Olá você que bom novamente estarmos juntos esse é o nosso quarto encontro o último deste minicurso minicurso que começou há três semanas atrás justamente tratando desse tema declínio da vida em sociedade e o Brasil no início do século XX você se recorda nós começamos tendo um primeiro encontro justamente debatendo a nova realidade do Brasil com com dois professores fizemos uma uma discussão interessante apropriada uma espécie de balanço do Brasil nesse primeiro quarto do Século XXI é tá completando o primeiro quarto já estamos indo para o segundo no ano que vem 2025 né fecha o primeiro
quarto deste século um século que iniciou com muitas transformações No Brasil e esse é o a hipótese pela qual nós estamos trabalhando eh um país que vive uma profunda mudança de época na segundo No segundo encontro nós tivemos oportunidade de de um um olhar mais panorâmico a respeito do que nós entendemos como sendo A Hierarquia do mundo né ou seja os países não são iguais não estão na mesma posição né Há países em posições eh dominantes países que detém moeda de curso internacional detém eh forças armadas para impor quando os seus interesses não são muito
bem aceitos e são países que tem capacidade de inovação tecnológica bastante Ampla e além d de entender a hierarquia do mundo Nós também tratamos do subdesenvolvimento né esse esse tema que nos acompanha no caso brasileiro há muito tempo e que agora ganha novas características justamente diante desta transformação digital que nós todos estamos participando assistindo né aula semana passada então nós discutimos um pouco a questão da desigualdade a nova desigualdade que vem rapidamente ganhando dimensões a partir da era digital são desigualdades diferentes daquelas que nós estamos acostumados a perceber no Brasil especialmente ao longo do século
XX destacamos também a importância do eletr momento né Essa nova situação em que nós temos dificuldades especialmente aquelas gerações não é que são estrangeiras que não nasceram na época digital e e assumiram eh utilizar todas as novas os novos instrumentos que nos permitem comunicar não é e receber informações mas nós não estamos muito bem a par sabendo do jogo que passa por trás eh das redes sociais o papel das grandes corporações transnacionais e por fim também discutimos na aula passada o papel do estado diante desta nova situação né após a frustração do neoliberalismo como uma
receita que foi nos imposta dizendo que a Maravilha viria como resultado do processo de privatização do processo de redução do estado do avanço do setor privado infelizmente mais uma vez a retórica não coincidiu com a realidade e nesse encontro de hoje que é o último eh desse minicurso nós vamos então do regime demográfico do novo regime demográfico e a metamorfose da relação capital trabalho vou explicar isso em detalhes mas antes é importante eh não apenas eh cumprimentar a todos agradecer por estarmos juntos pela dedicação que foi concedida na na agenda de cada um encontrar um
tempinho para estarmos juntos seja diretamente nas aulas ou em outros momentos mas eu gostaria de dizer também que eh para que você que se inscreveu e tenha acesso a um certificado que vai ser enviado eh pelo pelo correio eletrônico que você nos informou quando se inscreveu Eh você precisa a partir das 7:45 da noite à 19:45 eh se manifestar através do do chat que o ibg que o ibg que o Instituto de Economia vai oferecer também queria dizer que aqueles que não tiveram oportunidade eh de cumprir não é eh a presença a participação em em
três Os Quatros encontros ainda terá essa oportunidade eh de assistir pelo próprio YouTube eh do Instituto de Economia até dia 11 de setembro quando então se encerra o prazo pela qual você teria condições de nos acompanhar e para poder receber o certificado né informo também que eh os que tiverem interessados em fazer questões considerações como temos feito na nos encontros anteriores Fique à disposição para se manifestar e assim nós temos condições de fazer um diálogo após a nossa apresentação do tema que temos hoje aqui e Como disse o tema nos leva a refletir a respeito
da questão populacional né do governo das populações eh e ao mesmo tempo tratar desse tema relação capital trabalho são eh dois conceitos que a gente precisa a partir de um ponto comum né Para nós entendermos de que se trata que se trata vamos aqui chamar a atenção né um entendimento de conceito a governança de população e vamos acrescentar não somente a população o território porque não se pode pensar a população de forma abstrata ela está situada num território numa geografia e que de certa maneira essa Geografia está limitada não é por eh por deis por
manifestações do ponto de vista político jurídico que estabeleceu então especialmente a partir eh do final da Guerra dos dos 30 anos lá em início de 1600 n um formato novo para os impérios para a partir então do estabelecimento de estados nacionais então estados nacionais estão os estados estão relacionados à existência de um um limite geográfico um território a ser administrado né pelo Estado Nacional e dentro desse território tem populações populações muitas vezes heterogêneas e que portanto passaram a ter um governo uma governança Então nesse sentido e é importante dizer que para saber dessa população estamos
falando de uma quantidade significativa de pessoas dentro dos estados nacionais se construíram Então as estatísticas que são aquelas que permitem saber a dimensão seja do território olhando do ponto de vista da geografia dimensão o tamanho a composição biomas Rios florestas montanhas mas também através de um senso demográfico conhecer a população a sua composição né a sua dimensão a sua situação de vida social e esse é de certa maneira algo que essa preocupação que vem já de muito tempo H registro de censos populacionais e até de animais não é eh isso Especialmente na China eh na
Índia né há mais de 2000 anos há contagens nesse sentido e era uma contagem que vinha justamente da preocupação de uma época tão longe eh com a preparação para a guerra né tamanho da população a dimensão no enfrentamento eh de guerras eh que já havia há muito tempo só no período tudo mais recente a partir do século X nãoé com o renascimento com o Iluminismo eh se constituiu portanto sensos mais modernos com metodologias adequadas e eh tiveram um papel justamente contar a população como no caso dos Estados Unidos primeiro Censo demográfico realizado em 1790 teve
o objetivo de saber o tamanho da população para poder definir o Número de representantes políticos n e justamente a partir do tamanho eh da população eh por regiões por estados né que se estabelece então a o a quantidade de votos necessários para eleger um representante né bom nós também tivemos no Brasil eh em 1872 o primeiro Censo eh demográfico realizado cuja monarquia naquela época Dom Pedro I estava muito interessado em saber a composição da população brasileira havia uma interpretação da Elite da monarquia está relacionado desde a criação ainda no Primeiro Império né do Instituto Histórico
geográfico brasileiro que passava uma visão especialmente da Elite que o Brasil era um país europeu um país constituído de homens e mulheres brancas né letrados E que basicamente eram eh pertencentes à igreja católica e houve de certa maneira resistência às tentativas de fazer um senso demográfico como lá em 1850 por exemplo na verdade o Censo mesmo não contagia em algumas cidades como até havia mas o Censo nacional é realizado em 1872 e revelou no caso brasileiro que havia cerca de 16% de sua população estimada em 10 milhões naquele momento que era considerada escrava ainda não
