em uma cidade do interior a galera de escola enterrou uma senhora Negra viva Mas o que aconteceu depois deixou todo mundo de boca aberta se inscreva para não perder mais histórias e compartilha esse a estradinha de terra que serpenteava na beira do milharal abandonado tava escura só com a luz prateada da lua espiando por entre as nuvens seus passos faziam um barulho gostoso na Cascalheira um ritmo constante enquanto seus pensamentos viajavam para os acontecimentos do dia a igreja estava animada naquele dia a turma se preparando paraa festa de Ação de Graças e Dona Benedita como
sempre tinha se oferecido para ajudar na faxina e organização mesmo com as costas doendo e os joelhos Reclamando a cada dobrada ela ficou até mais tarde esfregando os bancos e dobrando os panos suas mãos eram calejadas por anos de trabalho mas ela encontrava paz nessas pequenas ações de serviço na outra mão ela carregava um saco de papel pardo com comida era pro seu Zeca um vizinho idoso que tava Amado há semanas com febre o coitado não tinha família por perto e Dona Benedita sempre dava uma olhada nele levando refeições e animando ele não era muito
mas ela acreditava em fazer o que podia pelos outros enquanto caminhava os sussurros dos pés de milhos secos que margeavam a estrada enchiam o silêncio o milharal estava abandonado há anos crescendo selvagem depois que o fazendeiro se mudou as plantas mortas pareciam sentinelas sombrias Sob a Luz pálida da lua Dona Benedita sempre achava esse caminho meio o sinistro à noite mas era o atalho mais rápido paraa casa ela murmurou uma oração baixinho pedindo proteção como fazia tantas vezes sua mente viajou pra cidade que ela chamava de lar era um lugar pequeno do interior onde todo
mundo se conhecia algumas pessoas a cumprimentavam com carinho outras viravam a cara Frias e indiferentes ser uma das poucas pessoas negras da região nunca tinha sido fácil mesmo depois de décadas morando ali o preconceito era uma erva daninha velha e osa que prosperava no solo daquela cidade Dona Benedita aprendeu a lidar com ele com dignidade silenciosa recusando-se a deixar a amargura criar raízes em seu coração um clarão repentino de luz Quebrou seu devaneio faróis apareceram na distância ficando maiores à medida que Um veículo se aproximava por trás Dona Benedita instintivamente se aproximou da beira da
estrada com o coração acelerando a caminhonete diminuiu a velocidade ao se aproximar dela o ronco do motor perturbando o Sil da noite ela lançou um rápido olhar por cima do ombro esperando que o motorista passasse sem confusão Mas em vez disso a caminhonete parou ao lado dela cinco figuras estavam na carroceria aberta conviência sempre barulhentos e metidos olha só o que temos aqui um deles cantou a voz cheia de deboche Dona Benedita não precisava ver o rosto para saber que era o Joca o líder do grupo um rapaz alto de ombros largos com um sorriso
de canto permanente o pai dele era dono da maior loja de ferragens da cidade e a família tinha boas conexões o que dava ao Joca um senso de invencibilidade Dona Benedita não parou de andar Manteve a cabeça erguida os passos firmes Boa noite ela disse com firmeza esperando acalmar a situação Joca pulou da carroceria da caminhonete e caiu na estrada com um baque forte Boa noite dona ele disse o tom de zombaria dando uma voltinha é os outros meninos riram as vozes ecoando pelo milharal um deles um garoto Magrelo e de aparência nervosa chamado Thiago
não riu ficou para trás o olhar indo de Joca paraa Dona Benedita estou indo para casa Dona Benedita disse com calma sem mudar o ritmo da caminhada agradeceria se me deixassem Joca sorriu e entrou no caminho dela Qual a pressa tá uma noite tão boa podíamos bater um papo Dona Benedita parou seus olhos encontrando os de Joca calma mas firme não quero confusão confusão Joca repetiu fingindo Inocência ele se virou para os amigos Vocês ouviram isso ela acha que somos confusão os meninos caíram na risada de novo mas era uma risada forçada sem graça Dona
Benedita podia sentir a tensão por baixo da bravata deles Joca Estava dando um show mas para quem deixa ela Lair Joca thgo disse de repente a voz quase num sussurro a risada morreu na hora todos os olhos se voltaram para ele e ele se encolheu sob o peso do Olhar dos outros o sorriso de Joca se transformou numa carranca que foi Thiago tá ficando molenga Thiago olhou pra Dona Benedita depois para Joca antes de baixar os olhos é que tá tarde a gente devia ir Joca se aproximou de Dona Benedita a sombra dele engolindo a
dela na luz da lua tá ouvindo o Tiaguinho Ele acha que a gente devia ir mas eu acho que a gente devia ficar ele se inclinou para perto a voz caindo para um sussurro ameaçador e talvez dar uma lição para você já que estamos aqui o estômago de Dona Benedita embrulhou mas ela se recusou a mostrar medo no rosto vocês não querem fazer isso ela disse baixinho Joca se endireitou e fez um sinal para os outros peguem ela antes que Dona Benedita pudesse reagir dois dos meninos estavam em cima dela as mãos rudes puxando ela
pra beira da estrada sua sacola de comida caiu no chão o conteúdo espalhando-se na Cascalheira ela lutou Mas eles eram muito fortes não ela gritou a voz ecoando na noite me soltem Joca Rio uma risada fria e sem graça você vai se arrepender de ter respondido velha a última coisa que Dona Benedita viu antes de ser arrastada para sombras do milharal foi o rosto pálido e conflituoso de Thiago paralisado em hesitação o ar ficou mais frio enquanto arrastavam Dona Benedita pro milharal seus calcanhares raspavam no chão irregular os pés de milho secos farfalhavam ameaçadoramente Em
