evidente que a gente sabe que a verdade é uma coisa bastante complicada sim mas nós aqui no D Job podemos complicar ainda mais a paranoia que é Tecnicamente pro Freud o excesso de sentido uhum com se você cruza com a sociedade da informação que a gente fica vendo o tempo inteiro tudo que tá acontecendo online ao vivo você começa a pensar que o mundo tá pior que o mundo tá mais violento que hoje em dia tá mais difícil deixar as meninas na rua os meninos na rua porque tudo pode acontecer quando é uma grande mentira
a história da espécie é aprender a se relacionar com a contingência tentar diminuir até parece Maquiavel falando da Fortuna tentar diminuir os efeitos da contingência na nossa vida você nunca consegue reduzir a zero e isso deve ensinar-nos uma coisa em relação à contingência cabe reverência Então olha a diferença Olha o salto para esse filho único de hoje que é um bibelô que tem se se pudesse viveria com uma câmera a mãe teria os pais teria uma câmera dentro do cérebro PR saber o que tá pensando né Não não vou deixar minha filhinha a dormir na
casa da amiguinha casa do pai ou eu mando a babá olha quant posso mandar Babá É tudo bem de branco e daí o pai contrata todo tipo de especialista e sai mais perdido do que entrou pelo menos que a gente consiga fazer com que esses pais ajudá-los a entender que a si mesmo Olá jobbers sejam muito bem-vindos ao segundo episódio da nossa segunda temporada e nós vamos como de costume tratar de um dos sintomas histéricos do século XX que é a parentalidade paranóica Na verdade ele não é histérico né Ele é paranoico é paranoico é
é primo é primo é at Tá ali tá ali esse tema vem do livro do sociólogo Frank fured um sociólogo Húngaro né Pondé mais radicado na Inglaterra é hoje ele mora em Bruxelas Hoje ele mora em Bruxelas e ele escreveu alguns títulos que a gente usa bastante usará e falará eh aqui no dar Job como cultura do Medo parent políticas do Medo políticas do medo parentalidade paranoica e ele por incrível que pareça apesar da importância de trazer temas tão atuais e tão século XXI não tem as suas obras traduzidas para o português por Pondé é
porque ele não consegue se enquadrar nem no que se chamaria de um autor que saem editoras de direita conservador nem no clássico autor de esquerda que todas as editoras inteligentinhos publicam no Brasil alô editoras Franco fured é o nome dele Vale a pena vale a pena enfim todo mundo parece tá perdido né Pondé pais escolas filhos tios tias todo mundo em torno da questão como educar filhos no século XX Olha a gente falava no nosso Episódio anterior sobre o desencaixe que a modernização faz né uma ruptura né a gente estava falando da crise de masculinidade
não sei o quê Esse é um outro exemplo quer dizer ninguém mais sabe ser pai e mãe sim ninguém sabe por isso que eu eu trouxe como sintoma do século X é ninguém sabe porque é e aí vai né como você fala da tia né a tiema né é assim eh porque a gente hoje o pensamento é muito dicotômico polarizado é assim isso não quer dizer que as modos de criação eh de crianças ou educar que existiam antes da modernização e radicalmente do Século XXI eram maravilhosos Sim a gente tem que sempre falar isso né
isso o idiota lá olha e diz assim vamos fazer o violino vamos fazer é não você tá defendendo Não assim A verdade é que ah a Rigor Se você pegar na extensão da espécie Sapiens né que eu adoro pré-história e a pré-história arruína Sua percepção de tempo você sabe que eu sempre tive essa sensação E aí recentemente preparando o curso da PC sobre pré-história desse ano não o ano que vem eu vi uma uma arqueóloga que fala Exatamente isso ela fala da personalidade epistemológica de quem estuda pré história e uma das característica é a percepção
de tempo arruinada que significa isso você olha para uma coisa que agora parece você olha Aquilo é tão pequeno em comparação a que existia antes por que que eu tô dizendo isso porque na realidade a gente nunca educou filhos exato exato eu ia Ouve essa ciência e quando a ciência nasce lá por exemplo fured minha fonte aqui e ele quando ele fala que depois da primeira guerra mundial na Inglaterra os professores e pais tiveram uma crise como que a gente vai passar valores depois da do massacre que a gente fez a Primeira Guerra como vai
ser Isso foi antes depois da primeira guerra ainda né mas é a mesma temática da educação pós Auschwitz então a ciência da educação já nasceu perdida é mas também tem uma questão e aí eu começo o nosso mergulho histórico de sempre que a gente já tratou também no paraquem ser adulto que é a própria função do filho que foi diferente já que a gente olha em perspectiva histórica já que né a gente olha a modernidade como D in the Wi né como Poeira ao vento vento perto do pelo menos da revolução da Agricultura que são
10.000 anos e tal que é o mais parecido com o que a gente tem de sociabilidade num lugar tal sedentário sedentária exatamente então o jovem como tal e o filho como tal como a gente encara hoje tem data de nascimento porque se a gente olha para trás vamos parar na Idade Média que já tá longe mas tá perto os filhos Eles eram feitos obviamente aos montes porque não tinha nenhum método contraceptivo né que segurasse tal eh não tinha nenhum outro entretenimento Então as pessoas Acho que travam mais porque não tinha TV não tinha uns aos
outros não tinha muito o que fazer e o filho era visto como mão de obra na lavoura ele era considerado não vamos a gente vai ter mais um filho porque a gente tá precisando de gente para trabalhar aqui conosco na unidade familiar do agronegócio da idade média Então olha a diferença Olha o salto para esse filho único de hoje que é um bibelô que tem se se se puder viveria com uma câmera a mãe teria os pais teriam uma câmera dentro do cérebro para saber o que tá pensando né punda É e uma enorme fonte
de investimento né quando Principalmente quando você quando você desce no estrato social em populações mais pobres vulneráveis provavelmente eles ainda fazem mais sexo do que as classes sociais mais altas né porque Inclusive tem menos lazer exato e menos dinheiro para Laer Dino menos consumo tá todo mundo ali numa casa que normalmente não tem tantas divisões né eem Muito tamanho para circular é o lazer e o consumo são formas de sublimação né É É então e então mas pensando nessa nesse filo que você se fiu aí Ah sem dúvida nenhuma ele é um ônus não um
