antes de começar a ler deixe o seu like se inscreva no canal 1808 como uma rainha louca um príncipe medroso e uma cor de corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil autor Laurentino Gomes Capítulo 1 A Fuga Imagine que num dia qualquer os brasileiros acordassem com a notícia de que o Presidente da República havia fugido para a Austrália sobre a proteção de aviões da Força Aérea nos Estados Unidos com ele tem um partido sem aviso prévio todos os ministros os integrantes dos tribunais superiores de Justiça os deputados e senadores e
alguns dos maiores líderes empresariais e mais a esta altura tropas da Argentina já estariam marchando sobre Uberlândia no Triângulo Mineiro a caminho de Brasília abandonado pelo governo e todos os seus dirigentes o Brasil estaria a mercê dos invasores dispostos a saquear toda e qualquer propriedade que encontrassem pela frente e assumir o controle do país por tempo indeterminado provavelmente a primeira sensação dos brasileiros diante de uma notícia tão Inesperada seria de desamparo e traição depois de medo e revolta e foi assim que os portugueses reagiram na manhã de 29 de Novembro de 1807 quando circulou a
informação de que a rainha o príncipe Regente e toda a corte estavam fugindo para o Brasil sobre a proteção na Marinha britânica nunca algo semelhante tinha acontecido na história de qualquer outro país europeu em tempos de guerra reis e rainhas haviam sido destronados ou obrigados a se refugiar em territórios alheios nenhum deles tinha ido tão longe a ponto de cruzar um oceano para viver e reinar do outro lado do mundo embora os europeus dominassem colônias imensas em diversos continentes até aquele momento nenhum Rei havia colocado os pés em seus territórios ultramarinos para uma simples visita
muito menos para lhe morar e governar era portanto um acontecimento sem precedentes tanto para os portugueses que se achavam na condição de órfãos de sua monarquia da noite para o dia como para os brasileiros habituados até então a ser tratados como uma simples colônia extrativista de Portugal no caso dos portugueses além da surpresa da Notícia havia um fator que agravava a sensação de abandono 200 anos atrás a noção de estado governo identidade nacional era bem diferente daquele que tem hoje ainda não existia em Portugal a ideia de que Todo poder emana do povo e em
seu nome é sido o princípio fundamental da democracia no Brasil de hoje C por uma circunstância Inesperada todos os governantes fugissem do país o povo ainda teria prerrogativa de se reunir e eleger um novo presidente deputados e senadores de modo a recompor imediatamente o estado e seu governo as próprias empresas depois de um período de incerteza pela ausência de seus donos ou dirigentes poderiam se reorganizar e continuar funcionando em Portugal de 1807 não era assim sem o rei o país ficava a língua e sem rumo dele defendiam toda a atividade econômica a sobrevivência das pessoas
o governo a independência nacional e a própria razão de ser do estado português para complicar ainda mais a situação Portugal era um dos países mais atrasados da Europa no que diz respeito às ideias e reformas políticas ao contrário da Inglaterra e da Holanda em que a realeza ia gradativamente perdendo espaço para os grupos representados no Parlamento em Portugal ainda vigorar o regime de monarquia absoluta ou seja o rei tinha o poder Total nota número 1 vamos a ela para informações mais detalhadas sobre o poder do Rei do regime absolutista ver Albert Surreal de regime PowerPoint
and the Promise de Einstein 2004 e Jó foi bom de en Light Desportos 2005 voltando ao texto cabia a ele não só criar as leis mas também executá-las e interpretá-las da forma que julgasse mais adequada os juízes e as câmaras municipais existentes funcionavam como meros braços auxiliares do monarca que podia desautorizar suas opiniões e decisões a qualquer momento essa noção ajuda a explicar a sensação de desamparo e perda e reparável que os portugueses sentiram nas ruas de Lisboa naquela manhã fria do final de outono com a fuga do Rei Portugal deixava de ser Portugal um
país Independente com o governo próprio passava a ser um território vazio e sem identidade seus habitantes ficavam entregues aos interesses e a cobeça de qualquer Aventureiro que tivesse força para invadir sua cidades e assumir o trono Por que o rei fugia antes de explicar a fuga é importante esclarecer que nessa época O Trono de Portugal não era ocupado por um Rei mas por um príncipe Regente Dom João reinava em nome de sua mãe dona Maria primeira declarada Insana e incapaz de governar a rainha vivia trancafiada no falácia de Queluz a cerca de 10 km de
Lisboa segundo o filho da Rainha louca Dom João Não tinha sido educado para dirigir Os destinos do país seu irmão mais velho e herdeiro natural do Trono Dom José havia morrido de varíola em 1788 aos 27 anos nota número 2 vamos a ela na época em que Dom José morreu a vacina contra varíola já era aplicada em vários países europeus a Rainha Maria primeiro porém não autorizou que o filho mais velho e Herdeiro do Trono fosse vacinado por escrúpulos religiosos entre aspas segundo o historiador Pedro Calmon em do Rei do Brasil vida de Dom João
VI 1943 página 34 mais tarde já soube a regência de Dom João toda a família real receberia vacina voltando ao texto além de despreparado para reinar Dom João era um homem solitário às voltas com sérios problemas conjugais em 1807 fazia três anos que vivia separado da mulher a Princesa Carlota Joaquina uma espanhola geniosa e mandona com quem tivera nove filhos um dos quais havia morrido antes de completar um ano o casal que se odiava profundamente dormia não apenas em cama separadas mas em Palácios diferentes e distantes um do outro Carlota morava em Queluz com a
rainha louca São João em Mafra na companhia de centenas de frases e monges que viviam a custa da monarquia portuguesa situado a cerca de 30 km de Lisboa o Palácio de Mafra era um dos ícones dos Tempos de Glória e abundância do império Colonial português mistura de Palácio igreja e convento tinha 264 metros de fachada 5.200 portas e janelas e 114 sinos o repertório media 100 metros de comprimento sua construção levou 34 anos e chegou a mobilizar 45 mil homens o mármore tinha vindo da Itália a madeira do Brasil ficou pronta em 1750 no auge
da produção de ouro e diamantes em Minas Gerais nota número 3 vamos a ela para uma descrição do Palácio de Mafra ver Lilian Schwartz a longa viagem da biblioteca dos Reis página 62 e Tobias Monteiro história do império a elaboração da Independência página 168 voltando ao texto além dos aposentos da corte e de seus serviços havia 300 selas usadas para alojar centenas e frases era nesse edifício gigantesco e sombrio que Dom João passava seus dias longe da família entre reuniões com os ministros do governo e missas orações e cânticos religiosos o príncipe Regente era tímido
supersticioso e feio o principal traço de sua personalidade e que se refletia no trabalho no entanto era a indecisão espremido entre grupos como opiniões conflitantes relutava até o último momento a fazer escolhas as providências mais elementares do governo o atormentavam e angustiavam para além dos limites por isso costumava delegar Tudo aos ministros que o rodeavam em novembro de 1807 porém Dom João foi colocado contra a parede e obrigado a tomar a decisão mais importante da sua vida a fuga para o Brasil foi resultado da pressão Irresistível exercida sobre ele pelo maior Gene militar que o
mundo havia conhecido desde os tempos do César do Império Romano Napoleão Bonaparte em 1807 o Imperador francês era o senhor absoluto da Europa seus exércitos haviam colocado De Joelhos todos os reis e rainhas do continente numa sucessão de Vitória surpreendentes e brilhantes só não haviam conseguido subjugar a Inglaterra protegidos pelo Canal da Mancha os ingleses tinham evitado o confronto direto em terra com as forças de Napoleão ao mesmo tempo haviam se consolidado como os senhores dos Mares na batalha de trafalga em 1805 quando sua Marinha de guerra sobre o comando de Lord Nelson destruiu na
entrada do Mediterrâneo as espadas combinadas da França e da Espanha nota número 4 vamos a ela a BBC rede de comunicações mantidas pelo governo britânico organizou um bom site de internet bitch History Empire para comemorar os 200 anos da Batalha de trava em 2005 pode ser conjugado em www para uma análise aprofundada das consequências da vitória de Lord Nelson sobre a esquadra Francesa e Espanhola ver na Roger para folga de longa Impact no mesmo site voltando ao texto Napoleão reagiu decretando Bloqueio Continental medida que previa fechamento dos portos europeus ao comércio de produtos britânicos suas
ordens foram imediatamente obedecidas por todos os países com uma única exceção o pequeno e desprotegido Portugal pressionado pela Inglaterra sua tradicional aliada Dom João ainda relutava em ceder As exigências do Imperador por essa razão em novembro de 1807 tropas francesas massavam em direção à Fronteira de Portugal prontas para invadir o país e destronar seu príncipe Regente encurralado entre as duas maiores potências econômicas e militares de sua lugar Dom João tinha pela frente duas alternativas amargas e excludentes a primeira era ceder as pressões de Napoleão e aderir ao Bloqueio Continental a segunda aceitar a oferta dos
Aliados Ingleses embarcar para o Brasil levando junto à família real a maior parte da nobreza seus tesouros e todo aparato do Estado aparentemente era uma oferta Generosa na prática tratava-se de uma chantagem se Dom João optasse pela primeira escolha e se curvasse às exigências e Napoleão a Inglaterra repeteria em Portugal o que já havia feito meses antes na também relutante Dinamarca na manhã de primeiro de setembro de 1807 os habitantes de Copenhague a capital dinamarquesa acordaram sobre uma barragem de fogo despejada pelos canhões dos navios britânicos ancorados diante de seu Porto o bombardeiro durou quatro
dias e quatro noites ao final duas mil pessoas estavam mortas no dia 7 Copenhague Capítulo os ingleses já poderáão de todos os navios materiais e munições deixando a cidade sem defesas vamos a ela no caso de Portugal as consequências poderiam ser ainda piores se o príncipe Regente aderência Napoleão os ingleses não só bombardeariam Lisboa e sequestrariam a frota portuguesa como Muito provavelmente tomariam suas colônias ultramarinas das quais o país dependia para a sobreviver com o apoio dos Ingleses o Brasil a maior e mais rica dessas colônias provavelmente declararia a sua independência mais cedo do que
se esperava seguindo o exemplo dos Estados Unidos e de seus vizinhos territórios espanhóis e sem o Brasil Portugal não seria nada havia obviamente uma terceira alternativa que sequer foi considerada por Dom João seria permanecer e Portugal enfrentar Napoleão e lutar ao lado dos Ingleses na defesa do país mesmo correndo risco de perder o trono e a coroa os fatos mostrariam mais tarde que a chance de sucesso nesse caso era um grandes mas em 1807 Essa opção não estava ao alcance do inseguro e medroso príncipe Regente incapaz de Resistir e enfrentar um inimigo que julgava muito
mais poderoso decidiu fugir abre aspas preferindo abandonar a Europa Dom João procedeu com exato conhecimento de si mesmo fecha aspas escreveu o historiador Tobias Monteiro abre aspas sabendo-se incapaz de heroísmo escolheu a solução pacífica de encabeçar o Êxodo e procurar no monitor por dos trópicos a tranquilidade ou o ócio para que nasceu fecha aspas Capítulo 2 os reis enlouquecidos o começo do século XIX foi um tempo de pesadelos e sobre saltos para reis e rainhas dois deles enlouqueceram na Inglaterra o Rei George terceiro era visto de camisolas nos corredores do Palácio com a cabeça envolvida
numa fronha e um travesseiro nos braços enrolado na forma de um bebê recém-nascido que afirmava ser um príncipe chamado octávios em Portugal a Rainha Maria primeira era perseguida por demônios seus gritos de terror e coavam nas madrugadas Frias e nevoadas do Palácio de Queluz nos seus acessos de loucura dizia ver a imagem do pai Dom José I morto em 1777 como abre aspas uma massa calcinada de cinzas sobre um pedestal de Ferro derretido negro e horrível que uma legião fantasmagórica tentava derrubar segundo a descrição de um de seus ministros o Marquês de Angela nota de
rodapé número 1 vamos a ela para mais informações sobre a doença e o comportamento dos Reis George terceiro e Maria primeira ver Christopher George cheque Carlota Joaquina queen of Portugal e Vivian Green a loucura dos Reis voltando ao texto há duas explicações para comportamentos tão bizarros a primeira mas óbvia é de que os dois soberanos sofriam de transtornos mentais cuja natureza até hoje médicos e cientistas tentam decifrar pesquisas recentes sugerem que ambos fossem vítimas de um mal chamado por filha variegata doença hereditária de sintomas semelhantes aos da esquizofrenia e da Psicose maníaco depressiva atualmente conhecida
como transtorno bipolar do humor as descrições do comportamento dos dois soberanos se encaixam nesse diagnóstico Os 60 anos em que Jorge terceiro reino na Inglaterra foram entrecortados por surtos psicóticos num deles passou 72 horas acordado 60 das quais Falou sem parar em outra ocasião reuniu a corte para já ter concebido uma nova doutrina da trindade Divina composta segundo ele por Deus seu médico particular e a condessa de pembook dama de honra de sua mulher a rainha Charlotte abre aspas nosso rei está louco pesarpas declarou o médico Richard em 1788 nos estágios finais de sua doença
Jorge terceiro foi entregue aos cuidados do médico e Padre francês Williams que submeteu a um tratamento de choque com o uso de camisa de força e uma cadeira para imobilizá-lo nos seus acessos e loucura formado pela Universidade de Oxford e Pioneira em uma ciência até então desconhecida a psiquiatria William também foi chamada Portugal em 1792 para cuidar de Dona Maria I mediante o pagamento de honorários no valor de 20 mil libras esterlinas o equivalente hoje a 1,1 Milhão De Libras ou milhões de reais nota de rodapé vamos a ela petrico Liu Kang ampire de português
de corte in Rio de Janeiro 1808 1821 página 57 a atualização monetária foi feita com base no estudo inflation de velho of depound de Robert Twitter voltando ao texto tudo em vão George terceiro passou os últimos anos de sua vida Prisioneiro numa ala isolada do Palácio em Londres em meio acesso de demência cada vez mais profundos Maria primeiro foi igualmente considerada incapaz de tomar decisões a partir de 1799 quando o governo de Portugal passou o seu segundo filho O Príncipe Regente e futuro Rei Dom João VI nota de rodapé vamos a ela abre aspas a
rainha dona Maria a primeira que via muito vinha dando indícios de doença psíquica foi come de um formal ataque de loucura quando assistia a um espetáculo no teatro do passos de sala da Terra no dia 2 de Fevereiro de 1792 fecha aspas escreve o historiador Ângelo Pereira em Dom João VI príncipe e Rei página 57 voltando ao texto a segunda explicação para a loucura dos Reis é simbólica além de dementes e aliados políticos Jorge terceiro e Maria primeira tinham outra peculiaridade em comum ambos pertenciam a uma espécie que parecia condenada a extinção na Europa de
1807 a dos Reis com Trono nunca em toda a história da humanidade as monarquias europeias tinham vivido tempos tão turbulentos e atormentados foi o período em que reis e rainhas eram perseguidos destituídos aprisionados exilados deportados ou mesmo executados em praça pública em resumo era uma época em que os marcas literalmente perdiam a cabeça em 1807 Napoleão Bonaparte estava no auge do seu poder fazia três anos que tinha esse auto declarado Imperador dos Franceses abre aspas eu não sou herdeiro de Luiz 14 dessa aspas escreveu ao seu Ministro das relações exteriores Charles Morris de toleran em
Maio de 1806 abre aspas sou herdeiro de Carlos Magno fecha aspas nota número 4 vamos a ela citado em H A L Fisher Napoleão voltando ao texto a comparação é reveladora de suas pretensões Luís 14 foi um dos mais poderosos Reis da França Carlos Magno o fundador do sacro Império Romano cujos domínios abrangiam a maior parte do continente europeu ou seja para Napoleão não bastava governar a França seu plano era ser o Imperador de toda a Europa na prática esse título já lhe pertencia um ano mais tarde em 1808 uma virtual anexação da Espanha e
de Portugal ele praticamente dobrou o tamanho do território original da França seus domínios agora eu incluíam a Bélgica a Holanda a Alemanha e a Itália ao longo de uma década Napoleão travou inúmeras batalhas contra os mais poderosos exercitos da Europa sem conhecer nenhuma derrota uma dinastia de Reis até então considerada Imbatível a dos rabsburgos do império austro Húngaro fura batida repetidas vezes nos campos de batalha Russos e alemães tinham sido subjugados em auster leads e Gena duas das mais memoráveis batalhas das chamadas guerra napoleônicas Reis rainhas Príncipes Duques e nobres foram expulsos de seus Tronos
e substituídos por membros da própria família Bonaparte abre aspas se lançarmos os olhos para a Europa de 1807 veremos um extraordinário espetáculo fecha aspas escreveu um Historiador Pernambucano Manuel de Oliveira Lima abre aspas o rei da Espanha mendigando em solo francês a proteção de Napoleão o Rei da Prússia foragido de sua capital ocupada pelos soldados franceses o reticência quase rei da Holanda refugiava em Londres o rei das duas cecílias exilado de sua linda Napoli as dinastias da toscana e Parma errantes o que já em Petersburgo a Escandinávia prestes a implorar um herdeiro dentro dos marechais
de Bonaparte o imperador do saco império e o próprio pontífice Romano obrigados e quando em vez a desamparar seus Tronos que se diziam eternos e intangíveis fecha aspas nota número 5 vamos a ela o Oliveira Lima Dom João VI no Brasil página 49 voltando ao texto O Triunfo Napoleão representava o fim de uma etapa na história europeia conhecida como velho regime em que reina países com mão de ferro e poder absoluto a França foram paradigma desse sistema Luís XIV o rei sol era o mais exuberante de todos os monarcas da época governou por mais de
60 anos e ficou conhecido pela frase o estado Sou Eu envolveu-se em guerras intermináveis e ao final de seu governo a monarquia francesa estava quebrada a dívida do Estado equivalia a 17 vezes todo o orçamento do governo francês a corte de Versalhes sustentava mais de 200 mil pessoas nota de rodapé número 6 vamos a ela a informação sobre o tamanho da dívida francesa após o governo de Luís XIV e o número de pessoas na força adversárias é de Winston Churchill de Age of Revolution a history of The English speak people voltando ao texto esses problemas
agravaram-se mais tarde já sobre o governo de Luís XVI com o da França na guerra da Independência americana o fornecimento de armas e dinheiro para os exércitos do General e primeiro Presidente Americano George Washington foram fundamentais para a expulsão dos Ingleses dos Estados Unidos mas deixaram a França financeiramente arruinada para cobrir suas despesas a monarquia teve de aumentar impostos gerando descontentamento da burguesia como era conhecida a emergente classe dos Comerciantes e profissionais autônomos que se enriqueciam sem depender diretamente dos benefícios do rei o resultado da combinação de má gestão das Finanças Públicas com falta de
liberdade individuais tinha sido a Revolução Francesa de 1789 o povo incitado pela burguesia ocupou as ruas destronou a realeza e implantou um novo regime até então desconhecido na história da humanidade que pregava a justiça e a Participação Popular no governo sobre o lema abre aspas liberdade igualdade fraternidade fecha aspas o que ninguém podia imaginar era que para implementar essas ideias seria preciso ainda derramar muito sangue em pouco tempo a revolução fugia do controle dos seus líderes e o terror se espalhava pela França em 1793 o Rei Luís XVI e a rainha Marinha Antonieta foram decapitados
na guilhotina o caos tomou conta do país em 1796 o jovem oficial Napoleão assumiu o Comando do Exército com dois objetivos botar ordem na casa e enfrentar a aliança das demais monarquias europeias em guerra com a França revolucionária a partir daí uma inacreditável sequência de eventos alteraria radicalmente o mapa da Europa Napoleão criou mais poderosa máquina de guerra que o mundo conhecer até então e conseguiu vitórias devastadoras contra inimigos muito mais numerosos e Poderosos os velhos e sólidos dos regimes monárquicos que durante séculos mantiveram o poder relativamente estável caíram um após o outro direitos adquiridos
e nobreza e longamente respeitados deixaram de existir as guerras napoleônicas que durariam duas décadas e meia deixariam milhares de mortos espalhados pelos Campos de Batalha e mudaríamos Rumos da história do mundo nos últimos 200 anos mais livros foram escritos sobre Napoleão do que sobre qualquer outra pessoa na história com exceção apenas de Jesus Cristo mais de 600 mil obras fazem referência direta ou indireta a ele nota número 7 vamos a ela o número de livros sobre Napoleão é de aleister home no audiobook de Age of Leon Cameron Napoleão 101 programa em podcast no site http://
Napoleão de podcast.com/ afirma que são 300 mil os livros em que Napoleão assunto principal voltando ao texto homem de ambição e vaidade desmedidas inversamente proporcionais a sua baixa estatura de um metro 67 Napoleão gostava de chamar assim mesmo de filho da revolução era um gênio militar por natureza mas foi a revolução que lhe deu a oportunidade de demonstrar seus talentos nos campos de batalha era Portanto o homem certo no lugar certo e na hora certa na feira em 1769 filho de Uma Família da pequena nobreza da Córsega aos 16 anos ainda na adolescência já era
Tenente do exército francês na escola militar ganhou reputação como Republicano estabeleceu ligações com as futuras lideranças revolucionárias foram essas conexões que puseram a frente da artilharia na batalha de Toulon cidade Rebelde defendido pelos ingleses em 1793 sua participação foi tão decisiva que nas oito semanas seguintes seria promovido de Capitão a General tinha só 24 anos três anos mais tarde era comandante do Exército na Itália onde se destacou pela bravura e pela ousadia das manobras militares mais três anos era o primeiro ponto da França cargo que lhe dava poder de restritos em 1804 se auto proclamou
Imperador aos 35 anos de idade Napoleão promoveu uma transformação na Arte da Guerra seus exércitos se moviam com mais rapidez e agilidade do que qualquer outro sempre tomava uma ofensiva e assumiam as posições mais vantajosas no campo de batalha surpreendendo o inimigo que muitas vezes se retirava ou se rendia sem trocar um só tiro em dezembro de 1805 na véspera da Batalha de Australian a mais memorável de suas vitórias parte das tropas que comandou percorreu mais de 100 km em apenas dois dias isso numa época em que não havia caminhões tanques motorizados aviões ou hel
pátrios para transportar homens e equipamentos a grande mobilidade de homens cavalos e canhões permite que seus exércitos surpreendessem o inimigo com manobras inesperadas em batalhas que às vezes já pareciam perdidas essas táticas inesperadas foram desbastadoras para os inimigos habituados a manobras lentas e convencionais outra novidade foi a rápida mobilização em massa de todos os recursos nacionais humanos e materiais para guerra na França revolucionária nota número 8 vamos a ela para uma análise detalhada sobre a estratégia militar e Napoleão e a capacidade de mobilização de tropas na França revolucionária verguenta e rottenberg de napoleônica warn antes
de Napoleão demorava-se meses ou até anos para recrutar treinar e mobilizar tropas para uma batalha no século anterior a Revolução Francesa as guerras tinham se tornaram um negócio formal per algum recursos limitados com objetivos também limitados por exércitos profissionais altamente treinados e disciplinados comandados por aristocratas fecha aspas escreveu o historiador gunter hottenberg especialista Militar do smithshonium institute e autor do livro de napoleônica Wars As Batalhas eram evitadas porque as pedras humanas agravadas pela deserção se mostravam muito caras para os países as guerras terminavam mais pela exaustão de recursos financeiros e humanos do que pelas vitórias
decisivas em Campos de Batalha fecha aspas dois fatores contribuíram para mudar esse cenário o primeiro foi a introdução de novas técnicas agrícolas que aumentaram a oferta de alimentos no final do século 18 e produzir uma gráfica mudança demográfica na Europa em poucas décadas a população do continente quase dobrou a França que tinha 18 milhões de habitantes em meados do século 18 chegou a 26 milhões em 17 era o segundo país mais populoso da Europa atrás da Rússia com 44 milhões de habitantes mais população significava mais soldados para os exércitos envolvidos nas guerras napoleônicas o segundo
fator foi a Revolução Industrial cuja produção em massa Aumentou a oferta de Ferro para os canhões e fuzis de têxteis para os uniformes e todos os equipamentos necessários para as campanhas militares Napoleão gabarva-se de conseguir repor as perdas nos campos de batalha ao ritmo de 30 mil soldados por mês em 1794 a França contava com 750 mil homens treinados equipados E altamente motivados para defesa das ideias difundidas pela revolução isso lhe deu um exército em escala nunca vista desde o império romano o Imperador era um general prático frio e metódico o que importava para ele
era o resultado do conjunto de suas forças e não destino individual dos Soldados que tombavam pelo caminho duas batalhas eram planejadas de forma meticulosa não dividia o comando com ninguém abre aspas na guerra um general ruim é melhor do que dois bons dessa aspas dizia nota de rodapé número 9 vamos a ela Alexandre Dumas Napoleão uma biografia literária página 37 voltando ao texto era carismático e capaz de inflar rapidamente o ânimo de seus oficiais e Soldados o Moral e a opinião do exército são meia batalha ganha fecha aspas afirmava reformadora incansável seu governo foi marcado
por realizações importantes em várias frentes incluindo saneamento das Finanças Públicas e a adoção do sistema métrico decimal de uma nova constituição e do código napoleônico até hoje a base do sistema jurídico da França e de muitos outros países também mudou a paisagem Urbana de Paris abrindo novas e largas Avenidas inaugurando parques praças e monumentos nota de rodapé número 10 vamos a ela a lista One de Age of Leon audiobook voltando ao texto em 1814 preso na ilha de Elba isolado do continente pelo Mar Mediterrâneo depois da fracassada em invasão da Rússia ainda fazia planos para
melhorar a educação a produção agrícola A Pesca e as condições de vida do lugar no auge do seu poder Napoleão despesava medo e admiração tanto nos seus inimigos quanto nos seus admiradores o ódio Wellington que Em 1815 o derrotou definitivamente em water low dizia que no campo de batalha Napoleão sozinho valia por 50 mil soldados o escritor François que era seu adversário o definiu como abre aspas o mais poderoso sobrevivida humana que já tinha passado pela face da terra foi o homem que o indeciso e medroso Dom João príncipe Regente de Portugal teve de enfrentar
em 1807 Capítulo terceiro o plano A Invasão iminente de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte obrigou o príncipe Regente Dom João a optar pela fuga mas os planos e mudanças para o Brasil era uma ideia quase tão antiga quanto o próprio império Português ressurgi é sempre que a independência do país estava ameaçada pelos vizinhos e tinha uma forte razão geopolítica apesar de ter inaugurado a era das grandes descobertas e navegações marítimas Portugal não passava de um país pequeno e sem recursos espremido pelos interesses de seus vizinhos mas poderosos e constantemente ameaçado por eles não tinha
braços nem exércitos para se defender na Europa e muito menos para colonizar e proteger seus territórios da leimar a fuga para o Brasil onde haveria mais riquezas naturais mão de o bra e em especial maior chance de defesa contra Os Invasores do reino foi portanto uma opção natural e bem avaliada abre aspas eram Alzira amadurecido por quanto invariavelmente lembrado em todos os momentos difíceis fecha aspas observou o historiador Manuel de Oliveira Lima nota número 1 vamos a ela ver livros de Oliveira Lima Dom João VI no Brasil página 43 no começo do século 19 Portugal
tinha uma Total Dependência em relação ao Brasil o ouro o fumo e a cana-de-açúcar produzido na colônia constituíam o eixo de suas relações comerciais o volume de bens mercadorias importados da colônia chegou a ser quase duas vezes superior às exportações a balança comercial era portanto favorável aos brasileiros na proporção de dois para um nota número dois vamos a ela JM Pereira da Silva em história da fundação do Império Brasileiro página 7980 diz que em 1806 Portugal importava do Brasil 14.153 para 752 contos 891 e exportava para a colônia apenas 8.426 para 097 contos 899 voltando
