Perguntar: Quais são os sinais de que você é uma pessoa altamente sensível e será que isso é uma coisa boa ou será que é muito ruim? Bem, é importante falar disso porque cerca de 20% de nós, seres humanos, somos paz. Ou seja, pessoas altamente sensíveis.
Eu mesmo sou uma pessoa altamente sensível, então tenho a minha experiência própria para compartilhar aqui com vocês. E como educadora, eu também percebo que essa característica pode influenciar muito os estudos e a escolha de carreira, por exemplo. Agora, minha proposta é falar um pouco com você sobre os sinais da alta sensibilidade, o que isso realmente significa na nossa vida cotidiana, como influencia nossos pensamentos e, principalmente, como você pode usar a sua sensibilidade a seu favor.
E se você ainda não me conhece, meu nome é Lígia. Estou aqui toda quinta-feira para conversar um pouco com você sobre livros, falar sobre informações científicas que podem tornar sua vida melhor e, claro, também para falar sobre a beleza da neurodiversidade. Aliás, se você quiser fazer parte da nossa comunidade, a comunidade mais especial do YouTube, é só clicar aqui e se inscrever.
Dito isso, seja muito bem-vinda, seja muito bem-vindo, e vamos direto ao ponto. Bem, quais então são os sinais de que você é uma pessoa altamente sensível? Bem, para começar, a pessoa altamente sensível tende a estar muito consciente sobre as sutilezas e nuances do mundo.
Então, detalhes do ambiente que talvez os outros nem percebam estarão no radar das pessoas sensíveis. Elas também tendem a sentir profundamente o que acontece com os outros, então se sentem profundamente afetadas pelo humor das outras pessoas, de quem está ao seu redor. Em um ambiente muito barulhento, muito cheio, as pessoas sensíveis podem sentir a necessidade de se retirar, sair daquele espaço para evitar a hiperestimulação e conseguir voltar ao seu eixo.
As pessoas sensíveis também tendem a se sentir profundamente comovidas pela arte, pela música, pelas histórias. Elas podem se sentir bastante agitadas e ansiosas quando estão com tempo limitado para entregar alguma coisa ou precisam fazer muitas atividades em um curto espaço de tempo. Quando as outras pessoas se sentem desconfortáveis em um ambiente, são as pessoas sensíveis também que têm a habilidade de detectar com mais facilidade o que precisa ser feito para aumentar o conforto.
Talvez elas queiram ligar o ar-condicionado ou trazer uma almofada para apoiar as costas da visita ou reduzir a iluminação. Por isso, não é raro encontrar pessoas sensíveis na área da arquitetura, do design ou da decoração. Uma pessoa também sensível tende a ser profundamente afetada por filmes violentos ou de suspense e pela angústia das outras pessoas, porque as pessoas sensíveis absorvem muito a energia dos outros.
Portanto, tendem a gastar muito tempo processando isso, processando as informações, o que é realmente muito angustiante para elas. Aliás, uma das características marcantes das pessoas altamente sensíveis é justamente o processamento profundo de informações. Então, a gente não apenas pensa; a gente reflete, a gente imagina um trilhão de possibilidades e, aí, elabora o que imagina que seja a melhor resposta.
Essa demora pode acabar deixando os outros impacientes e, por serem muito afetadas pelas situações, às vezes até criticadas, julgadas. As pessoas sensíveis podem acabar aprendendo a evitar situações de conflito e tudo que possa ser muito perturbador. Isso acontece desde a infância.
Aliás, as pessoas sensíveis também provavelmente foram rotuladas pelos adultos como frescas, mimadas e muito tímidas. Então, se você se identifica com a maioria dessas características, o que isso realmente significa? Bem, é importante dizer que a sensibilidade, como foi descrita pela doutora Elaine Aron, não é um transtorno nem uma doença.
Na verdade, a alta sensibilidade é basicamente um traço, um traço neutro que ocorre em cerca de 15 a 20% da população. E, aí, nesses indivíduos, o sistema nervoso é mais sensível do que nas outras pessoas. Aqui estão três dos principais aspectos do que significa ser realmente uma pessoa altamente sensível.
O primeiro deles é a profundidade de pensamento. Isso significa que você recebe as informações e processa todos esses dados por muito tempo. Isso pode ser maravilhoso, por exemplo, para o seu processo criativo, mas também pode significar uma vulnerabilidade, por exemplo, para ruminação e exaustão.
Depois de alguns eventos, algumas pessoas sensíveis percebem que, com o tempo, elas vão ficando antissociais porque, por exemplo, se elas ficam em uma confraternização por duas horas, talvez precisem do dia seguinte todo para compensar o esgotamento que tiveram, mesmo que o encontro tenha sido agradável. A pessoa sensível pode ficar assim muito cansada, e isso se torna insustentável, porque se cada evento exige esse tempo imenso de descanso, ela não consegue ir a todos que gostaria. E, principalmente, quando a pessoa não sabe que é sensível, talvez deixe de aceitar convites em geral.
O número dois é a responsividade emocional, que pode parecer como empatia aumentada pelos outros. A pessoa responde mais aos estímulos emocionais, e isso é lindo, porque a empatia leva à sua capacidade de ajudar as outras pessoas. Mas esse "superpoder" geralmente traz algumas vulnerabilidades.
