Olá, meus caros! Sejam muito bem-vindos. Boa noite para vocês que estão nos acompanhando aqui no Lente Católica, toda segunda-feira, sempre às 21h30, logo depois do Terço do Amor Poderoso. Estamos aqui no nosso programa semanal e, na noite de hoje, falaremos a respeito do pecado mortal e do pecado venial. Afinal de contas, existe alguma diferença entre esses tipos de pecado ou pecado é tudo pecado? Não tem pecado maior e pecado menor, né? Então vamos entender um pouco o que a Igreja nos diz a esse respeito. Se você está chegando aqui no Lente pela primeira vez
e não conhecia o nosso apostolado, então seja muito bem-vindo! Toda segunda-feira, nesse mesmo horário, nós estamos aqui discutindo temas que são de interesse para o nosso crescimento, para a nossa fé, para que a gente possa se aprofundar e compreender bem como devemos viver a fé católica. Então, né? Seja muito bem-vindo, sinta-se acolhido aqui no Lente Católica, e nos acompanhe toda semana. Aproveite, caso você não seja inscrito no canal da Comunidade Pantocrator, e também ative as notificações! Assim, todas as novidades da evangelização digital que forem produzidas chegarão até você. No início dessa noite, eu gostaria de
convidar os meus irmãos para que colocassem suas intenções, para que possamos rezar, pedindo a Deus suas luzes, sua graça e sua bênção. No início deste nosso programa, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. O Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal, hoje e sempre. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Muito bem, meus caros! Então, feita aqui a nossa oração, nós queremos, né, iniciar o Lente Católica entregando nossas vidas, nossas intenções, nas mãos de Deus, né? Que Deus nos abençoe,
olhe para as nossas necessidades, se compadeça de nós, perdoe os nossos pecados e nos ajude a conhecê-lo mais para amá-lo mais. O nosso tema de hoje está intimamente ligado justamente a esse propósito de conhecer mais e amar mais a Deus. Nós falaremos a respeito do pecado, o pecado venial e o pecado mortal. E nós poderíamos falar até de um outro tipo de pecado ainda, que é o pecado original. Então, será que tudo isso é igual? Pecado é pecado, tudo é a mesma coisa, né? Nós vamos ver que não. E pode ser que você, meu irmão,
minha irmã, me questione, dizendo assim: “Olha, mas essas questões de pecado, eu já ouvi um padre dizer que tal coisa é pecado, e outro dizer que não. Eu já ouvi tal leigo, que atua em comunidades, em paróquias, em dioceses, dizer tal coisa, e o outro disse outra coisa.” E aí, né, no que eu vou acreditar? Eu fico com o que os padres disseram, eu fico com o que esses leigos disseram, eu fico com o que os influencers, né, da internet disseram. Bom, eu digo para você que essas pessoas, todas elas, e nós também, podemos dizer
qualquer coisa. Agora, entre dizermos qualquer coisa e isso corresponder à verdade, existe uma certa distância. Então, falar todo mundo pode falar o que quiser. Agora, isso não significa que nós estamos tratando com a verdade. São coisas diferentes. Então, nós temos de entender o seguinte: “Fulano disse, Beltrano disse.” Não vamos olhar o que a Igreja diz. Vamos olhar o que Deus nos diz através da sua palavra. A Igreja é a intérprete autorizada da Palavra de Deus. Então, nós temos a Escritura, que é a Palavra de Deus; nós temos o ensino do Magistério; nós temos a tradição
da Igreja. Então, vamos olhar para isso, né? Então, pouco importa a opinião do Rafael, não vale nada. Pouco importa a opinião de A ou B. O que importa é o que Deus pensa; o que importa é o que a Igreja ensina. Ah, Fulano disse uma coisa no Catecismo? Tá, eu fico com o Catecismo. Eu fico com o Catecismo porque aqui eu tenho a certeza de que está compilada a doutrina da Igreja. Este Catecismo foi promulgado pela autoridade da Igreja. Por detrás desse Catecismo, nós temos um fundamento bíblico e nós temos um fundamento na tradição da
Igreja. Então, pronto, né? Não tem o que pensar nesse campo. E por que eu digo isso? Porque existe muita confusão nesse campo. Uns dias atrás, eu recebi uma pergunta lá pelo Instagram, a pessoa me dizendo o seguinte, né? Vou até me desculpar aqui, no início, que eu estou um pouco afônico, então exige um pouco mais de esforço e a voz não sai na entonação normal, mas vamos seguindo. Então, essa pessoa me fez a seguinte pergunta: “Professor, eu vivo em segunda união, mas eu comungo, eu me confesso, eu recebo todos os sacramentos porque o padre da
minha paróquia disse que eu posso viver assim, porque eu já dei entrada no processo de nulidade.” Ou seja, a pessoa está recebendo todos os sacramentos porque ela entrou com o processo de nulidade matrimonial. Entrar com o processo não significa obter a sentença. Uma coisa é o processo, outra coisa é a sentença. Então, o que a Igreja nos diz? O que o direito canônico nos diz? Que, enquanto não sair a sentença, vale o direito, vale o matrimônio. Até que... Se prove o contrário, o matrimônio é válido. Ah, mas eu entrei com o processo, o pedido de
nulidade. Ótimo, pode ser que o pedido de nulidade não seja dado, não seja concedido. Pode ser que a igreja, ao fazer a investigação, constate que realmente houve matrimônio válido ali. E aí, o que acontece? Você está comungando, está se confessando. Eu respondi isso para a pessoa, e o pior, né? Ela já estava em outro relacionamento. Então, você já está se comportando como se a sentença tivesse saído. E se a sentença não vier? Enquanto a sentença não vem, o ensinamento da igreja é muito claro: até que se prove o contrário, o matrimônio é válido. Se você,