é e revelou também que 23 dessa população era constituída de não brancos não eram pardos eram pretos miscigenados de Mane geral bom então nós estamos aqui só levantando alguns exemplos para demonstrar que o a governança da população e incorporamos também o território é um tema pela qual nós vamos desenvolver né ou seja um padrão de governança de populações para chamar a atenção de que estamos diante hoje de um regime demográfico muito eh distinto da trajetória histórica que o Brasil eh registrou pelo menos nos últimos 200 anos quando o Brasil alcançou a sua independência política nacional
bom vamos também falar de um outro conceito que está no próprio título do nosso encontro que é a chamada relação capital trabalho né que é justamente aquilo que fundamenta a a dinâmica do capitalismo durante a chamada era Industrial né que separa de um lado eh o o capital que é justamente representado pelos proprietários do Capital seja na forma eh do ativo como a terra seja de um ativo como uma uma indústria né uma fábrica por exemplo mas pode ser também na atividade de serviços comércio enfim eh os donos né Desse Capital em grande monta e
para poder reproduzir o processo de acumulação de capital da Ampliação do Capital não é eh pressupõe então a contratação e de trabalhadores pagando Em contrapartida uma remuneração um salário e portanto se estabeleceu uma relação em geral de conflitos né porque há interesses muito distintos entre os que detém a posse do capital e os que não detém esta posse mas depende desse desse emprego no no capitalismo para poder ter a sua sobrevivência né E isso ao longo da história vai ser entendido muitas vezes como o próprio motor da história esse conflito essa centralidade denominada entre o
capital e trabalho n de um lado os empregadores de outro lado os empregados muito bem então de forma sintética nós temos aqui dois conceitos governança de população e a relação capital trabalho né é óbvio que eu tô aqui simplificando porque apenas para Saímos de um ponto comum de interpretação bem Eu gostaria agora então a partir da definição muito breve desses dois conceitos trer aqui elementos que nos permitam pensar um Panorama do ponto de vista histórico eh da evolução da governança eh de populações no caso brasileiro um pouco essa a perspectiva que eu queria apresentar vou
pegar do ponto de vista histórico para poder chegar no presente e aí chamar atenção para a inflexão demográfica que nós estamos vivendo eh bom é importante dizer também que cada governança de população está vinculado a um uma ordem uma ordem mais geral não é que organiza a o o o a dimensão eh de da governança da população e também obviamente centralizada nesse tipo de relação que nós vamos denominar como relação capital trabalho mas também as relações que havia antes da relação capital trabalho porque obviamente como sabemos o Brasil passou a ser eh dominado não é
pelo modo de produção capitalista somente no final do século 19 né Depois da abolição da escravatura havia algumas experiências mas do ponto de vista de ser um modo de produção dominante é praticamente a partir da década de 1890 né estamos falando praticamente de 13 para 14 eh eh décadas que não é muito mas enfim marca a história do nosso país Então eu queria começar dizendo que eh nós precisamos entender o que era o Brasil pré-capitalista o que havia antes do do do capitalismo de fato se instaurar né como sabemos eh a a independência Nacional em
1822 até 1889 não é é marcada pelo Império né pela monarquia eh mas na verdade é um império que governa populações numa sociedade agrária né sociedade agrária é aquela em que as pessoas eh São Donas da terra né ou trabalham eh na terra então nós estamos falando na verdade de uma sociedade que está fortemente vinculado a às condições de vida no campo aos valores do Campo né E nessa sociedade agrária instaurada no Brasil após a independência eh durante o período pré-capitalista nós temos a ordem escravista a ordem da governança de populações é dada pelo escravismo
o que que é o escravismo é aquela relação que se estabelece entre o proprietário de terras e o proprietário de escravos e os próprios escravos né então a relação pral trabalho que estamos falando antes é a relação no Brasil escravista entre o proprietário de terras e de escravos e o próprio escravo né então esta relação é que marca a governança sobre a ordem eh escravista né uma uma uma governança que olha de um lado a presença eh de trabalhadores eh em geral vindos de do continente africano são escravos inclusive nem são tratados como gente são
tratados como coisas são comprados e vendidos nãoé uma situação subumana vamos chamar aqui essa referência e esse período né esse período que o que o Brasil fez parte da sociedade agrária em que havia digamos assim a experiência predominante eh no mundo eh não sendo capitalista nós estamos falando aqui do BR que é escravismo mas obviamente na Europa eh em grande parte da Ásia estamos falando relações feudais né são feudos que há o senhor feudal e ao servo né mas é diferente nunca tivemos feudalismo no Brasil para dizer bem claro e o nosso foco é oo
Brasil né mas o que eu quero chamar atenção que nesse nesse governo de populações pré-capitalista é um período que a população no mundo e mesmo no Brasil ela cresce muito lentamente muito lentamente porque cer certa maneira não há eh uma intervenção que não seja decorrente desta relação eh proprietário de terras e pessoas escravos ou seja o Brasil não tem hospitais não tem um tratamento científico remédios por isso que haveria Na verdade uma taxa de mortalidade muito elevada muito elevada então é importante dizer que nós chegamos até o século início do século XIX em 1800 no
mundo não havia eh ainda chegado a 1 bilhão de habitantes na terra no planeta estamos falando bom seguindo o curso da história né Nós podemos passar então Eh de reconhecer que o Brasil já foi escravista não é houve o fim da escravidão né e e assumiu uma nova ordem uma ordem agora ainda numa sociedade agrária porém agora não mais submetida ao Mercantilismo e ao escravismo Mas sim ao próprio capitalismo moo Nascente a partir de 1889 e basicamente até o ano de 1930 e durante a chamada República Velha ou a primeira república que se instalou no
Brasil que é uma ordem Liberal uma ordem Liberal que vai de certa maneira eh eh abrir um um um um novo padrão de governança das populações né a partir de uma relação que não é mais entre senhor de escravo e escravo agora é uma relação que vai se fortalecer a partir partir do próprio proprietário de terras não é mas não é mais um proprietário de escravos ele é um proprietário de terras que precisa na verdade contratar trabalhadores trabalhadores livres sejam eles Imigrantes como foi uma parte significativa eh de de de trabalhadores que vieram sobretudo da
