E se eu te dissesse que às vezes aquilo que chamamos de loucura é apenas uma forma mais intensa de Lucidez que talvez os olhos mais perigosamente lúcidos sejam justamente os que enxergam aquilo que o mundo se recusa a ver hoje eu quero te levar até a mente dilacerada de um homem que pintava tempestades com o coração e enxergava Girassóis com a alma mas te faço um alerta depois desse vídeo você talvez nunca mais Olhe para a arte nem para sua própria dor da mesma forma você está pronto para mergulhar no caos onde estrelas dançam é
preciso ter um caos dentro de si para dar a luz uma estrela dançante Vincent van Gog não era apenas um artista ele era uma implosão silenciosa uma alma que ao não encontrar lugar no mundo decidiu gravá-lo em tela não estou aqui para repetir a ladainha romântica do gênio incompreendido estou aqui para dizer algo mais incômodo van Gog era um espelho do que muitos de nós tentamos esconder todos os dias a fragilidade o desajuste o sentimento constante de deslocamento num mundo que exige adaptação cega e conformidade emocional ele não pintava como um profissional buscando reconhecimento ele
pintava como um homem que precisava respirar em meio à própria tempestade mental e isso meu amigo é o que transforma tinta em transcendência não há beleza pura onde não há dor pulsante por trás van Gog nos deixou um legado estético sim mas sobretudo nos deixou uma ferida exposta uma confissão visual que escancara o que a maioria de nós tenta anestesiar eu falo com propriedade porque eu também já estive nesse lugar Sombrio onde a mente vira um labirinto e o coração é um tambor que não encontra compasso já vivi dias em que a realidade parecia distorcida
em que cada detalhe cotidiano era um fardo insuportável e tudo o que restava era o desejo desesperado de transformar essa desordem em alguma forma de expressão van goog não está tão distante de nós quanto gostamos de pensar ele é o grito que abafamos quando engolimos lágrimas para manter as aparências ele é o traço errático da nossa tentativa de dar sentido à confusão interior não atoa suas pinceladas são convulsivas vivas desobedientes às regras da forma adicional porque quem está se afogando não nada com elegância ele se debate ele se agarra ao que pode e no caso
de Van Gog O que ele podia agarrar era o pincel a intensidade de sua pintura não era um estilo era um sintoma de urgência existencial repare nos Girassóis Eles não estão simplesmente ali como flores decorativas eles estão vibrando latejando como se a própria natureza estivesse sob febre Observe os céus turbulentos em suas paisagens não são panoramas bucólicos são estados mentais emoldurados van goog não reproduzia o mundo como era ele o reinventavam e é aí que sua genialidade assusta porque nos obriga a confrontar a ideia de que a realidade Talvez seja mais subjetiva do que gostaríamos
de admitir sua arte nos expõe nos obriga a perguntar Será que enxergamos o mundo de forma genuína ou apenas como nos ensinaram a enxergar e aqui entra uma provocação necessária Será que o sofrimento é de fato um obstáculo à criação ou será paradoxalmente o motor que a impulsiona talvez você já tenha sentido isso aquele momento em que a dor parece tão insuportável que só resta escrever compor pintar gritar Como disse Virgínia Wolf a melancolia faz com que o mundo se torne mais profundo van Gog mergulhava nesse Abismo não por escolha por condição e mesmo assim
ou talvez por isso mesmo extraía de lá algo que nenhum manual técnico poderia ensinar a verdade emocional e essa verdade meu caro é incômoda crua muitas vezes insuportável mas também é o que nos conecta porque todos em algum grau carregamos nossas próprias versões desses abismos internos van Gog foi um Marter da sensibilidade um alquimista da angústia um homem que expôs sua alma ao julgamento de uma sociedade incapaz de compreender o excesso de sentir ele foi como diria clariss Lispector um silêncio que falava alto e talvez por isso seja tão desconcertante olhá-lo nos olhos através de