tendo o matrimônio presumivelmente válido, sem a sentença da igreja, recebe os sacramentos, você está cometendo adultério, que é pecado mortal. Ah, mas o padre... A pessoa contra-argumentou lá comigo: "Mas o padre da minha paróquia me autorizou". O padre não tem autoridade para isso. A autoridade do padre não supera a autoridade de Deus, a autoridade da Igreja, a autoridade do direito canônico. Pelo contrário, a autoridade do padre está submetida a essas outras autoridades, que são maiores que ele e maiores que nós, que somos leigos. Entendeu? Então há muita confusão quando a gente vai tratar dessas questões,
né? O pecado, se pecado é tudo igual, se existe pecado mais grave, menos grave... É muito confuso, né? E por que que é muito confuso? Os cursos de teologia, às vezes, nos seminários, são confusos, né? Não oferecem, às vezes, a base que seria necessária. Os autores de teologia também, às vezes, são confusos e ensinam, às vezes, aquilo que é até contrário àquilo que a igreja diz. Qual é o caminho seguro? Os documentos da Igreja, o que os Papas disseram, o que a tradição da igreja diz, o que a Igreja Católica sempre acreditou. Como dizia São
Vicente de Lérins, em todos os lugares, em todos os tempos. Então, esse é o critério para a gente distinguir a verdade. Então, eu não posso me pautar: "Ah, mas o padre disse que podia e eu estou fazendo". Pois é, mas agora, se você que me assiste é o seu caso, você está sabendo que não é assim, né? E como que não é assim? É o código de direito canônico, é a lei que rege a Igreja. Não entende assim? E nós estamos submissos a essa lei da igreja, que é uma lei de amor. O que a
igreja está fazendo quando diz assim: "Ah, uma pessoa se separou, entrou com processo de nulidade, nossa, ela não pode se relacionar"? Que absurdo! O que a igreja está dizendo? A igreja, como mãe, quer o quê? A salvação dos seus filhos. Então, a igreja está zelando pela salvação da pessoa. Falou: "Olha, o seu matrimônio é presumivelmente nulo enquanto não for provado, enquanto não for dada a sentença. Você pode cair em pecado mortal caso você entre em outro relacionamento, caso você comungue nessa situação", né? Então, há aí uma possibilidade, um risco muito grande de pecado. E o
pecado, ele tem diferença, existem graus. Eu me lembro, eh, quando eu estava no seminário, né? Eu estudei uns anos no seminário. Quem me acompanha aqui sabe disso, né? Eu já contei a história aqui. E eu tinha um professor muito bom que ensinava dogmática, um sacerdote muito bom, muito piedoso, muito correto. É um sacerdote que hoje já não leciona mais nos seminários, mas está numa paróquia e faz um grande bem. E esse professor sacerdote se deparou com o questionamento de um colega meu seminarista também, que tinha ali meia dúzia de livros de teologia totalmente progressistas, totalmente
avessos àquilo que é a doutrina da igreja, que desprezavam a tradição da igreja. E são autores até bem conhecidos. Esse seminarista pegou esses argumentos dos livros que ele leu e jogou isso para o padre, dizendo: "Olha, não existe pecado grave e pecado leve, não existe pecado venial e pecado mortal. Pecado é pecado". E aí era um padre muito santo, né? E nós imaginávamos que ele fosse dar toda uma aula, uma fundamentação. O que ele fez? Ele pegou uma caneta, estava em cima da mesa, e fez o quê? Ele apertou a caneta, pressionou a caneta e
a caneta deu um 'creque'. E aí ele disse para esse seminarista: "Eu danifiquei a caneta". Ele falou: "Danificou? O senhor rachou a caneta". Ele falou: "Está bom. E agora?". "Quebrou a caneta". Ele falou: "E agora, eu danifiquei". "Falou danificou". O seminarista disse: "Quando o senhor quebrou?". Falou: "Então, assim é o pecado. Assim é o pecado! Existe dano menor, existe dano maior. Assim é o pecado, simples assim". Ou seja, basta você olhar pra realidade. As pessoas perderam o senso de realidade. É só olhar, fazer uma análise. Usando uma coisa que muita gente já perdeu: o bom
senso. O bom senso é uma coisa. É eu cair de bicicleta e ralar o braço; outra coisa é eu entrar debaixo de um caminhão. São coisas diferentes. Uma coisa é um acidente leve; outra coisa é um acidente grave. Então, até na vida prática do dia a dia existem coisas leves e coisas graves, existem ofensas leves e ofensas graves, mentiras mais leves, menos nocivas, e mentiras mais nocivas. Então, quer dizer, é um absurdo dizer que "ah, pecado é pecado, é tudo pecado." Não existem pecados leves e existem pecados que são sim mais graves e que exigem
também uma punição mais grave diante da justiça de Deus. É o que a doutrina da igreja nos ensina. Então, vamos ver o que o catecismo fala sobre isso, lá no parágrafo 1852. O catecismo diz... O seguinte: a variedade dos pecados é grande. É uma afirmação do Catecismo. A variedade dos pecados é grande, então não é tudo igual. Existe uma variedade, até porque os modos de pecar são diferentes. Como nós pecamos? Na oração do "Confesso", na missa, nós dizemos que nós pecamos por pensamentos, palavras, atos e omissões. A gente peca por tudo isso. No fundo, no
fundo, o que é o pecado? O pecado é uma desobediência a Deus. E aí é onde começou o pecado: lá com os nossos primeiros pais, Adão e Eva, que receberam de Deus tudo que eles podiam pensar, sonhar, conceber. Eles receberam até mais. Deus os criou por amor e Deus deu a Adão e Eva, no Paraíso, a graça. O que é a graça? É a amizade. Adão e Eva tinham amizade com Deus, falavam com Deus; Deus andava no Jardim, eles viam a Deus. No início da criação, Adão e Eva não precisavam nem de fé, digamos assim,
porque eles viam a Deus, falavam com Deus, lidavam com Deus no dia a dia. Deus deu a eles a graça, que é a sua amizade, mas Deus queria lhes dar algo maior ainda. Deus queria dar uma possibilidade de participação na sua vida divina. A Adão e Eva, Deus deu a graça, mas Deus queria dar a glória. O que é a glória? A posse definitiva e plena dele mesmo. Então, Deus já tinha derramado todas as graças sobre Adão e Eva. Eles ainda não tinham a graça santificante, a graça original; estavam numa situação de amizade com Deus.
