LITERATURA – Modernismo em Portugal – Fernando Pessoa e Heterônimos ENEM

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Olá! Meu nome é Débora Thamine, eu sou professora de literatura. E hoje iremos falar sobre o modernismo em Portugal.
Fernando Pessoa e heterônimos. Bom quando se fala de Fernando Pessoa, é necessário lembrar que literalmente estamos falando de várias pessoas. Isso porque ele criou diversos heterônimos.
São três mais famosos apesar dele ter criado muitos outros, mas enfim. . .
É muito complexo falar de Fernando Pessoa por conta desses heterônimos. Vamos para as características principais do Fernando Pessoa como ortônimo. Ortônimo seria Fernando Pessoa ele mesmo.
A produção dele assinada "Fernando Pessoa" e não com o nome de alguma outro heterônimo. E heterônimo é como se fosse a criação de um escritor, que tem personalidade, dia de nascimento, dia de morte, profissão. Que tem tudo bem, certinho?
O Fernando Pessoa chega a fazer até mapa astral de cada heterônimo seu. Olha que cuidadoso em relação a essas produções. Fernando Pessoa ele mesmo, ortônimo, ele tem esse caráter multifacetado na sua produção, trazendo essas multiplicidades do eu dele.
Ele vai trazer a questão do sebastianismo, de retornar um pouquinho à Portugal que um dia foi gloriosa, esse saudosismo. A sua principal obra como ortônimo foi "Mensagem". E é dividida entre "O brasão", "O Mar Português" e "O encoberto", que vai trazer esse contexto de Portugal, no momento que Portugal era uma grande nação no sentido econômico, enfim.
. . Essa aqui é a obra "Mensagem" dele, certo?
Vamos aqui acompanhar a leitura de um dos poemas. Um trecho "Mar Português". "Ó mar salgado, quanto do teu sal; São lágrimas de Portugal; Por te cruzarmos, quantas mães choraram; Quantos filhos em vão rezaram; Quantas noivas ficaram por casar; Para que fosses nosso o mar" Então ele tá resgatando aquele momento da história, das navegações, que várias pessoas iam fazer parte dessas viagens.
Mas não se sabia se elas conseguiriam voltar. Era muito perigoso. Faltava comida umas pessoas morriam no caminho.
De repente, alguma batalha ali também poderia ocorrer, enfim. . .
Então as lágrimas são das mães, das irmãs, das noivas, das esposas esperando então homens retornarem dessas viagens marítimas. Em relação aos heterônimos, vamos começar aqui pelo Álvaro de Campos. O Álvaro de Campos é o heterônimo que utiliza muito a questão vanguarda europeia futurismo.
Ele é engenheiro, ele também vai ser um desemprego. Coitado! Gostava de viajar era libriano, aquela coisa toda.
Ele vai ser o único heterônimo que vai ser dividido em várias fases. E isso vai ser meio que justificado com fato do signo dele ser libra. Olha só que coisa!
Ele vai ter apego a duas características do futurismo que são as máquinas e a questão da velocidade. Ele tem realmente uma coisa muito exagerada em relação a essas duas coisas. Seus poemas principais são "Ode triunfal", "Tabacaria" e "Poemas em linha reta".
Acompanhe comigo um trecho de um dos seus poemas mais famosos, mais característicos, que é "Ode triunfal". "A dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica; Tenho febre e escrevo; Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto; Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos; Ó rodas, ó engrenagens r-r-r-r- eterno; Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria; Em fúria fora e dentro de mim". Então essa idolatração em relação as máquinas e tecnologia é a característica mais forte do Álvaro de Campos.
Ele tem certinho essa data nascimento e data de morte. Bem perfeito esse heterônimo. Vamos aqui falar de um outro, que é considerado o mestre de todos de todos eles, que é o Mestre Caeiro.
É o Alberto Caeiro. Ele é mestre inclusive do próprio Fernando Pessoa. Vamos ver aqui a biografia do Alberto Caeiro.
Ele é leonino, homem do campo. Ele não estudou. Morreu de tuberculose.
Mas apesar de ele não ter estudado, ele era um homem de bastante conhecimento. Ele escrevia poesias muito interessantes, que não tem como você não se identificar, não se encantar pela sua produção. Por isso que ele é considerado um mestre.
Ele vai trazer temas filosóficos, mas ele vai dizer que ele não fala de filosofia. Ele fala que o correto é não pensar enfim. .
. Só que o não pensar dele gera pensamento. Acompanhe comigo a leitura de um trecho de um poema de "O Guardador de Rebanhos" "Creio no mundo como num malmequer; Porque o vejo.
Mas não penso nele; Porque pensar e não compreender; O mundo não se fez para pensarmos nele; Pensar é estar doente dos olhos; Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo; Eu não tenho filosofia, tenho sentidos; Se falo da natureza não é porque saiba o que ela é; Mas porque a amo e amo-a por isso" Ele tinha essa coisa do sensacionismo, de falar das sensações na sua poesia. Bem legal Alberto Caeiro. Por fim, o último heterônimo mais famoso de Fernando Pessoa é o Ricardo Reis.
Ricardo Reis é um médico, filósofo, é virginiano também. Bom esse médico, filósofo, virginiano, enfim. .
. Ele acreditava na monarquia e acaba se mudando para o Brasil porque ele fica com ranço de Portugal por ser adepto agora da república. O Brasil não é uma monarquia, mas ele vai para lá para meio que se afastar.
Ele é helenista, porque ele retoma e os clássicos como carpe diem. Para ele, é necessário aproveitar a vida. Meio good vibes.
Nessa pegada aí. Acompanhe comigo a leitura do seu poema "Segue o teu destino", um trecho. "Segue o teu destino; Rega as tuas plantas; Ama as tuas; O resto é a sombra; De árvores alheias; A realidade; Sempre mais ou menos; Do que nós queremos; Só nós somos sempre; Iguais a nós-próprios".
Essa foi a aula de hoje. Espero ter ajudado e até a próxima!
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