a [Música] pouca gente tava lá na hora do grito da Independência que a gente sabe que tem muito de Mito Mas não deixa de ter acontecido [Música] Dom Pedro primeiro tava no meio da viagem para conseguir o apoio lá da boa elite brasileira dos escravistas quando ele recebeu a notícia de que o caldo te em tornando E aí ele anunciou o rompimento com Portugal E aí é um grupo pequeno que acabou presenciando esse momento fundador da nação brasileira [Música] eu tava Dom Pedro os criados dele né os escravizados porque afinal gente rica não pode até
hoje nem lavar própria cueca no Brasil imagine naquela época imagine a realeza e tava também um grupo bem reservado de homens brancos pela Verdade Aquilo foi mais uma cavalgada né uma farra de garotos né uma São Paulo a cavalgada tinha começado nos dias antes pela Fazenda Santa Cruz que era casa de Veraneio da família real é onde hoje é o bairro Santa Cruz na zona oeste do Rio de Janeiro aliás essa Fazenda chegou a ter de uma só vez mais de 2.000 escravizadas se você já ouviu que a família real depois Imperial não tinha escravizados
já saiba que isso é lorota tá bom A primeira parada da comitiva depois de sair do rio foi em Santa Cruz e a segunda parada foi numa outra Fazenda em São João Marcos a um 120 km do Rio a comitiva passou a eu e o dono dessa propriedade se juntou ao grupo Vale em São João Marcos Joaquim se incorporou a comitiva mais Cavaleiros se ofereceram para acompanhar e assim se deu o famoso grito do Ipiranga né que é romantizado né com aqueles cavalos brancos e aquela coisa napoleônica na verdade que estavam todo montado em bestas
né em burros porque cavalo nenhum aguentava essa jornada rio-são Paulo por mais que tenha sido um perrengue era um sinal de muito prestígio poder fazer parte dessa cavalgada poder compor a guarda de honra do Futuro Imperador e o que que era necessário para estar nesse seleto grupo além de ser homem Claro e descer Branco precisava ter muito dinheiro muito dinheiro e se lembra de um dos objetivos principais nessa Romaria né garantia para as elites que mesmo com a separação de Portugal a escravidão seria mantida daí quando chegava o Dom Pedro para fazer essa promessa não
era só ele quem tava falando era um também todos aqueles fazendeiros ricos que estavam acompanhando ele referendando ele dando credibilidade E no meio dessa turma tava o Joaquim do Joaquim distribuir essa mão de obra pelas fazendas que ele tinha na serra Fluminense nas 70 propriedades ou quase sem propriedade que ele tinha toda a Serra número gigantesco milhares de escravizadas aquisição de terras novas para você desmatar e plantar o café e com isso você tinha alta produção de café isso que tá falando é o aloysio meu nome é aloysio Clemente Maria infante de Jesus breves beiler
O Luiz é advogado e pesquisador sabe tudo da vida do Joaquim o Joaquim ele é contemporâneo do Barão de Mauá né que eram Industrial foi o homem mais rico do Brasil na época né Joaquim alcançou o ponto mais alto de riqueza logo depois o Barão de Mauá então quer dizer essas pessoas eram empresários na empresário de grande sucesso o Joaquim era um empreendedor sabe se fosse hoje Joaquim seria citado como exemplo por tudo quanto é Colt sujeito de visão multiplicavam dinheiro e é chamado de rei do café está com saudades da novela Império das Aventuras
do Comendador José Alfredo bom Comendador é um título dado a pessoas que se destacam por algum motivo e você sabia que em outras épocas houve em Comendador que foi praticamente dono da maior parte das terras aqui do sul do estado fomos atrás da história do Rei e o Comendador Joaquim José de Souza Breves assim o Joaquim era commendador um peso essa palavra Comendador era um título uma ordem honorífica concedida pelo Império em agradecimento pelos serviços prestados à nação e não só o Joaquim chegou a Comendador como irmão dele também o José de Souza Breves o
Joaquim e José eram os irmãos greves então o nome que eu gosto muito tempo dos breve foi um período de 100 anos vamos dizer assim em que a família breve Dominou a região do Vale Fluminense o vale Fluminense foi o maior produtor de café do mundo na época e os dois tinham dezenas de fazendas dezenas era tanta fazenda que Joaquim dizia que dava para ir do Rio até Minas e do Rio até a divisa com São Paulo sem pisar fora dos seus territórios Só indo de uma fazenda para outra por exemplo São Joaquim da Grama
que era sede e Residência do Comendador Joaquim breve com Joaquim da Grama era um verdadeiro Palácio murada por muros altos né no alto de uma pequena Colina da ali ele comandou e construiu o império dele é então tem muito gelados da visita de embaixadores de pessoas de outros países sobre a Fazenda da Grama do Luxo estar era de ouro toalhas de linho importadas da Ilha da Madeira Móveis e porcelanas francesas e os irmãos breve assim como muitos outros hoje e devia dos fazendeiros do século 19 representam o que nós podemos chamar de classe orial ele
diferente Este é o Tiago Campos pessoas ele é Historiador e professor e escreveu o livro O Império da escravidão o complexo Breves no Vale do café e maneira resumida diria que o José e Joaquina em breve os dois representam um de maiores senhores de escravos do período imperial uma ideia tchau José Breves quando a sua esposa morre em 1868 ele era se onde cerca de mil 350 indivíduos isso para a realidade brasileira era completamente fora de padrão e o Joaquim também os observadores de época do Jornal de ela fica Dizem que o Joaquim Breves Elas
serão de três mil ficantes então a gente pode dizer com a certa tranquilidade que esses dois relógios é e o Joaquim breve era o senhor de quase 5.000 pessoas E aí Ah eu queria que você pensasse um pouco nesses números que aliás nunca são só números eram vidas eram pessoas cada uma delas mas por enquanto vamos focar Sônia essa quantidade e quando a gente pensa na escravidão em quem é que tinha escravizadas os proprietários os senhores e assim as é como imaginar um grande fazendeiro dono de dezenas centenas de escravizadas fazendeiros como os irmãos Breves