seus autorretratos Porque não são apenas retratos de um pintor Holandês do século XIX são espelhos são janelas para as dores que preferimos esconder sob camadas de produtividade pragmatismo e remédios tarja preta ele nos lembra que o ser humano é antes de tudo um ter em desequilíbrio e que a arte não é ornamento mas sobrevivência cada quadro seu é um sopro uma tentativa de permanecer vivo em um mundo que parece ter esquecido o valor de existir profundamente e sabe o que deixa indignado é que muitos só conseguem apreciar essa profundidade agora com a distância segura da
morte com as molduras caras e os museus climatizados mas na época em que ele chorava cores em telas manchadas de Solidão a mesma sociedade que hoje o exalta o chamava de louco de Inútil de fracassado e isso me faz pensar Quantos vogs estão hoje em silêncio sufocados ignorados ao nosso redor por que ainda não aprenderam a transformar sua dor em arte visível quantas almas estão sendo diagnosticadas como disfuncionais quando Na verdade apenas sentem demais essa pergunta é tua agora e a resposta Talvez esteja na forma como você mesmo escolhe lidar com o teu caos há
uma espécie de crueldade Sutil no modo como a sociedade lida com os que sentem demais a hipersensibilidade ao invés de ser reconhecida como uma potência Rara da alma humana é rotulada como fraqueza doença disfunção Enquanto isso o cinismo é premiado com cargos os Escudos emocionais são confundidos com competência e a apatia disfarçada de Equilíbrio é celebrada como virtude o mundo não sabe O que fazer com os que sangram por dentro então os silencia com diagnósticos os encarcera com fármacos ou os abandona na solidão elegante das estatísticas é mais fácil chamar alguém de instável do que
reconhecer que talvez seja o mundo que esteja insano Como dizia Carl Jung um homem saudável não se adapta a uma sociedade doente e no fundo Talvez o erro de vangog não tenha sido sua loucura mas sua Lucidez Brutal em um mundo que não suporta a verdade crua do Pense bem o que é considerado normal senão uma média anestesiada do comportamento coletivo Qual é o custo de viver em conformidade com um modelo emocional que premia o controle e Castiga A espontaneidade a sensibilidade aguda em muitos casos é a lente que revela as rachaduras do sistema e
por isso incomoda tanto pessoas como Vincent não vivem à margem porque são disfuncionais mas porque enxergam demais sem entem demais absorvem demais eles captam a frequência da vida que os outros não escutam mas o preço por ser antena em um mundo de paredes é alto isolamento incompreensão e muitas vezes um colapso que é menos um surto e mais um grito por dignidade e É nesse ponto que a história começa a doer mais fundo porque o drama de vog não é uma anomalia é um padrão recorrente quantos artistas poetas pensadores e visionários foram engolidos pelo abismo
da exclusão social enquanto carregavam em si uma sensibilidade tão dilatada que o próprio corpo não suportava Silvia plath antonin artau Alejandra pizarnik Arthur rimbau Camille e kodel todos em suas épocas foram chamados de desequilibrados todos foram atravessados pelo mesmo fio de aço da incompreensão e ainda assim cada um deles nos legou algo que nenhum ser funcional jamais poderia criar obras que nos estremecem por dentro que tocam aquilo que a linguagem comum não alcança Porque só quem se fragmenta é capaz de acessar as profundezas Onde mora a verdadeira beleza mas o mundo não quer Beleza com
dor ele prefere a estética plastificada a arte palatável a emoção domesticada quer a poesia que não incomoda a pintura que enfeita a música que distrai o incômodo é um risco a a verdade sensível é um escândalo e por isso quando alguém ousa desnudar a alma com intensidade logo surgem os rótulos clínicos os afastamentos os silêncios constrangedores a sociedade prefere empilhar corpos nos corredores psiquiátricos do que rever seus próprios padrões de normalidade é mais simples apagar o brilho que ofusca do que ajustar os olhos à luz e aqui é preciso dizer o que poucos têm coragem