ao texto 61% das exportações portuguesas para Inglaterra Seu principal parceiro comercial na época saíam do Brasil dos 300 navios lusitanos que atacavam por ano no porto de Lisboa um texto estava diretamente dedicado ao comércio com o Brasil depois de observar a pujança da economia colonial O Viajante de inglês ato William Costa escreveu que a própria existência dos portugueses Como o povo abre aspas e seu apoio direto ao trono dessa aspas dependiam do Brasil nota vamos a ela o número do total de navios empregados no comércio com o Brasil e comentário de córtega São citados por
kennet Maxwell em a devassa da devassa a inconfidência mineira Brasil e Portugal 1750 a 1808 página 24 voltando ao texto a dependência tinha crescido gradativamente desde que Vasco da Gama havia aberto o caminho para as índias e Pedro Álvares Cabral aportado sua esquadra na Bahia no mesmo ritmo aumentavam as ameaças a riqueza e a autonomia do reino em 1580 Menos de Um século depois o descobrimento do Brasil o rei Felipe II da Espanha assumiu também o trono português vago com desaparecimento do Rei Dom Sebastião numa cruzada contra os mouros Marrocos Dois Anos Antes durante 60
anos seguintes Portugal foi governado pela Espanha no período que ficou conhecido como União IB Então dessa época os primeiros registros de proposta de mudança da corte para a América nota número 5 vamos a ela em 1640 um grupo de conselheiros reais preocupado com as constantes ameaças à autonomia de Portugal incluindo o padre Jesuíta Antônio Vieira propôs a criação de um império nas Américas para onde seria transferida a sede da monarquia Vieira tinha uma visão Messiânica do tema Portugal segundo ele estava destinado a recriar na América o quinto Império um reino bíblico previsto pelo profeta Daniel
no velho testamento por defender essas ideias foi investigado pela inquisição e mais tarde censurado pelo Papa para mais detalhes de christen Schutz Tropical Versailles página 17 voltando ao texto algumas décadas mais tarde em 1736 ou então o embaixador português em Paris Luiz da Cunha escrevia no memorando secreto Dom João quinto que Portugal não passava de abre aspas uma orelha de terra onde o rei jamais poderia dormir em paz e em segurança fechar aspas a solução sugerida por Cunha era mudar a cor para o Brasil onde João quinto assumiria o título de imperador do ocidente indicaria
um vice-rei para governar Portugal nota de rodapé número seis vamos a ela citado por Kennedy Maxwell advassa da Devassa página 19 voltando ao texto fui ainda mais longe sugerindo que é eventual perda de Portugal e algarves para a Espanha poderia ser compensada com anexação de parte do território da Argentina e do Chile ao Brasil em 1762 diante de mais uma ameaça de invasão ou então Marquês de Pombal proposto que o Rei Dom José primeiro tomasse abre aspas as medidas necessárias para sua passagem para o Brasil em 1801 com a eu ocupada por Napoleão Bonaparte esse
antigo plano ganhou o senso de urgência nesse ano Portugal foi invadido e derrotado por tropas espanholas apoiadas pela França no episódio conhecido como a guerra das Laranjas assustaram com a fragilidade do reino Dom Pedro de Almeida Portugal terceiro Marquês de alorna escreveu a seguinte recomendação ao príncipe Regente de Dom João abre aspas Vossa Alteza real tem um grande império no Brasil reticência é preciso que mande armar com toda a pressa todos os seus navios de guerra e todos os de transporte que se acharem na praça de Lisboa e que meta neles a princesa os seus
filhos e os seus tesouros fecha aspas nota número 7 vamos a ela o Oliveira Lima Dom João VI página 45 voltando ao texto dois anos depois em 1813 ou então o chefe do Tesouro real Dom Rodrigo de Souza Coutinho futuro Conde de Linhares teve o príncipe Regente Dom João um relatório da situação política na Europa na sua avaliação o futuro da monarquia portuguesa corria perigo seria impossível manter por muito tempo a política de neutralidade entre Inglaterra e França a solução ir embora para o Brasil ameaças Portugal não é a melhor parte da monarquia nem é
mais essencial escreveu Dom Rodrigo depois de devastado por uma longa e sangue no lenta Guerra ainda reta o seu soberano e aos seus povos e em criar um poderoso Império no Brasil o novo Império americano poderia servir de alicerce para que mais tarde Dom João pudesse recuperar abre aspas tudo que tinha perdido na Europa e ainda punir o Cruel in deixar aspas segundo Dom Rodrigo abre aspas quaisquer que sejam os perigos que acompanham uma tão nobre e resoluta determinação são sempre muito inferiores aos que certamente hão de seguisse a entrada dos Franceses nos postos do
reino dessa aspas nota número 8 vamos a ela carta ao príncipe Regente de 16 de agosto de 1803 reproduzir em Ângelo Pereira Dom João VI príncipe e Rei página 127 A 136 voltando ao texto a proposta de Dom Rodrigo foi rejeitada em 1803 mas quatro anos mais tarde com as próprias de Napoleão na fronteira O Extraordinário plano de mudança foi colocado em Ação a corte portuguesa estava finalmente a caminho do Brasil a existência de tantos planos e tão antigos explica porque a mudança da corte para o Brasil deu certo em 1807 foi uma fuga Mas
não tão apressada nem tão improvisada como Geralmente se imagina a decisão já havia sido toma e analisada diversas vezes por diferentes Reis ministros e conselheiros ao longo de quase três séculos abre aspas de outra forma não se explica que diversas do tempo numa Terra clássica da imprevidência e morosidade para depois do anúncio da entrada das tropas francesas no território nacional embarcar eficiência Uma Corte inteira com suas alfaias baixelas quadros livros e Jóias fecha aspas observou o historiador Oliveira Lima nota número 9 vamos a ela Oliveira Lima Dom João VI no Brasil página 16 voltando ao
texto os meses que antecederam a partida foram intensos e agitados em 1807 dois grupos tentavam influenciar as decisões do indeciso príncipe Regente o partido francês entre aspas liderado pelo Ministro das relações exteriores Antônio Araújo de Azevedo primeiro Conde da barca dizia se favorável a uma composição com Napoleão e seus espanhóis o partido inglês entre aspas que acabaria triunfando tinha como Seu principal defensor Dom Rodrigo de Souza Coutinho afilhado do Marquês de Pombal Ministro dos negócios da Marinha e domínios ultraminos Dom Rodrigo era um estatista com visão de longo prazo tinha planos ambiciosos em relação ao
Brasil achava que o futuro e a sobrevivência da monarquia Portuguesa dependiam de sua colônia americana em 1790 quando era Ministro dos negócios estrangeiros havia se aproximado da elite brasileira e patrocinado a ilha de estudantes para a universidade de Coimbra então o principal Centro de Estudos do império Português Entre esses estudantes estava José Bonifácio de Andrade Silva o futuro Patriarca da independência brasileira no dia 19 de agosto de 1807 o conselho de estado se reuniu no Palácio de Mafra para discutir a crise política composto pelos nove auxiliares mais próximos do Príncipe Regente incluindo seu roupeiro e
seu médico particular o conselho era o mais importante o órgão de assessoria da monarquia encarregado de propor em tempos de guerra e de paz as grandes medidas do governo nota de rodapé número 10 vamos a ela em 1807 o conselho de estado era integrado por Dom Antônio de Araújo de Azevedo dão Rodrigo de Souza Coutinho Dom João de Almeida de Melo de Castro José Egídio Alves de Almeida encarregado do gabinete João Diogo de Barros secretário do infantado Tomás Antônio Vila Nova Portugal fiscal do erário mas Noel Vieira da Silva médico particular de Dom João e
autor do primeiro Tratado de medicina publicado no Brasil em 1808 e os irmãos Francisco José e Matias Antônio de Souza Lobato guarda-roupas e assessores pessoais do Príncipe para mais detalhes de Lilian schwark a longa viagem da biblioteca dos Reis página 65 voltando ao texto João ler os termos da intimação de Bonaparte não deveria aderir ao Bloqueio Continental declarar guerra Inglaterra retirasse o embaixador em Londres Dom Domingos de Souza Coutinho irmão de Dom Rodrigo expulsar o embaixador inglês de Lisboa e fechar os portos portugueses aos navios britânicos por fim teria que prender todos os ingleses em
Portugal e confiscar suas propriedades amedrontado o conselho aprovou imediatamente as condições impostas por Napoleão com duas ressalvas os ingleses não teriam presos nem suas propriedades confiscadas uma segunda reunião foi realizada também no Palácio de Mafra no dia 26 de agosto na qual os termos da resposta à Napoleão foram aprovados e a correspondência imediatamente despachada para Paris nota número 11 vamos a ela Lilian schwark a longa viagem da biblioteca dos Reis página 199 voltando ao texto era tudo um jogo ele faz de conta uma partida perigosa na qual Portugal tentava levar simultaneamente com Napoleão e com
a Inglaterra enquanto fingir aceitar O Ultimato da França negociava com a Inglaterra uma solução diferente para o impasse abre aspas na guerra entre a França e a Inglaterra Portugal fazia o papel do marisco na luta entre o Rochedo e o mar fecha aspas assinalou o historiador brasileiro Tobias Monteiro nota número 12 vamos a ela Tobias Monteiro história do império página 23 voltando ao texto logo depois de encerrada a reunião o representante inglês em Lisboa ele se Clinton Sydney Visconde de transporte escreveu o seu Ministro dos negócios estrangeiros Jorge Kamen dando uma versão dos acontecimentos bem
diferente do que relatava a carta enviada à Napoleão segundo strainford Portugal tentava apenas ganhar tempo com abre aspas uma aparência e sistema de utilidades a guerra com Inglaterra seria oficialmente declarada mas era apenas uma dissimulação Enquanto isso o governo Português teria que os britânicos não invadissem suas col nem atacar nos seus navios mecânicos espremido entre as duas potências rivais Portugal tinha a seu favor a precariedade das Comunicações e dos transportes em 1807 o envio de uma carta de Lisboa para Paris demorava cerca de duas semanas os correios e as estradas de terras buracadas que ficavam
Praticamente intransitáveis em dias de chuva para ir e voltar na estrada tinha um mês ou até mais de Lisboa Londres por Mar levava-se pelo menos sete dias nota de rodapé vamos a ela Lilian schwart alonga a viagem da biblioteca dos Reis página 204 voltando ao texto a lentidão permitiu aos portugueses ganhar tempo enquanto tentavam com a Inglaterra e com a França uma saída mais ongosa ou aceitável para o seu frágil reino Colonial ao receber os termos da contraposta Portuguesa Napoleão reagiu como se previa mandou avisar que se Dom João não concordasse com suas exigências Portugal
seria invadido na fia de Bragança sobrenome da família real portuguesa seria destronada no dia 30 de setembro reunido no palácio da ajuda em Lisboa o conselho de estado finalmente recomendou que o príncipe Regente preparasse seus navios para partir no começo pensou-se em enviar para o Brasil Somente o Príncipe da Beira Como era chamado o filho mais velho de Dom João Aos 8 anos o futuro Imperador Pedro I do Brasil era o herdeiro natural do Trono português Dom João chegou a assinar em dois de outubro de 1807 uma proclamação ao povo brasileiro pedindo que recebesse e
defendesse o Príncipe nota de rodapé vamos a ela Alexandre José de Melo Moraes história da translação da corte portuguesa para o Brasil em 1807 página 50 rapidamente no entanto o plano evoluiu para algo mais ambicioso transferir a corte inteira com o governo os funcionários e o aparato do Estado em resumo toda a elite portuguesa em meados de Outubro a decisão de transferir a corte para o Brasil já estava tomada de forma definitiva por intermédio de seu Embaixador em Londres Dom João tinha assinado um acordo secreto com a Inglaterra pelo qual Em troca da proteção nasal
durante a viagem para o Rio de Janeiro abriria os portos do Brasil ao comércio com as nações estrangeiras até então só navios portugueses tinha autorização para comprar ou vender mercadorias na colônia enquanto fechava acordo secretos com aliada Inglaterra Dom João pertencia naquele seu jogo de faz de conta com os franceses nas vésperas da partida chegou a anunciar a proibição da entrada de navios britânicos nos portos portugueses a prisão e o Confisco de todos os bens e cidadãos britânicos residentes em Lisboa ao mesmo tempo enviou um Embaixadora Paris um Marquês de Marialva prometendo total capitulação à
franceses para adoçar Napoleão o Diplomata levou de presente uma caixa de diamantes também sugeriu que Dom Pedro o filho mais velho de Dom João se casasse com alguma princesa da de Napoleão Marialva teve que o passaporte confiscado e ficou preso em Paris mas ao agir dessa forma Dom João Conseguiu enganar Napoleão fazendo o crer até as vésperas da partida e Portugal se sujeitaria às suas ordens no dia primeiro de novembro o correio de Paris chegou a Lisboa com mais um recado assustador de Napoleão abre aspas se Portugal não fizeram o que quero a casa de
Bragança não reinará mais na Europa dentro de dois meses fecha aspas a essa altura o exército francês já estava cruzando os Pirineus a cadeia montanhosa na fronteira da França com Espanha em direção a Portugal no dia 5 de novembro o governo Português ordenou finalmente a prisão dos Ingleses residentes em Lisboa e o sequestro de seus bens antes fiel ao seu jogo duplo prevenir para se proteger como parte da política de fingimento o próprio Conde da barca líder do partido francês entre aspas na corte portuguesa propunha O Sequestro Ingleses em Portugal mas as escondidas negociava com
os britânicos a indenização das eventuais vítimas da medida nota de rodapé vamos a ela mais uma vez ver o livreira Lima Dom João VI no Brasil página 51 e 52 voltando ao texto no dia 6 de novembro as quadra inglesa apareceu na Foz do Rio Tejo em território português com uma força de 7.000 homens seu Comandante o Almirante se Sidney Smith abre parênteses o mesmo oficial que havia bombardeado kopenhague dois meses antes fecha parênteses tinha duas ordens Aparentemente contraditórias a primeira é prioritária era proteger o embarque da família real Portuguesa e escutá-la até o Brasil
a segunda caso a primeira não acontecesse era bombardear Lisboa obviamente era um jogo de cartas marcadas em que nenhum dos lados tinha qualquer ilusão a respeito do desfecho convencido de que Portugal se alinharia a Inglaterra da França e da Espanha já haviam dividido entre si o território português pelo Tratado de fontenebreu assinado pelos dois aliados em 27 de outubro de 1807 Portugal seria retalhado em três partes a região norte composta pelas províncias de entre Douro e Ninho e batizada pelo Tratado de Lusitânia setentrional caberia a rainha Regente da Etruria Maria Luiza de Bourbon da dinastia
espanhola alentejo e Algarve na região sul passariam para Dom Manuel de Godoy o mais poderoso Ministro espanhol também chamado de príncipe da paz a França caberia a parte central e mais viga do país composta por Beira traz os montes e extremadura para grande humilhação dos portugueses esse pedaço de Portugal foi oferecido ao irmão mais novo de Napoleão Luciano que o recusou abre aspas naquele tempo em que os reinos mais apetitecidos andavam quase sem donos eficiência Ninguém queria um pequeno Portugal seja as pas registrou o Oliveira Lima abre aspas sobretudo sem aquilo que constituía a sua
importância eficiência o império colonial dessa aspas Portugal foi invadido por 50 mil soldados franceses e espanhóis nota de rodapé vamos a ela conforme remexortan vermelho 1808 Wesley Victory Independência 17 voltando ao texto se quisesse Dom João poderia ter resistido com boas chances de vencer os soldados enviados por Napoleão eram em sua maioria novatos ou pertencentes a legiões estrangeiras que não tinham nenhum interesse em defender as ambições do Imperador francês nota número 20 vamos a ela para uma descrição dos erros e o estado de indigência do exército francês na invasão de Portugal ver renerxa viveiro 1808
Charles Day de Península General Maximiliano Sebastião 1807 1808 desde gay of the península de e gunter e rottenberg de napoleônico voltando ao texto seu Comandante o general Gian andochi Júnior Era um oficial de segunda linha bravo Combatente mas péssimo estrategista devido à falta de planejamento e a pressa com que a invasão foi decidida ao chegar à Fronteira de Portugal as suas tropas eram uma legião maltrapilha e faminta Metade dos seus cavalos tinha aparecido no caminho que estavam apenas seis canhões dos 25 mil soldados que deixaram a França 700 já tinham morrido sem entrar em combate
nota de rodapé vamos a ela General maximilliam se bater um Poá Júnior esses invejosa Portugal página 57 voltando ao texto um quarto da infantaria tinha desaparecido porque no desespero para encontrar comida os soldados haviam se afastado da coluna principal e representa nas suas memórias a duquesa de Abrantes mulheres General Júnior disse que o marido entrou em Portugal abre aspas mais como fugitivo do que como enviado para anunciar ao povo a missão de tomar do País das aspas ao chegar às portas de Lisboa soldados franceses estavam tão fracos que não conseguiam se manter de pé muitos
obrigavam os portugueses a carregar suas armas abre aspas estávamos numa situação difícil de acreditar fecha aspas escreveu o Varão ou se Bolt que participou da invasão como General de divisão de judô abre aspas Nossas Roupas tinham perdido a cor e o formato meus dedos saiam das Botas fecha aspas abre aspas sem cavalaria atilharia cartucho sapatos ou comida cambaleando de fadiga a tropa aparecia mais aí evacuação de um hospital do que um exército marchando principalmente para a conquista de um reino dessa aspas anotou o historiador em inglês alancar Manchester ao descrever a invasão de Portugal abre
aspas não há exemplo na história de um reino conquistado então poucos dias e sem grande resistência Como Portugal em 1807 fecha aspas escreveu-se Charles Oman professor da universidade de Oxford e autor do livro A History of the península a mais importante obra sobre a campanha de Napoleão na península ibérica abre aspas é surpreendente-se uma nação habituada desde os tempos mais remotos a se defender repetidas vezes com sucesso de inimigos muito mais fortes dessa vez tivesse se Rendido sem disparar um único tiro eram testemunho não apenas a fraqueza do governo português mas também no poder que
o nome de Napoleão inspirava nessa época Capítulo 4 o império decadente em 1807 parecia não haver limites para a imaginação humana na Inglaterra o império era movido a vapor a nova tecnologia inventada por James watch em 1769 deram origem ao tear mecânico máquina propultura da Revolução Industrial A locomotiva ao navio e a impressora a vapor entre outras novidades por toda a Europa os salões cafés teatros museus e Galerias fermentavam ideias e criações inovadoras que haveriam de marcar Definitivamente a história da cultura e das Artes na Alemanha o escritor e poeta Iohan Wolf Gang fongete terminava
a primeira parte de Fausto sua obra-prima em Viena Lourdes Von Beethoven compunha sua Quinta Sinfonia os ecos da Independência americana de 1776 que faziam sentir por todo o planeta a Revolução Francesa em 1789 tinha redesenhado o mapa da Europa poucos períodos na história foram tão repletos de aventuras invenções e conquistas e também de ruptura de confusões políticas mas nada disso parecia afetar os portugueses três séculos depois de ter inaugurado a era das grandes de ações e descobertas Portugal nem de longe lembrava Metrópole vibrante dos tempos de Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral os sinais
de decadência estavam por todo lado Lisboa a capital do império havia muito tinha sido ultrapassado por suas vizinhas europeias como centro e radiador de ideias e inovações a chama do empreendimento da curiosidade e da busca pelo desconhecido havia se apagado no espírito português os Tempos de Glória pareciam ter ficado para trás o que tinha acontecido com Portugal Havia duas explicações a primeira era demográfica e econômica com uma população relativamente pequena de 3 milhões de habitantes Portugal não tinha gente nem recursos para proteger manter e desenvolver seu imenso império colonial dependeria de escravos em quantidades cada
vez maiores para as explorações de suas minas de ouro e diamante e suas lavouras de cana-de-açúcar algodão café e tabaco nota de rodapé número um vamos a ela Júlio Bandeira o Barroco de açúcar e de ouro na introdução de viagem ao Brasil nas aquarelas de Thomas Andra página 15 voltando ao texto com uma economia basicamente extrativista e Mercantil enfrentava escassez de Capital embora os navios continuassem a chegar de todas as partes do mundo a Metrópole Portuguesa era uma terra relativamente pobre porque a riqueza não parava ali Lisboa funcionava apenas como um Entreposto comercial de lá
o ouro a madeira e os produtos agrícolas do Brasil seguiam direto para a Inglaterra principal parceira comercial de Portugal os diamantes tinham como destino Amsterdam e Antuérpia nos países baixos soberano dos mares dois séculos antes Portugal já não tinha condições de se defender sozinho sua outrora poderosa Marinha de guerra estava reduzida 30 navios dos quais seis ou sete eram imprestáveis uma Frota insignificante comparada com a da Marinha britânica que nessa época dominava os oceanos com 180 navios de combate nota de rodapé número 2 vamos a ela Kennedy H Light abre aspas com os pés no
mar fecha aspas entrevista à revista de história da Biblioteca Nacional número 14 de novembro de 2006 página 48 a 53 voltando ao texto como resultado dessa fraqueza entre 1793 e 1796 mais de 200 navios mercantes portugueses haviam sido capturados pelos franceses nota de rodapé vamos a ela Joaquim Pedro de Oliveira Martins história de Portugal página 519 voltando ao texto em valores de 2007 seria o equivalente a 414 milhões de euros ou 1,2 bilhão de reais a segunda explicação para decadência era política e religiosa e todas as nações da Europa Portugal continuaria sendo no começo do
século XIX a mais católica a mais conservadora e a mais avessa as ideias libertárias que produziam revoluções e transformações em outros países a força da igreja era enorme cerca de 300 mil portugueses ou 10% da população total do país presenciam a ordem religiosa ou permaneciam de alguma forma dependência das instituições monárquicas só em Lisboa uma cidade relativamente pequena com 200 mil habitantes havia 180 monastérios praticamente todos os edifícios mais vistosos do país eram igrejas ou Conventos de rodapé vamos a ela os dados são de Marcos cheque Carlota Joaquina queen of portugues da Silva em história
da fundação do Império Brasileiro página 77 afirma com base nas estatísticas de 1801 que a população de Portugal era de 2 milhões 951 1930 habitantes incluindo 30.000 bispos padres freiras e seminaristas enclausurados em 393 Conventos voltando ao texto o três séculos a igreja havia mantido submissos do Povo seus nobres e Reis por escrúpulos religiosos a ciência e a medicina eram atrasadas ou praticamente desconhecidas Dom José Herdeiro do Trono e irmão mais velho do Príncipe Regente Dom João havia morrido de varíola porque sua mãe Dona Maria I quem é proibido os médicos de aplicar vacina o
motivo religioso a rainha achava que a decisão entre a vida e a morte estava nas mãos de Deus e que não sabia consciência interferindo esse processo nota de rodapé número 7 vamos a ela Pedro Calmon o rei do Brasil vida de Dom João VI página 34 voltando ao texto a vida social faltava-se pelas mistas procisões e outras cerimônias religiosas o comportamento individual coletivo era determinado e vigiado pela igreja católica para impedir o contato entre homens e mulheres durante os serviços litúrgicos em meados do século XVIII por medidas graves de madeira que dividiam o interior de
todas as igrejas de Lisboa nota de rodapé número 8 vamos a ela Maria Antônia Lopes mulheres espaços sociabilidade 1989 citada em Francisca L Nogueira de Azevedo Carlota Joaquina na corte do Brasil voltando ao texto Portugal foi o último país europeu abolir os autos da Inquisição nos Quais pessoas que usassem criticar ou se opor a doutrina da igreja incluindo infiéis judeus mouros protestantes e mulheres suspeitas de feitiçaria eram julgadas e condenadas à morte na fogueira até 1761 menos de meio século antes da transferência da corte para o Brasil ainda havia execuções públicas esse tipo em Lisboa
que atraíam milhares de Devotos e Curiosos Saímos de uma sociedade de homens vivos movendo-se ao ar livre e entramos num recinto acanhado e quase sepultural com uma Atmosfera turva pelo pó dos livros velhos e habitado por espectros de doutores fecha aspas lamentou Antero de Quental poeta escritor português ao analisar o quadro desolador da metrópole e de sua vizinha a Espanha no século XVIII aspas nos últimos dois séculos são produziu a península um único homem superior que se possa colocar ao lado dos grandes criadores da ciência moderna não saiu da península uma só das grandes descobertas
intelectuais que são a maior obra e a maior honra do Espírito moderno de rodapé vamos a ela citado em Luísa Edmundo recordações do Rio antigo página 68 voltando ao texto embora que Então tenha incluído a Espanha no roubo atraso Portugal era 22 países de longe mais decadente e o mais avesso a modernização dos costumes e das ideias os dois fatores combinados a escassez de recursos demográficos de financeiros e o atraso nas ideias políticas e nos costumes haviam transformado Portugal numa Terra nostálgica refém do passado e incapaz de enfrentar os desafios do futuro com uma população
pequena e desproporcional a vastidão de seu império não tinha meios de se defender ou movimentar sua economia colonial era como um animal sedentário e obeso com o coração enfraquecido tem forças para irrigar todas as partes do corpo monumental cujos membros se espichavam da América aos confins da Ásia passando pela África abre aspas o imenso império colonial tão fácil quanto vulnerável estava no completo desacordo com os meios de ação de que a Metrópole dispunha para o defender e o manter dessa aspas observou o historiador Oliveira Lima a riqueza de Portugal era o resultado do dinheiro fácil
como os ganhos de herança cassinos e loterias que não exigem sacrifício esforço de criatividade e inovação nem investimento de longo prazo em educação e criação de leis e instituições duradouras numa época em que a Revolução Industrial britânica começava a redefinir as relações econômicas e o futuro das Nações os portugueses ainda estavam presos aos sistemas extrativista e mercantilista sobre o qual tinha construído sua efêmera prosperidade três séculos antes baseava-se na exploração puro e simples das colônias sem que nelas fosse necessário investir em infraestrutura educação ou melhoria de qualquer espécie abre aspas era uma riqueza que não
gerava riqueza dessa aspas escreveu A historiadora Líria Schwartz abre aspas Portugal se contentaram em Sugar suas colônias de maneira parasitária essas nota de rodapé vamos a ela Lilian schwak a longa viagem da biblioteca dos Reis página 86 voltando ao texto Sérgio Buarque de Holanda autor do clássico Raízes do Brasil mostrou que no Brasil colônia se tinha a versão ao trabalho segundo ele o objetivo da aventura extrativista era explorar rapidamente toda a riqueza disponível com o menor esforço e sem nenhum compromisso com o futuro abre aspas o que o portuguesinha buscar era sem dúvida a riqueza
mas riqueza que custa ousadia não riqueza que custa trabalho fecha aspas a dependência da economia extrativista fez com que a manufatura nunca se desenvolvesse em Portugal tudo era comprado de fora abre aspas a tendência de abundância de riquezas naturais enfraquecer As instituições e solar para o desenvolvimento sustentável das Nações é quase uma maldição fecha aspas apontou a economista Eliana Cardoso phd pelo Instituto de Tecnologia essa chuva 120 e professora visitante da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo abre aspas os países cuja economia se assenta principalmente sobre o comércio de produtos naturais são levados a existência
a cometer uma série de erros e desmazê-los que impedem a modernização da sociedade fecha aspas nota de rodapé vamos a ela entrevista a revista Veja edição 1967 2 de agosto de 2006 página 11 voltando ao texto os cinco principais produtos das colônias portuguesas ouro diamante tabaco açúcar e tráfico de escravos compunham o eixo comercial do Atlântico Sul eram ao mesmo tempo a salvação e a condenação de Portugal abre aspas faltavam manufaturas não se produziam alimentos ou roupas em quantidade suficiente para atender as necessidades mínimas da população mas mesmo assim vivesse de maneira ostentatória por conta
