A violência contra a mulher no âmbito familiar | Adriana Mello

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Café Filosófico CPFL
A violência doméstica contra a mulher ganhou visibilidade, mas apesar de ser crime e grave violação ...
Video Transcript:
[Música] hoje somos capazes de acompanhar o que está acontecendo no mundo todo avanços tecnológicos diminuíram distâncias e aproximaram pessoas por outro lado certas transformações do nosso tempo também tem criado um enorme abismo entre elas temos dificuldades em perceber o que está acontecendo perto de nós entre as paredes de nossos núcleos familiares como jogar nos nas sombras do ambiente doméstico qual é o gênero do verbo cuidar como tutelar uma criança no fogo cruzado de seus pais a violência é invisível que se esconde atrás do preconceito e de padrões culturais refletir sobre as configurações familiares e seus
desafios é o convite que esta série do café filosófico nos faz já houve um tempo em que as mulheres não tinham direito ao voto e não participavam da vida política também não participavam do mercado de trabalho e estavam predestinados as afazeres da casa as lutas feministas ampliaram o lugar da mulher no mundo mas ainda vivemos um tempo em que as mulheres lutam pelo direito fundamental de viver sem violência sou juíza de uma vara especializada em crimes contra as mulheres no rio de janeiro a gente sabe que a violência contra a mulher é algo que vem
atingindo as mulheres brasileiras de uma forma muito intensa e trabalhar com esse tema não é fácil ea partir do momento que eu comecei a trabalhar eu comecei a despertar o interesse por estudar um pouco mais o fenômeno da violência familiar e doméstica contra as mulheres mas antes de adentrar o tema violência contra a mulher eu acho importante falar um pouco do contexto histórico da luta digamos assim das mulheres no brasil as mulheres no brasil passarão a ter direito o voto vocês sabem quando 1932 e aí eu não posso falar do da postulação da luta pelo
direito ao voto sem falar de feminismo sem falar dos movimentos feministas e foi graças a esse movimento considerado pelas feministas a primeira onda do feminismo a luta pelo direito ao voto agora é difícil imaginar porque 1932 é logo ali nós não temos 100 anos ainda do ritual moto então é uma história antiga de subjugação de desigualdade de direitos entre mulheres e homens em outros países também considerados países de primeiro mundo também não tinham as mulheres o direito ao voto alguns países europeus tiveram as mulheres o direito ao voto posteriormente regiões brasileiras pra vocês verem como
é um passado recente em relação ao direito de exercer a cidadania [Aplausos] nós mulheres não podíamos votar nos nossos governantes porque éramos considerados incapazes para isso paralelo à luta dos movimentos de mulheres tinha luta também dos homens contra as mulheres por pelo direito ao voto havia manifestos de homens lutando contra esse movimento como aliás a gente vê até hoje no parlamento a gente ainda vê uma luta por retrocesso dos direitos das mulheres então essa obrigatoriedade do voto das mulheres no brasil ocorre mesmo só em 1946 antes as mulheres nem obrigados a votar porque justamente entende
entendia se que as mulheres não tinham qualificação elas não tinham muitos homens achavam que as mulheres não tinha discernimento para votar então essa é uma realidade que é importante a gente colocar antes de se estudar o fenômeno da violência contra a mulher no brasil indo para os anos 70 a gente começa a reparar no brasil um crescimento econômico as mulheres começam também a trabalhar e para o mercado de trabalho começam a produzir economicamente para o brasil ao mesmo tempo que a gente observa nos anos 70 isso começa um pouco anos 60 se debater os movimentos
sociais mas nos anos 70 para mim tem um marco porque alguns assassinatos célebres ocorreram no brasil por exemplo ângela diniz claudia leitte e sim o auge do movimento também ri piano 6870 liberdade as mulheres vão para as ruas e aí começam com isso os assassinatos movimentos feministas começam a lutar pela violência contra a mulher também em 1976 ângela diniz foi assassinada com quatro tiros na cabeça por seu companheiro doca street no primeiro julgamento o advogado afirmou que seu cliente agiu em legítima defesa da honra doca street réu primário cumpriu pena de dois anos em liberdade