bônus e no ambiente da Agricultura é sabido né que você precisava de braço para dar conta daquilo é claro que isso fazia com que você comesse mais tivesse que ter mais comida mas a comida é era pobre era Rara não tinha essa história de com lactose sem lactose com glutem sem glutem né não tinha nada disso você comia o que dava que tinha é o que tinha para comer então você ficava Comendo milho não sei quanto tempo sei lá Batata como na crise da fome na Irlanda no 19 então assim ah hoje não hoje e
é engraçado né gab tudo que parece se converter em investimento humano subjetivamente você investe e por dobramento objetivamente dá pau é então quando vocêque quando você quando o Pondé fala de investimento a tia vai explicar a gente tá falando de investimento libidinal ou seja um filho único é diferente você ter oito filhos certo que daí tá dividida a atenção e a esperança e a frustração com todos e quando você tem um né que tá tudo concentrado nele então é muito diferente o investimento libidinal como a gente fala na psicanálise e o objetivo porque antes olha
olha a mudança né então você tem na idade média um filho que era considerado uma mão de obra a mais para trabalhar na modernidade já começa essa transformação e a invenção desse interlúdio entre a criança e o adulto que é o surgimento da categoria de jovem que a gente falou bastante no para que ser adulto e começa-se então a ter uma outra função mas sobretudo e também a gente já tratou em outro Episódio a partir da segunda guerra mundial né até a segunda Guerra Mundial você ainda tinha crianças como mini adultos né Pondé sim tanto
do jeito como se vestiam como não era o foco não era o foco exatamente não era o hoje em dia é o foco tanto é que tem uma indústria editorial gigante uma indústria de cursos e de videocasts e de podcasts e basicamente toda mãe com Projeção de audiência em Instagram e tal vira mãe e nunca mais volta ela o a maternidade vira o assunto dela e um podcast sobre maternidade um programa sobre maternidade um evento sobre maternidade não volta NC mais engraçado porque assim normalmente é quase a piada que o o di fez um filme
que eu não lembro mais qual é em que ele vai pra casa de uma menina com quem ele quer transar uma mulher uma moça e ela fala de sexo fala sacanagem para [ __ ] e na hora que ele vai para cima dela ela fala não não o meu meu psicanalista falou que eu ainda tô na fase oral eu só falo de sacanagem mas façil E aí ele evidentemente [ __ ] que pariu que merda não sei o quê então parece que a a a maternidade ela entrou numa fase oral porque ninguém quer ser ou
quando quer ser é um só com enormes constrangimentos de todos os tipos e dúvidas e tudo mais que são dúvidas que brotam da estrutura social em que a gente vive não é Delírio da cabeça e aí Eh mas só fala sim é tem esses tudo que você falou aí é blog sei lá se blog fala é é site eh Instagram vide cast tudo falando de maternidade dando conselho dando conselho você sabe que on se dá muito conselho porque não sabe o que tá fazendo né É então a gente falou também um pouco sobre isso no
episódio passado que afinal a gente falou sobre mulheres ambivalência e feminismo Mas é isso né Tem muita mãe que não volta da Maternidade né não volta no sentido fui mãe a experiência é avassaladora foi tão avassaladora que eu só sei falar sobre isso agora eu só vou eu vou girar todo um mercado uma reserva de mercado eh porque tem muita mulher perdida e muito homem perdido e todo mundo perdido na sua função parental ou seja virou uma antes você a humanidade ela como você dizia o sexo e por desdobramento a gravidez nas mulheres era uma
coisa que acontecia ali que nem as plantas cresciam os bichos apareciam você caçava não tinha muito o que fazer ia no flow é vai no fluxo né e de repente virou civilizado virou civilizado começou a travar né a o processo E aí O resultado é que agora é é quase como fazer um doutorado é né talvez muito mais muito mais difícil que fazer um doutorado mas é quase fazer um doutorado para você poder saber exatamente eh o que se faz com uma criança na verdade se sabe pouco as avós ainda souberam pouco né mas agora
você vai pegar esses especialistas em parentalidade que tem nas redes sociais e que vão dar fórmulas e fórmulas e fórmulas e a verdade é que tá todo mundo perdido Eu costumo dizer não tem gente mais perdida do que pai de criança idade escolar e diretor da Escola que tá atendendo o pai cri dir escola junto e que tem e tem que fidelizar o pai da criança porque se ele não fidelizar o pai dessa criança e essa mãe Vão pôr a criança em outra escola Vão pôr em outra escola né então ele precisa fidelizar e basicamente
fidelizar isso vai até a universidade Fenômeno Para fidelizar ele tem que basicamente fazer o que os pais querem e os pais querem que você mime o filho deles exato me fala porque essa parentalidade pro fured é paranoica ela é paranoica porque como ele fala num outro livro dele sobre como o medo funciona que é o livro mais ah de 2018 né Ele é para ele volta a esse tema porque é uma uma uma parentalidade que funciona a expressão que ele usa que é a expressão americana como um helicóptero certo você tem consciência de todos os
riscos que existe do mundo e aí o nível de informação a tal da ambivalência que a gente falava no outro encontro sobre modernidade quanto mais aumenta a informação mais aumenta a paranoia o Freud já suspeitava que paranoia e conhecimento são primos né Em algum momento na realidade você tem que sair da registra do conhecimento e da relação de sentido porque você fica fazendo isso tudo o tempo todo você deságua na paranoia a parentalidade hoje é basicamente uma experiência de muita informação sem tá na qualidade da informação muita informação e uma produção de uma enorme informação
com muito pouca experiência que seja minimamente ancorada em um um certa um certo número de gerações que se repetem e o mundo o paranoico tem razão né né fazer um disclaimer em favor do paranoico o paranoico tem razão por que que ele tem razão porque ele tem muita informação de coisa muito ruim que pode acontecer Então é quase como se fosse o mecanismo de proteção que larga na frente quanto mais informação você tem mais você sabe do risco mais você tem que largar na frente então o caso da parentalidade paranoica Apesar que tá ligado aquilo