do Ouro que não parava de afluir da América Lilian schwart abre aspas era assim toda cheia de contraste a capital do império Português onde conviviam o luxo da corte que se fartava de metais preciosos dos trópicos com a falta de líderes e a dependência financeira peça aspas nota de rodapé ver Lilian a longa viagem da biblioteca dos Reis página 39 voltando ao texto o primeiro carregamento de ouro do Brasil chegou a Lisboa em 1699 levava meia tonelada de minérios a quantidade foi aumentando até chegar a 25 toneladas em 1720 no total estima-se que entre 1.3
mil toneladas de ouro foram transportadas do Brasil para a capital do império o historiador Mineiro Pandiá Calógeras calculou em 135 milhões de libra esterlinas o valor desse metal enviado para Portugal entre 1700 e 1801 em moeda atual seria o equivalente a 7,5 bilhões de libras de celinas ou 30 bilhões de reais um quinto desse Total ou seja 6 bilhões de reais em moeda de 2007 foi para os bolsos do Rei na forma de impostos outro Historiador Tobias Monteiro estimou que só de Minas Gerais foram disfarçadas para Portugal cerca de 535 toneladas de Ouro entre 1695
e 1817 no valor de 54 milhões de libras em celinas da época ou 12 bilhões de reais corrigidos outros 150.000 kg de ouro tenham sido contra bandeirados no mesmo período no cálculo de Monteiro nota de rodapé vamos a ela em história do império página 499.500 Tobias Monteiro calcula o ouro enviado de Minas Gerais para Portugal em 35.687 arrobas ou 535.305 kg voltando ao texto em 1729 o fluxo de riquezas para Metrópole aumentou ainda mais com a descoberta das jazidas de diamante na colônia Pandiá Calógeras avaliou em cerca de 3 milhões de quilates aproximadamente 615 kg
o total de diamantes extraídos no Brasil entre meados do século XVIII e começo do século XIX incluindo pedras comercializadas legalmente e contrabandearas a prosperidade e o falso aparentes gerado por esse comércio não resultavam em cultura ou sofisticação na metrópole além de ter sido o último país europeu a acabar com a inquisição Como já se disse Portugal foi também o derradeiro abolir o tráfico de escravos e assegurada liberdade de expressão e os direitos individuais abre aspas em Portugal não há ciência nem a política nem a economia nem a educação nem a nobreza que não acorde dessa
aspas escreveu o Diplomata português José da Cunha Brochado inconformado com a comparação que ele próprio fazia entre os hábitos da corte portuguesa e dos outros Palácios monárquicos que havia conhecido na Europa abre aspas as letras estão desesperadas nos Conventos só se sabe rezar o Ofício Divino deixar aspas em 1755 uma catástrofe natural agravou a decadência econômica e ajudou a reduzir ainda mais a autoestima portuguesa na manhã de primeiro de novembro Dia de Todos os Santos um terremoto devastador atingiu Lisboa matando entre 15 mil e 20 mil pessoas o abalo foi seguido de maremoto e um
incêndio que ardeu durante seis dias igrejas casas Palácios reais mercados edifícios públicos de teatros tudo foi reduzido a pó e cinza dois terços das ruas ficaram bloqueadas pelo entulho só 3.000 das 20 mil casas continuaram habitáveis das 40 igrejas da cidade 35 desmoronaram apenas 11 do 65 Conventos existentes antes do terremoto continuaram de pé a famosa Biblioteca Real com 70 mil volumes construída com carinho e orgulho desde o século 14 virou cinza e teve de ser inteiramente refeita curiosamente a tragédia resultou no único e breve surto de modernidade em terras portuguesas foi o governo de
Sebastião José de Carvalho Melo o Marquês de Pombal Ministro todo poderoso do Rei Dom José I desde julho 1750 Pombal recebeu a missão de Reconstruir Lisboa sobre as ruínas do terremoto que o governo redesenhou a cidade com passeios de avenidas largas praças chafarizes e prédios novos as ruas tem um ser iluminadas e limpas o Jardins bem cuidados as construções organizadas Pombal fez isso com mão de ferro além de Reconstruir a capital acabou por reformar o próprio Império subjugou a nobreza e reduziu drasticamente o poder da igreja foi o responsável pela expulsão dos Jesuítas de Portugal
e de suas colônias também reorganizou o ensino até então controlado pela igreja com o governo do Marquês de Pombal começou tardiamente em Portugal o período conhecido como despotismo esclarecido e que o rei e seus homens de confiança tinha uma nobreza sob controle e poder absolutos para reformar não só o estado mas também os costumes e a própria paisagem do reino foi um período de reformas modernizadoras mas estava longe de ser Liberal a censura continua a manter rigoroso controle sobre a publicação de livros e periódicos antes de Pombal esse papel encontrava-se nas mãos da igreja e
da Inquisição depois passou para as mãos do Estado nenhuma obra poderia ser publicada ou vendida sem passar pre pelo crivo da real mesmo Assessoria cujos membros eram indicados pelo governo esse lampejo de reformas terminou abruptamente em 24 de fevereiro de 1777 com a morte de Dom José I um rei fraco que tinha delegado a Pombal a tarefa de governar sua filha e sucessora Dona Maria primeira a primeira mulher a ocupar o trono na história de Portugal trair ele volta ao poder a parte mais conservadora piedosa e atrasada da nobreza a rainha era abre aspas a
maior Beata que a educação jesuíta criada no decurso de quase três séculos etapas na definição do Historiador Oliveira Martins abre aspas por toda a parte que murmuravam terços e havia tantos por todos os cantos em oratórios e nichos com velas e lâmpadas acesas dessas Pombal caiu nostratismo em 16 de agosto de 1781 foi proibido por decreto de se aproximar da corte pela decisão Pombal tinha de manter uma distância mínima de 110 km dentro de onde estivesse a rainha esse objetivo era mantê-lo longe do centro de decisões do Poder com a queda de Pombal e seu
espírito reformador Portugal se via novamente Prisioneiro de seu próprio destino podia um país pequeno Rural e atrasado incapaz de romper com os vícios de tradições suprendiam no passado dependente de mão de obra escrava intoxicado pela riqueza fácil e sem futuro da produção extrativista de suas colônias estava igualmente reduzida a condição de peça menor no grande arbuleiro de interesse das potências europeias como um avestruz que esconde a cabeça na terra Na tentativa de ignorar o perigo procurou inutilmente manter uma política neutralidade em relação aos seus vizinhos mais ricos e Poderosos A ideia era se envolver o
mínimo possível nos conflitos para dessa forma ele está represália e assegurar o fluxo de riquezas que chegava de seus territórios ultramarinos notas de roda até vamos a ela a política de neutralidade e não interferência em assuntos alheios era tão forte que faltaria por herança o relacionamento do Brasil com o resto do mundo mesmo depois da Independência até hoje é uma linha importante da política externa brasileira voltando ao texto essa política de neutralidade não era tão neutra quanto parecia Portugal sempre teve a Inglaterra como parceira preferencial tratava-se uma aliança antiga que remontava as origens da monarquia
portuguesa a própria existência de Portugal como estado independente estava associada a Inglaterra foram os cruzados ingleses que em 1147 a caminho da Terra Santa ajudaram um jovem Afonso Henriques e Borgonha o primeiro Rei de Portugal a expulsar os mouros e conquistar o porto situado nas proximidades da Foz do Rio Tejo onde hoje fica a cidade de Lisboa o primeiro Tratado de comércio entre os dois países é de 1308 80 anos mais tarde em 1387 Essa aliança se estreitou com o casamento de Dom João I o mestre Davi com a inglesa Filipa de la você Graças
a ajuda dos Ingleses Dom João primeiro filho bastardo de Pedro I conseguiu se impor como o rei da nova dinastia de aves e arrancar da Espanha em 1414 o reconhecimento da Independência de Portugal o príncipe herdeiro desse casal real Dom Henrique o navegador é considerado o gênero extrategista responsável pelo desenvolvimento da navegação que possibilitaria as grandes descobertas e a formação do império colonial português por ironia ele próprio nunca navegou constantemente ameaçado pelos vizinhos Espanha e França Portugal provavelmente teria deixado de existir muitos séculos atrás não fosse aliança histórica com a Inglaterra era uma parceria de
benefícios da qual a Inglaterra também se Valeu em momentos de necessidade foi com a ajuda de Portugal que a Inglaterra conquistaria da Espanha em 1704 ou o cheiro de gibrauta até hoje parte de seus domínios e cuja posição estratégica na entrada do Mediterrâneo seria em todos os grandes conflitos em que os ingleses se envolveram nos últimos três séculos em 1799 por ocasião da expedição de Napoleão Bonaparte ao Egito e das batalhas no Mediterrâneo a esquadra portuguesa prestaria serviços ao comandante da frota britânica Almirante Nelson bloqueando Malta dois anos mais tarde em 1801 quando as tropas
da Espanha invadiram Portugal a Inglaterra retribuiria com o apoio de Tropas e dinheiro foi a essa antiga aliança que o príncipe Regente Dom João recorreu em 1807 quando uma vez mais o futuro do pequeno e frágil Portugal que viu ameaçado pelas tropas de Napoleão Bonaparte Capítulo 5 a Aparecida o dia 29 de Novembro de 1807 amanheceu ensolarado em Lisboa uma brisa leve soprava do Leste apesar do Céu Azul as ruas ainda estavam tomadas pelo lamaçal devido à chuva do dia anterior nota de rodapé vamos a ela a descrição do tempo em Lisboa no dia da
partida é baseada nas do tenente da Marinha britânica Tomás Onil em size and the wake home página 22 e do Historiador português Ângelo Pereira em os filhos de lei Dom João VI página 113 voltando ao texto nas imediações do porto havia confusão por todo lado um espetáculo inédito na história de Portugal se desenrolava sobre as águas calmas do Rio Tejo a rainha seus príncipes princesas e toda nobreza abandonavam o país para ir viver do outro lado do mundo incrédulo o povo se aglomerava na beira do cais para assistir a partida às 7 horas da manhã
anal príncipe real entrou as velas e começou a deslizar em direção ao Atlântico levava a Bordo o príncipe Regente Dom João sua mãe a rainha louca dona Maria a primeira e os dois herdeiros do Trono Os Príncipes Dom Pedro e do Miguel o restante da família real estava distribuído em outros três navios O Alfonso de Albuquerque transportava a Princesa Carlota Joaquina mulher do Príncipe Regente e quatro das suas seis filhas as duas filhas do Meio Maria Francisca e Isabel Maria viajavam no ra de Portugal a tia e a cunhada de Dom João seguiam no príncipe
do Brasil mais quatro dezenas de barcos seguiam atrás da Esquadra real nota de rodapé vamos a ela as informações sobre o número de navios que acompanharam a família real Portuguesa ao Brasil São controvertidas com base nos diários de bordo o historiador Kennedy H Light afirma que no primeiro dia de viagem o comandante da não inglesa hiberna contou um total de 56 navios seriam 31 navios de guerra dos quais 13 ingleses e 18 portugueses mais 25 nas suas memórias o Almirante Sidney Smith fala em abre aspas uma multidão de grandes navios mercantes armados na versão de
Lord strainford seriam abre aspas diversos brigas chalupas e corvetas armados e alguns navios do Brasil seja aspas totalizando cerca de 36 Velas ao todo o historiador Alexandre de Melo Moraes relaciona oito Naus abre parênteses príncipe real Marcinho de Freitas príncipe do Brasil Dom João de Castro Dom Henrique Afonso de Albuquerque rainha de Portugal e medusa fecha parênteses 4 fragatas abre parênteses Minerva Urânia golfinho e Teles fecha parênteses três brigas lebre voador Vingança e uma escuna carioca e muitos navios mercantes além das novas inglesas voltando ao texto era uma cena impressionante mas nem de longe lembrava
os tempos heroicos quando a esquadra de Vasco da Gama partiu do mesmo cais se engando as águas do mesmo Rio para navegar mais desconhecidos e descobrir terras distantes em 1807 o espírito de aventura era lugar ao medo em vez de empreender e conquistar a elite portuguesa fugia sem ao menos tentar resistir aos invasores franceses abre aspas três séculos antes Portugal embarcar cheio de esperanças e cobiças para a Índia em 1807 embarcava um cortejo fúnebre para o Brasil seja aspas comparou o historiador português o Oliveira Martins nota de rodapé vamos a ela o Oliveira Martins em
história do Brasil página 516 entre 10.15 mil pessoas acompanharam o príncipe Regente na viagem ao Brasil era muita gente levando-se em conta que a capital Lisboa tinha cerca de 200 mil habitantes nota de rodapé vamos a ela o número de pessoas que acompanharam Dom João é também polêmico alguns historiadores falam em até 15 mil pessoas o arquiteto carioca niréu Cavalcante autor de o Rio de Janeiro sete cientista acha a cifra exagerada com base na lista de passageiros que desembarcaram no porto do Rio de Janeiro entre 1808 e 1809 calcula que foram apenas 444 o historiador
Kennedy discorda segundo ele só o número de tripulantes seria entre 6.7 mil nos cálculos de Light apenas anal príncipe real transportava 1054 pessoas na sua opinião seria razoável um número total entre 10.15 mil pessoas O problema é que como não havia uma lista oficial dos passageiros é praticamente impossível saber quantas pessoas realmente viajaram Além disso nem todas desembargaram no Rio de Janeiro alguns navios atracaram na Paraíba no Recife em Salvador e em outra cidades costeiras a comparação do número de passageiros com a população de Lisboa é de perto que o Wilker Empire página 30 voltando
ao texto o grupo incluía pessoas da nobreza conselheiros reais e militares juízes advogados Comerciantes e suas famílias também viajavam médicos bispos padres damas de companhia camareiros pagens cozinheiros e cavalarias devido à pressa do embarque a imensa maioria dos Viajantes não foi registrada ou catalogada o cálculo do número de passageiros é portanto baseado em relatos e da época as poucas listas oficiais existentes relacionam 536 pessoas mas o total era certamente muitas vezes maior uma vez que ao lado desses nomes apareciam descrição imprecisas como entre aspas Visconde de Barbacena com sua família fechar aspas segundo observou a
historiadora Lilian Schwartz no começo do século XIX viagens marítimas era uma aventura arriscada exigiam preparação cuidadosa e demorada de Lisboa Rio de Janeiro levava-se dois meses e meio ao sabor de tempestades calmarias e ataques de surpresa dos corsários que infestaram Atlântico as doenças os naufrágios e a pirataria cobrava um alto preço dos poucos passageiros que se arriscavam a eles tão longe os perigos eram tantos que a Marinha britânica então a mais experiência organizada e bem equipada força naval do mundo considerava aceitável a média de uma morte para cada 30 tripulantes nas viagens de longo percurso
nota de rodapé vamos a ela A informação é de Robert Young de Fatal shoe citado por peça coelken em Paiva drift página 266 voltando ao texto por essa razão quem partilha tinham cuidado de organizar bem a vida e se despedir dos parentes e amigos a chance de nunca mais voltar era enorme todos esses riscos eram bem conhecidos de Portugal desde os tempos gloriosos dos descobrimentos mas de 1807 ninguém teve tempo para preparar e organizar coisa alguma embora o plano de fuga para o Brasil fosse antigo a viagem foi decidida às pressas e executada de forma
improvisada até uma semana antes da partida ainda havia na corte de Dom João alguma esperança de composição com Napoleão Bonaparte capaz de evitar a invasão de Portugal tudo isso caiu por terra no dia 24 de Novembro quando chegou a Lisboa a última edição do jornal aparência órgão oficial de Napoleão na qual Imperador francês anunciava poder abre aspas a casa de Bragança havia cessado de reinar sobre a Europa fecha aspas a notícia causou alvoroço na corte e venceu finalmente a indecisão crônica do Príncipe Regente não havia alternativa ou a família real fugia para o Brasil ou
seria destronada a meia-noite Joaquim José de Azevedo oficial da corte e futuro Visconde do Rio Seco foi acordado por um mensageiro instruído se dirigir ao palácio Real lá encontrou o conselho de estado reunido e recebeu ordens pessoais de Dom João para organizar o embarque antes de se dirigir ao Porto às vezes se assegurou de que o seu lugar e de sua família num dos navios estavam garantidos em seguida colocou mãos à obra A partir estava marcada para a tarde de 27 de novembro o que deixava Azevedo com menos de três dias para tomar todas as
providências vendo os contrários e chuva forte porém acabaram adiando a saída para amanhã dia 29 ainda assim a correria é a improvisação foram inevitáveis os Palácios reais de Mafra e Queluz foram evacuados às pressas camareiras e pajens vararam noites trabalhando sem parar na retirada de tapetes quadros e ornamentos das paredes centenas de bagagens contendo roupas louças faqueiros joias de objetos pessoais eram despachadas para as Docas no total a caravana tinha mais de 700 carroças a prata das igrejas e 60 mil volumes a real biblioteca foram embalados e acomodados em 14 carros puxados por mulas de
carga em caixotes o ouro os diamantes e o dinheiro do Tesouro real foram enviados para o cais sobre escolta durante três dias o povo de Lisboa observou o movimento de cavalos carruagem e funcionários do governo nas imediações do porto sem entender o que se passava a explicação oficial era que a própria português estava sendo reparada os mais ricos e bem informados no entanto sabiam perfeitamente que estava acontecendo Pedro Gomes um próspero comerciante escreveu a sogra abre aspas nós não temos ainda embarcação nem sei se a teremos pois que são muitos a quererem ir e poucos
os navios o que fazemos é arranjar-nos para sair dessa capital seja para onde for ao primeiro início de período reticência as más continuam a preparar-se com grande pressa e todas as disposições indicam alguma coisa de embarque dessa aspas não se tem notícia se Pedro Gomes e a família conseguiram embarcar ou não quando finalmente a notícia da partida se espalhou o povo reagiu de forma indignada nas ruas havia choro e demonstrações de desespero e revolta Antônio de Araújo O Conde da barca teve sua carruagem apedrejada quando tentou atravessar a multidão a caminho da Fragata medusa o
co não saiu ferido Ministro das relações exteriores de Dom João Araújo tinha simpatia pelos franceses e era visto com desconfiança em Portugal abre aspas ou muito Nobre sempre Leal o povo de Lisboa não podia familiarizar-se com a ideia da saída do rei para os domínios ultraminos dessa aspas escreveu Joaquim José de Azevedo o oficial encarregado de organizar a viagem ele próprio chamado de traidor pela multidão enfurecida abre aspas vagando pelas praças e ruas sem acreditar no que via desafogava em lágrimas e implicações reticência tudo para ele era o horror tudo mágoa tudo saudade fecha aspas
abre aspas a capital encontrava-se num estado de tristeza tão sombria que era Terrível em excesso para ser descrito fecha aspas relatou os Lord trade O Enviado britânico Lisboa encarregado de negociar a transferência da família real para o Brasil etapas bandos de homens armados e desconhecidos eram vistos vagando pelas ruas no mais completo silêncio reticência tudo parecia indicar que a partir do Príncipe se não fosse realizado imediatamente seria por tumultos populares até que se tornassem praticado Pela chegada do exército francês em meio a confusão um menino Nobre apenas cinco anos assistir a tudo com espanto era
José traz imundo futuro Marquês da Fronteira estava em companhia do tio O Conde de ega que a última hora tentou embarcar a família num dos navios da frota portuguesa não conseguiu atravessar a multidão ao chegar ao cais os navios já vimos arpado muitos anos depois trazem mundo registraria suas lembranças daquele dia abre aspas nunca me esquecerei as lágrimas que me derramar tanto ao povo como aos criados da casa real e ao soldados que estavam no Largo de Belém rafas sem poder embarcar a família de trazer mundo se refugiou na casa do Conde da Ribeira a
espera da chegada das tropas do General Júnior as salas estavam cheias de parentes que tinham tido a nossa mesma sorte não podemos dizer o último adeus aos imigrados fecha aspas escreveu referindo-se aos que partiram nos navios outras pessoas importantes tiveram de voltar para casa depois de tentar inutilmente chegar aos navios foi o caso do anúncio apostólico Dom Lourenço de kalepe de 67 anos dias antes Calebe compareceu ao palácio da ajuda e foi convidado por Dom João a acompanhá-lo na viagem em seguida procurou o ministro da Marinha ele esconde de Anadia que por segurança e reservou
as maus Martins de Freitas ou medusa numa ou na outra Calebe deveria viajar acompanhado do seu secretário particular Camilo Luiz Rossi no dia combinado porém os dois compareceram ao Cais e não encontrar no lugar em nenhuma das malas que já estavam completamente lotadas o anúncio só chegaria ao Brasil em setembro de 1808 quase um ano depois da partida da família real as informações a respeito do embarque Dom João São imprecisas numa versão para evitar manifestações de protesto ele teria ido ao Porto num carro fechado e sem escolta acompanhado apenas de um criado e do Infante
espanhol Dom Pedro Carlos seu sobrinho preferido apesar de pertencer a família real espanhola o Infante passava a viver em Lisboa depois a morte dos Pais vítimas de varíola em 1788 ao chegar ao Porto sem ninguém para recebê-lo para não pisar na lama teve de atravessar o chato sobre pranchas de madeira malpostas sustentado por dois cabos de polícia nota de rodapé vamos a ela o relato é da Duquesa de Abrantes mulher do General junou que o historiador Pernambucano Oliveira Lima diz não ser inteiramente digna de crédito citado no Oliveira Lima Dom João no Brasil página 53
no relato do Historiador português Luiz Norton O Príncipe e o sobrinho cruzaram as pranchas abre aspas com a ajuda do Povo das aspas e teriam embarcado abre aspas depois de um beija-mão frio e fúnebre fecha aspas numa terceira versão do General francês maximilian FUA ao descer da Carruagem Dom João mal podia andar abre aspas suas pernas tremiam e havia lágrimas nos seus olhos escreveu General com as mãos ele faz suas pessoas que se ajoelhavam a sua volta o seu semblante mostravam o quanto infeliz e perplexo estava o seu coração fecha aspas como fazer um discurso
de despedida era impossível da circunstâncias Dom João mandou avisar nas ruas de Lisboa um decreto no qual explicava as razões da partida dizia que as tropas francesas estavam a caminho de Lisboa e que resistir a elas seria derramar sangue no tio mente acrescentava apesar de todos os esforços não tinha conseguido preservar a paz para os seus amados súditos por isso estava se mudando para o Rio de Janeiro até que a situação se acalmasse também deixou por escrito instruções sobre como os portugueses deveriam tratar Os Invasores as tropas do General Júnior receberiam as boas-vindas da Assembleia
da regência um conselho de governadores nomeado pelo príncipe a assembleia senhor orientações para cooperar com General francês e oferecer abrigo ao seu soldados a carruagem da Princesa Carlota Joaquina chegou ao Porto pouco depois do Príncipe Regente com três e seus oito filhos Pedro futuro Imperador do Brasil de 8 anos Miguel de 6 anos e anos de Jesus Maria de 11 meses em carruagem separadas veio o restante da família adolescente Maria Teresa e suas irmãs Maria Isabel de 10 anos Maria Francisca e 7 Isabel Maria de Jesus e Maria da Assunção de dois em seguida aparece
Maria primeira de 73 anos para o povo portuguesa aglomerado no cais para assistir a partida a presença da rainha era uma grande novidade devido aos seus acessos de loucura fazia 16 anos que Dona Maria primeira vivia reclusa no Palácio de Queluz e não era vista nas ruas de Lisboa enquanto seu coxa se aproximar do Porto em disparada ela teria gritado ao aconchego mas devagar vão pensar que estamos fugindo ao chegar ao cais ela teria se recusado a descer da Carruagem obrigando o capitão na Frota Real a carregar ela no colo até o navio a cunhada
de Dom João Maria Benedita de 61 anos e sua tia Maria Ana de 71 anos completavam o grupo para garantir o futuro da monarquia considerou-se Prudente evitar que todos os herdeiros embarcassem no mesmo navio a travessia do Atlântico era uma viagem longa e Perigosa na pressa da partida no entanto esse cuidado foi ignorado a própria Carlota Joaquina encarregou da distribuição da família nas embarcações os infantes Dom Pedro e Dom Miguel os dois herdeiros direto do Trono foram acomodados na nau príncipe Real em companhia do pai Dom João e da avó Dona Maria I foi uma
decisão arriscada um eventual naufrágio desse navio levaria para o fundo do oceano Três Gerações da dinastia de Bragança Carlota Joaquina e quatro filhas Maria Tereza Maria Isabel Maria da Assunção e Ana de Jesus ficaram no anal Afonso de Albuquerque comandada por Inácio da Costa Quintela onde estavam também os condes de Caparica e de cavalheiros suas famílias e serviçais ter fazendo um total de 1.200 pessoas as outras duas infâncias viajaram junto com Marquês de Lavradio no rainha de Portugal antes de embarcar Dom João teve o cuidado de raspar os cortes do governo Providência que repetiria 13
anos mais tarde ao deixar o Rio de Janeiro na viagem de volta Lisboa em 1807 embarcaram com tesouro real Cerca de 80 milhões de cruzados nota de rodapé vamos a ela Jurandir mallerba a corte no exílio páginas 20 e 224 Tobias Monteiro em história do império nota 13 do Capítulo 3 Página 65 cita Ofício do Ministro dos Estados Unidos em Lisboa informando que os diamantes levados pela corte eram calculados em 100 milhões de dólares e o dinheiro e a prata em 30 milhões voltando ao texto representavam metade das moedas em circulação em Portugal além de
uma grande quantidade de diamantes extraídas em Minas Gerais que inesperadamente retornavam ao Brasil a bagagem é algo incluía também todos os arquivos da monarquia portuguesa uma nova impressora que tinha sido recentemente comprada em Londres também foi embarcada a bordas anal medusa como chegar da Inglaterra sem sair da Caixa nesse caso era uma carga irônica para evitar a propagação de ideias consideradas revolucionárias na colônia o governo Português havia proibido expressamente a existência de impressoras no Brasil para fugir da censura O Correio Braziliense Primeiro Jornal brasileiro criado pelo jornalista Gaúcho e Hipólito José da Costa em 1808
seria impresso e distribuído em Londres depois de soprar forte do mar para o continente durante dois dias na manhã de 29 de Novembro o vento mudou de direção a chuva e o sol apareceu às 7 horas foi dada a ordem de partida Lord strang for recolheu-se abordanal e bérnia de onde escreveu a seguinte mensagem para Lodi Canin o primeiro-ministro britânico abre aspas tem uma honra de comunicar que o príncipe Regente de Portugal decidiu-se pelo Nobre e magnano plano de retirar-se de um reino em que não mais pode manter-se a não ser como vassalo da França
e que sua Alteza real e a família acompanhados pela maior parte dos navios de guerra e por multidão de fiéis defensores e súditos solidários partiu hoje de Lisboa estando agora em viagem para o Brasil sobre a guarda da armada inglesa aspas o comandante da Esquadra britânica Almirante Sidney Smith descreveu o momento da partida da seguinte forma abre aspas a 7 desse dia memorável amanhã estava maravilhosa soprava uma leve brisa que embalava os navios portugueses em direção a saída do tédio sinais eram feitos por dois marinheiros os quais logo depois foram repetidos por três navios da
frota e viu-se as cores portuguesas reticência o espetáculo era impressionante para todas as testemunhas abre parênteses exceto Para os franceses nas montanhas fecha parênteses presas da mais viva gratidão à Providência por vez que ainda existia um poder no mundo capaz e decidido a proteger os oprimidos fechar aspas Smith era um dos mais notáveis oficiais da marinha britânica sua presença no comando da estrada estacionada em Lisboa serve para dar uma noção da importância que os ingleses conferiram a alteração aos 43 anos já tinha participado de alguns dos mais decisivos acontecimentos da história da humanidade havia lutado
na guerra da Independência americana enfrentado Napoleão e combatido utilizada na Rússia tinha também trabalhado um dos mais importantes inventores de todos os tempos o americano Robert pai do sub Divino e do barco a vapor estava aposentado vivendo na antiga cidade Romana de Bart no interior da Inglaterra quando no outono de 1807 foi chamado de volta pelo almirantado britânico para tomar Parque nos acontecimentos de Portugal por volta das 13 horas da tarde o menino José traz mundo e estava jantando em companhia do pai e dos irmãos quando ouviu trollar distante dos canhões era esquadra inglesa do