Só que Deus, ele dá a graça, ele quer dar a glória, mas para conquistar a glória, Deus coloca o quê? Uma prova. E por que Deus coloca uma prova? Pelo seguinte: Deus nos deu liberdade. Então, Deus quer saber se nós usaremos bem das nossas capacidades, dos nossos dons, para aderir a ele. Deus deu liberdade para o ser humano; jamais Deus iria coibir Adão e Eva de acreditar nele, amá-lo, servir a ele. Não. Deus deu a graça; eles já viam Deus, mas era necessário conquistar a glória. E para conquistar a glória, Deus coloca uma prova. Para
que serve essa prova? Como o próprio nome já diz, é para provar a adesão livre e espontânea às coisas de Deus. Deus revelou para Adão e Eva os seus planos, ele deu a graça, ele queria dar a glória. E os anjos, a mesma coisa. Deus criou os anjos e colocou os anjos no estado de felicidade, de amizade natural com ele. Os anjos tinham essa amizade direta com Deus, louvavam, reconheciam a Deus como seu Criador. Mas era necessária uma prova, e os anjos também tiveram que passar por uma prova. Acontece que, quando passaram por esta prova,
parte dos anjos, boa parte, se manteve fiel a Deus, e outra parte se rebelou contra Deus, querendo destruir a obra-prima de Deus que era o ser humano. São os demônios; eles não passaram pela prova, eles foram reprovados, receberam uma reprovação eterna. Daí, o surgimento do inferno. O inferno é a grande prova de que Deus respeita a liberdade humana. Deus permite que aqueles que não querem viver com ele, estar com ele, que não o escolhem livremente, possam ficar numa situação eterna de recusa de Deus. O inferno é isso: é onde Deus não está. Santo Agostinho dizia:
"Por que o inferno é terrível? Porque Deus não está lá." Santo Agostinho faz até um exercício mental dizendo: "Se estivesse no inferno por um instante, o inferno deixaria de ser inferno e se converteria num paraíso, porque onde Deus está, está o paraíso." O paraíso é Deus mesmo. Às vezes, a gente pensa muito no paraíso como um lugar, mas o paraíso é Deus; onde Deus está, o paraíso está. Então, essa é a grande lógica. Deus queria colocar o quê? Uma prova. Adão e Eva tiveram uma prova: "Olha, deste fruto vocês não comerão." É a prova. Deus
queria ver se Adão e Eva realmente acolheriam a sua palavra, abraçariam sua palavra, creriam livremente nas promessas de Deus. Eles não acreditaram; acreditaram na serpente. Então, o pecado é uma invenção angélica. O que a serpente fez? Seduziu para levar ao erro. O demônio não pode fazer as coisas por nós; ele não pode mover as coisas, sobretudo quando a gente fala do mundo material. Mas o que o demônio pode fazer? Ele pode incentivar, tentar levar a pessoa mesmo a agir mal. E aí há interferência no mundo físico, mas é o homem tentado que vai produzindo o
mal na medida em que desobedece a Deus e ouve a voz daquele que não é pastor. A palavra "obediência" vem do latim "ob", que significa "ouvir bem". Aquele que ouve bem é obediente. Adão não ouviu bem; Deus falou com ele. Ele ouviu, mas ele não meditou, ele não rumou, ele não acreditou profundamente, com todas as suas forças, com todo o seu coração. Adão e Eva se deixaram seduzir porque Adão estava junto com Eva no momento da sedução da serpente. Eva comeu do fruto, deu a Adão, e Adão comeu também. Então, o que temos aí? Uma
prova, e eles não passaram por essa prova. E aí, o pecado original, aquele pecado que estava lá na origem da humanidade, entra no mundo. Mas Deus já promete, imediatamente, que mandaria um Salvador, um Redentor. Deus amaldiçoa a serpente, dizendo que colocará inimizade entre a descendência da serpente e a descendência da mulher, e a descendência da mulher derrotaria a serpente, derrotaria o mal e o pecado. De quem Deus está falando? Da Virgem Maria. E quem é o descendente da Virgem Maria? Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus é aquele que vence o mal. Como Jesus inaugura a sua
vida pública? Ele inaugura a sua vida pública com um milagre nas bodas de Canaã. Tem a questão do batismo por João Batista, mas logo em seguida Jesus começa a expulsar os demônios. Essa é a obra de Deus: vencer o mal, triunfar sobre o mal. Então, é necessário que sejamos provados na nossa vida. Nós somos provados, somos provados. Puxa vida! Mas as pessoas, às vezes, têm aquela pessoa que você conhece, que reza tanto, que vive tanto para Deus, que faz tudo direitinho, e de repente a pessoa cai doente; de repente a pessoa tem uma situação de
desavença familiar; de repente a pessoa passa por um sofrimento muito profundo. E aí as pessoas começam a se questionar: "Mas como pode? Como que Deus pode deixar?" É a prova! Deus dá a graça, mas para conquistar a glória. Deus quer que sejamos provados. E detalhe: Deus não poupou nem mesmo a Virgem Maria. A Virgem Maria, que é Imaculada, mesmo sendo santa e Imaculada, teve também, não uma, mas sete provas, que nós meditamos como as sete dores de Maria. E as dores de Maria foram muito mais terríveis do que se nós tivéssemos passado por essas dores.
