5. Os piores patrões | podcast do projeto Querino | por Tiago Rogero

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Rádio Novelo
A elite que não pode limpar o próprio banheiro nem numa pandemia. Podcast do projeto Querino. A sér...
Video Transcript:
Oi luri antes de começar um aviso esse episódio contém relatos de casos de assédio sexual e assédio moral então fica esse Alerta eu sou o Tiago rogero esse o podcast do projeto Quirino produzido pela rádio novelo lá o episódio 5 os piores patrões e [Música] E aí [Música] e tem uma novela que fez muito sucesso nos anos 80 Sinhá Moça E aí e a tremer toda uma cidade fictícia do interior de São Paulo nos anos que antecederam a abolição e o protagonismo claro como uma boa novela brasileira era branco tem uma figura lá que era
o irmão do Quilombo o nome do personagem era esse era tipo um Zorro Batman um sujeito mascarado que entrava na senzala da fazenda e libertava os escravos lados daí um ponto lá eles finalmente revelam a identidade dele e era um homem branco Mas nem é isso que me chama atenção nessa novela é a cena final é [Música] e a Lei Áurea já tinha sido assinada e daí tava tocando essa música enquanto mostrava um grupo enorme de pessoas andando em direção a fazenda os homens estavam de terno e chapéu alguns estavam de boina e as mulheres
de camisa de linho saia comprida lenço no cabelo todo mundo Branco meu Deus os italianos a única personagem Negra nessa cena é ABA interpretada pela grande Chica Xavier ela era uma escravizada fazenda mas ela trabalhava na casa doméstica na época da escravidão se dizia também mucama e abate ácido Também Ama de leite da protagonista a Sinhá Moça é a única coisa que a personagem dias na cena toda é isso que ela tá segurando um bebê branco os patrões a sacada olhando para os italianos que acabaram de chegar quer que eles estão falando Sinhá eu não
sei dar que que acho de língua Essa é italiano bar italiano eu não gostei dele Daí ela sai andando pela sacada olhando feio para os italianos e entra na casa e assim a moça começa a falar com aquela multidão que tinha acabado de chegar Diga a eles que são todos bem-vindos A Fazenda Araruna que eles ficaram alojados da melhor maneira possível fica enquanto mas nós cuidaremos para que todos possam construir as suas casas Diga a eles que eles são livres para andarem pela Fazenda as crianças para brincar mas tome cuidado com o rio diga também
que depois que ele descansarem Eu chamarei 1 a 1 para conhecê-los melhor teremos um jeito de nos entender daí assim a moça fala mais um pouquinho entra esta música de fundo e a Câmera começa a mostrar um monte de pé E caminhando pés descalços a câmera depois se move por um contra luz visto de baixo dá para ver só as silhuetas das pessoas mas dá para perceber que os homens por exemplo não tem chapéu nem terno e nem sequer camisa e a Câmera finalmente Mostra o rosto das pessoas O que são pessoas negras nós somos
escravizados da Fazenda e os italianos chegaram os negros são ir embora [Música] o que mais me incomoda nessa cena é essa ideia que tá cristalizada até hoje na mente das pessoas dessa transição quase que automática entre o trabalho escravo eo trabalho livre como se tivesse sido de uma hora para outra como se já não tivesse começado muito antes porque havia muitas pessoas negras que tinham conquistado a própria liberdade e já trabalhavam Livres há muito tempo é e como se o europeu tivesse sido trazido para finalmente superar uma inaptidão do Trabalhador africano e afrodescendente como se
o negro fosse um incapaz um preguiçoso como se agora o país enfim pudesse avançar não porque acabaram com a obscenidade que foi a escravidão mas por que o trabalho seria finalmente executado por mãos mais capazes o grande trabalhador europeu e você sabe por que que houve um incentivo a migração europeia né já que não dava mais para explorar a elite branca e as autoridades que liam dizimar a parcela Negra branquear a população e olha aqui nada contra os italianos que vieram muitos de origem humilde e nem foram só italianos que vieram nessa época espanhóis e
portugueses também a gente sabe que muitos deles acabaram também explorados pela boa gente rica trabalhando muito e ganhando quase nada mas a gente sabe também que num país que foi construído graças a mais de 300 Anos de Escravidão o simples fato de serem brancos europeus de teremos olhos claros já configuravam um privilégio e um baita diferencial no mercado de trabalho na hora de disputar um emprego com uma pessoa negra e É mas o que realmente importa aqui para mim é que um Diferentemente do que tá cristalizado na mente das pessoas o trabalho no Brasil não
começou quando foi assinada a lei Áurea não começou quando a mão de obra Negra foi substituída pela mão de obra européia que nem na novela e se teve um povo que sempre trabalhou no Brasil foi o negro Olá eu sou Lucileide e Mafra eu nasci em Cururupu interior do Maranhão é uma cidade que fica mais ou menos a 6 horas de São Luís da capital do Maranhão e meus pais eram camponeses e é uma questão de acabar também de uma vez por todas com esse ideia do escravisado ignorante desprovido de conhecimento um bicho que foi