volta dela as formas esqueléticas projetando sombras irregulares Sob a Luz fraca da lua Dona Benedita lutou contra as mãos dos rapazes a respiração curta e ofegante o char escorregou de seus ombros prendendo-se num pé de milho sendo Deixado Para Trás como uma lembrança descartada Joca liderou o grupo mais fundo no milharal a lanterna dele abrindo um caminho estreito na escuridão as botas dele faziam um barulho de confiança no chão um barulho que arrepiava a pele de Dona Benedita atrás dele os outros meninos se moviam em silêncio nervoso a bravata de Anes começando a vacilar onde
vocês estão me levando Dona Benedita exigiu a voz firme apesar do Medo crescendo em seu peito ela não esperava uma resposta mas não ia deixar eles verem seu terror ainda não Joka parou e se virou o sorriso dele cruel e afiado só estamos nos divertindo um pouquinho não se preocupe Dona você vai ficar bem se aguentar um pouco de terra os outros riram sem graça os olhos deles indo de Joca para a Dona Benedita era claro que nem todos compartilhavam do entusiasmo dele Thiago ficou na beira do grupo as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta
os ombros curvados como se estivesse tentando se tornar invisível Joca fez um gesto para um buraco Raso no chão Não mais do que alguns metros de largura e Tão Profundo tinha sido Cavado semanas atrás por crianças da região brincando mas esquecido quando o interesse delas passou agora era o palco de Joca e Dona Benedita a estrela indesejada do show perverso dele coloquem ela dentro Joca ordenou a voz afiada e autoritária dois dos meninos hesitaram olhando um pro outro Joca vamos nessa um deles murmurou era o Cris um rapaz magricelo com uma postura desleixada Isso tá
errado Joca se virou para ele os olhos estreitando Qual o problema Cris tá com medo de um pouco de terra também Cris hesitou depois Balançou a cabeça não é que talvez devessemos deixar ela ir ela não vai contar para ninguém Joca se aproximou de Cris o feixe da lanterna cort and as sombras entre eles tá ficando molenga quer ser o próximo a ameaça pairou no ar silenciando quaisquer outras objeções Cris desviou o olhar o rosto pálido e recuou para o grupo Joca sorriu Triunfante e se virou para os outros façam isso relutantemente os meninos obedeceram
empurraram Dona Benedita para o buraco forçando ela a cair de joelhos ela lutou para manter o equilíbrio as mãos agarrando a terra solta sua voz se elevou desafiadora ecoando pelo milharal vocês acham que isso faz de vocês homens ela gritou os olhos Em Chamas machucar uma velha vocês não passam de uns covardes Joca Rio a voz fria e sem graça que bela retórica para alguém na sua posição Talvez um pouco de terra te ensine um pouco de respeito os meninos empurraram ela pro buraco a terra estava fria e úmida contra suas mãos quando ela caiu
com força de lado ela fez uma careta mordendo os lábios para não chorar antes que pudesse se levantar eles estavam em cima dela jogando Terra solta no buraco a terra caiu em em Torrões pesados agarrando suas roupas e enchendo o ar com uma poeira sufocante Thiago ficou parado na beira da cena as mãos tremendo ele assistiu enquanto os outros trabalhavam os rostos deles pálidos e tensos na luz da lanterna seu estômago embrulhou e o peito apertou com a culpa cada fibra do seu ser gritava para ele parar com aquilo mas seus pés se recusavam a
se mover Joca gritava ordens a voz cortando a noite depressa não temos a noite toda o buraco encheu rápido a terra subiu em volta de Dona Benedita cobrindo suas pernas Depois sua cintura ela se debatia mas o peso da Terra prendia ela no lugar a respiração ficou curta e superficial o cheiro da terra entupindo suas narinas Joca se abaixou na beira do buraco o sorriso dele se alargando enquanto ele olhava para ela e aí tá gostando da lição talvez da próxima vez você pense duas vezes antes de bancar a espertona Dona Benedita olhou para ele
a expressão desafiadora apesar das lágrimas escorrendo pelo rosto vocês não me assustam ela disse a voz trêmula mas firme vocês não passam de uns garotos assustados se escondendo atrás dos amigos o sorriso de Joca vacilou por um momento o maxilar dele apertando ele pegou um punhado de terra e jogou no rosto dela você fala demais ele retrucou Thiago deu um passo pra frente a voz dele quase um sussurro Joca já chega Joca se virou de repente o feixe da lanterna atingindo o rosto pálido e aflito de Thiago o que você disse Thiago engoliu em seco
as mãos fechando em punhos ao lado do corpo eu disse que já chega deixa ela ir Joca encarou ele por um longo momento a tenção crepitando entre eles então ele riu uma risada áspera e cortante que fez Thiago se encolher tá ouvindo pessoal o Tiaguinho acha que ele tá no comando agora os outros meninos se mexeram desconfortavelmente os olhos deles indo de Joca para Thiago Cris abriu a boca como se fosse falar Mas fechou de novo os ombros curvados em derrota Joca ficou parado limpando a terra das mãos Beleza já deu por aqui vamos embora