E por que as dores eram mais terríveis? Porque nós ainda merecemos. Nossa Senhora não tinha pecado e, mesmo sem merecer, essas provas tão duras Deus as deu a Maria Santíssima. Nossa Senhora vai se unir ao seu filho Jesus e vai passar por essas provas, sofrendo no coração aquilo que seu filho sofria no corpo. Por isso que nós chamamos Nossa Senhora de corredentora: ela colaborou com a redenção muito de perto. Então, quando nós pensamos no pecado, que é o pecado, é sempre um não a Deus, uma desobediência a Deus. E o catecismo diz aqui, parágrafo 1852:
a variedade dos pecados é grande. As Escrituras nos fornecem várias listas. A carta aos Gálatas opõe as obras da carne ao fruto do espírito. Aqui, São Paulo vai dizer: "As obras da carne são manifestas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes, ira, discussões, discórdia, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno, como já vos preveni: os que tais coisas praticam não herdarão o reino dos céus" (carta de São Paulo aos Gálatas, capítulo 5, versículos de 19 a 21). São tipos de pecado, né? E o catecismo segue:
pode-se distinguir os pecados segundo o seu objeto, como em todo ato humano, ou segundo as suas virtudes a que se opõem, por excesso ou por defeito, ou segundo os mandamentos que eles contrariam. Pode-se também classificá-los, né, os pecados, conforme dizem respeito a Deus, ao próximo ou a si mesmo. Pode-se dividi-los, os pecados, né, em pecados espirituais e carnais ou ainda em pecados por pensamento, palavra, ação ou omissão, né? Que é o que eu falei: a raiz do pecado está no coração do homem e em sua livre vontade. Segundo o ensinamento do Senhor, com efeito, é
do coração que procedem más inclinações: assassínios, adultérios, prostituições, roubos, falsos testemunhos e difamações. São estas as coisas que tornam o homem impuro (Mateus, capítulo 15, versículos de 19 a 20). No coração reside também a caridade, princípio das obras boas e puras que o pecado fere. Então, tanto o pecado quanto a virtude estão no nosso coração, onde nós concebemos o pecado dentro de nós. Todo pecado, antes de ser um ato de pecado, foi um pensamento. Então, geralmente, antes de agir mal, nós pensamos, nós consentimos no erro e, aí então, pecamos. Naturalmente, é assim que a coisa
acaba acontecendo. Mas Deus, na sua infinita misericórdia, já lá no Paraíso, promete um Redentor. E é interessante que o redentor que Deus manda é a segunda pessoa da Trindade: é Jesus, que é muito maior que o pecado. O próprio Santo Agostinho vai dizer: "O feliz culpa", a culpa do pecado que nos mereceu um Redentor tão grande, tão imenso, tão bom. É, de fato, né? É assim que a Igreja entende agora, e o pecado mortal e venial, tudo depende do objeto. Então, vamos dar um exemplo aqui, muito prático, né? Para quando a gente for fazer uma
confissão, basta a gente pensar no seguinte: como que eu posso saber se um pecado é mortal ou venial? Bom, se você olhar para a lista ali dos 10 mandamentos e você pecou contra um daqueles mandamentos, o pecado é mortal! É mortal! Ou seja, se você morrer tendo cometido um desses pecados sem arrependimento e sem confissão, muito provavelmente o seu destino final será a condenação eterna, porque você está na inimizade de Deus. Você escolheu a rebelião, você escolheu revoltar-se contra a lei de Deus. Então, do jeito que nós morremos, nós entramos na eternidade. Se morrermos aderindo
a Deus, obedecendo a Deus, amando a Deus, muito bem! A nossa sentença está dada: é o céu! Pode ser que a gente tenha alguma coisa para purificar, então vai passar um tempo no purgatório. Mas quem está no purgatório está salvo; só vai se purificar para poder entrar no céu. Agora, quem morreu recusando a Deus, aí o que acontece: do jeito que você morre, você entra na eternidade. Quem morreu recusando a Deus entra na eternidade com o coração totalmente rebelde em relação a Deus. E o que Deus faz quando morremos? Deus apenas confirma a nossa escolha:
quem escolheu viver longe dele vai para o inferno, porque o inferno é onde ele não está. Quem escolheu viver junto dele vai para o céu ou purgatório, né, que é temporário. Então, isso é para a gente ter uma noção. E a gravidade do pecado vai variar também de acordo com a pessoa ofendida, o objeto. Então, por exemplo, uma coisa é eu me desentender com um colega de trabalho, a discussão se tornar mais acalorada e eu, de repente, acabo ofendendo esse colega. Uma coisa é fazer isso; agora, outra coisa bem diferente é se eu tenho dentro
da minha casa... Uma discussão acalorada com a minha mãe e com o meu pai: se eu discutir no mesmo nível que eu discuti lá no meu trabalho, com o meu pai e com a minha mãe, isso já muda a gravidade do pecado. Eu discuti com um colega, com um amigo; dependendo do que eu falei, se eu não ataquei a dignidade da pessoa, se eu não menti, se eu não levei falso testemunho, mas apenas disse ali umas verdades que estavam entaladas na garganta, aí pode ser que seja um pecado venial. Tudo vai depender ali do tipo
de coisas que eu falei, das ofensas que eu fiz, mas pode ser um pecado venial. Agora, se eu me alterar dessa mesma maneira com meu pai e minha mãe, aí o pecado é mortal, porque o quarto mandamento manda honrar pai e mãe. Então, revoltar-se contra pai e mãe ou revoltar-se contra as legítimas autoridades é pecado mortal; é pecado contra o quarto mandamento. Entendeu? Vamos mais fundo. Um católico, um fiel católico que constate alguns problemas, sei lá, com seu bispo, aí esse fiel católico vai nas redes sociais dele, começa a atacar o seu bispo diocesano. O