colocado ali só pra executar o que era mandado os povos africanos que foram trazidos para o Brasil trouxeram consigo suas tecnologias isso tá marcado já na chegada dos primeiros lá no século 16 eram povos que viviam sociedades que já desenvolviam a pecuária por exemplo ou então sistemas agrícolas complexos e nos engenhos muitos africanos chegavam e já eram colocados como mestres de Açúcar que era principal função na parte do beneficiamento do açucar de transformação do melaço em açúcar de fato refinado mestre de Açúcar era um posto alto na hierarquia ou então se a gente pensar no
ciclo do Ouro no começo os exploradores eram basicamente catadores encontrando aqui ali as pepitas mais uma técnica trazida pelos africanos mudou esse jogo o nome era battaglia e servia para tirar o ouro que vinha no curso da água foi também por causa dos africanos que começaram a extrair ouro do Cascalho das encostas dos morros porque era uma atividade que ele já desempenhavam os seus países no continente africano e que acabaram trazendo na África Central onde hoje é o zimbábue o processo de fundição do minério de ferro já era conhecido desviantes de 1.500 a e até
os 12 anos eu trabalhava na roça como meus pais a gente nunca teve Natal porque o natal para a gente a gente passava dentro daquele porção de mandioca tirando mandioca para fazer farinha a gente não tem tradição de Natal lá em casa eu nunca amei uma árvore de natal na minha vida e aos 12 anos eu vim para o Pará morar com meu irmão ser babá do meu sobrinho eu tenho alemão o barão de Exu pegue ele fundou a primeira Siderúrgica do Brasil a patriótica em Minas Gerais em 1812 e quem trabalhava Claro eram os
escravizados e o barão se apropriou de um método trazido por esse africano O Cadinho que é um tipo de recipiente com formato de pote que é usado para fundir metais o alemão fez lá uma pequena adaptação no Cadinho e isso potencializou a capacidade de produção dos fornos eu fui uma revolução tecnológica na época e hoje tem um monte de livro e de faculdade de engenharia que homenageiam o barão que é chamado de pioneiro da siderurgia no Brasil dos africanos que ensinaram isso a ele tu não sabe nem o nome e o meu não era da
minha to do exército vai passar muito tempo de três meses para mata e eu morava ficava com a minha cunhada a mãe dela a família dela morava com ela na casa do meu irmão e aí eu tinha que ir lavar roupa para 15 pessoas na casa o historiador a Natália Garcia Pinto analisou 244 anúncios de compra venda e aluguel de escravizadas os homens publicados ali por volta de 1850 no Rio Grande do Sul ela estou 44 profissões diferentes cozinheiro pintor marinheiro Alfaiate marceneiro Ferreiro charqueador tanoeiro que eu precisei jogar no Google para saber o que
é quer dizer não dá para dizer que faltava qualificação né e tinham também claro as funções que exijam tanta qualificação ou especialização até porque os cruzados precisamos fazer tudo o senhores não podiam mover uma palha e eu tinha que ir para casa que eu não podia comer as comidas que eles comiam Normalmente quando um dia ano que o ferro me deu um choque e aí eu joguei o ferro no chão quebrou e ela me botou na rua e tem vários relatos de Viajantes estrangeiros que ficavam impressionados com a forma exagerada com que a mão-de-obra Escrava
era empregada no Brasil por exemplo mesmo não faltando animais de carga o senhores preferiam que o transporte fosse feito por pessoas escravizadas puxando as carroças eram muito comuns também umas cadeirinhas por rico não precisar andar não precisar pisar na rua ele era levado de um lado para o outro carregado tem um relato de um viajante específico que é perfeito para ilustrar tudo isso dar uma pesquisa do Historiador Cláudio Honorato Ele conta lá que esse viajante que era estadunidense tinha passado uns dias no rio aí uma vez ele tava no escritório de advocacia um dos sócios
pegou um pacote pequeno entregou para um rapaz de 18 anos filho de uma boa família que tinha começado a trabalhar por lá Oi e o sócio pediu para o rapaz levar aquele pacotinho para uma outra firma que ficava lá nas redondezas daí esse viajante que tava vendo a cena toda escreveu sim o jovem olhou para o pacotinho outro comerciante Segurou o pacote entre o Polegar eo indicador tornou a olhar novamente para Comerciantes e para o pacote meditou o momento saiu porta fora aí depois de dar alguns passos chamou um negro que atrás dele levou pacote
para o destinatário [Música] e Obviamente as pessoas negras não trabalhavam no Brasil só na condição de escravizadas foi como trabalhadores livres também afinal e a gente já falou sobre isso mesmo durante o período da escravidão havia um contingente enorme de pessoas negras que já tinham conquistado a própria Liberdade é E essas pessoas foram responsáveis pelas criações dos primeiros sindicatos de trabalhadores do país o sindicato que costuma ser citado como o primeiro do Brasil surgiu já na época da República em 1903 e era o dos estivadores do porto do Rio que eram majoritariamente homens negros E
