[Música] será que a noção de banalidade do mal que a filósofa hannah arendt forja no início da década de 1960 ainda dá conta para compreender as contradições da nossa sociedade [Música] quais foram as transformações da noção de mal até que nós chegássemos a noção de sócio patologia da vida cotidiana pode inscrever um trabalho interessantíssimo sobre aqueles que fracassam alta e um funk que descreve que muitas vezes é tido como um projetista no futuro uma projetista da história um kafka eles fala do não está mas ele deslocou o mal está ele transforma o mal-estar literatura em
uma destas série do café filosófico [Música] a esperança suficiente esperança infinita mas não para nós sentenciou o escritor franz kafka seu universo traz a agonia das situações que nos oprimem e não controlamos mas o embate inútil com leis ea casas que nos escapam absolutamente e assim o autor checo nos mostra o quanto é impossível compreender e dimensionar a complexa engrenagem de poder e vigilância que nos oprime e da qual ao mesmo tempo dependemos na literatura de kafka há muito da psicanálise de seu contemporâneo floyd seres kafkaniana anos padecem do mal estar na civilização a esperança
mas não para nós o conceito de mal-estar um conceito que foi desenvolvido no século 20 a partir das análises é um conceito que o fred utilizou um texto de 1930 e que um bug índia cultua um conceito de difícil tradução para o mal estar mas se você vai ver a etimologia significar o alemão tem algo também de um desabrigo de estar em um ambiente hostil não é e nós pitu e é esse estar num ambiente inóspito portanto não hospitaleiro que está em jogo no mal estar na cultura que se associa portanto um outro conceito psicanalítico
fundamental que a gente também vai ver como é importante pra gente tem na literatura do kafka que é o conceito de um rangers é o conceito de estranho nem o minozzo mas o freud no ensaio dele sobre um ano isso estranho ele faz um longo um ovo apanhado e tecnológico e uma das palavras que ele conecta ao rennes é um de hardwares a gente vê que existe uma relação entre esse desabrigo esse mal estar e o conceito fundamental psicanálise de um rei merss que evidentemente tem tudo a ver com o conceito de inconsciente ele é
tão importante para pensar psicanálise porque ele fala justamente desse próximo desse familiar que é ao mesmo tempo estranho rainey raiz é casa raio x é algo familiar é desse paradoxo que o fred parte não saiu dele sobre um ano - ele percebe que não alemão raio ele também pode significar algo secreto o segredo então como que o alemão a mesma palavra significa segredo secreto e familiar conhecido intimidade ele falou exatamente nosso inconsciente nosso inconsciente é algo que nos é familiar está dentro de nós e ao mesmo tempo somos estrangeiros e ele nos deu é estrangeiro
é porque a gente não tem um acesso segunda teoria psicanalítica o nosso inconsciente a não ser em certas situações como situações únicas no ato falho através da arte de certo então a gente imagina esse ser descrita pela psicanálise como indivíduo que está por exemplo num deserto que está numa tempestade situações que nós em uma casa para protegê lo e é esse indivíduo desabrigado que a psicanálise vai tomar com um indivíduo que todos nós somos o paradigma da psicanálise é um indivíduo que vive nesse um derradeiro e que carrega dentro de si esse ramo esse estranho
o fred usou uma frase do schelin para descrever o que é o ex1 rangers segundo célio um raio x é tudo aquilo que deveria ter pane permanecido em segredo e oculto e veio à luz então a gente vê que uma ambiguidade deveria ter permanecido ocupe e foi lançado uma luz sobre ele é justamente quando eo fred fala tudo que tá recalcado é que constitui esse nosso inconsciente quando ele venha luz provoca essa sensação de estranhamento uma espécie de angústia com relação ao encontro desses elementos recalcados que nos incomoda e esses conceitos são tão importantes porque
o kafka que era praticamente um contemporâneo de freud nasceu há cerca de 20 anos depois do fred mas morreu muito antes do choque porque ele um cercado morreu de tuberculose aos 41 anos mas eles viveram uma época história parecida viveram um império austro húngaro ea sua derrocada na primeira guerra mundial então tinha toda uma questão inclusive lingüística inclusive o que ele escrevia como autor literário era o alemão e todo mundo aqui uma metamorfose imagino que desde a adolescência e esse livro começa de uma maneira que tem tudo a ver com esses conceitos de um raio
xe de uma vaga e eu vou ter que falar rapidamente a primeira frase de se a novela em alemão e já explica porque as réguas ansa a eles móveis aos 11 em depoimento exacta fantasy xii e design bem suave ung choi kun de tifa verdade porque eu lhe disse para vocês porque aqui nós temos que aguardar santa uma manhã acordou ando certa manhã gregor samsa acordou de sonhos intranquilos encontrou-se em sua cama metamorfoseado no inseto monstruoso estava deitado sobre suas costas duras como couraça e ao levantar um pouco a cabeça viu seu ventre abaulado marrom