ele virou e foi em direção à caminhonete a lanterna balançando descontroladamente na escuridão os outros seguiram os passos lentos como se carregassem correntes invisíveis Thiago ficou parado por um momento os olhos fixos em Dona Benedita o rosto dela Tava calmo agora os olhos firmes e inabaláveis vai ela disse baixinho antes que ele vire para você também Thiago hesitou o coração batendo forte depois se virou e correu atrás dos outros o som da risada deles foi sumindo na distância deixando Dona Benedita sozinha no silêncio do milharal a luz da lua se espalhou no buraco iluminando seu
rosto manchado de Lágrimas Ela fechou os olhos e sussurrou uma oração a voz firme apesar do medo que tomava conta do coração e então ela esperou a caminhonete rugiu na estrada Deserta os pneus levantando nuvens de poeira que pairavam no ar da noite dentro da cabine Joca estava no banco do motorista o maxilar apertado e os olhos fixos na estrada ou outros estavam em silêncio a risada de antes e a bravata extintas Thiago estava espremido entre Cris e outro menino chamado Dani as mãos fechadas em punho no colo o peso do que eles tinham feito
pressionava ele como uma pedra Joca aumentou o volume do rádio a estática crepitando antes de parar numa estação antiga de rock ele batucava os dedos no volante tentando preencher o silêncio opressor bom isso foi divertido ele disse o tom leve mas com uma pitada de confiança forçada você vão lembrar dessa noite por um bom tempo ninguém respondeu Cris mexeu desconfortavelmente olhando pela janela as sombras de árvores passando Dani coçava o braço evitando o contato visual Thiago podia sentir a tensão entre eles densa e sufocante você foi longe demais dessa vez Joca Cris murmurou finalmente a
voz baixa mas firme Joka bateu a mão no volante fazendo todo mundo pular longe demais que merda é essa ela tá bem não é como se tivéssemos matado ela o estômago de Thiago embrulhou com a palavra matado sua mente repetiu a imagem de Dona Benedita enterrada até o pescoço na terra fria e escura os olhos arregalados de medo e desafio ele ainda podia ouvir a voz dela calma e firme enquanto ela enfrentava a crueldade de Joca ela não merecia nada daquilo nada ela é uma senhora Cris disse a voz mais alta Você não acha que
ela pode congelar lá fora ela tá bem Joca respondeu cortando ele ela vai sair de lá alguém vai achar ela não é nosso problema ti não aguentou mais a culpa que estava crescendo dentro dele Explodiu e se ninguém achar ela ele disse a voz tremendo se ela não conseguir sair de lá os olhos de Joca se viraram para o retrovisor encontrando o reflexo de Thiago o maxilar dele apertou e por um momento ele ficou em silêncio depois ele sorriu embora o sorriso não chegasse aos olhos se você tá tão preocupado Por que não volta lá
e desenterra ela a garganta de Thiago fechou ele queria gritar exigir que eles voltassem e desfaçam o estrago que tinham usado mas o medo paralisou ele a autoridade de Joca sobre o grupo era absoluta e desafiar ele parecia pisar numa areia movediça achei Joca disse a voz cheia de desdém você não tem coragem a caminhonete parou num descampado na beira da cidade onde os meninos costumavam passar o tempo Joca Desligou o motor e se encostou no banco olhando cada um deles por vez é o seguinte ninguém fala uma palavra sobre hoje ouviram nem pros pais
Nem pras namoradinhas ninguém Cris abriu a boca para para protestar mas Joca cortou ele com um olhar se alguém falar vamos todos cair e eu prometo que se eu cair levo cada um de vocês comigo a ameaça pairou no ar como uma corda o coração de Thiago batia forte enquanto ele assentia junto com os outros o estômago revirando com a ideia de manter aquele segredo ele sabia que era errado mas não sabia como consertar aquilo ainda não Joca acendeu um cigarro e soltou uma baforada de fumaça bom agora vão para casa e finjam que nada
aconteceu os meninos saíram da caminhonete um a um os movimentos lentos e hesitantes Thiago ficou por mais tempo a mente acelerada ele queria dizer algo convencer os outros que eles não podiam deixar Dona Benedita lá mas a voz ficou presa na garganta Joca olhou para ele os olhos estreitando tem alguma coisa para dizer Thiago Thiago Balançou a cabeça rápido e deslizou para fora da caminhonete o ar fresco da noite bateu nele como um tapa e ele enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta para parar de tremer enquanto os outros se espalhavam em direção às suas
casas Thiago ficou parado na beira do descampado olhando para a silhueta escura do milharal ao longe o peito dele apertava e seus pensamentos giravam Numa tempestade caótica ele não conseguia parar de ver o rosto de Dona Benedita os olhos penetrantes que pareciam olhar direto para ele ele não podia ir para casa não daquele jeito Thiago esperou até a caminhonete de Joca sumir na estrada depois se virou e começou a caminhar de volta para o milharal cada passo parecia mais pesado que o anterior mas ele não conseguia parar ele não sabia o que ia fazer quando
chegasse lá mas não podia simplesmente deixar ela lá o milharal estava estranhamente silencioso quando Thiago chegou o farfalhar dos pés de milho soava como sussurros carregando segredos que ele não queria ouvir ele ligou a lanterna do celular mas o feixe fraco mal cortava a escuridão Dona Benedita ele chamou baixinho a voz tremendo a senhora ainda está aqui não houve resposta o pânico agarrou seu peito quando ele tropeçou em direção ao local onde eles tinham deixado ela o buraco estava vazio a terra revirada mas não estava mais cheio a respiração de Thiago parou será que ela