o sofrimento psíquico não é apenas uma questão individual é um fenômeno social é a resposta de um organismo vivo diante de uma cultura que o sufoca é o corpo protestando contra a lógica do desempenho é a alma gritando diante da banalidade cotidiana Como disse o filósofo teodor Adorno a saúde mental em uma sociedade doente é em si mesma uma forma de loucura e talvez por isso os mais sensíveis sejam também os mais vulneráveis eles não têm couraças não TM agens não tem máscaras suficientes para sobreviver em cumes pagam o preço por serem autênticos em um
teatro onde todos fingem Equilíbrio O Mais Cruel é que esses mesmos indivíduos que são tratados como dissonantes muitas vezes carregam em si uma forma rara de Sabedoria não aquela sabedoria acadêmica formal protocolar mas a sabedoria viceral que nasce da dor vivida da angústia metabolizada da experiência Direta com o caos são almas que conhecem os subterrâneos da existência e por isso falam com uma profundidade que não se aprende em livros quando se expressam não falam apenas de si falam por todos nós ainda que a maioria não compreenda e talvez essa seja a tragédia maior a humanidade
despreza justamente aqueles que poderiam curá-la com sua sensibilidade não à toa os maiores tesouros da história humana nasceram do desconforto da ruptura do estranhamento toda estética filosófica ou espiritual foi gestada no ventre da insatisfação é no inconformismo que germina a transformação e os sensíveis são os primeiros a sentir o desconforto do que precisa mudar por isso são confundidos com loucos porque percebem a desordem antes que ela seja Evidente mas o mundo insiste em tratar como doença o que na verdade é um dom Profético enquanto isso seguimos condenando os visionários ao silêncio os artistas a os
poetas ao esquecimento e depois quando morrem lhes construímos monumentos sem jamais reparar na ironia eles não precisavam de homenagens póstumas precisavam apenas de acolhimento em Vida É nesse território interno onde a dor se acumula como sedimento Nas Profundezas da Alma que nasce o verdadeiro colapso não é uma explosão repentina mas uma erosão lenta quase imperceptível que vai corroendo as estruturas invisíveis do ser aos os olhos dos outros tudo parece funcionar o corpo ainda caminha o semblante ainda sorri os gestos ainda obedecem a rotina mas por dentro algo já começou a desabar trata--se de uma implosão
silenciosa um tipo de exaustão que não se cura com descanso porque não é física mas existencial é a fadiga de estar no mundo sem pertencer a ele é o cansaço de carregar uma sensibilidade que não encontra espaço para respirar nesse processo o sujeito deixa de apenas sofrer ele começa a se perder perde-se em pensamentos que giram em espirais Sem Saída em emoções que transbordam sem contenção em um sentimento de estranheza radical diante da própria vida o cotidiano passa a apcer uma farça mal encenada uma sucessão de Atos vazios sem roteiro nem sentido a linguagem por
mais refinada que seja já não dá conta de traduzir o que pulsa por dentro e o mundo com sua pressa utilitarista sua estética de superfície e sua incapacidade de escutar o não dito responde com impaciência rótulos e distância o que deveria ser acolhimento vira julgamento O que precisava de presença vira ausência e o que pedir um abraço recebe apenas o frio das estatísticas clínicas É nesse ponto que muitas almas sensíveis começam a achar que há algo irremediavelmente errado consigo mesmas e essa é talvez a armadilha mais perversa da dor psíquica ela transforma o sofrimento em
culpa a pessoa começa a acreditar que é fraca inadequada defeituosa e quanto mais tenta se ajustar mais se despedaça porque o problema nunca foi a intensidade dos seus sentimentos mas O entorno incapaz de compreendê-los como escreveu Clarice Lispector sou como você me vê posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania Depende de quando e como você me vê Pass mas o mundo milp só enxerga a ventania e esquece a brisa O resultado é uma espiral descendente onde a subjetividade vai se dissolvendo pouco a pouco a pessoa deixa de se reconhecer no espelho
