e em condições normais de temperatura e pressão esta semana estaremos dando início a mais um ciclo carnavalesco porém em função da pandemia a festa momesca foi cancelada ou restrita em alguns lugares e adiado em outros que pena já que a gente não pode curtir o Carnaval como gostaria mas podemos ao menos aproveitar o ensejo para refletir sobre seu significado para a cultura O autor que nos ajuda muito nessa reflexão é o Russo Mikhail bakhtin você sabe como ele definiu o carnaval é disso que vamos tratar no programa de hoje eu sou Fábio Palácio e começa
agora mais um Cultura em movimento e E aí [Música] e o carnaval é um dos momentos Altos da chamada cultura popular mas o que é exatamente a cultura popular em seu livro sobre o assunto é que tem mostra que a cultura popular Brota da vida Comunitária e possui caráter não-oficial ela reúne elementos simbólicos hostis à toda a perfeição definitiva a toda estabilidade a toda a formalidade limitada a toda a operação e decisão circunscritas ao domínio do pensamento EA concepção de mundo a cultura popular se opõem dialeticamente a cultura e o dito aquela que reúne os
cânones transmitidos através das instituições oficiais escolas igrejas museus e a oposição entre o oficialismo da cultura erudita eu não oficialismo da cultura popular cria uma dualidade do mundo a essência dessa dualidade pessoal reside na divisão social do trabalho e na consequente separação entre intelectuais e trabalhadores manuais o oficialismo da cultura erudita funciona como uma aura que protege o emprego da classe de intelectuais funcionando como uma barreira invisível aos não é traduz aos não-iniciados já a cultura popular é uma denúncia viva da divisão social do trabalho Um popular é aquilo que transborda da cultura oficial como
que a provar que a cultura é assunto de todos e não apenas de uma classe de letrados todo mundo Como dizia grande é intelectual embora nem todo mundo desempenha na sociedade o papel do intelectual da oposição entre o Office e da cultura era o dito eo não oficialismo da cultura popular Brota uma outra oposição eu tô me referindo aqui a dualidade entre o sério eo cômico É verdade que ela já existia né sociedades primordiais onde não havia classes sociais mas nessas sociedades como nota bakhtin tanto sério quanto cômico eram sagrados oficiais já nos regimes onde
a estado e classes não é possível atribuir direitos iguais ao sério e ao come as formas crônicas evolui em cada vez mais em separado e tornam-se as formas fundamentais de expressão da cultura popular na sistematização feita por bakhtin a partir de seus estudos sobre a obra do escritor renascentista Françoa rabelé a cultura popular possui três grandes formas de manifestação Primeiro as formas dos ritos e espetáculos e populares e aqui temos entre outras exatamente o carnaval Além disso as obras públicas verbais incluindo paródias provérbios e parábolas mitos e fábulas orais ou escritas e finalmente a língua
vulgar incluindo os diversas formas e gêneros vocabulário familiar e grosseiro ilogismo os palavrões etc bate se queixa de que essas formas a que me referi antes ritos e espetáculos festivos literatura cômica e vocabulário vulgar são normalmente estudados em si mesmos de forma isolada sem levar em conta a unidade da cultura popular na qual elas representam apenas um aspecto heterogêneo diverso e fragmentário mas pessoal voltando a primeira dessas formas que eu citei qual seria a natureza e as características específicas dos ritos e espetáculos cômicos que tem no carnaval a sua forma mais acabada É sim o
carnaval é não religioso não litúrgico e não dá automático também não tem caráter Místico mágico ou divinatório Além disso ele é concreto sensível possui um elemento de jogo é animado por imagens e funciona como um teatro sem palco o carnaval segundo batting se situa nas fronteiras entre a arte EA vida não há como escapar do carnaval pois suas fronteiras não são espaciais mas simbólicas durante o carnaval segundo batting só se pode viver de acordo com as suas leis que são as leis da Liberdade se na vida cotidiana o oficialismo da cultura erudita paira como uma
sombra constante no carnaval a liberdade e rompe e toma conta a folia carnavalesca representa uma fuga provisória dos moldes da vida ordinária ou seja da vida oficial sobre isso debatin durante o e a própria vida que representa e interpreta uma outra forma livre da sua realização Isto é o seu próprio Renascimento e renovação sobre melhores princípios aqui a forma efetiva da vida é ao mesmo tempo sua forma ideal ressuscitado em resumo durante o carnaval é a própria vida que representa e por um certo tempo o jogo se transforma em vida real o sentido dessa representação