tinha conseguido escapar Será que alguém tinha achado ela ou será que já era tarde demais Dona Benedita ele chamou de novo mais alto dessa vez Ainda nada Thiago caiu de joelhos a lanterna caindo no chão o coração dele batia forte enquanto ele olhava pro buraco vazio o peso do que eles tinham feito caiu sobre ele deixando ele sem ar ele ficou lá por o que pareceu horas o frio Entrando nos seus ossos finalmente ele se Forçou a levantar e saiu do milharal a mente vazia de culpa e medo quando ele chegou na estrada o som
fraco do motor de um trator chegou aos seus ouvidos Thiago se virou olhando na distância e viu um par de faróis se aproximando lentamente a figura de um homem apareceu silhuet contra a luz alívio e pavor se misturaram no peito de Tiago por favor ele sussurrou para si mesmo por favor que ela esteja bem o ronco do trator ecoava fracamente no ar da noite enquanto Dona Benedita tremia no buraco gelado as mãos dela tremiam embora ela não tivesse certeza se era de medo ou do frio cortante da terra úmida pressionando contra seu corpo ela tentou
se mexer mas o peso da Terra em volta dela tornava quase impossível a respiração dela estava curta e superficial Enquanto Ela olhava pro vasto e indiferente céu o som do trator aumentou ficando mais perto a princípio Ela pensou que estava imaginando uma esperança esperada conjurada pela sua força diminuindo mas quando a luz dos Faróis do veículo cintilo através dos pés de milho altos seu pulso acelerou Alguém estava chegando ela inclinou a cabeça para trás e gritou o mais alto que conseguiu a voz rouca e falhando socorro por favor me ajudem os gritos dela quebraram O
Silêncio do milharal sendo levados pelo vento frio ela não sabia se eram altos o suficiente para serem ouvidos mas era tudo que ela tinha sobrado a garganta dela ardia e a voz ficava mais fraca a cada chamado o motor do trator parou Dona Benedita forçou seus ouvidos prendendo a respiração depois veio o som de Botas pisando na terra deliberado e cauteloso Alô uma voz grave e rouca chamou era a voz de um homem envelhecida com o tempo e a experiência quem está aí o coração de Dona Benedita disparou estou aqui no buraco por favor me
ajude os passos ficaram mais rápidos mais perto o feixe de uma lanterna cortou a escuridão passando pelo milharal até que parou no o rosto dela o homem puxou a respiração com força e ela pode ver a silhueta dele parando por um momento como se tentasse entender o que estava vendo meu Deus ele murmurou apressando-se para a borda do buraco ele se abaixou brilhando a luz direto nela O que diabos aconteceu aqui quem fez isso com você Dona Benedita piscou contra a luz forte a voz dela quase um sussurro um grupo de meninos adolecentes eles me
arrastaram até aqui e me enterraram o homem colocou a lanterna no chão o feixe apontando para cima para iluminar a cena Ele era mais velho com uma estrutura larga e um rosto marcado por anos de trabalho duro Sob o Sol as mãos dele eram calejadas enquanto Ele começava a Cavar a terra Em volta dela com uma delicadeza surpreendente não se preocupe ele disse a voz firme e reconfortante eu vou tirar você daqui Dona Benedita deixou a cabeça cair para trás contra a parede de terra a exaustão tomando conta dela obrigada ela murmurou a força dela
diminuindo o homem trabalhou rápido usando as mãos para tirar a terra dos ombros e braços dela assim que ela ficou livre o suficiente para se mover ele ajudou ela a sair do buraco ela cambaleou quando ficou em pé as pernas tremendo por causa do esforço e ele pegou ela segurando ela firme você tá bem ele perguntou a preocupação estampada no rosto Dona Benedita assentiu fracamente Acho que sim só tremendo ele guiou ela até o trator ajudando ela a subir no banco antes de entregar para ela uma garrafa de água da caixa de ferramentas ela Ela
bebeu avidamente o líquido fresco aliviando a garganta seca dela sou o rolis o homem disse subindo no trator ao lado dela tenho uma pequena fazenda logo ali na estrada Deixa eu levar você para lá você pode se limpar e descansar a gente pensa o que fazer depois Dona Benedita hesitou olhando de volta para o buraco não quero confusão ela disse baixinho aqueles meninos as famílias deles não vão gostar de eu tornar isso público hollis franziu a testa as mãos apertando o volante o que eles fizeram com você é crime ele disse com firmeza eles merecem
enfrentar as consequências eu sei Dona Benedita respondeu a voz pesada de cansaço Mas eu moro nessa cidade tempo suficiente para saber como as coisas funcionam Justiça Nem sempre é justa hollis olhou para ela por um longo momento depois assentiu com tristeza tudo bem ele disse vamos levar você para casa primeiro você decide o que fazer depois que descansar um pouco o trator rugiu o motor Quebrando o Silêncio mais uma vez hollis dirigiu com cuidado pelo milharal até a estrada de terra os faróis cortando a esc Dona Benedita sentou ao lado dele as mãos agarrando a
garrafa de água enquanto seus pensamentos fervilhavam Quem eram aqueles meninos ela reconhecia alguns dos rostos mas não todos e por um deles Thiago ela achava que era esse o nome parecia tão aflito a hesitação dele tinha sido Clara a culpa dele palpável talvez ainda houvesse esperança para ele ela pensou Talvez ele não estivesse perdido para o ódio que consumia os outros quando eles chegaram à fazenda de holis uma propriedade modesta com um celeiro G e uma casa aconchegante aninhada sob um grande Carvalho Dona Benedita sentiu um vislumbre de alívio o brilho quente da luz da
