Obrigado Alura por patrocinar esse vídeo. Imagine que alguns homens estão presos em uma caverna desde que nasceram. Eles estão fixados no mesmo lugar, segurados por correntes de uma forma que a única possibilidade é ver o que está a sua frente.
Foi assim durante toda a vida desses prisioneiros. Agora, imagine que atrás deles tem uma fogueira. Existem também alguns homens que estão soltos, mas seguem dentro da caverna projetando sombras para esses prisioneiros.
Eles passam imagens de animais, da vegetação, emitem sons, fazem de tudo para que as sombras refletidas nas paredes daquela caverna sejam o mais real possível. Agora imagine que um desses prisioneiros é libertado. Ele se solta das correntes que o prenderam durante toda sua vida e pode, finalmente, andar pela caverna, percebendo a existência de um mundo que vai muito além do que ele conhecia.
E então, ele encontra uma saída. Por ter passado a sua vida inteira no interior daquela caverna escura, seus olhos queimam perante a luz do Sol, ofuscando a sua vista. Com o passar do tempo, ele vai se acostumando com a iluminação e pode desfrutar de um mundo completamente novo.
No começo, o antigo prisioneiro tem dificuldade de compreender o que de fato é real, já que para ele, durante toda a sua vida, as sombras foram seu verdadeiro mundo. Animado com sua descoberta, ele resolve voltar à caverna e contar aos seus companheiros tudo que ele havia descoberto. Ao reentrar na escuridão, seus olhos mais uma vez ficam cegos, pois ele havia acabado de se acostumar com a luz do Sol, com o tempo, mais uma vez, ele consegue voltar a enxergar e pode contar aos seus companheiros o maravilhoso mundo que ele havia conhecido.
Agora, pensa comigo, como vocês acham que eles reagiriam? Vocês não concordam que esse novo mundo que ele conheceu seria uma completa bobagem para seus ex-companheiros de prisão? Afinal de contas, as sombras ainda são uma realidade para eles.
Você vai me dizer que o que eu passei a vida inteira olhando não é real? ! Seus ex-companheiros de prisão ficam tão bravos e assustados com essa nova possibilidade, que desejam acabar com a vida do seu ex-colega de cela.
E esse é o Mito da Caverna de Platão, um dos mais complexos e profundos temas da filosofia grega. Isso porque no cerne da questão, está uma das perguntas mais difíceis de serem respondidas: o que é a realidade? Como sair da caverna e enxergar o mundo ao seu redor?
E quais as lições que podemos aprender com essa alegoria de Platão? Hoje, no Filosofando. Oi, eu sou o Tinôco e se você está disposto a sair da sua caverna e aprender um pouco mais, eu lhes apresento a Alura, a maior escola de tecnologia do país.
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Sendo o 7° capítulo justamente o Mito da Caverna. Segundo Platão, "O homem é um microcosmo dentro de um macrocosmo", por isso ele usa a sociedade, ou a república, para tentar entender o homem. Ele usa do comportamento social para tentar entender o comportamento do indivíduo.
É por isso, inclusive, que o Mito da Caverna parece ser tão atual, mesmo ele tendo sido escrito há mais de 2. 400 anos. Porque, como a gente vai ver no decorrer desse vídeo, Platão entende que o mundo em que vivemos, ou seja, o mundo material, é uma tentativa de ilustrar o mundo perfeito que temos em nossa consciência, dentro de nós.
E agora, eu não sei se você reparou, mas essa história serve muito bem para ilustrar a vida de seu mestre, Sócrates. O homem que foi capaz de se libertar das correntes e enxergar o mundo real, mesmo assim, ele foi morto por aqueles que se recusaram a sair da caverna. Bom, existem muitas formas da gente tentar entender essa alegoria, mas a principal delas divide esse mito em 3, começando pelas sombras.
Na minha opinião, o grande centro dessa história não está nos prisioneiros nem na própria caverna, mas sim, nas sombras projetadas nela. Muitas pessoas olham para essa alegoria e se questionam: Pô, mas os caras não perceberam que era uma sombra? Eles eram imbecis?
! E aqui uma frase muito simples pode nos ajudar a entender essa questão: “o contraste gera consciência”. O que essa frase quer dizer é que você precisa ter um ponto de referência para saber o que algo é ou deixa de ser.