Almirante Sidney Smith saudando com uma salva de 21 tiros o Pavilhão Leal da nalque conduzia o príncipe Regente que naquele momento deixava a Barra do Rio Tejo para entrar no Oceano Atlântico os navios portugueses ainda estavam à vista no horizonte quando as tropas francesas começaram a entrar em Lisboa para trás Ficaram só tristeza e Desolação ainda que pela minha pouca idade não pudesse dar a devida importância a crise em que estava o país e principalmente a capital que tinha um exército pegar Duas Léguas e suas Barreiras lembro-me porém de que muito me impressionava a fisionomia
dos parentes e das pessoas que nos cercavam fecha aspas escreveu traz imundo Os Diários de bordo dos navios britânicos coletados pelo Historiador Kennedy H Light revelam que nos momentos que se seguiram a partir de Lisboa o clima entre ingleses e portugueses não era tão amistoso quanto fazem querer alguns relatos nos livros sobre o evento havia tensão e expectativa no ar sem exceção todos os comandantes ingleses registraram em seus diários que ao avistar as embarcações portuguesas saindo do porto de Lisboa entre 8 e 9 horas da manhã do dia 29 de Novembro ordenaram que os seus
navios se preparassem para a ação formando uma linha de combate aparentemente todos eles trabalhavam com a hipótese de que os portugueses tivessem se Rendido às exigências de Napoleão e naquele momento tentassem romper a força o bloqueio naval britânico esse breve no momento de incerteza se dissipou quando a frota portuguesa cruzou a Barra do Rio Tejo em atitude francamente amistosa o navio príncipe real onde viajava o príncipe Regente se aproximou da na alcapitânia da Esquadra britânica hms e bernia em seguida para reafirmar as intenções de paz os dois lados trocaram a saudações protocolares 21 kg de
canhões e cada parte primeiro os ingleses depois os portugueses abre aspas até a pouco Portugal e Inglaterra estavam em guerra e ser Sydney não queria correr qualquer risco dessa aspas escreveu like referindo-se ao comandante da Esquadra britânica abre aspas somente após um diálogo amistoso ou em troca salvas dessa harpas abandonado a própria sorte Portugal viveria os piores anos de sua história nos sete anos seguintes mais de meio milhão de portugueses fugiriam do país pereceriam de fome ou tombariam nos campos de batalha numa sequência de confrontos que se tornaria conhecida como a guerra penisular naquela manhã
Luminosa de novembro de 1807 espalhadas pelo cais do porto de Lisboa ficaram centenas de bagagens esquecidas no tumor da partida entre elas estavam os caixotes com a prataria das igrejas e os livros da Biblioteca Real a prata seria confiscada e derretida pelos invasores franceses os livros da real biblioteca que incluíam a primeira edição de Os Lusíadas de Camões antigas cópias manuscritos da Bíblia e mapas ainda em pergaminho só chegariam ao Brasil mais tarde em três viagens consecutivas a primeira em 1810 e as outras duas em 18 numa delas estava o arquivista Real Luiz Joaquim dos
Santos Marrocos personagem cuja vida os acontecimentos de 1807 mudariam radicalmente Capítulo vi o ativista real no final do Outono de 1807 enquanto as tropas do Imperador Napoleão se aproximavam da Fronteira de Portugal o arquivista Luiz Joaquim dos Santos Marrocos tinha a vida suspensa entre duas cidades uma no passado e outra no futuro aos 26 anos e solteiro morava com a família no bairro de Belém em Lisboa a capital do ainda vasto império colonial português exótica e oriental repleta de Mercadores árabes chineses indianos e negros africanos dentro de três anos estaria no Rio de Janeiro a
capital do Brasil colônia uma cidade fervilhante de novidades Porto de reabastecimento e Parada Obrigatória dos navios que cruzavam os menos rumo as terras distantes da África da Índia e da recém descoberta Oceania em Lisboa Luiz Joaquim e o pai Francisco José eram funcionários do Príncipe Regente Dom João e trabalhavam na real biblioteca portuguesa uma das mais extraordinárias da Europa situada num pavilhão do Palácio da Ajuda seu acervo de 60 mil volumes era na época 20 vezes maior do que a da biblioteca toma Jefferson do congresso americano em Washington considerada hoje 200 anos depois a maior
do mundo nota de rodapé vamos a ela a biblioteca toma Jefferson tinha só 3 mil volumes em agosto de 1814 quando foi incendiada durante a invasão da capital dos Estados Unidos por tropas britânicas a comparação entre as duas bibliotecas é de Roberto Steel [Música] 86 em South America voltando ao texto ali o Santos Marrocos respondiam pela tradução de obras estrangeiras pela catalogação e guarda de livros e documentos raros essa rotina de trabalho dedicação silenciosa aos livros o interrompida de forma abrupta na última semana de Novembro quando Marrocos recebeu ordens para encaixotar as pressas o acervo
da biblioteca e despachá-lo para o cais de Belém onde os navios da frota portuguesa aguardava um embarque da família real para o Brasil por uma hora de angústia e Incerteza com ajuda de seus colegas bibliotecários e oficiais da corte Marrocos empacotou todos os 60 mil volumes e despachou para o porto em carros puxados por mulas e cavalos que disputavam as ruas estreitas de Lisboa com centenas e outras carregamentos ou ao mesmo destino a correria foi inútil no tumulto da partida todas as caixas com os ficaram esquecidas no cais em meio a lama que tomava as
ruas devido à chuva do dia anterior dois anos e meio depois em março de 1811 o próprio Marrocos embarcaria para o Brasil com a missão de zelar pela Segunda remessa dos livros da biblioteca chegou ao Rio de Janeiro em 17 de junho dias antes do seu aniversário de 30 anos nos 10 anos seguintes Manteve uma correspondência regular com o pai Francisco José e com a irmã Bernardina foram ao todo 186 cartas que guardadas até hoje nos arquivos da biblioteca da ajuda transformariam um ativista num personagem importante para a história do Brasil e Portugal essa correspondência
de mão única uma vez que não se tem notícia das respostas que Luiz Joaquim teria recebido no Rio de Janeiro é considerada uma das fontes mais preciosas dos pesquisadores que estudam esse período da história brasileira são relatos simplórios de um cida comum e testemunhas enormes transformações que Portugueses e brasileiros experimentaram nos 13 anos em que a família real permaneceu no Rio de Janeiro as intrigas na corte a mesquinês a burocracia e a Dura realidade da escravidão aparecem de formar crua nas cartas de Marrocos como num retrato instantâneo e sem retoques sem o filtro dos documentos
e relatórios oficiais a primeira carta foi escrita ainda em alto mar a bordas da Fragata Princesa Carlota é datada de 12 de abril de 1811 sexta-feira da Paixão 10 horas da noite nas imediações de Cabo Verde na costa da África A última é de 26 de Março de 1821 um mês antes do retorno de Dom João VI a Lisboa nota de rodapé vamos a ela as informações sobre a vida de Luiz Joaquim dos Santos Marrocos em Portugal e seu trabalho na real biblioteca são de Rodolfo Garcia na apresentação de cartas de Luiz Joaquim dos Santos
Marrocos escritas do Rio de Janeiro a sua família em Lisboa de 1811 a 1821 voltando ao texto umas dessas cartas tratam de eventos históricos como a morte da rainha Dona Maria I e aclamação de Dom João VI e do movimento de entrada e saída de navios no porto do Rio de Janeiro outras resvalam para a fofoca pura e simples é o caso de uma correspondência de 19 de maio de 1812 e que Marrocos critica as aventuras sexuais do Conde de galveias Dom João de Almeida de Melo de Castro Ministro dos negócios da Marinha e domínios
marinos sim oferecer maiores detalhes orquídea sugere que o cone mantém as relações homossexuais com vagabundos do centro do Rio de Janeiro onde estava situada a Zona Portuária abre aspas é de espantar e de enojar o vício antigo e porco desse homem dessa aspas escreve Marrocos abre aspas pois sendo homem e casado desconhece inteiramente sua mulher e nutre a sua fraqueza com brejeiros e se bandejas dessas palavra muito abolida do vocabulário cotidiano dos brasileiros se bandija quer dizer pessoa vergonhosamente serviu parasita que Visa curta dos outros em Portugal a família Santos Marrocos pertencia a um elite
de funcionários e burocratas ligadas à cultura e ao saber o pai um homem Severo culto e autoritário era professor de Filosofia em Belém em 1797 tinha mandado Rei imprimir na oficina de Simão Tadeu Ferreira de Lisboa uma Preciosidade bibliográfica o livro História do descobrimento e conquista da Índia pelos portugueses escrito em 1559 por Fernão Lopes de castanheda nota de rodapé vamos a ela o livro de Fernão Lopes de castanheda pode ser encontrada no catálogo online da biblioteca da Universidade de Navarra humanidades fundo antigo em http://unave.es/biblioteca barra voltando ao texto em 1811 publicou pela imprensa Régia
o mapa alfabético das povoações de Portugal e sua própria autoria o filho Luis Joaquim ex-es estudante da Universidade de Coimbra seguir os passos do pai como Guardião tradutor e autor de livros trabalhava como ajudante das reais bibliotecas desde 1802 em 17 acabaram de traduzir por ordem real uma obra gigantesca chamada Tratado de medicina legal e de higiene pública do médico francês s é poder em 5 volumes e 2.500 páginas nota de rodapé vamos a ela além da obra de fe Ford re Marrocos traduzido do francês o Tratado de higiene aplicada a terapia de Barbie em
dois volumes mais tarde já no Brasil traduziu o Tratado da polícia de saúde terrestre marítima ou higiene militar inaval também de poder Rei voltando ao texto também tinha escrito seu próprio livro chamado inoculação do entendimento nenhum dos dois jamais chegou a ser publicado os originais o primeiro ficaram esquecidos no caso de Lisboa no tumulto que precedeu a partida da coxa para o Brasil em 1807 e nunca mais recebe deles dois segundos que apenas pelas cartas que Luiz Joaquim escreveu ao Pai a Lisboa da família Santos Marrocos era uma cidade conservadora profundamente Religiosa e de hábitos
antiquados com suas casas ornamentadas de tapeçarias orientais e Varandas cobertas por colchas da Índia era mais oriental das capitais europeias na definição do Historiador Oliveira Martins outros cronistas e Viajantes a descreveram como uma cidade medieval suja escura e Perigosa o enterro de cadáveres Em cemitérios só se tornou obrigatório a partir de 1771 até então era um abandonados Queimados ou enterrados em Covas improvisadas na periferia da cidade quem tinha dinheiro ou poder era sepultado nas igrejas a falta de higiene era um problema crônico atirava-se pela janela sem aviso algum e a qualquer hora do dia ou
da noite a água suja as lavadoras da cozinha as urina os excrementos base toda a família fecha aspas registrou o francês jbf Car Hair morador de Lisboa no final do século 18 abre aspas quem anda nas ruas desta cidade está sempre em risco de ficar encharcado e coberto de porcaria fecha aspas abre aspas essa grande cidade não tem iluminação durante a noite por via do que acontece frequentemente de perder-se um sujeito correndo risco de ficar enxovalhado com as imundices que é o uso desprezarem da janelas as ruas pois as casas não tem latrina dessas aspas
recebeu viajante francês Já come raton alertas todo mundo é obrigado a levar as imundícias para o Rio e há uma quantidade de negras que fazem esse trabalho mas essa ordem não é exatamente cumprida principalmente pelo povo fecha aspas nota de rodapé vamos a ela o comentário de ratão é de 1755 citado em Lília Schwartz a longa viagem da biblioteca dos Reis página 45 voltando ao texto outro viajante o inglês william beckford fala dos cães vadios de esfomeados que percorriam as ruas a revirar os Entulhos em busca de restos de comida abre aspas de todas as
capitais que tem vivido Lisboa é a mais infestada por alcateias desses esparnados animais que prestam serviços limpar as ruas de uma parte pelo menos das pouco aromáticas imundícias dessa aspas escreveu um backford a falta de bons hábitos de higiene propiciava disseminação de pragas e doenças e não se resumia as pessoas comuns era um problema que afetava também a família real Pode se ter uma ideia da precariedade da vida na corte por uma carta que o príncipe Dom João futuro Dom João VI escreveu em 1786 irmã Dona Mariana Vitória que tinha mudado para Madri depois desse
casar com Infante espanhol Dom Gabriel na carta o príncipe conta que a mulher Carlota Joaquina com quem se casar havia um ano tiveram de cortar os cabelos devido a uma infestação de piolhos abre aspas a infância entre parênteses Carlota Joaquina vai melhorando mas ainda tem muita comissão na cabeça fecha aspas escreveu Dom João abre aspas tu bem sabes que amolece de pele custa muito alargar a gente eu não posso te explicar os piolhos que tem parece praga depois que ele cortou o cabelo tem secado mais a cabeça mas como lhe deixaram o topete que me
parece é o esconderijo de todos os piolhos tudo bem podes crer o que ela terá parecido mas tudo com muito propósito como se fosse uma mulher de 30 anos dessa aspas nessa época Carlota Joaquina era ainda uma menina de apenas 11 anos Como funcionário da real biblioteca momentos Marrocos tinham convivência muito próxima com a corte do Príncipe Regente e dos palácios frequentados pela nobreza é um ambiente lúgubre e depressivo dominado pela presença sufocante da igreja e seus inúmeros rituais religiosos chamava a atenção dos Viajantes e diplomatas a falta de festas jantares mais ou recepções da
cor de portuguesa num contraste marcante com os animados palácios de Paris e Madri onde a música a dança e as cores predominavam nessa época abre aspas Uma Corte decadente rodeava uma rainha meio louca e um obeso príncipe real que sofreram um caso crônico de indecisão dessa aspas escreveu o historiador Alan k Manchester outro estudioso o brasileiro Pedro Calmon descreve a corte portuguesa como abre aspas uma das mais leves e enfermes da Europa fecha aspas no final do século XVIII época em que Dom João nasceu do casamentos consanguíneos a herança mórbida a melancolia de sua corte
Mística a prática estrumenhada de favores indefinidos davam ler no reinado de Dom José i a fisionomia de uma velha espírito e decadente fecha aspas nesse ambiente Carola e repressor os efeitos da Revolução Francesa de 1789 eram temidos pela nobreza e combatidos com Rigor pelo Intendente geral de polícia Diogo Inácio da pneumonia acumulando as funções de Desembargador administrador da Alfândega de Lisboa administrador das Calçadas e da iluminação da capital Manique impedia a entrada de livros considerados perigosos e mandava fechar as lojas maçônicas acusadas de promover o debate das ideias revolucionárias também mandava prender os assinantes da
obra da gente enciclopédias liderou e voltei e deportava escritores e intelectuais simpatizantes da Revolução Francesa uma de suas vítimas foi Bocage um dos maiores poetas e escritores portugueses ao saber da abertura de uma loja maçônica na Ilha da Madeira situada 1000 km ao Sudoeste de Lisboa Pina Manique enviou para lá um corregedor da intendência de polícia com as seguintes instruções abre aspas aquele que você vive de sapatinho bicudo e muito brilhante com presilhas nos calções gravata por cima da barba colarinho até meia a orelha cabelo rente na nuca e a volumado até a moleira com
suíças até os cantos da boca agarre o logo tranque-o na cadeia carregado de ferros até que haja navio para o limoeiro é iluminado ou pedreiro livre fecha aspas Limoeiro era o nome da prisão em Lisboa onde Monique trancafiava simpatizantes das ideias francesas entre parênteses Os Iluminados entre aspas ou Os Maçons entre aspas pedreiros livres sua perseguição aos franceses ou seguidores dos ideais da revolução foi tão Implacável que por pressão de Napoleão Bonaparte acabou demitido pelo príncipe Regente Dom João nessa Lisboa onde a cultura e as Ciências Há muitas haviam entrado em decadência a simples existência
da real biblioteca da Ajuda representava uma excentricidade indicava que a corte portuguesa se pretendia mais ilustrada do que de fato era na opinião da historiadora Lilian schwart altura do melhor livro já escrito sobre a biblioteca cujo fabuloso acervo havia sido construído desde o século 14 pelos Reis portugueses nota de rodapé vamos a ela para informações detalhadas sobre a origem da real biblioteca em seu caráter simbólico para monarquia portuguesa ver Lilian schwart a longa viagem da biblioteca dos Reis Capítulo 1 e 2 voltando ao texto ali os tantos pai e filho passavam seus dias a catalogar
reproduzir guardar e preservar livros e documentos a real biblioteca era não só o meio de sobrevivência da família mas a sua própria razão de existir nos meses que se seguiram a partida da família real milhares de português pegariam em armas para resistir a invasão francesa Luís Joaquim dos Santos Marrocos foi um deles antes de embarcar para o Rio de Janeiro em 1811 serviu nos campos de batalha e lutou nas barricadas erguidas na entrada da capital portuguesa Graças aos bom serviços prestados acabou promovido a paciência de Capitão do exército português como todos os portugueses nesse período
sua família passou por grandes tribulações com a partida da corte e a virtual paralisação do governo português os pagamentos dos Servidores Públicos como era o caso da família Santos Marrocos ficaram atrasados mais de um ano os preços triplicaram as pessoas passaram fome e grandes para Luiz Joaquim no entanto começava ali uma jornada de notáveis mudanças capturado involuntariamente pelo vendaval da história o arquivista Real haveria de se converter num símbolo das grandes transformações que afetariam profundamente brasileiros e portugueses nos dois lados do Atlântico durante os anos da corte de Dom João no Rio de Janeiro é
o que se verá em mais detalhes nos dois últimos capítulos desse livro Capítulo 7 A Viagem desenhados para impedir a infiltração da água do mar e sobreviver as violentas tempestades oceânicas os navios portugueses eram 200 anos atrás cápsulas de madeira hermeticamente lacradas provírus e pequenas escotilhas e permaneciam fechadas a maior parte do tempo os ambientes internos ficavam asfixiantes sem ventilação durante o dia sobre o sol Equatorial se transformavam em autêntica saunas flutuantes não havia água corrente nem para fazer as necessidades fisiológicas usavam-se as croacas plataformas amarradas a proa suspensa sobre a murada dos navios por
onde os desertos eram lançados diretamente ao mar a dieta de bordo era composta de biscoitos lentilha azeite repolho azedo e carne salgada de porco ou Bacalhau no Canoa sufocante da zona tropicais ratos baratas e carunchos infestaram os depósitos de mantimentos a água apodrecia logo contaminada por bactérias e fungos por isso a bebida regular nos navios britânicos era cerveja nos portugueses espanhóis e franceses bebia-se vinhos de qualidade ruim por falta de frutas e alimentos frescos uma das maiores ameaças nas longas travessias é do escorbuto doença fatal provocada pela deficiência de vitamina C enfraquecida A Vítima queimava
de febres e sofria dores insuportáveis a gengiva necrosava os dentes caiam estoque por coincidência 1808 foi o primeiro ano em que a jovem Marinha dos Estados Unidos começou a distribuir doses de vitamina C as suas tribulações como forma de prevenir a doença nas regiões tropicais outras ameaças eram a disenteria e o tifo causados pela falta de higiene e pela contaminação da água e dos alimentos nota de rodapé vamos a ela para mais informações sobre o combate ao escorbuto e a precariedade das viagens marítimas no século XVIII e XIX ver Stefan R balm de Age of
Club How A surgeon A Marina and gentleman voltando ao texto fogo depois de chegar ao Rio de Janeiro em 1811 Luiz Joaquim dos Santos Marrocos escreveu ao pai uma carta que dá uma ideia do desconforto que era atravessar o no navio a vela apertado instável jogado pelas ondas de um lado para o outro abre aspas meu prezadíssimo pai e senhor do meu coração é coisa muito de ponderar-se o incômodo que sofre qualquer pessoa não acostumada a embarcar e muito principalmente que tem a moléstias de maior perigo e cuidado a quem é nocivo o tossir o
espirrar o assoar-se reticência é perniciosíssimo e de toda a consequência expôs ao enjoo marítimo que faz entre parênteses parece arrancar as entranhas e rebentar As veias do corpo durante esse tormento Dias semanas e muitas vezes a viagem inteira Além disso o susto do mar trovoadas e aguaceiros balanços submersões o navio não são coisas ridículas para quem não é grosseiro fecha aspas nota de rodapé vamos a ela Luiz Joaquim dos Santos Marrocos cartas página 38 voltando ao texto para evitar as doenças e a proliferação de pragas exigia-se que as roupas e as dependências dos navios estivessem
sempre limpas O que explica a disciplina rigorosa que os oficiais mantinham a Bordo nesse aspecto a Marinha britânica servir exemplo em tempos de guerra a Inglaterra ocupava mais de 60 mil homens abordo de sua gigantesca Frota número igual a toda a população da cidade do Rio de Janeiro em 1808 para os marinheiros a vida no mar começava cedo ainda meninos aos 16 anos já eram profissionais formados alimentação deficiente e o trabalho extenuante sem folga ou conforto de espécie alguma encurtava a carreira para 10 a 15 anos no máximo a expectativa de vida não ia além
dos 40 anos nota de rodapé vamos a ela para a história e a organização da Marinha britânica vê David Howard Bridget Power Hall Britto [Aplausos] Nelson 1793 a 1815 [Música] a bordo dos nazismo britânicos consideravam-se faltas graves dormir em serviço desrespeitar um oficial ou fazer necessidades fisiológicas dentro do navio em vez de usar as rudimentares croatas as punições neuroseveras para quem colocasse a tribulação em perigo o que incluía não respeitar as regras da Higiene e Limpeza nesse caso os marinheiros poderiam ser chicoteados em casos mais graves o capitão sim autonomia para mandar invocá-los as punições
sempre em público seriam de exemplo aos demais membros da tripulação Os Diários de bordas dos navios britânicos que acompanharam a viagem da família real Portuguesa ao Brasil publicados em 1995 pelo Historiador Kennedy like revela de maneira crua a rotina de punições a Bordo abre aspas diário de bordo do navio hns badford 5 de dezembro de 1807 James tac 48 chibatadas por negligência em serviço 14 de Dezembro John Leg 12 chibatadas por negligência 24 de dezembro 24 chibatadas por negligência e desrespeito New mcdogão 24 chibatados por negligência e tentativa de indução diário de bordo da corveta
hms confiança 23 de novembro God Hope 36 chibatadas por deserção McDonald's 36 por comportamento insolente state mais 18 por negligência dessa aspas em 1807 as quatro portuguesa levou quase dois meses para atravessar o Oceano Atlântico Os relatos sobre viagem São incompletos e confusos mas sabe-se que foi uma aventura repleta de aflições e Sofrimentos antigas e mal equipadas as malas e fragatas portuguesas viajavam apinhada de gente na anal capitania príncipe real que levava Dom João e a Rainha Maria I iam 1054 pessoas nota de rodapé vamos a ela como a maioria das estatísticas e números da
época a quantidade de passageiros a Bordo de cada navio da estrada portuguesa é motivo de controvérsia o número 1054 é de Candy Light baseado em carta que o capitão James Walker comandante do navio britânico badfor enviou de Salvador ao secretário do almirantado em Londres William Wesley Pow no dia 31 de janeiro de 1808 segundo Light só a tarefa de amarrar a embarcação levantar ferros e guardar seu cabo exigiria uma tribulação de 385 homens voltando ao texto pode-se imaginar a balbúrdia com 67 metros de comprimento 16,5 de largura três com fezes para as baterias e tiro
dos seus 84 canhões e um porão de carga o navio não tinha espaço para tanta gente muitos passageiros e tripulantes dormiam ao relento no tomadilho abre aspas o suprimento de água era insuficiente a comida pouca e a peste bubônica perseguiu os imigrados nos camarotes super povoados e antígenos dessa aspas registrou o historiador Alan k Manchester a respeito dos navios da Esquadra portuguesa nos primeiros dias de viagem enquanto ainda estava no hemisfério norte ondas fortes despejavam água gelada sobre o convés superlotado um dos Marinheiros trabalhavam em meio ao nevoeiro e as rajadas de vento frio com
vazamento no casco os barcos faziam água copiosamente muitos tinham as velas e cordas apodrecidas o madeirame germia sobre o impacto das ondas e do vento espalhando o Pânico entre os passageiros não habituados a as agruras no oceano náuseas coletivas tomaram conta de todos os navios depois de algumas semanas já na altura da Linha do Equador o frido o inverno europeu deu lugar ao calor insuportável agrado pela ausência de ventos numa região famosa pelas calmarias do at o excesso de passageiros e a falta de higiene e saneamento favoreceram a proliferação de pragas no Alfonso de Albuquerque
em que viajava Princesa Carlota Joaquina uma infestação de piolhos obrigou as mulheres a raspar os cabelos e a lançar suas perucas ao mar as cabeças carecas foram multadas com banha de porco e pulverizadas com pó antisséptico a pressa do embarque o estado de indigência da Marinha portuguesa aumentavam o desconforto a bordo dos navios que Dom João tinha sua disposição antes de partir um texto ficou abandonado no português boa a mercê dos invasores franceses Estavam todos emprestáveis nota de rodapé vamos a ela o inventário é do Almirante Sydney Smith comandante da Esquadra Inglesa em carta ao
almirantado em Londres escrita no dia primeiro de dezembro de 1807 excitada por Maria Graham em Diário de uma viagem ao Brasil voltando abre aspas a frota deixou o tejo Com tamanha pressa que pouquíssimos dos navios mercantes têm viveres ou água para mais de três semanas a um mês fecha aspas escreveu Lord strainford abre aspas muitos navios de guerra encontram-se no mesmo estado e ser Sydney Smith é de opinião que a maior parte do Comboio deve arrumar para a Inglaterra a fim de completar suas provisões fecha aspas as vés da partida um relatório trazia uma lista
das deficiências da frota portuguesa abre aspas rainha de Portugal precisa de 27 tonéis de água pois os trem vazios Fragata Minerva tem só 60 tonéis de água quando Henrique tem seis tonéis vazios precisa de Botica golfinho tem seis tonéis vazios faltam boticas galinhas e lenha Urânia falta lenha Vingança falta água e lenha príncipe real precisa de uma Botica galinhas cabo cera 20 tonéis de água Marlim e linha de barca e lenha voador Faltam três tonéis de água príncipe do Brasil faltam azeite cera cabo 30 tonéis de água lenha e linha de Barca fecha aspas no
final da tarde do primeiro dia de viagem depois de feita a troca protocolar de salvas e canhões a esquadra permaneceu estacionada nas imediações do litoral português para a última inspeção Antes de iniciar a travessia do Atlântico por volta das quatro horas Sidney Smith Foram visitar Dom João a bordo do Príncipe real ambos consideraram as acomodações da embarcação portuguesa muito atenda as necessidades do princípio inteligente o clima era lúgubre e depressivo registrou estranho por muitos seus despachos para Londres é impossível escrever a situação dessas pessoas ilustres seu desconforto a paciência e a resignação com que ele
tem insuportado as privações e dificuldades decorrentes da mudança fecha aspas relatou Smith ofereceu para abrigar o príncipe Regente no iberme não capitânia da Esquadra inglesa o navio mais novo e confortável Dom João recusou por razões óbvias a corte portuguesa já se julgava suficientemente refém e dependente da Inglaterra viajar como hóspedes do comandante britânico poderia soar politicamente incorreto a reunião entre strainford simplesmente Dom João durou cerca de 3 horas nas quais foram discutidos os últimos detalhes da viagem o plano previa que no caso de algum imprevisto durante a travessia todos os navios deveriam seguir para a
ilha de São Tiago no Arquipélago de Cabo Verde onde a esquadra se reagruparia antes de seguir para o Rio de Janeiro a única exceção nesse plano era anal que levando a bola dos ministros Antônio de Araújo José Egídio e Tomás Antônio foi despachada diretamente para a Bahia mal terminada essa reunião passageiros e tripulantes foram surpreendidos por uma bruta mudança climática o vento que até então impelir os navios para o oceano inverteu a direção e começou a soprar forte de través Ou seja no sentido perpendicular das embarcações e contrário ao rumo planejado à noite já tinha