que a gente falava antes que é o fato de que não se sabe o que fazer com os filhos a o mundo o século XXI ele é essencialmente psicopatológico Bom eu acho a espécie psicótica estruturalmente mas a modernidade é um surto específico mas o século XXI tem uma uma característica de paranoica as redes sociais deixa você paran eu eu ia falar isso que esse a última trincheira desse debate sobre parentalidade tá na proibição ou não de dos celulares né a gente chegou nesse momento que é E aí proíbe ou não proíbe então isso como a
dinâmica típica do nosso século XX Isso tá muito ligado a um livro né do psicólogo americano psicólogo social Jan Jonathan é não geração ansiosa geração ansiosa em que ele ele propõe isso a partir dos 16 anos e como hoje é tudo fenômeno de massa Apesar de que a indústria de massa saiu de moda é todo fenômeno de massa né ainda que segmentado o resultado é que isso fo Bat aqui no Lula e aí isso M Lula como símbolo porque na realidade veio bater no mercado de saúde e de educação ex porque tudo hoje muito mais
do que qualquer outra coisa é o mercado é tudo o mercado muito mais do que qualquer outra coisa então o mercado da educação e mercado da Saúde Mental se mobilizou porque percebeu que isso era uma chance de investimento porque aí você vai ter especialista de como proibir celular você vai ter especialista para professor na escola imagina um profess eu tava lendo a folha ontem exatamente sobre isso desculpa sobre E aí a gente vai abrir a mochila dos alunos para ver se tá dentro e onde que tá ou não Qual o limite legal para isso legal
do ponto de vista da lei é então é abre tudo hoje vira mercado de contencioso né é quem tá olhando para o mundo ridículo do Século XX e são os advogados né ele olha lá de cima e diz vai cair no meu colo em alguma hora vai cair no meu colo porque um contrato social de paranoicos Em algum momento você tem um especialista que diz assim você é paranoico Fique quieto você vai pagar tanto pelo que você fez certo então assim eu imagino o os advogados olhando isso porque até onde vai como você falou a
permissão para você mexer numa mochila do meu filho e quando você mexeu na mochila do meu filho você mexeu nas costas dele é é onde estava a sua mão então aí a paranoia ela vai crescendo porque na realidade é assim tudo tá Por um Fio sempre sempre foi assim não é invenção do Século XXI tudo sempre teve Por um Fio só que agora agora não há algum tempo o ser humano o sapiens sapiens resolveu decidir que ele pode encarar que tá tudo por um fio e que ele vai criar e é que ele vai criar
uma rede que evite que fique tudo por um fio aí ele fica nos fiapinhos do Fio tentando colar esses fiapinhos para garantir que não vai acontecer n não sei o que eu faço com meu filho mas você colocou a mão na mochila dele então agora eu vou te processar o pessoal do udio querendo me matar que eu bati o dedinho enfim e a escola a escola nso tudo entendeu mas ao mesmo tempo é interessante porque mesmoos especialistas diplomados eles abraçam a causa rapidamente por qu como fala o h e já falava antes dele a atente
quer dizer você tem e outros também né mas são as duas referências que eu tenho é assim você tem de fato um problema das Crianças com celular você tem de fato um problema tá claro que tá impactando na saúde mental tá Evidente completamente Claro e não é só de crianças não não só de crianç mas é muito pior para elas que ainda não não sabem mínimamente quem são no mundo na vida f a demanda está posta por isso que vai gerar dinheiro tem uma demanda real a verdade é que aí as coisas os especialistas os
profissionais eles começam a se colocar e todo mundo diz tem que proibir porque em tese você tem que fazer alguma coisa a verdade que talvez seja uma aprendizagem muito difícil pro Século 21 é que a gente identifica o problema mas a gente não tem a mínima ideia do que fazer com ele a gente tem dois mercados aí que vão lucrar bem então o mercado da Saúde Mental para falar lato assim que eu também não tô Aim de ser processado e o segundo mercado o mercado do contencioso né são dois mercados que estão lucrando muito com
tudo isso mas eu queria voltar um pouco também no nosso recu histórico e também que a gente já tá tratou aqui mas a gente vai repetir porque é o processo do século XX né ele não é fácil ele tem muitos acontecimentos que a tal da contracultura eu volto nela por quê Porque até lá a gente tinha mais ou menos uma continuidade do que se fazia com os filhos a gente não tava mais na idade média o filho já não era visto como mão de obra e a criança né aquela coisa trabalho infantil normalizado que é
na Idade Média a gente já regularizou isso na modernidade já regularizou a questão do trabalho infantil mas até o final da segunda guerra mundial as crianças ainda eram educadas de uma certa maneira a maneira que sempre foi feita de acordo com o conglomerado herdado herdado a partir da década de 70 Vem uma revolução comportamental como a gente já falou uma mudança muito grande que vem com a contracultura E aí a ideia era arrebentar com todos os padrões de Conduta com todos os paradigmas porque é quase uma mínimo modernidade né a modernidade olhou para trás falou
nada Presta a contracultura olha pro comportamento olha para trás e fala nada Presta nós vamos inventar roda tudo de novo só que não é tão fácil assim para vocês que também nos viram no outro episódio quando a gente falava sobre a questão do patriarcado do ponto de vista objetivo e do ponto de vista subjetivo nada é tão fácil de ser reinventado em matéria de comportamento principalmente num curto período como que a gente tá falando então década de 70 para cá então a questão se acirrou né se intensificou da década de 70 para cá na medida
em que a ruptura comportamental veio também olha nossa a gente não pode mais educar os filhos como a gente educava antes e agora como é que a gente educa então Aí surge todas as ciências que no começo chamava filosofia da educação era tudo da ciência humana né É todas as ciências para responder E aí Gabi Enquanto você falava me lembrou uma coisa que é o seguinte na verdade esse processo de ruptura um um uma das consequências do processo de ruptura moderno Apesar que a filosofia já sabia disso desde a é o fato de você se