Mas naquele tempo naquele Brasil a escravidão era algo totalmente naturalizado era estrutura daquela sociedade a base de tudo e por isso muita gente tinha escravizadas um terço dos chefes de família do Brasil era dono de pessoas escravizadas e olha que custava caro comprar um escravisado Mas dava até para comprar a prazo aumentar o custo Claro mas com o tempo aquele escravizadas acabaria pagando o próprio custo por meio do trabalho dele isso se não morresse por causa do trabalho forçado mas muita gente preferiu arriscar é por isso que não só gente rica tinha escravizados e havia
até pessoas negras que tinham também o escravisado era a moeda naquela sociedade a moeda mais valiosa então quando uma pessoa negra livre consegui a acender um pouquinho e isso era bem difícil mas quando uma outra conseguir alguma mobilidade ela tentava adquirir bens adquire Posses e o escravizado era a posse mais valiosa de todas É isso que eu tô dizendo não é novidade nenhuma Inclusive tem muito supremacista branco que gosta de citar esses casos excepcionais como se fossem a regra mas o que esses mesmos supremacistas não se tão é que essas pessoas negras donas escravizados eram
uma minoria da minoria os dois pesquisadores o Francisco Vidal Luna e o Hebert S Klein analisaram os dados de São Paulo no começo da década de 1830 94% dos donos escravizados eram brancos 94% só seis por cento eram pardos ou pretos a minoria da minoria e eu nem preciso dizer que para cada pessoa negra que tinha um escravizado tinha muitas outras pessoas negras lutando por liberdade não só disse mas dos outros nos milhares de quilombos pelo país por exemplo o e sendo o dono branco ou negro quando se olha para o Brasil nesse período todo
Brasileira de leves todos os municípios do império todos sem exceção em acerto 19 existe alguém que fosse o escravo mas essa posse ela é uma pós pequena Geralmente as pessoas tinham um dois no máximo três escravos Esse é um padrão do Brasil somos cinco ou seis por cento dos Senhores tinham mais de 20 escravizados o e os irmãos breve tinha um milhares milhares a Mas eles eram empreendedores grandes empresários Com certeza foi por meritocracia aqueles acumularam essa riqueza toda em 1829 o Joaquim Breves tinha 50 escravizados é muito mas ainda não são milhares 20 anos
depois já eram três mil certamente acordou ao lado dos irmãos Breves ela tem como ponto inicial o tráfico de africanos e e o Comendador Joaquim e o Comendador José os irmãos Breves os grandes empreendedores eram traficantes de escravizadas você quer essa figura do traficante que a gente sempre remete a ele é quase como uma figura simbólica quase sempre eram consignatário ou proprietário do Navio Negreiro mas esse sujeito Na verdade ele era um grande empresário um sujeito que articulava interesse e financiamentos Seus e de outras pessoas e a gente já falou um pouco sobre isso no
primeiro Episódio o tráfico de escravizados eram entendimento que custava muito dinheiro porque o sujeito tinha que ter não só o navio mas o pessoal para fazer toda a operação e também os produtos tanto para alimentar a tripulação e os escravizados quando para trocar por mais escravizados na costa Africana e o tráfico também era um negócio arriscado porque muita coisa podia dar errado no caminho e uma parte enorme das pessoas que eram sequestrados simplesmente não conseguiram sobreviver à viagem cerca de 670 mil africanos morreram antes de chegar ao Brasil porque as condições eram desumanas 670 mil
e o tráfico era arriscado mas se desse certo dava muito lucro então muita gente rica participava se não fosse o cabeça da operação entrava como sócio encontrei um livro Carla que é uma das coisas mais impactantes que eu já tive contato em relação à documentação do tráfico e da escravidão deixaria de escrita a carga do navio e era uma criança e jovem já demarcados com os profissinais de propriedade e o cabeçalho do nosso dizia mínimo sou moleque hipertensão fulano de tal e aí venha marca que representava esse fulano de tal certamente no cadeado na pele
daquele menino daquela menina EA violência não parava no desembarque nas fazendas de café por exemplo a jornada de trabalho era de umas 15 horas por dia com meta de produtividade que não cumprirem a meta era torturado e a partir da estrela no século 19 o café ele começa a te contar como commodity no Brasil o ator que a bandeira do império do Brasil ela nasce com o ramo de café Então café ele é projetado nos anos 20 coloca em Pau aposta econômica do Brasil nação que surgir o espírito empreendedor dos irmãos Breves fez com que
eles investissem no tráfico de escravizados no momento de explosão do café o que o que sim eles fazem senhores Como José Joaquim tantos outros senhores do Vale do Paraíba e permitir que politicamente e economicamente socialmente a escravidão ela se proporcione o exato momento que o café se coloca como um projeto Nacional EA escravidão se pro funciona como um elemento importante mais lá eu diria dessa economia cafeeira de uma maneira muito particular no caso do Brasil a escolha por manter a escravidão não garantiu só a unidade do Brasil independente foi graças à exploração e foi graças
a tortura de pessoas negras que o novo país se tornou viável economicamente foi só por causa da escravidão que a própria colonização portuguesa finalmente se pagou e lá em 1500 todas as primeiras décadas tinham sido de prejuízo para coroa até que os portugueses começaram a escravizar as pessoas para produzir açúcar primeiro foram os indígenas aliás é importante lembrar que houve escravização indígena que teve um genocídio dos nossos povos originarios e que essa escravidão duram muito mais tempo do que a gente geralmente aprende na escola nas primeiras décadas de colonização em algumas regiões até séculos a
