Quando a gente coloca a palavra que fala é como fonte dentro de uma narrativa, a gente vai entender que a fonte, ou seja, um preceder do outro, ela se transforma em interdependência, não hierarquia. Esse é o ponto. Começa agora o BTC. Teologia é nosso esporte. [Música] [Aplausos] Muito bem, muito bem, muito bem. Começa mais um BTC de número 600, galera. 600 episódios aqui nesta bagaça. Não, não é bagaça. Isso aqui tem organização. Isso aqui tem organização. Olha só, em 2011 começamos este podcast. Estamos aí, estamos 14 anos na estrada, junto com amigos e amigas fazendo
o BTC e chegamos no episódio 600. Eu sou o Rodrigo Bibo e eu não mando na minha casa. Só, só tenho isso para dizer. Obrigado. Essa é minha entrada. Bom, me chamo Guilherme Nunes e será que Paulo era realmente complementarista? Que isso, rapaz? Ele não era igualitarista, isso eu tenho certeza. Ah, meu Deus. Não, eu sou igualitarista. Paulo é igualitarista. Caramba. Não, pera aí. Ei, não, errei. Errei, errei. Eu tô confuso. E aqui é a Cíntia. E será que Deus criou o homem para mandar e a mulher para obedecer? É isso mesmo. Caramba, manda quem
pode e obedece quem tem juízo. Entendeu, Ctia? E aí eu sou, eu tô deixando você falar aqui nesse podcast. Eu sou o Luís Henrique. Se Paulo é antiimperial, então Cristo é o pater famílias. Olha aí, gente. Que que é isso? Que que é isso? Ninguém entendeu nada, mas talvez a gente entenda. Ou talvez não, porque esse episódio aqui é uma caixinha de surpresa. Esse episódio aqui é uma caixinha de surpresa. Este episódio comemorativo chega até vocês graças a Thomas Nelson Brasil, a nossa editora de livros teológicos aqui no Brasil, que lança os meus livros e
trouxe também O homem e a Mulher, segundo Paulo, resgatando a visão do apóstolo, da grande teóloga Cíntia Long Vesfal. Ô gente, eu quero começar aqui antes de chamar os recados paroquiais pra gente dizer o assim, calma. você, vocês que conhecem aí o trabalho da Cíntia, dá dá só um pouquinho o currículo da Cíntia aí pra gente te falar que a gente tá aqui diante de uma grande teóloga mesmo. Eu acho legal a gente falar um pouquinho do currículo dela e tal, com quem que ela estudou. A gente consegue falar um pouquinho da da Cintia aí,
do currículo dela, que ela é top, né? A Cíntia ela é professora de Novo Testamento, estudos bíblicos do McMaster. Ela é professora ali junto com Stalin Porer e outros grandes eruditos que trabalham ali sempre voltados para essa questão dos estudos bíblicos. Ela é uma especialista, se não uma das maiores especialistas de grego e linguística, eh, aplicada aos estudos bíblicos da atualidade. Inclusive estudalimpó, que é o maior conhecedor de grego bíblico atual, eh foi convencido por ela a mudar de opinião sobre uma questão de grego por conta dela. E olha que isso é um milagre acontecer,
né? Estamos falando de Stun Porter. Caramba, mano. Olha só. Não é qualquer um que faz isso, né? Não é qualquer uma. Qualquer um. E ela é autora de um livro que foi uma espécie de mudança dentro dos estudos bíblicos com relação a como a gente faz exegese, que que é a análise do discurso de Hebreus dela, que é um livro assim de primeira linha e altamente gabaritado por professores de linguísticas dentro dos estudos bíblicos e fora também em Cambridge, Harvard, essas coisas assim, porque foi um livro que realmente trouxe pra gente um novo olhar para
o grego antigo. E ela ensina também outras coisas lá, como apocalipsos do antigo do novo e outras coisas. Caramba. Ah, ela fez uma análise do discurso de primeira Pedro também que é elegante, elegantrira muito boa. Mas tem um livro dela que você comentou esses dias, Zé Cíntia, que é um livro que você acha uma das obras de artes dela também que você comentou no seu story. Você lembra? Hum. É Epifania? Não, não, não foi da Cintíntia não. Ah, não foi da Cíntia. Achei que você tinha mencionado, mas você não mencionou é teólogas para conhecer e
tal. E a Cíntia tava na tua lista, só que não tinha nenhum livro em português, tu lembra? Ah, acho que foi esse p gender mesmo. Se eu mencionei ela, foi o que achas acabou de traduzir. Ah, legal, legal. Então é isso. E Luís, é isso. Tu conhece a Cíntia também? Já leu alguma coisa dela? Esse livro no caso, né? Já li, exatamente, Paul e Gender. E estou começando, inclusive a estudar a o o comentário, né, ou pelo menos as contribuições dela em relação a Hebreus, porque provavelmente vai ser meu meu tema que eu tratarei na
meu trabalho de conclusão de curso aí. Caramba, sério? É isso. E ela, ó, e ela é uma pessoa muito doce, tá? Lá, por volta de 2015, entrei em contato com ela por e-mail e aí eu estava fazendo exegese em apocalipse e ela tava também dando aula de apocalipse lá em McMa atendeu, respondeu os meus e-mails todos, foi muito doce comigo e tal e aquilo me impactou de primeira. Então ela é uma pessoa assim um exemplo de teóloga, tá, pr todo mundo. Aqui eu quero também acrescentar que nós conhecemos ela pessoalmente, né, Bibo, no congresso da
CBE. Verdade, cara. Eu pude palestrar no mesmo evento que ela palestrou, não tinha nem roupa para isso. E ela, assim, gente, ela foi, ela é isso que o Guilherme falou. Ela é muito fofa, muito humilde e me elogiou e tudo. Gente, ela é ela é ela é incrível. É muito querida. Querida. Se eu não me engano, ela assistiu a palestra da Vic. Ela viu todas as nossas, a minha e a da Vic. Uhum. É, né? E que legal. Que legal. Sensacional, gente. Sensacional. é sobre ela e o e parte do que ela escreveu neste livro,
O homem e a Mulher, segundo Paulo, que a gente vai conversar um pouquinho neste BTC. Mas antes, é claro, os recados [Música] paroquiais e nos recados paroquiais dessa semana, atenção você que está no Nordeste, porque neste sábado nós teremos a conferência Thomas Nelson, dia 26 de abril, a partir das 10 horas da manhã, galera, na Igreja Batista Farol em João Pessoa. Olha só, olha só, galera. Eu, Víor Fontana, Gutierre Siqueira, Viviane Costa e César Moisés com o tema Escutando o Espírito. Você você tá prestando atenção? Dá para você prestar atenção nesse recado paroquial, porque no
dia 26 de abril, a partir das 10 horas da manhã, nós estaremos na conferência Thomas Nelson em João Pessoa, na Paraíba. Então, a partir das 10 horas da manhã, galera. Tá um precinho bem acessível, tá bom? para você participar dessa conferência Thomas Nelson na igreja Farol. Olha só, eu, Víor Fontana, Gutierre Siqueira, Viviane Costa e César Moisés palestrando. Também teremos a gravação do podcast, gente. Vai ser incrível, tá bom? O tema é Escutando o espírito. Escutando o espírito no serviço, escutando o espírito e o mundo, escutando o espírito na comunidade, escutando o espírito no texto,
escutando o espírito na tradição, tá? E a gravação do podcast, galera, é a conferência Thomas Nelson que vai acontecer no Nordeste, em João Pessoa, na Paraíba, a partir das 10 horas da manhã. Convida todo mundo, cola lá, sério, faz um esforço relacional para estar com a gente nessa conferência. Vai ter vendas de livro lá bem barato também com aquela promoção, aquele desconto. E sim, gente, vai ser um sábado teológico pra gente estar aprendendo mais sobre a relação do Espírito Santo com a comunidade, com o mundo, tá bom? Espero vocês na conferência Thomas Nelson no dia
26 de abril, tá bom? A partir das 10 horas da manhã, não teremos transmissão online, hein? Então aproveita porque vai ser aquela oportunidade, tá bom, gente? Então, dessa vez a Thomas Nelson escolheu o Nordeste para fazer a sua conferência. Então, vamos lá, vamos fazer valer essa conferência Thomas Nelson que vai acontecer no dia 26 de abril na Paraíba, ali em João Pessoa, tá bom? na Igreja Batista Farol. Eu espero vocês. Conto com vocês lá, hein? Vocês que são do Nordeste, faz aquele esforço porque vai ser um sábado de muito aprendizado, tá bom? O link para
você se inscrever tá aqui na descrição deste BTCash 600, tanto no YouTube como em bibotalk.com. É só jogar BTCash 600 aí que você acha o nosso site ou acha a nossa postagem no YouTube, beleza? [Música] Muito bem, galera, é o seguinte, a conversa que a gente vai tratar hoje, ela passa por um tema delicado, que a gente sabe que existe muita discussão na internet, envolve complementarismo e igualitarismo, que tá geralmente quando a gente cita esses nomes, tá muito ligado à ideia de mulher pode ser pastora ou não, né? Tem a posição complementarista, tem a posição
igualitarista. Só que obviamente que essa discussão ela passa por outros assuntos também, como por exemplo é esse protagonismo do homem na liderança, né, do lar, na liderança da sociedade. Será que é isso que o apóstolo Paulo ensina em seus escritos? pra gente começar um pouquinho essa discussão, que é um recorte, obviamente, de um capítulo que é muito maior que a Cíntia eh traz aqui no seu livro, mas eu quero trazer o texto de Primeira Coríntios 11 pra gente começar aqui a explicar, porque de fato numa leitura simples, você percebe um protagonismo do homem em relação
à mulher. Porque o texto, por exemplo, de Primeira Coríntios, capítulo 11, versículo 3, diz o seguinte: "Quero, porém, e entendam que o cabeça de todo homem é Cristo e o cabeça da mulher é o homem e o cabeça de Cristo é Deus". Ou seja, parece que há uma hierarquia aqui de que quem é o cabeça é quem tem o domínio sobre, né? Aquele que é encabeçado, por assim dizer, né? Ah, e aí a gente junta com outros textos também, né? de Efésios, que fala dos códigos domésticos, né? O homem é o cabeça da mulher, aquela
coisa toda e tal. E a Cíntia que tem a ideia de trazer essa visão do apóstolo, né, ou seja, do homem e da mulher sobre a teologia bíblica de Paulo e tal, ela traz todo um ensino sobre a questão da palavra cabeça e tal. Mas gente, vamos lá. A percepção, grosso modo, dos evangélicos é isso. O homem é o cabeça da mulher, logo o homem tem autoridade sobre a mulher. Porque se Cristo tem autoridade sobre o homem, né, e ele é Cristo, ele é o Senhor, então é uma inferência normal e comum nós entendermos que