a força de uma tempestade em alguns momentos ameaçava empurrar toda a frota de volta para a costa portuguesa já ocupada pelas próprias francesas Depois de alguns momentos de angústia e tensão os comandantes decidiram aproveitar a força da ventania e navegar na direção Noroeste como se estivessem indo para o Canadá em vez do Brasil isso manteria os navios em alto mar evitando fossem arrastados novamente para o litoral só no quarto dia quando haviam percorrido mais de famílias náuticas ou cerca de 300 km puderam finalmente corrigir as velas e arrumar para o Sudoeste na direção do Brasil
nesse ponto já há uma distância segura da Costa portuguesa os navios se juntaram uma vez mais para novas inspeções um pequeno barco de guerra foi considerado muito frágil para a travessia do Oceano e despachado de volta para Lisboa onde foi imediatamente aprisionado pelas tropas francesas outro navio foi avaliado pelos oficiais britânicos como inadequado para uma viagem tão longa mas os portugueses decidiram correr o risco e seguirem em frente de qualquer modo felizmente nenhuma embarcação naufragou Mas algumas chegaram ao Brasil em estado lastimável em cinco de dezembro aproximadamente a meio caminho entre Lisboa e Funchal na
Ilha da Madeira a frota britânica se dividiu em duas uma parte sobre o comando de Sidney Smith alterou o rumo e após a troca de salvas com as palavras portuguesa ou bloqueio de Lisboa ocupada pelas tropas francesas a outra composta pelos navios marw Ball London badford e Monark sobre o comando do Capitão Graham mor continuaria escoltando a esquadra portuguesa até o Brasil Lord strainford o articulador da fuga da família real também retornou para Inglaterra alguns meses mais tarde ele Smith Se juntariam novamente a Dom João no Rio de Janeiro no dia 8 de dezembro pouco
mais de uma semana depois da partida ao se aproximado é que télogo da Madeira um denso nevoeiro cobriu tudo abre aspas estava tão carregado que não conseguimos ver além da distância equivalente a três vezes o cumprimento do navio fecha aspas escreveu o capitão James Walker a bordo do hms bedford navio de 74 canhões lançado ao mar em outubro de 1775 nota de rodapé vamos a ela do Capitão James Walker de 6 de janeiro de 1808 a William Wesley Paul secretário do almirantado britânico transcrita em kennet Light de nigration sem numeração de páginas voltando ao texto
o pior ainda estava por vir há uma anoitecer uma violenta tempestade começou a castigar os navios outra vez ventos fortíssimos ver gastar umas velas apodrecidas enquanto os marinheiros tentavam desesperadamente mantê-las presas aos mastros das embarcações o maior Perigo no entanto estava lá fora mergulhado na escuridão da noite e coberto pelo nevoeiro é um ponto conhecido como oito pedras situado ao norte de Porto Santo no arquipélago da Madeira esse conjunto de rochedos parcialmente submersos costuma ser uma armadilha fatal para marinheiro menos experientes responsável pelo naufrágio de inúmeros navios e embarcações para não ocorrer esse risco os
comandantes da Esquadra decidiram parar e esperar que o tempo melhorar-se nota de roda até vamos a ela Kennedy Light a viagem da família real para o Brasil em Tribuna de Petrópolis novembro de 1997 voltando ao texto o resultado foi surpreendente no dia seguinte ao amanhecer uma parte dos navios havia desaparecido as quatro tinha sido dispensada pela força dos Ventos durante a noite sem que os marinheiros percebessem abre aspas a luz do dia nenhum navio à vista fecha aspas registrou em seu diário de bordo o capitão James Walker nas primeiras horas do dia 7 a tempestade
continuou por dois dias sem tréguas no começo da madrugada no dia 10 a vela do mastro principal do badford se quebrou de manhã enquanto tentava consertar o estrago o marinheiro gel ruim foi arremessado ao mar por uma violenta rajada de vento um pequeno cargo de resgate foi despachado para socorrer Depois de várias tentativas em meio a ondas fortíssimas Green foi salvo da Morte e trazido a bordo para livre de toda a tripulação nota de rodapé vamos a ela a informação sobre a dispersão da Esquadra durante a tempestade e o acidente com o marinheiro gel ruim
são dos Diários de bordo do Capitão James Walker transcrito por kennet Light em degraition sem numeração de páginas voltando ao texto nos navios portugueses os estragos Foram ainda maiores o mastro principal da Now medusa que havia sido despachada para a Bahia despedaçou-se e veio abaixo em seguida o terceiro mastro também desabou deixando o navio à Deriva no mar agitado o mastro grande não estava velejado e quebrou porque estava completamente podre fecha aspas relatou Antônio de Azevedo Araújo futuro Conde da barca que viajava bordo do navio os cabos são indignos tudo tem concorrido para por em
perigo Às nossas vidas e deve-se muito a atividade inteligência do comandante e de alguns oficiais fecha aspas nota de rodapé vamos a ela carta o príncipe Regente transcrita por Ângelo Pereira Dom João VI príncipe e Rei página 183 e 85 voltando ao texto as horas que se seguiram a tempestade foram de confusão e Incerteza despesada pelos ventos a esquadra seguiu rumo diferentes Metade dos navios incluindo o príncipe real que levava Dom João e a Rainha Maria primeira e o Alfonso de Albuquerque com a Princesa Carlota Joaquina e os filhos navegou na direção Noroeste o restante
da frota Manteve o rumo sudoeste em direção ao ponto de encontro combinado no Arquipélago de Cabo Verde bastante variada a Medusa acabou atacando no Recife no dia 13 de Janeiro onde depois de passar por reparos seguiu finalmente para Salvador seu destino original também danificado o navio rainha de Portugal que transportava duas filhas de Dom João começou a se afastar perigosamente do Comboio Mas conseguiu chegar a Cabo Verde onde foi consertado antes de seguir para o Rio de Janeiro O Dom João de Castro perdeu o mastro e conserve vazamentos teve de fazer uma parada de emergência
na Paraíba com o mar calmo Carlota Joaquina e as filhas decidiram Militar Dom João e a Rainha Maria primeira a bordo do Príncipe real o translado foi feito um pequeno barco inchado pelos marinheiros sobre a Muralha das naves portuguesas seria o último contato da família real antes de chegar ao Brasil há cinco semanas de viagem foi também nesse ponto que Dom João Decidiu ir para a Bahia em vez de seguir para o Rio de Janeiro como estava planejado desde a saída de Lisboa a partir daí não houve Mais Comunicação entre as notas Até recentemente acreditava-se
que uma havia Se distanciado da outra até se perderem de vista completamente os registros nos diários de bordo dos navios britânicos revelam no entanto que sem saber os dois comboios seguiram em curso paralelo e bem próximos entre si até a altura da Costa do Brasil o último contato aconteceu na forma de um fantasmagórico sinal luminoso na Noite Escura de 2 de janeiro de 1808 No dia anterior pela manhã o comandante do navio britânico Bradford James Walker que protegia o Comboio de Dom João Roma Bahia registrou no diário de bordo ter visto três embarcações a distância
mas preferiu não se aproximar para não perder contato com o restante do grupo à noite ordenou-se seus marinheiros instalassem uma luz azul no topo do mastro com incidentemente nessa mesma noite por volta das 23 horas o comandante do Malboro Capitão que acompanhava o Comboio que seguia para o Rio de Janeiro assinalou em seu diário de bordo ter visto uma luz azulada no horizonte ao se aproximar da linha do Equador os navios da Esquadra real que se dirigiam a Salvador entraram numa zona de calmaria a mesma que assustava os Navegantes portugueses desde a época dos descobrimentos
e que oficialmente havia Obrigado Pedro Álvares Cabral a mudar seu curso três séculos Antes quando estava a caminho da Índia por falta de ventos as sinais de Dom João e Carlota Joaquina levaram 10 dias para percorrer somente 30 Léguas distância que em situação normal seria vencido em 10 horas Imagine se tormento da centenas de passageiros que apinhavam os colégios os navios 10 dias sobre o sol Equatorial onde a temperaturas em dezembro chegam a 35 graus centígrados sem o soco de uma miserá brisa para aliviar-lhes o sofrimento ao todo 16 navios de guerra britânicos estiveram envolvidos
direta ou indiretamente na retirada da família real Portuguesa de Lisboa para o Brasil era uma embarcações amplas confortáveis bem organizadas e com tripulação altamente profissional e disciplinada algumas delas legendárias haviam participar de campanhas e batalhas memoráveis a maior delas o hms encontradas sobre o comando do Capitão John Kong um dos oficiais que ao lado de Lord Nelson massacraram os esquadras francesas e Espanhola na batalha de trava Dois Anos Antes lançado ao mar em novembro de 1804 como navio de primeira classe da Maria Real britânica o idebia tinha 110 canhões 203 pés de comprimento cerca de
62 metros e pesava 2.530 toneladas seria vendido como ferro velho um século mais tarde em 1904 na ilha de Malta a voz de um desses navios viajava o primeiro Tenente irlandês um personagem que se tornaria fundamental na história da mudança da Família Real ao Brasil como oficial do hns London Onil presenciou o embarque da corte portuguesa em Lisboa e cada um dos eventos que marcaram a viagem até o Rio de Janeiro depois da chegada da corte permaneceu na cidade mais 16 meses antes de ser destacado para outra missão da Marinha Real em 1810 publicou em
Londres um livrinho de 89 páginas incluindo uma errata de seis linhas numa tirinha de papel colada entre as páginas 74 75 no qual escreve a viagem da corte para o Brasil nota de rodapé vamos a ela a edição original do livro de Thomas O'Neal é hoje uma das maiores realidades do mundo dos bibliófilos um dos poucos exemplares pode ser encontrado na biblioteca Midway em São Paulo voltando ao texto se Os relatos são vivos repletos de emoção e detalhes dram um exemplo é o trecho em que descreve desconforto das mulheres da nobreza a Bordo das Naus
e fragatas portuguesas abre aspas mulheres de sangue real e das mais altas estirpes criadas no seio da aristocracia e da abundância todas obrigadas a enfrentar os frios e As borrachas de Novembro através de imagens desconhecidos privadas de qualquer conforto e até mesmo das coisas mais necessárias da vida sem uma peça de roupa para trocar ou camas para dormir constrangidas amontoarem-se na maior promiscuidade a Bordo de navios que não estavam em absoluto preparados para recebê-las fecha aspas em outros trecho o anil registra o depoimento de um oficial português que acompanhou a parte da Esquadra que apontou
na Bahia com Dom João abre aspas tem um grande foi o número de pessoas eficiência e tão apinhados Estavam todos os navios que mal havia espaço para que elas se deitassem nos convés as damas reticência desprovidas de qualquer traje a exceção do que estavam usando como os navios tinham apenas pequenas provisões logo se tornou necessário solicitar ao Almirante britânico que acolhesse a Bordo de sua esquadra grande quantidade de passageiros e para esses foi uma enorme sorte pois os que permaneceram foram realmente objeto de piedade de Lisboa a Bahia a maior parte do miando tombadilho sem
cama Nem cobertas a água era o artigo principal a reclamar nossa atenção a porção que recebíamos dela era a mínima e a comida da pior qualidade e deficiente de tal forma que a própria vida se tornou um fardo nossa situação era tão horrível que ninguém deseja chegue um dia a experimentar o mesmo testemunhar homens mulheres e crianças formavam juntos o mais isolador dos quadros fecha aspas Apesar de sua importância histórica Os relatos de Onil não são inteiramente dignos de crédito a vidente exagero ou mesmo fantasia em algumas cenas e situações que descrevem ao relatar a
partida da corte de em Lisboa ele afirma que algumas senhoras da distinção entre aspas morreram afogadas durante a desesperada tentativa de garantir lugar a bordo dos navios não há evidências ou comprovação de que isso realmente tem acontecido Anil também afirma que Antes de Partir Dom João teria sido um encontro com um general francês Juno Comandante das tropas invasoras história que igualmente nunca foi confirmada por qualquer outra fonte descontando os exageros porém seus relatos podem ser considerados a mais antiga reportagem produzida sobre o tema no dia 22 de janeiro após 54 dias de mar e aproximadamente
6.400 km percorridos Dom João aportou em Salvador o restante do Comboio tinha chegado ao Rio de Janeiro uma semana antes no dia 17 de Janeiro apesar das e perigos não há notícia de mortes ou acidentes fatais durante a viagem a única vítima conhecida da travessia foi Dom Miguel Caetano Álvares Pereira de Melo o Duque cadaval que já havia partido de Lisboa doente e teve seus problemas agravados pelos infortúnios da Nau Dom João de Castro de todos os navios o mais castigado pelas tempestades no Atlântico depois de se perder do restante da frota e ficar sem
o mastro principal esse navio atracou na Paraíba completamente avariado sem água e provisões depois de socorrida a tripulação seguiu para a Bahia mas o Duque de cadaval não resistiu e morreu pouco depois de chegar a Salvador nota de rodapé vamos a ela o historiador Ângelo Pereira afirma que se não viesse para o Brasil o Duque de casal teria sido nomeado presidente da regência encarregada de administrar Portugal e negociar com as tropas francesas depois a partir da corte o Duque preferiu acompanhar São João e embarcou nanal Dom João de Castro na qual abre aspas sofreu todas
as privações tanto de roupas como de viveres dessa aspas segundo Pereira abre aspas toda jornada passou muito doente e faleceu na Bahia dando sempre um exemplo heróico de firmeza de alma e de amor aos seus soberano dessa harpas Ângelo Pereira os filhos Del Rei página 115 voltando ao texto a mesma baía que 300 Anos Antes tinha a lista das chegadas da esquadra de Cabral agora testemunhavam acontecimento que haveria de mudar para sempre e de forma profunda a vida dos brasileiros com a chegada da corte a Baía de Todos os Santos começava o último ato do
Brasil colônia e o primeiro do Brasil independente Capítulo 7 A Viagem desenhados para impedir a infiltração da água do mar e sobreviver as violentas tempestades oceânicas os navios portugueses eram anos atrás cápsulas de madeira hermeticamente lacradas provírus e pequenas escotilhas e permaneciam fechadas a maior parte do tempo os ambientes internos ficavam asfixiantes sem ventilação durante o dia sob o sol Equatorial se transformavam em autênticas saunas flutuantes não havia água corrente nem banheiros para fazer as necessidades fisiológicas usavam-se as croacas plataformas amarradas a proa suspensa sobre a Muralha dos navios por onde os dejetos eram lançados
diretamente ao mar a dieta de bordo era composta de biscoitos lentilha azeite repolho azedo e carne salgada de porco ou Bacalhau no calor sufocante da zona tropicais ratos baratas e carunchos infestaram os depósitos de mantimentos a água apodrecia logo contaminada por bactérias e fungos por isso a bebida regular nos navios britânicos era cerveja nos portugueses espanhóis e franceses alegria de vinhos de qualidade ruim por falta de frutas e alimentos frescos uma das maiores ameaças nas longas travessias é do escorbuto doença fatal provocada pela deficiência de vitamina C em enfraquecida a vítima queimava de febres e
sofria dores insuportáveis a gengiva necrosava os dentes caíam ao simples toque por coincidência 1808 foi o primeiro ano em que a jovem Marinha dos Estados Unidos começou a distribuir doses de vitamina C as suas tribulações como forma de prevenir a doença nas regiões tropicais outras ameaças eram a disenteria e o tifo causados pela falta de higiene e pela contaminação da água e dos alimentos nota de rodapé vamos a ela para mais informações sobre o combate ao escorbuto e a precariedade das viagens marítimas no século XVIII e XIX ver Stephanie R balm voltando ao texto pouco
depois de chegar ao Rio de Janeiro em 1811 Luis Joaquim dos Santos Marrocos escreveu ao pai uma carta que dá uma ideia do desconforto que era atravessar o Atlântico no navio a vela apertado instável jogado pelas ondas de um lado para o outro abre aspas meu prezadíssimo pai e senhor do meu coração é coisa muito de ponderar-se o incômodo que sofre qualquer pessoa não acostumada a embarcar e muito principalmente que tem a moléstias de maior perigo e cuidado a quem é nocivo o tossir o espirá o assoar-se reticência é perniciosíssimo e de toda a consequência
expôxa ao enjoo marítimo que faz entre parênteses parece arrancar as entranhas e rebentar As veias do corpo esse tormento Dias semanas e muitas vezes a viagem inteira Além disso o susto do mar trovoadas e aguaceiros balanços submersões o navio não são coisas ridículas para quem não é grosseiro fecha aspas nota de rodapé vamos a ela Luiz Joaquim dos Santos Marrocos cartas página 38 voltando ao texto para evitar as doenças e a proliferação de pragas exigia-se que as roupas e as dependências dos navios estivessem sempre limpas O que explica a disciplina rigorosa que os oficiais mantinham
a Bordo nesse aspecto a Marinha britânica servir exemplo em tempos de guerra a Inglaterra ocupava mais de 60 mil homens abordo de sua gigantesca Frota número igual a toda a população da cidade do Rio de Janeiro em 1808 para os marinheiros a vida no mar começava cedo ainda meninos aos 16 anos já profissionais formados alimentação deficiente e o trabalho extenuante sem folga ou conforto de espécie alguma encurtava a carreira para 10 a 15 anos no máximo a expectativa de vida não ia além dos 40 anos nota de rodapé vamos a ela para a história e
a organização da Marinha britânica vê David Howard Bridget Power Rangers [Aplausos] nele organization 1793 a 1815 [Música] a Borda dos navios britânicos consideravam-se falta as graves dormir em serviço desrespeitar um oficial ou fazer necessidades fisiológicas dentro do navio em vez de usar as rudimentares cloacas as punições Nero severas para quem colocasse a tripulação em Perigo com que incluía não respeitar as regras de higiene e limpeza nesse caso os marinheiros poderiam ser chicoteados em casos mais graves o capitão tinha autonomia para mandar invocá-los as punições sentem em público seriam de exemplo aos demais membros da tripulação
Os Diários de bordas dos navios britânicos que acompanharam a viagem da família real Portuguesa ao Brasil publicados em 1995 pelo Historiador Kenner Light revela de maneira crua a rotina de punições abordo diário de bordo do navio hns badford 5 de dezembro de 1807 James Face 48 ch por negligência em serviço 14 de Dezembro John Leg 12 chibatadas por negligência 24 de dezembro Red Davis 24 chibatadas por negligência e desrespeito New mcdogão 24 chibatados por negligência e tentativa de indução ao motim those Mirim trese chibatadas por negligência diário de bordo da corveta hms confiança 23 de
novembro God hop 36 chipatadas por deserção McDonald's 36 por comportamento insolente mais 18 por negligências em 1807 a estrada portuguesa levou quase dois meses para atravessar o Oceano Atlântico Os relatos sobre viagem São incompletos e confusos mas sabe-se que foi uma aventura repleta de aflições e Sofrimentos de mal equipadas as mãos e fragatas portuguesas viajavam a piada de gente na na capitania príncipe real que levava Dom João e a Rainha Maria primeira iam 1054 pessoas nota de rodapé vamos a ela como a maioria das estatísticas e números da época a quantidade de passageiros a Bordo
de cada navio da espada portuguesa é motivo de controvérsia o número 1054 é de Candy Light baseado em carta que o capitão James Walker comandante do navio britânico Bradford enviou de Salvador ao secretário do almirantado em Londres William Wesley Pow no dia 31 de janeiro de 1808 segundos só a tarefa de amarrar a embarcação levantar ferros e guardar seu cabo exigiria uma tribulação de 385 homens voltando ao texto pode-se imaginar a balbúrdia com 67 metros de comprimento 16 e meio de largura três conversas para as baterias e tiro dos seus 84 canhões e um porão
de carga o navio não tinha espaço para tanta gente muitos passageiros e tripulantes dormiam ao relento no tombilho abre aspas o suplementos de água era insuficiente a comida pouca e a peste bubônica perseguiu os imigrados nos camarotes super povoados e antígenos dessa aspas registrou o historiador Alan k Manchester a respeito dos navios da Esquadra portuguesa nos primeiros dias de viagem enquanto ainda estava no hemisfério norte um das fortes despejavam água gelada sobre o convés superlotado um dos Marinheiros trabalhavam em meio ao nevoeiro e as rajadas de vento frio com vazamento no casco os barcos faziam
água copiosamente muitos tinham as velas e cordas apodrecidas o madeirame germia sobre o impacto das ondas e do vento espalhando o Pânico entre os passageiros não habituados as do Oceano náuseas coletivas tomaram conta de todos os navios depois de algumas semanas já na altura da Linha do Equador o Freedom inverno europeu deu lugar ao calor insuportável agravado pela ausência de ventos numa região famosa pelas calmarias do Atlântico o excesso de passageiros e a falta de higiene e saneamento favoreceram a proliferação de pragas no Alfonso de Albuquerque em que viajava Princesa Carlota Joaquina uma infestação de
piolhos obrigou as mulheres a raspar os cabelos e a lançar suas perucas ao mar as cabeças carecas foram montadas com banha de porco e pulverizadas com pó antisséptico a pressa do embarque o estado de indigência da Marinha portuguesa aumentavam um desconforto a bordo dos navios que Dom João tinha sua disposição antes de partir um texto ficou abandonado no português boa a Mercedes invasores franceses Estavam todos imprestáveis nota de rodapé vamos a ela o é do Almirante Sidney Smith comandante da Esquadra Inglesa em carta ao almirantado em Londres escrita no dia primeiro de dezembro de 1807
excitada por Maria Graham em Diário de uma viagem ao Brasil voltando ao texto abre aspas a frota deixou o tejo Com tamanha pressa que pouquíssimos dos navios mercantes têm viveres ou água para mais de três semanas ao mês fecha aspas escreveu Lord trainford abre aspas muitos navios de guerra encontram-se no mesmo estado e se Sidney Smith é de opinião que a maior parte do Comboio deve arrumar para a Inglaterra a fim de completar suas provisões fecha aspas as vés da partida um relatório trazia uma lista das deficiências afrota portuguesa abre aspas rainha de Portugal precisa
de 27 tonéis de água pois os trem vazios Fragata Minerva tem só 60 tonéis de água quando Henrique tem seis tonéis vazios precisa de Botica golfinho tem seis tonéis vazios faltam boticas galinhas e lenha Urânia falta lenha Vingança falta água e lenha príncipe real precisa de uma Botica galinha cabo cera 20 tonéis de água Marlim e linha de barca e lenha voador Faltam três tonéis de água príncipe do Brasil faltam azeite feira cabo 30 tonéis de água lenha e linha de Barca fecha aspas no final da tarde do primeiro dia de viagem depois de feita
a troca protocolar de salvas e canhões a estrada permaneceu estacionada nas imediações do litoral português para a última inspeção Antes de iniciar a travessia do Atlântico por volta das 4 horas Lord strain for e Sidney Smith Foram visitar Dom João a bordo do Príncipe real ambos consideraram as acomodações da embarcação portuguesa muito atenda as necessidades do Príncipe Regente o clima era lúgubre e depressivo registrou estranho Ford no dos seus despachos para Londres abre aspas é impossível descrever a situação dessas pessoas ilustres seu desconforto a paciência e a resignação com que eles têm insuportável as privações
e dificuldades de decorrências da mudança fecha aspas relatou smite ofereceu para abrigar o príncipe Regente no iberme não capitânia da Esquadra inglesa o navio mais novo e confortável Dom João recusou por razões óbvias a corte portuguesa já se julgava suficientemente refém e dependente da Inglaterra viajar como hóspedes do comandante britânico poderia soar politicamente incorreto a reunião entre stream for simplesmente Dom João durou cerca de 3 horas Mas quais foram discutidos os últimos detalhes da viagem o plano previa que no caso de algum imprevisto durante a travessia todos os navios deveriam seguir para a ilha de
São Tiago no Arquipélago de Cabo Verde onde a esquadra se reagruparia antes de seguir para o Rio de Janeiro a única exceção nesse plano era anal medusa que levando a bola dos ministros Antônio de Araújo José Egídio e Tomás Antônio foi despachada diretamente para a Bahia mal terminada essa reunião passageiros e tribulantes foram surpreendidos por uma bruta mudança climática o vento que até então impeliu os navios para o oceano inverteu a direção e começou a soprar forte de través Ou seja no sentido perpendicular das embarcações e contrário ao rumo planejado a noite já tinha força
de uma tempestade em alguns momentos ameaçava empurrar toda a frota de volta para a porta portuguesa já ocupada pelas tropas francesas Depois de alguns momentos de a intenção os comandantes decidiram aproveitar a força da ventania e navegar na direção Noroeste como se estivessem indo para o Canadá em vez do Brasil isso manteria os navios em alto mar evitando fossem arrastados novamente para o litoral só no quarto dia quando haviam percorrido mais de 160 milhas náuticas ou cerca de 300 km puderam finalmente corrigir as velas e arrumar para o Sudoeste na direção do Brasil nesse ponto
já há uma distância segura da Costa portuguesa os navios se juntaram uma vez mais para novas inspeções um pequeno barco de guerra foi considerado muito frágil para a travessia do Oceano e despachado de volta para Lisboa onde foi imediatamente aprisionado pelas tropas francesas outro navio foi avaliado pelos oficiais britânicos como inadequado para uma viagem tão longa mas os portugueses decidiram correr o risco e seguir em frente de qualquer modo felizmente nenhuma embarcação naufragou Mas algumas chegaram ao Brasil em estado lastimável em 5 de dezembro aproximadamente a meio caminho entre Lisboa e Funchal na Ilha da
Madeira a Prota britânica se dividiu em duas uma parte sobre o comando de Sidney Smith alterou o rumo e após a troca de salvas com a esquadra portuguesa retornou ao bloqueio de Lisboa ocupada pelas tropas francesas a outra composta pelos navios marw Ball London badford e Monark sobre o comando do Capitão Graham mor continuaria escoltando a esquadra portuguesa até o Brasil Lord stranger o articulador da fuga da família real também retornou para Inglaterra alguns meses mais tarde ele Smith Se juntariam novamente a Dom João no Rio de Janeiro no dia 8 de dezembro pouco mais
de uma semana depois da partida ao se aproximar do arquipélago da Madeira um denso nevoeiro cobriu tudo abre aspas estava tão carregado que não conseguimos ver além da distância equivalente a três vezes do navio fecha aspas escreveu o capitão James Walker a bordo do hms badford navio de 74 canhões lançado ao mar em outubro de 1775 nota de rodapé vamos a ela carta do Capitão James Walker de 6 de janeiro de 1808 ao William Wesley Paul secretário do almirantado britânico transcrita em kennet Light de nigration sem numeração de páginas voltando ao texto o pior ainda
estava por vir há anoitecer uma violenta tempestade começou a castigar os navios outra vez ventos fortíssimos ver gastar umas velas apodrecidas enquanto os marinheiros tentavam desesperadamente mantê-las presas aos mastros das embarcações o maior Perigo no entanto estava lá fora mergulhado na escuridão da noite e coberto pelo nevoeiro é um ponto conhecido como oito Pedras situado ao norte de Porto Santo no arquipélago da Madeira esse conjunto de rochedos parcialmente submersos costuma ter uma armadilha fatal para marinheiros menos experientes responsável pelo naufrágio de inúmeros navios e embarcações para não correr esse risco os comandantes da Esquadra decidiram
parar e esperar que o tempo melhorar-se nota de rodapé vamos a ela Kennedy Light a viagem da família real para o Brasil em Tribuna de Petrópolis novembro de 1997 voltando ao texto o resultado foi surpreendente no dia seguinte ao amanhecer uma parte dos navios havia desaparecido as quatro tinha sido dispensada pela força dos Ventos durante a noite sem que os marinheiros percebessem abre aspas a luz do dia nenhum navio à vista fecha aspas registrou em seu diário de bordo o capitão James Walker nas primeiras horas do dia 7 a tempestade continuou por essa entregas no
começo da madrugada do dia 10 a vela do mastro principal do badford se quebrou de manhã enquanto tentava consertar o estrago o marinheiro gel Green foi arremessado ao mar por uma violenta rajada de vento um pequeno barco de resgate foi despachado para socorrer Depois de várias tentativas em meio a ondas fortíssimas Green foi salvo da Morte e trazido a bordo para livro de toda a tripulação nota de rodapé vamos a ela a informação sobre a dispersão da Esquadra durante a tempestade e o acidente com marinheiro gel ruim são um dos Diários de bordo do Capitão