/ nervuras arqueadas suas numerosas pernas lastimavelmente finas em comparação com o volume do resto do corpo tremulavam desamparados diante dos seus olhos não era um sonho seu quarto um autêntico quarto humano só que um pouco pequeno demais permanecia calma entre as quatro paredes bem conhecidas sobre a mesa na qual se espalhavam desempacotado mostruário de tecidos santos aérea caixeiro viajante em dia a imagem que ele havia reportado fazia pouco tempo de uma revista ilustrada e colocado em uma bela moldura dourada essa negativa trair alemão também inclui então um tac 10 atrás né depois ele vai falar
de 111 de hoi an e fifa então há um único ponto a toda essa primeira frase justamente falar dessa pessoa esse indivíduo que era um funcionário normal como qualquer um de nós que de repente se surpreende numa bela manhã transformado metamorfoseado nesse nicho o monstro a gente está falando do homem novo a gente está falando dessa revelação se lança à luz sobre aquilo que a gente não queria ver comum com a definição do chefe então é essa esse projeto casqueiro que a gente pode chamar se um projeto literário é de trabalhar com esse elemento é
inconsciente o conhecimento é recalcado da cultura e do corpo é tem a ver talvez isso é uma hipótese com a própria situação existencial dele ele era de uma minoria de língua alemã e judaica de praga então uma espécie de minoria dentro da minoria essa situação de estar fora e dentro ou mesmo tempo é a situação cotidiana deles fazia parte da vida é cultural e psicológica dele né esse não lugar e essa busca de um lugar o kafka conhecia profundamente a tradição por exemplo do romantismo alemão não é singular não essa tradição literária mas ele vai
fazer aquilo que o grupo a ainda que é um dos entraves da obra dele um dos melhores no filósofo alemão chamou de deslocamento e não só desloca mas ele enlouquece e enlouquecendo e revela a loucura que é o nosso estar no mundo na modalidade então ele desloca se deslocar é fundamental o kafka eles fala do mal estar mas ele deslocou o mal estar ele transforma um está em literatura ele transforma mal estar num é é um tipo de dispositivo que permite a gente refletir criticamente sobre esse mal estar mas também se apropriar desse mal estar
aqui no domingo porque não é bom viver não está bom né uma literatura da depressão não é de todo uma literatura que com esse deslocamento permite um olhar irônico e crítico sobre a nossa posição nesse mal estar aí é conhecido que o capitalista negativas num na roda de amigos eles riam aquilo que hoje em dia a gente tende a ler numa numa chave muito trágica né conjuntura muito negra era pensada pelo kaká como um dispositivo de nos empoderar e não de nos enfraquecer nos nos entregar a esse mal está então uma carta ao seu grande
amigo depois de hora foi max drogas falando de jovens judeus que começaram a escrever em alemão ele fala que essa literatura nascido algumas impossibilidades fundamentais aí eu cito o carro fica a impossibilidade de não escrever a impossibilidade de escrever em alemão a impossibilidade de escrever de maneira diferente taticamente essa literatura nancy de uma afasia dilma não em linguagem de um lugar e ele arremata também se pode acrescentar uma quarta impossibilidade a impossibilidade de escrever então ele vai dar a possibilidade de não escrever até impossibilidade de escrever numa montagem totalmente a por ética e autocontrole história
ea literatura dele em cena essas atores em cena esses beco sem saída essas contradições sem solução e vocês podem falar de uma literatura extraída do corpo e aí vem também uma outra originalidade do carro ou seja uma espécie de apresentação desses elementos recalcados de e não simbolizados por exemplo ele vai trabalhar muito com o diário o diário um dispositivo fundamental na escrita kafkiano não só porque o diário uma escrita de se há uma inscrição desse uma inscrição vinculada ao corpo e à corporeidade em as datas não o diário é constituído pelo cotidiano das pessoas muitas
das obras do kafka nascem de dentro dos diários dele inclusive o recorde de diário e ele fala que ele escrevia os seus diários de noite por isso que eu falo que não são diárias são noitários nessa escrita corpórea ele está o tempo todo cavando entre a fronteira justamente do reino dom ramis do familiar e do estranho é essa que é digamos assim a a pegada é o o elemento realmente sui generis mas por outro lado não pode confundir com o surrealismo durante muito tempo se vinculava o carro ali era um escritor realista com a gente
acabou de ver no início da metamorfose ele começa com o despertar do gregor samsa é interessante a idéia do despertar porque no momento do limiar que o despertar o despertar de um limiar entre o sono ea vigília é nesse despertar nessa nesse limiar é e onde tem uma uma sombra do sono do sonho é lançado na nossa da nossa vigília que a gente vai se voltar para o nosso mundo de sonhos e de sono ele está no umbral ele não tá buscando o onírico como surrealistas ele busca se um espaço mais difícil de se localizar