bater com a inexistência de uma verdade Clara sobre as coisas né aí vale a pena dizer porque eu sei que tem gente que se questiona sobre isso que assim evidente que a gente sabe que a verdade é uma coisa bastante complicada sim mas nós aqui no D Job podemos complicar ainda mais e fazer só um episódio para ensinar quem acha que sabe discutir verdade assim né a verdade não existe Episódio epistemológico sabe que a verdade não existe aliás da filosofia a gente sabe isso desde a época sofista é um problema epistemológico grave e que leva
toda essa desconstrução leva a experiência de que você não sabe quem tá dizendo nada Você não pode confiar em nada inventaram a pós-verdade lá para parecer chique mas a gente fica sem saber nada e se você não tem certeza de muita coisa como que você banca e diz pro teu filho não você não pode fazer isso você tem que fazer isso se aí de repente a psicóloga fala uma coisa a coordenadora da escola Fala outra coisa apresenta para você e tem todo o campo do diagnóstico né diagnosticam o seu filho de tal forma você já
chega na escola tipo assim Aliás o fured fala no livro dele do começo do século 20043 alguma coisa assim chamado therapy Culture cultura da terapia ele fala assim se a professora chamar você na escola para falar sobre seu filho isso ele fala no começo do século XX Assuma logo que você tá errado reconheça logo que você tem culpa porque se você resistir vai ser pior ainda a devastação quo eu quero fazer só um disclaimer que quando o Pondé falar da verdade que a gente pode fazer um um um episódio inteiro eh verdade sobre verdade mas
ao mesmo tempo a gente fala aqui que a gente fala a verdade acima do bem e do mal o que que a gente quer dizer com verdade acima do bem e do Mal significa a honestidade Intel ual a gente está falando a verdade do que a gente pensa sem a pretensão de ser a verdade com a maiúsculo e daí depois a gente entra nesse problema epistemológico porque ele é um Pou a gente faz um episódio dis é um pouquinho denso Tá mas voltando pra parentalidade paranoica ela pode ser então caracterizada com a condição dos Pais
na educação nesse século XX pode aliás Essa é a ideia do fid né que faz essa essa sociologia fina né Sem dúvida nenhuma é a condição e se é a condição a gente pensando filosoficamente se é a condição ela impõe limites ao mesmo tempo que a condição impõe limites ela impõe certas formas né por isso que em filosofia a gente fala qual é o único ser incondicionado Deus sim porque nada o condiciona e a gente vai tomar emprestado o velho Aristóteles né a ideia de Deus ela é incondicionada que tudo condiciona ela é imóvel que
tudo move ela é cada que tudo causa Então os seres humanos assim como os outros os seres humanos são condicionados por uma série de coisas tipo a gente tem inconsciente isso nos nos condiciona a gente vive no contexto social isso nos condiciona a história nos condiciona E por aí vai né Então nesse sentido quando você pergunta a paranoia é uma condição da condição da situação dos Pais do século ele escreve na virada do 20 pro 21 né então assim esse Isso é uma condição limita estabelece forma cria todo um contexto em volta disso que vai
ficando difícil o que acontece com muitos pais né meu eu tô paranoico né o cara para e dizer mas eu tô ficando paranoico mas eu não sou paranoico mas eu tô começando a ficar preocupado com a minha filha que anda na rua meu filho que anda na rua será que ele pode ir sair tal hora ou seja o mundo dá motivo para você ser paranoico é exatamente eu acho que a para [ __ ] ela já tá ligada a uma condição uma condição que eu ia falar ontológica uma condição ontológica Nossa que é somos todos
eh sujeitos da contingência e no contemporâneo isso se acirra Então queria primeiro e que você falasse um pouco dessa questão da contingência né que você retoma do Francis Bacon para falar Ah sim aquela frase é exatamente que que é isso né todo mundo tá sujeito a fortuna a gente é refém da Fortuna Fortuna contingência são só nomes bonitos para falar o acaso eu posso tropeçar cair Baté cabeça Lissa e hoje tetraplégica posso vai acontecer não sei qual a probabilidade acho que pequena mas eventualmente pode ter um cabo ali que eu não vi então é um
pouco desse jogo mental que tá na parada né do acho feliz se lembrar do Francis Bacon Porque sim ele essa ideia de que ele fala de quem tem filhos e esposa né entrega trunfos é você entrega trunfos para fortuna né quando você o homem adquire faz filhos e tem uma esposa ele se abre paraa fortuna ele Entrega na mão da Fortuna os filhos e a esposa e toda a vida dele porque aí ele fica pegado ele tem obrigações e tal mas quem fala isso é o Francis Bacon o Francis Bacon entre outras tantas coisas ele
é o filósofo criador do método indutivo em ciência como a gente sabe mas Além disso ele tinha uma clareza grande que é o seguinte o objetivo do conhecimento é reduzir a fortuna certo ele pensava ciência ele ele falava filosofia né mas ele pensava a sua filosofia que na realidade é um método um método científico ele pensava com esta função ou seja a gente tem que fazer as perguntas pra natureza perguntas que as respostas sejam úteis para nós portanto a imagem dele você tem que atar a natureza sem que amarrar a natureza para ela não ficar
errática né Por quê Porque o objetivo do conhecimento é produzir bem-estar então é justamente o Francis Bacon que tem essa intenção com o método científico da indução e com conhecimento como a filosofia como ele pensava que fala olha cuidado com a fortuna hein quando você estabelece vínculos você gera filhos e e tem mulher e tal você tá se entregando pra Fortuna é na medida em que seu filho pode ficar doente sua mulher pode ficar doente alguém pode fazer alguma coisa contra eles para se vingar de você enfim toda sorte de coisas ao acaso que podem