se o homem é o cabeça da mulher, ele, né, tem autoridade sobre a mulher. Na teologia bíblica, a partir da visão da Cíntia, é isso, por onde a gente começa a conversar, porque, né, eu sei que é um assunto delicado, mas a gente tá falando aqui de teologia bíblica e diante de uma mulher que é respeitadíssima na área em que ela é escreve e atua. E aí, gente, por onde a gente começa? Eu acho que um bom começo é a gente pensar sobre como a gente lê os textos, né? Com os olhos. Mentira, desculpa. Cegos
agora. Verdade. Verdade. Ai, meu Deus. É, veja, eu fiz um post há um tempo atrás sobre uma das possibilidades de interpretação de Primeira aos Coríntios 11, da Luci Pepiat, que é uma outra linha completamente diferente como ela como ela pensa esse texto, né? E me chamou atenção um comentário nesse post. dizia que esse é um dos textos mais complexos de difícil interpretação das cartas de Paulo. E aí um comentário dizia assim: "Claro e cristalino, não há qualquer dificuldade de interpretação". Então eu acho que esse é um primeiro ponto pra gente pensar, porque às vezes a
gente pensa que aquilo tá muito claro, realmente. Poxa, ah, então aqui tá meio claro que tá falando sobre autoridade, mas a gente precisa entender que existe essa essa distância cultural, linguística, as dificuldades de se lidar com cartas, com epístolas, principalmente com textos que são disputados, que são tão contestados. Então, eu acho que é tudo menos dizer que é fácil, que é simples e que é claro quando a gente lida com estes textos, né, tão contestados das cartas de pau. E aí a gente não vai realmente ter uma resposta certeira do que significa isso, pensando simplesmente
em como a gente entenderia isso pelo olhar moderno. Então, parece uma coisa óbvia. Poxa, cabeça significa liderança, né? A gente já traz esse pressuposto. Mas será que é isso que Paulo tá querendo dizer? Será que isso concorda com vários aspectos linguísticos, por exemplo, quando a gente fala, por exemplo, em campo semântico, as os sentidos possíveis para aquela palavra, quando a gente pensa no contexto histórico e cultural, quando a gente pensa até mesmo dentro do contexto literário das próprias cartas de Paulo. E aqui nesse caso você vai ver que mais para frente Paulo ele vai usar
a questão, né, da criação, ele vai citar Gênesis na sua argumentação, de que forma ele está fazendo isso. Então assim, é tudo menos simples e a gente precisa de um pouco de metodologia, de um pouco mais de conhecimento pra gente conseguir lidar com esse tipo de texto. Então acho que um primeiro caminho é admitir que não é tão óbvio assim, por mais que nos pareça, não é simplista. Não sei se fez sentido o que eu tô querendo dizer. Sim. Quando nós falamos, principalmente eh nas questões mais linguísticas de Lexo, Lex, eita Deus, hein? Gravar 5
da tarde é isso. Vamos embora. E principalmente quando nós falamos a respeito do campo linguístico, essa área do estudo em que nós falamos e nos direcionamos a a questões mais lexicais, a questões mais gramaticais. O que está interpolando essas áreas de estudo muitas vezes é algo exterior e que foi perdido e é recuperado com o tempo de acordo com as constatações de determinados estudiosos. Então, a discussão quando nós falamos do real entendimento de uma palavra e para que pra audiência um pouquinho mais madura aqui do bibotal, quando você tem a lida com grego, não é
você pegar apenas o significado, o strong, que já é uma metodologia já ultrapassada, e falar porque isso no grego significa isso e por isso dá o sentido para a passagem. Não. Nós temos circunstâncias em que determinadas palavras elas são utilizadas com forças diferentes. Um exemplo que podemos trazer aqui saindo um pouco do livro é o conceito de fé. Fé utilizado, segundo o que John Barkly traz, né? é utilizado de diversas maneiras, ah, no em todo o Corpus Paulino. Isso sem falar de outros autores do Novo Testamento. Então, para aprofundar um pouco a complexidade cultural, a
complexidade da datação da circunstância que Paulo está falando sobre questões relacionadas a gênero, não é um trabalho único e exclusivamente dos cabeções, né, daqueles que estão na academia, daqueles que estão com tendo a lida ali com algo mais profundo, mas também isso acaba escoando em a na nossa visão ministerial ou na na nossa visão prática do que a igreja deveria ser. Isso é o básico, gente, é o básico de um curso de hermenêutica que você compra aí ou que você faz no seminário. A preocupação devida com estas questões, que elas são complexas, nos auxilia a
olharmos o texto com um pouco mais de cuidado, sobredade, mas também sabedoria para fazer a aplicação correta ao adotarmos uma determinada postura ministerial, uma postura teológica. E aqui nós estamos lidando justamente com essa questão de gênero, o que interpola o pensamento de Paulo em suas circunstâncias para cartas específicas da sua visão a respeito do gênero. Como nós podemos verificar como ele dialoga com o mundo greco-romano? Se ele tem algum tipo de continuidade com o judaísmo? Qual o tipo de judaísmo ao qual ele dá continuidade em relação a isso? E como esse judaísmo e essa mentalidade
greca-romana que está presente nos escritos de do apóstolo Paulo, elas são confrontadas e também debatidas à luz do evento Cristo, a à luz do evangelho e da sua missão e da circunstância das suas missões, né? Então, só aprofundando mais essa questão e e trazendo também um um uma parte de talvez no quando nós falamos de igualitarismo e complementarismo, esses dois termos eles não sejam a melhor opção para explicar o cuidado que Paulo tem com gênero diante das circunstâncias a qual ele está lidando na missão, nos aconselhamentos, no cuidado com a igreja. Muito bom. É, o
que eu poderia assim para tentar acrescentar o que já foi dito sobre isso, é que quando a pessoa diz assim, a gente tem que buscar pelo simples, a navalha do Ocan, você vai lá, não, vamos procurar o simples, só que é o simples onde é o simples na tradução ou é o simples no texto original? Porque quando a gente tá buscando gese, a gente tá buscando texto original. E quando alguém diz assim, não, isso está muito confuso, eu não consigo ver isso nas escrituras, beleza, mas você não vê isso na tradução ou você não vê
isso no texto original. Por exemplo, a palavra cabeça que falê, ela tem vários usos no grego antigo. Por exemplo, eu poderia citar Filo de Alexandria, um judeu o primeiro século. Ele dizia que cabeça era a fonte do ser vivo. Ele pega a palavra quefalé e junta junto com a palavra arquê e diz que ela era a cabeça como fonte do ser vivo, porque dela fluí sentidos nervosos. E isso mostra claramente que para ele ali ele tá usando quefalé como fonte, não como necessariamente cabeça autoridade. Outro exemplo era eh era clon, eu acho, era Cleon, se
eu não me engano, um gnóstico segundo século, ele usa também, ele faz ele fala: "Cabeça é a fonte de todas as coisas". Mas por que que ele diz que a cabeça é a fonte de todas as coisas? Porque ele diz lá que falê arquê em patom, ou seja, a cabeça quer falê é a fonte arquê de todas as coisas. Ele ele tá juntando, ele tá definindo pra gente o que é dentro do contexto dele ali cabeça, quer faler. Então, quando a gente diz assim: "Ah, fulano tá batendo cabeça". A gente tá usando essa palavra dentro
de um contexto e ela tem um exemplo claro ali que fulano tá tá tá com dificuldade de entender aquele ponto. Eu posso falar fonte de um rio. Em inglês, isso fica mais claro quando fala fonte que tem essa ideia de cabeça do rio, essa ideia de fonte. Por quê? Porque a palavra tá sendo usada dessa forma. Então, para iniciar a nossa conversa, é muito bom começar por essa questão metodológica, porque diante da palavra cabeça, a gente tem que se perguntar como o texto original trata isso e como os antigos tratam isso. A grande questão é
que algumas pessoas elas têm uma preferência pelo termo autoridade em quefalé, desprezando as outras possibilidades. Eu não tô nem aí se você prefere pegar o sentido mais inapropriado para uma palavra. Não vou dizer inapropriado. Se você quer pegar o sentido menos provável, aquele lá que tem um ou dois exemplos, aí fica com você. Não é o problema. A questão é considere os outros. E para iniciar a discussão, é, a gente tem que começar considerando o fato de que a palavra quefalê não significa imediatamente autoridade. Ela tem outros significados, tendo, como eu falei aqui, como fonte
e o outro significado como cabeça literal de um corpo e um outro significado que é a cabeça literal sendo usada de forma metafórica. Então, é, é bom a gente começar dessa forma para você, eh, nosso caro ouvinte, entender que a discussão não é tão simples como às vezes as discussão, as discussões da internet parecem ser. Eu acho que um outro ponto que pode confundir bastante é que no Antigo Testamento é comum o uso de cabeça como liderança. Então você pensa, poxa, então Paulo tá partindo dessa mesma lógica, né? Só que a gente tá falando do
uso de cabeça lá no hebraico. Paulo, ele está no mundo grego, é um outro uso, são outros sentidos, é um outro contexto. Assim como lá paraa frente, eh, no latim vai ter uma outra conotação, assim como no inglês, como o Guilherme falou, tem outra. Assim como aqui hoje, em português, tem outra. Então, a gente precisa considerar esses contextos pra gente avaliar quais as possibilidades de tradução que fazem mais sentido naquele momento, né, que Paulo tá inserido naquele contexto de fato, raramente quefale era usado no sentido de [Música] liderança. Agora é o seguinte, vamos lá, pessoal.