perde o brilho no olhar a música nas palavras o sentido nos gestos e essa desconexão esse esgarçamento da identidade é uma das Dores mais cruis que alguém pode experimentar porque é uma morte sem corpo um luto sem funeral ninguém vê ninguém nota e quando notam já é tarde a alma já se calou o gesto já se interrompeu a vida já se despediu mesmo que o corpo ainda esteja presente é por isso que o sofrimento psíquico precisa ser entendido não como um desvio mas como um clamor uma convocação urgente para repensar os modelos com os quais
lidamos com a dor humana é preciso abandonar a lógica da medicalização compulsiva que tenta calar os sintomas sem ouvir suas causas a tristeza profunda não é uma falha é um sinal a angústia crônica não é uma anomalia é um alerta o desespero não é patologia em si é uma tentativa desesperada de ainda encontrar sentido onde tudo parece ruir Como disse niet aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer como mas quando o porquê se esvazia o como se torna insuportável e o mais trágico é que muitas vezes Quem sofre Dessa forma não
deseja morrer deseja apenas que a dor cesse deseja respirar existir ser visto sem ser diagnosticado ser ouvido sem ser analisado deseja um mundo onde possa existir sem precisar fingir um mundo em que sentir profundamente não seja uma sentença mas uma virtude mas esse mundo ainda está por nascer e enquanto ele não vem seguem morrendo os que sentem demais morrem de solidão de silêncio de incompreensão morrem em vida antes mesmo de serem lembrados em morte por isso precisamos aprender a escutar os silêncios a decifrar os olhos que gritam a ler os gestos que vacilam precisamos resgatar
a ternura como método a escuta como cura a presença como revolução o sofrimento psíquico não se resolve com receitas mas com vínculos não se cura com pressa mas com tempo não se dissolve com fórmulas mas com afeto a maior urgência do nosso tempo não é produzir mais lucrar mais com correr mais é cuidar mais é abraçar mais é como Disse o poeta heiner Maria HK ser um Guardião da alma do outro porque talvez a única salvação possível para quem sente demais seja ser encontrado por alguém que não tente consertá-lo mas simplesmente esteja ali inteiro humano
presente alguém que diga sem palavras o que a sociedade nunca soube dizer você não está quebrado você sente tudo o que o mundo esqueceu como se sente mas o que acontece quando essa dor não encontra pouso nem resposta quando o apelo Sutil de uma alma em frangalhos se perde no ruído indiferente da rotina em algum momento o sofrimento deixa de implorar ajuda e começa a se calar e esse silêncio Não é Paz é desistência é a exaustão de quem tentou gritar em mil dialetos e não foi compreendido em nenhum é a desistência de esperar por
mãos que nunca vieram quando o grito se transmuta em Quietude não é alívio é sinal de que a esperança Foi extinta e o que resta é apenas sobrevivência vegetativa uma presença sem essência e o mais cruel é que nesse estágio até o próprio sujeito já se convenceu de sua inutilidade já internalizou a sentença sou demais para ser amado sou pouco para ser aceito a dor agora veste-se de identidade não é mais algo o que se sente é aquilo que se é e essa identificação com o sofrimento torna tudo ainda mais devastador pois não se trata
mais de superar um momento difícil mas de viver aprisionado numa narrativa de inadequação como se o mundo tivesse sussurrado ao ouvido não há lugar para você aqui e a alma tivesse por fim acreditado É nesse ponto que a mente começa a flertar com ideias sombrias não por maldade nem por fraqueza mas por um desejo intenso de cessar o tormento a ideia de desaparecer surge não como tragédia mas como alívio não se trata de buscar a morte mas de fugir de uma vida insuportável uma vida que virou cárcere que deixou de ser morada e passou a