maioria da mão-de-obra escravizada era de pessoas indígenas daí por uma série de motivos houve uma transição para mão de obra africana que começou a chegar a partir da década de 1560 Entre esses muitos motivos teve uma série de epidemias que acabaram dizimando as populações indígenas e essa transição de uma escravidão para outra também não foi da noite para o dia as duas a escravidão indígena e africana Ainda foram empregadas juntas por muito e no Paraná uma em Minas Gerais por exemplo só começou a ter mais escravizado africano do que indígena no começo do século 18
e eu no colégio que a gente aprende sobre os ciclos econômicos né açúcar ouro café não teria tido nenhum desses ciclos sem a mão de obra escrava usada desde os tempos da colônia todas todas todas as riquezas que o Brasil acumulou foram graças a escravidão e Oi e o Brasil foi onde o comércio Negreiro tomou uma dimensão inédita E aí eu já tinha tráfico no mundo outros países também traficavam e dependiam do trabalho escravo mas nenhuma colônia o país no mundo recebeu tanta gente africana escravizada quanto o Brasil nenhuma das 12 milhões e meio de
pessoas africanas que foram arrancadas de seus lares cinco milhões e meio tinha o Brasil como destino é o triplo da América espanhola inteira de todos os nossos vizinhos aqui da América do Sul somados é 12 vezes mais do que os Estados Unidos o ponto que mais recebeu escravizados no mundo ficava no Brasil o cais do Valongo no Rio de Janeiro e e não houve setor da economia brasileira que não tenha tido trabalho escravo não teve do comerciante ao grande latifundiário do Industrial ao médico desde sempre foram mão sementes negras que enriqueceram famílias brancas que até
hoje se beneficiam dessa riqueza na empresa Brasil o trabalho é negro e o lucro é branco eu sou o Tiago rogero e chapéu de Cash do projeto Quirino produzido pela rádio novelo [Música] o Episódio 2 o pecado original e [Música] o Brasil esse projeto com uma grande nação escravista atrelada ao comércio Atlântico de africanos no comércio que era clandestino para o direito internacional clandestino está tudo jurídicos nacionais e que a despeito disso ele tomou uma proporção né dita a partir dos anos 30 por agências de senhores como o Joaquim José de Souza Breves Faltou contar
esse pequeno detalhe sobre os irmãos greves não é só que eles eram dois dos homens mais ricos do Brasil muito próximos do Imperador Dom Pedro primeiro e nem é só que essa riqueza toda vinha do tráfico e da exploração de pessoas escravizadas o Joaquim e o José de Souza Breves foram traficantes quando o tráfico já era ilegal Eles foram contrabandistas de pessoas ilegalmente escravizadas até para os padrões daquela época o que eles estavam fazendo era contra a lei lei de sete de novembro de 1831 a primeira lei que regulou o fim do tráfico negreiro Transatlântico
da África para o Brasil este é o Tamis parron Historiador e professor essa lei está entre as 10 leis mais importantes da história do Brasil ao lado de outras leis muito importantes como a própria lei da Abolição da escravidão a CLT o ECA Estatuto da Criança e do Adolescente Tô voltando um pouquinho mais um tempo a Inglaterra era aliado dos portugueses desde a vinda da família real para cá e depois da Independência continuou como principal parceira comercial do Brasil para reconhecer o Brasil como nação independente os ingleses exigiram um monte de coisa por exemplo condições
alfandegárias especiais para os produtos industrializados deles quando chegassem aqui mas só isso não garantir igualdade de preço Afinal além dos custos de importação a produção no Brasil tinha uma vantagem considerável podia importar mão de obra escravizada daí 1826 Brasil Inglaterra assinaram o tratado anglo-brasileiro os ingleses reconheceram o Brasil como nação independente e o Brasil além de baixar os impostos de importação se comprometeu acabar com tráfico de escravizados em 3 anos e ainda Cíntia muito senhor achando que o Brasil e a continuar não dá muita Pelota para os ingleses Afinal esse nem era o primeiro tratado
pelo fim do tráfico outros dois bem parecido já tinham sido assinados Antes pelo Dom João me nada aconteceu e no meio disso tudo o Dom Pedro acabou cometendo um erro que postar ia bem caro para ele ele ratificou o tratado com a Inglaterra a partir daquele momento acordo oficialmente entrava em vigor em três anos o tráfico e acabar só que o imperador fez isso sem consultar a classe política os deputados e senadores a elite política do império as mesmas pessoas que tinham ajudado ele a romper com Portugal a elite política brasileira ela quer ser uma
elite colocada como diplomada mas ela é uma elite escravismo o núcleo da medula Esses deputados e senadores dependiam da escravidão então quando o Imperador oficializou tudo sem falar com eles a relação azedor é importante dizer também que estuda ainda antes do Boom do café EA economia do Brasil independente não tava lá essas coisas fora isso tinha muito português ocupando o cargo de confiança no governo então começou a rolar um boato de que Portugal poderia recolonizar o Brasil O Dom Pedro é sempre bom lembrar era português foi uma bela do independência é assim que o colonizador
ficou como líder do novo país aliás um rápido parênteses aqui uma fofoquinha em 29 O Dom Pedro terminou um relacionamento extraconjugal que ele tinha com a Domitila de Castro Canto e Melo a Marquesa dos Santos daí Precisava de alguém para transportar os móveis dela do Rio para Santos sabe quem emprestou o barco o Joaquim de Souza Breves o navio era União feliz bom mas aí corta para 1.830 para melhorar a relação com o congresso O Dom Pedro escolheu como o braço direito como principal Ministro o Marquês de Barbacena o nome dele era Caldeira Brant ele
era Senador e tinha um ótimo trânsito com a câmara dos deputados mas ele tinha tanto trânsito que o Dom Pedro ficou com ciúme E em 31 ele demitiu o ministro daí o caldo entornou de vez com o congresso e os parlamentares conseguiram o apoio do exército para pressionar o imperador dom Pedro tava acuado e aceitou trocar todos os ministros portugueses por brasileiros mas depois ele voltou atrás Teve uma confusão na cidade e uma multidão foi para Rua exigindo a partida do Imperador e o exército do Dom Pedro desertou e o Imperador renunciou abdicou do Trono