bispo é o pai da diocese. "Ah, mas ele está errado." Mas não é você, leigo, que foi constituído. Você não tem autoridade nenhuma para julgar bispo. A única autoridade que você tem é sobre a sua casa, sobre seus filhos. E o único dever mais grave que você tem é de viver bem de acordo com o seu estado e fazer muita penitência para melhorar a sua vida. "Ah, mas é necessário para mudar a Igreja, para salvar a Igreja." Você não vai salvar a Igreja; Cristo salvará a Igreja. É uma pretensão muito grande das pessoas achar que
"ah, eu vou salvar minha diocese." Você não salva nem você mesmo. Se você se salvar, se eu me salvar, é por pura graça de Deus. É claro, eu tenho que colaborar; eu tenho que agir de acordo, mas é graça de Deus, porque merecer mesmo ninguém merece. Cristo mereceu a salvação para nós, mas por nós mesmos não temos condições de merecer. Então, um sujeito que faz isso, que vai a público e critica e ataca o seu bispo, por mais que o bispo esteja errado, se o ataque foi desrespeitoso, se o ataque foi injusto, é um pecado
contra o quarto mandamento. Entendeu? Agora, veja bem: aqui eu não estou dizendo que, em matéria grave, você deve ver e se omitir; também não é isso. Mas existem modos de corrigir. Você pode fazer isso filialmente, respeitosamente. Né? Dando um outro exemplo: aqui esses dias atrás, também lá pelo Instagram, às vezes o pessoal vai contando essas histórias. Um rapaz me contava o seguinte: ele se deparou com um problema na diocese dele relacionado à liturgia, e ele viu esse problema acontecer numa missa com o bispo. Acabou a missa, ele humildemente, filialmente, foi até a sacristia para falar
com o bispo dele, que era o bispo diocesano dele. O que aconteceu? O bispo levou a mal, mas esculhambou, escorraçou esse rapaz e falou. E realmente, o que esse rapaz falou era um problema. Era um problema! E ele falou assim para o bispo; ele não foi na rede social, ele não fez uma postagem, ele não falou nada, ele falou para o bispo. O bispo achou ruim. Aí, o que ele fez? Ele procurou um padre, um padre muito prudente, muito tranquilo, comentou o que ele tinha falado com o bispo. Este padre foi até o bispo, conversou
com jeito ali e realmente, o bispo depois se deu conta. Ele falou: "Não, realmente, eu não posso achar que isso não tem importância." O que ele fez? Falou para esse padre: "Então, você que tem o contato lá com o rapaz, vá em meu nome e diga para ele que eu pensei bem, realmente ele tem razão, nós vamos corrigir o problema e que ele me desculpe por aquilo que eu fiz, e eu mando a minha bênção para ele." Pronto, ele resolveu o problema. Olha que interessante, usando de prudência! Agora, se ele vai para uma rede social,
se ele vai para um lugar, abre fogo, falando tudo, expondo a situação, tudo, não vai resolver. Às vezes pode até ser que resolva, mas causa outros problemas. Então, quando eu cometo um pecado contra um dos 10 mandamentos, é mortal. Guardar domingos e dias santificados. "Ah, mas eu fui pra praia, nossa, estava tão corrido, aí eu perdi a missa." "Ah, mas Deus vai entender." O problema é que Deus continua sendo Deus; você pecando ou não, isso não altera nada na divindade de Deus. Agora, o problema é para você. Você vai matando a sua alma, você está
tomando veneno ao pecar mortalmente, acha que tudo bem. "Ah, Deus vai entender." Falta missa no domingo porque foi à praia; falta missa no domingo porque chegou visita, "aí eu fiquei aqui ajeitando as coisas, aí não fui à missa." E aí você peca mortalmente porque não guardou o domingo ou dia santificado. Na minha casa, por exemplo, quando alguém fala que vai vir parente, pode ser quem for, se a pessoa disser: "Ah, nós vamos estar por aí," a gente já fala: "De tal hora a tal hora, a gente vai à missa." Se quiser vir depois ou se
quiser ir à missa junto com a gente, é assim. A pessoa já sabe. Por quê? Porque a pessoa está vindo da minha casa, ela está vindo, é o visitante. Então, a regra da minha casa, eu e minha esposa, a gente estabeleceu: é assim, a pessoa vai vir visitar, vai vir almoçar aqui, ótimo. De tal horário a tal horário, nós estamos na missa. Se quiser, pode vir. Depois, ou pode nos acompanhar. Pronto? Entendeu? Nós temos que nos libertar muito desse negócio do respeito humano. Ah, mas eu fui pra praia, eu tava com a turma lá. Nossa,
era chato sair. Chato é ir pro inferno, porque o inferno é eterno. Entendeu? Isso é chato. Agora, para você agradar em nome de agradar as pessoas, você falta à missa. É pecado mortal. É pecado mortal! Você tá tomando veneno, é um suicídio espiritual. E aí você não precisa nem de demônio, porque você mesmo tá se matando. Então, existem pecados que são graves. Blasfemar é um pecado mortal, por exemplo. Se você assiste essas esquetes de humor que, às vezes, tem aí pela internet, zombando de Cristo, zombando da igreja, tem até um grupo aí que volta e
meia sempre fazia alguma coisa zombando a Sagrada Escritura, zombando de Jesus, zombando da Virgem Maria. O que é isso? É um pecado mortal contra o segundo mandamento e contra o primeiro. O primeiro: amar a Deus sobre todas as coisas. Essas pessoas... Ah, Rafael, mas você tá julgando as pessoas? Não estou julgando, eu estou constatando uma coisa. Julgar é quando você não sabe e diz alguma coisa sem saber. Constatar é quando você vê. Você vê, ninguém precisa te mostrar. Você vê quem faz esse tipo de humor, zombando da fé. O que a pessoa tá fazendo? Ela
não ama a Deus sobre todas as coisas. Ela ama ali o dinheiro que ela vai ganhar movimentando aquele vídeo blasfemo que ela está fazendo. E a pessoa tá tomando o nome de Deus em vão para zombar de Deus. A Sagrada Escritura é muito clara: ela diz que de Deus não se zomba. De Deus não se zomba! Ah, mas eu não produzi o vídeo. Mas se você assistiu, riu, mandou pros outros, achou graça, você pecou junto. Zombar do nome de Deus é pecado mortal! Entendeu? E as pessoas vão perdendo essa consciência, vão começando a viver a