ser exílio e essa é uma realidade tão delicada que muitos preferem ignorar porque encará-la exige coragem exige abandonar o conforto das explicações simplistas e encarar O Abismo de uma dor que não se resolve com conselhos fórmulas ou promessas ocas É nesse cenário que muitas tentativas de ajuda fracassam porque se tenta oferecer palavras prontas a quem já perdeu o vocabulário da Esperança oferece-se motivação a quem se quer ver sentido no amanhã atira-se frases como vai passar Pense positivo você precisa reagir como se a dor pudesse ser varrida com mantras de autoajuda mas há Sofrimentos que não
se resolvem com ânimo resolvem-se com profundidade é preciso mergulhar com o outro no subterrâneo da sua história tocar na raiz das suas feridas sustentar sua vulnerabilidade Sem pressa sem julgamento sem tentar consertar como ensinou Carl Jung conheça todas as teorias domine todas as técnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana por isso o verdadeiro acolhimento exige mais do que palavras exige presença radical exige a arte rara de estar inteiro diante do outro sem máscaras Sem pressa sem distrações porque às vezes o que salva não é a solução que se oferece mas
a companhia que se compartilha a alma ferida não precisa de discursos precisa de abrigo não quer respostas quer ressonância não anseia por análises anseia por afeto é o Toque Sutil da empatia que devolve o fôlego ao Espírito exaurido é o olhar que não desvia o abraço que não solta o silêncio que oprime que começam a poucos a reacender a centelha que parecia extinta e ainda assim muitas vezes nem isso basta H dores que estão tão impregnadas no tecido da existência que não se dissipam com amor apenas exigem reconstrução exigem tempo cuidado reinvenção de si exigem
que a pessoa reaprenda a habitar o próprio corpo a confiar na própria percepção a redefinir seu valor fora dos padrões que a esmagaram trata-se de um renascimento mas não daqueles romantizados é um processo árduo por vezes Solitário onde a cada passo se interra uma versão antiga de si aquela que vivia tentando se moldar aos outros que se curvava a expectativa alheia que silenciava suas dores para não incomodar e nesse processo de reconstrução Talvez o primeiro passo seja permitir se sentir sentir tudo o luto o medo o rancor a saudade o vazio porque só se aquilo
que se atravessa não há cura possível sem verdade e a verdade quando finalmente emerge muitas vezes não traz paz imediata traz desconforto desconstrução colapso de Ilusões mas é nesse colapso que começa a vida autêntica uma vida onde a dor não precisa ser negada apenas compreendida onde a fragilidade não é vergonha mas potência onde existir com intensidade não é doença é humanidade como escreveu Fernando Pessoa não sou nada nunca serei nada não posso querer ser nada parte isso tenho em mim todos os sonhos do mundo Talvez o caminho seja ess reconhecer na própria vulnerabilidade acolher a
dor como parte da travessia e entender que mesmo quando tudo parece perdido ainda há vida no fundo do Abismo vida esperando um gesto uma escuta um olhar que diga fica tua dor me importa há uma beleza rara quase selvagem em quem mesmo ferido decide continuar não por heroísmo tampouco por teimosia mas por uma espécie de instinto ancestral que diz ainda não terminou é um movimento íntimo silencioso quase imperceptível aos olhos alheios mas absolutamente grandioso um gesto cotidiano que sob aparência banal carrega a dignidade de quem mesmo sem garantias resolve levantar-se respirar fundo e dar mais
um passo e esse passo ainda que trêmulo ainda que hesitante é um ato de resistência existencial porque no fundo persistir é ins subordinar-se ao abandono desafiar o esquecimento afirmar que a própria vida mesmo esfacelada ainda tem valor a caminhada no entanto não é linear nem Triunfal Há dias em que tudo parece retroceder em que a alma volta a sangrar em que o corpo pesa como se estivesse carregando o próprio passado nas costas Mas mesmo nesses dias algo resiste e esse algo não é a força mas o desejo de reencontro reencontro com o sentido com a