mas a pressão das ativistas mudou a sentença num segundo julgamento ele foi considerado culpado e recebeu pena de 15 anos em 1977 o corpo de cláudio e se dirigiam anos foi encontrado numa avenida do rio de janeiro o laudo do iml mostrou enforcamento e hemorragia cerebral provocada por pancadas na cabeça havia também indícios de violência sexual o principal suspeito foi absolvido da acusação de homicídio e violência sexual só condenado a dois anos de prisão por ocultação de cadáver outro acusado fugiu para a suíça e nunca foi julgado então aqueles aquela luta dos movimentos feministas pelo
direito ao voto pelo direito ao trabalho e nos direitos sociais pelo acesso à educação chega se ao combate à violência contra a mulher de uma forma mais intensa aí nos anos 70 em um longa que foi emblemático aqui no brasil quem ama não mata álbum e algumas que estão aqui se lembram desses movimentos quando a partir deste assassinato da ângela diniz pelo doc street esse caso vai a júri num primeiro júri na cidade de cabo frio o crime ocorre em búzios no rio de janeiro e aí acontece esse movimento que dizia se que doca street
o estado por amor por paixão daí vem até a discussão do prime passional né quem já ouviu falar quando há um assassinato de mulher a e crime passional passional remete à paixão só que isso é uma forma também de 10 qualificar o crime de feminicídio quando você diz que o crime foi praticado por paixão coitado e era assim que a imprensa na ocasião relatava e descrevia o assassinato de cláudia e sim ao mesmo tempo que tem um movimento social de mulheres que vai para as ruas como slogan quem ama não mata também foi para as
ruas um movimento favorável o docs street partido por pelas próprias mulheres também é importante ressaltar porque é porque era todo um processo em ebulição que a sociedade brasileira estava discutindo naquela ocasião mas esse crime interessante porque a partir dali o brasil começa a despertar para a questão da violência contra a mulher começa a despertar mas ainda não avança muito onde há um interesse muito grande pelo tema mas de alguma forma no campo jurídico ou com os avanços acontecem em relação à proteção da mulher nos anos 70 mas aí há a questão da visibilidade o que
já foi um grande avanço porque havia aquela situação e existe uma da ge popular que é aquela questão de briga entre marido e mulher e mulher não se mete a colher esse tipo de haddad esse tipo de de frase né era muito utilizado no brasil nessa época e trazer à tona a discussão da violência contra a mulher trazer a público essa discussão já foi uma grande conquista digamos assim no próximo bloco mas por que nós não elegemos as mulheres no parlamento brasileiro temos em torno de 10% só de mulheres [Música] pouco a pouco com as
lutas feministas as mulheres foram conquistando direitos em espaço na vida pública e nos anos 70 assassinatos cruéis de mulheres deram visibilidade para a questão da violência doméstica no brasil começa a entender que em briga de marido e mulher se mete a colher sim as mulheres precisavam ser protegidas das barbáries escondidas entre quatro paredes saindo dos anos 70 o movimento hip do alli acontecendo entramos nos anos 80 anos 80 assim foi criado no brasil um grande equipamento de proteção às mulheres e de combate à violência doméstica e familiar que foram as delegacias de atendimento à mulher
nessas delegacias visava ter um atendimento especializado para as mulheres esse é o objetivo da delegacia de atendimento à mulher e aí nos anos 80 essa os movimentos de mulheres começam também a criar é a co a ter ressonância nas universidades no campo acadêmico palestras seminários e eventos começam a acontecer nas universidades em relação à violência contra a mulher para discutir o tema isso foi seu nome mal naqueles anos 80 mas esse equipamento das delegacias foi muito importante e aí se alastrou às delegacias pelos pelo brasil afora as mulheres começam também a fazer mais movimentos de
rua passeatas começam a ingressar mais fortemente no mercado de trabalho elas começam a se qualificar porque têm mais acesso à escolaridade e as mulheres não que elas tenham mais acesso mais facilitado o acesso a essas mulheres que se qualificam e vão para o mercado de trabalho aumenta se a escolaridade feminina e aí sarah desses acontecimentos dessas conquistas no campo da universidade no campo da proteção do sistema de de polícia e justiça de danos assim a gente vê que as mulheres ainda continuavam e continuam a sofrer agressões espancamentos na ocasião ainda homicídios não havia o feminicídio
feminicídio é de 2015 é recente a violência simbólica ela ainda é muito forte violência simbólica gente é tudo que representa de uma forma bem didática 15 as propagandas por exemplo colocando a mulher como objeto colocando a mulher restrita ao ambiente privado e doméstico então é uma forma de violência simbólica é isso resta muito configurado e assentado também nas revistas nas revistas femininas da época eram assim como ser uma boa esposa como conquistar um bom marido como você ficar mais bonita para o seu namorado as revistas femininas todas eram nesse sentido não que não haja esse