varanda era um farol na noite fria hollis ajudou ela a descer do trator e a levou para dentro onde pegou um cobertor e uma xícara de chá você pode ficar aqui hoje Se quiser ele ofereceu colocando o chá na mesa na frente dela ou eu levo você para casa quando você estiver pronta Dona Benedita tomou o chá deixando o calor entrar nela obrigada rolis eu vou para casa logo só preciso PR ficar sentada um pouco ele assentiu e sentou na frente dela a expressão pensativa Tem certeza que não quer ir à polícia eu vou com
você se for o que você quer Dona Benedita Balançou a cabeça não ainda não preciso pensar na melhor forma de lidar com isso Holly se encostou na cadeira os olhos dele se estreitando um pouco você é uma pessoa melhor do que eu Dona Benedita Se fosse eu ia querer ver eles punidos Dona Benedita encontrou o olhar dele a voz dela calma mas firme punição Nem sempre é a resposta Às vezes as pessoas precisam que mostrem para elas um caminho diferente hollis não respondeu na hora mas a expressão dele suavizou ele assentiu de novo um toque
de respeito nos olhos tudo bem mas se você mudar de ideia me avisa Aqueles meninos não podem sair impunes Dona Benedita sorriu fracamente embora o coração dela ainda estivesse pesado eu vou pensar ela prometeu conforme a noite avançava Dona Benedita ficou sentada no calor da cozinha de holis a mente correndo ela tinha sobrevivido à crueldade da noite mas o que viesse depois ia determinar se isso teria o poder de destruir ou transformar o sol da manhã mal tinha nascido acima do Horizonte pintando o céu em tons de rosa claro e laranja quando Thiago se viu
parado em frente à casa de Joca a Cascalheira da entrada rangia sob os tênis dele enquanto ele caminhava nervoso os olhos fixos na porta da frente ele quase não tinha dormido desde a noite anterior a mente assombrada pela imagem do rosto de Dona Benedita enquanto ela era arrastada para a escuridão do milharal ele precisava falar com Joca convencê-lo de que eles precisavam consertar o que tinham feito com uma respiração profunda Thiago finalmente reuniu coragem suficiente para caminhar até a porta e bater o som ecoou no silêncio da manhã cada batida dos Nós dos dedos aumentando
sua ansiedade momentos depois A Porta Se Abriu revelando Joca ainda de Pijama o cabelo bagunçado de sono a expressão dele Fechada no instante em que viu Tiago O que você tá fazendo aqui Joca perguntou a voz baixa e cheia de irritação é cedo Thiago engoliu em seco tentando ignorar o nó de medo no estômago preciso falar com você é sobre ontem à noite os olhos de Joca se estreitaram e ele Saiu puxando a porta para fechar atrás dele Ele olhou em volta como se estivesse verificando se mais alguém estava vendo ou ouvindo Achei que eu
tinha deixado Claro que não falamos sobre ontem à noite o coração de Thiago disparou no peito mas ele insistiu Joca fomos longe demais Dona Benedita pode estar muito ferida ou pior precisamos voltar e ver se ela está bem Joca bufou cruzando os braços no peito Você tá brincando ela tá bem thgo para de se preocupar com isso ela não tá bem a voz de Thiago subiu surpreendendo até ele mesmo os olhos dele arregalaram enquanto ele encarava Joka nós A enterramos viva Joca e se ninguém a achou E se ela ainda estiver lá fora o maxilar
de Joca apertou e por um breve momento Thiago achou que tinha visto um vislumbre de incerteza em seus olhos mas então Joca Balançou a cabeça a expressão dele endurecendo ela é só uma velha ela vai superar isso Thiago deu um passo para perto as mãos tremendo ao lado do corpo ela não é só uma velha ela é a Dona Benedita Ela ajudou tanta gente nessa cidade incluindo a minha família o que fizemos Foi errado você sabe disso os olhos de Joca brilharam de raiva ele se aproximou imponente sobre Thiago Escuta aqui Thiago você vai fechar
a boca sobre isso se você for na polícia ou contar para alguém vamos todos cair e pode acreditar eu vou fazer você ser o pior o estômago de Thiago embrulhou mas ele não cedeu ele podia ver o medo por trás dos olhos de Joca o desespero em suas ameaças Joca estava com medo e Thiago sabia por quê Porque no fundo ele sabia que tinham passado dos limites antes que Thiago pudesse responder a porta abriu de novo e o pai de Joca apareceu na varanda era um homem grande sua presença imponente os olhos se movendo de
Joca para Thiago a testa franzida o que tá acontecendo aqui fora ele perguntou a voz rouca Ele olhou para Thiago o olhar penetrante Por que você tá aqui tão cedo thgo abriu a bo boca para falar mas Joca cortou ele nada pai só falando sobre algumas coisas da escola o thgo já estava saindo o pai de Joca olhou para os dois por um longo momento depois assentiu tudo bem abaixem o volume é muito cedo para essa barulheira Joca assentiu rápido e o pai voltou para dentro deixando os dois meninos sozinhos de novo Joca se virou
para Thiago a expressão escura sai daqui Thiago e não volte Tiago hesitou Depois virou e voltou pela entrada o coração pesado ele tinha esperado que talvez conseguisse tocar Joca mas agora estava claro que Joka não ia ceder ele estava com muito medo de perder o controle de enfrentar as consequências dos seus atos enquanto Thiago ia embora a mente dele acelerava ele não podia deixar isso para lá não podia fingir que nada tinha acontecido mas também sabia que ir na polícia sozinho seria arriscado Joca já tinha deixado claro o que faria se alguém falasse Thiago precisava