aí eu comecei também trabalhar em casa de família cuidando de uma senhora Depois do quintal e fim e como babá mesmo e como eu tinha bastante facilidade aprendi a cozinhar muito rápido eu já tenho 16 anos eu já era chefe de cozinha tudo de melhor que o restaurante pede Altamira e o que marcou a contribuição portuguesa europeia e branca em todos esses séculos de formação do Brasil que marcou essa contribuição foi sobretudo a preguiça essa história de que o escravizado é preguiçoso surgiu graças ao projeto político que queria desqualificar a população negra e legitimar as
políticas públicas de imigração Oi e a preguiça das elites era tanta que as mães brancas não podiam nem dar de mamar a seus próprios bebês está representado na figura da ama de leite eu começo tinha até uma crença de que o leite nós africanas era mais forte depois quando a classe médica ganhou mais força no Brasil começaram a espalhar que na verdade o leite das mulheres negras era perigoso para os bebês brancos mas a prática tava tão enraizada que as Madames continuaram colocando mulheres escravizadas para amamentar seus bebês que nem a personagem da Chico Xavier
em Sinhá Moça era um sinal de status ter uma ama de leite e era uma fonte de renda também porque escravizada quando ficava grávida já começava a ser anunciada pelos patrões em jornais colocada para aluguel e as amas de leite mais valorizadas eram as que tinham acabado de dar à luz e se acha que a mãe negra podia levar junto próprio filho para poder amamentar nada disso o chama viesse diz acompanhada do próprio bebê tinha Madame que pagava até o triplo e daí para podermos cara ainda mais tinha muito senhor que desaparecia com os filhos
dessas mulheres negras desaparecia mesmo vende abandonava na rua deixava na roda dos expostos quero uma instituição da igreja que cuidava das crianças abandonadas enfim se a gente parar para pensar não é muito diferente do que acontece hoje com a figura da babá né nossa parte de desaparecer com os filhos Claro mas quantas babás não passam a vida inteira tomando conta do filho dos outros sem poder criar os seus bom então sem poder pelo menos estar tão próxima da própria família quanto gostaria eu sei que quando eu vim para Belém né continuar meus estudos de trabalhar
até os 15 anos eu não sabia nem assinar o meu nome porque o meu pai não deixava as mulheres estudar lá em casa e eu 16 anos eu vim para Belém e comecei continue meus estudos e trabalhando sempre em casa de família a profissão de babá ainda guarda muitos elementos desse período da escravidão mas não é a única e em boa parte dos casos a babá também precisa-se cozinheira passadeira faxineira precisa ser até gestora do Lar e da vida das pessoas que moram ali ela é uma trabalhadora doméstica é uma profissão que nem de longe
recebe a remuneração nenhum reconhecimento por todo esse acúmulo de funções a origem do trabalho doméstico aqui no Brasil tá na escravisa São Porque durante o período de provocar trata a gente tinha ali e separação de algumas meninas algumas mulheres para trabalharem nas Casas dos Senhores e esse trabalho inclui a net serviços domésticos apoio assim a esta EA professora e pesquisadora Danila cal e essa prática hoje ela ainda guarda resquícios coloniais Ainda existe essa cultura da servidão de que uns devem ser servidos enquanto outros servem existe uma cultura também que desclassifica esse tipo de trabalho como
um trabalho digno que deve ser bem remunerado que esse tipo de trabalho é como se ele nem fosse um trabalho a sociedade brasileira tem e os resquícios da escravidão muitos mas é difícil pensar numa relação profissional em que os patrões assumam tanto a postura de Senhor e desenhar quanto no trabalho doméstico tem uma frase da Sueli Carneiro que é uma pesquisadora muito importante para nossa pesquisa que ela disse seguinte que o trabalho doméstico o elemento heurístico para que a gente compreende as relações sociais no Brasil então olhando o trabalho doméstico a gente pode entender muito
de como são constituídas Eles vieram aqui e sociais e de valor na nossa sociedade não sei se existe algo mais brasileiro do que essa dependência que a classe média e as elites tem do trabalho doméstico tem uma outra autora que é muito importante para a gente que a lélia Gonzalez e ela fala como as mulheres negras tipicamente são vistas são consideradas no Brasil então tem a ideia da mucama isso continua vermelha ainda o Imaginário E além disso ainda em relações aí que a mulher negra que deve prestar serviços para a família nessa lógica da cultura
da servidão do racismo muito do mar mas tem ainda as violências relacionadas por exemplo violência sexual de acharem que aquela mulher titali ela tá ali não é para prestar um serviço de cuidar da casa os serviços domésticos mas está ali para servir aquela família com toda a amplitude que você teve um pode gerar não tem como eu ir para Belém e aí eu fui trabalhar em uma residência que eu dormia na cozinha numa rede e o patrão me sediava direto ele deixava a esposa sair e voltava para casa e ficava me assediando e eu fiquei
de novo a Lucileide Mafra que a gente está ouvindo ao longo do episódio mas não sei se eu já pensava para mim era um terror e eu não podia falar nada porque ela ia acordar e aí eu medo dela ia mandar embora eu não saber o que fazer daqui um dia eu falei para vizinha e a vizinha me disse olha conta para esposa dele aí quando ela chegou eu contei e ela me botou na rua da minha 9 horas da noite eu sem conhecer ninguém na cidade praticamente que ela ainda aprendeu minhas coisas eu só