James Walker transcrito por kennet Light em degraition sem numeração de páginas voltando ao texto nos navios portugueses os estragos Foram ainda maiores o mastro principal da Nau medusa que havia sido despachada para a Bahia despedaçou-se e veio abaixo em seguida o terceiro mastro também jaboa do navio à Deriva no mar agitado abre aspas o mastro grande não estava velejado e quebrou porque estava completamente podre fecha aspas relatou Antônio de Azevedo Araújo futuro Conde da barca que viajava a bordo do navio abre aspas os cabos são indignos tudo tem concorrido para por em perigo Às nossas
vidas e deve ser muito a atividade inteligência do comandante e de alguns oficiais fecha aspas nota de rodapé vamos a ela carta o príncipe Regente transcrita por Ângelo Pereira Dom João VI príncipe e Rei página 183 e 85 voltando ao texto as horas que se seguiram a tempestade foram de confusão e Incerteza desprezada pelos ventos as quadras a seguir o rumo diferentes Metade dos navios incluindo o príncipe real que levava Dom João e a Rainha Maria primeira e o Afonso de Albuquerque com a Princesa Carlota e os filhos navegou na direção Noroeste o restante da
frota Manteve o rumo sudoeste em direção ao ponto de encontro combinado no Arquipélago de Cabo Verde bastante avariada a Medusa acabou atacando no Recife no dia 13 de Janeiro onde depois de passar por reparos seguiu finalmente para Salvador seu destino original também danificado o navio rainha de Portugal que transportava duas filhas e Dom João começou a se afastar perigosamente do Comboio Mas conseguiu chegar a Cabo Verde onde foi consertado antes de seguir para o Rio de Janeiro O Dom João de Castro e deu um mastro e conserve vazamentos teve que fazer uma parada de emergência
na Paraíba como mar calmo Carlota Joaquina e as filhas decidiram Militar Dom João e a Rainha Maria primeira a bordo do Príncipe real o translado foi feito um pequeno barco inchado pelos marinheiros sobre a Muralha das naves portuguesas seria o último contato família real antes de chegar ao Brasil há cinco semanas de viagem foi também nesse ponto que Dom João Decidiu ir para a Bahia em vez de seguir para o Rio de Janeiro como estava planejado desde a saída de Lisboa a partir daí não houve Mais Comunicação entre as duas frotas a terra recentemente acreditava-se
que uma havia Se distanciado da outra até se perderem de vista completamente os registros nos diários de bordo dos navios britânicos revelam no entanto que sem saber os dois comboios seguiram em curso paralelo e bem próximos entre si até a altura da Costa do Brasil o último contato aconteceu na forma de um fantasmagórico sinal luminoso na Noite Escura de dois de janeiro de 1808 No dia anterior pela manhã o comandante do navio britânico o badford James Walker que protegia o Comboio de Dom João Roma Bahia registrou no diário de bordo ter visto três embarcações a
distância mas preferiu não se aproximar para perder contato com o restante do grupo à noite ordenou-se seus marinheiros instalassem uma luz azul no topo do mastro com incidentemente nessa mesma noite por volta das 23:15 o comandante do malborow Capitão grandmour que acompanhava Comboio que seguia para o Rio de Janeiro assinalou em seu diário de bordo ter visto uma luz azulada no horizonte ao se aproximar da linha do Equador os navio da Esquadra real que se dirigiam a Salvador entraram numa zona de calmaria a mesma que assustava os Navegantes portugueses desde a época dos descobrimentos e
que oficialmente havia Obrigado Pedro Álvares Cabral a mudar seu curso três séculos Antes quando estava a caminho da Índia por falta de ventos as maus de Dom João e Carlota Joaquina levaram 10 dias para percorrer somente 30 Léguas distância que em situação normal seria vencido em 10 horas imagine-se tormento das centenas de passageiros que apinha os navios dez dias sobre o sol Equatorial onde as temperaturas em dezembro chegam a 35 graus centígrados sem o soco de uma misera brisa para aliviar-lhes o sofrimento ao todo 16 navios de guerra britânicos estiveram envolvidos direta ou indiretamente na
retirada da família real Portuguesa de Lisboa para o Brasil era embarcações amplas confortáveis bem organizadas e com tripulação altamente profissional e disciplinada algumas delas legendárias haviam participar de campanhas e batalhas memoráveis a maior delas o hms encontrava-se sobre o comando do Capitão John um dos oficiais que ao lado de Lord Nelson massacraram os esquadras Francesa e Espanhola na batalha de trava Dois Anos Antes lançado ao mar em novembro de 1804 como navio de primeira classe da Marinha real britânica o ideia tinha 110 canhões 203 de comprimento cerca de 62 m e pesava 2.530 toneladas seria
vendido como ferro velho um século mais tarde em 1904 na ilha de Malta a Bordo de um desses navios viajava o primeiro Tenente irlandês Thomas O'Neal um personagem que se tornaria fundamental na história da mudança da Família Real ao Brasil como oficial do hms londonil presenciou o embarque da corte portuguesa em Lisboa e cada um dos eventos que marcaram a viagem até o Rio de Janeiro depois da chegada da corte permaneceu na cidade mais 16 meses antes de ser destacado para outra missão da Marinha Real em 1810 publicou em Londres um livrinho de 89 páginas
incluindo uma ETA de seis linhas uma tirinha de papel colada entre as páginas 74 75 no qual escreve a viagem da corte para o Brasil nota de rodapé vamos a ela a edição original do de Thomas O'Neal é hoje uma das maiores realidades do mundo dos bibliópolis um dos poucos exemplares pode ser encontrados na biblioteca mindling em São Paulo voltando ao texto se Os relatos são vivos repletos de emoção e detalhes dramáticos um exemplo é o trecho em que descreve desconforto das mulheres da nobreza a Bordo das Naus e fragatas portuguesas abre aspas mulheres de
sangue real e das mais altas estireps criadas no seio da aristocracia e da abundância todas obrigadas a enfrentar os frios e as borras de Novembro através de imagens desconhecidos privadas de qualquer conforto e até mesmo das coisas mais necessárias da vida sem uma peça de roupa para trocar ou camas para dormir constrangidas amontoarem-se na maior promiscuidade a borda do nariz que não estavam em absoluto preparados para recebê-las fecha aspas em outros trecho o anil região do depoimento mostrar o português que acompanhou a parte da Esquadra que apontou na Bahia com Dom João abre aspas tem
um grande foi o número de pessoas deficiência e tão apinhados Estavam todos os navios que mal havia espaço para que ela se deitassem nos convés as damas reticências desprovidas de qualquer traje a exceção do que estavam usando como os navios tinham apenas pequenas provisões logo se tornou necessário solicitar ao Almirante britânico que acolhesse a Bordo de sua esquadra grande quantidade de passageiros e para esses foi uma enorme sorte pois os que permaneceram foram realmente objeto de piedade de Lisboa a Bahia a maior parte dormia no tombadilho sem cama Nem cobertas a água era o artigo
principal a reclamar nossa atenção a porção que recebíamos dela era a mínima e a comida da pior qualidade e deficiente de tal forma que a própria vida se tornou um fardo nossa situação era tão horrível ninguém deseja seguir um dia a experimentar o mesmo testemunhar homens mulheres e crianças formavam juntos o mais desolador dos quadros fecha aspas Apesar de sua importância histórica Os relatos de ionil não são inteiramente dignos de crédito a Evidente exagero ou mesmo fantasia em algumas cenas e situações que descrevem ao relatar a partida da coisa de em Lisboa ele afirma que
algumas senhoras da distinção entre aspas morreram afogadas durante a desesperada tentativa de garantir lugar a bordo dos navios não há evidências ou comprovação de que isso realmente tem acontecido maninho também afirma que Antes de Partir Dom João teria tido um encontro com o general francês história que igualmente nunca foi confirmada por qualquer outra fonte descontando os exageros porém seus relatos podem ser considerados a mais antiga reportagem produzida sistema no dia 22 de janeiro após 54 dias de mar e aproximadamente 6.400 km percorridos Dom João aportou em Salvador o restante do Comboio tinha chegado ao Rio
de Janeiro uma semana antes no dia 17 de Janeiro apesar das agruras e perigos não há notícia de mortes ou acidentes fatais durante a viagem a única vítima conhecida da travessia foi Dom Miguel Caetano Álvares Pereira de Melo o Duque cadaval que já havia partido de Lisboa doente e teve seus problemas agravados pelos infortúnios da Nau Dom João de Castro de todos os navios o mais castigado pelas tempestades no Atlântico depois de se perder do restante da frota e ficar sem o Astro principal esse navio atracou na Paraíba completamente variado sem água e provisões depois
de socorrida a tripulação seguiu para a Bahia mas o Duque de cadaval não resistiu e morreu pouco depois de chegar a Salvador nota de rodapé mas a ela o historiador Ângelo Pereira afirma que se não viesse para o Brasil o Duque de cataval teria sido nomeado presidente da regência encarregada de administrar Portugal e negociar com as tropas francesas depois a partir da corte o Duque preferiu acompanhar Dom João e embarcou nanal Dom João de Castro na qual abre aspas sofreu todas as privações tanto de roupas como de viveres dessa aspas segundo Pereira abre aspas toda
a jornada passou muito doente e faleceu na Bahia dando sempre um exemplo um heróico de firmeza de alma e de amor aos seus soberano essa harpas Ângelo Pereira os filhos dela Rei página 115 voltando ao texto a mesma baía que 300 Anos Antes tinha ali na chegada da esquadra de Cabral agora testemunhavam acontecimento que haveria de mudar para sempre e de forma profunda a vida dos brasileiros com a chegada da corte a Baía de Todos os Santos começava o último ato do Brasil colônia e o primeiro do Brasil independente Capítulo oitavo Salvador a escala de
Dom João em Salvador em 1808 é um episódio mal explicado na história da mudança da família real portuguesa para o Brasil pelo plano original da viagem traçado em Lisboa no dia da partida toda esquadra navegaria sempre na direção sudoeste rumo ao Rio de Janeiro em caso de imprevisto o ponto de reencontro combinado era o Arquipélago de Cabo Verde parte do império colonial português situado na costa da África ali os navios eventualmente avaliados poderiam ser consertados e reabastecidos para depois seguir a rota previamente combinada do João mudou esses planos de forma repentina logo na terceira semana
de viagem nunca houve uma explicação oficial ou plausível para essa decisão porque fazer uma escala entrevista em Salvador correndo riscos desnecessários numa viagem Olha só complicada pela pressa e pela improvisação da partida quando seria mais fácil e prudente manter o plano original e Navegar direto para o Rio de Janeiro Até recentemente a hipótese mais aceita nos livros de história estava associada a tempestade que diz pessoa esquadra entre os dias 8 e 10 de dezembro na altura do arquipélago da madeira em meio atormenta os navios teriam se perdido uns dos outros uma parte do Comboio incluindo
as náuse em que viajavam a rainha Dona Maria primeira o príncipe presente Dom João e a Princesa Carlota Joaquina teria ficado à Deriva e seguido na direção Noroeste enquanto o restante da frota continua na rota original primeiro rumo a Cabo Verde e depois Rio de Janeiro a certa altura ao descobrir que estavam nas imediações do litoral baiano Dom João teria ordenado que os navios atracassem em Salvador por essa explicação Dom João teria cortado na Bahia quase por acaso Essa visão equivocada Começou a cair graças as descobertas executivo aposentado de uma indústria de cigarros lá se
tornou-se um pesquisador meticuloso e mergulhou nos arquivos da Marinha britânica Onde Estão guardados Os Diários de bordo de cada um de seus navios e as cartas e relatórios que os respectivos comandantes enviaram para a sede do almirantado em Londres ao final da jornada essa correspondência Explica as decisões mais importantes tomadas durante a travessia incluindo a escala na Bahia da análise desses documentos Light virou duas conclusões surpreendentes a primeira a hipótese de que uma parte da frota foi parar em Salvador porque ficou a deriva Depois da Tempestade não faz nenhum sentido a segunda Dom João foi
a Bahia de forma deliberada e não forçado por um acidente meteorológico em alto mar 200 anos atrás as rotas de navegação do Atlântico Sul já eram muito bem conhecidas pelos portugueses e ingleses Os Diários de bordo dos comandantes britânicos comprovam que eles haviam perfe muitas coordenadas dos seus navios a cada dia e a cada hora de viagem ao longo de todo o percurso não estavam perdidos portanto seria muito fácil para eles corrigir o rumo Depois da Tempestade e seguir para o ponto de encontro combinado antes da partida a decisão de parar em Salvador foi tomada
ainda na terceira semana de viagem e devidamente informada aos demais navios segundo os documentos coletados por Lite no dia 21 de dezembro de 1807 o príncipe Regente comunicou ao capitão James Walker comandante do badford que havia decidido ir para Salvador sem cumprir a rota planejada isso aconteceu 11 dias depois da Tempestade nessa mesma ocasião a Fragata Minerva foi despachada para a ilha de São Tiago em Cabo Verde onde encontrou os navios restantes e comunicou a mudança de planos de Dom João é mais uma prova de que os comandantes portugueses e ingleses não estavam perdidos e
conheciam a localização dos seus navios e do restante da Frota cara baiana não foi acidental que razões teriam levado Dom João a Salvador uma explicação Óbvio aí que do ponto de vista estratégico a escala na Bahia era muito oportuna como se verá no próximo capítulo 200 anos atrás a unidade política e administrativa da colônia brasileira era muito precária Dom João precisava mais do que nunca de um Brasil unido em torno da coroa portuguesa o sucesso dos seus planos em 1808 dependia do apoio financeiro e político de todas as províncias primeira capital da colônia Salvador tinha
perdido essa condição havia Quase meio século em 1763 mas ainda eram um centro importante do Comércio e das decisões da colônia seus moradores se ressentiam profundamente da mudança da capital para o Rio de Janeiro havia sinais e descontentamento no ar uma tentativa de separação tinha acontecido há 10 anos antes no movimento que ficou conhecido como revolta dos alfaiates uma visita Salvador era portanto providencial seria uma forma inteligente de assegurar a fidelidade dos baianos e das províncias do norte e do Nordeste no momento de grande dificuldade Tom João não só fez isso como mais tarde já
no Rio de Janeiro nomeou como governador da Bahia ninguém menos que o Conde dos Arcos até então vice-rei do Brasil foi também em Salvador que Dom João anunciou a mais importante de todas as medidas que tomaria nos seus 13 anos de Brasil a abertura dos portos era mais uma demonstração do quanto a Bahia era importante no tabuleiro político que a monarquia estava montando na sua fase americana essa nova hipótese de que a escala baiana foi planejada e não fruto de uma casa de percurso muda sensivelmente as interpretações feitas até hoje sobre a vinda da corte
para o Brasil a começar pela imagem do próprio príncipe Regente restam poucas dúvidas e que Dom João foi medroso indeciso em Portugal preferindo fugir a enfrentar a tropa francesas que invadiu Portugal embora essa de parecer essa decisão mais sensata aqui da força de Napoleão ao chegar ao Brasil no entanto suas providências ganham um caráter mais resoluto e perspicar uma escala na Bahia seria uma ave uma manobra política que muito viria a calhar no momento em que a enfraquecida e de tá alterada corte portuguesa precisava de todo o apoio e foi exatamente isso que aconteceu o
primeiro contato de Dom João com seu súditos da colônia brasileira aconteceu na forma de uma pequena epopeia marítima quando teve notícia da viagem da família real o governador de Pernambuco Caetano Pinto de Miranda Montenegro despachou para um mar o Benjamim Três Corações um pequeno barco com dois mastros de vela que na ausência de ventos podia também ser impulsionado a Remo nota de rodapé vamos a ela os bergantins eram pequenas embarcações rápidas usadas pelos portugueses nas tarefas de reconhecimento Costeiro e transporte tático e de ligação entre o cais e os navios maior poteados ao lar não
entre 10 e 19 bancos e podiam ter equipados com um ou dois mastros de vela também eram utilizados como meio de transporte cerimonial um deles usados na chegada de Dom João ao Brasil em 1808 está hoje exposto no Museu da Marinha no Rio de Janeiro para mais informações sobre as embarcações portuguesas no período colonial ver Fernando Gomes Pedrosa navios marinheiros e artes de navegar 1139 a 1499 Lisboa página 63 e 65 voltando ao texto com uma carga de Caju Pitanga outras frutas e refrescos tinha a missão de tentar localizar anal de Dom João na altura
em que se Calculava estar a esquadra portuguesa o macho surpreendente é que navegando a cegas três dias depois de deixar o Porto do Recife o Bizantino conseguiu efetivamente encontrados na vias portugueses no que pode ser considerado um dos feitos mais extraordinários da viagem da Família Real ao Brasil imagine-se um pequeno barco com menos de 10 metros de comprimento numa época em que não havia comunicação por rádio GPS ou telefone celular por satélite encontrar uma anal Portuguesa em alto mar sem ter informações precisas sobre sua localização para os passageiros e tripulantes da escola de Dom João
foi um alento depois de quase dois meses no oceano submetidos a uma dieta carne salgada biscoito seco vinho vinagredo e Água insalubre finalmente puderam provar refrescos e alimentos saudáveis é uma espécies tropicais de aspecto consistência e Sabor como jamais tinham experimentado em Portugal e foi assim na forma dos frutos de sua pródiga e exuberante natureza que o Brasil se apresentou a Dom João e sua Corte refugiada dos tormentos da guerra na Europa Mas a sensação de alívio foi substituída pela incerteza logo na chegada a Salvador às 11 da manhã de 22 de janeiro de 1808
os navios ancoraram dentro da Barra perto do ponto em que hoje estão situados no Mercado Modelo E o elevador Lacerda mas ninguém apareceu era como se a Bahia simplesmente não tivesse se dado conta da chegada da família real para os passageiros e tribulantes foi uma grande surpresa as notícias da viagem já haviam chegado ao Brasil havia quase duas semanas trazidas por fontes diferentes no dia 14 o brigue voador uma pequena embarcação uma vela muito mais rápida do que os navios de transporte pesado entrou no porto do Rio de Janeiro com a missão de informar o
vice-rei Conde dos Arcos que o príncipe Regente estava a caminho pouco depois a Fragata medusa avaliada pela tempestade nas imediações da Ilha da Madeira atacou no Recife transportando três ministros de Dom João nota de rodapé vamos a ela a bordanal Medusa viajavam os ministros Antônio de Araújo José Egídio e Tomás Antônio voltando ao texto outra anal a marquinha de Freitas chegou no dia 10 também na costa nordestina por fim alguns dos navios da própria comitiva real levando duas filhas e duas filhas e Dom João tinha uma portada no Rio de Janeiro no dia 17 esse
grupo parte da frota de deixar Lisboa no dia 29 de Novembro já havia sido informado pela Fragata Minerva durante a escala em Cabo Verde que Dom João ir aí a Bahia nessa época o litoral brasileiro dispunha de uma precária rede de comunicações baseada nos fortes vilas e faróis costeiros usada para transmitir informações urgentes e muito importantes era parte do sistema de defesa da colônia que permitia aos governadores e capitais Gerais das diversas províncias alertar seus vizinhos sobre ataques de Piratas tentativas de invasões rebeliões ou qualquer outra ameaça aos territórios dominados pelos portugueses ao receber uma
determinada informação cada um desses pontos tinha a obrigação de repassá-la para o vizinho da forma mais rápida possível e que notícia poderia ser mais importante do que a chegada dos Reis O problema é que por esse modo de comunicação boca a boca as informações viajavam lentamente levavam semanas para percorrer os milhares de quilômetros do litoral nota de rodapé vamos a ela como se verá no próximo capítulo as comunicações no interior da colônia eram ainda mais lentas e precárias uma informação despachada de Lisboa levava meses para chegar a São Paulo ou Rio Grande do Sul voltando
ao texto por isso embora as autoridades de Salvador já soubessem que a corte estava a caminho do Brasil a cidade jamais teria tido tempo de preparar uma grande recepção a ansiedade se dissipou depois de alguma espera quando o governador João Saldanha da Gama O Conde da ponte apareceu para cumprimentar Dom João abre aspas não vem ninguém da terra dessa aspas perguntou-lhe surpreso príncipe Regente abre aspas senhor respondeu o governador não veio imediatamente toda a cidade porque determinei que pessoa alguma se aproximasse sem que eu primeiro viesse receber as ordens e sua Alteza real dessa aspas
o príncipe retrucou deixa o povo ver como quiser porque deseja ver-me depois o governador foi a vez do arcebispo Dom José da Santa Escolástica cumprimentado Dom João mas a grande de recepção ficou para o dia seguinte Exausta pela travessia do Oceano a família real dormiu mais uma noite a bordo dos navios embalada pelas águas calmas da Baía de Todos os Santos e sobre a proteção dos canhões da Fortaleza da Gamboa que guardenciou a entrada da cidade nota de rodapé vamos a ela para uma descrição detalhada da chegada e do desembarque em Salvador ver Melo Moraes
história da translação página 67 e Pedro Calmon o rei do Brasil vida de Dom João VI página 123 a 129 voltando ao texto Dom João desembarcou na manhã do dia 23 nota de rodapé vamos a ela a informação de que Dom João desembarcou pela manhã é de Pedro Calmon Melo Moraes diz que desembarque teria acontecido entre 4 e 5 horas da tarde voltando ao texto ao contrário do dia anterior dessa vez a multidão congestionava o gás da Ribeira salvas e canhões disparadas das fortalezas e gritos de saudação aos ilustres visitantes se misturavam ao badalar incessante
dos Sinos das inúmeras igrejas da capital baiana ao chegar à Terra Firme a família real entrou nas carruagens que estavam a sua espera e seguiu pela rua da preguiça e pela Ladeira da Gameleira até o Largo do teatro atual praça Castro Alves ali Dom João e comitiva foram recebidos pelos representantes da Câmara Municipal que os convidaram a seguir a pé sobre um Palio púrpura até a igreja da fé onde o arcebispo celebrou um Tedeu um laudamos em agradecimento pelo sucesso da travessia do oceano ao longo do caminho alas e Soldados faziam continências enquanto os sinos
de todas as igrejas continuavam a replicar a noite a comitiva real se recolheu ao passo do governo seguiu-se uma semana de música Dança espetáculos Luminosos pelas ruas da cidade e longa cerimônia de Benjamim nas quais o príncipe Regente recebia pacientemente filas intermináveis de súditos eram os mineiros agricultores Comerciantes padres militares Funcionários Públicos e pessoas humildes que vinham prestar sua homenagem ao soberano com suas igrejas faz câncer de ouro e entalhes barrocos suas casinhas brancas espalhadas pela encosta e os imponentes Solares que se destacam no alto dos morros Salvador era uma das mais bonitas cidades do
império colonial português visto a distância na entrada da Bahia de Todos os Santos o seu aspecto deslumbrava os visitantes estrangeiros como se pode constatar nessa descrição da inglesa Maria Graham que ali chegaria no dia 17 de outubro de 1821 abre aspas esta manhã ao raiar da Aurora meus olhos abriram-se diante de um dos mais belos espetáculos que jamais contemplai uma cidade magnífica de aspecto vista do mar está colocado ao longo da cumeeira e na declividade de uma alta e Ingrid montanha uma vegetação riquíssima surge entremeada com as claras construções e além da cidade estende-se até
o extremo da terra onde ficam a pitoresca a igreja e o Convento de Santo Antônio da Barra aqui e ali o solo vermelho vivo harmoniza-se com o telhado das casas o pitoresco dos potes o movimento do embarque os morros que se espumam a distância e a própria forma da Bahia com suas Ilhas e promotores tudo completa um Panorama encantador depois há uma fresca brisa marítima que dá ânimo para apreciá-lo não distante o clima tropical fecha aspas nota de rodapé vamos a ela Maria Diário de uma viagem ao Brasil página 144 voltando ao texto apesar do
seu movimentado Porto e de sua importância econômica e política Salvador era uma cidade relativamente pequena de apenas 46 mil habitantes um pouco menor do que o Rio de Janeiro que nessa época tinha 60 mil pessoas nota de rodapé vamos a ela o w é de Nereu Cavalcante o Rio de Janeiro 7 cientista página 258 baseando-se numa lista das 30 maiores cidades do mundo no começo do século 19 feita pelo Historiador português a h Oliveira Marques voltando ao texto sua localização sobre um terreno muito elevado correndo em declive para o mar seguia arrisca a estratégia militar
adotada pelos portugueses para defesa do império Lisboa e o porto em Portugal Luanda em Angola Macau na China Rio de Janeiro e Olinda no Brasil seguiu o mesmo nota de rodapé vamos a ela para uma descrição de Salvador e as razões estratégicas em sua localização ver CR boxer a idade de ouro do Brasil página 124 voltando ao texto as igrejas Conventos edifícios públicos e residências das famílias mais avastadas ficavam na cidade alta na Cidade Baixa na faixa rente ao mar situada de um quarteirão comercial com armazéns lojas oficinas e o cais do porto abre aspas
não há na Cidade Baixa se não Comerciantes descreveu o pintor Yohan Morretes rugendas que visitou Salvador alguns anos mais tarde abre aspas os mais ricos e notadamente os estrangeiros tem também casas de campo e vasto Jardim das alturas fora dos limites da cidade o mercado de escravos a bolsa as lojas dos negociantes o Arsenal é oficina de construção marítima ficam na Cidade Baixa dessa aspas nota de rodapé vamos a ela Yohan no hit rugendas Viagem pitoresca Pelo Brasil tradução da edição francesa de 1835 página 52 voltando ao texto a ligação entre as duas partes era
feita por ruas ladeiras e becos estreitos que tornavam o trânsito Sobre Rodas Impossível por isso um grande molinete era usado para içar mercadorias pesadas um século e meio mais tarde Esse sistema de tração mecânico e precário seria substituído pelo Elevador Lacerda movido a eletricidade que hoje é um dos cartões postais da capital baiana além do molinete o transporte de mercadorias era realizado por escravos e animais de carga que subiu e desciam as ladeiras em Londres e demoradas filas visitando os moradores de lustres eram igualmente carregados morro acima por escravos em leiteiras e cadeirinha suspensas por
varões transversais as se destacava na paisagem e encantavamos visitantes estrangeiros tinham sido quase todas construídas antes da transferência da capital para o Rio de Janeiro entre 1650 e 1750 os Solares da Cidade Alta eram divididos em dois pavimentos os aposentos principais ocupados pelos quatro da varandados e pelas salas e estarem refeições ficavam no andar de cima o térreo era reservado para acomodação de escravos e mercadorias pesadas em resumo Salvador era abre aspas uma cidade tipicamente portuguesa medieval em sua falta de planejamento e no seu desordenado crescimento formando nítido contraste com a cidade metodicamente dirigidas da
América espanhola fecha aspas na avaliação de historiador inglês Charles boxer o deslumbramento da paisagem porém se convertia em decepção quando visitante entrava na cidade Maria grande achou tudo muito sujo e decadente a rua pela qual entramos grande o portão do Arsenal é sem dúvida nenhuma o lugar mais sujo em que eu jamais estive contou é extremamente Estreita E apesar disso todos os artistas trazem seus bancos e ferramentas para a Rua nos Espaços que deixam Livres ao longo da parede estão vendedores de frutas salsichas chouriços peixe frito azeite doces negros transando chapéus ou tapetes cadeiras cães
porcos abdomésticas sem separação nem distinção como a sarjeta corre no meio da rua tudo ali se atira das diferentes Lojas Bem como da janelas ali vivem e alimentam seus animais seja aspas essa impressão se acentuava ao entrar nas casas abre aspas na maior parte são repugnantemente sujas fecha aspas registrou Maria grana abre aspas o andar térreo consiste geralmente em celas para os escravos cavalariças etc a Sacadas são estreitas e escuras e em mais de uma casa esperamos uma passagem enquanto os criados corriam abre portas de janelas da sala de visitas e a chamar as patroas