que o lugar da fronteira aliás um outro companheiro de geração dele quero walter benjamin ele falava a mesma coisa ele dizia que se tratava de aproveitar justamente a a potência desse espaço do despertar para pensar com quando estava deitado já tarde alguém rapidamente virou uma chave na fechadura e por um instante sentir fechaduras no corpo inteiro como se estivesse vestido para um baile à fantasia o tempo todo abriram ou fechava uma fechadura para aqui e para ali uma descrição de um sonho dele é interessante porque o corpo suas partes e transformam em fechaduras in portas
para a memória justamente a nossa memória consciente uma memória mas que nada somática é uma memória olfativa memória na carne então ele sonho e esse sonho de certa maneira expressa também essa mobilização dessa memória somática na obra kafkiano sem esquecer que ele é um literato e um motor e tem ele reflete não é que a obra dele nasce como um mago mas a idéia é surrealista da escritura automática não ele pensa ensaia os diários de exatamente ele buscando essa escritura com essas características né uma carta a milena e científica de 1921 por momento insuportável ou
seja arrastar um arado através do sono e através do dia a gente vê então que se arado ele vai cruzar o sono e o dia vai cruzar essa fronteira fazendo fertilizar nascer a própria literatura dele mas um tormento é aquela coisa nessa escritor não é uma coisa fácil também essa escrita dos diários é vista como uma necessidade e como impossibilidade também ela tá nesse beco sem saída nessa nesse espaço a poético então ele escreve em setembro de 13 no diário de viagem a questão do diário é também a questão principal ela contém todas as impossibilidades
do resto é impossível dizer tudo é impossível não dizer tudo é impossível conservar a liberdade é impossível não conservá lá é impossível levar a única vida possível quer dizer viver junto mas cada qual livre justamente isso é impossível esse projeto do chamado aquino literário de apresentar um recalcado deve haver também com apresentar aquilo que o beijo e me chamou de um esquecido acho muito interessante essa ideia bizarra menina ele tenta interpretar muitas das imagens é do kafka como imagens do esquecimento eo esquecido é justamente aquilo que é recalcado psicanálise conta nos ensina é que não
existe mais aquela fronteira é clara entre o que a gente lembra que esqueceu essas coisas elas estão misturadas o esquecimento é uma modalidade de lembrança ea lembrança também uma modalidade de esquecimento então ele vai é justamente a apresentar essa e se aquilo que é esse lixo se escolhe aquilo que está esquecido contra a qual a cultura se protege o casca ele vive numa sociedade que se quer iluminista só que essa sociedade que se quer iluminista faz o que faz por exemplo a primeira guerra mundial milhões e milhões de pessoas normalmente assassinadas após a tecnologia a
nova tecnologia guerra do século 20 vai gerar um genocídio sejam cílios ele é contemporâneo do genocídio armênio que eu já não sei o que abre um século 20 é o império otomano mais um milhão de armênios foram massacrados aí ele foi contemporâneo dessa violência então a luz que emana dessa sociedade iluminista trocar fica uma luz extremamente amigo então ele vai apresentar isso de ter a mente eles um historiador evidentemente vai apresentar na metamorfose ele vai apresentar nessas versões animais que expressam o nosso nosso elemento recalcado aquilo que a gente joga para debaixo do tapete como
investigação de um cão que é um uma narrativa onde ele se coloca no lugar de um cão e nessa narrativa uma das experiências culturais mais interessantes que a gente pode ter porque a gente é transformado em cão ou então na construção onde a gente vira uma topeira a gente acompanha todas a toda a aflição de uma topeira construindo aqueles canais que são os animais né senão o nós nossos animais recalcados dentro de nós mesmos nossa animalidade né esse elemento justamente essa escória feliz no próximo bloco ele fala do aquilo que é o asqueroso a gente
tem essa impressão terrível de lambuja uma pessoa nossa própria cara [Música] as personagens de kafka estão presentes os aspectos primitivos que nós estão recalcados elas transitam pela linha que separa o humano eo animal em a metamorfose gregor samsa se transforma num inseto já em um relatório para uma academia o senhor road peter faz o caminho inverso é um macaco se transforma em nome tudo aquilo que a humanidade demorou milhões de anos para trilhar esse macaco trilha em poucos anos quase cinco anos me separam da condição de símio espaço de tempo que medido pelo calendário talvez
