"O mundo, de fato é como um sonho. E os tesouros do mundo são como miragem sedutoras! Como as distâncias aparentes em um quadro, as coisas não têm realidade em si mesmas, mas são como uma névoa de calor".
- Shakyamuni Buda. Pergunte-se: “Como posso ter certeza de que não estou sonhando? ” Vendo nossa experiência neste mundo como um sonho, Sidarta Gautama descobriu que nosso hábito de nos fixarmos na mera aparência de nosso mundo onírico relativo, pensando que ele realmente existe, nos lança em um ciclo interminável de dor e ansiedade.
Estamos em um sono profundo, hibernando como um bicho-da-seda em um casulo. Tecemos uma realidade baseada em nossas projeções, imaginações, esperanças, medos e ilusões. Nossos casulos se tornaram muito sólidos e sofisticados.
Nossas imaginações são tão reais para nós que ficamos presos no casulo. Mas podemos nos libertar, simplesmente percebendo que tudo isso é nossa imaginação. A causa de toda a dor e sofrimento nesta existência humana é não sabermos que a vida e a morte são ilusões, ou, meras projeções.
Imaginamos que tudo que vemos e sentimos é verdadeiramente existente; depois,interpretamos erroneamente as nossas percepções e, como resultado, sofremos. O nosso grande erro, em todas as nossas muitas vidas, é imaginar que todas as experiências são reais. Pare de cometer esse erro!
"Considere este mundo fugaz desta maneira: Como estrelas que se desvanecem e desaparecem ao amanhecer, como bolhas em um fluxo que se move rapidamente, como uma gota de orvalho da manhã evaporando na grama, como um relâmpago em uma nuvem de verão, como uma vela tremeluzente num vento forte. . .
ecos, miragens e fantasmas, alucinações, e como um sonho". - Shakyamuni Buda. Considere Estar Sonhando.
Dzongsar Jamyang Khyentse. Pense: A vida é uma projeção, a vida é uma miragem; A morte é uma projeção, a morte é uma ilusão; o nascimento é uma projeção, o nascimento é um sonho; Esta própria existência é uma projeção, esta existência é um sonho; Até o sabor do café é uma projeção, até o café é uma ilusão. Lembre-se da natureza ilusória do samsara, por mais forçado ou falso que isso pareça.
As ideias muitas vezes parecem falsas até que você se acostume com elas. Lembrar que a vida é tão ilusória quanto o sonho nos ajuda a perceber que a vida e a morte são pouco mais do que um pesadelo. Aceitar que a vida e a morte são ilusões é reconhecer que tudo que vemos e sentimos é uma projeção humana.
O café não é café para um besouro; o suco de laranja não é suco de laranja para um camelo; o ouro não tem valor para um cão. Algumas projeções parecem valiosas, outras não; e você só pode distingui-las com base nos valores aprendidos por meio de projeções humanas. Tudo o que você imagina ser e tudo o que sente, enxerga, ouve, degusta, toca, valoriza, julga e assim por diante é imputado, ou seja, é condicionado pelo seu ambiente, é condicionado pela sua cultura, família e valores humanos.
Se você conquistar essas imputações e o seu condicionamento, também conquistará o medo da morte. É isso que os budistas descrevem como libertar-se das distinções dualistas, algo que exige muito pouco esforço e absolutamente nenhum gasto. Tudo que você precisa fazer é se perguntar: Como posso ter certeza, neste exato momento, de que realmente estou aqui?
Como posso ter certeza de que realmente estou vivo? O mero fato de formular essas duas perguntas começará a perfurar todas as suas crenças imputadas. Quanto mais furos você conseguir fazer, mais cedo conseguirá se livrar do condicionamento; com isso, terá chegado bem mais perto daquilo que os budistas descrevem como “compreender a Shunyata”.
Quando, finalmente, você de fato acordar para a iluminação, vai compreender que todas as suas experiências ao longo de trilhões de vidas foram apenas um sonho; é como derramar água fria na água fervente. Esse tipo de contemplação nos ajuda muito. Então, como poderemos chegar a aceitar que o samsara é uma ilusão?
Há vários métodos para se acostumar com a ideia de que a vida é como um sonho. A mais simples e efetiva é fazer algumas perguntas. Apenas pergunte.
Não é preciso encontrar uma resposta para todas elas. Faça como Chuang-Tzu, observe uma borboleta e se pergunte: Essa borboleta está “me” sonhando? Eu sou o sonho da borboleta?
Belisque-se e pergunte-se: Quem está beliscando? Quem está sentindo o beliscão? Esses poucos pensamentos, no mínimo, irão ajudá-lo a entender que grande parte do seu mundo interno e externo não passa de conjecturas e projeções.
Inúmeros métodos estão disponíveis para aqueles que estão ansiosos por entender plenamente a natureza ilusória da vida e da morte. De fato, o único propósito de todos os ensinamentos do Buda é a compreensão de que todos e cada um dos fenômenos do samsara são ilusões. Comece por escutar tudo que puder sobre as ilusões que são a “vida” e a “morte”.
Nunca será demais ouvir sobre isso. E não se engane pensando que escutar e ouvir não sejam práticas autênticas do Dharma, pois, na verdade, é justamente o contrário. A seguir, contemple sobre o que ouviu e aprenda mais lendo livros.
Por fim, o mais importante: procure se acostumar com o que aprendeu.