de outro jeito um jeito de ajudar Dona Benedita sem colocar ele mesmo ou os outros em perigo ainda maior mais tarde naquele dia thgo se viu na casa de Cris ele tinha ligado para Cris antes pedindo para se encontrar e agora eles estavam sentados na garagem mal iluminada o cheiro de óleo de motor e poeira pesado no ar Cris estava encostado na bancada os braços cruzados enquanto ouvia Thiago eu fui falar com Joca hoje de manhã Thiago disse a voz baixa eu tentei convencer ele de que precisamos consertar as coisas mas ele não vai ouvir
Cris suspirou passando uma mão no rosto o que você esperava Tiago Joca não vai voltar atrás ele é muito orgulhoso muito medroso Todos nós sabemos que ele foi longe demais mas agora ele tá muito enfiado Tiago assentiu a expressão tensa Eu sei mas não podemos simplesmente deixar as coisas assim e se a Dona Benedita ficou ferida ou pior Criss mexeu desconfortavelmente o olhar caindo no chão eu não sei cara eu não queria ter feito aquilo em primeiro lugar mas o Joca tem todo mundo na mão não é tão fácil ir contra ele Thiago respirou fundo
reunindo Coragem eu acho acho que a gente devia voltar só você e eu podemos ver como a Dona Benedita está ver se ela está bem talvez talvez a gente possa falar com ela tentar consertar as coisas Cris olhou para cima os olhos arregalados você tá falando sério você quer voltar para lá e se o Joca descobrir ele não vai thgo insistiu vamos quando não tiver ninguém por perto Só precisamos ver se ela está bem eu não posso viver comigo mesmo se não fizermos pelo menos isso Cris ficou em silêncio por um longo momento os olhos
procurando o rosto de Thiago finalmente ele suspirou e assentiu tudo bem eu vou com você mas se o Joca descobrir estamos ferrados Thiago Conseguiu dar um sorriso pequeno de gratidão Obrigado Cris eu prometo que vamos tomar cuidado naquela noite quando o sol se pôs abaixo do Horizonte lançando longas sombras pela cidade Thiago e Cris voltaram para o milharal o ar estava frio e um silêncio pesado pairava entre eles enquanto caminhavam as lanternas deles cortavam en feixes estreitos na escuridão crescente Eles chegaram ao local onde tinham deixado a Dona Benedita na noite anterior os passos deles
diminuindo quando se aproximaram do buraco a terra ainda estava revirada mas o buraco estava vazio o coração de Thiago batia forte no peito uma mistura de alívio e medo tomando conta dele ela sumiu Cris disse a voz quase num sussurro talvez talvez Alguém achou ela Thiago assentiu a garganta fechada tomara que sim Ele olhou em volta o feixe da lanterna varrendo o milharal não havia sinal dela nenhum sinal de que algo tinha acontecido ali exceto pela terra revirada e o medo persistente no peito dele vamos Cris disse empurrando o braço de Thiago a gente tem
que sair daqui antes que alguém Veja a gente Thiago hesitou depois se virou e seguiu Cris para fora do milharal enquanto caminhavam a mente dele acelerava Dona Benedita tinha sumido o que significava que ela tinha conseguido escapar ou alguém a tinha achado ele rezava para que ela estivesse bem para que tivesse chegado em casa em segurança mas ele sabia que aquilo não tinha terminado n nem para ele nem para os outros eles não podiam simplesmente fugir do que tinham feito e mesmo que Joca se recusasse a admitir Tiago sabia que no fundo ele estava tão
assustado quanto o resto deles Thiago fez uma promessa silenciosa para si mesmo Enquanto deixavam o milharal para trás ele iria encontrar um jeito de consertar as coisas não importava o que custasse a manhã seguinte estava fresca com o ar fresco do Outono trazendo uma sensação de renovação Dona Benedita estava sentada na pequena mesa da cozinha as mãos segurando uma xícara de chá Fumegante enquanto olhava pela janela seu corpo ainda doía por causa da provação da noite mas seu espírito permanecia inabalável ela tinha pensado muito sobre o que tinha acontecido e sabia o que precisava fazer
em seguida ela não estava buscando Vingança ela queria entendimento mudança ela queria que aqueles meninos vissem o impacto de suas ações e encontrassem um caminho melhor para o futuro ela sabia onde um daqueles meninos morava a família Thompson era bem bem conhecida na cidade e não era segredo que Joca tinha um amigo mais novo chamado Thiago ela tinha visto Thiago com o grupo de Joca antes e na noite anterior tinha visto o medo e a hesitação em seus olhos ele não queria machucá-la talvez ainda houvesse esperança para ele depois de se vestir com uma blusa
modesta e um cardigã Dona Benedita saiu de casa e começou sua caminhada pela cidade até a residência dos wilkins a casa de Thiago as ruas estavam silenciosas naquela hora a cidade apenas começ a se agitar Dona Benedita sentiu os olhos de alguns de seus vizinhos enquanto passava mas Manteve a cabeça erguida os passos deliberados e medidos quando chegou na casa de Thiago ela parou na beira da entrada era uma casa modesta de dois andares com uma pequena varanda e um jardim que precisava de cuidados ela podia ver uma cortina se mexer em uma das janelas
da frente e respirou fundo antes de subir na porta e bater o som de Passo se aproximou e A Porta Se Abriu revelando uma mulher na casa dos 40 anos o rosto marcado pelo cansaço o cabelo preso em um rabo de cavalo solto ela olhou para Dona Benedita com uma mistura de curiosidade e confusão posso ajudar ela perguntou Dona Benedita sorriu gentilmente Bom dia meu nome é Benedita Walker eu estou aqui para falar com seu filho Tiago a testa da mulher franziu Tiago sobre o que é isso Dona Benedita hesitou por um momento antes de