Por exemplo, você só vai saber que isso aqui é branco, se você tiver isso aqui para perceber que as duas cores não são iguais. No caso dos prisioneiros da caverna, eles não conhecem o branco, porque eles só foram apresentados ao preto das sombras. Eles nunca puderam ver nada além disso, então eles nunca tiveram o contraste da luz para perceber que tudo aquilo não passava de uma ilusão.
Para Platão, as sombras projetadas na parede representam o nosso mundo sensível, o mundo material, ou seja, o mundo que você olha, toca, observa e experimenta. Para ele, essa seria a forma mais simples e o pontapé inicial para o conhecimento. Em contrapartida, ele cunha o que ficou conhecido como o Mundo das Ideias.
Ou a parte de fora da caverna, onde existe tudo aquilo que é projetado nas paredes. Platão aqui, divide o mundo em dois, entre o Mundo Sensível e o Mundo das Ideias. E é bom deixar claro que “ideia” não tem esse sentido que você está pensando, de algo criativo, mas sim, de ideal.
O Mundo das Ideias pode ser chamado de um Mundo Ideal, e é onde está o verdadeiro conhecimento, o que a realidade é em si. Um plano superior e belo que entende, origina e coordena o mundo como ele realmente é. Para você entender melhor vamos usar um exemplo simples, uma cama.
No mundo sensível, ou seja, no nosso mundo, nós temos todos os tipos de cama disponíveis. Tem cama de casal, cama de solteiro, sofá cama, kingsize, tem todo tipo de cama! Já no Mundo das Ideias, nós não temos uma cama no formato material, mas sim, um único tipo de cama: a cama ideal, ou seja, a perfeita.
O mundo material serve exatamente como uma tentativa de representar esse mundo ideal. E isso não se aplica apenas em coisas físicas como camas, cadeiras ou mesas, mas também a coisas metafísicas como o amor, a paz e a justiça. E é por isso que, para Platão, o mundo material é imperfeito e mutável.
Porque nós nunca conseguimos definir de fato o que é uma cama ideal. Desde que o ser humano existe, a gente está melhorando cada vez mais a nossa cama. A cama de hoje em dia é completamente diferente da cama de 10 anos atrás, que por sua vez é completamente diferente da cama de 100 anos atrás.
Porque nós sempre estamos buscando o mundo ideal, ou seja, o mundo perfeito e imutável. A matéria está em constante mudança, enquanto o ideal permanece o mesmo. E é justamente isso que é a sombra, esse mundo material que nós estamos presos, mas que nunca encontramos o seu ideal.
E agora, nós chegamos a parte mais traiçoeira da história, a fogueira e os homens. Para Platão, a fogueira representa o desejo que prende o homem neste mundo material. É através da fogueira que os prisioneiros seguem acreditando no mundo que, para eles, é o real.
É através dela que as sombras aparecem. Os homens precisam do fogo para seguir vivendo em seu mundo. Ela forma a falsa realidade, que está tão impregnada na mente dos prisioneiros, que eles se recusam a acreditar depois que seu companheiro volta depois de ver a luz do Sol e tenta alertá-los sobre as sombras que eles vêem.
E esse é o momento mais marcante do mito na minha opinião. Afinal de contas, o pior escravo é aquele que defende suas próprias correntes. Platão, com isso, nos alerta para o que hoje nós conhecemos como “escravidão inconsciente” que seria o pior tipo de escravidão possível, onde o escravizado não sabe que está sendo escravizado.
E é por isso que eles odeiam tanto esse papo do seu ex-companheiro. Porque eles não acreditam que precisam de uma realidade diferente, aquilo é o real para eles e isso já é o suficiente. Eles se apegam de uma forma que os próprios prisioneiros começam a decifrar a ordem das sombras.
Assim, os mais “espertos” começam a ganhar status e nasce ali dentro uma hierarquia baseada no conhecimento das sombras. Você pode olhar para essa história e pensar que o grande vilão disso tudo são os homens livres que ficam atrás da fogueira e que ficam manipulando os pobres presos. Mas Platão discordaria de você.