Eu acho que é importante a gente trazer h algo para conversa aqui. A Cíntia acabou de falar o seguinte. A Cíntia, no caso, a que tá aqui gravando o podcast, não a que escreveu o livro, tá? Inclusive se escreve igual, né, Ctia? Tem escreve igual. Olha só. Mas vamos lá. Geralmente quando nós vamos falar sobre algum termo da teologia paulina, por exemplo, eu estudei muito o termo soma, né? O termo soma, corpo e tal. Se vai, se tu pega o livro do Nijai Gupta, né? é o Novo Testamento em 15 palavras. Outro livraço que a
Thomas Nelson trouxe para nós aqui, tem muito isso. Ah, a teologia Paulo está falando no mundo grego, tal, tal, tal, mas a teologia de Paulo é hebraica. A gente fala muito isso, não é? Paulo está bebendo lá na teologia hebraica, entende? Soma para Paulo não é na concepção grega, é na na, né, na na soma é corpo, né? É mais uma compreensão judaica, tá tal tal tal pá pá. Aí, por que agora então quando é cabeça, sendo que no no Antigo Testamento ela é um símbolo de autoridade e tal, porque que parece ser comum e
até esperado que Paulo utilize cabeça aqui no sentido judaico? Por que que aqui seria diferente? Por que que cabeça aqui? Pra gente entrar já na discussão mesmo, então, por que que cabeça aqui em Primeira Coríntios, por exemplo, que é o texto que eu li, não significa autoridade, já que Cristo é autoridade sobre o homem? Não é isso que o texto está falando, não tem. E não é também o contexto do texto, não tem uma certa proibição também da mulher fazer algumas coisas ou eu tô confundindo aqui também as perícopes e e coisa. Quando nós falamos
a respeito de Paulo como um judeu, a gente precisa entender em que espécie de judaísmo ele estava inserido ou o que ele herda como judaísmo como um todo. É por isso que as novas perspectivas paulinas, elas vão ser contundentes em levar em consideração todo o rastro cultural imagético de que compõe a persona do do apóstolo Paulo e como e estas coisas elas estão tão misturadas e quais são as suas referências maiores. Quando nós falamos do judaísmo em que Paulo vive, uma coisa certa e meio que consenso dentro dos estudiosos bíblicos é de que o judaísmo
que Paulo bebe é um judaísmo já helenizado, muito por conta da influência da Septoaginta. a a septoaginta mais é do que aquela tradução grega do Antigo Testamento, que possui um trato e também algumas ênfases distintas surgindo entre os períodos do Antigo e Novo Testamento, composição do Antigo e Novo Testamento e que influenciam o mundo de Jesus e da igreja contemporânea a Jesus. E aí quando nós falamos a respeito de Paulo, Paulo ele está bebendo e poderia estar bebendo de um gênero ou de uma concepção de gênero já com um judaísmo bastante helenizado e não em
tão consonância com o o contexto e a aplicação de cabeça que há geralmente no Antigo Testamento. Essa é uma primeira primeira hipótese a respeito de Paulo dentro do judaísmo, de Paulo como um um sucessor no sentido de intelectualismo e de uso dos termos. Mas outras coisas também complicam essa compreensão para falar, ó, não, Paulo está falando aqui sobre a compreensão hebraica, é que Paulo ele era um ser missigenado culturalmente, imageticamente falando. E fica muito difícil de até mesmo da forma como ele utiliza a esse termo, o termo cabeça em grego, de encontrar determinadas consonâncias no
Antigo Testamento da forma como ele faz e principalmente como uma metáfora aplicada pra igreja. Vamos lá. Eu gostaria de trazer o Guilherme e a Cintia aqui para ver se vocês concordam com isso ou não, se tá incompleta a explicação. Mas é é importante levantar essa questão de que e o judaísmo de Paulo não necessariamente compreende e desenvolve a mesma concepção teológica que a palavra cabeça tem no Antigo Testamento, em suas circunstâncias lá no Primeiro Testamento, né? Aí vocês me corrigem, tá? Vamos lá. Eu concordo assim, eu acho que a galera do Paulo dentro do judaísmo
vai te pegar aí e em algum momento na esquina, eles vão chegar e eles vão bater em ti. Eu não vouar para te tá errado. É, então não. E eu tenho muitos, muitas pessoas que me seguem no Instagram que são Paulo dentro do judaísmo. Então eu acredito que vou dizer, olha, foi ele que falou, não tô nem aí. Mas eu colocaria dessa forma, ó. A palavra hebraica pra cabeça, hosh, né? Hosh, ela tem conotações também, também de fonte. Por exemplo, lá em Gênesis 2:20, quando vai falar das cabeças do rio, não tem como você falar
cabeça, você tem que traduzir como fonte. Deuteronômios 33, alguma coisa ali, você vai ver também a mesma coisa, ele falando de cabeça como no sentido de fonte. Então, dentro do judaísmo, a gente tem isso. Quando cabeça era referenciado à autoridade ou dentro de um contexto de autoridade, aí tem tendências dentro do judaísmo a sair dessa conotação de fonte e a ir paraa conotação de de autoridade mesmo, termo cabeça. Eu não sei se eu deixei claro, só que quando Paulo chega láem no Novo Testamento, Paulo está dentro do progresso da revelação. Nem tudo que era no
Antigo Testamento tem coisas no Antigo Testamento que precisavam avançar. escravidão e muitas outras padrões familiares que precisavam se rejeitar. Então Paulo usa a palavra cabeça e redefine. Paulo pode ter a sua liberdade de redefinição cultural, redefinição de história da revelação, ou se ninguém concorda que houve um desenvolvimento da história da revelação, houve uma melhor aplicação. Então vamos dizer o seguinte. Se dentro do Antigo Testamento eu posso usar a palavra cabeça tanto como fonte como para autoridade e em contexto de autoridade, cabeça pode significar isso, quando eu chego no Novo Testamento, eu tenho também que permitir
a amplitude semântica, tanto fonte como autoridade também. E agora eu preciso pegar e perguntar: Paulo, como é que você tá usando aí? Por que que quando você falou que o marido é o cabeça da igreja, você não disse para mandar, mas para salvar. Por que que você tá falando de salvação? Porque quando você falou isso em Efésios, você tá referenciando a Gênesis implicando que um veio do outro como fonte. E se existe fonte é porque existe interdependência eh entre ambos. Aí a gente vai discutir ainda mais isso. Então eu diria eu diria por aí. Seria
assim, resumindo, no Antigo Testamento, essas palavras têm esses sentidos, ainda que o maioral, o sentido maioral seja de autoridade, mas também tinha um sentido de fonte. No testamento, Paulo tá aplicando aos crentes e no evento Cristo tá deixando mais claro o que significa ser o que falei a fonte com o outro. Assim, porque assim, galera, eu já vi inclusive uma pessoa falando tempo atrás assim, anos atrás na internet que é isso. Olha, porque fiz um estudo e a palavra que falé em todos os contextos é autoridade. Essa informação é errada, né? Ela fez mal feito.
É, fez mal feito. Tá equivocada. Sabe por quê? Não é o orgulho, porque até Thomas Schreiner, W Gruden vão reconhecer algum algumas outras funções dessa palavra. O N Grut ele é mais bate cabeça com isso, mas até em alguns artigos, em notinhas de rodapé, ele vai reconhecer, entendeu? Por isso que eu digo que é mal feito, ainda que na internet pareça que tudo é muito claro, assim no sentido de ah significa cabeça e todos os eruditos concordam. Não, não coloque todos os eruditos nessa. Os eruditos são divididos e até quem pensa contrário reconhecem a amplitude
semântica dessa palavra. Então é bom que a gente deixe claro assim para poder a gente não ficar achando que a gente é orgulhoso também. Legal, legal. Tá, mas acho que a gente pode entrar Gui, naquilo que tu falou que ia entrar. A gente também não precisa ficar se alongando em muitos detalhes, porque assim, então eu vou fazer a pergunta que tá todo mundo pensando, tá gente? Vocês estão falando aí, vocês estão falando aí, tá? Mas aí, o homem é autoridade sobre a mulher ou não? A gente vai cair nisso aí agora, né? Tipo, a gente
cai, eu sei que a gente talvez pule um pouquinho lá para Efésios e tal, mas tá. Então, cabeça não significa somente autoridade, significa Entra no texto. Qual texto? Entra no texto de Primeira Coríntios. Primeira Coríntios que a gente leu. Então tá, vamos entrar no texto. Pronto. É isso. Vamos entrar no texto Primeira Coríntios, porque como eu falei até na minha pergunta, no contexto aqui do texto, parece o seguinte, ó. Pois o homem não se originou da mulher, mas a mulher do homem. Então, tipo assim, olha só, o homem não deve cobrir a cabeça, visto que
ele é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Tudo parece colocar a mulher numa numa condição de subserviência, numa condição de respeitar este que é o cabeça. O homem é o cabeça da casa, né? O homem é o cabeça, porque Cristo é o cabeça do homem. O homem é a cabeça do lar e tal. E aí você vê o versículo, né, o versículo 7 que eu acabei de ler. O homem não deve cobrir a cabeça, visto que ele é a imagem, é glória de Deus, mas a mulher é
glória do homem. Eu tô lendo, gente, eu tô lendo NVI, provavelmente, tá? Pois o homem não se originou da mulher, mas a mulher do homem. Além disso, o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Aí tem todo o lance ali que ele ainda discute uma questão dos anjos e tal, de a mulher cobrir a cabeça e tal, entendeu? O 11. 11. do Senhor. Todavia, a mulher não é independente do homem, nem o homem independente da mulher. Hum, interessante o 11, hein? O pessoal não tá lendo o 11
aqui. Pois assim como a mulher proveio do homem, também o homem nasce da mulher, mas tudo provém de Deus. Eita, rapaz. Pior que no próprio texto a coisa fica mais clara. Percebe que aquilo que o Guilherme falou agora a pouco de interdependência faz muito mais sentido quando a gente observa a passagem toda do que a gente pensar em questões de autoridade. Caramba. Não, e não, deixa eu falar agora uma pausa aqui, gente, porque é tem muito a ver com o que o Luiz, com o que o Luiz falou, não, que a Cíntia falou na abertura
desse podcast, depois o Luiz emendou. Mano, a gente ouve tanto falar isso que o homem é o cabeça da mulher e tem autoridade sobre a mulher que eu já eu leio esse texto de Coríntios já pensando, ó, fica quieta aí, me obedece, ó. Você, entendeu? Você você veio, você foi criada por minha causa, entendeu? Coitado da achando tipo assim, não meu irmão, lá em casa, lá em casa eu sou feminista. Então assim, é brincadeira, gente. É brincadeira, brincadeira, gente. Eu não sou feminista, velho. Não, pelo amor de Deus. A gente já é taxado de tudo,
tudo. É só falta o feministo agora. O feministo, né? Então assim, é não, mas lá em casa não tem esse rol lá. A gente é mutualista mesmo. Mas é brincadeira também o caso da do do Bibo falar que manda na mulher. Não, não é isso não. Não, claro que não, porque com certeza a gente sabe que é o contrário. Nem é não. Ela também não manda mim não. Pelo que eu vi, não é não. Hoje em dia quem manda é as crianças. É que sacanagem. Brg, tá tudo errado desse lar, né? Tá tudo disfuncional, né?