Europa eh e foram de alguma forma sendo substituindo atividades que anteriormente eram feitas através do trabalho forçado Especialmente na região Sul centro Sul já no nordeste norte Não foi bem assim mas todo caso nós podemos falar da região Centro Sul que era a região mais dinâmica do Brasil diante especialmente da dos produtos que eram gerados para exportação né principal deles o café o complexo cafeeiro então nós tínhamos de um lado os proprietários de terras né e e outros estabelecimentos de produção alguma indústria muito muito rudimentar algum comércio não é e que de certa maneira para
poder produzir para poder gerar o lucro não é ele pressupõe a contratação de trabalhadores livres que eram basicamente eh uma quantidade de de brasileiros né ofertantes da sua força de trabalho eles não tem não São donos de nada eh e portanto para poder receber alguma remuneração que permita eh financiar o seu consumo a sua vida ele pressupõe então vender a sua própria força de trabalho oferecer esse força de trabalho para um patrão e nós estamos falando de uma sociedade agrária e portanto a as atividades a concentração da ocupação no Brasil é fundamentalmente no campo né
bem eh e temos também eh nesse sentido com o o capitalismo que vai ganhando dimensão no Brasil mas também em outros países outras regiões do mundo uma mudança substancial eu diria assim na governança eh da população porque ali a partir de 1800 né até basicamente o ano do 2 o início desse século XX nós vamos ter um pouquinho mais de 200 anos um crescimento eh enorme da população a gente sai de de algo como 1 bilhão de habitantes no mundo para alguma coisa em torno de 8 bilhões de habitantes são 7 bilhões de acréscimo à
população em mais ou menos 200 anos depois de ter passado já um longo tempo que a população praticamente estava estagnada crescia muito pouco e nós temos então com o capitalismo Sobretudo o Industrial né a partir da Revolução Industrial entre 1750 e 1830 depois a segunda revolução industrial entre 1870 1896 eh que na verdade geram condições melhores para enfrentar o problema da doença por exemplo através da indústria eh química os remédios não é a partir da formação e desenvolvimento das ciências nãoé especialmente a questão da Medicina não é da e e também obviamente a questão da
alimentação eh em condições melhores Eh que que aquelas que existiam a até então né mas essa explosão da população né gera uma visão conservadora de parte da literatura vamos aqui brevemente lembrar de um de um de um economista de um Pensador um filósofo maltos né as teorias chamadas malthusianas que dizia que a população insistia em crescer mais rapidamente do que a cap idade de produção é uma visão isso do passado mas que ainda tem eh eh contaminado eh visões mais atuais né que parte do pressuposto que se há pessoas pobres por exemplo né seria justamente
pela insistência em essas pessoas pobres terem filhos né já que não teria condições de atendê-las hum de uma forma adequada no próprio capitalismo mas o que interessa chamar a atenção é que esta a ordem Liberal não é que ganha dimensão e se constitui numa sociedade de classes ela vai permitir inegavelmente um crescimento populacional significativo né bom e temos também agora no período mais recente que é o que nos interessa eh do ponto de vista desse encontro do conteúdo desta desta aula não é é chamar atenção a respeito da nova governança de populações que nós estamos
assistindo já basicamente por mais de três décadas que que decorre Justamente não de uma ordem Liberal mas justamente uma ordem neoliberal né uma ordem que impõe na realidade um um condições de vida e trabalho muito difíceis para uma parte significativa da classe trabalhadora eh não apenas no Brasil mas podemos falar especialmente do capitalismo ocidental nos países ocidentais né e o que nós estamos vendo do ponto de vista desta Nova Condição dessa nova governança de populações é que eh as projeções eh a partir dos censos demográficos realizados já nesta década de 2020 ou até um pouquinho
antes né apontava justamente uma mudança uma inflexão na trajetória populacional porque ao invés de continuar crescendo a sinais crescentes de que a população está estagnando e em vários países ela deve decrescer né até o sub o risco de de de civilizações ou países né como a Itália por exemplo a Coreia do Sul o Japão né para citar alguns que devem desaparecer né chegar ao ano 2100 com uma população muito pequena porque a taxa de fecundidade a natalidade caiu drasticamente e há sinais inclusive se não fosse o movimento migratório eh desses países eh decrescer mais rapidamente
a sua população então o que que nós podemos dizer é que depois de ter saído de 1 bilhão de habitantes em 1800 para mais ou menos no início desse século 8 bilhões é possível que se chegue a 2100 São projeções e portanto pode ser Eh vamos vê-la como sempre como indicativos né com precisão é sempre muito difícil num período tão longo eh mas a se fala na possibilidade ao invés de 8 bilhões Como é o mais ou menos a situação que estamos vivendo para alguma coisa como seis ou 7 bilhões de habitantes Então tudo isso
para dizer que nós estamos diante de uma governança de população muito diferente eh do do passado da da ordem liberal e a ordem neoliberal não é tá impondo uma situação até então desconhecida que é a possibilidade de estagnação novamente da população e mesmo o decré na população eh o próprio IBGE que Eu mencionei anteriormente ele eh produziu a semana passada um uma projeção da população brasileira até 2070 né já indicando que no início da década a próxima década 20440 a população estagnar e entrará poderá entrar numa fase de declínio dessa população né então o estudo
já vai demonstrando que eh o comportamento eh que se tem em relação à população na ordem Liberal não é não é na verdade eh uma elevação da população pelo contrário um um caminho que impõe uma realidade até então descon bom visto isso podemos então entrar um pouquinho mais eh nessa questão eh do país do Brasil quando a gente tá falando de ordens né a ordem escravista a ordem Liberal a ordem neoliberal até podemos falar que entre a ordem liberal no caso brasileira e a ordem neoliberal nós tivemos uma ordem vamos dizer o tema Assim desenvolvimentista
entre os entre os anos de 1930 e os anos de 1980 né e é importante destacar esse período que é muito mais exceção do que a regra do Brasil mas por ser exceção vale a pena saber um pouquinho melhor sobre isso mas antes de chegar a essa questão Vamos então Eh antecipar eh começando justamente pelo reconhecimento que o governo de populações não é Ele termina na realidade convivendo com contradições porque a ordem estabelecida no governo de populações eh ter eh eh termina sendo acompanhada não é pelo surgimento eh de eh novos sujeitos sociais que são
perturbadores desta ordem prevalente né o que eu quero dizer com isso vamos falar de forma mais concreta lembra eu no início chamei a atenção para a primeira ordem que nós tínhamos no Brasil que era a ordem escravista que tinha de um lado os os proprietários de terras e de escravos e os próprios escravos né acontece que esta ordem que predominou no caso brasileiro até 1888 foi sendo perturbada né pela presença de um sujeito coletivo que não se enquadrava ele não era proprietário de terra muito menos escravo e tampouco era escravo n de quem nós estamos