peguei o parte da minhas roupas que ela jogou no chão na rua né que eu era uma sem vergonha que eu carro dando confiança para o marido dela e o marido dela não tinha feito isso eu tinha estava com 16 e eu não tinha para onde eu tive que ficar em cima de uma calçada aqui bom e muitas outras casas que eu tive que passar por isso não foi só uma vez teve casas que eu tinha que escorar o guarda-roupa à noite eu já que escorar máquina de costura na porta porque o patrão fazer isso
com todas mas é muito empregada Mas em compensação era um salário mínimo dividido para todas as cinco a gente não podia sentar no sofá deles e eu tinha que sentar no banquinho porque eu não podia sentar em um outra cadeira que não fosse aquele banquinho de madeira para não contaminar eles então assim eu não digo que eu trabalho eu me acho que é um dos piores trabalho mas eu te digo que tem os piores patrões tem um E aí bom [Música] e quando se fala que a profissão de trabalhadora doméstica é vista como algo menor
Vamo que nem é considerado o trabalho o que é considerado menos trabalho isso não é no sentido figurado mais literal a CLT consolidação das leis do trabalho que regulamentou as relações trabalhistas no Brasil é de 1943 o trabalho doméstico ficou de fora a e foi assim por mais 70 anos 70 anos eu sou em 2013 com aprovação da PEC das domésticas que sofreu muitos ataques das patroas dos patrões da classe e política e da mídia é que as trabalhadoras domésticas finalmente tiveram seus direitos equiparados aos das demais profissões Demorou 70 anos e só aconteceu por
causa da luta dessas mulheres até para a gente saber que a conquista das mulheres negras empregadas doméstica foi uma conquista que não foi nenhum homem branco uma mulher branca que deu foram as próprias trabalhadoras domésticas pelas próprias mulheres negras esta e A Elisabete Pinto professora e pesquisadora ela é a biógrafa de uma mulher que simboliza toda essa luta Aqui começou tudo isso se não fosse por essa mulher talvez até hoje às trabalhadoras domésticas ainda estivessem sem esse direito Oi dona laudelina de Campos Melo é uma heroína da nossa história ela conseguiu Não só elaborar Teoricamente
mas intervir politicamente foi uma mulher que esteve à frente do seu tempo mas também no front de várias áreas na área do trabalho com a questão das empregadas domésticas era uma mulher que lutou pela sua dignidade pela dignidade do povo negro Dona laudelina era uma mulher de coragem que teve coragem de defender a sua dignidade pessoal EA dignidade do seu povo e o primeiro já vou explicar por que a laudelina de Campos Melo é revolucionário pensa na profissão de trabalhadora doméstica hoje aliás eu tô falando sempre no feminino porque mais de 90 por cento são
mulheres e a maioria entre elas é formada por mulheres negras bom mas pensa nessa profissão hoje Agora pensa quase cem anos atrás imagina como devia ser a relação entre patrão e trabalhadora Dona laudelina nasceu numa família empregadas domésticas como a maioria dos nossos antepassados das nossas não ter passadas nossas bisavós tataravós raras são aquelas que tiveram outras oportunidades então a mãe da Laudelino era empregada doméstica é uma vez a laudelina viu a mãe dela sendo chicoteada pelos patrões e isso em 1914 quase 30 anos depois da Abolição em 1936 laudelina criou o que é considerado
o primeiro Sindicato de trabalhadores domésticos do Brasil a associação de empregadas domésticas de Santos ela era uma pessoa que ela tinha o máximo de consciência possível com a sua época então ela não admitia a injustiça EA humilhação o trabalho sim tudo bem ela sempre trabalhou e defendeu as Domésticas em Santos quando ela afunda a primeira associação das empregadas domésticas aí ela já o faz pela necessidade dessas empregadas e vendo a realidade da classe trabalhadora ela começa a lutar pelas empregadas domésticas pelos direitos para que essas mulheres pudessem ter os mesmos direitos dos trabalhadores a história
da dona laudelina é tão incrível que olha isso e quando teve a segunda guerra mundial ela se alistou e e serviu ao exército brasileiro ela ficava de prontidão no Brasil num forte em Praia Grande na baixada santista daí nos anos 50 a laudelina se mudou para Campinas Campinas caso você não saiba é uma cidade que tem um enorme histórico racista tinha muita fazenda de café e tem registros de pessoas sendo mantidas escravizados por ali até 1920 e ir lá em Campinas a dona laudelina criou uma outra associação para as trabalhadoras domésticas quando veio o golpe
militar 64 Associação acabou fechado ela é uma mulher que estava no meio dos homens que lutando pressionando politicamente ela também pensava na educação na saúde e pensava em questões que mesmo as mulheres negras agora dos sindicatos que estão começando a pensar agora por exemplo na saúde das empregadas domésticas na saúde mental das empregadas domésticas ela trabalhou muito com uma questão que a gente acaba não discutindo que era com a questão do assédio sexual com as empregadas domésticas nota 1000 organizava bailes porque nos clubes da cidade os negros não eram bem recebidos e nesses bailes tinham