Não, eu tô zoando. Mas falando sério agora, galera, vamos lá. É, é, é engraçado como a gente ouve tanto isso, né? O homem é o cabeça da mulher, é a liderança, assim como Cristo. Porque no texto de Efésios, eu não sei se a gente vai dar uma caminhada por lá também, porque no texto de Efésios parece fortalecer um pouco isso, né? Cristo comanda a igreja, aquela coisa toda. Então o homem comanda o lar, tá, né? Tem muito isso. Mas aqui no texto de Coríntios também eu já tava lendo nessa perspectiva, mano. É isso. A mulher
tem que ficar quieta, ela tem que cobrir a cabeça porque o ela foi feita por causa do homem, não o homem por causa dela. Mas se tu se tu tira essa ideia de que cabeça é autoridade, mas ela pode significar fonte e eu não sei o que significa, queria até que vocês explicassem. E aí tu lê o texto, fica um pouco mais interessante esse lance da interdependência que depois trouxe, né? Mas percebam, galera, como a nossa história e aquilo que a gente ouve ao longo do tempo influencia as nossas conclusões na leitura bíblica. Como é
importante a gente realmente tentar se despir algumas coisas para entender melhor o texto bíblico, né? Mas e aí, fonte significa o que, galera? Se não é autoridade, se é fonte, significa o que isso aí? Só para deixar claro, uma coisa que a Ctia aponta no capítulo é que o Thomas Schiner faz a pergunta, tá? Significa fonte. E aí? E aí que você percebe que existe toda uma uma dificuldade, eu acho que não é nem pela palavra, pelo significado, sim, mas até para entender dentro do contexto geral das escrituras, colocar isso dentro de uma narrativa. Quando
a gente coloca a palavra que fala é como fonte dentro de uma narrativa, a gente vai entender que a fonte, ou seja, um preceder do outro, ela se transforma em interdependência, não hierarquia. Esse é o ponto. Na medida em que a mulher vem do homem em termos de criação, não significa que o homem vai mandar na mulher para Paulo. Significa que um depende do outro. É tanto que ele vai dizer: "Todavia, o homem não é eh não é esqueci eh independente, né? Independente da mulher e e vice-versa". Então, um grande ponto que caber nesse sentido
é quando a gente fala: "Por que que Paulo tá usando a criação?" Então, e aí o o pessoal vai esticar mais isso pra gente. Quando Paulo usa a criação, ele usa como narrativa para lembrar pra gente, entre aspas, de que existe uma interdependência entre o sexo, entre os gêneros. E essa interdependência não é para gerar hierarquia, é para gerar interdependência. Essa origem não é para para gerar esse um andando no outro. E seria por aí. Então, quando a gente fala de fonte, significa, portanto, que a criação está nos dizendo que porque um veio do outro,
um depende do outro e um tem que servir a outro e um está ligado ao outro e um tem que ser o quê? Mutuamente servo um do outro. Seria essa ideia. Mas vamos lá, ô Gui, aí dentro desse raciocínio aí que você traz a partir da Cíntia, como é que fica o lance de Deus? Deus servo do homem, que sentido assim, como é, onde tá essa interdependência entre o lance de Deus e o homem, né, em Cristo? Como é que fica esse essa interdependência fica um pouco confusa para mim? É que na verdade fala que
Cristo é o cabeça do homem, o homem é o cabeça da mulher e Deus é o cabeça de Cristo. Então, de Cristo, ou seja, Cristo veio de Deus Pai. Aí a gente percebe a a criação da geração eterna, por exemplo. Então, Deus com Cristo tem essa relação. Então, assim, no texto Bíblia, ele não tá dizendo que Deus é o nosso cabeça, é Deus é o cabeça de Cristo. Esse é o ponto assim. Então, o texto está estabelecendo essa essa questão de fonte para dizer pra gente que essa fonte implica interdependência. O filho depender do pai
em termos de filho, é a questão da geração eterna. Então, o grande ponto é que quando a gente olha pra criação, a gente é geralmente ensinado que a criação tem um e aí eu vou deixar com vocês depois disso, tem a gente tem que seguir as regras da criação. Então, tipo assim, se assim que a gente olha pra criação, existe um padrão criacional e acabou. E quando eu olhei paraa criação, o homem é quem manda, o homem quem fez isso da mulher. E agora devemos seguir o padrão criacional. E aí mata completamente o que Paulo
tá, como Paulo tá querendo usar a criação, que é como narrativa de interdependência por questões de um ser originado o outro. Seria essa ideia, né? O uso de Cristo ali por Paulo em Primeira Coríntios é para justificar como isso é recuperado e restaurado a partir do evento, a partir desse a do Messias que vem, encarna, morte, ressurreição. E aí uma nova eh humanidade acaba sendo criada e inaugurada. E por isso que a argumentação em cima da criação que Paulo faz em primeiro Coríntios, ela ganha uma novos ares. Que ares são esse? os ares do Nazareno,
a ideia de que existe uma continuidade de uma nova criação, que Paulo está impregnado dessa mensagem. O o Cristo crucificado e o Cristo ressurreto, eles dão uma nova luz criacional para que você recupere a interpretação, mas a restaure, né? Não só a recupere, mas a restaure também, não só pros padrões originais de fábrica, né? Mas você estenda isso em um processo de restauração agora depois da condição do mundo caído, né, do mundo que que está em alienação a Deus. Por isso que Paulo coloca no argumento a questão de Deus ser o cabeça de Cristo, Cristo
ser o cabeça do homem, homem ser o cabeça da mulher. E aí é uma essa relação de interdependência ainda está vinculada com aquilo que é divino, com o eterno, com Deus. E aí, por isso que a argumentação de Paulo, ela não é como Aristóteles faria em regras domésticas. Ela tá recuperando uma narrativa e endossando, através dessa narrativa um novo status de vida para esses crentes em Corinto. Éfeso vai ser a mesma coisa. a igreja de Éfeso, o próprio apóstolo Paulo escreve sobre aquelas regras, né, domésticas lá no capítulo 5. E quando ele escreve, ele escreve
também nessa nessa mesma formatação retórica, ao qual homem, mulher, essa interdependência, pai, filho, essa interdependência, você tem servo escravo, também essa interdependência, mas todos, toda essa interdependência é sustentado pela sujeição a Cristo. E aí a gente tem um um conceito de cabeça é eh mais definido ou pelo menos melhor organizado. Para mim é melhor organizado em Éfeso do que em Primeira Corinthians. Eu queria só fazer um ponto aqui que o Guilherme falou da questão da a gente depende da Cíntia para complementar aumentação. Olha a piada a questão da É porque eu adoro, eu adoro complementar.
Quem pegou, pegou. A, o Guilherme falou a respeito, por exemplo, da questão da criação, né? E aí é interessante que as pessoas voltam lá pro relato criacional e automaticamente enxergam que Deus criou uma hierarquia, uma espécie de hierarquia divina que precisa ser respeitada e que Paulo está fazendo uso disso, dessa hierarquia, né? Porque, bom, a gente sabe que existem dois relatos da criação. Num primeiro relato diz que homem e mulher foram criados à imagem de Deus, né? aí a humanidade como um todo. Num segundo momento, aí ele, né, vai, a Gênesis traz uma um outro
contexto onde fala da criação da mulher a partir do homem e tradicionalmente se entende e eu acho que existem aí dois grandes problemas. O primeiro é que achar que Adão por ter vindo o primeiro, isso significa uma hierarquia. E a outra questão que é aquela aquele velho debate, né, do que significa o exer auxiliadora, né? Então, a mulher ela é como se ela tivesse sido criada para ser subordinada ao homem. E também aqui também uma interpretação equivocada do que significa esse termo, né? E até teve uma polêmicazinha aí, porque a NVI, a nova NVI, né?