falando nós estamos falando de um de um segmento eh que foi crescendo no Brasil que é um segmento constituído de homens e mulheres Livres né seja eh escravos que conseguiam Euforia comprar a sua liberdade sejam filhos de escravos sejam filhos da missena de brancos com com com com negros né ou mesmo com indígenas sejam por imigrantes que não vinham na condição de escravos e a própria reprodução humana né foi justamente gerando um conjunto de pessoas que não se enquadravam nesta ordem tanto é que mencionamos antes o senso primeiro Censo demográfico no Brasil em 1872 né
ele foi um censo que revelou como dissemos antes 16% da população era eh escrava agora então se se 16 16% são escravos nós temos 84% que não são escravos uma parte evidentemente eram proprietários de terras eh e de escravos tá certo mas o resto não se enquadrava nessa circunstância então nós temos aí na verdade um sujeito coletivo que é perturbador da Ordem escrav Vista né que não se enquadra eh nas duas das duas condições relações e ele vai na verdade eh impactando e pressionando na verdade porque ele não se enquadra nesta ordem e é justamente
em função disso que essa perturbação da ordem existente por um sujeito coletivo que não se enquadre e perturba a ordem é que vai de certa maneira gerar uma parte importante do que vamos entender como a passagem do escravismo para o capitalismo propriamente dito no Brasil né e o capitalismo né através da ordem eh Liberal né na Constituição da República no Brasil em 1889 ela Ela traz Na verdade uma nova governança paraa população né dizendo o seguinte agora nós nós saímos da existência de trabalho escravo não tem mais trabalho forçado o trabalho agora é livre cada
um decide onde quer trabalhar ou pelo menos Ele ele apresenta a sua força de trabalho se não tiver uma propr como falamos antes n propriedade de terras ou mesmo de algum negócio então ele ele se se oferece e poderá ser contratado bom vamos saber qual o salário dele dependendo da oferta e procura Então essa é a concepção de uma nova ordem populacional que passa a ter uma centralidade entre o capital e o trabalho os que não TM capital T trabalho tá certo e eles vão se enquadrando nessa perspectiva de transitar não é de serem homens
e mulheres Livres agora para passam a na na existência de um mercado de trabalho eh através desse mercado buscar o seu emprego emprego da sua força de trabalho em troca de uma remuneração podde viver muito bem então nós estamos falando de um período que é a Constituição da ordem Liberal mas como sabemos né em 1930 falamos isso nas aulas anteriores nós tivemos uma revolução Revolução de 1930 a ascensão dos tenentistas a importância que teve nos anos 20 1920 eh o modernismo movimentos de eboli eh justamente questionando a própria ordem Liberal um movimento antiliberal nesse sentido
que vai dar vazão a uma ordem desenvolvimentista O que que é uma ordem desenvolvimentista é uma ordem que Visa justamente desenvolver expandir o próprio capitalismo agora mas um capitalismo regulado com alguma regulação do Estado a construção do de um estado moderno e é justamente Dentro desta perspectiva que se abre entre as décadas de 1930 e 1980 que estabelece um governo de populações no caso brasileiro com uma perspectiva justamente diferente nãoé que embora seja assentada na relação capital trabalho mas é basicamente a nacionalização desse mercado de trabalho que que eu quero dizer com nacionalização do mercado
de trabalho é porque é importante resgatar que a na República Velha isso já vinha da monarquia mas mas Sobretudo com a república velha a partir de 1890 não é mas nós tínhamos Antes também e uma opção por importação eh de trabalhadores europeus né que viviu uma situação também muito difícil na Europa com a expansão da industrialização com o próprio desemprego com salários de fome então o Brasil atraiu uma parcela importante de imigrantes e que vieram para o Brasil não é atraídos com a propaganda e foram ocupar post trabalhos que até então os os os escravos
os negros não é os miscigenados utilizavam eh e dentro dessas circunstâncias O que aconteceu é que aquela aquele contingente de de de de pessoas que se transformaram Livres nãoé eh não encontraram o emprego que imaginavam ter tendo em vista que uma parte importante desse emprego foi sendo ocupado por mão de obra Imigrante estrangeiros basta dizer inclusive que os sindicatos que foram sendo criados ao final do século XIX não é eh eles eh tinham panfletos jornais escritos em espanhol em italiano né e até em alemão quase nada em português porque não era a língua falada em
parte importante desses trabalhadores mas o que é importante reter nesse sentido é que durante esse período aí do 1890 1930 então eh constituiu-se uma massa inorgânica inorgânica ao capital não é as relações capital trabalho como dizia eh eh Caio Prado Júnior né que estudou e e percebeu que havia um contingente de pessoas que ficaram aver navios né ficaram sobrando sobrando dessa relação capital trabalho eh estabelecida por uma base muito Estreita eh que o capitalismo Nascente oferecia espmente vinculada ao modelo econômico primário exportador aí um importante ponto modelo primário exportador que era basicamente o Brasil produzia
Bens primários e vendia e com a receita al ferida utilizava para comprar pelo menos um segmento enriquecido daquela época da população a importação de bens industriais né bem mas com a Revolução de 30 não é há justamente uma uma mudança de sociedade agrária agora para uma de uma sociedade Urbana e industrial o deslocamento da população do campo para cidades atraídas justamente pela expansão da indústria e do serviços vinculados à urbanização Então o que nós vamos ter na verdade é uma expansão deste mercado de trabalho uma expansão das oportunidades de contratação reguladas né e nacionalizadas 1932
surge a chamada lei dos 2is ter o que que é a lei dos 2/3 é uma obrigatoriedade que todo empresário não pode contratar eh menos de 23 da sua mão de obra nascida no Brasil Então seja um freio à imigração e uma abertura para a população brasileira mgen Negra Branca enfim o que havia de gente nascida no Brasil e e que portanto passou a ter uma oportunidade de trabalho que anteriormente tinha dificuldades em função da presença eh dos Imigrantes né importante também destacar não é que eh esta essa nacionalização do mercado de trabalho vem acompanhada
da regulação pública do trabalho Isto é estabelecer limites eh na exploração no uso da mão de obra e nesse sentido emerge justamente o o o o a CLT né a consolidação dos trabalhos hav viam entre 1930 e 1942 mais de 15.000 leis voltadas para as relações capital trabalho e isso é consolidado no conjunto de artigos com quase 1000 artigos tratando dessa relação capital trabalho em que que cada trabalhador deveria ter não é uma identidade que seria a sua carteira de trabalho e pertencer a um conjunto de direitos direitos sociais e trabalhistas da previdência de aposentadoria
de uma jornada máxima de trabalho descanso semanal remunerado das férias Bom enfim um conjunto de eh medidas de proteção e valorização do trabalho até então desconhecidas tá então eh a expansão Industrial o desenvolvimento brasileiro a transformação da sociedade agrária em sociedade ade Urbana Industrial né ao invés do Brasil produzir para vender lá fora a produção para vender aqui dentro fortalecimento do mercado de trabalho né uma nova forma do Brasil participar da divisão internacional do trabalho não mais como produtor de bens primários Mas cada vez mais como produtor e exportador de bens manufaturados com maior valor