concursos de Beleza Negra e também baile de debutantes para as meninas negras quando elas completavam 15anos porque as meninas negras das família a classe média como que a gente pode dizer de uma elite Negra Campineira não podia também participar dos bailes das debutantes dos brancos e tem quem diga que o racismo no Brasil é mais Brando do que nos Estados Unidos aqui Nunca precisou de lei para ter segregação a separação entre negros e brancos foi sempre na prática e com a redemocratização Associação da laudelina foi reaberta e com a Constituição de 88 transformada em sindicato
e a dona laudelina morreu em 1991 antes de morrer ela transferiu a casa dela para o sindicato das trabalhadoras domésticas e aonde o sindicato funciona até hoje urgente ó tão gravando primeiro eu pergunto pra vocês a gente tentar situar o ouvinte onde que ele está agora não está em Campinas na casa da laudelina é Onde Ela morou durante muitos anos esta e a Terezinha de Fátima da Silva vocês chegaram a conhecer ela sim eu convivi com ela uns 10 anos eu acho E como que ela não pode falar tudo né vou pegar essa rápido tipo
assim como o movimento ao dele né não extraordinária né Eu acho que não existe né a nível de Brasil eu não conheço nem na América Latina onde eu participei dos encontros das trabalhadoras alguém o poder de fala como o de Laudelino né porque ela tinha uma hora tória fantástica e muito brava então ela pessoal tinha um maior respeito né então onde ela chegava E aí ela tinha moral de descascar as vezes a gente eu qualquer político é onde ela tava se ela visse que você falou que não dá para voar tudo é esse lado dela
mas pescador é esse lado Cascadura é invisível você tinha quantos anos quando você conhecer o dono o Danilo eu tinha 20 que ia fazer 20 ainda eu não tinha tido nenhum porque meu pai era aqueles que mudava de fazenda para fazenda né então a gente só às vezes quando matriculava na escola seria um dia dali a pouco já ia mudar para outro lugar você não ia mais eu juntando todos os dias que eu fui na escola acho que dava mais ou menos meio ano eu me sentia muito mal e aí quando vim para a associação
né para mim foi um aprendizado sim maravilhoso porque dessas rodas de conversa e com as broncas de laudelina é que eu pude crescer é porque eu pude ir para escola estudar porque eu era analfabeto de pai e mãe e isso me fez ir para escola depois de velha para poder dialogar de igual para igual com os demais né e ela sempre falava que o estudo a única coisa que ninguém pode tirar de você eu conhecimento Eu por exemplo vou ter que estudar por causa da organização sindical né Sim fiz sou Bacharel em Direito e por
isso que eu tô ainda aí no apoio das companheiras né e eu já tinha lido a transcrição de uma entrevista que a dona laudelina deu nos últimos dias de vida para o Museu da Imagem e do Som de Campinas a dona laudelina nasceu em 1904 na virada do século passado eu sempre fico muito empolgado com a possibilidade de ouvir a voz de uma pessoa histórica porque isso infelizmente é bem raro no Brasil esse documento de papel já é difícil de achar imagine gravações em áudio e vídeo Meu nome é Orestes Augusto Toledo trabalho no Museu
da Imagem e do Som de Campinas desde 1990 trabalhava aqui com os funcionários que eu já conhecia né de longa data um deles era o Juvenal que era projecionista ele conversou comigo falava no bairro bairro da Periferia né ela tem uma senhora Negra não é uma referência eu achei interessante vamos Tá bom me entrevistar bom e quando eu fui recebido por Ela até estava presente também algumas diretores do sindicato das trabalhadoras domésticas acho que não passou 20:15 eu percebi que eu estava diante de uma pessoa fascinante eu não sou do ponto de vista do conteúdo
da sua vivência da sua biografia né porque me impressionou e me impressiona até hoje é a força a energia a convicção EA importante lado visual que nessa o som Você viu o brilho nos olhos dela e e infelizmente não dá para mostrar aqui o brilho nos olhos da dona laudelina mas a voz você pode ouvir a Oi meu nome de nascimento laudelina de Campos Melo data de nascimento Doze de Outubro de 1904 é só as empregadas doméstica tinha sido destituído das Leis Trabalhista né porque eles achavam que até hoje eles acham que a empregada doméstica
não contribui para nação e que a empregada doméstica e não traz dentro do bojo da Razão economia ela não traz economia própria nação as traz meu patrão dela que ela quem da cobertura e vai riqueza do portão que ela que criou os filhos no patrão ela que cuida da casa que ela que fica tomando conta dos filhos toma conta do patrimônio do patrão e sem direito a nada né que a maioria daquelas antigas trabalhou 20 30 anos morreram na rua pedindo esmola várias dessas a gente teve cuidou dela se tratou delas E cuidou até a
morte que ela não tinha condição não tinha família de ninguém por ela ainda um um resíduo de escravidão né que é tudo descendente de escravo né bom obrigada doméstica no dia ela faz vários trabalhos né ela vai tratar um serviço numa casa ela faz o trabalho de lavadeira de arrumadeira de cozinheiro de passar de litografia ainda não tenho a profissão ela não tá considerada ainda como profissional Mas ela é uma profissional então ela é profissional dentro da cozinha Ela é profissional lavando roupa ela profissional fazendo doce era profissional arrumando uma casa da profissional tomando conta