trouxe o termo aliada, que eu particularmente gostei muito. Não porque auxiliadora seja errado, a tradução permite auxiliador ou aliada, mas porque para o nosso contexto o termo auxiliadora ganhou outras conotações, aquilo que a gente tá falando o tempo todo aqui. Para nós hoje auxiliador é alguém que está abaixo. Então o auxiliar de cozinha, o auxiliar de escritório, é alguém que está subordinado. Obviamente não era esse o sentido, né? Então, quando Deus cria e a mulher a partir do homem e quando o homem olha para esse para essa mulher, ele não vê uma subordinada, ele não
olha para ela e fala: "Olha, agora tem aqui alguém que que eu posso mandar, né? Ele vê osso do meu osso, carne da minha carne. Ele vê alguém que é igual a ele. Ele enxerga isso. É é a é a companheira que faltava ele. E a gente perde esse sentido e pensa que Paulo também tá subscrevendo isso e junta tudo isso, né? Então, acho que é importante a gente eh perceber que existem várias concepções que vão se somando e que a gente precisa corrigir nisso tudo pra gente entender. É, a melhor maneira da gente ler
Gênesis quando o assunto é questões de gênero, é olhar para Paulo e olhar para Paulo de uma maneira assim bem detalhada, ver o que que ele tá pegando, ver o que que ele tá captando daquela narrativa. E a primeira coisa, isso é muito claro e até quem é complementarista, discorda da Cíntnia, vai observar que Paulo está usando aquilo para relembrar ou trazer à tona a criação. Só que a gente tem que entender sempre, a criação não parou na criação. A criação avançou, como a Colocou muito bem, pr pra frente, para Gênesis 3, paraa queda, para
Cristo. Ela foi avançando, como o Luiz colocou também. Então, a gente precisa entender que Paulo quando ele olha para Gênesis, ele tá olhando para Gênesis não para tirar alguma coisa, pelo menos na minha leitura, algum tipo de padrão absoluto, mas para dizer, tá vendo aquela narrativa? Tá vendo como ela se desdobrou até aqui a Cristo? Ela ela vai funcionar assim por conta de Cristo. Agora, isso é o primeiro ponto. Segundo é quando a gente traz aqui a questão então de quefalé cabeça como fonte, origem. E nessa leitura a gente então tá dizendo o seguinte: quando
Paulo fala de origem, Paulo está falando de interdependência. Paulo está falando de de um ligado ao outro. E aí alguém pode dizer: "Tá, mas Cristo tá ligado a mim?" Isso, isso se chama em Cristo, isso se chama união com Cristo. E eu estou ligado a Cristo. Sim, exatamente. A gente, o aspecto de Deus ser o meu Senhor e eu servo de Jesus não vem pela palavra que fala, vem paraa Exocia, vem para Krius, vem para outras, não por essa. Então o ponto é que e como é que essa questão de Cristo com relação ao seu
cabeça de Deus e tal é justamente é que quando a gente tá falando de quefalé, a gente tá falando que o fato de um ser origem do outro, isso implica em que um está ligado ao outro de uma maneira. E aí a gente precisa, pelo contexto paulino, ir atrás de que maneira é essa? Marido e mulher, Cristo e a igreja. A gente precisa olhar aqui. A gente não pode extrapolar a metáfora. Tudo que Cristo e a igreja é, né? Tudo que eles são, tudo, toda a metáfora de Cristo e a igreja é o que é
o que o marido e a mulher é. Aí você tá interpretando errado. Sua mine tá bem complexa. Se fosse você, eu tomaria cuidado que é bem capaz de alguma pessoa, sei lá, falecer na sua mão. Mas a ideia é essa questão. É, foi forte. Isso aí foi forte essa. É porque se eu interpreto errado e se se eu achar que toda a analogia tem que ser 100%. A outra, por exemplo, quando a gente tá lidando com a metáfora, cara, tu tá parecendo uma árvore. Eu tô dizendo que cada aspecto seu é parecido com a árvore
ou eu tô pegando um ponto de semelhança? Eu sou o Grut. Sacanagem. Desculpa. Então, então o que eu quero trazer aqui é isso. A gente vai agora para Efésios. Eu já tô preparando o terreno para dizer o seguinte: "Quer falar vai tá lá. Eh, tem as as leituras diferentes do texto, mas já observe que na linguagem paulina a questão não é tanto hierarquia segundo a Cint, mas de novo interdependência, porque o Paulo tá usando Gênesis para dizer fazer uma só carne. Seria essa a [Música] ideia. E gente, assim, ó, galera, vamos lá. Eu quero fazer
um como host desse podcast aqui e geralmente sou eu que apanho, né, quando o assunto é aqui. Aliás, eu sei que o Guilherme apanha muito na internet também, porque ele defende já isso. Tem algum tempo que o Guilherme traz esse assunto no seu Instagram e tal. A Cintia apanha só porque é mulher mesmo, entendeu? Tipo, a Cíntia só por ser teólogo e mulher já apanha, então ela nem precisa abrir a boca. E pastora, calma que eu tenho o terceiro pecado. Exato. Reverenda e tal. Então assim, o que é muito lamentável, né? O que é muito
lamentável. Assim que ela nem abre a boca, ela já apanha só porque ela é teóloga e mulher. E gente, assim, eu não tô fazendo drama não, tá galera? Não tô aqui a gente, não tô me fazendo de coitado. Eh, de fato, a gente vê isso, né? Eu acompanho o Guilherme na seu Instagram e vejo que de vez em quando ele tem que fazer ali uma defesa, porque ele defende tal coisa e tal. A Cíntnia, né, na sua ordenação ao ministério pastoral teve alguns haes e tal, alguns não, né, alguns né? Então assim, eh, e aí
às vezes o pessoal ouve um podcast como esse e vem assim, ó, é essa galera liberal no fundo que eles querem são feministas, querem empoderar as mulheres e tal e por isso estão com esse papo aí, não sei quê. Gente, é que não é isso, né, galera? É, não é isso. É porque a gente tá vendo cristãos falando em patriarcado, né? Tem cristãos defendendo patriarcado, que é um absurdo, pessoal. E ninguém aqui tá falando pra mulher mandar em marido. Ninguém tá querendo inverter nada. A gente só tá querendo trazer Bíblia, onde não há homem, nem
mulher, nem judeu, nem grego. Esse lance da interdependência, entende? Então, ninguém aqui tá dizendo agora que é para querer levar rebeldia para dentro de casa, sabe? Eu sei porque a gente sofreu muito isso quando nós explicamos que é uma coisa um pouco até mais fácil, né? Por exemplo, quando eu e Cacau fizemos o betpapo sobre o homem, não ser o sacerdote do lar, porque é uma parada muito louca, porque a Bíblia não fala isso. Quando a gente pega os textos de Primeira Coríntios e Efésios, cara, eu até entendo ter essa leitura mais patriarcal do texto,
entendeu? Ó, mulher, né? Fica na tua, eu sou cabeça, se submete a mim. É isso aí, é a liderança masculina. E se a gente olha pra história da humanidade, existe mesmo, né? a liderança masculina na história. Então, até tu até pode perdoar um pouco esse tipo de interpretação, né? E a gente tá tentando explicar para vocês um outro lado do que talvez seja verdadeiramente a visão do apóstolo. Agora, no lance de eh meio e do cacau, velho, a Bíblia nem fala que o homem é o sacerdote do lar. Então assim, e a gente apanhou para
caramba, assim, apanhou para caramba. A gente foi canceladaço mesmo, sabe? canceladaço. A galera nem ouviu o podcast inteiro e já saiu por aí dizendo: "Ah, porque essa galera aí é feminista, quer empoderar a mulher, bando de homem frouxo e entre outras coisas, né?" Então eu tô fazendo esse disclaimer aqui, galera, para deixar bem claro que não estamos analisando o texto ah a partir, né, da teologia da Cíntia, que é uma teologia que não é dela, né? Ela ela também tá aqui construindo, ela é respeitada no campo dela, ela também tem as suas fontes. Então assim,
a gente só tá querendo mostrar para vocês que às vezes a gente tem uma leitura já muito suja do texto, muito encharcada por outras ideias e sim, galera, ideias machistas e patriarcais, tá bom? A gente precisa ter maturidade para entender isso. Porque assim, vamos lá, o texto de Efésios, ele realmente parece dar a entender que Paulo tá usando quefalé, tá usando o termo cabeça num sentido mais hebraico de liderança. Porque geralmente nas nossas Bíblias, e aqui eu vou fazer um erro proposital, geralmente nas nossas Bíblias começa a perícope, né, aí da questão domiciliar e tal,
né, da ética domiciliar, dos deveres domésticos. Eu nem lembro direito como é que tá o Alguns colocam até deveres das mulheres para com os homens ou deveres no casamento. Alguns já são um pouquinho mais lembrando que todo já já fazem uma delimitação da perífe assim bizarra, né? E assim, gente, lembrando que tradução é interpretação também e que esses subtítulos não fazem parte do texto e a forma como você delimita perícope também é uma escolha. A a NVI tem, a Naa também tem, certinho? Tá? É, então é isso que eu ia falar, né? O erro proposital
que eu ia trazer justamente esse. Geralmente as essa perícope começa no versículo 22. Mulheres sujeitem-se a seus maridos. Exato. Então, cara, então isso confunde. Então, é de se esperar, gente. Ó, a nova NVI não tem Efésio. Brincadeira, acabei de achar aqui. É nova mesmo. O negócio é nova. É porque teve uma versão dessa, eu ganhei essa, eu ganhei, o negócio é bem diferente. Ganhei uma, eu ganhei uma versão linda dessa Bíblia da Thomas Nels e faltavam uns versículos em Filipenses, mas agora eles já arrumaram, tá? Então, por exemplo, ó, você pega aqui a nova NVI,
aqui ainda tá errado, né? Ó, deveres conjugais, esposas, cada uma de vocês deve se sujeitar ao seu marido como ao Senhor. Então, assim, já começa aí, gente. Essa divisão não tá certa. No texto grego, pelo menos na na a minha visão, a minha na minha Bíblia que eu tinha de grego, acho que era 27ª. eh, da Nesle Alland, eu nem sei em qual que tá agora a 29ª. É a 29ª. É, mas enfim, na 27ª lá, né? Começa no 21, né? Ou seja, essa perícope e esse essa construção de pensamento de Paulo da vida em