seja breve mas que é infindável mente longo para atravessar a galope como eu fiz falando francamente sua origem de macaco meus senhores até onde tem atrás de si algo dessa natureza não pode estar tão distante dos senhores como a minha está distante de mim mas ela faz cócegas no calcanhar de qualquer um que caminho sobre a terra o pequeno chimpanzé ao grande aqueles veja só a gente costuma não olhar o chipanzé que está no nosso pé mas todos nós arrastamos um chipanzé porque faz do ponto de vista da história né na terra dos animais pouquíssimo
tempo que nós nos mobilizamos o roto petta eles o misa fazendo que imitando né ea imitação é uma coisa irritante porque as pessoas acreditam que elas são de uma maneira original e inimitável as culturas as nações se acham únicas e um macaco vai lá e macaqueia e vira um professor como eu o professor falando diante de uma platéia de seres que não se consideram mais macacos ele é humanizado cuspindo é maravilhoso isso ele começa pegando a gente não conversou comigo daquele peso de ver comer né ele conversou com o espírito via aqueles homens andando de
cima para baixo sempre os mesmos rostos os mesmos movimentos muitas vezes me parecendo que eram apenas um era tão fácil imitar as pessoas nos primeiros dias eu já sabia conspira cuspimos então um na cara do outro a única diferença era que depois eu lambi a minha e eles não amb a sua como ele fala do aquilo que é o asqueroso ele tematizam asqueroso eles não colocam colocar na pele desse macaco ea gente tem essa impressão terrível de lamber o custo de uma pessoa na nossa própria cá está contando que já não viu e começou a
se organizar e como ele fez a bisar ele foi apertando com as pernas nas costas dele numa grade até que ele conseguia ficar de pé e conseguiu começar a imitar esses marinheiros aprenderá cuspe com eles e aprender também a beber com eles e assim ele se transforma em um ser humano então ele fala que essa grande foi incorporada nele não podia descrever melhor é a construção do super eu essa instituição né das desde que estão introjetada de nós mesmos ea cultura essa interdição dessas grades em nós mesmos a gente precisa colocar essas graves dentro de
nós para poder existir e assim que esse macaco incorporando a grande se transforma e fer uma vitória foi quando então uma noite diante de um círculo grande de espectadores eu agarrei uma garrafa de aguardente desarrolhar segundo as regras sobre a tensão crescente das pessoas levei aos lábios e sem hesitar sem contrair a boca como o bebedor de cátedra com os olhos virados água transbordando e mais vazia de fato e de verdade joguei fora garrafa não mais como um desesperado mas como um artista na realidade esquecido passar a mão na barriga mas em compensação porque não
podia fazer outra coisa porque é impelido pra isso porque os meus sentidos rodavam eubra de 100 mais alô eu rompi não sou humano saltei com esse brado dentro da comunidade humana e sentir como um beijo em todo o meu corpo que pingava de suor o eco ou são ele fala então a gente vê essa humanização do roto petta passando pelo cuspir e pelo beber e a nossa humanidade também do nosso ponto de vista dos nossos mitos originárias começou com pecados é nossa história é uma história justamente de uma construção simbólica para conter o nosso ser
pecaminoso por assim dizer voltando ao front sé no seu ensaio de 1930 o mal estar na cultura que descreve então esse recalcamento dos restos que mostra como a nossa sociedade a nossa cultura ela se dirige a partir dessa tentativa de conter as nossas pulsões fundamentais sobretudo é erótica ea agressiva com a elevação do homem a postura ereta e à desvalorização do sentido do olfato toda a sexualidade não apenas o erotismo anal ameaçou se tornar uma vítima do recalcamento orgânico de maneira que desde então a função sexual é acompanhada de uma relutância do fundamento não pode
ser encontrado em outra parte impede uma satisfação plena e afasta da meta sexual levando a sublimação e deslocamentos regionais então justamente inscrevendo se ficar de pé é exatamente o que acontece com o pt o tp ter né mas de dez anos antes não o cara tinha feito essa alegoria ele fica de pé ele abdica do seu ser animal desceu cerca a dupla dele a dica do olfato então essa questão é dos nossos sentidos também do ministro existia uma hierarquia do sentido do iluminismo e colocava visão como o sentido mais nobre e olfato tato os mais
baixos ea literatura kafkiano é uma literatura que tende para o fato por ta era justamente ela atende pelo objeto não por acaso as cenas sexuais na obra do kafka normalmente são cenas objetos normalmente são cenas sujas os sexos está no chão e de uma maneira totalmente analisado é como se fosse realmente uma interrupção daquilo que estava recalcado mas voltando à questão da imunidade o down e interessante que o fred ele admirava muito o dólar gera um grande leitor do down em mim e ele e à fita ele algumas obras mas o dano em que é