agregado todo esse movimento portanto vai gerar muitos empregos muitas oportunidades de de de trabalhadores e a incorporação de parcela crescente desta massa inorgânica herdada da Ordem Liberal né que não abria oportunidade para todos muito mais no caso do centro sul para trabalhadores Imigrantes muito bem então nós tínhamos uma situação em que o capitalismo se fortaleceu uma modernização capitalista ainda que fosse bastante conservadora tendo em vista os períodos autoritários a pouca cultura democrática do Brasil não é dificuldade dos trabalhadores também se manifestarem da sociedade civil nós tivemos um período autoritário de 1937 a 1940 85 chamado
estado novo tivemos um segundo período autoritário muito mais longevo de 1964 a 1985 chamado ditadura eh civil militar alguns utilizam ditadura Empresarial militar mas um período autoritário né mas de toda maneira o que a gente viu foi um crescimento do eh da ocupação nas atividades tipicamente capitalistas que são aquelas Atividades que só contratam trabalhadores se houver um acréscimo de ganho que que permita ter um lucro dessa contratação também cresceu a ocupação no setor público na administração pública e nas empresas estatais que em tese empregam mais trabalhadores mas não pela lógica do lucro né Ou seja
a o a escola pública um hospital público Não é ele não funciona visando lucro ele funciona visando o atendimento à população Ou seja no caso da educação à crianças não é o tema do do letramento não é ou no caso dos hospitais o o problema da saúde entre outras atividades e o que significa dizer que aquela massa sobrante que havia anteriormente na forma de ocupações eh de subsistência ou de Economia Popular foi também eh perdendo participação relativa no total da ocupação muito bem essa situação ela se altera eh profundamente a partir eh dos anos de
1990 quando o neoliberalismo assume como sendo a ordem que supera o desenvolvimentismo tem uma frase do do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso né declarando o fim da era Vargas né A Era em que havia uma proteção dos trabalhadores mais avantajadas uma preocupação com o mercado interno com a industrialização e isso tudo como sabemos vai ficando para trás porque ganha dimensão a desindustrialização e a crescente participação do Brasil no mundo né como um país produtor de bens primários né e isso vai morendo a estrutura de classes básica do capitalismo até os anos 80 que é a a
a a destruição o enxugamento a redução da chamada burguesia industrial né que vai se convertendo cada vez mais numa burguesia financeira rentista né porque parte dos empresários sem condições de produzir a partir do ingresso passivo e subordinado eh na globalização a partir de 1990 né Eh os empresários com dificuldades de produzir diante da abertura que foi feita financeira comercial né sem critério eles optam por vender ou fechar a sua indústria a sua fábrica e com o resultado da venda colocar no sistema financeiro e portanto ficar cada vez mais interessados e dependentes na na taxa de
juros outros empresários Conseguiram minimamente manter a fábrica funcionando a empresa porém Eles já não produzem o que anteriormente faziam porque ficou caro produzir no Brasil e optaram portanto para importar importar de fornecedores externos e ao importar montar aqui no Brasil né Então na verdade se converter num uma espécie de Comerciantes comprar barato lá fora e vender caro no Brasil e é isso é determinado pela taxa de câmbio que é a relação da nossa moeda com uma moeda externa e portanto quanto mais valorizada a nossa moeda mesmo que artificialmente melhor porque se compra mais barato lá
fora né então nós temos aí um uma metamorfose da burguesia brasileira né e um expansionismo diríamos assim eh daqueles que estão vinculados à produção eh voltada para o exterior Especialmente na mineração especialmente eh na agropecuária que tem sido muito importante a geração eh de receita em moeda forte externa porque é com base nessa receita que o Brasil consegue adquirir financiar as importações de bens de maior valor agregado bens e serviços digitais que a gente infelizmente não produz internamente bom do ponto de vista da da da da classe trabalhadora né os empregados já que os patrões
os empregadores eh sofreram uma metamorfose também a classe trabalhadora sofreu outra metamorfose que foi justamente o enxugam em função da desindustrialização uma redução do operariado industrial brasileiro né Eh e a difusão de ocupações eh que estão cada vez mais distantes marginalizadas daquela identidade pert do assalariamento n então É nesse sentido que nós vamos ver eh como a relação capital trabalho vai sendo enfraquecida e os resultados são o próprio enfraquecimento do sindicalismo a queda na taxa de sindicalização né a dificuldade de fazer negociação coletiva eh justamente porque a ocupação tipicamente capitalista que é aquela que está
associada à relação capital trabalho patrão de um lado empregado de outro não é ela foi na verdade per dendo o seu dinamismo tanto é que nos anos de 1980 há 40 anos atrás não é o emprego tipicamente capitalista chegava quase 70% do total dos ocupados e cada 10 praticamente sete estavam em atividades tipicamente capitalistas né Nós tínhamos alguma coisa como 10% do total da ocupação como sendo emprego público emprego público não é um emprego capitalista como sabemos e tinha alguma coisa mais de 20% chega 22 23% do total da ocupação eram de atividades não capitalistas
não no emprego público que eram atividades de subsistência e pequeno negócio né que a pessoa ali montou um pequeno negócio vende alguma coisa espera numa receita maior do que a despesa para sobreviver ora nos dias de hoje né 40 anos depois o que que nós temos uma relação bastante modificada né o o emprego tipicamente capitalista ele caiu para alguma coisa com 49% é um pouquinho menos da metade do total das ocupações hoje são tipicamente capitalistas nós temos 12% das ocupações que são ocupações vinculadas ao setor público e temos 39% Total das ocupações são ocupações vinculadas
à subsistência não é à economia Popular não é aí onde entram os trabalhadores de plataforma né é uma massa de atividades que não tem identidade não tem pertencimento e se expandiram não é sem uma representação sindical sem acordo coletivo sem carteira de trabalho né que é isso que tá crescendo E aí nos permite chegar então à metamorfose eh da relação capital trabalho estamos falando agora na verdade eh de um de um enfraquecimento desta relação eh e um crescimento de uma outra relação que nós denominamos como sendo relação de débito e crédito Isto é aqueles que
estão fora da relação capital trabalho tentam algum algum ganho E aí eles fazem qualquer coisa para sobreviver né pode ser Pass de cachorro limpador de piscina motorista segurança e pintor uma infinidade de de de de ocupações Gerais em que a pessoa faz de qualquer coisa não é trabalha por hipótese num num desses serviços de de condução indivíduos né Eh mas ganha relativamente tão pouco que o seu próprio negócio que ele tenta fazer não é já que a está escamoteado ocultada a relação patrão empregado e também faz outras atividades né de segurança vendedor de produtos embelezamento