em favor do filho o Dom Pedro Segundo que tinha só cinco anos e daí sabe a quem que o Pedro Primeiro confiou a tutoria do Imperador criança São José Bonifácio que tinha sido braço direito dele no processo da Independência mas que depois foi demitido e exilado já tinha uns dois anos que o Bonifácio tinha voltado do exílio E aí Oi e aí essa queda do Pedro Primeiro criou no país um clima Geral de segunda Independência agora totalmente livre de Portugal Afinal o Imperador criança tinha só cinco anos mas era nascido no Brasil e para marcar
esses novos tempos o Marquês de Barbacena o outro braço direito que também tinha sido demitido pelo Imperador propôs uma lei brasileira para acabar com tráfico negreiro você tá difícil acompanhar é assim mesmo essa história tudo é por o suquinho do Brasil a ideia com essa lei ela fazer uma afirmação da soberania Nacional não eram só os ingleses pressionando pelo fim do tráfico agora era O parlamento brasileiro que tava tomando a iniciativa o que essa lei diz é muito simples ela prevê que nenhum africano escravizado entraria no Brasil a partir da data dela isso é muito
importante primeiro o tráfico negreiro Transatlântico existia fazia mais de 200 anos quase trezentos e essa lei coloca um fim numa instituição multissecular ela disse que aqueles africanos introduzidos é um país ao arrepio dela da Lei receberam a liberdade serão declarados livres e nisso Tiago ela foi muito radical porque na história Atlântica outros países que também traficavam quando aboliram o tráfico não saíram concedendo liberdade aos africanos introduzidos por debaixo dos panos o país que mais traz ficava no mundo agora é mais radical na hora de combater esse tráfico e não parava por aí ela manda prender
o financiador do Navio Negreiro o comandante do navio e as pessoas que ajudasse no desembarque dos africanos e aí você pode estar se perguntando porque eu também estou mas como um país escravista fez uma lei nesses termos A lei foi feita num dos momentos mais radicais da história política brasileira o imperador Dom Pedro 1º tinha acabado de cair As ruas estão agitadas O parlamento inquieto e empresa andava cheia de as novas não chegando a propor imposto sobre propriedade rural chegando a propor o fim da escravidão tirando até a contemplar votos para as mulheres o que
na época também era bastante polêmico a Leia fruto desse espírito inflamado talvez você já saiba que é Essa é aquela que ficou conhecida como a lei para inglês ver você já ouviu essa expressão né para inglês ver' é algo que é meio que de mentirinha só funciona na aparência mas não de verdade foi essa lei ou melhor foi o descumprimento desta lei que deu origem à expressão só que o que talvez você não saiba é que essa lei foi cumprida por cerca de quatro anos mais ou menos isso não é pouco tempo basta pensar na
tortura coletiva que é viver quatro anos sobre bolsonaro essa lei foi relativamente respeitada por quatro anos o desembarque de Africanos escravizados no Brasil a aprovação dessa lei caiu para um mínimo histórico o menor volume numa longa série histórica que chega a Record até o século 17 tala para ter lá embaixo ali não nasceu para inglês ver a expressão para inglês ver' agesta da num segundo momento quando essa lei é atacada bombardeada deslegitimada e enterrada viva em favor de interesses Negreiros eu não sei se você lembra de algo que a professora ainda aí Lopes dos Santos
a nossa consultora história para esse projeto falou no primeiro Episódio a escravidão uma instituição e ela perdurou por que você tinha um grupo de senhores de escravizadas que era um grupo que também formou a elite política brasileira o as elites políticas brasileiras Nas suas multiplicidades nas suas discordâncias elas tinham essa base comum que era o fato deles serem proprietários de escravizar as elites brasileiras elas tinham suas diferenças elas discordavam elas brigaram mas se tinha um lugar que elas compartilhavam um ponto em comum era um lugar de senhores de escravos é bem agora que a economia
podia explodir por causa do café uma Leizinha e atrapalhar um progresso o Brasil ele tem dessas coisas entre eles uma potência para surpreender positivamente como a lei de 31 e uma enorme capacidade de auto-destruição como a reabertura do tráfico negreiro sobre a forma de contrabando contra essa lei quem terra essa lei aí as forças obscuras que fizeram o golpe de 64 e que elegeram o bolsonaro evidentemente não são as mesmas pessoas mas é o mesmo espectro do campo político na época essas forças obscuras eram os grandes fazendeiros cafeicultores do Vale do Paraíba do Rio de
Janeiro e de São Paulo mais proprietários do Sudeste de Minas Gerais e do oeste de Minas Gerais na época essa gente era podre de rica formava o império em tentação aqueles fazendeiros fizeram pressão para suspender a lei de 1831 e receberam licença para escravizar ilegalmente a rodo a partir de 1835 1836 por cerca de 15 e eles escravizaram Thiago é um tratado com a Inglaterra dia antes da independência de 1818 já proibia o tráfico de pessoas sequestradas em países africanos acima da linha do Equador ainda assim pelo menos 50 mil pessoas desses países foram trazidas
nesse período e depois da lei de 31 pelo menos 740 mil pessoas foram ilegalmente a trazidas para o Brasil 740 mil pessoas que pela lei não poderiam ter sido sequestrados e trazidas para cá e uma vez que foram trazidas deveriam ter sido imediatamente colocadas em liberdade e não só é essas pessoas foram ilegalmente escravizadas como seus descendentes porque a escravidão seguia o útero de uma mulher escravizadas ficasse grávida o filho dela por lei era considerado o propriedade do Senhor o Tamis parron chama o que aconteceu nesse período de a política da escravidão e foi um