responder é sobre algo que aconteceu ontem à noite é importante a mulher que Dona Benedita imaginou ser a mãe de Tiago olhou para ela mais de perto os olhos dela se arregalando levemente como se reconhecesse algo não dito ela se afastou e fez um gesto para que Dona Benedita entrasse entre Thiago está na sala de estar Dona Benedita entrou o ar da casa quente em comparação com a manhã fria do lado de fora a mãe de Thiago a Levou pelo corredor Estreito até a sala de estar onde Thiago estava sentado no sofá olhando para a
TV sem realmente assistir quando ele viu Dona Benedita seu rosto ficou pálido e seus olhos se arregalaram em choque Dona Benedita ele sussurrou a voz tremendo Dona Benedita assentiu dando-lhe um pequeno sorriso Olá Tiago a mãe de Thiago olhou para os dois a expressão agora de preocupação thago sobre o que é isso thago engoliu em seco incapaz de encontrar o olhar da mãe Dona Benedita deu um passo à frente os olhos dela nunca deixando o rosto de Thiago eu vim aqui para falar com thgo sobre ontem à noite e acho que sua mãe merece ouvir
a verdade a mãe de Thiago franziu a testa o olhar se voltando para o filho thago do que ela está falando os ombros de Thiago caíram e ele deixou escapar um suspiro trêmulo mãe tem algo que eu preciso te contar os olhos da mãe se estreitaram e ela se moveu para se sentar ao lado dele no sofá me diga o que é Thiago olhou para Dona Benedita e ela assentiu encorajando ele respirou fundo depois se virou para a mãe a voz dele quase um sussurro ontem à noite Eu e uns outros caras fizemos algo muito
ruim com a Dona Benedita o rosto da mãe ficou branco os olhos se arregalando em descrença o que você quer dizer Thiago o Que Vocês Fizeram Thiago hesitou e Dona Benedita se manifestou eles me arrastaram para um milharal velho ela disse baixinho os olhos dela na mãe de Tiago eles me enterraram até o pescoço e me deixaram lá o silêncio tomou conta da sala o peso das palavras de Dona Benedita se instalando como uma pedra pesada a mãe de Thiago olhou para o filho a boca abrindo e fechando como se estivesse lutando para encontrar as
palavras certas finalmente ela falou a voz del tremendo thago Isso é verdade lágrimas brotaram nos olhos de Thiago e ele assentiu a cabeça curvada de vergonha eu não queria mãe eu juro que não queria machucar ela mas o Joca ele fez a gente fazer isso e eu não impedi ele o rosto da mãe se contorceu de dor e descrença ela se virou para Dona Benedita a voz dela falhando eu não sei o que dizer eu sinto muito eu não fazia ideia Dona Benedita estendeu a mão colocando-a gentilmente no braço da mulher eu não estou aqui
para culpar você ou mesmo exigir punição para Thiago Eu vim aqui porque quero que Thiago entenda o que ele fez que entenda que há consequências mas também que há uma chance de fazer melhor Thiago olhou para cima os olhos cheios de Lágrimas encontrando os de Dona Benedita eu quero consertar as coisas ele disse a voz dele falhando eu não sei como mas eu quero Dona Benedita sorriu gentilmente é por isso que eu estou aqui eu quero que você e os outros venham para a igreja eu quero que vocês ajudem a consertar o que foi quebrado
consertar os danos que causaram eu eu não estou pedindo nada mais do que isso a mãe de thago olhou para Dona Benedita os olhos dela cheios de gratidão e tristeza você está dando uma chance para ele se redimir Dona Benedita assentiu todos merecem uma chance de mudar e eu acho que Thiago quer mudar Thiago enxugou os olhos assentindo vigorosamente eu quero eu quero mesmo Dona Benedita se virou para a mãe de Thiago eu preciso que Thiago reúna os outros aqueles que estavam lá quero que todos eles venham para a igreja neste fim de semana temos
trabalho a fazer e eu acredito que eles podem ajudar a mãe de Thiago colocou a mão sobre a de Dona Benedita a voz tremendo obrigada por dar uma chance para ele por dar uma chance para todos eles Dona Benedita sorriu Eu acredito em segundas chances e acredito que o que fazemos em seguida importa mais do que o que fizemos antes o sol estava forte e quente naquela manhã de sábado quando Dona Benedita ficou em frente à igreja os olhos dela varrendo à rua em busca de qualquer sinal dos meninos ela passou os últimos dias se
preparando sabendo que esta reunião poderia ir para qualquer lado ela esperava que sua mensagem tivesse sido recebida que os meninos estariam dispostos a encarar o que tinham feito e dar um passo em direção à mudança Ela ouviu passos se aproximando e se virou para ver Thiago Cris e dois dos outros meninos caminhando pelo caminho eles pareciam nervosos os olhos baixos mas eles tinham vindo Thiago deu um pequeno sorriso hesitante para ela e ela retribuiu seu coração inchando de esperança cautelosa atrás deles Joca apareceu a expressão dele fech ada os ombros quadrados como se estivesse entrando
em uma batalha Dona Benedita o observou cuidadosamente notando a tensão em seu maxilar O Desafio em seus olhos ela podia dizer que ele estava ali porque não tinha escolha porque seus amigos tinham vindo e ele não podia deixar que eles enfrentassem isso sem ele Dona Benedita respirou fundo e deu um passo à frente para encontrá-los obrigada por virem ela disse a voz dela gentil mas firme temos trabalho a fazer Joca zombou revirando os olhos você realmente acha que isso vai mudar alguma coisa Dona Benedita encontrou o olhar dele a expressão dela firme eu acho que