dos filhos que tomar no cu do filho ela é uma babá tomando conta da casa guardando patrimônio no portão ela é uma dona de casa ele só consideram profissional aqueles que tem um diploma na mão aqueles que trabalha numa indústria que eles que tem o nome obrigado a profissão mais empregado doméstico não é considerado tá ele vai lá segunda categoria porque foi escrava de vocês eu não tinha profissão para vocês mas ela nasceu já dentro da profissão eu conhecer com 17 anos já cozinhava já tomava conta dela uma cozinha e eu lembro muito bem que
eu trabalho numa casa aqui na cidade de pele aqui eu comprava aquelas velas de sete dias sete noites porque eu não podia usar energia da casa para estudar de novo a Lucileide Mafra cuja história a gente está ouvindo desde o começo do episódio ele dizendo que eu sonhava alto igual Urubu do ver-o-peso e que empregada doméstica empregada doméstica e não passava a disse que eu jamais iria conseguir alguma coisa a esposa dele era muito legal mas ela tinha muito medo dele ele era aposentado ele foi militar e ele seria na reserva e ele ficava em
casa o dia inteiro perturbando a minha vida e mandar lavar janelas duas três vezes a minha mão ficava em carne viva para limpar aquela janela ali e quando eu passei na faculdade eu passei em duas faculdade eu levei o jornal para ele esse olho passei aí o filho dele não passou em nenhuma fez vestibular mesmo tempo não passou em nenhuma eu dizer sabe se eu conheço Aquela fase que diz assim para o meus inimigos desejo vida longa para que e este minha vitória de pé e quando eu me formei eu fiz questão que ele fosse
meu caranguejo e eu fiz questão de dizer para toda a turma sabe a gente Você lembra aquela história que eu contei para você que aquele meu patrão dizia que empregada doméstica a empregada doméstica que eu sonhar mais alto porque o urubu do ver-o-peso Pois é é aquele senhor ficar ali na minha frente que é meu para nisso E aí ele ficou com a cara no chão no chão é assim mas eu sei que foi uma forma grosseira Mas eu precisava falar aqui não precisava sabe que eu engoli aqui no durante anos a seco ali ele
me falando que ele diz é a única forma de pobre subir na vida é se colocar um sapato alto eu disse eu vou conseguir escrever minha própria história não vou pedir quando eu quero alguma coisa eu vou lá e pego e fico esperando que ninguém pede por mim enfim então assim eu nunca deixei que as pessoas comendo lá se eu sempre lutei por aquilo que eu queria e aí desde então eu fui me especializando e veja muito meu salário em curso de qualificação profissional e principalmente na área da Gastronomia e eu gosto muito né e
fui melhorando meu salário sempre estudando lógico primeiro Eu me formei em administração de empresa aí depois eu me formei em turismo e agora eu tô fazendo direito fazendo pós-graduação docência no ensino superior é muito incrível a história da Lucileide né passou por todos os perrengues clássicos de uma trabalhadora doméstica no Brasil e deu a volta por cima e como né sambando na cara do patrão é que nem o que horas ela volta o filme mas no caso da Lucileide não foi nem a filha dela que passou no vestibular mas ela mesma é mas ainda tem
mais coisa nessa história a Lucineide foi uma das pessoas diretamente responsáveis ao lado de várias outras companheiras trabalhadoras domésticas por uma das leis trabalhistas mais importantes da história do Brasil Boa noite O Senado acaba de aprovar por unanimidade a proposta de emenda à constituição que garante mais direitos trabalhistas aos empregados domésticos em 1972 foi aprovada uma lei que trazia algumas proteções as trabalhadoras domésticas trabalhadora Doméstica tem direito a carteira assinada tinha direito às férias de 20 dias Lógico não tinham os mesmos direitos que os trabalhadores celetistas Martinha algum direito o trabalhador celetista é o trabalhador
protegido pela CLT e esse ainda não era o caso das trabalhadoras domésticas nós não tinham nenhum direito de reclamar não receber as férias não receberam 13º e depois veio a Constituição de 88 que também trouxe alguns avanços com uma obrigação de pagamento do salário mínimo e a licença-maternidade em 2006 Foi estabelecido o direito a descanso semanal remunerado aos domingos e feriados e olha só para você ver só em 2006 antes estavam liberados e de segunda a segunda é mas ainda faltava muita coisa por exemplo a demissão podia ser sem justa causa e sem pagamento de
multa trabalhadora doméstica não tinha seguro desemprego não tinha jornada de trabalho estipulada muito menos hora extra Oi e aí veio a proposta de emenda à constituição a PEC a PEC das domésticas em 2012 e começou a polêmica imagina Audácia de exigir direitos para trabalhadora doméstica de equiparar a categoria as demais categorias de trabalho do Brasil o que precisasse na carteira e recolher FGTS pode contar com ela só 8 horas de trabalho por dia ela tá lá vendo a novela que não sei que o casal o pessoal não jantou e tal aí depois da novela ela