Para ele, os homens que fazem as sombras são tão prisioneiros quanto os que estão presos. Eles também vivem em prol disso tudo e não estão dispostos a largar a caverna. Em tese, eles se libertaram, mas tiveram medo de se cegar pela luz.
E agora, nós chegamos na grande personagem dessa história, algo que não está somente fora da caverna, mas também dentro de cada um de nós: a luz. Este é o ponto auge desse mito. O momento da iluminação, onde a luz penetra nos olhos do prisioneiro.
Ela representa justamente o Mundo das Ideias que eu comentei anteriormente. O mundo ideal onde tudo é em sua forma mais perfeita. O Sol é a fonte para a luz do mundo sensível, é ele que faz tudo ser possível, inclusive a fogueira da caverna.
Até por isso existe outra alegoria de Platão, conhecida como a Alegoria do Sol, onde ele tenta explicar exatamente essa relação entre o mundo sensível e o mundo suprassensível. E da mesma forma que o Sol ilumina aqueles que estão do lado de fora, ele também cega aqueles que são despreparados para tamanha claridade. Aqui, a gente pode fazer um paralelo muito simples com algo que já deve ter acontecido com você, aquele momento em que você descobre algo novo, mas fica completamente paralizado pela luz que ele emite, preferindo assim voltar para dentro da caverna.
Até esse momento, uma grande questão ainda não foi respondida: Como alcançar esse mundo ideal? Como se livrar dessas amarras, sair da caverna e poder ser iluminado pela verdade? Bom, na minha opinião, tudo isso só pode partir de você.
Aquele que já viu a luz do Sol, não pode simplesmente te forçar a sair da caverna e te obrigar a enxergar a luz do Sol. Pense, por exemplo, em um professor. Ele não pode te ensinar uma matéria que você não esteja disposto a aprender.
Se você quer ver a luz do Sol, primeiro você tem que buscar a luz dentro de si. E esse é o grande ponto da filosofia. As ideias dos grandes pensadores ao longo do tempo não estão aí simplesmente para você pegar e absorver.
Elas estão aí para serem questionadas e entendidas, somente assim a luz dentro de ti vai começar a crescer. E é por isso que Sócrates é conhecido na Grécia Antiga como o parteiro das ideias. Porque uma parteira não pode parir o bebê de alguém que não está grávida.
Assim como Sócrates não é capaz de arrancar as correntes de alguém e iluminar o seu mundo, se você próprio não tiver a luz dentro de si. Sócrates apenas ajuda você a desenvolver a luz que já existe no seu interior. Ele não pode criá-la, nem mesmo responder os questionamentos que você tem.
E é por isso que ele desenvolveu o que ficou conhecido como maiêutica socrática, que significa exatamente o ato de dar a luz ao conhecimento. E ele fazia isso em duas partes: primeiro, ele induzia a pessoa a duvidar do que ela realmente sabe. Questionando o seu conhecimento, ele revela as contradições presentes nele.
Já que grande parte das nossas ideias e concepções são baseadas em dogmas e preconceitos. Ideias já preestabelecidas na nossa cabeça, que nós nem sabemos o porquê de acreditarmos naquilo. Tendo feito isso, ele leva o homem à possibilidade de vislumbrar novos conceitos a partir de uma auto reflexão.
E é daí que surge uma de suas maiores frases: “Conhece-te a ti mesmo”. É a partir da dúvida, do questionamento e da busca interna que nós alcançaremos a nossa iluminação interior. A luz fora da caverna serve apenas para iluminar a luz que já existe dentro de você.
E essa é a grande lição do Mito da Caverna. Bom, e eu queria agradecer do fundo do meu coração a Alura, por estar sendo uma grande parceira aqui do canal, e se você quer mudar de carreira, iniciar uma nova ou apenas evoluir o que você já sabe, a Alura é o lugar certo para você! Lá, por exemplo, tem um curso sobre gestão e inovação, que fala muito sobre o que nós falamos durante esse vídeo e vai ajudar você a ter um desenvolvimento pessoal enorme.
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Assista esse vídeo e esse vídeo aqui também e é isso. Muito obrigado pelo seu acesso e até o próximo vídeo, valeu, falou, um grande abraço do Tinôco e lembre-se: a existência é passageira. Tchau!