incorporado pelo floyd e que também gente pode falar pelo kafka não é o darwin justamente da evolução da espécie linear que tem a ver também com o modelo social que acredita no progresso de uma linearidade numa ascensão não esses dois autores eles vão deslocar nessa idéia desse processo eles vão apresentar esse ser humano por assim dizer é enlouquecido nessa direção não tem uma direção tecnológica pelo contrário como a gente está o tempo todo recalcando nos reprimindo é um bairro em que marca a nossa a nossa fiquei a nossa individualidade do ponto de vista da psicanálise
do ponto de vista é kafkiano no próximo bloco e kafka a gente vai ver camisas e dessa ambigüidade talley a força da lei [Música] a noção de evolução humana como teorizou darwin ou os ideais de uma sociedade no guinness regida pela razão essas são noções abandonadas por caco ele faz emergir nos seus escritos o mau estar e desconforto com os elementos clandestinos que vivem no subterrâneo da mente humana o inconsciente disto da perspectiva da literatura meu destino é muito simples o impulso de representar minha vida onírica deslocou todo o resto para um plano secundário que
definhou assustadoramente e não para de definhar nada mais poderá me satisfazer nunca existe uma tradição que vem pelo menos desde o romantismo é do final do século 18 começo do século 19 que um outro teórico é da estética e filósofo theodor adorno chamou de invasão sublime da arte então a gente pode ver como existe uma ruptura do de como que existia nas artes até o romantismo e uma invasão justamente do sublime que é pensado no sentido dessa apresentação desses ventos violentos não simbolizado senão simbolizava fez isso aparece por exemplo um goya uruguai que vai apresentar
justamente os desastres da guerra a guerra política contra sua violência [Música] então essa é a ruptura do de couro tem a ver também com um novo desidério da arte de apresentar essa realidade de violenta que caracteriza também a modernidade a expansão ea formação dos estados nacionais no século 19 um toda sua gigantesca violência a instauração do capitalismo com jornadas diárias de 14 15 horas de trabalho para mulheres e crianças inclusive então essa essa nova realidade com a sua violência vai exigir uma nova etar atura novas modalidades de apresentação na área das artes na literatura o
china um grande teórico também além de poeta dramaturgo teórico da arte da estética seguidor do campo ele falava que é na na literatura nas artes é o animal deve ser barrado a gente tem que mostrar um ser humano forte que resistir à violência em tempere então era o modelo também tira o início que acreditava e apostava das forças da razão desse homem que resistiriam né é essa é a tua toda violência toda é tudo descontaço é com as com o resto da sociedade e justamente em oposição a essa postura iluminista a gente vê a construção
dessa outra tradição dessa conta a tradição que se dá na verdade com muitos percalços não por acaso hoffmann que é um outro que também é fundamental pro para a teoria do de um raio estudo floyd é um motor também do romantismo ele o hoffenheim que vai apresentar justamente esse homem que tem um inconsciente desde seu primeiro a descrever o nosso inconsciente de certa maneira é é um é um escritor isso é comum os artistas e literatos eles costumam escrever descrever as coisas com décadas ou séculos de antecedência em relação a nós reles mortais do que
eles a razão por isso que eu acho que é importante a gente se entregar mais né a ale e apreciar a boa arte não esses artistas e escritores que estão é apresentando coisas que às vezes demora tanto para perceber o carro que ele não escreveu nenhum romance é tão fã o desaparecido o processo do castelo três romances que ele tentou escrever ele não acabou porque não acabou porque existe uma contradição entre a forma romance e tudo o que estou falando aqui pra vocês né o romance que que se desenvolve a mera que ele conhece ele
sobretudo no século 19 com um projeto realista é de fazer também uma conta a história de mostrar o baixo etc é como estar muito claro ali no zonaro roberto e centra mas trocar fica é se esse modelo é esse gênero de já tinha se tornado insuficiente e não dava mais conta que o que acontece no campo fica o kafka atemporalidade uma temporalidade enlouquecida o romance narra a história de alguém que vai ser burguesa esse romance clássico depois desistiu 14 contra o modelo uma pessoa tenta se organizar não consegue no fim se mata morre de alguma
coisa de sempre mas existe um processo que se dá existe uma temporalidade existe uma relação entre o indivíduo ea sociedade o romance é entronizado no século 19 também no momento em que ficar muito claro o papel da arte refletir sobre a relação entre o indivíduo ea esfera pública é uma esfera que também afundaram na modalidade tal como a gente conhece até hoje mas o romance ele na rafa esses embates no indivíduo com a esfera pública e de repente a gente vê o carro fica com um projeto de apresentar um hummer de apresentar essa casa arruinada