cósmica é um triunfo de uma libertação temporária provisória da Verdade o dominante e do regime vigente que implique Abolição Provisória de normas hierarquias privilégios e tabus o carnaval é uma festa do tempo que celebra aquilo que não é estável e perene mas as alternâncias e renovações ele se opõe à toda a perpetuação aponta sempre para um futuro ainda incompleto os personagens característicos a carnavalesca personificam o princípio cômico são eles os bobos palhaços e bufões que vivem entre o real eo ideal entre o ator eo personagem também materializa o princípio cômico os personagens do universo arlecchino
sobre eles afirma Martin arlequim é uma parcela isolada de um microcosmos à qual pertence Colombina o capitão o doutor etc Isto é o mundo da comédia dell'arte esse mundo possui uma integridade e nesses técnicas especiais um critério próprio de Perfeição não subordinado a estética clássica da beleza e do Sublime a propriedade fundamental dos ritos e espetáculos populares é a festividade segundo batting não é preciso explicar lá como produto das condições práticas no trabalho coletivo nem o que seria uma interpretações da mais lugar como o fruto da Necessidade fisiológica de descanso sobre isso debatin o descanso
a trégua no trabalho nunca chegaram a ser verdadeiras festas para que o sejam é preciso um elemento mais vindo de uma outra esfera da vida corrente a do espírito e das ideias a sua sanção deve emanar não do mundo dos meios e condições indispensáveis mas daquele dos fins superiores da existência humana Isto é do mundo dos ideais as festividades tem sempre relação com o tempo seja o tempo cósmico sejam biológico ou histórico Geralmente se liga uma períodos de transtornos crise e mudança seja na vida da natureza seja na vida da sociedade e do ser humano
a festa carnavalesca é a segunda vida do povo baseado no princípio do Riso através dela o povo penetra ainda que temporariamente no O tópico da liberdade igualdade e abundância bem diferente é o caráter das festas e cerimônias oficiais que só consagram a estabilidade EA perenidade das regras que governam o mundo com suas hierarquias normas e liturgias segundo batinha festa oficial é o triunfo da Verdade pré-fabricada Vitoriosa dominante que assume a aparência de uma verdade eterna e imutável e Pretória por isso tom da festa oficial Só podia ser o da seriedade sem falha e o princípio
cômico lhe era estranho a festa oficial é a consagração da desigualdade já festa popular é a celebração humanista da Igualdade sua matéria-prima é a perspectiva humanista de que se pode viver sem Barreiras de qualquer tipo entre nossos semelhantes no carnaval reino uma forma de contato livre e familiar entre indivíduos que na Oi Diana estão sempre separados por Barreiras oficiais e intransponíveis de condição social de gênero e etnia de Fortuna unidade entre outras evidentemente Pessoal esse tipo de festividade na praça pública não pode prescindir e uma forma particular de comunicação que seria inconcebível em situações oficiais
Isso inclui um vocabulário próprio uma língua Franca que se opõe a prescrições de decência e etiqueta EA toda a concepção acabada é imutável de mundo essas formas de expressão são dinâmicas montáveis e flutuantes Como assim roubar TIM por isso todas as formas e símbolos da linguagem carnavalesca estão indo para aí né dos do lirismo da alternância e da renovação da consciência da Alegre relatividade das verdades e autoridades no poder a lógica e as formas símbolos e personagens carnavalescos José uma firma batting a lógica do ao avesso e do ao contrário representando as transições e permutações
através de Paris e alérgicos como o alto eo baixo a gente vê na Roda da Fortuna a face e o traseiro o céu e o inferno etc essa mesma loja que aparece nas diversas formas de paródias travestis degradações profanações coroamentos e destronamento os bufões a segunda vida o segundo mundo da cultura popular se constrói como paródia da vida ordinária como uma espécie de mundo al revés uma outra possibilidade da vida e esse mundo pessoal não nega pura e abstratamente o Mundo oficial mais um anima e renova Como assim roubar Tim o riso e a visão
carnavalesca do mundo destroem a seriedade unilateral e as pretensões de significação me Incondicional e intemporal e liberam a consciência o pensamento EA imaginação humana que ficam assim disponíveis para o desenvolvimento de novas possibilidades daí que uma certa carnavalização da consciência precede e prepara sempre as grandes transformações mesmo no domínio científico como vocês podem perceber não é à toa que tem tanta gente por aí eles não gostar de carnaval olha pessoal haveria muito mais a dizer sobre carnaval e carnavalização Mas eu acredito que já consegui chamar a atenção de vocês para os sentidos profundos que se
escondem por trás dessa importante festa popular e o nosso país se destaca como talvez nenhum outro do mundo se você gostou deste vídeo curta compartilhe e não se esqueça de clicar no Sininho das notificações para ficar sempre por dentro dos nossos conteúdos a gente se vê na próxima quinta-feira com mais um Cultura em movimento e [Música] E aí [Música] [Música] E aí [Música]