pacto político um arranjo de acordo entre elites tão importante quanto um pacto constitucional tem a política da escravidão envolve os grandes políticos da época o centro de comando do Estado a elite financeira do Rio de Janeiro quero a corte do império do Brasil e os grandes proprietários de terras e de escravos do país em torno da defesa da escravidão e da Defesa do tráfico negreiro como uma estratégia mesmo para gerar riqueza privada para gerar crescimento econômico e para financiar o estado Imperial que na época estava sendo construído tinha uma facção na Câmara dos Deputados que
eram os conservadores também chamados de partido do regresso ou então Saquarema Mas eles começaram a defender em bloco a reabertura do tráfico teve um deputado o Bernardo e os elos que pediu a revogação da lei argumentando que a culpa não era nem dos traficantes nem dos fazendeiros que insistiam na ilegalidade segundo ele quem tava errado era quem dilatava os criminosos para receber as recompensas em dinheiro que a lei previa até o autor da lei o Marquês de Barbacena propôs que ela fosse revogada ele falou que era intolerável que os proprietários tranquilos chefes de família respeitar
os homens cheios de indústria em virtude pudessem ser incriminados por causa do tráfico É mas não só parlamentares e senhores de escravos tinham culpa nesse cartório aí o governo também os traficantes se a gente já falou sobre isso aqui eram as pessoas mais ricas do Brasil e ele sempre diversificaram os investimentos por exemplo concedendo empréstimos tanto particulares quanto para o governo e o império era o principal devedor desses traficantes devia para os mesmos caras que agora na teoria deveria combater nesse momento que a atenção da imprensa tá voltado e trocou vídeo o tesouro Imperial também
arrecadava e muito com o comércio negreiro e com a produção dessa mão de obra escravizada a oportunidade que nós temos é passar as reformas infralegais de desregulamentação como a proibição do tráfico fez a arrecadação cair Império decidiu deixar passar a boiada então país precisa ter o curso nosso aqui Enquanto estamos neste momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa Por que só fala de convide e passando a boiada Talvez nós temos tido o primeiro episódio da Boiada na história brasileira O que faz sentido porque se a política do contrabando e do tráfico negreiro e
da escravidão um som a nossa primeira política pactuada de crescimento econômico faz sentido que a primeira a boiada não seja essa agora do Ricardo Salles mas seja dos escravistas da década de 1830 em 1840 e os seus apaniguados políticos políticos coniventes e co-gestores do crime porque o que eles estão fazendo um crime não uma imoralidade para os nossos valores é um crime medido pela régua da própria legislação da época de modo geral o estado recebi a legitimidade porque ganhava o apoio Tácito das classes proprietárias em geradas os políticos recebiam apoio político Ministério da Fazenda ampliar
a sua base é porque o aumento da escravidão significava aumento das exportações Então quem estava no andar de cima da máquina pública também levar o seu estado brasileiro que tem mais qualidade absoluta sobre a reabertura do tráfico a partir de 1830 por algum motivo já aqui de novo o Tiago Campos pessoa que estudou a fundo a trajetória dos irmãos Breves O Tiago já escreveu que essa liberação do contrabando foi um dos maiores casos se não o maior caso de corrupção sistêmica da história do Brasil as autoridades brasileiras elas foram mais do que conivência elas foram
partes elas tomaram parte a favor do tráfico a elite política Imperial ela fez silenciar sobre desenvolvimento do traço todo mundo sabia aí ele sabia sociedade sabia e a coisa continuava acontecendo porque era algo do qual próprio estado brasileiro precisava perguntar é da sua pauta de exportação muito atrelada ao café essencialmente E aí que entram os irmãos Breves é verdade esses senhores eles são estudos de casos interessante para a gente entender como uma parcela importante da Elite sustentou em termos práticos a continuidade do Comércio de Africanos EA transformação do próprio comércio de africanos e uma atividade
que talvez não tivesse parâmetro termos de lucratividade e em termos de dimensão deslocamento o Atlântico para o Brasil até então a estimativa é que diz quase cinco milhões de africanos que desembarcaram no Brasil em cerca de 300 anos de tráfico mais de dois milhões tenhamos embarcados no primeiro a metade do século 19 e desses 800 mil e vinte anos o período que o tráfico ilegal em outros falar a gente pode dizer que espírito da ilegalidade em que esses senhores foram protagonistas foi período da nossa história onde o tráfico de Africanos foi mais João é mais
intenso e talvez provavelmente Mais Cruel se é que a gente pode traçar Paralelos de crueldade os irmãos Breves viram na proibição do tráfico não um problema mais uma oportunidade de negócios e a tal alma empreendedora muito traficante antigo tinha pulado fora os irmãos viram esse vácuo de poder e assumiram a operação o que eu diria que realmente mudou com o tráfico é inicialmente senhor esportes de sair do esporte de enxergar ele é com ilegalidade você tem uma dispersão ter o litoral africano da mesma forma que ela dispensam no litoral africano a uma depressão no litoral
brasileiro tão esportes legais por exemplo mais famoso deles no mercado Valongo melhor que sair de uma portuária do Rio de Janeiro que o ano no Valongo ele deixa de existir de fato antes da proibição O Cais do Valongo tinha recebido sozinho um milhão de pessoas a dispersão desse desembarque ao longo da Costa Brasileira então área é só áreas turísticas famosos no Rio de Janeiro como uma ilha grande Búzios é o litoral que começa a se especializar com algumas praias específicas na recepção de africanos e claro os irmãos Breves não estavam agindo sozinhos não era só