vem ela arruma a cozinha vai ter que contar essa hora que ela arrumou a cozinha Então qual é o primeiro momento vou te pedir eu já conheço muita gente que despediu porque eu lembro do tempo que eu era pequena os empregados da minha casa alguns vieram comigo quando eu casei minha babá me acompanhou eu aposentei ela morreu com 80 anos sem receber o salário de um dela então era uma pessoa da família a gente em casa com ela na casa da Tatiana é assim a babá recebe um salário de mil e quatrocentos reais por 12
horas de trabalho o custo da empregada doméstica que trabalha de segunda a sexta é de mil reais a Tatiana Decidiu não arriscar e antes mesmo da emenda Ser aprovada demitiu a empregada doméstica que acabou se tornando diarista a mídia que o Romero Jucá tentou implantar né fala dele na mídia era que ia desde sempre massa o Romero Jucá era o relator da PEC das domésticas no senado os senadores e deputados começaram fazer essa mesma fala a gente teve alguns problemas no início com as próprias trabalhadoras de dizer que eu perdi o meu emprego por causa
desse direitos que vocês acharam que a gente teria que ter eu fiquei direto em Brasília eu Visitei e os 513 deputados e isso várias vezes tendo Deputados de eu visitar 118 vezes ele não querer receber a gente enquanto você não dê seu voto para a lei da categoria das trabalhadoras domésticas você vai ver a nossa cara aqui na Câmara a relatora foi a então deputada Benedita da Silva que já foi trabalhadora doméstica também a proposta teve só dois votos contra 21 foi o Vanderlei siraque de São Paulo que depois disse que tinha apertado o botão
errado e o outro bem o outro até hoje se vangloria de ter votado contra a PEC das domésticas e ele não só se vangloria disso como usou na campanha de 2018 várias vezes a gente tem no governo do país um presidente que foi abertamente contra a PEC das domésticas ele era um dos que defendia que essa PEC destruírem as famílias que o pai de família não teria mais condições de Cuidar dessa dinâmica familiar porque não poderia pagar uma trabalhadora doméstica aqui de novo a Danila cal que a gente ouviu no começo do episódio um debate
público havia o discurso muito forte de que era algo que iria destruir as famílias porque os patrões não iam ter mais como contratar trabalhadoras domésticas e por isso não iam ter mais como desenvolver bem esse as atividades está a rotina da casa ia ficar prejudicada imagina trabalhadora doméstica querer hora extra ela trabalha nas Oi filha não tem hora a gente não tem hora para o café para o jantar e isso é revelador do ressentimento que os governos de esquerda no Brasil nota na mente governo do Lula e da Dilma geraram nas classes médias e nas
elites em relação a ascensão das classes mais baixas a parte das domésticas aprovadas funcionar durante o governo da Dilma é um dos elementos que alimentam o ressentimento e essa é uma tese que eu defendo em relação ao antipetismo por conta dessa lógica de que teria destruído a cultura familiar e considerando toda a lógica de cultura da servidão que re multa de gravitação do Brasil a gente entende de onde vem aquele sentimento como como eu não vou ser servido E a propósito disso né a Danila Danilo organizou um livro sobre o trabalho doméstico lançado em 2021
em parceria com a também pesquisadora e professora Roseli diz Seixas Brito a gente também conversou com a Rosalie com o Ministro da Economia Paulo Guedes e não se ia isso de uma forma Clara da questão da agora tem até empregada doméstica indo para Disney turismo todo mundo indo para Disney Orlando e pegar doméstica me negando uma festa da rampa pera aí pera aí pera aí vai passear lá em Foz do Iguaçu vai passear ali no nordeste tá cheio de praia bonita é um discurso elitista né as elites exatamente por conta dessa marca Colonial Ela escuta
o Arão a ideia de que elas precisam ser servidos elas precisam ser servidas paparicados essa cultura do ódio que nós estamos vivendo no Brasil hoje ela é uma cultura marcada sobretudo pelo ressentimento agora Se tem uma coisa que a boa classe média Olá Boa Gente rica no Brasil sabem fazer que cidadãos de bem sabem fazer é discumprir leis E é isso que tá acontecendo é evidente que aperta e trouxe benefícios imensos imensos imensos e absolutamente urgentes né para sanar essa dívida histórica que existia no Brasil com as trabalhadoras domésticas porém as famílias vão encontrado os
seus jeitinhos de continuar e se valendo do trabalho doméstico mas ao Largo da regulamentação e eu penso que o contexto da pandemia ele só gravou isso é a primeira morte porque o vídeo e 19 no estado do Rio de Janeiro foi de uma trabalhadora doméstica a Cleonice Gonçalves de 63 anos ela morava em Miguel Pereira a 120 Km da capital e trabalhava numa casa no alto Leblon um dos metros quadrados mais caros do rio a patroa tinha acabado de voltar de uma viagem para Itália que eu não sei se você lembra mas teve um surto
de convide muito antes da doença chegar ao Brasil e aí quando a Cleonice morreu foi notícia no mundo todo uma mulher brasileira pegou o convite nas férias agora a empregada dela está morta a imagem de 2020 quando não existe a vacina nenhuma e mesmo cientistas não sabiam praticamente nada sobre novo vírus pelo menos quatro Estados Brasileiros já tinham incluído o trabalho doméstico na lista dos serviços essenciais que mesmo com a pandemia não podiam parar a gente no Brasil tava feio feio porque uma pessoa tava lá com a gente faz tudo aqui a passar $25 a