comunidade já começa no 21. 2021 é: "Sujeitem-se uns aos outros no temor de Cristo." Esposas, cada uma de vocês deve se sujeitar ao seu marido como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da esposa, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Como a igreja, cara, olha aqui. Aqui, mano, é muito, eu quero ver vocês saírem dessa, ó. Porque diz assim, ó: "Como a igreja está sujeita a Cristo, assim a esposa esteja sujeita em tudo ao marido." Aí depois vem o marido. Olha, marido,
cada um de vocês deve amar a sua esposa, assim como Cristo amou a igreja, entregou-se por ela para santificá-la, tendo e aqui que o pessoal dizem: "Mano, quem é que santifica?" Cristo. Então, ele é o sacerdote da igreja, logo o homem é o sacerdote do lar. Já fazem essa inferência. E vou dizer, cara, não acho um absurdo essa inferência numa leitura simples do texto, que é a leitura que 95% da igreja tem. entende? E aí ele começa, né, apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa e tal, tal, tal. Gente, é muito difícil a gente ler
esse texto e não levar para esse caminho que popularmente se leva. Mano, sujeite-se à mulher, assim como a igreja se sujeita a Cristo, você mulher se sujeita ao seu marido. Como é que cabeça aqui não é autoridade, galera? Eu acho que isso é só um uma coisa bem bem legal que a Cíntia faz, é que ela vai um pouquinho antes do 21, ela vai lá no 518. Esse é uma uma explicação bem característica dela. Ela sempre fala sobre isso, né, que o 518 tá falando do ser cheio do Espírito Santo, né? E ela fala que
tudo que acontece a partir daí é relacionado com esse ser cheio do Espírito Santo. E a gente sabe que Efésios é uma carta que trata da questão da unidade entre os cristãos. Então Paulo está preocupado com essas relações e com o estabelecimento da unidade na comunidade. E a partir daí Paulo vai trazendo algumas recomendações até que ele entra nessas esferas, né, que como o Luís já falou, a questão dos códigos domésticos, que não é só a relação entre mulher e marido, mas também entre pais e filhos e também entre senhores e escravos. Então, basicamente, Paulo
está lidando com a situação do contexto social da época do Império Romano, que é uma um contexto muito diferente do nosso em muitos aspectos. Então a gente, primeiro lugar, a gente precisa perceber isso. A CTE, ela faz um trabalho brilhante na introdução do livro de contextualizar a gente dentro dessa dessa forma de pensar do do mundo romano, que era uma forma muito alicerçada nas questões de honra e deshonra, nas questões de patronato. Então, você tem aquele que que é o benfeitor, aquele que é o patrono e aquele que é o cliente, que é aquele que
tem menos, normalmente menos poder aquisitivo ou menos condição social e que acaba se beneficiando. E essas coisas acabam acontecendo dentro do casamento também, com algumas exceções, porque tudo é muito mais complexo. Existe o mundo ideal e o mundo real. Então você tinha, por exemplo, casos de mulheres que tinham uma certa independência porque elas estavam ela, elas eram socialmente estavam posicionadas socialmente acima dos seus maridos, por exemplo, e elas não levavam essa essa essa dependência do homem para dentro do casamento, né? Então, existiam formas de casamento e alguns discutem de qual era mais proeminente ou não
na época de Paula, mas é verdade que existiam as duas coisas, mas o o normal, o padrão seria que o homem fosse o Páter Famílias. O Luís falou sobre isso, né? O Pter Famílias. Então ele é aquele que atua mais na esfera pública, ele é aquele que é o que provê a mulher, ela está mais na esfera doméstica e ela depende, portanto, de recursos do homem para sobreviver. como ela recompensa isso, né, por meio da questão da honra. Então, ela vai ter um comportamento que honre o seu marido. E normalmente no mundo antigo isso está
ligado à submissão, fidelidade, castidade. Então, algumas algumas virtudes que a mulher exercia. Então, quando Paulo ele tá trazendo isso pra jogada, pra questão da mulher, ele não tá trazendo nenhuma novidade. Era o esperado que as mulheres se submetessem aos homens por conta dessa dinâmica. A questão toda e que ninguém presta muita atenção é que Paulo fala bem pouco com as mulheres e fala muito com os homens. E Paulo traz aí uma série de obrigações para os homens que refletem atividades femininas. Limpar, alimentar, nutrir, cuidar, coisas que normalmente uma mulher faria. E cara, isso combina demais
com Jesus, porque quando Jesus ele fala a respeito de cuidado, de autoridade, liderança, que que ele traz paraa jogada? Ele traz o exemplo de um escravo. Ele pega uma criança e fala: "Olha, você tem que ser como essa criança". Normalmente Jesus, ele vai pegar essas pessoas que eram menos consideradas na escala social da época e vai trazer elas para pro jogo e vai colocar: "Olha, o exemplo é esse". E o próprio Senhor Jesus se coloca como um servo, como escravo. E aqui Paulo, ele vai usar essas características da esposa como um modelo para que o
homem também exerça isso. E qual que é a questão? Ele tá dizendo que mais adiante ali na argumentação dele que a a mulher é o corpo e o homem tem que cuidar desse corpo. Ele tem que enxergar esse corpo como parte dele, né? O homem ligado ao corpo, cabeça, né? a mulher, o corpo. Então eles estão interligados aqui, mais uma vez interdependência. E aí ele vai colocar essa questão de cuidado. É como se ele invertesse a questão do patronato. Ele vai dizer: "Olha, você também tem que cuidar, você também tem que honrar". E na verdade
Paulo tá sendo bastante subversivo nessas questões, né? Ele tá trazendo obrigações pro homem que normalmente não seriam colocadas sobre o homem. Então eu acho que tem muita coisa acontecendo aqui e é por isso que até como o Guilherme falou, ele vai olhar lá para Gênesis e vai lembrar de uma só carne, porque combina com a ideia de do homem ser cabeça, mulher ser corpo, os dois são uma coisa só. E aqui é volta para o 521, sujeitai-vos uns aos outros. E a partir daí ele prossegue, né, na na toda a discussão dele do código doméstico,
ele vai trazer esse essa mesma ideia em cada uma das esferas. Aí por isso a explicação da minha entrada, né? Se Paulo é antiimperial, porque ele está contestando o pensamento greco-romano, então Cristo de fato se torna o pater famílias, porque toda a ordem social no quesito doméstico, ela vai se sujeitar umas às outras por temor a Cristo, conforme o versículo 21. Então é Cristo, que é o cabeça ombreando tudo e todos, né? E aí o sistema de patronagem aí ele é dinamitado com essa lógica. Por quê? Porque a teologia da nova criação, na verdade, a
gente tem uma um ombreamento ali daquilo que convencionou-se socialmente em ter hierarquias pelo sistema de patronagem, né? Patronato, né? Patronato, né? É patronato ou patronagem também serve? Patronato. Patronato do patronato, não é? Espectro patrono. E juntando tudo, o que a gente pode entender é o seguinte. Quando Paulo começa no versículo assim, sujeitem-se uns aos outros, ele então começa o próximo versículo sem verbo nenhum. Então a gente poderia traduzir assim: marido, eh, mulheres aos seus maridos, uns aos outros, uns aos outros, aos maridos e mulheres aos maridos. É, aos maridos, né? Aos maridos. Isso aí você
diz: "Mas cadê o verbo aqui?" Ah, porque a gente tem, obviamente, uma elipse. Tá lá atrás. Paulo não está criando uma nova categoria de se sujeitar. Ele tá trazendo o que irmãos já fazem entre si. Então ele não está criando uma relação de assimetria, onde um manda no outro, mas ao contrário de serviço, de igualdade. Esse é o primeiro ponto. Então o Bíblia perguntou: "Mas como é que a mulher diz aqui, ó, sujeitá-vos aos seus maridos?" OK? Dentro de um relacionamento de onde um é um sacrifício para ela, ela vai responder o seu sujeitar de
uma forma também. Que de que forma? Servindo, cuidando. Então, a palavra sujeitar é a mesma, a ideia é a mesma. do que qualquer irmão faz com o outro. E porque o que a gente tá querendo, e a Cíntia traz isso sempre aqui, é as relações comunitárias paulinas que Paulo estende paraa família, elas e e estende para marido e mulher, ela não é assimétrica, mas ela é de interdependência e de mutualidade. O homem se sacrifica, a mulher ela serve, ela ela ama, ela cuida. E é essa relação que Paulo, mas esa aí, que tipo de unidade
Paulo tá querendo construir? Então, é a unidade que a cabeça tem com o corpo. Então, ele tá trazendo uma metáfora da do corpo para mostrar o nível de interdependência que um tem que ter com o outro em termos de servir. É o mesmo que a cabeça tem com o corpo. Aí alguém pode dizer: "Tá, mas por que que Paulo não disse para pros maridos se sujeitarem suas mulheres?" E aí tem uma sensibilidade aqui que a Cíntnia tem e é por isso que ela é muito admirada no mundo exegético, essa sensibilidade de não deixar o debate
corromper os neurônios dela a ponto dela achar que precisa responder tudo aos críticos. Ela simplesmente vai dizer o seguinte, que Paulo tem cuidado na hora de mexer com esses códigos domésticos, porque isso fazia parte de toda uma cultura. Então, Paulo não quer fazer uma implosão, Paulo quer fazer uma transformação. É diferente. É por isso que Paulo pega esses códigos e não explicitamente diz: "Eh, maridos, sujeitem-se às suas esposas". Por quê? Porque existe um código ali cultural e ela não quer fazer essa inclusão. Não, não, não é assim. Paulo fez isso com Filemon. Quando a gente
lembraronmo, aquilo é muito pesado. A carta, aquela cartinha ali é uma carta violenta. Porque Paulo tá dizendo: "Ei, agora tu recebeu ele". Pois é, mas não recebe mais como escravo, não. Por quê? Porque a ideia que Paulo tava começando a fazer uma transformação interna de uma cultura, mas isso não aconteceu, não acontecia de um dia paraa noite, ia levar um tempo. Então eu gosto, eu gosto dessa sensibilidade da Cíntia, porque nessa hora alguém poderia fazer todo um, um arodeio exegético para tentar não ir por essa por aí. Mas ela disse o seguinte: Paulo não falou