tipo de revista ainda mas hoje você observa revistas que na época faziam isso hoje falando do empoderamento feminino falando da mulher no mercado de trabalho falando da violência contra as mulheres você vê que houve uma mudança de comportamento também em relação a essa tipo esse tipo de revista isso acontece muito ali nos anos 70 e 80 essa forma de violência simbólica associado àquela cultura ainda da exploração sexual feminina algumas propagandas por exemplo internacionais queriam vender pacotes para o brasil por exemplo principalmente em países europeus onde as propagandas dos pacotes para vir pra cá eram da
figura da mulher brasileira negra do carnaval e isso é muito fortalecido nessa ocasião aqui nos anos 80 90 e não precise muito longe existe um passado recente um grande campeonato de jogos brasileiros onde a propaganda do brasil era justamente mulheres negras sambando na porta dos estádios de futebol isso tudo é um parâmetro que eu estou colocando preceptores e para as senhoras de como mulher brasileira era tratada onde a figura central sempre foi o homem ea mulher sempre colocada numa posição de submissão e subalternidade e objetificação a mulher isso tem a ver com a questão da
violência doméstica e familiar [Música] nós brasileiras somos em torno de 52% da população e de eleitoras representam mais até e do que o homem sabiam mas porque nós não elegemos as mulheres se no parlamento brasileiro temos em torno de 10% só de mulheres falando de senado e câmara dos deputados isso em 2014 nós éramos 52,13 por cento da população de eleitoras a última eleição de 2014 nós só elegemos 9,94 por cento de mulheres ou seja nós temos um parlamento com mais de 90 por cento de homens porque será que as mulheres não conseguem ser eleitas
o por que será que elas não conseguem chegar nesse patamar mínimo que deveria ser de igualdade de gênero no congresso e aí o brasil ostenta a posição incômoda de 115º lugar em relação à presença feminina no parlamento isso coloca o brasil no índice muito abaixo da média nós estamos com um déficit em torno de 30 anos nós estamos perto de países do oriente médio e áfrica em termos de igualdade de gênero essa é a realidade brasileira quando a gente pensa num congresso que tem 90% de homens e uma sub representação feminina toda a legislação que
está tramitando todos os projectos lei quer dizer que só tem 9 94% de representantes de representantes nossas lá de mulheres lutando pela causa da mulher isso quer dizer que nós temos um congresso feito por homens e legislações para homens não estou dizendo aqui que eu não estou colocando homem contra as mulheres não é isso o que está se postulando e apenas uma igualdade de oportunidade e de olhares considerando que são os 50 e nós somos 52% da nossa população brasileira o que nem nós mulheres votamos e mulheres nem nós mulheres votamos em deputados e deputadas
e candidatos a senadores então a gente precisa refletir sobre esse dado mas é soldado não é não isso tem tudo a ver com o que a gente está vivendo hoje atualmente por exemplo nós congresso alguns retrocessos que nós temos observado e aí fazendo esse panorama amã esse panorama histórico e traçando essas diretrizes a gente vê o que que nós temos legislações nós temos poucas políticas públicas voltadas para as mulheres porque nós não conseguimos chegar até lá no próximo bloco a lei maria da penha representa um divisor de águas na proteção aos direitos mais básicos das
mulheres que é o direito à vida sem violência o direito a viver sem violência seja ela qual for é um direito fundamental e que as mulheres do brasil tiveram reconhecido apenas em 2006 com a criação da lei maria da penha a criação desta lei se deu após uma longa e dura batalha de maria da penha e de tantas outras mulheres e também de alguns homens a lei foi um grande passo mas apesar dela ainda existe um enorme desafio a vencer a gente chega nos anos 2000 e aí começa a se discutir o tema violência contra
a mulher de uma forma mais intensa porque o caso maria da penha foi emblemático para nós brasileiros e brasileiras maria da penha a vítima de duas tentativas de homicídio ocorrido em 1983 foi a foi a tentativa de assassinato da maria da penha primeiro ele tenta alvejá-la contínuo numa simulação de assalto depois ainda tenta eletrocutar maria da penha que fica paraplégica ele tentou duas vezes o brasil levou de 15 a 19 anos para processá lo a justiça brasileira foi decidio usa para com maria da penha e com várias mulheres maria da penha consegue acessar a corte
