela não tá nem vendo o tempo passar
tá tem que estudar outra coisa mas eu queria não tem que querer nada agora você tem que estudar Isso aqui é hora disso aqui acabou ai obrigados a dormir na escola sabia que tem isso tem escola que tem a hora do soninho e a criança tem que dormir e se ela não dormir sabe o que ela é terrível ou hiperativa pode escolher lamentavelmente daqui a pouco a gente começa a dar ritalina PR as crianças porque ela é desobediente porque ela não dorme né É lamentável o que a gente tá fazendo o bebê jogando objeto no
chão ele tá descobrindo os movimentos ele descobre que quando ele abre dedinho os objetos cai cai faz barulho Deixa eu ver isso de novo ah ah alguém pega e traz aí ele faz de novo para ver que aí a pessoa jogou lá ele de novo ah ah ah ah a pessoa pega e fala ô se você jogar de novo eu vou guardar hein tô vendo o que você está fazendo de proposta ele estava só se desenvolvendo só aprendendo tudo sobre a vida você não tem que querer nada quantas crianças já Ouviram isso não tem que
aprender o abcd não tem que aprender a obedecer né É isso que a gente espera das Crianças só que depois no mercado de trabalho a gente quer arrojo a gente quer iniciativa a gente quer criatividade a gente quer interesse a gente quer garra a gente quer persistência persistência na infância é conhecida como teimosia para vocês terem ideia e a gente procura estirpar a todo custo depois faz falta para caramba na vida falta para caramba na vida tem gente pais de adolescentes que me procuram sendo que eu nem trabalho com essa faixa etária mas acho que
o desespero ou a esperança eles me procuram e dizer o que que eu faço meu filho não quer nada com nada eu falo por acaso na infância Ele ouviu você não tem que querer nada mas ele era criança aham a gente planta na infância e colhe na vida adulta a gente planta na infância e colhe na vida adulta e as Crianças possuem empatia já ouviram falar aqui que a gente nasce com empatia os neurônios espelhos E aí eu queria contar para vocês um caso interessante de um amigo inglês que foi nos visitar em São Paulo
e foi né como todo bom turista fazer lá o mercado municipal enquanto esperávamos o sanduíche de mortadela tinha aquele potinho lindo no centro da mesa com coisinhas redondinhas né de várias cores verde laranja amarela vermelha e não deu nem tempo de avisar ele pegou um palito de dente e Ah e era o quê Pimenta e ele ah soltou fogo pelas ventas fo um negócio horroroso e eu contei isso numa mesa com um monte de amigo e a gente morreu de rir todo mundo riu riu riu dessa história porque foi realmente muito engraçado e o meu
filho Sério tava com 3 anos me cutucou depois que todo mundo riu e falou assim não foi engraçado para ele eles têm empatia a gente dá um duro danado para acabar com ela e depois começar a fazer cursos e retomar veja vocês a que ponto chegamos nós estamos fazendo curso de humanização humanização do atendimento humanização do parto humanização da saúde a gente virou o quê para ter que fazer curso para humanizar um pedido que eu tenho pra gente fechar não faça pro outro que você gostaria que fizessem para você por favor não faça isso faça
pro outro aquilo que o outro sendo assim como ele é estando no momento de vida que ele está estando na faeta que ele está Gostaria ou precisaria que fizesse para ele porque se eu faço pro outro como eu gostaria que fizesse para mim o foco continua aqui se eu faço pro outro como ele gostaria que eu fizesse para ele eu tenho que parar e olhar para ele e aí eu vou ter que fazer diferente para cada um pais de mais de um filho sabem que as coisas não funcionam igual paraas crianças diferentes que Deus abençoe
e que a gente consiga de verdade se colocar no lugar do outro obrigada [Aplausos]
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