A Dor de Perder uma Mãe: Reflexões sobre Luto, Amor e Reconstrução

a morte de uma mãe é um dos lutos mais profundos que um ser humano pode enfrentar a relação entre mãe e filho ou filha é repleta de muitos significados que transcendem o simples fato Ou o simples laço biológico quando essa figura Central se vai nós sentimos que uma parte fundamental de nós desaparece também não há como antecipar completamente a dor de perder aquela que nos trouxe ao mundo que nos ensinou sobre o amor sobre a proteção e o cuidado Incondicional A palavra mãe carrega uma intimidade de emoções e ao pronunciá-la imediatamente conectamos com as memórias

que evocam carinho Aconchego Segurança ao longo da vida essa palavra se solidifica em nossos corações mas com a morte ela adquire um novo peso o poeta Carlos drumon de Andrade em seu poema para sempre descreve com delicadeza o vazio deixado pela mãe questionando Por que Deus permite que as mães partem ele escreve Mãe não tem limite é tempo sem hora luz que não não apaga quando sopra O Vento e Chuva desaba drumon para ele a morte de uma mãe é como a extinção de uma luz eterna aquela que nos guiou desde os primeiros passos e

que de repente não está mais lá para iluminar o caminho a perda de mamãe ela é universal mas o impacto dessa perda é sentido profundamente de um pessoal o luto pela morte de uma mãe nos mergulha em uma orfandade emocional independente da idade em que isso acontece aos 30 50 70 a sensação de vulnerabilidade e desamparo é a mesma a escritora noem jaff descreve essa perda de maneira profunda e reflexiva na sua obra Lili uma novela de luto para ela a mãe é uma entidade quase Divina um tótem uma montanha Que Desaparece invulnerável à ação

do tempo quando essa montanha cai nos sentimos expostos desprotegidos como se o mundo tivesse perdido seu eixo o hospital é onde muitas vezes se dá essa despedida é um lugar de dor angústia e silêncio ver a figura materna frágil vulnerável em seus últimos momentos é uma experiência que nos confronta com a nossa própria finitude as mães que por tanto tempo foram o nosso Porto Seguro agora precisam de nós e esse papel reverso de cuidado é difícil aceitar sabemos que a vida tem um ciclo mas nunca estamos realmente preparados para viver a partida de quem nos

gerou E cuidou noem jaff ainda refletindo sobre a morte de sua mãe afirma que o luto para ela foi muito mais do que a morte em si foi a morte de uma era de um lugar de um mundo essa frase captura a ess de uma a morte de uma mãe nos obriga a recalibrar nossa existência não apenas pela ausência física mas pela ausência de tudo o que ela representava em nossas vidas carinho os conselhos o apoio Incondicional e até mesmo as preocupações diárias que em vida muitas vezes considerávamos irritantes mas que na ausência se tornam

lembranças queridas em meio à dor o luto é um processo de reconstrução não significa esquecer mas sim aprender a viver com a ausência o luto exige que olhemos para dentro que revisit temos nossa história e des obramos quem somos sem a presença física de nossa mãe no entanto essa ausência nunca ela é total nossas mães permanecem em nós através de suas lições dos valores que nos transmitem dos exemplos de vida que nos deram aceitação da morte de uma mãe é um processo que não tem prazo para ser finalizado e eu nem sei se vai ser

algum dia finalizado o luto não segue uma linha reta mas sim um caminho sinuoso cheio de curvas cheio de altos e baixos momentos de profunda tristeza e outros de gratidão pelas memórias vividas aprender a viver sem a presença de nossa mãe é aprender a redescobrir nossa identidade é perceber que embora a ausência dela seja imensa o que ela deixou em nós é eterno mãe é eternidade e para aqueles que ainda tem mãe esse é o chamado para não deixar passar os momentos as tarefas do dia a dia Muitas vezes nos consomem e sem perceber deixamos

de valorizar gestos simples como ouvir a dela com tá fazendo frio ou a insistência em perguntar se nós nos alimentamos bem isso é mãe um dia esses gestos deixarão de existir e a saudade será o que restará portanto abrace sua mãe escute-a esteja presente pois o maior arrependimento que alguém pode ter após a morte de uma mãe é ter aproveitado o tempo enquanto esteve ao longo dos anos em meu consultório acompanhei muitas pessoas que lidam com o luto pela morte de suas mães o que percebo de forma recorrente é que o sofrimento ele sempre é

uma mistura de dor e amor as memórias que doem são também aquelas que nos aquecem o coração aquelas palavras de conselho de bronca de sorrisos O que fica no final não são momentos grandiosos mas pequenos gestos diários que compunham a relação a morte de uma mãe também nos faz refletir sobre a nossa própria mortalidade quando ela se vai muitas vez vezes somos forçados a assumir novos papéis o cuidado que ela nos proporcionava se esvai E cabe a nós agora cuidar de nós cuidar de nós mesmos encontrar forças onde antes havia dependência esse processo pode ser

assustador mas também pode ser transformador no momento em que nos despedimos de nossas mães muitas vezes Encontramos uma nova versão de nós mesmos mais fortes mais resilientes e carregando dentro de nós um pedaço eterno daquilo que ela foi e é a cada momento na nossa vida no final o luto pela morte de uma mãe é um tributo ao amor que ela nos deu e mesmo em meio à dor a uma profunda gratidão gratidão por tudo que ela foi por tudo o que ela nos ensinou por ter sido durante tantos anos nossa fonte de vida luz

e amor ela pode não estar mais aqui fisicamente mas seu legado continua presente em cada gesto em cada escolha em cada memória que nos guia e nos fortalece lembre-se disso mãe é eternidade [Música]