interamericana de direitos humanos e aí falando da corte interamericana de direitos humanos é importante vocês saberem que o brasil ratifica dois tratados internacionais duas convenções que tratam dos direitos humanos das mulheres e aí o primeiro tratado mais importante no que se refere aos direitos das mulheres data de 79 qs doc a convenção para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres mas o brasil sequer ouvia falar nisso a ratificou ratificou 79 ratificou em 82 havia a figura do chefe de família antes da constituição de 88 ratifica com algumas reservas e depois da
constituição de 88 quando deu igualdade plena entre homens e mulheres no ambiente familiar tira essas reservas e ratifica integralmente ea convenção de belém do pará que é de 94 e que consagra o direito humano direito das mulheres como um direito humano e violação dos direitos das mulheres a partir da violência contra a mulher a segunda convenção brasil é e ratificada pelo brasil e de suma importância o brasil viola essas duas constituições no caso da maria da penha daí o brasil teve que se movimentar isso lá nos anos já o relatório da maria da penha é
de 2001 cria-se a primeira secretaria de políticas para as mulheres em 2003 cria-se um consórcio no brasil para a edição da primeira lei de proteção à mulher por condenação a partir da emissão do relatório 54 que o relatório da comissão de direitos humanos da oea a 2006 lei maria da penha entrou em vigor vocês viram o tempo que demorou para isso acontecer e isso só aconteceu em função da condenação do relatório e do que é o do que aconteceu com a maria da penha e aí o brasil essa legislação a lei maria da penha é
uma legislação extremamente importante para nós aqui brasileiros e brasileiras porque ela representa um divisor de águas na proteção aos direitos mais básicos o direito principal que é o direito à vida sem violência é um direito à vida todos nós temos mas o direito a viver sem violência para as mulheres a recente infelizmente ea lei brasileira maria da penha em 1340 diz que a violência contra a mulher é qualquer ação ou omissão que cause dano físico psicológico moral sexual a mulher no âmbito das relações domésticas e familiares na verdade a vossa o direito brasileiro com essa
legislação e aí começam a surgir no brasil a partir da edição da lei vários outros mecanismos de proteção à mulher eu diria que a lei ela ela representa realmente um novo patamar de enfrentamento à violência contra as mulheres no brasil a lei maria da penha portanto um divisor de águas no brasil a lei ela é conhecida segundo pt pesquisa recente do data senado de agora de 2017 por 100% das mulheres brasileiras sabem da lei maria da penha só que a pesquisa também relata que 77 por cento delas conhecem pouco a lei não sabem o que
efetivamente diz a lei maria da cunha então esse é um ponto que a gente tem que trabalhar e aí a lei também ela vai além quando ela coloca justamente a mulher numa posição de protagonista da sua vida à protagonista do seu processo onde além de explicitar esclarecer quais são os tipos de violência ela da mulher direitos importantíssimos só que para ela exigir seus direitos ela precisa estar bem informada deles esse ainda é um desafio da lei maria da penha não basta saber que existe a lei maria da penha ela tem que saber o que diz
a lei maria da penha quais são os direitos a ela segurados ali senão não sabe chegar numa delegacia e exige quando o policial ou tratá la quando ela for em algum local de atendimento e foi destratada ela tem que saber que na lei maria da penha prevê que ela tem esse atendimento rápido porque ela está sofrendo violência e aí a lei ela vai de uma forma muito clara e esclareceu que a violência psicológica a violência psicológica entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento o que vc degradar ou controlar suas ações comportamentos crenças e decisões medianos ameaça constrangimento humilhação manipulação um isolamento vigilância constante perseguição contumaz insulto chantagem ridicularização exploração e limitação do direito de escrever ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e auto-determinação porque a gente falava em violência a gente pensava que era só na violência física a gente não falava na violência psicológica que são os xingamentos as humilhações o controle um dado importante afora essa violência que eu falei muitas meninas o índice de suicídio por parte dessas meninas que têm suas fotos