partir daquilo que elas acham. Mas Deus é bom, Deus é misericordioso. Ele é, mas Deus é... O Santo Afonso de Ligório diz: a misericórdia de Deus é para quem o teme, e não para quem abusa dela. Na misericórdia de Deus, ela vai ser derramada sobre todos aqueles homens de boa vontade. Mas para que a misericórdia seja derramada, é necessário temer. Temer, não no sentido de ter medo, mas de temor. Eu amo a Deus, eu temo a Deus, porque eu respeito. É o temor no sentido de respeito. Eu respeito a Deus, eu amo a Deus. Aquilo
que Deus disse tem valor para mim. Deus tem lugar na minha vida, tem lugar na minha casa. Temor de Deus. Quem teme a Deus encontrará misericórdia. Agora, quem abusa da misericórdia de Deus com essa desculpa "Deus é bom, Deus vai perdoar todo mundo, Deus vai salvar todo mundo", isso é uma enganação que pode ser fruto de autoengano ou de sugestão demoníaca, de tentação, né? Então, há pecados que são mortais, há! E eles matam a vida da alma. Então, vamos fazer a distinção aqui do Catecismo. O parágrafo 1854 diz o seguinte: convém avaliar os pecados segundo
a sua gravidade. Já na Escritura, a distinção entre pecado mortal e pecado venial se impôs na tradição da Igreja. A experiência humana a corrobora. É o que eu falei. A própria experiência, o bom senso mostra que isso é verdade. O pecado mortal destitui a caridade no homem por uma infração grave da lei de Deus e desvia o homem de Deus, que é o seu fim último e a sua bem-aventurança, preferindo um bem inferior. Então, o pecado venial ele deixa subsistir a caridade, embora a ofenda e fira. O pecado venial ele não mata em nós a
caridade, a amizade com Deus. O pecado mortal sim! Então, se você cometeu um pecado mortal, a sua amizade com Deus foi rompida. Você está desligado de Deus. O pecado venial, ele não desliga de Deus, mas ele fere a caridade que existe em nós. E o pecado venial, né, ele pode ser perdoado de várias maneiras. Santo Tomás de Aquino dizia que aquele que participa devotamente da Santa Missa e se cometeu algum pequeno pecado venial, algum desvio, ao comungar, a própria comunhão é remédio para apagar os efeitos do pecado venial. Santo Tomás vai falar agora: o pecado
mortal, é necessária a confissão, né, para restituir a graça de Deus. Ah, mas e se eu só tenho pecados veniais, eu me confesso mesmo assim? Sim, porque às vezes você pensa que o seu pecado é venial e ele é mortal! Ele é mortal! Então, por exemplo, tem gente que, por ignorância, não vê problema nenhum em namorar e viver com namorado ou namorada como se fosse casado. Isso é fornicação, é um pecado contra o sexto mandamento. É pecado mortal! Ah, mas a pessoa às vezes não sabe. Às vezes não sabe mesmo. Às vezes teve uma catequese
deficitária. Às vezes também ouviu muita gente de igreja que é muito relativista, e a pessoa foi ensinada de maneira errada, e a pessoa tá ali vivendo achando que tá tudo bem. Ela tá comungando. O que São Paulo fala? Quem come e bebe do corpo e sangue de Cristo indignamente, ou seja, fora do estado de graça, come e bebe a própria condenação. A pessoa está se envenenando com o pecado, está profanando o corpo de Cristo. Ah, Rafael, mas só pode comungar quem é puro, puro, puro? Ninguém vai comungar! Não é isso que eu tô falando! Não
é isso que eu estou falando. Pecados, todos nós temos. Pecado venial, então, a gente comete todo dia. A Sagrada Escritura diz que o justo, o justo, aquele que é bom, que é justo, que teme a Deus, pecará, cairá sete vezes ao dia, né? Sete vezes ao dia. Cairá sete vezes, né? Diz a Sagrada Escritura. Então, se imagina o justo, aquele que é santo. Ele vai cometer pequenos pecados veniais. Agora, isso não significa que não podemos comungar. Lógico que podemos comungar. Eu não posso comungar em pecado mortal e quanta gente não sabe essa distinção do que
é pecado mortal? E aí vive, vai vivendo ali com o namorado, com a namorada, né? Às vezes se juntam, às vezes até com a intenção de casar, mas se estão vivendo juntos, estão vivendo uma intimidade sexual. É fornicação, é pecado contra o sexto mandamento. E isso não se trata de ficar aqui fazendo um Rosário, uma listinha, né? "Ah, não pode". Não é isso. A lei de Deus é uma lei de amor. Por que Deus coloca a sua lei? Por que a Igreja coloca a sua lei? Para salvar a nossa alma. O que Deus quer? A
nossa salvação, que a gente viva eternamente feliz, junto com Ele. Nós fomos criados para isso. Então, não se trata de uma imposição arbitrária de Deus ou da Igreja, não. Muito pelo contrário, aquilo que Deus nos manda na sua lei é vida, vida para a nossa alma. É isso que a gente tem que pensar, né? E aí, quando olhamos para essa situação: "Ah, mas a pessoa não sabia." Tá, ela não sabia. Se eu tomar um copo de veneno, suponhamos, coloco um veneno aqui para mim. Puxa, vida! Eu não sei, cheguei e tomei o veneno. Eu vou
deixar de morrer porque eu não sabia? Não, eu morro mesmo assim. Só vou morrer um pouco menos preocupado, porque eu vou morrer sem saber por que estou morrendo. Só eu deixo de morrer? Não! Deixo de morrer? Não deixo de morrer! Tomou veneno, vai morrer; pecou mortalmente, tá matando a vida da alma. É preciso conversão, é preciso colocar as coisas no eixo para o nosso bem. Deus não nos ordena, não nos manda fazer algo que seja para o nosso mal, né? De modo algum. Então, o pecado venial não destrói a caridade, o pecado mortal sim. O
pecado mortal corta esse vínculo com Deus. "Ah, mas eu não sinto que é assim." Eu sinto porque eu tenho muita fé, eu falo com Deus, eu rezo e tá tudo bem. Deixa eu contar uma coisa então para vocês: sentimento não determina nada em relação às coisas de Deus. Se você sentiu ou não sentiu, que importa? É a verdade que está na Escritura, no Magistério e na Tradição. A verdade, a verdade que é Cristo, é isso que importa. "Ai, mas eu sinto que estou bem com Deus." Os nossos sentidos podem nos enganar, porque nós somos pecadores