hora mais a para dobrar $25 a pra poder esticar o braço aqui mais $10 é assim assim então você que tem alguém no Brasil ajoelhe e agradeça a Jesus que aqui nos Estados Unidos é diferente é desse jeito que funciona quando eu chegar eu fiquei louco louco fazendo nada mas infelizmente o trabalho doméstico é um dos focos deste desrespeito aos direitos trabalhistas porque ele acontece no ambiente que favorece muito feliz é uma forma de trabalho o Face de ser fiscalizar porque esse da no interior das casas tanto que quando a gente vai falar por exemplo
de trabalho análogo ao trabalho escravo no Brasil o que se vê é justamente sua dificuldade que os fiscais do ministério do trabalho então tem de chegar a esses casos justamente porque eles estão ao abrigo do Olhar digam Deus e nas instituições fiscalizadoras e tal É uma idosa foi resgatado em situação análoga à escravidão em um bairro Nobre de São Paulo ela trabalhava para a família a 20 anos e há nove não recebia salário quando foi encontrado estava sem ter acesso sequer ao banheiro a dona laudelina estaria muito brava com tudo isso aqui de novo A
Elisabete Pinto a biografada laudelina de Campos Melo estaria brava com o Presidente da República Elas tiveram dezenas de encontros eu perguntei para Elizabeth como que ela acha que a a menina estaria vendo o Brasil de hoje estar indignada com a população brasileira pobre empregadas mas que votou no presidente da república estaria lutando e se organizando para discutir essa questão das empregadas domésticas principalmente da pandemia de ter empregadas domésticas que foram mantidas e encaixa Ele privado também estaria brigando muito e estaria expondo Por que dona laudelina exponha os nomes dos maus patrões hoje você tem pessoas
que Pablo olhar lei registra Mas a pessoa tem que trabalhar em duas casas por exemplo eu sou seu aparente contratamos uma empregada eu a Registro ela trabalha dois dias por semana na minha casa três na sua por exemplo só que ela tem que dar conta da minha casa da sua casa né então isso é uma exploração o se você tem uma empregada doméstica você acha que ele é sua mukamba você faz a sua empregada comprar o seu cigarro Você Grita pela trazer água se você tem filho e as crianças estão brigando Você Grita para ela
ir lá para o dia essas crianças e no final da tarde depois ela ter ido duas vezes ao mercado para você que era sua obrigação e você não for de ir comprar cigarro e na quitanda atender a porta e levar água para você aí não deu conta dela fazer todos os trabalhos daí você exige dela o que a você é mole mesmo você não deu conta do trabalho Dona laudelina sempre trabalhou para isso né empregado doméstico né mordomo empregada doméstica não é governada ela queria que as empregadas domésticas investe orgulho do seu trabalho e que
pudesse a respeito porque é um trabalho como outro qualquer ela lutou para o emprego doméstico fosse valorizado e que as empregadas pudessem fazer aquilo que elas querem quisessem né [Música] uma aluna a minha dizia uma vez que tinha muito orgulho de mim e não entendia porque depois que ela olhava para mim fresquinho com essa menina não gosta de mim não um dia ela falou professora e Tenho muito orgulho porque você fala da sua história fala da história da sua mãe com muito orgulho e a minha mãe foi tiago empregada doméstica né e eu tenho muito
orgulho de mim [Música] e [Música] o projeto querendo é apoiado pelo Instituto Ibirapitanga o podcast é produzido pela rádio novelo o nosso site projeto que ele nu.com.br reúne todas as informações sobre o projeto e conteúdo adicional o site foi desenvolvido pela aí eu te convido a conferir também todo o material do projeto que ele no que está sendo publicado pela revista Piauí nas bancas e no site da revista e este Episódio teve pesquisa de Gilberto Possidônio Rafael Domingos Oliveira e as mim Santos e Angélica Paulo que também fez a produção a edição é do Luca
Mendes a sonorização da Júlia Matos EA finalização da pipoca saúde achei cagem é do Gilberto Possidônio e a música original do Vítor Rodrigues Dias estratégia de promoção Distribuição e conteúdo digital o Bia Ribeiro Boa tarde visual é do Drácula imagem os transcritores as entrevistas foram Guilherme povos e Rodolfo Vianna a locução foi gravado no estúdio da pipoca saúde com trabalhos técnicos de João jabace o Frederico Faro também fez captação de áudio para esse episódio consultoria em roteiro de Mariana Jaspe aula scarpim e Flora Thomson devo com revisão de Natália Silva consultoria história e na e
Lopes dos Santos produção executiva Guilherme Alpendre a execução financeira do projeto é do spes Instituto sincronicidade para a interação social idealização reportagem roteiro apresentação e coordenação Tiago rogero este Episódio usou áudios do Museu da Imagem e do Som de Campinas da TV Brasil da TV Globo da TV iG da TV Folha e da CNN Brasil agradecimentos a Petrônio Domingues Aparecido Oliveira Bárbara Alves o Museu da Imagem e do Som de Campinas até o próximo a [Música] E aí
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