íntimas expostas nas redes sociais é enorme a violência psicológica que elas sofrem os a violência moral que elas recebem é quando os suas fotos são expostas é algo que nós não podemos dimensionar porque cada um tem um sofrimento que é seu essa violência pode como eu já disse ter física ela pode ser moral ela pode ser sexual e agora existe até a possibilidade de se aventar o estupro virtual que é uma modalidade de violência sexual praticada através da internet e das redes sociais você tem a violência patrimonial mas acho que mais ocorre em primeiro lugar
ea violência física os índices mais alarmantes em relação à violência contra a mulher acaba sendo a violência física a lesão corporal especificamente prevista no código penal seguido dos crimes de ameaça que se configura na violência psicológica mas a lei ela não previu apenas a parte repressiva da violência contra a mulher que é muito importante mas a lei também prevê e desafia o estado a criar políticas públicas para prevenir a violência de gênero no artigo 8º da lei que eu reputo um dos artigos mais importantes eu sei que nem todos nem todas são do direito mas
é importante porque essa lei não é só do direito é uma lei que toda a sociedade tem que saber exige que o estado crie políticas públicas para prevenir esse tipo de crime como através por exemplo de alteração de currículos escolares para discutir e colocar em todos em todos os níveis de ensino e igualdade de gênero direitos humanos está na lei maria da penha mas eu entendo como uma juíza que atua à frente de uma vara especializada pelo que eu estou vendo a parte que mais pegou da lei maria da penha foi a parte repressiva a
parte preventiva e assistencial a mulher ainda é uma questão pendente no brasil a gente não discute isso nas escolas a gente vai continuar a criar mais juizados e mais delegacias de repressão à violência e não serão suficientes porque nós não estamos trabalhando com que com a prevenção à violência é importante a gente falar que a violência doméstica é aquela violência que acontece no ambiente doméstico da casa pode ser entre marido e mulher ou companheira mas pode ser contra a criança também contra a idosa contra o idoso violência doméstica em geral a violência familiar são entre
membros da mesma família mas não necessariamente na mesma casa ea violência de gênero não ea violência contra a mulher praticamente no brasil sinônimo porquê porque estatisticamente as mulheres são muito mais vítimas do que os homens mas não tem isso não tem 100 estatisticamente matam-se mais mulheres no ambiente doméstico e familiar do que homens os homens morrem mais no contexto da violência urbana o que acontece em relação ao feminicídio é que essas mulheres que são assassinadas geralmente elas são assassinadas 70% dos casos pelos seus companheiros realizou atuais especificamente quando elas quiseram romper com o papel de
gênero que ele queria dar a ela quando ela por exemplo que romper uma relação violenta ele diz assim a ou você fica comigo ou você fica não ficará com mais ninguém quando ele diz que ela é propriedade dele e que ela não pode escolher com quem viver e não raras vezes esses homens que matam as mulheres matam também os filhos daquele casal em seguida se suicidou e os dados dizem e 61 por cento das mulheres vítimas de agressão sofreram o crime na própria casa delas ou seja a casa ainda continua a ser um local de
violência para essas mulheres então o brasil ele precisa ainda avançar e muito nessa questão da violência no combate à violência de gênero e isso é muito triste porque a gente vê a cada dia que passa os dados da violência contra a mulher no brasil agora por outro lado a gente tem que observar que nunca se discutiu tanto sobre o assunto quanto agora no próximo bloco mulheres que são violentadas agredidas por que por exemplo a roth queimou a violência doméstica deixou de ser problema de marido e mulher ganhou visibilidade surgiram mecanismos de proteção e punição mas
ainda hoje infelizmente muitos homens não aceitam que a mulher tenha direito à igualdade grande parte da violência contra a mulher é praticada por seu companheiro muitas vezes acontece porque a vítima não cumprir o papel que era esperado dela de mãe de esposa de cuidadora do lar de exemplo moral simone de bohai escreveu que não se nasce mulher torna-se mulher no entanto muitas mulheres são condenadas a um destino de violência pelo simples fato de nascer em mulher mas algumas perguntas ainda surgem na sociedade brasileira perguntas do tipo separei algumas pra vocês aqui que alguns já algumas