acontecer com qualquer um quando você tem filhos você coloca pessoas so sua responsabilidade a mercê do caso que é a condição estruturante do mundo é esse Você me lembra condição estruturante do mundo tem um filósofo Húngaro também a gente tá pelos húngaros hoje É mas esse vive nos Estados Unidos e é filósofo não sociólogo que é o John kicks ele tá vivo também mas ele é eu diria uns 10 anos mais velho que o fured que deve tá lá pelos 70 e poucos ele tá pelos 80 e poucos vive nos Estados Unidos ah que ele
também até onde sei sem tradução no Brasil né Até onde eu sei o John kicks tem um livro maravilhoso chamado a condição humana traduzindo direto do título inglês a condição humana e a primeira parte desse livro é todo dedicado à contingência né então ele abre o livro discutindo condição humana explicando o que é o que eu falei aqui mais ou menos que filosofia todo mundo sabe e aí ele diz olha nossa condição a a primeira condição que nos condiciona eu tô repetindo eh de forma redundante de propósito a primeira condição que nos condiciona é a
contingência só que aí ele vai dar exemplo da contingência porque contingência normalmente contingência é um dos um dos conceitos de maior credencial em filosofia porque ele é ontológico e tudo que é ontológico tá no topo da credencial em filosofia Como dizia o Aristóteles porque é estruturante é estruturante de tudo e ele diz assim ele diz assim a a o material genético já é contingente sim quem você nasce loteria genética de quem você nasce né seu pai sua mãe por sua vez seu pai e sua mãe também já são resultado de material genético contingente contingente no
sentido antes que alguém diga não mas tem lei não contingente no sentido de que você foi gerado naquela linhagem que você com aquele cruzamento de cromossomos espec não tem como se defender mas aí vai falar o kicks ao longo da obra dele toda né esse livro é bem é bem Central ele vai falar ao longo da obra dele toda a história da espécie é aprender a se relacionar com a contingência tentar diminuir até parece Maquiavel falando da Fortuna tentar diminuir os efeitos da contingência na nossa vida você nunca consegue reduzir a zero e isso deve
ensinar-nos uma coisa em relação à contingência cabe reverência exatamente certo cab reverência porque contra ela quase nada pode é a gente tem conseguido algumas coisas mas é sem dúvida porque inclusive o que a gente conseguiu até agora pode descons seguir é para inventar uma palavra pode descons seguir em algum momento inclusive derivando-se daquilo que a gente conseguiu o que a gente conseguiu pode levar a situações que gere certos problemas que é fruto direto do que a gente conseguiu E aí voltando quer dizer o pai paranoico hoje é um fenômeno que de já há 20 e
Poucos Anos o pai para paranoico hoje é uma produção eu vou radicalizar Na expressão quase necessária do processo modernizador não podia dar em outro lugar S porque não é só o pai a sociedade é paranóica não podia dar em outro lugar porque a gente a experiência moderna é uma declaração de guerra contingência Sim a gente acha que vai controlar tudo e não tem como mas se você falar hoje se você fala e isso é bem típico você fala para no mundo corporativo né ah normalmente o sujeito do mundo corporativo ele tá sempre preocupado com fórmulas
de como evitar contingência ele quer ele quer que você ensine ele fórmulas E aí isso me lembra um autor que eu prezo muito que é o Alexis de toqueville né quando ele vai a jovem democracia americana como ele fala no livro democracia na América o cidadão da jovem democracia americana que ele observa que ele vai em 1831 hein antes da guerra civil antes da corrida do ouro antes de Paris ser Paris é 1831 hein Muito C então ele vai lá e ele observa que quando você fala com o o cidadão da jovem democracia americana principalmente
se ele tem sucesso nos seus afer como ele fala nos seus negócios seus Empreendimentos se ele não entende o que você tá falando porque talvez seja muito complexo não tem repertório ele assume que não vale nada porque porque se ele é uma pessoa que tem sucesso no que ele faz ele não entende o que você tá falando é porque por definição o que você tá falando Não importa pragmático né não é isso mesmo não importa Então isso é isso é característico de uma sociedade uma cultura pautada pelo pragmatismo baconiano resultado conhecimento voltado para resultados eu
queria aqui deixar uma dica para quem quer entender esteticamente o que significa essa questão do acaso da tragédia porque é o acaso a contingência tá muito ligado à tragédia na medida em que são as contingências que vão determinar se a sua existência foi trágica ou não um autor que a gente gosta muito que é o Philip rth tem alguns livros todos eles pautados pela contingência Nêmesis a condição humana eh e o último que eu tava lendo que eu parei Pastoral americana que é de fato assim Ladeira abaixo como Como você consegue entender empiricamente pela literatura
O que que a gente tá falando aqui em ideias abstratas de como a contingência pode agir na vida de uma pessoa de modo a arruiná-la por completo E aí que para fechar o círculo quando você tem filho além da sua vida tá sujeita à contingência tem a vida do seu filho sujeita à contingência Então você dá duplamente lascado para usar uma uma uma palavrinha educada é boa essa sua lembrança do filip brth e da pastoral americana porque o o modo como o Philip Roth trabalha a contingência na obra dele é muito interessante ele Sem dúvida
nenhuma um grande romancista da contingência por isso é o romancista trágico né é assim ele ah a contingência invade a vida dos personagens do Philip Ross a partir do mundo externo e vem pela filha dele é no Pastoral vem pra filha né e o selinho que ela que ele dá nela no carro que ele fica atormentado pro resto da vida e ele era um cara que queria fazer as coisas certas uma pessoa que quer fazer as coisas certas é justamente a pessoa que a contingência ri é Sabe aquele ditado popular o homem planeja Deus ri
é né então é justamente de quem a contingência Ri e na obra dele no Pastoral especificamente Você tem todo o movimento americano nos anos 60 A contracultura berando os movimentos terroristas que tinham na época nos Estados Unidos assim como por exemplo no Nêmesis que se lembrou é a epidemia de pólio nos Estados Unidos o leste americano especificamente ele é de New Jersey sempre tá por ali a história e assim se você pega por exemplo a marca humana né Ele é a o personagem principal eu não vou dar aqui spoiler né Silk né o Esse não