para abastecer as dezenas de fazendas deles que eles contrabandeavam uma coisa que eu acho que muda de maneira interessante ela envolvimento da própria classe senhorial da Elite Imperial com o tráfico é aconselho legal essa existe ela precisa sustentar não só politicamente como sustentou Mas ela precisa criar as condições sociais até mesmo logísticas para que esse comércio aconteça a despeito da ilegalidade então a gente pode dizer com certa tranquilidade que os 800 mil africanos que chegaram aqui ele só chegaram porque uma fração talvez hegemônica Ou seja a fração mais importante da elite brasileira criou as condições
políticas sociais econômicas e esses e para que esse carro fica acontecesse e o que a gente vê de certa forma na própria produção da história brasileira é uma certa a construção de uma vizinha são sobre esses indivíduos como se eles tivessem sido também vítimas eles traficantes mas ele não é o vídeo mas não só porque Espera aí que ainda tá faltando gente nessa equação não era só o estado brasileiro os políticos não eram só os traficantes nem eram só as elites a escravidão era não são ativo econômico Mas ela é uma instituição compartilhada por boa
parte da sociedade aqueles que não eram o senhor de escravos queriam ser então nos anos 1830 1840 o brasileiro comum também apoiavam tráfico já fica lindo não vinha algo maléfico ele não via problema moral humanitário daquele comércio o buraco é muito mais embaixo é mais fácil a gente pensar numa história com um grande vilão ou com os grandes vilões mas é realidade não costuma ser tão simples assim a fotografia da sociedade brasileira como um todo é bem mais feia do que você quer admitir só se Manteve quando este ano em operação que houve um acordo
nacional para que ele continuasse existindo um grande acordo Nacional então por exemplo José e Joaquim breve eles voltarão fazendo as litorâneas particular o tráfico houve a participação direta direitinho das autoridades que por vezes eram as próprias autoridades dos fortes dessas praias que fazer o recebimento dos africanos entendeu é algo assim acreditado e os irmãos Breves tinham essas duas fazendas gigantescas longe da corte montadas e especificamente para receber esses navios e legais e para fazer a engorda dos escravisados antes de eles serem distribuídos de vez em quando o governo brasileiro fazia uma outra apreensão de navio
só para fingir que estava cumprindo a lei para inglês ver E numa dessas operações apreenderam um barco União feliz do Joaquim aquele mesmo que tinha feito a mudança da ex-amante do Pedro Primeiro durante todo esse período os irmãos Breves continuaram super próximos do poder e aumentando a influência política ele só se tornaram comendadores por exemplo no fim dos anos 40 quando já estavam contrabandeando há quase 20 anos nos anos 40 também cada um deles chegou a acumular ao mesmo tempo as funções de Deputado provincial Vereador e Juiz de paz dos seus municípios quem sabe quem
era incumbido no interior de decidir sobre os navios suspeitos de contrabando o juiz de paz era raposa tomando conta do galinheiro Audácia em burlar a fiscalização isso era muito próprio do Joaquim grevy ele não tinha medo de nada ele não se importava a própria Restinga da Marambaia foi adquirida pelo Joaquim para servir de recepção de mão-de-obra escravizada estão Joaquim tinha embarcações que trafegavam continuamente entre o litoral EA ponta da Restinga que a ilha da Marambaia que ali na ilha ele tinha uma Grande Senzala e o navio tumbeiro vinha da África e desembarcava carga na Marambaia
na carga humana não aqui de novo o aloysio advogado e pesquisador que a gente ouviu no começo do episódio Aliás já faz tanto tempo que ele se apresentou o que eu vou colocar de novo é o nome aloysio Clemente Bom dia infante de Jesus Breves beiler em alguns locais como por exemplo Piraí era comum e o garoto de um professor que ele costumava dizer o seguinte Abram Alas que está entrando a nobreza de Piraí não entendia muito aqui ou mas era o que ele usava tempo e depois na faculdade algumas pessoas vinham falar comigo e
fala mais uma você é breve da família Breves ou Aloísio Breves eu descendo do Joaquim breve né Eu sou a quinta geração uma vez uma jornalista me fez essa pergunta como você consegue viver carregando um nome tão pesado quanto esse é E a foto é grande Jorge está corda não for grande fui pouca já tô empalhando já tá encalhando está calçados Olha o bagre rapaz olha o bagre é porque rasinho assim né que é assim ó é isso aqui era um caminho para fazenda desembarcava ali no mar embarcar Vale teve olhar as ruínas do Cai
Esta é a Vânia guerra aqui são juninas da Fazenda de engorda gente como vocês estão vendo tem esse só tem as pilastra a gente foi até à Ilha da Marambaia que fica na ponta da Restinga de Marambaia de carro ficar umas duas horas do Rio depois mais uns 30 40 minutos de barco aquela Senzala Senzala só que o barro por si dó si Barro cozido Olha que coisa linda esse tijolo ainda pouco tempo estavam se fazendo aqui tá esse daqui é trabalho demais vindas de Engenheiros mais lindas dentro dela tá abraçado o fogão que era
feito aguento que era feita a comida dos negros que era feito o remédio e um dos Remédios muito importante que ficou entrar gente foi a Aroeira que ainda hoje o povo o tipo GR isso é tudo o que restou do que um dia foi a Senzala de uma dessas fazendas dos irmãos Breves que funcionava especificamente para receber os navios no período do contrabando ali tem um quilombo o quilombo da ilha da Marambaia formado por remanescente daquelas pessoas trazidas para o Brasil no período do contrabando nós estamos aqui na praia do Sino os navios aportaram ali
atrás dessa ilha e dali que os negros eram tirados elevado para fazenda durante a escravidão por uma canoa esses negros que iam forma sem eles vinham de lado o continente Africano para cá aqui eles ficavam em quarentena porque aí a fazenda daqui que antes era de café passou a ser de engordar meu Deus Roubados aqueles em bordavam não engordava vão se recuperavam e eram vendidos ou representados nas fazendo então muito toda a comunidade quilombola do litoral a tendência do Rio Todos eles passaram por aqui são todos os nossos parentes e e quando estive na Marambaia