e o pecado confunde a nossa própria natureza, a nossa própria percepção das coisas. Então, não se fie nisto, não se fie naquilo que você sente ou deixa de sentir. Nós temos que olhar objetivamente para aquilo que é e não é pecado. Segue o Catecismo, parágrafo 1856: o pecado mortal, atacando em nós o princípio vital, que é a caridade, exige uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma conversão do coração que se realiza normalmente no sacramento da confissão. Então, o que eu estou dizendo? "Ah, mas eu só tenho pecado venial, não vou confessar." É o
exemplo que eu dei lá: o menino e a menina vivendo com o namorado. Ele acha que está tudo certo. Ele não acha que é um pecado mortal. Ele fala: "Ah, não vou nem confessar." O que acontece? Se a pessoa está vivendo assim, ela já está numa situação de pecado, numa situação de pecado, só que ela não percebe. Ela acha que só tem pecados veniais. E aí, às vezes, a pessoa fala: "Ah, como eu não tenho pecado mortal." Ela acha que não tem, e não se confessa. Por isso, conhecer a doutrina da Igreja é vida para
a nossa alma. É vida! Quanto mais a gente se confessa, mais a gente vai desenvolvendo uma sensibilidade para as coisas de Deus e a gente começa a perceber melhor até os nossos próprios pecados. Segue o Catecismo, dizendo: quando a vontade humana se volta para uma coisa de perna contrária à caridade, pela qual estamos ordenados ao fim último, que é Deus, né? Há no pecado, pelo seu próprio objeto, matéria para ser mortal, quer seja contra o amor a Deus como a blasfêmia, o perjúrio. O que é o perjúrio? Ah, eu juro por Deus e aí tá
jurando falso, né? É tomar o nome de Deus em vão. Quer seja contra o amor ao próximo como o homicídio, o adultério. Por outro lado, quando a vontade do pecador se dirige, às vezes, a um objeto que contém em si uma desordem, mas não é contrário ao amor a Deus e ao próximo, como, por exemplo, uma palavra ociosa, falar demais, falar de coisa que não sabe é um pecado venial, né? O riso supérfluo, né? A pessoa fica rindo de tudo, ficar se dissipando, se distraindo o tempo todo, né? Isso pode ser uma matéria de pecado
venial. Tais pecados são veniais. Para que o pecado seja mortal, requerem-se três condições, parágrafo 1857: três condições ao mesmo tempo. Primeira condição: é pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave e que é cometido com plena consciência e deliberadamente. Eu sei que é pecado mortal, eu sei que uma coisa é grave, eu conheço, eu estou cometendo esse pecado consciente e eu quero esse pecado. Então ele é mortal. Ah, volto lá no exemplo: mas o rapazinho que mora com a menina, mas ele não sabe? Bom, pode ser que, no caso dele, dependendo do
nível de consciência dele, não seja ainda um pecado mortal. Porque existe uma ignorância em relação ao pecado, uma catequese deficitária, etc. e tal. Mas, objetivamente, o ato é mau e ele possui um germe de pecado mortal. de separação de Deus e de falha com a caridade. Agora, tem um porém: o próprio catecismo vai dizer que existem dois tipos de ignorância. Existe a ignorância invencível. O sujeito nasceu numa tribo, no meio do nada, lá na Oceania, e ele nunca ouviu falar o nome de Jesus e viveu a vida inteira tentando fazer o bem, de acordo com
a consciência dele. Essa é uma ignorância invencível; ele não teve condições de conhecer a verdade. Agora, se o sujeito tem tempo e perde esse tempo dele com rede social, com jogo, com isso, com aquilo, série, mas não estuda a doutrina católica, ele tem tempo, tem recursos, tem internet para assistir a bons vídeos e não faz isso para tentar melhorar sua vivência na fé. Esta ignorância é culposa, pois a culpa é por parte da pessoa. Ah, então a pessoa tinha chance de saber da verdade, mas ela não buscou, e aí está vivendo com outra pessoa, mas
alega: "Eu não sabia." Aí pode ser um pecado mortal. Como eu vou saber? Dúvida: confesse-se. Ah, Rafael, eu tenho dificuldade de analisar meus pecados, se são mortais ou veniais. Na dúvida, se confesse, seja venial, seja mortal; se confesse sempre, de preferência, todo mês. Eu sei que em alguns lugares é muito difícil a presença do sacerdote, é mais escasso, mas sempre que você puder, se confesse. Cometi um pecado, minha consciência está pesando. Não tenho sacerdote, não vou poder me confessar. O que eu faço? Faça um ato de contrição perfeita. Coloque-se diante de Deus, fale todos os
seus pecados e faça uma promessa, um juramento a Jesus, que assim que você puder, na primeira oportunidade que encontrar com o sacerdote, você vai buscar confissão. Porque se você morrer nesse estado, Jesus vai considerar isso; ele está arrependido e realmente não pode se confessar pela ausência de um sacerdote. Então, essa pessoa recebida por Jesus será julgada com misericórdia, porque havia um movimento real do seu coração em direção a essa busca pela graça de Deus. Depois, a matéria grave é precisada pelos Dez Mandamentos, segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: não mates, não cometas adultério,
não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém; honra teu pai e tua mãe. A gravidade dos pecados é maior ou menor: um assassinato é mais grave do que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas também entra em consideração; a violência exercida contra os pais é em si mesma muito mais grave do que uma violência contra um estrangeiro, por exemplo. O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento; ele pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato e de sua oposição à lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal.