principalmente quem trabalha na ponta com as mulheres no dia-a-dia dos atendimentos algumas mulheres podem ter relatado isso o que a senhora fez pra ele te batem ela tem certeza não fez nada de errado porque só não se separa dele parece mulher de malandro apanha apanha fica com ele são perguntas que algumas mulheres me dizem que são feitas a elas no momento por exemplo do registro policial tem certeza que a senhora quer registrar são correntes não foi um momento de destempero dele é melhor para voltar pra casa não isso no registro policial mas pior do que
isso em alguns momentos essas mulheres discutem escutam isso das próprias mães que sofreram a violência eu aguentei tanto minha filha aguenta isso aí aguenta mais um pouquinho aguenta aí ela rompeu essa barreira primeiro da família depois do sistema de polícia e depois do próprio judiciário é muito difícil porque o que essa mulher é desencorajada a desistir da denúncia é demais e aí alguns exemplos por exemplo de estereótipos de gênero nesse momento já se começa a falar de uma forma mais intensa o que seria a violência de gênero e aí um parêntesis rapidamente para falar entre
gênero e sexo quando a gente fala em sexo a gente fala em diferenças biológicas você nasce do sexo feminino ou você nasce do sexo masculino e ainda os intersexuais que são as pessoas que nascem com ambos os sexos nec é uma questão a ser enfrentada mas basicamente masculino ou feminino o gênero é uma questão cultural você pode nascer do sexo masculino mas se comportar de acordo com o gênero feminino você se identificar com o gênero feminino porque são os papéis sociais é o que você espera que uma mulher fácil que você espera que um homem
faz quando as meninas recebem por exemplo uma bonequinha usar roupinha rosa você está dizendo para ela que ela tem que pertencer ao gênero feminino quando você dá uma panelinha quer dizer que ela tem que ficar no ambiente privado quando você dá é um carrinho foi uma bola de futebol para o menino você está dizendo que ele tem que ir pra rua pra fora esses são papéis sociais que cada sociedade impõe ao que é feminino eau que é masculino começa a ser discutido gênero e aí os debates entre as feministas e vários artigos de espectaculares começam
a parecer sobre o conceito de gênero conceituar gênero é muito importante até para a gente entender é como e quando ocorre a violência de gênero é quando essa mulher ela quer romper com esse paradigma pois paradigma com esses estereótipos de que mulher tem que ficar em casa de que mulher não tem que trabalhar fora por exemplo de que mulher não tem que estudar quando ela quer romper com isso e ela tem que romper é que a violência de gênero acontece que a violência doméstica e familiar contra a mulher acontece e aí a gente tem alguns
estereótipos que estão nas raízes realmente da violência contra a mulher por exemplo ela apanhou porque ela não cumpriu o papel de mulher dela e se eu escuto nas minhas audiências ainda hoje mulheres que são violentadas agredidos porque por exemplo arroz queimou ou a roupa não estava a passar a forma como ele gostaria ou ela saiu e veio tomar um chope com uma amiga e esse não é papel de uma mulher casada mulher casada tem que tá em casa cedo são papéis são estereótipos que nós temos que romper e isso faz com que a violência contra
a mulher seja hoje uma grande epidemia que acontece às mulheres estão lutando estão estudando estão batalhando pelo seu lugar e isso não todos obviamente mas para alguns homens está difícil essa compreensão é difícil essa aceitação de que homens e mulheres têm direitos iguais os homens não estão sabendo lidar com isso e isso está representado nos números e nos dados da violência contra a mulher esse controle por parte de alguns homens em relação às mulheres é fruto do patriarcado também que nós vivemos alguém já ouviu falar no que seria patriarcado em grande parte representa a dominação
masculina a dominação em relação à mulher o homem acha que tem o domínio ea propriedade daquela mulher toda vez que ela quer viver a vida dela com liberdade ela sofre a violência então uma das raízes da violência o patriarcado é a lei do pai há pouco é falado sobre isso mas não é muito discutido mas se você foi estudar essa lei do papel a cadela nem sempre existe um mercado nem sempre existiu existe um livro que eu recomendo de margareth me disse que estudou três povos três povos na nova guiné e ali ela descobriu três