de apresentar um inconsciente por assim dizer não funciona mais como antes não existia informação a gente tende a ler a obra kafkiana da chave do autobiográfico esse é um truque maravilhoso depois ele foi imitado por outros artistas e escritores porque isso nos pega a gente gosta mais de ter garoa o real o século 20 a gente aprendeu a pegar o real a gente acha mais interessante o q1 como ser uma uma construção ilusionista como era aquilo que era o normal até o século 19 então existe uma destruição do com você nessa simulação esse jogo é
ilusório impulsiona mas ele inventa novas regras o preço que ele se tornou tão importante se fala dele até hoje a gente está aqui hoje falando sobre ele e um dos trabalhos que ele faz é justamente trabalhar bur ilan criticamente ironicamente o naufrágio das outras formas e porque o café fica né dos seus três mães que eu mencionei não desaparecido é o o o processo do castelo apresenta essas pessoas subalternas e com pensamento tosco e ainda tem uma ideia que eu acho muito interessante ele falou pensamento tosco dessas pessoas serve justamente numa sociedade onde existe uma
um pensamento tosco que predomina é a institucionalização por assim dizer desse pensamento tosco são personagens que pensa de uma maneira todos que vão poder fazer uma apresentação dessa razão que nos domina são personagens personagens que têm algo de é de dessa relação que aliás é um conceito que projeta muito baixo e com razão na hora do café como ele é de alguém que representa o indivíduo moderno uma janela os tempos modernos é dodô chato todo mundo viu isso né é um personagem muito próximo de algumas figuras nekhaychik anos e também eles também deverão nessa virada
do século é isso essa industrialização marcou a esses esses autores [Música] eu gostaria de mostrar também algumas imagens linhas para mostrar como o kafka deu uma forma imagética pra esses esse mal-estar né e alguns desenhos que ele fazia era um desenhista meio de amador mas eu acho que tem uma grande força nesse desenho a quem tiver é o do estado que alguém que também estava o tempo todo lutando do mundo é contra o mundo lembra ficado processo evidentemente então esse aqui entre essas duas caras que parecem prisões uma espécie de autorretrato também a gente pode
imaginar eu acho interessante o clima é essa imagem desse indivíduo que perpassa esses desenhos que tem algodão desse desenho infantil é de tracinhos essa idéia do espelho que eu acho interessante é que tenha uma ideia também de uma auto reflexão tanto nesse desenho como ele apresenta como falei a sua própria obra sua própria literatura como um processo de auto reflexão de uma deriva do corpo de kercher essa força é do kafka de fazer com que ele se espalhe pela obra dele quando ele chegou disse uma frase quero é o seguinte eu não posso dar uma
mostra do que eu sou do meu inteiro senão como um sistema de fragmentos porque eu mesmo o sul então essa idéia de ser um sistema de fragmentos têm muito a ver com o kaká eu falei e escrevi para fragmentos os romances dele ele escrevia fragmentado escrevia por capítulo cada capítulo numa pasta e ele cada vez que pegava para escrever um pouco depois você vai colar os capítulos num call ele apresenta essa fragmentação que caracteriza justamente essa modalidade foi a unidade da primeira guerra mundial também das guerras do século 20 ele teve essa sensibilidade para transformar
esse mal estar é e e literatura fraqueza da memória para os detalhes o caminhar do próprio aprender do mundo um signo muito ruim apenas ruínas de um todo como você pretende apenas sonhar a sua existência apenas rezar pelo seu sonho usar aprender as letras da reza se você não consegue se comportar de modo que quando chegar o momento da decisão o seu todo mantenha-se unido em uma mão como uma pedra que se lança uma faca que abate um outro elemento do fred que é fundamental nem saiu dele de 1930 é a idéia da intromissão da
agressividade como o processo civilizatório como falei um processo de introjetar trazer para dentro da forma de uma consciência moral que vai levar também é a idéia de uma de entanto de um superior como também de uma consciência de culpa o heu moderna 1 e ocupa um nicho e falou muito sobre isso e contra isso evidentemente o local fica também era o eleitor dessas infecções emitir anas crítica sobre a sociedade de culpados nem de pessoas presencial que escravizavam se submeter a essa culpa tática da humanidade que é muito vulgar cristã mas não só ela faz parte
do ponto de vista da piscina da psicanálise dessa incorporação da lei dentro de nós mas mais do que isso essa lei também ela é evidentemente entronizado na sociedade nossas sociedades modernas elas são baseadas em estruturas de poder agora o que é café e seus contemporâneos percebem é justamente o elemento mítico que tem dentro dessa estrutura legal às 10 política o walter benjamin também num fórum contemporâneo também do kaká ele fala todo o poder é violento e ele vai escrever justamente o elemento jurídico na estância do direito como sendo um pna dessa violência ele fala tem