A ignorância afetada e o endurecimento do coração não diminuem, antes aumentam o caráter voluntário do pecado. Então, existe diferença entre pecado, existe. Meus caros, enviem aí as suas perguntas. Algumas perguntas e eu vou responder apenas algumas aqui, que a hora já vai avançada. Enquanto vocês elaboram as perguntas, faço o convite para que vocês entrem na loja Pantoc e vejam as promoções que estão disponíveis. Então, na loja da comunidade, sempre tem alguns materiais com descontos muito interessantes; é uma maneira de ajudar a comunidade. Nós também, na campanha deste mês, estamos fazendo, como sempre, todo mês, o
pedido, aquela mão estendida para que nos ajudem a completar 100% da nossa campanha. Vai aparecer aí para vocês os meios que têm de ajudar a nossa campanha: chave, pix, depósito, transferência bancária, QR Code na tela. Enfim, são várias maneiras que você tem de nos ajudar. A quem ajudou, Deus lhes pague; a quem ainda pretende ajudar, fica aqui o meu incentivo para vocês também, tá bom? Vamos aqui a algumas perguntas. Muito bem, uma das perguntas é a seguinte: se eu vou me confessar, acabei de me confessar, depois que a confissão termina, eu saio do confessional e
me lembro de um pecado que não contei. A minha confissão foi inválida? Boa pergunta. A sua confissão não foi inválida. Por quê? Porque a nossa memória é assim, a natureza humana é assim, e Deus sabe. Às vezes, você foi se confessar e realmente se lembrou do pecado depois. Ah, mas e se eu morrer assim? Às vezes, a pessoa começa a criar um escrúpulo, uma coisa. Fique tranquilo, Deus vê a sinceridade com que você se confessou e viu também que você esqueceu. O que você deve fazer? Anote, ou procure uma estratégia, um meio para não esquecer,
e na próxima confissão você pode mencionar. Certo? Outra questão aqui: fui me confessar e o sacerdote disse, foi dizendo que tudo que eu estava acusando não era pecado; não me absolveu, não me deu penitência, me deu apenas uma bênção. A confissão foi válida? Não, não foi válida. Primeira coisa: o sacerdote não é o seu juiz para dizer "não, isso não é pecado." Por quê? Porque se a sua consciência pesa, você sabe das circunstâncias em que você cometeu o pecado. Não é o sacerdote que tem que decidir se é pecado ou não, e se ele não
te deu absolvição, não estendeu as mãos sobre você, não disse a fórmula sacramental – existe uma fórmula mais longa e a mais curta. Se o sacerdote não disse pelo menos "Eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", a confissão não foi válida, entendeu? Então, é melhor procurar outro sacerdote e confessar de novo. Infelizmente, pode acontecer, tá bom? Outra questão aqui, a respeito do pecado. Se eu me... Confesso. Vocês estão perguntando mais a respeito de confissão porque tem realmente a ver com a questão do pecado. Então, a pergunta
é: se eu me confesso e o padre não me dá a penitência, a confissão é válida? Se o padre te deu absolvição, ela é válida. A confissão é perfeitamente válida, porque você... Quais são as partes do sacramento da confissão? O exame de consciência. Então, você vai lembrar dos pecados; depois, você vai acusar os pecados diante do sacerdote. A segunda parte vai receber a penitência, vai receber a absolvição e vai cumprir a penitência. Você tem que fazer tudo isso: exame de consciência, acusação dos pecados, absolvição e cumprimento da penitência. Ah, o padre não me deu penitência?
Ué, faça você! Se o sacerdote não te deu a penitência, faça você mesmo. Ah, eu vou rezar o terço. Então, reza uma dezena a mais. Você mesmo pode eleger alguma penitência, algum sacrifício para reparar esse pecado cometido. Bom, meus caros, a hora vai avançada. Fiquem aqui na nossa transmissão. Nós vamos encerrar aqui, mas não saiam, não vão embora, porque vocês serão redirecionados já para a nossa capa da live da semana que vem do Lent Católica. Então, já aproveitem, entrem lá, já curtam a nossa postagem da semana que vem, do nosso tema da semana que vem,
e já aproveitem também para encaminhar para os seus contatos. É uma maneira de preparar as pessoas com uma semana de antecedência para a nossa live semanal nas segundas-feiras. Tá bom, uma última coisa que é importante: lembremos do que São Paulo fala: onde o pecado abundou, a graça de Deus superabundou. Então, confiemos na misericórdia de Deus, procuremos viver, estudar e conhecer a doutrina da Igreja, alinhar a nossa vida com aquilo que a Igreja nos ensina. A Igreja é nossa mãe, nosso mestre. Que as palavras do Evangelho sejam vida na nossa vida e rezemos sempre, sempre, sempre.
Há problemas, há situações, há pecados na nossa vida que parecem muito difíceis de superar. O que a gente não pode, Deus pode. E por isso, São Afonso dizia: quem reza se salva, quem não reza se condena. Rezemos nós, desejamos a salvação. Rezemos sempre. Deus abençoe! Até semana que vem, se Deus quiser.