culturas diferentes e ali no rio patriarcado ou seja o patriarcado é algo que foi construído algo natural homem dominar mulher ser dominada submissa isso não é natural simone de voar no segundo sexo fala disso de uma forma muito clara ela tem a frase emblemática que não se nasce mulher se torna mulher e aí começam várias vários conceitos em relação à questão de gênero quer dizer você não nasci mulher você nasceu biologicamente mulher mas a mulher é toda uma construção social do papel feminino assim como do papel masculino ninguém nasce mulher torna-se mulher nenhum destino biológico
psíquico econômico definir a forma que a fêmea humana sumir no seio da sociedade é o conjunto de civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado e qualificam de feminina e aí falando já dos avanços a gente vê que além da lei maria da penha a gente teve a lei do feminicídio que seria o feminicídio é a morte da mulher em razão do gênero ea quando aquela mulher morre pelo fato dela ser mulher existem duas formas de feminicídio o ente um e não íntimo o íntimo é praticado pelos parceiros íntimos eis o
atuais eo não íntimo é praticado pelo passei pelo apelo agressor que não tinha nenhuma relação de afetividade não conhecia a vítima fruto de discriminação ou menosprezo contra as mulheres por exemplo aquela mulher que não necessariamente mais acontece é vítima de violência sexual em seguida morta a vítima que aquele série o killers daqueles homens que matam só mulheres procuram retirar por exemplo sinais que representam a figura feminina por exemplo sei os cabelos quando ele assassina ele vai direto ao ponto da situação da mulher onde a mulher lhe tem aquilo que é mais caro que o cabelo
o visual os seios o ódio eo desprezo pelas mulheres é muito grande então ele assassinas o feminicídio não íntimo a gente vê que as mulheres hoje tem muito mais escolaridade dados do sistema de educação dos relata isso nos comprova isso mas direitos foram assegurados às mulheres em que pese muitos ainda estão pendentes o aparecimento de campanhas não só no campo universitário mas do ensino fundamental você está vendo jovens engajados na questão do feminismo na questão da mulher e feminismo aqui não é nada contra o machismo gente feminismo não quer dizer o contrário machismo feminismo é
a luta pela igualdade de direitos ninguém que o lugar do homem não é isso nós queremos igualdade de direitos e igualdade de oportunidades e o feminismo pode ser uma luta também dos homens e eu tenho visto vários homens lutando pelos direitos das mulheres porque os homens também ganha a sociedade toda ganha quando o homem desfruta da companhia do seu filho ou dos cuidados com seu filho junto com a sua companheira todos ganham ganha mais a criança ainda por ter a companhia do pai perto tempo todo então ganha toda a sociedade o que se quer é
igualdade o lema é igualdade mas a gente vê campanhas como o primeiro assédio de um amigo secreto e nem mais direito a menos a lei maria da penha é uma lei espetacular uma lei inovadora é considerada pela onu uma das três leis mais bem feitas e é realmente um espetáculo de lei mas ainda carece de efetivação plena no brasil quando por exemplo não previu a dotação orçamentária para a criação dinheiro sem dinheiro é difícil fazer política pública então falta ainda prioridade por parte dos governantes de que o combate à violência contra a mulher é fundamental
para uma sociedade com pleno desenvolvimento humano o brasil tem um índice de desenvolvimento humano muito abaixo por exemplo até da argentina enquanto o brasil não entender que mulheres e homens têm os mesmos direitos e que as mulheres se elas estão empoderadas economicamente se elas lutam se elas estão ali junto o brasil vai ganhar economicamente enquanto não se entenderem isso a gente vai continuar a viver essa desigualdade de gênero e social no brasil desenvolvimento humano igualdade de gênero estão juntos e correlacionadas quanto mais desigualdade de gênero - desenvolvido humanamente brasil vai ser então eu queria fechar
com essa reflexão e trazendo aqui uma frase que muitos e muitos aqui já devem conhecer de simone de voar que é bastante atual em que pedras e de 1949 e nada nos limites que nada nos defina que nada nos sujeitos que a liberdade tem a nossa própria substância já que viver é ser livre mas reflexões no site facebook do instituto cpfl e no canal do café filosófico se fl no youtube que tipo de treinamento a delegacia da mulher tem para que a mulher não seja violentada novamente é já no balcão da delegacia e que não
seja tratada como corresponsável pela violência que sofreu [Música] na verdade todos os hospitais e todas as clínicas de atenção à família deveriam ter profissionais especializados no combate à violência contra a mulher [Música]
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