pode dar spoiler esse livro né se você não leu Leia Marco manana do fil prof é conção humana mas é a marca humana é a marca humana aí o que acontece ele é atravessado o personagem principal que é um professor na na história já com a certa idade Ele é atravessado pelo discurso do Politicamente correto e identitário e uma palavra spook acaba com a vida dele porque dois alunos que nunca vieram à aula e eram negros acusam ele de estar usando a palavra no sentido de negro e não de fantasmagoria de fantas queria dizer que
é muito comum então o o Roth e assim como a a complou contra o América é o nazismo a Segunda Guerra O Lindberg que era simpatizante do nazismo e quase foi presidente dos Estados Unidos quer dizer queria ser presidente dos Estados Unidos o Philip Ross ele traz o elemento o envelhecimento também ele traz o elemento que é o seguinte a contingência ela tá incorporada em fenômenos concretos Apesar que é um conceito ontológico ex na estratosfera ela tá encarnada na história ex na empiria crua do dia a dia porque nela que contingência age é E aí
você é atropelado pela história exato E aí voltando então a essa condição da do medo da contingência e da tentativa de controle é a paranoia a paranoia da parentalidade no século XX só pra gente fechar esse ciclo porque essa questão da A dafna tá ali querendo brigar com você porque você precisa virar pra câmera alô então voltando pro pro parentalidade paranoica eh Essa é a condição humana enquanto tal estamos reféns da Fortuna reféns da contingência quando você tem um filho isso se intensifica e eu quero trazer mais dois elementos um isso é pior na sociedade
ocidental que a gente tem 1,7 filho né tá por aí então isso é pior na sociedade ocidental primeiro porque a gente é mais ateu acredita mais na ciência no progresso e tal secularizado né exatamente as sociedades que não são seculares TM oito filhos sete filhos a mulher continua num papel antigo da mulher o homem continua no papel antigo do homem então eh a contingência até faz parte né do que eles esperam da vida e eles rezam e tentam fazer o bem para para escapar os deuses é E aí se você pega por exemplo a modernização
que ela chega também países como Japão China Coreia são países que a taxa de natalidade o Japão e a Coreia a China acho que ainda não chegou lá mas o Japão e a Corea tá abaixo de um certo abaixo de um Por que que o que que é a recusa da natalidade Uma das uma das causas da recusa da natalidade recusa a contingência que o filho traz exato ele vai ser normal ou não vai ser normal ele vai ter que personalidade ou ou como vai ser a história eu vou ter dinheiro para bancara não vou
ter dinheiro uma das formas clássicas tem aquela filósofa americana Susan Nan né viva em antigidade que ela fala que o que que aconteceu também você tinha antes uma alta mortalidade veja bem é importante lembrar que a gente tá discutindo aqui tentando discutir de uma forma objetiva a gente não tá falando nem que isso é gostoso que isso é legal que hoje tem esse vício né Essa forma de ter que dar opinião Udo é e de dizer que não você tá falando isso é porque você é contra Você é a favor então assim não tem que
ser contra a favor isso é um fato né uma das causas da redução da natalidade é a tentativa de controlar a contingência que o filho implica contingência essa que atinge por exemplo a sua renda né você vai ter renda não vai ter renda vai ter inflação agora a gente tá atolado inflação de comida né vai ter inflação não vai ter inflação que que vai acontecer com o mundo né então você não faz o filho Porque como dizia bem o Francis Bacon quando você faz você se abre pra contingência é mas essa aí é a versão
mais honesta de quem fala que não vai ter filando uma causa hesta exatamente tem a causa picareta que é sei lá para salvar o mundo ou aquecimento global mudança climática porque tem muita criança no mundo porque como bem você você disse Gabi onde ainda existe taxa de natalidade significativa é onde as pessoas vivem de certa forma na condição pré-moderna a mulher na condição pré-moderna onde há pobreza significativa né e portanto continua sendo meio que é é como se quando você estuda pré-história tem uma coisa que é assim tá todo mundo acostumado a pensar pré-história antes
da escrita Essa é a definição mais antiga que que é pré hisória tudo que aconteceu antes da escrita só que a entrada da escrita na humanidade se dá em momentos diferentes em locais diferentes então a Rigor ainda existe grupos vivendo na pré-história sim sim né então quando você tá num ambiente onde certos elementos do processo civilizador sem entrar aqui no mérito se ele é bom ou ruim eu acho ele bom Apesar dele criar um monte de rolos mas assim é mas quando você tá muito distante disso então os fluxos fisiológicos correm mais solto né uma
das formas da modernização científica resolver a vida entre aspas como como pretendia o bacon é justamente controlar os processos fisiológicos para que ele não nos crie problema é toda a ciência moderna ela vem para controlar os fenômenos para que o homem não ficasse mais refém do mundo e da natureza Então agora eu sei como funciona a química a biologia e a física e assim eu posso criar a técnica a a técnica ela é corolário Direta do discurso científico do da ciência que por sua vez nasceu para que a gente controlasse a contingência isso que você
fala me lembra tem um autor austro-húngaro Tom matado lá austro-húngaro ah porque nasceu no impero austro-húngaro na Bulgária né 1905 Se não me engano que é o Elias Canet um autor que eu gosto muito famoso pelo mass poder e tal sim né que a gente falou já aqui em outro ep gente já falou aqui né Mas ele tem a autobiografia dele que é não sei se foi Bass poder que foi responsável direto por ele ter ganho um nóbel em 81 1981 foi essa biografia autobiografia que ele escreve dele maravilhosa em três volumes né e tem
um quarto volume que é um apêndice assim um período da guerra que ele tá em Londres mas assim ah ele ele veio de uma família rica de judeus búlgaros a família do pai dele era rica e a família da mãe dele era mais rica ainda ardite e a do pai Canete né judeus búlgaros e aí o o o o Canet bom ele foi intelectual e tal mas a família voltada pra ciência né Não tanto a mãe que era uma Sonhadora quer que ele faça química conta ele faz ele faz química ele se forma né para