isso e só subverteu falando para se sacrificar porque ele tá fazendo por questões missionárias, vou colocar assim, por questões de sensibilidade de do evangelho, pastorais, pastorais, pastores, eclesiológicas, né? Eclesiáticas. Isso, porque nem tudo é debate. Porque quando tudo vira debate, você tá quando tudo vira debate fica tudo feio, né? Porque você olha a pessoa, olha, a pessoa tentando resolver tudo exergeticamente, só responder o cara lá, mas não funciona assim, entendeu? Resumindo, então, Paulo começa no 21 falando para que haja uma mutualidade dentro da comunidade cristã. Não é dentro da igreja, tá gente? Paulo não fala
sujeitáveos uns aos outros dentro da igreja, é dentro da comunidade cristã, beleza? No temor do Senhor. Depois disso, então, ele a começa aplicando pelo marido, pela marido e mulher. E ele mostra também que tem que ser uma unidade tão grande assim como o corpo tem com a cabeça, tem que ser uma unidade, uma interdependência. Seria essa ideia da Cíntia. E depois ele vai aplicar isso em outras esferas da comunidade. Tudo isso, como a Cintia fala de uma consequência para ser cheio do espírito, eu falo como um meio também. Eu acrescento o meio. Eu acredito que
cada vez que você serve é o meio para você ser mais cheio também. Mas muito bom. Eh, eu acho que isso aí eh, esse lance de você, eu eu sempre falei esse lance assim, ah, que a Bíblia é machista, a Bíblia é isso, a Bíblia é aquilo lá e tal. E cara, eu sempre vi na Bíblia esse lance que ela ela de alguma forma, essa minha frase é meio complicada que eu vou falar agora, mas eu vou falar depois eu tento consertar. A Bíblia respeita em alguma medida a cultura do seu tempo, entende? Ela respeita,
né? Existe uma acomodação cultural. Isso até Calvino, se não me engano, falava, né, Gui? A escravidão. A gente pega no Antigo Testamento, é, o pessoal diz assim: "Como é que Deus tolera a escravidão, meu amigo?" Era um meio de era tava enraizado numa cultura. O que Deus foi fazendo foi uma impusão internamente aos poucos. Exato, cara. É o lance do próprio Cristo que não veio fazer uma, sabe, uma revolta, mas uma revolução silenciosa, né? En Wright mandou um abraço para nós aqui. Então, assim, eu acho isso maravilhoso, porque você percebe, né, a Bíblia ao mesmo
tempo que ela dialoga com a cultura do seu tempo, ela respeita até mesmo a cultura do seu tempo em vários aspectos. A influência cultural nos textos bíblicos é innegável. É innegável, né, gente? Isso é básico. Isso é hermenêutica básica. Só que é incrível como mesmo respeitando a cultura, ela lança algumas, né, algumas sementes que dali vão brotar novos comportamentos, né? Então eu acho isso incrível. O próprio lance da escravidão, né? O que Paulo recomenda para On, para Filemon, né, mano? É, é chocante como o Gui trouxe. E aqui nesse contexto Paulo não tá, olha, galera,
eu sei que tá dizendo aí, ó, mulher, a gente vai manter, eu não quero romper com a estrutura porque senão a gente não vai nem saber o que fazer, mas olha, maridos, tá ligado? Trata dessa maneira, né? O próprio fato de Paulo pedir também a fidelidade do marido, né? Tem um lance também que talvez fosse um pouco mais tolerado para algum, né, naquele tempo, algumas coisas e tal, entre outras culturas, mas você percebe ali que no meio da rigidez, né, ou da concretude da, né, do concreto da cultura, tem umas sementes de vida assim que
vão rompendo, tipo aquela árvore, sabe, que vai crescendo e vai quebrando a calçada, tá ligado, mano? Raizes, né? É, é que eu acho que para alguns, para alguns dá impressão que não avançou muito. Eu acho que para alguns parece que queria que Jesus ou Paulo pegasse o megafone e gritasse: "Olha, liberte todos os escravos, a partir de agora, homem e mulher todo mundo é igual e tal". Mas essas coisas elas vão acontecendo de uma outra forma. Exato. É o lance da é o lance da raiz. É da raiz quebrando a calçada. é uma coisa mais
sutil, uma coisa que é progressiva, que eu acho que Jesus ele inicia, mas ele esperava que a igreja desse continuidade nessas coisas. E e a sutileza que o cuidado, a o cuidado do próprio apóstolo Paulo em organizar tudo isso não diminui ou esvazia do poder do evangelho. A gente tá falando de Efésios. Você pega os três primeiros capítulos de Efésio e você tem uma exposição clara do que o evangelho é da vida de Cristo. Eh, da vida de Cristo na comunidade, desse poder que é de outro reino, de outro mundo, que por sua vez toma
posse assim da igreja, né? Eh, toma posse da igreja para para poder fazer essa revolução silenciosa, sutil, elegante, né? Mas ainda assim maravilhosa e poderosa. Não deixa de ser poderosa por conta disso. E o fato é que a igreja se tornou esse lugar aberto para mulheres, né? O Rodney Stark fala a respeito disso, né? Da da de como o cristianismo atraía mulheres por ser esse lugar que era seguro, onde você tinha uma ética sexual distinta, onde, né, as mulheres elas eram bem se sentiam bem-vindas. Então você tem uma pequena transformação que talvez não seja a
mesma transformação que as pessoas esperassem. Talvez nem seja assim justo chamar de pequeno. Eu acho que é uma grande transformação. Sim. Os cristãos eles fizeram uma grande diferença. A questão é que talvez isso tenha se perdido ao longo do caminho na história e talvez a gente tenha alguns retrocessos. Talvez. Talvez. Só que tô aqui tentando ser gentil para não me xingarem. Sempre tem retrocessos. aquele livro Santos e oppressores, sempre quem tem quem esteja do lado do do retrocesso aí gente vamos colocar aqui a a audiência do do BTC é um pouquinho mais vocês podem ser
mais maduros do que isso. Quando a gente fala de retrocesso, a gente não tá falando de uma perspectiva progressista. E mesmo que fosse, a gente tá falando sobre aquilo que Cristo nos delega, aquilo que a missão da igreja em ser esse lugar que frutifica a paz de Deus. a missão da igreja em ser esse testemunho visível do Deus invisível. Eh eh então eh se vale a pena vir pendiar o texto para poder defender determinadas posições que refreem a igreja no que tange a a missão ao qual ela foi relegada. E desculpa, pode ficar, fica aí.
Eu vou respeitá-lo, tá bom? mas vou respeitá-lo de longe. Porque se a gente for corajoso suficiente e realizarmos as perguntas que são realmente concernentes para lidarmos com o texto bíblico e colocarmos em uma postura pastoral que seja visivelmente aquilo que o Senhor nos exige, talvez, talvez aqui a gente tenha que deixar de ter alguns amigos. Só talvez. A igreja ela é dinâmica por conta inclusive dos seus os erros que a igreja comete são erros que também podem realçar, né, querendo ou não, a argumentação e a grandeza de todas as belezas. Nós somos isso, né? Vamos
trazer eh Lutero para cá, né? E sim justos pecator, igualmente justo e igualmente pecador. Essa é a nossa natureza como crentes em Cristo Jesus, tá? Então assim, e aí eu vou já colocar aqui. Guilherme apanha. Ca apanha. Eu não apanho. Tô tô tranquilo ainda, né? Tu tá chegando ainda na cena. Calma. Tô chegando. Então tô, cara, você quer implicar com a teologia? Implique, mas nãoend vilipendie o texto, tá? Não coloque determinadas coisas do E eu queria trazer isso. A a Cíntia mandou no grupo de um teólogo muito respeitado, de um teólogo que que a galera
fala muito bem e observe como ele vil impedia vila impendia o texto colocando algumas questões que não são do texto, propriamente do texto, ao falar de sobre a questão do véu. Nessa época somente uma prostituta, uma feminista raspava a cabeça. É difícil. feminismo no primeiro século. Tá aqui, tá bom? Você quer vir impediar o texto? Mas faça isso sabendo que haverá pessoas. Haverão, exatamente, haverão pessoas que irão lidar com o texto de maneira correta e coerente, tá? Então é isso. Pronto. Nem as feministas sabiam que elas eram tão [Risadas] antigas. [Música] Eu acho que esse
equilíbrio que a gente tem que buscar na nossa teologia. Hoje se falam de complementaristas e mutualistas ou igualitaristas. A gente tem vários tipos de igualitaristas, vários tipos de mutualista, mas a gente precisa sempre prezar pelo diálogo de ambas as posições, prezar por um tipo de resposta amigável, um do lado do outro, mas que seja realmente uma resposta, não a um podcast em si, porque acho que a gente tem que criar vergonha nisso. a gente tem que se responder em artigos acadêmicos, porque é o lugar onde a gente vai conseguir falar mais e não aqui a
gente tá dando só resumos e pontos de pesquisas sem ficar se importando tanto em dar várias referências porque a gente não tá no contexto acadêmico, mas o que é importante é um tipo de diálogo e o aberto a entender o outro lado, aberto a entender a outra perspectiva ou ouvir. Então eu quero convidar vocês são complementaristas que escutaram isso aqui, leia o livro da S Westf. Ela é uma exegeta de primeira categoria, primeira linha, as principais teorias linguísticas hoje ela aplica na sua exegese de uma maneira muito magistral. Então eu convido e eu queria terminar
dizendo o seguinte: eu era um complementarista com C maiúsculo. E alguém pode perguntar por que que eu mudei de perspectiva ou estou mudando de perspectiva ou estou em algum limbo em algum lugar mais e não foi necessariamente por uma questão política ou por uma questão que que passa isso. A minha ideia, o meu a minha luta de mudar de perspectiva complementarista para igualitarista, isso isso foi no final de 2016. Eu tava terminando de fazer exages no livro de Apocalipse, tinha conhecido o livro da Cíntal e tinha começado a estudar. Os meus professores começaram a me