eu falei Calma eu não sou a reencarnação do Comendador Breves não eu quer dizer o nome causa espanto aqui de novo o aloysio Breves descendente do Joaquim Breves eu vejo isso muito isso no interior do Estado uma espécie de patriarcado ainda dominante não é aquela coisa de testagem eu de sabe com quem tá falando E às vezes eu sou até tratado assim alguns lugares né você por conta do nome é livrado de qualquer obstáculo né é uma coisa oleosa o que que o Brasil ainda produz a se lembra que ele tava contando que uma jornalista
perguntou para ele uma vez como você consegue viver carregando o nome tão pesado Quanto isso e eu falei olha eu não Vivi aquela época não vivia aquela época é um sou da família porque nasce na família mas eu não convive com Joaquim não compartilhe com as ideias escravistas dele não compartilhe com nada disso mas eu sou o produto disso O que eu faço é divulgar essa história porque é uma história tão fantástica e tão bizarra que ela merece ser contada nos faz parte da história do Brasil na Joaquim participou do grito do Ipiranga o Joaquim
foi político local considerado por muitos a honra foi o homem mais rico do Brasil num determinado período o rei do café e o Aloísio tem um site em que reuniu tudo que pesquisou sobre a própria família inclusive esses muitos esqueletos no armário o endereço é Breves café tudo junto. Net Eu acho que isso é para ser divulgado é para ser criticado seu objeto de estudo ser aprofundado para que isso não ocorra Jamais eu já ouvi de pessoas que o Breves Era bom porque ele tratava os escravos de maneira diferente bom se era escravo dele já
já é ruim que tem relatos dele levar os escravos ao tronco e mandar espancar e Relatos assim muito ruins marcava as pessoas né imagina se cada família brasileira que enriqueceu com a escravidão também pesquisar se e divulgasse a sua história tem muita informação que tá guardado em Porão em armário Embaú informação que poderia levar pessoas negras não descobrirem mais sobre as suas histórias as suas famílias pessoas que como eu quer saber de onde os seus antepassados vieram e o Brasil tem uma grande dificuldade em encontrar a sua história tão me afeta o nome mas não
afeta o meu bom senso e meu discernimento a história tem que ser contada tem que ser avaliada tem que ser descrita que é pior coisa é você não conhecer a sua história que no caso da família Branca família breve tem história para contar tem explicações a dar tem coisas fantásticas bem grandes exemplos é óbvio que tem né de benemerência de acolhimento mais tentou desse lado obscuro da escravidão que foram modelo adotado pelo Brasil para subsistir para prosperar na sua riqueza aí [Música] E aí olha eu vou dizer que de novo não foram só os traficantes
os contrabandistas que enriqueceram com a escravidão em 1850 o contrabando Negreiro finalmente teve fim foi aprovada uma nova lei que acabou conhecida como a lei Eusébio de Queirós EA gente vai falar mais sobre ela em outro Episódio o que importa dizer agora aqui é que o governo enfim endureceu a fiscalização e não podia mais chegar navio com africanos sequestrados com fim do contrabando todo esse dinheiro acabou ficando Ocioso no mercado porque o tráfico Era um negócio de muitos investidores daí rolou uma febre Consumista EA boa gente rica brasileira começou a importar mais do que nunca
tudo quanto é coisa da Europa perfume roupa arma de fogo piano houve uma superabundância de dinheiro especialmente no sudeste que acabou assumindo ainda mais protagonismo por causa da Explosão do café a superabundância resultou nos ressurgimento do Banco do Brasil que tinha sido fechado quando Dom João sexto foi embora levando todo o dinheiro né nos anos 50 o Visconde de Mauá grande empreendedor brasileiro que já tinha ganhado bastante dinheiro fabricando navios que eram usados para o tráfico assim e quem fabricar vá eram trabalhadores assalariados e trabalhadores escravizados bom mas o Visconde de Mauá liderou um grupo
de empresários que não tinha onde colocar esse dinheiro Ocioso e essa turma criou um banco privado que depois se fundiu com o outro e foi transformado no banco oficial do império hoje o Banco do Brasil E aí a briga invasão pelos portugueses em 1500 foi a escravidão que gerou todas as riquezas do Brasil eu vou dizer isso de novo todo o setor da economia contava com trabalho escravo o sujeito podia ter uma lojinha ter um escravizado e trabalhar lado a lado com ele uma enorme diferença que um recebia e o outro não fora tudo mais
o que está relacionada não tem a própria Liberdade né bom pensando uma riqueza construída antes da abolição é pensar em uma riqueza conquistada por meio da Crueldade e uma riqueza que foi deixada como herança para Os descendentes desses senhores de escravos e mesmo pensando depois da Abolição qual família rica brasileira não se beneficiou dos privilégios e das relações sociais e de trabalho sedimentados por uma sociedade que por mais de 300 anos escravizou um grupo das pessoas negras indígenas e durante todo esse período impediu a ascensão desse grupo a escravidão acabou mas o racismo continuou na
República sempre como uma escolha política daqui um grupo continuasse a ser subjugado pelo outro para continuidade de quem sempre esteve no poder ir em qual pessoa branca rica mesmo as saídas do nada a self-made não se beneficiou e se beneficia até hoje dessas relações e qual pessoa branca mesmo que não é rica não acaba se beneficiando das Diferenças abissais e oportunidades que uma sociedade estruturalmente racista oferece para sua população uma pesquisa divulgada recentemente mostra que trabalhadores negros ainda ganham menos que os brancos e que além da diferença salarial para os negros alcançar altos postos também