Tipo olha aqui diploma eu fiz química e o discurso era que a química é a profissão do Futuro Olha aí é quase como programador hoje em tempo de Inteligência artif incia é isso aí só que a ideia que é a profissão do Futuro por quê Porque tudo é química isso na no comecinho do século XX né partículas elementares se você aprende que bom Isso você já trouxe o wback pra nossa conversa né as partículas elementares mas assim se tudo é química e se eu aprendo como a química funciona eu tenho futuro porque eu vou aprender
a controlar as coisas hoje a química não tá mais com essa bola com essa imagem né ela continua sendo uma ciência super essencial é óbvio mas digamos assim o marketing dela desapareceu agora tá com a inteligência artificial é a física quântica a física quântica Ajuda também porque tem gente que usa ela para falar coisas absurdas né eu posso atravessar a parede é signo até é uma coisa antiga já né engraçada eu acho astrologia muito engraçada enfim a gente tá insistindo bastante nessa questão da da contingência primeiro que a gente gosta né de discutir ela Porque
de fato é ela que determina a nossa vida no final das contas e porque ela é o coração da da eh parentalidade paranoica né Essa tentativa de controlar E aí eu falei que eu ia trazer duas dois aspectos mas aspectos um de que a sociedade ocidental então era muito mais voltada à parentalidade paranoica do que outras sociedades que são teoc que operam de um modo quase pré-moderno como a gente falava e a outra que é desdobramento direto de ser uma sociedade ocidental e que você falou um pouquinho no começo que é a sociedade da informação
hum a paranoia que é Tecnicamente pro Freud o excesso de sentido com se você cruza com a sociedade da informação que a gente fica vendo o tempo inteiro tudo que tá acontecendo online ao vivo você começa a pensar que o mundo tá pior que o mundo tá mais violento que hoje dia tá mais difícil deixar as meninas na rua os meninos na rua porque tudo pode acontecer quando é uma grande mentira a gente tá menos violento bom se alguém acha que o mundo era mais violento assiste a série Roma que tá no HBO Max eu
acho at domina também é não assim você entendu o que que era violência exatamente no no no mundo da antiguidade no mundo da idade média é óbvio que a gente tá numa civilização muito melhor desse ponto de vista da violência e aí não tem como a gente achar que o mundo tá pior hoje em dia nossos filhos têm mais perigos do que antigamente a gente fica consumindo tanta loucura nas redes na televisão esse excesso de informação essa cacofonia que também a gente já falou um pouquinho aqui né nos idiotas chegaram tá deixando a gente paranoico
e os pais são vítimas são presas fáceis disso né É sim eu acho que uma coisa que caracteriza essa redução da violência que é um tema caro aquele psicólogo canadense radicado nos Estados Unidos chamado Steven pinker né que andou escrevendo sobre esse tema coitado apanha tanto nos Estados Unidos apanha tanto a irmã dele ficou no Canadá também deve apanhar darwinista né mulher darwinista o pinker é que quando escrevia sobre Darwinismo dizia quando você tá falando de Darwinismo e quiser apresentar uma teoria Cite uma mulher que concorda porque aí não vão acusar você de machista darwinista
mas assim não é porque a violência digamos assim na antiguidade por exemplo você citou Roma né Essa série domina é muito interessante é uma história da terceira esposa do Otávio Augusto uma mulher que de fato existiu de uma família de alta estirpe Romana né Muito Nobre ele não era de família Nobre Otávio Augusto foi adotado pelo Júlio César aí virou sim ah que ela é a série mostra toda essa violência também que você tá se referindo assim como a a série Roma conhecida né a violência hoje aquela violência que existe o Brasil é um país
violento ela tá dentro da institucionalidade e ela tá do lado de fora da organização legítima na antiguidade a violência estava dentro da organização legítima sim né a escravidão por exemplo escravidão é um exemplo a violência que é você retira a propriedade do corpo da pessoa e o corpo dela e ela pertence a você era legítima e o esforço é o esforço da noção de estado de direito na experiência modernizadora é justamente criar um espaço institucional em que a violência seja legítima do estado para garantir a não violência espalhada pela sociedade tá funcionando no Brasil ou
não é outra coisa em outros lugares e nesse sentido quer dizer mas o que acontece hoje é que como a gente tem muita informação sobretudo que acontece por exemplo na cidade de São Paulo em qualquer cidade do Brasil ao vivo né em tempo real é você tá no celular né porque o ser humano tem aquele gostinho eterno pela violência né para como todo mundo muita gente fica parado do lado do acidente na Marginal fazendo o trânsito né então o que acontece é que a sociedade informacional ela tem vários desdobramentos entre eles a destruição da percepção
de verdade é percepção de verdade né você quer perder a percepção de verdade Leia muito é e e o e o e as redes sociais então botando Leia na fogueira que é o grupo de WhatsApp dos Pais da escola ah o grupo eu sempre costumo dizer que é um dos parece que é uma criação do Stephen King né é um terror total por vários motivos você até já me disseram a eh competição por lanche Qual é o lanche mais legal isso é um outro aspecto da nossa miséria humana né competição por lanche dos filhos né
quem leva lanche melhor lanche pior mas tem toda uma gama de paranóias né tem toda uma gama de paranóias por exemplo uma gama uma paranoia típica da época com relação a pais de crianças pequenas idade escolar assim primeira escola e tal é o medo de deixar o filho ou a filha pequeno dormir na casa do amiguinho ou na casa da amiguinha porque medo que o pai Então essa condição em que o homem se encontra que as feministas são muito culpadas disso muito culpadas disso De que o homem a priori é um estador um abusador violento