incomodar com os textos e eu comecei a fazer uma revisão bibliográfica dos dos dados que o En Grudy dava, dos dados que outros davam. Eles davam dados linguísticos, como, por exemplo, o texto de Primeira Timóteo ali sobre eh que a mulher não deve ter autoridade. E eu fui refazendo todas as pesquisas e assim, pode ser que eu fiz a minha pesquisa errada, pode ser que eu tenha interpretado de forma errada, mas eu comecei a ver que era uma pesquisa que não me convencia nem na primeira página. Por quê? Porque faltava metodologia. Metodologia geralmente era o
seguinte, eles começaram a contar quantas vezes a palavra aparecia e com isso dava sua conclusão. Gente, você não faz análise linguística assim, é impossível. A gente precisa usar Z score, a gente precisa usar desvio padrão, a gente precisa usar uma forma complexa para poder chegar a essa questão de porcentagem, porque se eu for escolher uma maçã, não é a quantidade que importa, é se a maçã tá grande, tá pequena, se essa preste ou não tal, a qualidade individual não é só sair contando. Então eu comecei a fazer esse tipo de análise, comecei a aplicar, o
que foi que eu fiz? Eu repliquei a teoria da CBF nos textos que ela tava estudando no livro dela, que é a sistêmica funcional, linguística sistêmica funcional do Halliday. É uma teoria que mexe aí de que vem de Londres e mexe com linguística moderna. E eu comecei a aplicar, fazer os cálculos. Naquela época não tinha chat EPT. Se bem que hoje o bichinho ainda não consegue fazer essa correr direito com relação à linguística, mas eu fui aplicando e eu comecei a ver que não era bem assim. Não é que eles fizeram, talvez, deixa eu colocar
assim, não é que eu estou dizendo, eles erraram em tudo, é que eu comecei a perceber que perceber que quando o assunto é com números, você pode levar eles para onde você quiser. Você pode levar a porcentagem para cá, você pode levantar a porcentagem para lá, não basta. Você precisa de uma metodologia para poder a coisa ficar mais séria. E aí quando eu procurei no no Gruden, por exemplo, eu não achei metodologia. Um dos que eu vi que parecia ter era o Thomas Schneiner, mas ele não deixou claro. Minha escola linguística é essa. Eu sigo
cognitivismo, eu eu sigo semicognitivismo, eu não, você não tem você não tem uma um pressuposto. Então você fica assim, tá? Mas você tá começando a fazer cont de número, tá começando a fazer questões e exegéticas e você não tá me dizendo com que base da linguagem você tá trabalhando. Então como é que eu vou acreditar no que você tá fazendo? Então, a CINTS fala vem com um diferencial atrasado pro Brasil um pouco, mas vem que é o diferencial de você vai ter a conclusão de uma série de análises linguísticas quantitativas e dados qualitativos aplicados nos
textos de gênero na teologia paulina. Você pode discordar, você pode fazer o que você quiser em termos de teologia, mas leia para que você presencie o que é metodologia dentro da exegese, que talvez seja uma das coisas que mais tem faltado. E não só eu que aponto isso, o Carson apontou isso também, falta de metodologia. O Andreas Costenberg, que é um complementarista também tinha apontado para falta de metodologia e teve que revisar dados. Então a gente tem toda uma questão voltando pelas bases da exegese, que quando eu olho para esse livro da Cintia, eu fico
muito feliz porque eu vejo, olha aí o que o Brasil trouxe. A gente tem agora um livro de exegésico com relação a isso que é respeitado e tem realmente a metodologia. Então é isso aí, busquem a metodologia e eleva o padrão eleva o padrão padrão do debate, da compreensão, da honestidade intelectual. Aí não quer dizer que ele seja o o isso significa que acabou, é o certo e o absoluto. Não é isso. A gente só tá dizendo que a gente tá crescendo na metodologia e não é que é porque é uma pessoa que pensa contrário
que eu vou desprezar, é não despreze o outro. E foi isso que mexeu comigo hoje. Talvez eu não seja totalmente um um igualitarista, nem seja completamente um complementarista, mas o que eu tenho buscado é sempre ir atrás do que o outro tá dizendo, mas sempre tentar atrás dos pressupostos e da metodologia. Quem sou eu para julgar se a Cintia tá certo ou errado ou o N Grud tá certo? Não é isso que eu tô falando. Tô falando em termos de minha convicção. Eu precisava de metodologia para saber onde é que estava, onde é que eu
tava pisando. É isso que eu queria dizer aqui. Obrigado pela oportunidade. Muito bom. É nós. E gente, muito bom. Finalizou bem. Finalizou bem. Isso não quer dizer que o livro, galera, seja ruim de ler e difícil e acadêmico, assim, tá bom, gente? Não, não é a conclusão da pesquisa dela, né? Conclusão. Exato. Exato. Então, o livro passou por um certo refinamento para publicar para o público em geral, tá bom? Então, assim, eh, nossa, mas eu ouvi agora o Guilherme falando e meu Deus, metodologia e não sei o quê, não vou dar conta. Vai sim, tá
bom? Porque é um livro mais popular, tá bom? Então, é a popularização do da da teologia da Cíntia em relação a esse assunto. Finaliza para nós, Cíntia, já que a gente tá falando da Cíntia, vou trazer meus últimos 10 centavos aí, tá? Eu acho que muita gente não tem nem eh ferramenta ou às vezes você tem até preguiça de entrar nessa discussão. Então já parte do seguinte ponto: "Ah, já tá claro que esse texto fala isso, é assim que a gente aprendeu, foi assim que eu ouvi e tal. E a gente não tinha muito material
disponível para ver uma outra possibilidade. E uma outra possibilidade que, como o Guilherme falou, não tem nada a ver com posição política, com liberalismo, com a agora eu tô me rendendo a à cultura, que é o que normalmente se diz, né? A Ca ela é conservadora, tá? Ela é uma cristã conservadora, assim como Craig Killer é um cristão conservador, assim como Gordon Fee, assim como FF Bruce e assim como outros que tem aqui também então uma quantidade talvez menor e com um alcance menor do que aqueles que defendem a posição, por exemplo, do complementarismo. Sim,
com certeza. Creio que prevalece ainda essa interpretação mais clássica ou mais voltada para essas questões de que o homem é autoridade, tudo como a gente falou. Mas eu acho que agora a gente tem um material que ele é elegante, que ele tem uma metodologia impecável, que é como foi dito aqui, você pode não concordar com a conclusão que ela chegou, mas você não vai discordar de que ela teve método, de que ela teve critério, de que ela teve pesquisa, de que ela teve honestidade, respeito e que ela é uma baita estudiosa. Então agora você tem
um você tem um um algo que você traz pra pro jogo e que aquele pastor que, por exemplo, né, tá com essa questão dentro da igreja, porque tem gente falando: "Olha, né, as mulheres e tal, qual que é a posição e tal, e talvez tivesse, não soubesse nem por onde começar". Eu acho que esse livro pode ser um ponto de partida para você rever esse esses conceitos que sempre foram apresentados como hegemônicos e como super óbvios e que podem te ajudar de repente nessa reflexão. Como uma vez eu eu escrevi aqui, eu falo como mulher
e baseado em tudo aquilo que eu vivi, tá? até eu chegar a a a conseguir exercer o o meu ministério. Pode ser que na tua igreja existam mulheres vocacionadas e que estão confusas sobre os dons, sobre o papel dela, porque pastores normalmente não gastam muito tempo discutindo sobre isso. E aqui eu não tô querendo fazer falar mal de ninguém e tal, gente. Tô falando de algo que eu que eu vivi, né? Eu ouvi esse tipo de coisa do tipo e e gente não são pessoas ruims, são pessoas que eu amo, tá? Eh, ah, nós não
temos tempo para discutir sobre isso. Ninguém tem tempo para ficar tentando descobrir o que que Paulo falou e tal, não sei o quê. Então, você pula como se não fosse algo importante. O que eu quero dizer para você é que é algo importante, sim. Questão das mulheres na igreja é uma questão pastoral. E ainda que você leia e que você decida que não concorda com nada do que tá no livro, eu você precisa ter a honestidade de ter lidado de verdade com o assunto para que você tenha uma resposta no mínimo pastoral, respeitosa para dar
paraas suas ovelhas, né, pras mulheres que estão na sua comunidade. Então, pastores, por favor, gastem um tempinho pensando sobre isso. Ainda que você não concorde depois, mas, por favor, esforcem-se em pensar um pouquinho sobre isso. Muito bom. Muito bom, gente. É isso. Tá aí o apelo. É um livraço que a Thomas Nelson traz aqui para o Brasil. O homem e a Mulher, segundo Paulo, resgatando a visão do apóstolo da Cinntia Long Vesfal. Galera, não é um livro, ó, de conteúdo são 200, são 350 páginas. É um livro bacana, dá para ler, como a gente falou,
é a síntese, é a popularização da tese dela. Então, vale a pena você ter esse livro na sua biblioteca e discutir com tranquilidade este assunto. Para você adquirir, o link está aqui na descrição deste BTC em bibota.com, bem como no YouTube, tá bom? É só digitar BTCash 600 aí no Google que você acha o YouTube ou o nosso site e ali você vai ter o link. Lembrando que sempre que você compra na Amazon, você ajuda também o nosso ministério. É isso. Obrigado, Guilherme, que já até afastou o microfone, já está aqui fazendo joinha. Você não
está vendo, mas ele está fazendo um joinha. Obrigado, Luiz, por mais uma vez participar aqui deste episódio sonolento às 6 da tarde, 6:30, 7 horas da noite, meu Deus. E Cintia, obrigado por mais uma vez estar aqui com a gente no Betcash. Todos eles fizeram joinha com a mão. Você não viu, mas eu vi. E eles estão dando tchau para todos vocês. Um beijo, pessoal. Um beijo. Tchau, gente. Obrigadão. Pronto. Obrigado. Isso. Voltamos a semana que vem. Aliás, nessa sexta-feira tem betapo, tá bom? Toda sexta-feira tem betapo e toda terça-feira tem algum BTC. Ou um
BTC ou um BTC ABC2 ou um comentário bíblico vida. Toda terça-feira e toda sexta-feira tem podcast aqui na Casa Bibotal. Fiquem todos na paz do Senhor Jesus. [Música] Este podcast foi editado por Bibotalk Produções.