algo de podre do direito o direito pode nos condenar à morte o direito ele exige uma força ele tem que ter um braço forte para poder fazer executar as leis a lei para ser executada ela tem que passar pela força pela milícia seja lá qual for que braço for pois bem então e kafka a gente vai ver camisas e muitos trabalhos dele dessa ambigüidade da lei com essa força a lei vai por exemplo e sobre as questões da lei vai falar que a nobreza está fora da lei ele percebe que quem está por cima puxa
no brasil ele talvez não saiba disso né está acima da lei está fora da lei eles que determinam o que a lei por outro lado a essa posição superior existe a posição extremamente opostas são os banidos da lei os não cobertos pela lei aqueles que podem ser tratados matáveis são carne matar ver você mata e não acontece nada com você por exemplo no caso do brasil os indígenas os negros pobres da periferia etc etc são os matáveis eles não são cobertos pela lei a lei tem algo de podre tem gente que só vai pra cima
porque está por cima da lei e gente que estava para baixo o cobertor da lei não os protege o processo livro de kaká ganhou sua versão para o cinema por orson wells à cena uma animação que abre o filme mostra um homem diante dos paradoxos da lei [Música] foi isso rio este é um trecho do orson wells da genial filmagem que ele fez sua exposição do processo é para si mesmo mas se bem que tenha uma interpretação que ele coloca aqui ele fala que seria uma visão única o que abona essa versão do kafka surrealista
é o problema da leitura do carro caso realista é que ela desista precisa kafka arranca ele dessa reflexão poderosa e em poder a dor do mal-estar no século 20 e ele está pensando coisas que não são exatamente é pesadelo que só encontramos quando a gente está dormindo mas que encontra no dia a dia desse é o homem do campo que não penetra a porta da lei agora é óbvio além dessa leitura existem infinitas leituras que isso aqui é uma parábola poderosa que o carro avança uma delas que também é muito interessante tem a ver também
com a idéia de lei a idéia de que toda lei teoricamente seria uma porta para a justiça ela também pode barrar a justiça a entrada na justiça porque a lei é justamente ela depende para existir da sua efetivação na sua tradução em ação e quem traduz em ação é a própria estrutura jurídica não existe uma lei abstrata que dê conta de todos os fatos por isso a porta era só para ele mas ele não é também porque a lei é sempre abstrata ela tem que ser não ter impossível uma lei para todos os casos só
que essa aplicabilidade depende também de uma do momento político a lei a lei depende daquela pessoa que faz com que ela exista no próximo bloco essa animalização na obra do kafka como uma legalização desse dessa animalização que a comunidade dele sofria [Música] em causa está o nosso desespero com a existência o primeiro sinal do início do conhecimento é o desejo de morrer essa vida parece insuportável a outra e inatingível a pessoa já não se envergonha mais de querer morrer e pede para ser levada da velha cela que a rodeia a uma nova e só então
aprenderá a o diário ea em clássica também a nossa necessidade de alimentar a esperança para seguir vem a gente que flutua agarrado num traço a lápis do tua um advogado sonhando com salvação o carro que ele apresenta muitos muitas parábolas e os seus romances situações né onde as pessoas estão fechadas e enclausuradas por exemplo se ele fala minha cela de prisioneiro o meu forte ele fala muito dele como alguém que está numa prisão então existe esse esmagamento espacial existe um esmagamento também temporal que tem a ver com uma temporalidade que também uma temporalidade daquilo que
a psicanálise chama de segundo é de de temporalidade do trauma o indivíduo que está dentro enclausurado em uma situação traumática ele não consegue sair do templo calma esse tempo do trauma ele não caminha não existe justamente processo a psicanálise significa porém processo essa clausura da memória traumática é uma clausura espaço temporal a pessoa está aprisionada aquela situação 18 atletas que esse espaço africana que ele é romântico o espaço rizomática é esse espaço tem um espaço nosso inconsciente ou inconsciente dizia freud não tem temporalidade mas a espacialidade do inconsciente também enlouquecida e o espaço na obra
kafkiano também é um espaço rizomática uem ou que cido é por isso que eu proponho que a gente leia o processo do castelo por exemplo como a legalização desse espaço tempo em oxi o processo com relação a ele e ainda que a história de uma guerra que se dá um tempo e um castelo com relação ao dicéia que é justamente a história do deslocamento de uma viagem só que no castelo é o agrimensor que quer penetrar nesse castelo nunca consegue chegar perto dele porque justamente esse castelo ele tem uma uma localização rizomática é impossível outro