certo abador e o filme A Caça que você lembrava certo no outro episódio que a gente tava conversando foi no outro né Foi então que a gente tava conversando você lembrou é o exemplo disso sim eu costumo dizer às vezes já teve até gente Hater que me atacou quando eu escrevi isso acho que na coluna da folha que eu acho que os pais né os pais os professores não os pais professores homens de criança eles deviam evitar o risco e não dar aula para criança Os caras acharam que tava sendo preconceito contra homem você vê
o nível né é eu tava querendo dizer que há um risco Grande para homens que lidam com crianças hoje em dia eles são os depositários de todo tipo de paranoia são os homens Porque de fato os homens são são mais causadores desse tipo de situação do que mulheres né então O resultado é que essa estatística justifica o medo de não não vou deixar minha filhinha a dormir na casa da amiguinha casa do pai ou eu mand a babá olha qu eu posso mandar a babá é tudo bem de branco coitado dos homens que são bons
né porque eles estão dando uma pagada pagam a culpa do patriarcado histórica né paga na culpa Histórica de todos as feministas fazem com que as feministas é vou fazer uma afirmação agora irônica e fictícia fictícia as feministas só conheceram só conhecem homens ruins é e elas ficam assim exatamente voltando aqui então as redes sociais elas são uma ferramenta ideal PR paranoia né uma cur de baas exato Então você já tem uma sociedade da informação já tem muita informação sendo produzida constantemente 24x 7 e as redes sociais você fica na sua bolha seja a bolha do
algoritmo ou seja bolha da do seu grupo dos Pais da escola e é um efeito Enem cascata de paranoia uma que vem atrás da outra e tudo de ruim pode acontecer então essa condição é segundo aspecto que eu tava chamando a atenção aém deontologia além de ser um fenômeno ocidental Então são três eh da odontologia da contingência do de ser um fenômeno ocidental e de tá diretamente ligado ao mundo do excesso da informação e das redes sociais tudo em tempo real e aí aí eu queria você a gente já tocou nesse aspecto mas eu queria
como ponderação final que você falasse um pouco mais disso que você falou no começo que é a parentalidade paranoica ela faz parte de um guarda-chuva do mercado da Saúde Mental ahim sim porque a parentalidade paranóica fala de um sofrimento psicológico real Genuino é Genuino isso aí Genuino não é Imaginário né ah real Genuino de pais e filhos e de profissionais de educação Você tem uma Tríade aí em que o o centro são as crianças né os filhos os alunos e você tem profissionais de educação e pais e aqui eu tô partindo do pressuposto de senso
comum que profissionais de educação e Pais na sua imensa maioria são pessoas que no fundo são bem intencionadas eu não tô nem lidando com a ideia de que sabe eu sei que tem gente fora da curva mas eu não tô partindo daí Porque se Então você estava partindo de uma estatística menor baixa né esse fenômeno acomete pessoas que caem nele porque estão preocupadas em Cuidar dessa criança ou desse aluno né É claro que do ponto de vista da escola existe a intenção de cuidar para manter a escola de pé mas não tem nada de errado
você querer fazer com que uma uma instituição que você Funda fique de pé é aliás A ideia é que fique mesmo a gente vive numa sociedade e continuar prestando serviço oferecendo emprego né mas assim mas o fato é que essa essa paranoia ela comete pessoas que lançam mão de ferramentas que estão à sua mão ferramentas essas que chegam principalmente pelas redes hoje mas pode chegar através de profissionais qualificados e ferramentas essas que trazem consigo uma característica importante que é o seguinte elas são científicas as boas de qualidade elas vem de universidades de trabalhos que TM
a revisão de pares como se fala em inglês peer review ah ou seja elas são produzidas com a intenção de gerar um conhecimento epistemologicamente sob controle como a gente fala em filosofia que foi razoavelmente testado que Foi verificado então a paranoia ela é qualificada por um conhecimento que chega até esses pais só que ao mesmo tempo São muitos muitas peças de conhecimento que muitas vezes entra em contradição uma com a outra e aí você vê a modernidade na sua exuberância e daí o pai contrata todo tipo de especialista e sai mais perdido do que entrou
e aí tem as modas que atravessam todo esse mercado né tem as modas e o o o no final da história quer dizer esse pai essa mãe ele vai fazer o quê ele tem que procurar informação Ele é uma pessoa do século XX procurar ajuda e um especialista ele vai fazer o qu ele vai falar com quem não sou pai na raça ai espanca o microfone Gabi não sou pai na raça eu vou vou na raça não ele tem eles têm que procurar E aí se você coloca uma pitadinha das tensões que todas as pessoas
normais têm na vida as dúvidas os problemas econômicos e financeiros os problemas afetiv as inseguranças porque você virou pai e mãe não significa que você sabe tudo não pelo contrário pelo contrário você abre uma janela Para ignorancia justamente do que você não sabe e aí você junta essas pitadas né aí isso pode acabar casamento pode gerar relações tóxicas como se fala por aí eu evito palavras da moda eu vou falar uma vez só né então assim isso gera todo todo tipo de fenômeno dessa forma e a isso que o pai e a mãe tá dentro
pelo menos como a gente falava da história da Verdade honestidade né que você definiu muito bem qual é o nosso pressuposto epistemológico não é a verdade Universal mas é honestidade intelectual de nós dois de quem tá trabalhando nisso é assim eh pelo menos que a gente consiga fazer com que esses pais ajudá-los a entender que é si mesmo é e não achar que que descobriu naquela pessoa lá aumenta eu eu sempre lembro da frase daquele romance quando os pássaros voltarem que eu gosto muito do Fernando aramburu na tradução em português em que ele é um
personagem professor de Filosofia de Liceu como se fala na Europa né e ele tá deprimido e tal não vou dar spoiler Mas tem uma certa hora que ele fala lá a convicção é um luxo de quem leu pouco é a dúvida fica a dica é para quem leu Mais e aí e a gente termina agora nosso Episódio sobre parentalidade paranoica uma ou mais uma das nossas misérias e sintomas do século XX agradecendo a audiência de vocês até a próxima