D-21 - Povos indígenas e práticas de ensino no Brasil

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Programa da disciplina D21, Conteúdos e Didática da História, do Curso de Pedagogia Unesp/Univesp: D...
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[Música] seu nome em português qual é em Guar meu nome portugu [Música] [Aplausos] [Música] [Aplausos] a aldeia indígena tenon dep poran fica no extremo sul da capital paulista no bairro de Parelheiros aqui vivem aproximadamente 1000 pessoas destas pelo menos metade é formada por crianças e [Música] adolescentes em 2001 foi inaugurada na aldeia a escola estadual indígena guir pó que vai do Ensino Fundamental ao médio foi nesta escola que acompanhei com uma turma de quto ano a aula de história do professor Osmar as línguas utilizadas na aula são O Guarani e o português então al começou
a o que hoje muitos de nós pode se considerar como a descobrimento ou alguns como a invasão da terra né porque você não não descobre uma coisa que já tem se alguém já tem morando você tá invadindo por O Guarani ser um um povo ágrafo né ágrafo significa que não está escrito que não admite escrita primeiramente ele leva em consideração o conhecimento a sabedoria dos mais velhos o que que eles passam para nós depois a gente faz uma uma consideração do que que o livro conta né faz uma comparação Ger é a vice-diretora ela fala
sobre a importância da Escola Estadual na aldeia alguns aspectos do contato do Guarani da cultura Guarani com o povo de uruá ainda são muito recentes Então como educação uma pausa o termo Juruá quer dizer aquele que não é índio E então muitas coisas ainda se pensa tá se construindo se vendo conversando refletindo Qual é a a melhor maneira de da escola lidar com essa situação de educação diferenciada né no contexto cultural no contexto diferenciado de fato a disciplina história né é muito especial assim porque a partir dela você vai desenvolver conhecimentos com os alunos com
as vis valoriz da sua Pria histria nessa é a prioridade primeir eles que entend cultura de onde que ela é então depois ensinado conte vees nos livros a entender a importância da cultura que é transmi aos jovens pelos mais velhos mais P tem que se manter sempre se dedicar mais a assim a parte mais educação conselhos né PR as crianças né Não só criança mas os adultos também né E para eles não tá perdendo essa o lado mais que é importante da da nossa Cultura que a gente não pode est perdendo a língua que nós
fala é língua Guarani né a educação indígena deve unir o currículo escolar aos conhecimentos culturais de cada etnia a língua as artes e as tradições têm de estar presentes no dia a dia da escola esta é uma das principais mudanças trazidas pela Constituição de 1988 em relação aos índios brasileiros artigo 210 parágrafo 2º o ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa assegurada as comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem CCI bitencur é professora aposentada da USP e historiadora ela é uma das mais importantes pesquisadoras brasileiras a estudar
o tema história da educação indígena a partir de 88 pela primeira vez se eh oficializa uma educação indígena com uma escola indígena em que se quer em que se pode e que se pretende preservar a cultura indígena Então esse é o grande Marco no meu entendimento sobre o a Constituição de 1988 Porque até então todo o processo educativo era voltado para anular a cultura indígena acabar com a com a língua com a religião e integrá-los na sociedade Nacional aí o papel importante da quer dizer ela tem que aproximar a as formas de conhecimento do mundo
branco com as formas do conhecimento indígena PR que é eles avancem então na realidade ela é uma escola extremamente mais complexa no ponto de vista epistemológico a escola indígena Guap pó tem cinco professores Guaranis um deles é o professor Osmar que você já conhece ele começou os estudos depois de adulto em uma escola fora da Aldeia no começo fui até engraçado que eu tinha um professor de história falava falava do livro quando mostrava os textos ela nem sabia que eu era índia também depois depois que eu fui falar para ela não eu escrevi desse jeito
que meu pensamento é esse porque primeiro que eu sou Índio então meu pensamento vai ser diferente derá também não estudou na aldeia aos 10 anos ela foi matriculada pela mãe na primeira série E aí eu entrei então sem saber falar língua portuguesa e aí eu entrei em desespero muitas vezes assim porque me via numa sala fechada com um monte de crianças como eu falando uma língua diferente a pessoa na minha frente também falava uma língua que eu não entendia E aí na metade do ano antes no começo então fevereiro não falava nada em português na
metade do ano já estava semi alfabetizada assim sabe já conseguia fazer um monte de frases continuou os estudos ensinou os mais novos a falar português e participou da instalação da escola indígena E aí depois eu fui fazer o ensino médio na mesma escola quando quando eu comecei na primeira série E aí nesse período tava acontecendo uma demanda de reivindicações pelas lideranças do Estado de São Paulo para ter escola diferenciada nas comunidades indígenas porque a a a observação as as denúncias de maust trat de preconceito de discriminação da dificuldade de ir até uma escola fora era