Em resumo, se as pessoas com as quais você está se conectando tão profundamente estão exigindo muito da sua energia, se você gasta energia para amenizar a dor que elas têm ou para aliviar a angústia do outro, porque você é mais sensível, é bem provável que você também sinta essa angústia. Esse é o maior ponto de vulnerabilidade. O número três é a nossa essência, ou seja, é essa sensibilidade aos estímulos sutis.
Talvez você note os pequenos detalhes, nuances da luz, aromas, coisas que as outras pessoas não percebem, e isso é maravilhoso quando esses detalhes são coisas que podem trazer alegria. A vida é tornar o ambiente mais bonito, porque, se você nota sutilezas e um belo, além de poder apreciar esses detalhes, você também vai poder compartilhar aulas e tornar a vida dos outros também um pouco mais bonita. Só que, mais uma vez, nada vem de graça na sua vida.
Se você consegue captar e processar essas informações extras, isso significa que, para não ficar sobrecarregado ou sobrecarregada, você talvez precise tirar férias do mundo de vez em quando, justamente para que você possa continuar fluindo, leve, criativa ou criativo, e para continuar apreciando as suas habilidades mágicas e intuitivas. E agora você viu que a sensibilidade tem suas vantagens, que são percebidas do seu entorno: se conectar com os outros profundamente e ter empatia. Muita criatividade, mas, por outro lado, também pode ser uma grande desvantagem, principalmente quando você está numa célula urbana, longe da natureza, e precisa trabalhar em ambientes superestimulantes.
Daí, você pode acabar assim entrando em fadiga e em exaustão antes dos outros, 80% da população. Então, como a gente disse antes, é bem provável que você precise de mais tempo para se recuperar, e não tem nenhum problema nisso, se as pessoas ao seu redor, e se você também, reconhecerem essas necessidades especiais. Mas, geralmente, o que nós vemos não é esse cenário perfeito, porque em uma sociedade como a nossa, tão acelerada, que exige muita produtividade e que cobra também um pouco mais de socialização, às vezes, as vantagens tendem a aparecer um pouco mais.
Por isso, às vezes, alguém comenta aqui na comunidade que não queria ser sensível, né? Mas é o que eu sempre digo: a cura para isso muitas vezes afasta a pessoa da sua própria essência, né, da sua identidade, porque ela acaba ficando mais fria e menos criativa. Então, tem que ter cuidado com esses desejos, e aí o melhor caminho para ser, então, o da conscientização, para que a sociedade comece a valorizar os diferentes tipos de traços, né, de características e de personalidades.
Isso já tem acontecido, e é importante também que os professores e os pais possam aprender a enxergar a sensibilidade como algo positivo e não como uma fraqueza ou algo ruim que deve ser superado a todo custo. Porque, em um ambiente assim, em que as pessoas estão nos julgando e pensando na criança, né, os adultos estão julgando a criança, e que querem consertar, com certeza vai ser muito mais difícil dessa criança se constituir como sujeito, construir a sua autoestima e a sua autoconfiança. Agora, outro ponto de dúvida super frequente: será que altamente sensível não é o mesmo que ser introvertido?
E a resposta é não, paz, não é a mesma coisa que introversão ou timidez. Na verdade, as pesquisas mostram que cerca de 30% das pessoas altamente sensíveis são extrovertidas, só que elas precisam de mais tempo de repouso ou de ócio criativo entre as suas atividades estimulantes. E no caso do autismo, será que tem diferença?
E aqui a resposta é sim. Alta sensibilidade é diferente do transtorno do espectro autista, mesmo que muitas pessoas do espectro compartilhem essa característica, né? Muitas pessoas são sensíveis.
Para ser autismo, basicamente, a pessoa precisa apresentar os traços suficientes do critério A e do critério B a ponto de perceber prejuízo na sua própria vida, né, na sua vida pessoal, na sua vida profissional. Além disso, o diagnóstico também é pela necessidade do suporte. E, se você quiser saber mais sobre esse assunto, sobre os critérios diagnósticos de autismo, é só conferir a nossa playlist aqui nos cards, tá bom?
Mas, voltando aqui às nossas queridas paz, as pessoas altamente sensíveis, a doutora Elaine cunhou esse termo lá nos anos 90, quando ela desenvolveu as suas pesquisas na área da Psicologia. E aí, nesses últimos 30 anos, ela vem tratando desse assunto, e muitas pessoas, inclusive eu, dizem que ganharam liberdade mental quando descobriram esse trabalho da doutora Elaine Aron. Porque, como nós sabemos, nomear é o primeiro passo para que alguma coisa deixe de ser um problema.
Então, a sensibilidade era um problema antes, e é que a gente vai começar a descobrir outras possibilidades. Então, se você quiser saber mais sobre as pessoas altamente sensíveis, eu sugiro este livro aqui, que é ótimo. E nele você vai aprender sobre como usar a sua sensibilidade a seu favor.
O texto é muito agradável, e a doutora Elaine Aron dá várias recomendações práticas para deixar o seu dia a dia mais leve e mais edificante, e nós temos vários vídeos aqui sobre isso também. Agora, eu quero saber de você: se você é uma pessoa altamente sensível, se você já usa a sua sensibilidade a seu favor, comente aqui embaixo, por favor. Curta o vídeo, compartilhe com os amigos e, claro, se inscreva no canal para que a gente vá aprendendo juntos a calibrar a nossa sensibilidade.
Um grande abraço e até a próxima quinta-feira! Tchau, tchau!