dignidade com aquilo que foi sendo soterrado sob os escombros da dor porque a verdadeira cura não está em apagar as cicatrizes mas em a sociedade infelizmente nos ensina a ocultar essas histórias a sorrir mesmo quando a alma está em ruínas a maquiar o vazio com produtividade a camuflar a tristeza com piadas a invernizar o desespero com frases prontas mas chega uma hora em que o verniz trinca e nesse instante ou se quebra de vez ou se escolhe a autenticidade e ser autêntico hoje é um ato quase subversivo é recusar-se a ser vitrine é dizer estou
aqui inteiro na minha imperfeição E isso me basta nietz dizia que aquilo que não me mata me fortalece mas talvez seja mais honesto dizer que aquilo que não mata pode deixar sequelas Profundas pode deformar a alma pode deixar um vazio que nunca será plenamente preenchido e ainda assim é possível Florescer nesse solo árido não pela fora mas pela ternura não pela superação cinematográfica Mas pela aceitação de que a vida também se faz de Cacos de pausas de refações a grandeza não está em nunca fraquejar mas em permitir-se frágil sem perder a dignidade como uma árvore
que mesmo torta pelos ventos ainda se ergue ainda oferece sombra ainda abriga ninhos é preciso romper com essa narrativa de que o valor de uma existência se mede pela ausência de quedas pelo contrário é no tombo que se revela o humano é na crise que que se revela a profundidade quem nunca afundou não conhece as correntes da Alma quem nunca se perdeu jamais compreenderá o significado do reencontro e talvez por isso os mais sábios os mais generosos os mais compassivos sejam justamente aqueles que já visitaram seus próprios infernos são esses que sabem acolher sem julgar
ouvir sem interromper cuidar sem invadir porque já foram também naufrágio e aprenderam a ser Porto a verdadeira força é silenciosa não precisa se exibir ela se manifesta na paciência de quem recomeça mil vezes no olhar doce de quem compreende sem precisar explicar no abraço que não pede nada em troca na escuta que não tem pressa e sobretudo na capacidade de ainda amar apesar de tudo amar-se amar o outro amar a vida mesmo depois de ter conhecido sua face mais brutal isso É Milagre isso é revolução isso é Humanidade em estado bruto e talvez o propósito
maior da dor não seja apenas ensinar mas lapidar não como quem corrige uma falha mas como quem revela uma essência como O Escultor que ao talhar o mármore não impõe uma forma apenas liberta aquilo que já estava lá assim também a alma quando atravessa suas noites mais densas vai se desprendendo dos excessos das máscaras dos ruídos e quando por fim emerge não emerge perfeita Mas verdadeira e talvez essa seja a única Redenção possível neste mundo fragmentado viver com autenticidade sentir com profundidade cuidar com inteireza como escreveu clariss Lispector renasci sou minha própria esperança no final
das contas Talvez seja disso que se trata tornar-se Refúgio para si mesmo ser abrigo onde antes havia vazio ser colo onde antes havia abandono ser caminho onde antes havia labirinto e nessa travessia descobrir que a dor não é inimiga é ponte e que do outro lado da ponte Ainda Existe vida e ela espera por você se esse mergulho te tocou de alguma forma se esse quase Tratado de saúde mental te encontrou em algum ponto se alguma frase ecoou aí dentro saiba que não estás sozinho vamos juntos porque essa jornada pela alma humana está só começando
e para não perder nada do que se passa por aqui se inscreve no canal ativa as notificações e me conta nos comentários Você acha que a sociedade realmente está preparada para lidar com mentes intensas ou ainda estamos condenando nossos van gogs ao silêncio vamos conversar até o próximo [Música] mergulho n [Música]