que gozavam os trajes caseiros em seus quartos quando apareciam dificilmente pudesse ir acreditar que a metade delas eram senhoras e sociedades como não usam nem coletes nem espartilhos o corpo torna-se quase indecentemente desalinhado dessa aspas já naquela época a cidade se caracterizava pelas profissões e festas religiosas que misturavam rituais sagrados e Profanos um viajante francês 1718 ficou chocado a observar o vice-rei dançando diante do altar mor em honra de São Gonçalo do Amarante abre aspas ele se chacoalhava de forma violenta que não convinha nem a sua idade nem a sua posição dessa aspas escreveu francês
que assinava Como ler Gentil de levar René Charles boxer relatou que os pais e marido de Salvador eram encorajados igreja a manter suas mulheres e filhas reclusas como forma de evitar que se expusessem a moralidade relativamente frouxa da cidade abre aspas a frequência da prostituição de escravas e de outros obstáculos para o caminho de uma vida de família completa tal como duplo padrão de castidade como que existia entre maridos e esposas concorreram para uma grande quantidade de miscigenação entre homens brancos e mulheres de cor escreveu boxer isso por sua vez produzia muitas crianças não desejadas
que se viviam e cresciam tornavam-se e criminosas vivendo de suas espertezas e a margem da sociedade abre aspas o historiador também se refere a ameaças vergonhosa prática de viverem as senhoras dos ganhos imorais e suas escravas que eu não só eram encorajadas mas compelidas a entregasse a prostituição dessa aspas Dom João passou um mês na Bahia por um dia responsável e festas celebrações passeios e decisões importantes que haveriam de Mudar Os destinos do Brasil Ele e a mãe a Rainha Maria primeira ficaram hospedados no palácio do governador a Princesa Carlota Joaquina não se juntou a
eles depois da chegada permaneceu mais cinco dias a bordo da nao Alfonso de Albuquerque em seguida hospedou-se no palácio da Justiça situado no centro da cidade no dia 28 de janeiro apenas uma semana depois de aportar em Salvador e de mais uma cerimônia do tedel Dom João foi ao Senado da câmara assinar seu mais famoso ato em território brasileiro a carta Régia de abertura dos portos ao comércio de todas as nações amigas A partir dessa data estava autorizada a importação abre aspas de todos e quaisquer gêneros fazendas e mercadorias transportadas em navios estrangeiros das potências
que se conservam em paz e harmonia com a real coroa há dois mitos propagados por alguns livros de história a respeito da abertura dos o primeiro atribui a decisão ao funcionário público baiano José da Silva Lisboa futuro Visconde de Cairu discípulo do escocês Adam Smith o pai da doutrina Liberal moderna e autor de a riqueza das Nações Lisboa teria apresentado um estudo a Dom João sobre a conveniência de liderar o comércio do Brasil como forma de estimulado o desenvolvimento econômico da coroa o segundo mito é que a decisão teria sido um gesto de simpatia de
Dom João para com os brasileiros libertando-os finalmente do monopólio português e do isolamento comercial abertura dos portos Foi Sem dúvida alguma benéfica ao Brasil e coincidia com as opiniões liberais e Silva Lisboa mas na prática era uma medida inevitável um Portugal e o porto de Lisboa ocupado pelos franceses o começo do reino estava virtualmente paralisado abrir os portos do Brasil era portanto uma decisão óbvia além disso a liberação do comércio internacional na colônia era uma dívida que não tinha com a Inglaterra foi o preço que pagou pela proteção contra Napoleão devidamente negociado em Londres em
outubro de 1807 pelo Embaixador português Dom Domingos de Souza Coutinho o acordo previa não só a abertura dos portos mas também autorização para a instalação de uma base naval britânica na Ilha da Madeira abre aspas abertura dos portos ao comércio Mundial significava na realidade que em relação à Europa os portos estavam abertos apenas ao comércio com a Inglaterra enquanto durar essa guerra no continente dessa aspas analisou o historiador Alan k Manchester segundo Historiador Melo Moraes na véspera da partida em Lisboa o representante britânico Ford teve uma reunião com o ministro Antônio de Araújo na qual
avisou que o Almirante Sidney só levantaria o bloqueio naval e permitiria a saída da espada portuguesa mediante as seguintes condições a abertura dos portos do Brasil a concorrência livre e reservada para a Inglaterra marcando-lhe desde logo uma tarifa de direitos insignificantes e até que um dos portos do Brasil o de Santa Catarina fosse entregue a Inglaterra fecha aspas Araújo teria reagido com irritação mas o fato é que com exceção do porto Exclusivo em Santa Catarina todas as exigências eram atendidas depois da chegada ao Brasil ainda em Salvador Dom João aprovou a criação da primeira escola
de medicina do Brasil e os estatutos da Primeira Companhia de Seguros batizada comece o Marítimo também deu licença para a construção de uma fábrica de vidro e outra de pólvora autorizou o governador estabelecerá cultura e a moagem do Trigo mandou Abrir estradas e encomendou um plano de defesa e fortificação da Bahia que incluía a construção de 25 barcas caminhoneiras e a criação de dois esquadrão de Cavalaria e onde artilharia além dessas decisões importantes a temporada Baiana de João foi de amenidade com passeios e celebrações populares no dia 11 de fevereiro o príncipe Regente foi conhecer
a Ilha de Itaparica levando junto o príncipe da Vieira Dom Pedro futuro Imperador do Brasil ao tentar voltar foi pego de surpresa por uma tempestade e teve de passar a noite na casa de João Antunes Guimarães o morador da Ilha numa outra ocasião saiu pelas ruas da cidade e distribuiu moedas de ouro para a multidão que o aclamava os baianos tentaram em vão convencê-la ficar na Bahia representantes da câmara Prometeram levantar fundos para construir um luxuoso Palácio e sustentar as despesas da corte na cidade Dom João recusou a oferta porque Salvador era muito mais vulnerável
a um evento ao ataque francês do que o bem protegido e mais distante Porto do Rio de Janeiro e foi para lá que embarcou no dia 26 de fevereiro cumprindo a última etapa de sua viagem memorável ao Brasil Capítulo 9 a colônia 200 anos atrás o Brasil não existia pelo menos não como é hoje um país Integrado de fronteiras bem definidas e habitantes que se identificam como brasileiros torcem pela mesma seleção de futebol usam os mesmos documentos viajam para fazer turismo ou trabalhar em cidades e estados vizinhos frequentam escolas de currículo Unificado e compram e
vendem entre si produtos e serviços as extras da chegada da corte é o Rio de Janeiro o Brasil era uma amontoado de regiões mais ou menos autônomas sem comércio ou qualquer outra forma de relacionamento que tinham como pontos de referência apenas o idioma português e a coroa portuguesa sediada em Lisboa do outro lado do oceano Atlântico abre aspas cada capitania tinha o seu governante sua pequena milícia e seu pequeno tesouro a comunicação entre elas precária sendo que geralmente uma ignorável a existência da outra fecha aspas assinalou o naturalista francês oguste santiler que percorreu o país
de norte a sul entre 1816 e 1822 abre aspas não havia um Brasil com um centro comum era um círculo imenso no qual os raios convergiam para bem longe da circunferência Central essa aspas nota de rodapé vamos a ela citado em JF de Almeida Prado Dom João VI o início da classe dirigente no Brasil página 134 voltando ao texto nem mesmo a expressão brasileiro era reconhecida como sendo designação das pessoas que nasciam no Brasil panfletos e artigos publicados no começo do século 19 discutiam se a denominação correta seria brasileiro com f Brasiliense ou Brasiliano o
jornalista Hipólito José da Costa dono do Jornal Correio Braziliense com z publicado em Londres acharam que as pessoas naturais do Brasil deveriam se chamar brasilienses nota de rodapé vamos a ela Correio Braziliense se escreve com z e não com s porque mantenha a forma ortográfica usual da época pela mesma razão a palavra português era geralmente escrita com z conforme Adriano da Gama Cury Correio Braziliense dois pontos ortografia e linguagem artigo para o site Observatório da Imprensa em Observatório ponto último segundo ponto ig.com.br voltando ao texto na sua opinião brasileiro era o português ou o estrangeiro
que aqui se estabeleceram Brasiliano o indígena abre aspas o Brasil nada mais era do que uma unidade geográfica formada por províncias no fundo estranhas umas as outras dessa aspas observou o historiador Manuel de Oliveira Lima tudo isso mudaria com a chegada do Príncipe Regente abre aspas agora porém tinham essas províncias Quem disse numa real unidade política encontrando seu eixo natural na própria capital o Rio de Janeiro onde passava a residir o rei acorde e o gabinete dessa aspas acrescentou o mapa do Brasil de 1808 já era muito semelhante ao atual com exceção do estado do
Acre que queria comprado a Bolívia em 1903 Além disso durante o governo de Dom João virei uma breve mudança na fronteira ao sul a Província Cisplatina seria anexada ao Brasil em 1817 mas declararia sua independência 11 anos mais tarde para se tornar o atual Uruguai o Tratado de Madrid de 1750 tinha revogado o antigo Tratado de Tordesilhas e redesenhadas fronteiras das colônias Portuguesa e espanholas Com base no conceito de ocupação efetiva do território ocupar o território era portanto uma forma de garantir sua integridade sem o Brasil Portugal é uma insignificante potência o Brasil sem forças
é um preciosíssimo tesouro abandonado a quem não fizeram culpar fechar aspas escreveu em 1779 o secretário da Marinha e ultramar Marquinhos de Melo e Castro Alves Ferreira do Brasil Luiz de Vasconcelos de Souza Melo e Castro queria dizer que o futuro de Portugal dependia da ocupação e da Defesa do Brasil por isso os esforços da administração portuguesa se concentravam nessa tarefa quase todos os grandes rios Amazônicos já haviam sido razoavelmente explorados em 1808 os pontos mais estratégicos estavam demarcados e protegidos com a construção de fortalezas em Tabatinga na fronteira com o peru e a Colômbia
o Marquês de Pombal havia mandado erguer um Entreposto comercial e um forte cujos canhões controlavam o acesso pelo Rio Solimões era o posto mais avançado do território português dentro das colônias espanholas na direção oeste expedições tinham chegado até o Oiapoque inapeadas nascentes do Rio trombetas com imenso Território Virgem escassamente povoado o Brasil tinha pouco mais de 3 milhões de habitantes menos de 2% da sua população atual nota de rodapé vamos a ela Fernando Novais história da vida privada Volume 1 página 20 baseando-se em dados coletados por dayur auden voltando ao texto de cada três brasileiros
um era escravo a população indígena era estimada Em 800 mil pessoas a mancha de povoamento ainda se concentrava no litoral com algumas cidades do interior de São Paulo Minas Gerais Goiás Mato Grosso e ao longo do Rio Amazonas a vila de Itu a 100 km de São Paulo era considerada a boca do Sertão entre aspas antigo ponto de partida dos Bandeirantes Paulistas em direção ao interior ermo do Brasil era o último aglomerado urbano de São Paulo com algum conforto e comunicação regular com as demais regiões a partir daí o país não passava de um deserto
Verde habitado por índios garimpeiros e escassos criadores de gado território de ação dos contrabandistas que vendiam suas mercadorias em Buenos Aires Minas Gerais era a província mais populosa um pouco mais de 600 mil habitantes em seguida Dream o Rio de Janeiro o meio milhão Bahia e Pernambuco ocupavam respectivamente o terceiro e o quarto lugar nota de rodapé vamos a ela o centro de 1819 o primeiro no governo de Dom João VI calculou a população brasileira em 3 milhões 596.132 habitantes sem contar cerca de 800 mil indígenas os escravos eram 1 milhão 107.389 Minas Gerais a
província mais populosa tinha 631.885 habitantes sendo 463.345 pessoas livres e 168.543 escravas em seguida vem o Rio de Janeiro com 510 mil moradores dos quais 23% eram escravos e daí Pernambuco com 477 1912 e 371 146 habitantes respectivamente Pandiá Calógeras formação histórica do Brasil página 63 E 64 voltando ao texto quando a corte chegou ao Rio de Janeiro a colônia tinha acabado de passar por uma explosão populacional em pouco mais de 100 anos o número de habitantes aumentaram a 10 vezes o motivo for a descoberta de ouro e diamante no final do século 17 a
corrida para as novas áreas de mineração que incluíam Vila Rica a tua Ouro Preto e Tijuco em Minas Gerais e Cuiabá no Mato Grosso produziu a primeira grande onda migratória da Europa para o interior brasileiro só de Portugal entre meio milhão e 800 mil pessoas mudaram-se para o Brasil de 1700 a 1800 ao mesmo tempo o tráfico de escravos se acelerou quase dois milhões e negros cativos Foram importados para trabalhar nas minas e lavouras do Brasil durante o século XVIII foi uma das maiores movimentações forçadas de pessoas em toda a história da humanidade como resultado
a população da colônia estimada em cerca de 300 militantes na última década do século 17 saltou para mais de três milhões por volta de 1800 nota de rodapé vamos a ela Nelson Werneck Sodré formação histórica do Brasil página 158 Fernando Novaes em história da vida privada Volume 1 página 20 dá um número preciso de 2 milhões 931 mil para a população de Portugal em 1801 O que significa que a metrópole e a colônia em um número de habitantes equivalências na virada do século voltando ao texto era uma população analfabeta pobre e carente de tudo na
cidade de São Paulo de 1818 já no governo de Dom João VI apenas dois e meio por cento dos Homens Livres em idade escolar eram alfabetizados a saúde era absurdamente precárias mesmo mais importantes da Costa era impossível encontrar um médico que tivesse feito um curso regular contra Oliveira Lima baseando-se nos relatos do comerciante inglês John lewcock que a partir de 1808 viveu 10 anos no Rio de Janeiro abre aspas as operações mais fáceis costumavam ser praticadas pelos barbeiros sangradores e para as mais difíceis recorrer-se a indivíduos mais preciosos porém no geral igualmente ignorante de anatomia
e patologia dessa aspas autorização para fazer cirurgia e clínica era dada mediante um exame perante o juiz comissário ele próprio um ignorante da Ciência da medicina os candidatos eram admitidos nessa prova se comprovasse um mínimo de quatro anos de prática numa farmácia ou hospital ou seja primeiro se praticava medicina e depois se obtinha autorização para exercê-la devido a precariedade das Comunicações com o interior da colônia a notícia da morte do Rei José primeiro em 1777 levou três meses e meio para chegar a São Paulo duas décadas e meia mais tarde a província de São Pedro
do Rio Grande atual Estado do Rio Grande do Sul Demorou três meses e 13 dias para saber se Portugal e Espanha estavam em guerra quando a notícia chegou no dia 15 de junho de 1801 fazia nove dias que o confronto terminará com a derrota de Portugal sem saber da trégua o capitão de armas o Rio Grande Sebastião Xavier Veiga Cabral da câmara imediatamente declarou guerra aos vizinhos espanhóis e a frente das tropas portuguesas tomou uma vasta área desde o território das Missões no oeste da capitania até o Rio Jaguarão no sul desse modo por falta
de comunicação Portugal acabou ganhando no Brasil uma disputa que havia perdido na Europa como registrou o jornalista Jorge Caldeira no livro Mauá empresário do império que conta a trajetória do Visconde de Mauá no segundo império a ignorância e o isolamento eram resultados de uma política deliberada do governo português que tinha como objetivo manter o Brasil uma joia extrativista e sem vontade própria Longe dos Olhos e da cobiça dos Estrangeiros era uma política tão antiga quanto a própria colônia ao assumir o cargo em 1548 o primeiro governador-geral Tomé de Souza recebeu da coroa portuguesa duas instruções
sobre como conduzir os negócios no Brasil uma delas a nona determinava que o governador deveria abre aspas impedir a comunicação de uma capitania a outra pelo Sertão a não ser com a devida autorização dessa aspas uma lei de 1733 proibia abertura de estradas como forma de combater o contrabando de ouro e diamantes facilitando a fiscalização Por parte dos funcionários portugueses encarregados de recolher o quinto real sobre toda a produção de pedras e minerais preciosos da Polônia poucas estradas existentes aberta sobre picadas criadas pelos índios antes ainda do descobrimento e reaproveitadas pelos primeiros colonizadores intenção Portuguesa
de conservar no Brasil fechado para o mundo é ilustrada pela ordem de prisão emitida em Julho de 1800 contra o barão naturalista e geógrafo Alemão Alexander Von Humboldt que na época percorreu a região amazônica em busca de novas espécies da fauna e da flora ignorando o valor científico da expedição o governo português considerou sua presença prejudicial aos interesses da coroa pelas ideias perigosas que ele poderia disseminar na colônia uma carta do ministro Dom Rodrigo de Souza Coutinho para seu irmão Francisco de Souza Coutinho então governador da província do Grão Pará alertava que a viagem de
robô era entre aspas suspeita porque ele poderia abre aspas debaixo de preciosos pretextos reticência tentar com novas ideias de e capciosos princípios os ânimos os povos dessa harpas podem semelhantes foram despedidas para os governadores do Maranhão e da Paraíba mantida por três séculos isolada no atraso na ignorância a colônia era composta por verdadeiras Ilhas escassa somente habitadas e cultivadas distantes e estranhas entre si o Rio Grande do Sul produzia tribo e gado usado na fabricação de charque mandas de couro sebo e chifre suas fazendas eram gigantescas um dos maiores pecuaristas da região Juventude dos Anjos
a bater 50 mil cabeças de gado por ano em 1808 o porto do Rio Grande com 500 casas e dois mil habitantes recebia 150 navios por ano o triplo da vizinha Montevidéu exportava essas mercadorias para todo o resto do país e também para Portugal África e os domínios portugueses nas índias importava das outras regiões da própria colônia aguardente açúcar algo algodão arroz mandioca e doces em geral ele Portugal linha óleo azeitonas vidro cordas Quintas espingardas de caça munições facões e mercadorias inglesas como ferro tecidos e chapéus Porto Alegre promovido a capital da província em Julho
de 1773 era então um pacato vilarejo com 6.035 habitantes com cerca de 3 mil habitantes a ilha de Santa Catarina onde hoje está situada a cidade de Florianópolis já naquela época deslumbrava Viajantes Pela beleza e pela organização as casas são bem construídas com dois ou três andares assoalhadas de madeira Jardim tratados apresentando excelente vegetação e Flores fecha aspas anotou O Viajante John Mauer que em 1807 percorreu o Sul do Brasil vindo de Buenos Aires abre aspas a cidade proporciona agradável Retiro aos Comerciantes afastados dos negócios comandantes Aposentados e outras pessoas que tendo assegurado sua independência
procuram apenas lazer para desvustá-la das aspas nota de rodapé vamos a ela John Mall viagens ao interior do Brasil página 52 para mais informações sobre malware ver o capítulo os Viajantes nesse livro voltando ao texto curiosamente é uma vocação que Florianópolis mantém ainda hoje como destino Favorito de executivo de profissionais liberais aposentados mal também passou por Curitiba na época uma região pastoril um pouco os moradores dedicada à produção de bois e mulas para abastecer os mercados de São Paulo e Rio de Janeiro abre aspas torna-se perigoso avançar em direção ao Oeste pois aí virem os
antropófagos expulsos desses limites a poucos anos alertou viaja a região ao norte está coberta de florestas fecha aspas São Paulo hoje a maior Metrópole da América Latina era um pequeno vilarejo com pouco mais de 20 mil habitantes incluindo os escravos nota de rodapé vamos a ela no senso de 1798 São Paulo tinha 21.304 habitantes mesmo considerando a então recente separação da Vila de Atibaia era praticamente a mesma população apurada no primeiro sensor oficial em 1765 de 20873 habitantes incluindo os escravos ou perto ponteiro de Toledo a capital da Solidão página 239 e 256 lutando ao
texto Entroncamento das várias rotas de comércio entre o litoral e o interior e entre o sul e o restante do país podia ser considerada também a mais indígena e Brasileira de todas as grandes cidades coloniais segundo Jornalista Roberto bombeiro autor de a capital da Solidão um excelente livro sobre a história da capital paulista o Tupi foi a língua mais falado em São Paulo até o começo do século XVIII quando o português se tornou o idioma dominante a rede de dormir também herdada dos índios e às vezes chamada de rede de Carijó era usada pela maioria
da população até o início do século XIX quando foi finalmente suplantada pela cama As casas não eram mais do que adaptações da oca indígena durante os dois primeiros séculos da colônia abre aspas comia-se comida de índio usavam-se armas de índio e até se falava tanto quanto português ou talvez até mais a língua geral dos índios fecha aspas contou Pompeu de Toledo os desenhos do pintor austríaco Thomas Ender em 1817 chegou ao Brasil com a Princesa Leopoldina abre parênteses recém-casado em Viena por procuração com o futuro Imperador Pedro Primeiro fecha parênteses mostram os homens e mulheres
Paulistas usando o chapéus de feltro de cor cinza e Abas largas presas à Copa por 10 o casaco e as calças eram de algodão escuro botas folgadas de couro cru tingidas de preto ficavam seguras abaixo do joelho por Correia e fivela os homens traziam na cintura ou no cano da bota uma faca comprida de cabo Prateado que servia de arma de defesa ou de talher nas refeições nas viagens pelo interior a cavalo ou em comboio de mulas protegiam-se do frio e da chuva usando Poncho Azul comprido e amplo com abertura por onde enfiavam a cabeça
o traje era tão comum em São Paulo que durante muito tempo foi chamado de Paulista entre aspas até cair em Jesus o período de desaparecimento das tropas passando então a ser considerado como típico do Gaúcho no Rio Grande do Sul nota de rodapé vamos a ela o texto desse parágrafo de JF de Almeida Prado Thomas Ender pintura austríaco na corte de Dom João VI no Rio de Janeiro página 35 voltando ao texto uma peculiaridade chamou a atenção de quase todos os Viajantes estrangeiros que passaram por São Paulo nessa época a grande quantidade de prostitutas que
saía as ruas ao anoitecer a carta de tropeiros usavam amplos capotes de lã para cobrir os ombros e parte do rosto chamados de entre aspas baetas esses mantos haviam sido proibidos várias vezes pelos governadores da capitania numa Van tentativa de conter a prostituição em 1775 Mas quem Lopes Lobo alian instituído multas e ameaça de prisão para quem ousasse 35 anos depois em agosto de 1810 o capitão geral Franca e horta também determinava que as escravas flagradas com a Baeta além de pagar multa seria uma espancadas com palmatória o dinheiro das multas seria revertido em favor
do hospital de Lázaros nada disso apareceu surtir efeito uma vez que quase uma década mais tarde em 1817 Tomás render e seu colega Botânico descreviam as mesmas cenas nas ruas de São Paulo o coração econômico da colônia pulsava no triângulo formado por São Paulo Rio de Janeiro e Minas Gerais era para essa região que o eixo do desenvolvimento tinha se deslocado no começo do século XVIII depois do fim do ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e da descoberta do ouro e do diamante em Minas Gerais em seus cadernos de viagem o botânico márcios que também chegou
ao Brasil na Comitiva da Princesa Leopoldina descreve um incessante movimento das tropas de mulas entre São Paulo e Minas Gerais em 1817 abre aspas cada tropa conta de 20 até 50 mulas conduzidas por um arrieiro a cavalo incumbido da direção Geral do apoio é quem dá ordem de partida de descanso de pernoite do equilíbrio da carga do Estado das cangalhas das condições dos animais se não estão feridos ou desferados sob suas ordens os tocadores viajam a pé cada qual incumbido de lote de sete mulas que devem carregar e descarregar tratar e levar ao pasto assim
como cozinhar para si e demais Viajantes o arrieiro geralmente mulato liberto também se ocupa da compra e venda de mercadorias na cidade a representar o comissário do dono da Tropa os tocadores são em sua maioria pretos que procuram assim que podem esse mistério para eles e muito preferível na vida errante e algo aventurosa ao trabalho e mineração ou na roça fecha aspas no percurso das tropas havia ranchos de vendas que serviam de abrigo e locais de reabastecimento para os tropeiros e seus animais ameaças é costume não carregar O Viajante alimentos pois em toda parte encontra
vendas para lhe fornecer gêneros e os ingredientes necessários ao seu preparo fecha aspas essas refeições consistiam em geral de feijão cozido com toucinho acompanhado de carne seca assada e a sobremesa de queijo e banana à noite dormia-se numa manta feita de Couro de Boi estendida sobre um Jirau de ripas sustentado por pedaços de madeira fincados no solo ao chegar ao Rio de Janeiro em 1808 o inglês John lewcock identificou de imediato um problema a falta de moeda corrente não havia dinheiro circulante no Brasil Sobre o domínio português a colônia vivia basicamente de escambo isso restringia
muitas oportunidades que os novos Comerciantes tentavam explorar no país crescem a Beto começa internacional abre aspas o comércio do Rio de Janeiro com Minas Gerais consiste principalmente em negros ferro sal e filhos de lã chapéus panos de algodão estampados compartilharia armas alguns objetos de fantasia um pouco de vinho e de óleo peixe salgado e manteiga relatou John Mauer poucos objetos de luxo penetra nesses afastados reincões cujos habitantes só adquirem O que é absolutamente necessário dessa aspas mal também fala dos hábitos alimentares em Minas Gerais abre aspas ao almoço feijão preto misturado com farinha de milho
e um pouco de torresmo de toucinho frito ou carne cozida ao jantar um pedaço de porco assado derramam água em um prato de farinha de milho colocam tudo amontoado na mesa e aí põe também um prato de feijão cozido cada um se serve à vontade Há apenas uma faca na qual não fazem uso um prato ou dois de couve completo Um repasto servem ordinariamente estas comidas nas panelas de Barro em que foram cozidas algumas vezes as colocam em pratos de estanho a bebida comum é água na ceia só comem hortaliças e pequeno pedaço de toucinho
para lhes dar gosto em dias de festa ou quando recebem pessoas estranhas acrescentam as refeições uma galinha cozida dessa aspas graças ao ouro e ao diamante que brotavam da terra a população da cidade mineiras explodiu no século XVIII no auge de sua prosperidade Vila Rica chegou a ser a maior cidade do Brasil com 100 mil habitantes Tijuco atual Diamantina tinha 40 mil pessoas na época de xícara Silva a famosa escrava que conquistou o coração de um rico português ligado ao garimpo de diamantes quando a corte aportou no Brasil o ciclo do Ouro já estava chegando
ao fim com esse rege geólogo e viajante alemão contabilizou que no começo do século XIX ainda havia na colônia 555 Minas de ouro e diamantes que empregavam diretamente 6.662 trabalhadores dos quais só 169 eram livres tudo é mais 6.493 era um escravos eram regiões de terra devastada pelo garimpo e pela atividade mineradora abre aspas por todos os lados tínhamos sob os olhos os vestígios aflitivos das lavagens vastas extensões de terra removida e montes de Cascalho peça aspas descreveu o botânico o gosto de sandiler ao percorrer o interior de Minas Gerais abre aspas tanto quanto à
vista alcança está a terra toda revirada por mãos humanas de tanto que sonhado lucro e citou o desejo de trabalhar dessa aspas o controle sobre a mineração era rigoroso pelas leis do governo português ou extraídos nas minas e aluviões devia ser entregue às casas autorizadas de fundição de cada distrito onde se cobravam os direitos da coroa um quinto ou seja 20% do minério em pó era reservado ao Rei outros 18% eram pagos as casas de cunhagem o restante para alguns garimpeiros e mineradores na forma de barras marcadas com seu peso pilate número e armas do
Rei Além de Um certificado que lhe permitia entrar em circulação para facilitar o comércio autorizar-se também a circulação de ouro em Pó em pequenas quantidades usadas em pagamentos nas compras do dia a dia além do controle feito nas casas de fundição havia postos de vigilância nas estradas especialmente entre as minas e o litoral onde uma guarnição militar composta por um Tenente e 50 soldados tinha autorização para revistar qualquer pessoa que por ali passasse a punição para os contrabandistas era drástica prisão com risco de todos os bens e deportação para a África o contrabando dominava boa