ou seja são ocupações que não dão a ele identidade porém ocupa uma jornada muito grande justamente voltada para o interesse de tentar sobreviver né Então essa é uma relação débito e crédito porque esses trabalhadores sabem eh que todo mês a vida tem um custo Quanto custa pagar o aluguel a alimentação o transporte não é o lazer o estudo enfim enfim e com base nesta cesta de consumo que ele tem o custo disso ele vai atrás do crédito necessário para poder se financiar né bom E aí vale eh as alternativas criativas dos brasileiros n de um
lado o próprio trabalho assalariado Quando possível né de outro e a a as ocupações eh Provisórias temporárias os bicos né Eh também a alternativa do endividamento né Brasil tem tido muitas famílias estão endividadas se endividam para pagar despesas contraídas não é a dependência crescente de programas eh de transferência de renda né vamos lembrar nos anos 80 quando a gente falava que o emprego tipicamente capitalista dominava o total das ocupações o Brasil tinha cerca de 2,7 de sua população vivendo de transferência de renda era o que havia ali no final do regime militar basicamente aposentadoria e
pensão ora hoje nãoé nós vamos olhar os dados nós temos cerca de 40% Talvez um pouco mais de brasileiros que dependem de transferência de renda C Então essa transferência de renda tornou-se um elemento fundamental paraas pessoas minimamente saírem da pobreza e viver né bom e não podemos também negar não é o crescimento de jogos jogatinas não é chamadas bets que vem dominando agora e também o próprio trabalho ilegal tá certo o crime organizado enfim essa realidade que está sendo uma expressão desta relação débito e crédito nãoé que que cresce diante do enfraquecimento da relação capital
trabalho né E isso coloca em cheque evidentemente eh as formas de representação eh dessa sociedade não é em que o governo de populações né é um governo que de certa maneira tá apontando para uma desaceleração do crescimento da população brasileira a própria redução a queda da taxa de fecundidade a saída de brasileiros né os dados que nós temos disponíveis que são gerados pelo Ministério de relações exteriores mostra por exemplo que em 2012 o Brasil tinha 1,9 eh milhões de brasileiros vivendo fora hoje os dados apontam para próximo de 5 milhões de brasileiros que estão fora
buscando evidentemente talvez condições melhores de ocupação e renda que não tem aqui no Brasil então essa é a questão que me parece importante eh trazer não é desta esse livro que a gente fez um pequeno eh uma pequena propaganda o declínio da vida em sociedade e o Brasil no início do Século XXI ou seja pensar o Brasil na sua totalidade né nesse desafio obviamente eh de desamarrar os nós que nos prendem a uma realidade eh bastante complexa não é mas que obviamente tem saídas eh na medida em que o Brasil pode voltar a fortalecer a
sua base produtiva né voltar para crescer pelo mercado interno de trabalho e por isso é importante a elevação dos salários dos salário mínimos os benefícios de maneira geral os benefícios sociais a a base da pirâmide social brasileira a importância nãoé da da da reindustrialização nacional a indústria ele é ela é não é a espinha dorsal do próprio desenvolvimento mudar a a a participação do Brasil na divisão internacional do trabalho então tem aí questões que nós precisamos estar atentos não é porque eh exige né uma melhor reflexão porque há uma nova realidade no Brasil né E
que esta nova realidade vem sendo muitas vezes escutada mais pela direita pela extrema direita do que o campo Progressista bem eu vou ficando por aqui mais uma vez entusiasmado pela participação pela pela efetiva demonstração não é de de de conhecer de saber mais e agora então vou tentar reagir às perguntas que já nos chegaram agradecendo muito você que eh apresentou suas questões vamos ver se eu consigo reagir a elas eu vou começar aqui com o Júlio freixo com a nova configuração demográfica no Brasil Será preciso uma nova reforma da previdência para equilibrar as contas públicas
olha Júlio essa aí já é a a a o novo formato não é do receituário neoliberal né nós tivemos várias reformas eh da Previdência como sabemos né esses últimos três décadas e é uma reforma constante Ou seja que que são as reformas neoliberais são reformas para tirar direitos ou seja como a única saída para enfrentar o problema de financiamento da Previdência justamente tirar direitos postergar aposentadoria Ou seja todos os elementos que falamos anteriormente a respeito da governança neoliberal da população ou seja eh eh se você tem menos direitos ao trabalhar não é obviamente que isso
complica a sua forma de viver após a ter completado uma idade mínima para aposentadoria isso vai na verdade também levando um a um fato que a a os governos da nova república enfrentaram de forma decisiva que é basicamente a ampliação eh dos benefícios da Previdência e assistência social que evitaram o empobrecimento da população com mais idade né porque Todos nós sabemos que a as projeções populacionais colocam justamente um crescimento da população em idade mais avançada quem é que não tem um familiar próximo ou um conhecido com mais idade e aí começa a pressão quem vai
cuidar das pessoas com mais idade quem tem dinheiro os ricos né Sempre tem alternativa do mercado mas e quem não tem dinheiro Como fazer então penso que eh nós não podemos olhar a demografia e e e aceitar que ela possa declinar Como está sendo apresentada pelas projeções que são corretas né agora nós temos experiência de outros países o Brasil podia ter uma outra política demográfica né uma pergunta básica Por que que as mulheres no Brasil vê tendo menos filhos qual a razão é uma razão psicológica é uma razão Econômica é uma razão política se nós
soubéssemos as razões pelas quais né os familiares as mulheres vêm tendo menos filhos talvez pudesse ter uma política pública adequada né para evitar a a a forte trajetória do decrescimento da fecundidade no Brasil então penso que a questão da Previdência da aposentadoria deve estar relacionada à a ao processo de envelhecimento né E que formas de financiamento eh podem ser Justamente a a Associados a um a um debate antigo no Brasil né que foi foi sendo ficado à margem que é uma modificação do financiamento da Previdência né porque hoje como sabemos né o regime da Previdência
é quem trabalha eh do ponto de vista eh do contrato formal de trabalho não é é que contribui pra previdência que será que é o recurso gerado para pagar os já aposentados né agora nós temos um um um um um um um um regime que Foi estabelecido pela constituição de de 1990 1988 que até agora não foi regulamentado né o regime da Seguridade Social que olha os recursos como sendo da Saúde da assistência e da Previdência não é E aí tem a cota que que decorre justamente do orçamento público para financiar isso é bom mas
também estamos falando que a a possibilidade do financiamento se não que a empresa que será paga pelo pelos trabalhadores empregados mas poderia perfeitamente ser um percentual do faturamento Ou seja é mais justo entendo eu que o financiamento previdência seja pelas empresas mais produtivas do que as empresas menos produtivas ou das empresas que TM mais empregados né porque as empresas que T menos empregados elas pagam menos tem um custo Menor da contratação ao contrário de empresas que empregam muito mais então tem previdência é é um tema muito interessante foi muito bom perguntar J vou passar pra