muito grande e que cada vez mais precisava os adolescentes pessoas da comunidade estudar para para saber falar para saber identificar os documentos os projetos entrando na aldeia para saber dos seus direito principalmente a questão da terra e tal e que precisava ter uma formação na própria Aldeia e uma das coisas para começar isso a construir isso seria formação dos próprios moradores de próprios de próprias pessoas da cultura para lecionar e que então seria dessa forma diferenciada que não seria como na escola pública de Giruá que era uma das dificuldades que eu mesmo tinha já passado
que era a compreensão da língua A Batalha deles de muitas dessas escolas é que tenham professores indígenas né dando aula e aí tem todo um processo de formação desses professores porque também a formação desses professores deve ser diferenciada né porque é uma coisa e e e atualmente nós vivemos um momento de grande tensão e até eu diria um pouco de indefinição do que é uma escola escolar indígena nesse curso no último que a gente teve que foi o curso na USP de pedagogia eh foi proposto por pela maioria dos professores ali no grupo e pela
coordenação do projeto e que foi muito bem aceito e já Então se viu que muitos professores ali no do grupo já pensava também que o primeiro passo já tinha sido dado que era de ter de tá acontecendo a formação dos próprios professores de das suas comunidades e que para efetivamente funcionar começar a funcionar melhor a educação diferenciada teria que ter então o seu material diferenciado também adequado para para cada etnia para cada sabe E aí Então teve uma um momento assim de se pensar e de se elaborar a o material pedagógico Guarani material pedagógico terena
cang kenak Assim com todas as etnias presentes desde 2001 as escolas indígenas do Estado de São Paulo trabalham com material didático elaborado em português e também na língua de cada etnia daí esse Por Exemplo foi eu gisel PES de Lima e pooran que fizemos daí a pooran que criou a historinha da confusão na casa de costura E aí a tradução de ururu E aí tem a historinha que era uma caixinha de agulha com monte de coisinhas brigando [Música] na e tem então português em Guarani além do bilinguismo E aí um grande processo de transformação da
lngua né numa língua escrita né que alguns antropólogos até São cont que eles bom importante são eles falarem porque para eles a oralidade é fundamental né eles têm uma cultura oral muito forte Então vamos preservar a cultura oral Então como é que se conta a história Põe o mais velho gravado no filme e o mais velho vai falar pras crianças na sala de aula na língua né e ele é o ele é o historiador né os velhos são os sábios e os historiadores então é uma não é um livro de História entendeu é o velho
contando a história deles né porque ele é o historiador ele é o livro e como os povos indígenas são vistos pela história e como as escolas não indígenas ensinam este tema eh muitos professores até dizem mas a gente dá aula sobre os indígenas né a gente faz tempo que a gente dá Então você pega um livro didático por exemplo história do Brasil o que que tem não tem a história do Brasil os indígenas Então os indígenas são aqueles homens povos selvagens que estavam aqui na época da colonização não quiseram ser escravizados Você estuda ã a
independência do Brasil período né ah Onde estão os índios não tem Cadê os índios no século XIX não tem Cadê os índios no século XX não tem né E então é um é um povo considerado invisível na história do Brasil Essa é a verdade todos os alunos nas escolas ainda hoje nos séculos que vivemos acha que só tem indígena na Amazônia indígena com cocar na cabeça com uma pena com rosto pintado fazendo e que é só lá imagina Estado de São Paulo não existe indígena ainda é muito tratado dessa forma como assim os indígenas estão
estão usando roupa SAP fala português tem casas de tijolinhos e tal né E aí porque não estão pelados porque não estão pintados Guarani né ele passa a ser o símbolo da Nação mas é um índio morto né um índio que desapareceu e em geral era né visto na um certo romantismo em pé no meio do espaço que formava a grande abóboda de árvores encostado a um velho tronco decepado pelo raio via-se um índio na flor da idade uma simples túnica de algodão a que os indígenas chamavam aimará apertada à cintura por uma faixa de penas
escarlates caía-lhe dos ombros até o meio da perna e desenhava o talhe delgado e esbelto como um Junco selvagem essa imagem desse índio vindo do século XIX dos romances do usad de Alencar serviu para aumentar ainda mais o estereótipo que você tem em relação aos aos povos indígenas no Brasil professor E aí que tá eles não admitem primeiro que índio fez parte da história do Brasil segundo que índio tem história então é a mesma coisa que perguntar se um tá de roupa hoje por que que não pergunta por que que você não tá com a
roupa do Pedro Álvares Cabral Por que que você não tá andando a cavalo e tá de carro porque você tem história e o índio não e aonde os portugueses vieram pro Brasil né descobrir diz descobriram mas na verdade já tinha índio já dentro do Brasil já e já tinha aqui aquela mistura já então por isso que a gente outros né fala que a gente é que a gente é misturado que a gente não é já tem sangue de de Juruá tal né não na verdade nós somos tudo nó o s que corre em mim corre
em você Acho que nós nós somos ser humano nós somos uma pessoa só então não tem diferença né só que os portugueses que colocaram a gente como índio né só que na verdade nós somos T tudo nós somos brasileiros né
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