é um começo ela disse simplesmente e o que acontece depois depende de vocês Joca hesitou os olhos dele indo para os amigos Eles olharam para ele as expressões deles uma mistura de medo e esperança ele suspirou enfiando as mãos nos bolsos tudo bem Vamos logo com isso Dona Benedita sorriu Então vamos começar ela os guiou para a parte de trás da igreja onde um banco de madeira tinha sido quebrado durante a confusão na noite em que eles a tinham arrastado era trabalho pesado levantar e consertar a madeira lascada usando ferramentas para juntar as peças de
volta mas os meninos trabalharam em silêncio o foco deles na tarefa enquanto trabalhavam Dona Benedita falou com ele sobre a igreja sobre a comunidade que ela servia sobre as pessoas que dependiam dela ela compartilhou histórias de bondade de resiliência do Poder do Perdão ela falou não para envergonhará para mostrar a eles o que eles poderiam ser se escolhessem um caminho diferente depois do almoço Dona Benedita reuniu os meninos ela olhou para cada um deles os olhos dela cheios de orgulho hoje não vamos trabalhar apenas na igreja ela disse eu quero que levemos essa bondade para
a comunidade há pessoas nesta cidade que poderiam usar Nossa ajuda pessoas que precisam ver que podemos ser melhores que podemos escolher a bondade o coração de Thiago se encheu de determinação ele assentiu ansiosamente olhando para seus amigos todos eles trocaram olhares um acordo silencioso passando entre eles eles estavam prontos para fazer mais para mostrar que estavam realmente mudando Dona Benedita os guiou pela rua e eles pararam na casa da dona Joana uma casa pequena e aconchegante com uma varanda caindo dona Joana uma senhora negra que morava no bairro há décadas tinha lutado para manter sua
propriedade à medida que envelhecia Dona Benedita bateu na porta dela e quando Dona Joana atendeu os olhos dela se arregalaram em surpresa ao ver o grupo Bom dia Dona Joana Dona Benedita disse com carinho estamos aqui para ajudar com sua varanda ela precisa de um pouco de conserto não acha Dona Joana piscou o olhar dela indo de Dona Benedita para o grupo de meninos que estava atrás dela os olhos dela se estreitaram levemente reconhecendo alguns de seus rostos vocês estão aqui para ajudar ela perguntou a voz dela cautelosa Tiago deu um passo à frente a
voz dele sincera Sim senhora queremos ajudar a consertar sua varanda se a senora permitir Dona Joana os estudou por um longo momento o olhar dela se demorando em Joca que se mexeu desconfortavelmente finalmente ela assentiu um pequeno sorriso se formando nos lábios dela tudo bem então vamos ver o que Vocês conseguem fazer os meninos trabalharam duro durante toda a tarde sob a orientação de Dona Benedita e o olhar atento de Dona Joana eles substituíram as tábuas quebradas lixar a madeira e aplicaram uma nova camada de tinta enquanto trabalhavam Dona Benedita falou com dona Joana a
voz dela calma e suave compartilhando histórias dos esforços dos meninos para mudar lentamente o cansaço de Dona Joana começou a sumir ela observou enquanto Joca pregava cuidadosamente uma tábua no lugar a expressão dele concentrada e sincera ela viu a maneira como Thiago e Cris trabalhavam juntos o riso deles Genuíno enquanto passavam o pincel entre eles e ela viu a maneira como Dona Benedita olhava para todos eles os olhos dela cheios de orgulho quando a varanda ficou pronta O sol estava baixo no céu lançando um brilho Dourado sobre a Rua Dona Joana saiu para sua nova
varanda os olhos dela brilhando com lágrimas não derramadas ficou maravilhoso ela disse a voz dela embargada de emoção Obrigada meninos eu não achei que viveria para ver o dia em que alguém viria ajudar uma velha como eu Joca olhou para cima encontrando o olhar dela pela primeira vez e sentiu algo mudar dentro dele algo que parecia uma esperança genuína ele deu um passo à frente a voz dele suave Nós só estamos felizes em poder ajudar senhora dona Joana assentiu o sorriso dela se alargando bom vocês fizeram um bom trabalho hoje podem ter orgulho os meninos
trocaram sorrisos uma sensação de realização tomando conta deles Dona Benedita os observava seu coração cheio ao ver a mudança em seus olhos eles tinham enfrentado seu passado assumido a responsabilidade por seus atos e agora estavam escolhendo fazer a diferença enquanto os meninos juntavam suas ferramentas e se prepar para partir Dona Joana chamou Dona Benedita você fez uma coisa boa com esses meninos Dona Benedita ela disse a voz dela cheia de admiração você mostrou para eles que eles podem ser melhores Dona Benedita sorriu os olhos dela brilhando eles mostraram isso para si mesmos dona Joana Eu
só dei a eles a oportunidade e com isso os meninos e Dona Benedita Voltaram para a igreja o ar da noite cheio de risos e conversas o peso do que tinha acontecido naquela noite terrível não tinha desaparecido mas tinha-se aliviado tinha se transformado em algo novo algo que tinha o poder de curar todos eles sabiam que ainda tinham um longo caminho a percorrer mas estavam prontos para trilhar esse caminho juntos Obrigado por assistir se você gostou dessa história não deixe de se inscrever para mais não se esqueça de Compartilhar este vídeo com seus amigos e
confira nossas outras histórias há sempre mais para explorar