segunda pergunta que foi feita pela Ana Lúcia da Silva tenho acompanhado os movimentos relacionados à reforma da Previdência e a defesa eh da capitalização para garantir renda na vício Onde vamos chegar Será que não é hora de um novo pacto Previdenciário e não como não li a tua pergunta antes mas enfim penso que do que eu aqui argumentei vai na direção que você levanta né um novo pacto Previdenciário porque as formas de mercado para financiar a Previdência Possivelmente vão levar não é um um processo de de eh ampliação da pobreza das condições de miserabilidade especialmente
das famílias que contenham pessoas com mais idade o João Rocha se a financiarización da economia criou eh novos bilionários sem produzir nada como gerar trabalho emprego e renda decente sem taxar lucros financeiros e sem reduzir pela metade a jornada de trabalho bem eh eu acho que esse tema da jornada de trabalho precisaria voltar com mais força né quem tá acompanhando eh um pouco o que tá acontecendo no mundo né vai já tá percebendo que já que que existem experiências concretas e avançadas com resultados positivos de uma jornada de trabalho de 4 dias né na semana
né Com redução das Jornadas redução dos salários acho que esse é um tema que o Brasil precisaria discutir um pouco mais né para sair um pouco desta quadratura do ciclo né que a gente só só só está interpenetrando com problema fiscal do Brasil a gente não tá olhando mais à frente Quais são as possibilidades eh eh que o Brasil possa vir a ter e é é óbvio que eh o tema eh do baixo dinamismo brasileiro não é das dificuldades que nós vamos tendo praticamente tivemos uma década perdida que foi a década eh de 2010 né
o Brasil vinha relativamente bem até 2014 E aí o que aconteceu 2015 em diante levou o país não é a um uma profunda recessão ausência de crescimento então quando se compara a década de 0 foi chato os resultados muito desfavoráveis veio a pandemia enfim mas o que eu quero chamar atenção é que nós não estamos eh eh prisioneiros dessa circunstância gosto sempre de dizer que o problema do Brasil é mais político do que econômico digo por quê ora o Brasil tem um um nós não temos problemas de financiamento ou seja temos um uma poupança que
está em torno do Giro da dívida pública não é que é um um valor que se aproxima de 80% do do PIB do da riqueza nacional do fluxo de riqueza de um do ano Então temos esse Capital nós não dependemos de Capital externo esse Capital poderia sair desse financiamento e voltar para atividades produtivas então o Brasil tem capital mais do que isso o Brasil tem aonde poderiam ser eh aplicados esses recursos porque é um país incompleto em construção falta de tudo no Brasil falta habitação uma parte poção não tem habitação ou os que tem não
é habitação decente não temos infraestrutura adequada problemas sérios de infraestrutura problemas de escola qualidade enfim há há o que ser aplicado os recursos existentes então tem dinheiro tem lugar onde é que poderia ser investido recurso com taxa de retorno não é tem tem mão de obra qualificada disponível né dado o desemprego que nós temos ainda no Brasil é mão de obra eh que está disponível não é e tem tecnologia para essas para essas grandes eh atividades que ainda são demandantes do Brasil então então do ponto de vista econômico nós nós temos os fundamentos o país
tem dinheiro né Tem eh eh tecnologia tem mão de obra e tem a onde aplicar o recurso portanto não é um problema econômico penso eu né é um problema político é como construir não é uma convergência em torno da volta do crescimento da redução da taxa de juros drástica não é e da reorganização das Finanças Públicas em novas bases a Cibele Dória o fortalecimento do capitalismo no Brasil foi acompanhado da ocupação informal podemos dizer que esse período consolid consolidamos essa tendência da informalidade e esse essa discussão sobre formalidade informalidade é aluma coisa que a gente
trouxe um pouco da experiência de fora né acreditando que o Brasil ou a América Latina para ser mais precisos né Eh seguiria uma trajetória europeia né de ter condições de que o assalariamento chegasse a no 90 93 94% das ocupações como é um pouco a experiência do chamado Norte global oal que de fato NS a partir dos anos 1930 a a o assalariamento cresceu no Brasil até o final dos anos 1980 depois estagnou decresceu cresceu um pouquinho tá relativamente estabilizado pós 1990 no Brasil eh e e esse assalariamento não é era um assalariamento que crescia
fundamentalmente com o emprego formal formalização com direito soci trabalhistas e e em consequência a chamada informalidade seriam aquelas ocupações eh assalariadas porém não eh eh não assistida com contrato formal de trabalho com direitos veio se reduzindo né ocorre que o que acontece a partir dos anos 1990 com receituário neoliberal não é o o o chamado ocupação informal voltou a crescer não é e e com toda a ideologia que se cria que agora não pressupõe ser um emprego você não é mais empregado você é patrão de si próprio não é a ideologia que se constituiu em
torno de um eh empreendedorismo de si próprio não é que é basicamente atividades são as atividades vinculadas mas a a sobrevivência a subsistência H uma espécie de atividade de Economia Popular então diria a modernização capitalista que ocorreu entre os anos de 1930 e 1980 né Para dar um parâmetro temporal é um período em que formalidade decresceu no Brasil ainda se Manteve mas ela decresci né se o Brasil tivesse continuado a a trajetória que vinha nos anos 70 ao longo dos anos 80 90 até os dia de hoje Possivelmente nós estaríamos com uma taxa de assalariamento
muito próxima do do Norte Global alguma coisa em torno de 90 de cada 10 ocupados nove seriam assalariados e talvez sete a oito com registro formal né com com direitos sociais trabalhistas isso teria financiada a previdência social no Brasil não teríamos os problemas que temos hoje não é mas a inflexão neoliberal nos retirou desta rota pergunta cinco do Cláudio Honor Vital é correto afirmar que no período de industrialização e desenvolvimento havia um projeto de país Olha eu penso que havia assim um um um projeto de onde queríamos chegar não é o o projeto era transformar
o Brasil em algo que já se conhecia pela experiência europeia e dos Estados Unidos o que é o Brasil ter uma ampla base Industrial né justamente porque ao invés de depender do exterior ele produziria para o consumo próprio de suas famílias Então essa preocupação também é é fruto eh de um período que nós vivemos chamado Guerra Fria entre 1947 48 a 1991 né aquela polaridade entre de um lado dos Estados Unidos de outro lado a União Soviética então ali tinha um espaço digamos assim para que também países da periferia como é o caso do Brasil
tivesse oportunidade de avançar do ponto de vista da expansão das suas forças produtivas né então havia um Horizonte de que o Brasil eh podia fazer parte desse projeto e foi um projeto dos mais exitosos porque se a gente olhando o mundo tirando o norte Global o Brasil foi um dos países que mais cresceu no mundo né um país né de eh passado Colonial né um país da Periferia do capitalis conseguiu se industrializar e tem uma estrutura produtiva complexa diversificada integrada que fazia a sombra própria os Estados Unidos Se quisermos né o Brasil produzia exportava automóvel