conceito que penetra obra dele né o conceito de construção que também é um conceito psicanalítico é obra dele como um jogo de construção ele apresenta construções como no texto a construção que eu falei para vocês esta toupeira construindo a sua toca mas ele também apresenta ele abre o ateliê da literatura então ele nos revela o literato trabalhando né no seu ofício e embaralha o tempo todo as fronteiras inclusive entre né o escritor e crítico literário ea relação irônica dele com a história com a presença como aparece nos diários deles né então 2 de agosto de
14 a alemanha declarou guerra à rússia de tarde aula de natação verde existem os preenchimentos mirone aqui não quer dizer que tipo de que raios e diário é esse uma ironia que ela nasce de um mal estar para elaborar e apresentar e simão está a apresentar também uma anomia antes da lei fora da lei existe uma anomia um estado de exceção a idéia de que na sociedade existe né uma anomia e não uma é justamente uma uma construção política harmônica e iluminista conforme os modelos de dados do século 18 né também mostrando a idéia do
próprio e do estrangeiro ele trata muito disso tem a ver novamente com aquela idéia eu falei para vocês nessa exploração da fronteira da casa e do estado um espaço enorme êxito e ser pertencente a uma minoria não pode esquecer que as três irmãs do café morreram em campos de extermínio assim como os três irmãos do floyd entre eles dois pertenciam a uma minoria é que os levaria para essa situação dos dois morreram antes no local a ford conseguiu fugir para a inglaterra mas ele morreu no km 39 é então essa e se estar nessa posição
é de bode espiatório porque eles viram todo o processo de construção dessa essa animalização do deus né e não é errado também dei essa imunização na obra do kafka como uma legalização desse dessa animalização que a comunidade dele sofria porque ele já viveu nos anos 20 é essa é esse antissemitismo com essa perseguição dos judeus né o floyd falava também do mesmo mal está na cultura dessa idéia do narcisismo das pequenas diferenças né e grupo vai querer aniquilar o outro porque justamente como são pequenas diferenças só aniquilando a eliminar esse outro que te incomoda e
é nesse não existe uma pequena diferença também que o o hotel explora muito com os duplos que existem na obra existem muitas duplas figuras do picadas então a gente pode lembrar também de uma de que as obras do freud foram queimadas em nomeado o dia 10 de maio de 33 bebelplatz em berlim quando queimaram famosa queima dos livros nesse dia não se mencionou as obras do kafka mas evitava analista também dos livros proibidos porque é óbvio uma literatura revolucionários e de que eles tinham até um pouco de bom senso nos diz ele percebendo é perigoso
é perigoso a gente sabe eu cá fica bem e é extremamente revolucionando então por exemplo o o um só feliz mas dodoca com relação a isso existe um objetivo mas nenhum caminho o que denominamos de caminho é um hesitar sem comentários outra é que é a frase que deu nome para essa mesma de hoje há bastante esperança para deus se esquece que ele faz para deus há bastante esperança para deus esperança infinita apenas não para nós isso é de uma de uma clarividência incrível do ponto de vista da psicanálise nós não somos programados para a
felicidade a gente é feliz em curtíssimos momento da nossa vida num momento de mudança de um estado ruim pelo melhor só aí a gente feliz nosso estado normal é de estar a jogar no mundo está no ponto de vista da psicanálise e e do ponto de vista da psicanálise muito dificilmente serão a sociedade continua como está organizada é essa essa saída do mal-estar seria possível então pra deus tem uma esperança é uma esperança é infinita e não para nós no entanto quando casca fala isso ele está reconhecendo que a gente vive também de projetar a
esperança é importante lembrar que a esperança aquela famosa é figura é que que sobrevivia ltda na noite do japão demandou é a cidade que é a última que morre mas é interessante que a essa figura da espécie é da esperança como ela é incorporada alegoricamente uma história da arte vou representar apresentar aqui uma imagem flagrantes ano o o hotel benjamin no livro de rua de mão única ele faz uma pequena descrição dessa imagem batistério de florença sobre o portal a espécie de andré pizzano está sentada e desvalida ergue os braços em direção a um fruto
que ele permanece inalcançável contudo ela nada mais verdadeiro mais reflexões no site facebook do instituto cpfl e no canal do café filosófico no youtube a gente tem umas imagens do autor forme um pintor norte-americano ele se especializou em pintar versões do roteiro que ele encontrou na história das imagens é como ele consegue trazer essa ambigüidade elemento um raio x do animal se humano nesses macacos que ele retrata [Música] joel