é mais difícil uma estudo apresentado hoje em São Paulo mostra que mesmo conhecendo superior a diferença salarial entre trabalhadores brancos e negros chega a vinte e nove porcento na história do Brasil enquanto os brancos podiam brincar de empresário de investidor de empreendedor os negros tinham de lutar para sobreviver Ah e ainda é assim Saber de toda essa luta do meu avô do meu bisavô nem para gente eles estão vivos né perderam o corpo e estão vivos então assim a gente não podia decepcionar que a luta dele essa era a nossa herança é a nossa herança
e temos que abraçar e aí a gente saiu brigando lutando com as forças que tinham com as armas que chega E mesmo depois da lei de 1850 os irmãos breve continuaram a contrabandear pessoas ilegalmente escravizadas houve pelo menos quatro viagens que foram flagradas pelas autoridades por uma ironia do destino foi essa senha de não largar o osso que teria impedido os dois que sublinha ainda mais na escala da nobreza brasileira nenhum deles jamais chegou a receber o título de barão estacionaram em Comendador em 53 o governo fez uma operação numa fazenda do José de Souza
Breves para encontrar africanos contrabandeados o José enviou uma carta para o Eusébio de Queirós que nessa época era Ministro da Justiça e comandava a fiscalização da lei de 50 o José tava com medo de que o governo fosse libertar todo mundo que tinha chegado beijo e 31 desde o início da ilegalidade e o Eusébio disse para ele que podia ficar tranquilo que qualquer música que se de a procurar os negros Agora Importados e nunca para entender com passado e isso é uma coisa muito importante porque a última geração de escravo no Brasil é uma geração
basicamente de escravos Ilegais para as pessoas juridicamente elas eram livres então a escravidão por si já é um horror é uma Barbalha uma aberração imagina uma escravidão que juridicamente é ilegal pelas leis do país e escravizador aqui de novo o Tiago Campos pessoas isso é uma coisa que eu acho que já ficou Claro mas não custa nada repetir cada pessoa africana que foi trazida de algum país ao Norte do Equador desde 1818 e todas as que foram trazidas desde 31 cada uma dessas quase 800 mil pessoas mais os seus descendentes o número que infelizmente a
gente não consegue saber qual é cada uma dessas pessoas foi escravizada e legalmente era contra a lei um crime segundo as leis do Brasil o historiador Luiz Felipe de Alencastro quer um grande estudioso da nossa história e da escravidão ele chama o que aconteceu nesse momento de o pecado original da sociedade e da ordem jurídica brasileira e o que houve mais uma vez um grande pacto Nacional agora para garantir que todas essas pessoas não fossem libertados para evitar rebeliões para garantir a segurança de posse dos proprietários os ricos e Poderosos a classe política toda essa
boa gente brasileira mais uma vez se calou e a escravidão continuou por mais 38 anos só terminou em 88 por Luiz Felipe de Alencastro a última geração de escravizados no Brasil era formada em sua esmagadora maioria por indivíduos Livres sequestradas e legalmente escravizadas o pecado original do Brasil ah e tem outra coisa além de 31 chip ficava quem continuasse a contrabandear como sequestrador um crime previsto no código criminal da época e o que que aconteceu na prática com esses contrabandistas Anistia o exemplo perfeito disso é o do Eusébio de Queirós o ministro da Justiça o
representante do império do Brasil tava dizendo para um desses criminosos ou a partir de agora você tem que parar com isso O que passou passou é muito emblemático essa passagem não se entendeu com o passar nosso país a sociedade ela até hoje não se entendeu que o seu passado quando Eusébio de Queirós disse isso o que tava querendo dizer se olhos africanos que entraram antes da lei de 850 da segunda lei anti-tráfico da Lei Eusébio de herói eles vão permanecer nas férias não clides isso porque ele tá virando a elite Imperial que tem boa parte
de seus escravos africanos e legalmente importado e e quantas vezes na história do Brasil o país teve a chance de se entender com passado e escolheu não fazer isso e foi assim 850 foi assim com Abolição que vez em compensação nenhuma e foi assim com a ditadura militar e vai ser assim até quando o nosso futuro eu quero que essas coisas seis mudas que as pessoas agora que tem condições de saber tem condições de estudar de compreender E aí que faça melhor para que não fique mais ninguém de fora tá para que ninguém perca assim
de conviver com a herança que temos porque isso é o nosso a herança e também de compreender que a resistência vai ser o ponto crucial da nossa herança a herança Nossa é a resistência [Música] o projeto Querino é apoiado pelo Instituto Ibirapitanga o podcast é produzido pela rádio novelo o nosso site projeto que ine.com.br reúne todas as informações sobre o projeto e conteúdo adicional o site foi desenvolvido pela ai eu te convido a conferir também todo o material do pro tô indo que está sendo publicado pela revista Piauí nas bancas e no site da revista
e esse episódio teve pesquisa de Gilberto porcidonio Rafael Domingos Oliveira Yasmin Santos e Angélica Paulo que também fez a produção a edição é do Luca Mendes EA sonorização da Júlia Mattos a finalização da pipoca saúde a secagem e do Gilberto Possidônio e a música original do Vítor Rodrigues Dias estratégia de promoção Distribuição e conteúdo digital via Ribeiro a identidade visual é do Drácula imagem Os transcritores das entrevistas foram Guilherme povos e Rodolfo Vianna a locução foi gravada no estúdio da pipoca saúde com trabalhos técnicos do João Muniz consultoria em roteiro de Mariana Jaspe Paula scarpim
e Flora tão são de vou com revisão de Natália Silva consultoria em História e Nair Lopes dos Santos produção executiva Guilherme Alpendre a execução financeira do projeto é do spes Instituto sincronicidade a interação social idealização reportagem roteiro apresentação e coordenação Tiago rogero esse episódio uso áudios da TV Globo e do SBT agradecimentos a Bárbara guerra e ao Jorge Moreira até o próximo 1