né Por exemplo produzia computadores né alguém vai dizer ah mas era carroças Como disse o nosso presidente Paulo de Melo era a produção nacional que obviamente a partir da produção em grande escala ia se constituindo a capacidade de inovação Como fizeram os os chineses mais recentemente os japoneses no atraso mais atrasado amente o a Coreia né enfim se entendeu que não seria esse o caminho a percorrer e portanto o mais importante o moderno é importar e aí importar é a dependência e o subdesenvolvimento vamos avançando a partir do neoliberalismo o Brasil e sua Elite Econômica
conservadora podem podem se chamadas de colonialistas novamente retrocesso industrial para agrícola primária eu penso que e usar o termo Colonial não me parece adequado porque colônia na verdade significa que não tem autonomia política Tá certo não decide eh internamente as decisões são tomadas fora na na metrópole né Vamos o caso eh no período colonial não é nós tínhamos eh eh a escravidão no Brasil mas quem determinava a escravidão era era Portugal era a Metrópole era o o rei com rainha com a independência em 1822 o Brasil não é Ou seja as forças políticas decidiram manter
a escravidão foi uma decisão Nacional Tá certo não foi imposto por de fora para dentro aliás havia até uma pressão para que o Brasil não tivesse a escravidão se olhar a pressão que os ingleses fizeram né então eu não me parece adequado usar o termo Colonial uns utilizam neocolonialismo na medida em que eh a a a desindustrialização não é a dependência de produtos primários foi nos colocando cada vez mais expostos a decisões que são tomadas no exterior e não internamente né isso porque o Brasil produz soja né produz minérios que é importante produzir nada contra
mas essa produção Não é para mercado interno ela é para o mercado externo e portanto Quem Decide é é quem compra né bom então essa é uma questão que se coloca Será que haveria possibilidade do Brasil eh ampliar o valor agregado do que ele produz com produtos primaris ao invés por exemplo café né Nós produzimos muito um dos grandes exportador produtores de café e exportadores mas nós exportamos o café em Natura cujo preço da saca de de café eh ela fica muito menor não é do que é o 1 kg de café eh desses industrializados
então o o valor a riqueza está obviamente na produção mas também está na sua transformação E aí é o papel da indústria que é fundamental o Brasil recuperar esse é o o horizonte que o presidente Lula vem trabalhando né defendendo eh esse essa recuperação da indústria no Brasil em novas bases é claro a Cátia Neves pergunta para onde apontam os países que estão conseguindo sair do neoliberalismo quais os caminhos alternativos encontrados Será que essa onda Mundial demora a passar olha o que nós temos chamado a atenção é que os países do Oriente né Eh adentraram
na na na globalização sem utilizar não é o mesmo receituário que o América Latina que o Brasil tomou para si n e talvez por isso Justifique o protagonismo eh do oriente né talvez por isso se se se Caracterize não é uma alternativa que está se construindo no âmbito dos Bricks né então obviamente Nós estamos vendo aqui uma tensão crescente no âmbito da geopolítica né porque estamos vivendo uma fase em que a nação hegemônica os Estados Unidos vem apresentando sinais não é de perda da sua hegemonia do seu enfraquecimento e há uma Disputa se vai haver
uma nova polarização e nesse sentido o Brasil né que tem tido um papel muito importante nas relações internacionais vem ass subindo um protagonismo né Eh esse ano o Brasil liderou o G20 no ano que vem liderará os Bricks né os Bricks eram Poucos países está crescendo a demanda inclusive para integrar nessa nova for de que é me de vertiv neoliberalismo Joan pieg não importa hoje definir o conceito trabalho o que trabalho hoje o que é trabalho hoje pensar Quais são os trabalhos necessários para um Brasil desse século Olha esse tema é excelente Juan o conceito
de trabalho eh ele precisa ser eh ser revisto repensado porque a ideia de trabalho vem da sociedade agrária sobretudo industrial da relação capital trabalho tradicional que falamos anteriormente na era digital né muitas vezes não se entende trabalho eh naquilo que se faz visando alguma algum algum ganho né Vamos pensar assim na era digital como nós estamos agora né os trabalhos vinculados às redes sociais monetizadas né as pessoas que dão curso aliás tem gente dando curso e e tendo altos salários altas remunerações altos ganhos né youtuber influencer jogatinas enfim tem uma um mundo novo dentro das
das redes sociais dentro do que é possível eh e isso há uma remuneração para isso então muitas vezes se pergunta para para um jovem né youtuber você trabalha ele olha bom eu tô aqui na na frente do do computador Tô tô tentando me virar eu não trabalho e não entende isso como trabalho por outro lado el perguntaram então se você não trabalha você procura trabalho bom ele não procura trabalho então ele é visto como Inativo se não trabalha nem procura trabalho é Inativo né mas talvez se perguntasse para ele você tem algum ganho no que
você tá fazendo você leva algum dinheiro para casa tal você Diria sim eu tenho um ganho então isso isso é trabalho tá certo mas na concepção tradicional não é isso termina não sendo muito bem eh identificado Então esse é um bom tema para a gente eh poder eh desenvolver melhor aí no no próximo momento eh e a pergunta última do Danilo severian eh como você vê a iniciativa de reindustrialização do país pela Nova indústria do Brasil temos chance quais os desafios que você vê não Sem dúvida alguma o Brasil tem chance sim S Claro um
país de dimensão Continental né um país que importa grande parte dos bens de de maior valor agregado né Vamos pensar assim olha o complexo de saúde não é que é um o Brasil tem o maior comprador eh de produtos vinculados à saúde que é o Sistema Único de Saúde ele podia fazer compras direcionadas como uma política Industrial comprar de Quem produz no Brasil e não comprar de fora por qu não temos condições de produzir já já produzíamos no passado né né Eh então o Brasil tem complexos eh que poderiam viabilizar o fortalecimento da indústria brasileira
está ocorrendo agora por exemplo a a a produção de fertilizantes isso é um processo importante de de industrialização eh que eh gera uma autonomia para a produção Nacional em relação à dependência que tem a a produção para exportação de produtos primários no Brasil Então entendo sim que a iniciativa da reindustrialização ou como se diz agora a nova indústria ou Neo industrialização para separar um pouco da do passado porque seria uma indústria eh com produção de menos carbono não é uma indústria amigável do meio ambiente isso tudo é muito importante já que nós nem falamos mas
é preciso sempre não deixar de esquecer não é que nós estamos vendo um um problema climático um novo regime climático que impõe eh repensar novas formas de produção bem é isso avançamos bem eh estou contente pelas questões que recebi o que valoriza e qualifica os que nos acompanharam eh esperamos Poder Em algum momento mais à frente voltarmos a ter esse essa esse diálogo eu é parte que eu gosto muito da minha profissão eh e espero poder ter atendido pelo menos em parte eh a expectativa criada por este minicurso mais detalhes se encontra no próprio livro
que procurou então então trazer com mais profundidade essa tese que nós estamos levantando declínio da vida em sociedade o Brasil no no início do século XX desejo bom resto de semana seguimos juntos até um próximo momento