parte do comércio da colônia Apesar de todas as tentativas de combatê-lo metade pedras preciosas escovavam pelo Rio da Prata em direção a Buenos Aires de lá seguiam para a Europa sem pagar impostos A coroa portuguesa o historiador Francisco Rodolfo de varinhagem calculou em 40%, o total do Ouro desviado de forma ilegal mal descreve a prisão de um contrabandista na aldeia de Conceição interior de Minas Gerais abre aspas uma semana antes da minha chegada a aldeia for a teatro de extraordinária Ventura um tropeiro que ao Rio de Janeiro com vários burros carregados foi alcançado por dois
soldados de Cavalaria mandados em sua perseguição pediram de a espingarda e furaram a Coronha com prego vendo que ela estava louca Tiraram a guarnição de ferro que lhe recobri a base e descobriram uma cavidade que continha 300 quilates de diamantes dessa aspas o tropeiro foi levado para a prisão de tijolo e os diamantes confiscados a sorte desse homem julgou o mal apresenta um exemplo terrível ao rigor das leis ele perderá todos os seus bens e será encerrado provavelmente pelo resto dos dias em uma prisão livre no meio de criminosos e assassinos Graças apesar da política
de isolamento e controle por parte do governo português a colônia ainda era mais dinâmica e criativa do que a decadente e estagnada Metrópole isso acontecia na economia mas também nas artes e na ciência entre 1772 e 1800 um total de 527 brasileiros se formou em Coimbra então a mais respeitar a Universidade do império Português e um centro de formação da Elite intelectual que depois de Dom João VI constituiria o que Sérgio Buarque de Holanda chamou de abre aspas a classe dirigente brasileira das aspas um quarto dos formandosinha da capitania do Rio de Janeiro 64% deles
eram formados em advocacia por ser o curso que mais oportunidades profissionais oferecia na época especialmente no serviço público um dos brasileiros formados em Coimbra Santista José Bonifácio de Andrade e Silva o futuro Patriarca da Independência minerar lojista de renome internacional José Bonifácio também escreveu a primeira memória para academia real de ciências de Lisboa sobre o aperfeiçoamento da pesca de baleia tinha viajado pela Europa inteira assistiu a Revolução Francesa em Paris e participou da ofensiva contra as tropas de Napoleão organizada pelos ingleses em Portugal depois da fuga da corte era provavelmente mais experiente e bem preparado
do que qualquer estadista ou intelectual português do seu tempo a existência dessa pequena Elite intelectual representava uma proeza numa colônia em que tudo se proibia e censurava livros de jornais eram impedidos de circular livremente carta de Dom Rodrigo de Souza Coutinho ao governador da Bahia Dom Fernando José de Portugal em 1798 recomendava vigilância Severa sobre a circulação de livros Pois havia informações na corte de que os principais cidadãos de Salvador se achavam abre aspas infectados dos a princípios franceses fecha aspas quem ousasse expressar opiniões em público contra as ao pensamento vigente na corte portuguesa corria
o risco de ser preso processado e eventualmente deportado imprimi-las Então nem pensar nota de rodapé vamos a ela para a censura no Brasil colônia ver Isabel Lustosa insultos impressos o nascimento da empresa no Brasil em Jurandir malerba O organizador o livro a independência brasileira novas dimensões página 242 voltando ao texto até mesmo reuniões para discutir ideias eram consideradas Ilegais um caso exemplar do exposto do governo português e impedir a circulação de ideias na colônia foi o trágico destino da sociedade literária do Rio de Janeiro criada em 1786 com apoio do vice-rei Dom Luís de Vasconcelos
de Souza a sociedade tinha como sócios figuras importantes da capital incluindo médicos advogados escritores e poetas nas reuniões semanais discutiam-se assuntos diversos como física astronomia filosofia e literatura e também os acontecimentos políticos na Europa e nos Estados Unidos era a época da Revolução Francesa da Independência Americana e da conjuração mineira o movimento da Independência de Minas Gerais que transformaria o Alferes José Joaquim da Silva Xavier o Tiradentes em Herói Nacional por temer que a sociedade funcionasse como um fermento incontrolável para essas ideias ou então desse rei onde ele Rezende antecessor de Vasconcelos de Souza decidiu
extingui-la em 1794 suspeitas de envolvimento num suposto comprou contra a monarquia 11 pessoas foram presas na fortaleza da Conceição onde permaneceram até 1797 para fugir a censura um Correio Braziliense Primeiro Jornal brasileiro era publicado em Londres se o fundador o jornalista Hipólito José da Costa nasceu no Rio Grande do Sul e deixou o Brasil quando tinha 16 anos formou-se em Coimbra e morou dois anos um dos Estados Unidos voltou para Lisboa e foi preso em 1803 por integrar a Maçonaria processado pela inquisição fugiu para a Inglaterra em 1805 onde criou o correio três anos mais
tarde abre aspas e pólito era um english Wig escreveu o historiador americano Roger barman referindo-se aos liberais que no Parlamento britânico defendiam os direitos individ uais e a limitação dos poderes do Rei abre aspas acreditava numa constituição equilibrada e justa num congresso forte em liberdade de imprensa e religião no respeito pelos direitos individuais nota de rodapé vamos a ela voltando ao texto o mesmo Hipólito que defendia a liberdade de expressão e ideias liberais acabaria porém inaugurando o sistema de relações promísquas entre imprensa e Governo no Brasil por um acordo secreto Dom João começou a subsidiar
e Hipólito na Inglaterra e a garantir a compra de um determinado número de exemplares do Correio Braziliense com o objetivo de prevenir qualquer radicalização nas opiniões expressas no jornal segundo o historiador barman por esse acordo negociado pelo Embaixador português em Londres de Souza Coutinho a partir de 1812 Hipólito passou a receber uma pensão anual em troca de críticas mais amenas ao governo de Dom João que era um leitor assíduo dos artigos e editoriais da publicação nota de rodapé vamos a ela roderick J barman página 52 a informação de que Dom João era leitura filho do
correio é de Oliveira Lima Dom João VI no Brasil página 166 ao texto abre aspas o público nunca tomou conhecimento desse acordo dessa aspas afirma o historiador De qualquer modo e pólito mostrava-se simpático A coroa portuguesa antes mesmo de negociar subsídio abre aspas ele sempre tratou Dom João com profundo respeito nunca questionando sua beneficência fecha aspas registrou barman O Correio Braziliense que não apoiou a independência brasileira deixou de circular em dezembro de 1822 e pólito foi nomeado pelo Imperador Pedro I agente diplomático do Brasil em Londres cargo que envolvia o pagamento de uma nova pensão
pelos cofres públicos nota de rodapé vamos a ela a informação é de Magalhães Júnior no prefácio do livro de José presas memórias secretas de Dona Carlota Joaquina voltando ao texto na América portuguesa de 1808 as tensões políticas eram agravadas por um fator adicional a escravidão fazia mais 200 anos que o tráfico incessante de negros africanos sustentava a prosperidade da economia colonial os escravos eram o motor das lavouras de algodão fumo e cana-de-açúcar e também das meninas de Ouro e Prata que drenavam a riqueza para Metrópole os cativos somados aos negros libertos mulatos e mestiços seus
naturais Aliados entre os pobres que viviam a margem da sociedade Colonial formaram mais de dois textos da população o que deixava os brancos em minoria tratava-se de uma situação insustentável e potencialmente Explosiva o pavor das religiões de escravos tirava o sono das famílias brancas abastadas e bem educadas em carta de 13 de Fevereiro de 1799 Dom Fernando José de Portugal ministros de Dom João afirmou abre aspas o que sempre se refeu nas colônias é escravatura em razão de sua condição e porque é o maior número de habitantes delas não sendo tão natural que os homens
empregados e estabele que tem bens e propriedades queiram concorrer com uma conspiração ou atentado de que eles resultariam péssimas consequências vendo-se até expostos a serem assassinados pelos seus próprios escravos dessa aspas em 1794 uma rebelião de negros havia resultado num banho de sangue nas Antilhas francesas onde hoje é o Haiti poderia isso se repetir no Brasil certamente na chamada revolta dos alfaiates ocorrido em Salvador em meados de 1798 os revoltosos a fixaram o universo manuscritos nos lugares públicos da cidade exigindo abre aspas o fim do detestável jugo Metropolitano de Portugal fecha aspas a abolição da
escravatura e a igualdade para todos os cidadãos abre aspas especialmente mulatos e negros das aspas os mais radicais pregavam enforcamento de parte da elite branca de Salvador a repressão do governo português foi imediata e duríssima 47 suspeitos foram presos dos quais 9 eram escravos três deles todos mulatos Livres acabaram sendo decapitados e esquartejados pedaços de seus corpos foram espetados em Estacas pelas ruas da capital onde ficaram até se decompor totalmente 16 prisioneiros ganharam a liberdade os demais seriam banidos para a África nota de rodapé vamos a ela para as punições dos Inconfidentes mineiros e os
Réus da Revolta dos alfaiates ver Kennedy Maxwell advassa da Devassa voltando ao texto o suplício judiciário Como era conhecido esse tipo de punição tinha o objetivo de servir de exemplo e de reafirmação do Poder do Rei sobre seus vassalos essa forma radical de expiação de crimes ou faltas graves mediante a motivação do corpo ou mesmo queima dos culpados era usado em Portugal desde a idade média e se tornou Popular nos altos de fé da Inquisição um caso exemplar foi o processo dos Távora no qual um grupo da nobreza acusado de tramar um atentado contra o
Rei Dom José I em 1758 foi executado e teve seus cadáveres mutilados e queimados em praça pública em Lisboa a cinzas foram jogadas ao mar nota de rodapé vamos a ela para a história do processo dos Távora ver Silvia Ronald Lara Campos da violência página 92 e Lilian A longa viagem da biblioteca dos Reis página 100 e 101 voltando ao texto transplantado para a colônia brasileira o suplício judiciário incluía a mutilação física marcação com ferro em brasa açoite e esquartejamento foi aplicado sem dó nem piedade sempre que houve um bom motivo abre parênteses do ponto
de vista da coroa portuguesa fecha parênteses serem usado contra Tiradentes na conjuração mineira contra os líderes da Revolta dos alfaiates da Bahia e em inúmeras outras pequenas religiões regionais em lugar da ameaça e da coerção no entanto o Dom João que chegou ao Brasil em 1808 usaria para governar um outro atributo Fortíssimo da monarquia o da imagem do rebenigno que tudo provê e de todos cuide e protege Dom João passaria a história como monarca bonachão sossegado e paternal que todas as noites recebia pacientemente seus súditos no Palácio de São Cristóvão para o ritual do Benjamim
em que mesmo as pessoas mas Humildes incluindo índios escravos tinham direito de lhe fazer súplicas e prestar homenagem abre aspas a corte o poder real fascinavam-nos como uma verdadeira atração Messiânica era a esperança de Socorro de um pai que vem curar a feridas do filho fecha aspas notou a historiadora Maria Odila Leite da Silva Dias Capítulo 10 o repórter perereca as quadras de Dom João e da família real portuguesa entrou na Bahia da Guanabara no começo da tarde de 7 de março de 1808 havia sol e o céu Estava azul sem uma única nuvem um
vento forte soprava do Oceano para aliviar o calor ainda sufocante do final do verão carioca depois de três meses e uma semana de viagem contando a escala em Salvador centenas de Nobres e ilustres passageiros se comprimiam na Morada dos navios para contemplar o Soberbo espetáculo que se descortinava diante dos seus olhos Uma cidadezinha de casas brancas alinhadas rente à praia debruçava-se as margens de uma Baía de águas calmas e moldurada por altíssimas montanhas e granito cobertas pela Floresta luxuriante de tonalidade Verde escura como nunca se tinha visto em Portugal para os que estavam em terra
o momento era de festa e regozijo postado entre as milhares de pessoas ansiosas que se comprimiam ao longo do cais para ver a chegada das novas portuguesas um repórter registrou as cenas da seguinte forma abre aspas eram duas para três da tarde a qual estava muito fresca dela e Aprazível reticência desde Aurora o sol nos havia anunciado como mais ditoso dia para o Brasil uma só nuvem não ofuscava os seus resplendores e cujos as dores eram mitigados pela frescura de uma forte e constante Viração parecia que este Astro brilhante apartando assim todo espetáculo como se
regozijava de presentear entrada do primeiro soberano da Europa na mais afortunada cidade do Novo Mundo e queria ser participante do júbilo e aplausos de um povo embriagado no mais veemente prazer fecha aspas nota de rodapé vamos a ela Luiz Gonçalves dos Santos memórias para servir a história do reino do Brasil página 18 e 19 voltando ao texto Luiz Gonçalves dos Santos não era um jornalista de profissão mas um cronista por vocação aos 40 anos berçar em latim grego e filosofia exercia a função de cônego da Igreja Católica nota de rodapé vamos a ela Luís Gonçalves
dos Santos nasceu em 1767 e morreu em 1844 além dos relatos sobre a vida na corte do Rio de Janeiro foi um polemista a favor da Independência escreveu obras místicas e travou um longo debate com o Padre Diogo Feijó a respeito do celibato do clero conforme a vida na corte em www.camera.gov.br voltando ao texto embora ocupar-se um cargo importante da hierarquia católica tinha um apelido engraçado Padre perereca devido à estatura baixa e franzina e os olhos esbugalhados nota de rodapé voltamos a ela a explicação é de Lilian Schwartz a longa viagem da biblioteca dos Reis
página 240 voltando ao texto é uma indicação de que já naquela época a irreverência e humor faziam parte da personalidade carioca e não poupavam ninguém para de perereca registrava tudo que via e defendia suas ideias de forma apaixonada por isso tornou-se o melhor e mais detalhado repórter dos acontecimentos de 1808 até 1821 quando a corte retornou a Portugal em 1825 publicou os dois volumes do seu livro abre aspas memórias para servir o reino do Brasil divididas em três épocas da Felicidade honra e glória escritas na corte do Rio de Janeiro no ano de 1821 e
oferecidas a Sua Majestade Rei Nossa Senhora Dom João VI nota do Lenor isso tudo é o nome do livro voltando ao texto o Tom e laudatório de bajulação e deslumbramento mas os detalhes são de um observador atente curioso os textos de perereca flagram o encontro de dois mundos até então estranhos e distantes de um lado uma monarquia europeia enveregando casacas de veludo sapatos da fivelados meias e seda perucas e galardões roupas pesadas e escuras e mais sobre o sol escaldante dos trópicos de outro uma cidade colonial e quase africana com dois textos da população formada
por negros mestiços e mulatos repleta de homens de grossa Aventura traficantes de escravos tropeiros fosse antes de ouro e diamantes marinheiros e Mercadores das Índias nota de rodapé vamos a ela a expressão é de João Luiz Ribeiro Fragoso abre aspas homens e grossa Aventura acumulação em hierarquia na praça Mercantil do Rio de Janeiro festa aspas 1790 1830 voltando ao texto no dia 14 de janeiro ao saber que o brigue voador chegar ao Rio de Janeiro com a notícia de que as tropas de Napoleão tinha invadido Portugal e que a família real estava a caminho do
Brasil Padre perereca notou abre aspas nunca correu algum trouxe notícias mais tristes e ao mesmo tempo mas lisonjeiras eu não sei explicar o assombro A Conservação e o sentimento de todos por causa das desgraças da mãe Pátria as lágrimas corriam dos olhos de todos e muitos ficaram sem articular uma sua palavra ao ouvir tão em falta novidade se tão grandes eram os motivos de mágoa e aflição não menor eram as causas de consoles e prazer uma nova ordem de coisas e a principiar nessa parte do Hemisfério astral o império do Brasil já se considerava projetado
e ansiosamente suspiravamos pela poderosa mão do Príncipe Regente nosso senhor para lançar a primeira pedra da Fortuna grandeza prosperidade e poder do Novo Império dessa aspas as notícias trazidas pelo voador provocaram Freguesia no Rio de Janeiro sem ainda saber da decisão do Príncipe Regente de fazer uma escala na Bahia a cidade tinha poucas semanas para se preparar encarregado de organizar a recepção obesirei Conde dos Arcos Deixou sua moradia um prédio Caiado e dois pavimentos situado bem em frente ao cais do porto onde hoje é a Praça 15 de novembro e esse prédio conhecido como Paço
dos vice Reis funcionava também o tribunal da relação do Brasil colônia a lei deveriam ser hospedados o príncipe Regente e sua família como não havia tempo para fazer uma reforma completa o local foi Caiado por fora seu interior recebeu uma nova pintura e forração de seda com várias cores era tudo que é urgência do momento permitia o conde também determinou aos governadores das províncias vizinhas São Paulo e Minas Gerais que enviassem carne de vaca porco carneiro e aves mas uva pêssego goiaba banana cará batata batata doce milho mandioca e feijão alimentos e provisões para matar
a fome de uma coisa que chegava necessitada de tudo e maltratada pela longa travessia do Atlântico dois dias depois em 16 de janeiro o Senado da câmara espécie de câmara de vereadores da época do Brasil colonial composta por representantes destacados da sociedade reuniu-se para organizar a recepção da família real os festejos incluiriam serem religiosas e danças e diversões populares as casas deveriam ser iluminadas e ter suas janelas enfeitadas em todo o percurso haveria músicas encoretos espalhadas pelas ruas o badalar dos Sinos e todas as igrejas e o troados canhões situados na barra da Bahia da
Guanabara completariam o Tom grandioso do evento apesar da correria tudo funcionou como combinado Segundo atestam Os relatos do padre perereca maus planos estavam traçados quando no final da tarde de 17 de Janeiro sete embarcações portuguesas e 13 inglesas Entraram na Bahia da Guanabara era a parte do Comboio que se havia perdido da comitiva real na altura do arquipélago da madeira e chegava ao Rio de Janeiro depois de fazer uma escala em Cabo Verde traziam as duas irmãs da Rainha Maria primeira Dona Maria Benedita e Dona Maria Ana e as princesas Maria Francisca e Isabel Maria
filha de Dom João e Carlota Joaquina convidados a desembarcar pelo Conde dos Arcos as princesas preferiram ficar a Bordo até receber a confirmação de que o restante da Família tinha chegado a salvo da Bahia Isso só aconteceu um mês depois no dia 22 de fevereiro só então elas concordaram em defesa dos navios duas semanas mais tarde em Sete de Março o restante da Esquadra fundeou em frente à praça do pátio como determinado pelo vice-rei foi soldada pelos disparos de canhões das fortalezas e navios de guerra estacionados na Bahia e pelo repicado dos filhos das igrejas
e Mosteiros Padre perereca reportou abre aspas Rio de Janeiro cidade há mais ditosa do Novo Mundo Rio de Janeiro aí tens a tua Augusta rainha e o teu excelso príncipe com sua real família as primeiras majestades que o hemisfério austral viu e conheceu Esses são os teus soberanos e senhores descendentes e Herdeiros daqueles grandes Reis que te Descobriram que povoaram e que engrandeceram ao ponto de seres De hoje em diante princesa de toda América e corte do senhor dos reis de Portugal enche de júbilo salta de prazer orna-te dos seus mais ricos vestidos saiam o
encontro dos teus soberanos e recolhe Com todo o respeito veneração e amor o príncipe ditoso que vem em nome do senhor visitar o seu povo a família real permaneceu a Bordo nesse primeiro dia recebendo inúmeros cortejos que foram dar as boas vindas uma comissão do senado da câmara magistrados padres e bispos Oficiais do Exército acompanhados do vice-rei primeiro em complementar Dom João nanau príncipe real depois a Princesa Carlota Joaquina na Alfonso de Albuquerque Padre perereca relatou o entardecer de 7 de Março da seguinte forma apenas começou a escurecer toda a cidade se iluminou de tal
sorte que não se fazia sensível a retirada do sol pois não houve casa ainda do mais pobre que por meio de luzes não manifestasse exteriormente a alegria interior de seus moradores essa aspas o desembarque aconteceu só no dia seguinte 8 de Março por volta das 4:00 da tarde canal príncipe real do João foi transportado para a terra por um bergantino Escarlate Dourado coberto com um dossel purpura desceram todos menos a rainha Dona Maria primeira que ficou a Bordo mais dois dias para os brasileiros coloniais que aguardavam em terra foi inevitável um certo arde decepção ao
ver aquela corte por agida e castigada pela precariedade da longa travessia Como já se viu nunca antes um rei europeu tinha pisado solo americano até então a imagem que se vinha do Príncipe Regente era o que aparecia nas moedas e nas gravuras que chegavam da Metrópole um soberano um olhar e a pose altiva envergando manto púrpura e o cetro no desembarque o que se viu era bem diferente do Belo príncipe retratado nos quadros oficiais era abre aspas um homem muito gordo muito fatigado muito simples de suíças castanhas escorridas ao longo da face vermelha e passa
o Moroso em virtude da Erisipela hereditária e uma velha casaca com decorada de nóduas até jaspas segundo o relato do Historiador Pedro Calmon na descrição de outra Historiador Tobias Barreto abre aspas Dom João para Jaba casaca comprida de gola alta colete Branco bordado calções de cetim botas curtas dragões um enorme chapéu armado com enfeites de arminho e trazia na cintura um espadão pendente de cordões de filho de ouro com as respectivas bolas fecha aspas ao lado do príncipe que abre aspas marchava dificilmente fecha aspas a tua mulher Carlota Joaquina abre aspas magra oçuda os olhos
inquietos a boca serrada os lábios finos o queixo comprido voluntarioso e duro não ocultava contrariariedade de ver se em terra de gentes que haveria de sempre detestar fecha aspas segundo Tobias Monteiro Carlota as filhas princesas e outras damas da corte tinha desembarcado com as cabeças raspadas ou cabelos curtos protegidas por turbantes devido a infestação de piolhos que havia solados navios durante a viagem Tobias Monteiro conta que ao ver as princesas assim cobertas as mulheres do Rio de Janeiro tiveram uma reação surpreendente acharam que aquela seria a última moda na Europa dentro de pouco tempo quase
todas elas passaram a cortar os cabelos e a usar turbantes para imitar as nobres portuguesas nota de rodapé vamos a ela abre aspas quando as vistas chegar tonsuradas Tudo Belo sexo do Rio de Janeiro haveria de tomar como recinto da moda e dentro em pouco tempo As quartas cabeleiras das cariocas caíram uma a uma devastadas a tesoura pesarpas Tobias Monteiro história do império página 67 voltando ao texto apesar da decepção a primeira vista com a aparência da corte o povo do Rio de Janeiro ele prestou todas as homenagens que estavam ao seu alcance a multidão
quer guardava na rampa do cais em frente à atual Praça 15 de Novembro incluía vereadores padres Cônegos fidalgos magistrados e a Tropa com os stand Ups portugueses ali a família real foi a perdida com água benta em meio a queima de incensos e rezas Dom João beijou a cruz e recebeu as bençãos do bispo depois colocou-se debaixo do Palio de seda vermelha e friso Dourados que protegia do sol em seguida formou-se um imenso cortejo pomposo pelos que recebiam e pelos que chegavam todos lentamente em direção à Igreja do Rosário então Catedral da cidade Arcos triunfais
erguidos às pressas marcavam o percurso as ruas foram cobertas abre aspas defina e branca areia folhas ervas odoríficas e Flores fecha aspas segundo a descrição do padre repórter perereca da fachada das casas tendiam abre aspas cortinados de damasco carmesim e das janelas ricas e viçosas tapeçarias de lindos e variadas cores uma vida mágico outras de cetim e outras de sedas ainda mais preciosas a música jorrava dos coretos nas ruas vizinhas a frente do cordeiro iam as autoridades do Rio de Janeiro Os oficiais militares os juízes de os padres monges e seminaristas dos numerosos Conventos logo
atrás segundo perereca seguia-se O Estandarte da câmara trazido por um cidadão o qual trajava vestido de seda preta capa da mesma colete meses seda branca chapéu meio abado de plumas brancas e presilhas de pedras preciosas cuja capa era ornada com bandas de seda ricamente bordada fecha aspas era ladeado por duas Compridas fileiras de homens trajados da mesma maneira que formavam a guarda do estandarte por fim fechando o cortejo vinha o Palio sob o qual caminhava a família real as varas desse Palio eram sustentadas por oito pessoas entre as quais se destacava amar o velho da
Silva um dos maiores traficantes de escravos do Brasil na época nota de rodapé vamos a ela a informação de que amar o velho da Silva sustentava um dos varões do Palio de Dom João e do padre perereca em memórias página 26 a de que Amaro era um dos grandes traficantes é de João Luiz Fragoso em homens de grossa Aventura página 182 e 25 18 259 segundo Fragoso o inventário portimorta em Viamar avalia sua fortuna em 948 1934 pontos 770z o que fazia dele um dos homens mais ricos do Brasil o inventário da sua esposa Leonardo
Maria da Silva em 1825 somava o equivalente a 61.620 libras esterlinas e 250 escravos em dois engenhos na cidade de Campos na Região Norte do Rio de Janeiro voltando ao texto na catedral foi celebrado uma cerimônia de Ação de Graças Pelo sucesso da viagem em seguida houve o beija-mão no qual os participantes do cortejo se prostravam diante de Dom João para beijar-lhe a mão num gesto que significava ao mesmo tempo obediência e submissão do súditos da colônia ao príncipe esse curioso ritual da monarquia portuguesa que já era praticado pelos vice-reis da colônia marcaria todo o
período em que a corte esteve no Brasil já estava escuro quando a família real seguiu de carruagem até o palácio do vice-rei convertido em Passo Real exaustos foram todos dormir nas ruas em volta porém afeta continuou noite adentro com fogos músicas e declamações e poesias em homenagem aos recém chegados Dona Maria primeira a rainha louca só desembarcou no dia 10 aos 74 anos demente e ao quebrada pela viagem foi conduzida até o palácio numa cadeirinha de braços sustentada pelos criados reais até o seu quarto seguiu A pobre rainha na cadeira de braços com um olhar
incerto dele idiotia e senilidade rodeada por Dona Carlota Joaquina pela infância Dona Mariana e todas as suas metas e criadas que vieram receber com lágrimas e ternura e Amor fecha aspas descreve o cronista Luiz Norton base nos relatos do padre perereca os festejos prosseguiram até o dia 15 de março e foram encerrados oficialmente com mais uma cerimônia de Ação de Graças na Igreja do Rosário e um beija-mão no Passo Real nesses primeiros dias Dom João Carlota Joaquina e os filhos ficaram hospedados no pátio real a residência reformada pelo vice-rei onde dos Arcos foi um arranjo
temporário dentro de pouco tempo o príncipe Regente iria morar num Palácio muito mais amplo e agradável situado no atual bairro de São Cristóvão perto de onde se situam hoje o morro da Mangueira e o estádio do Maracanã sua mulher a Princesa Carlota Joaquina e quem diria separado instalou-se numa chácara na praia de Botafogo a Rainha Maria primeira ficou no convento dos caramelitas ligado ao Passo Real por um passar disso improvisado sobre a Rua Direita atual Primeiro de Março Os Religiosos que até então ocupavam esse convento foram transferidos as pressas para o seminário da Lapa também
não convento foram colocadas a cozinha as oficinas e a real oxaria Como era chamada dispensa que guardava os mantimentos da corte situada ao lado do convento a Igreja do Carmo foi transformada em Capela real as vizinhas casa da câmara e a cadeia pública também foram anexadas ao passo por um passadiço para servir de alojamento para as criadas reais mais complicado foi encontrar a habitação para os milhares e acompanhantes da corte recém chegados à cidade e ainda era relativamente pequena com apenas 60 mil habitantes por ordem do Conde dos Arcos criou-se o famigerado sistema de entre
aspas aposentadorias pelo qual as casas eram requisitadas para o uso da nobreza os interesses escolhidos eram marcados na porta com as letras PR iniciais de príncipe Regente que imediatamente a população começou a interpretar como ponha-se na Rua Hipólito da Costa editor do Correio Braziliense dizia que o sistema de aposentadorias eram regulamento entre aspas medieval um ataque direto ao sagrado direito de propriedade que poderia tornar um novo governo no Brasil odioso para o seu povo fecha aspas os novos moradores porém não só reclamavam do preço dos aluguéis como achavam as moradias mal construídas e desconfortáveis arrogância
e a prepotência dos que chegavam de além-mar resultaram em vários casos de abuso no sistema de aposentadorias O Conde de Belmonte a poderoso de uma casa recém construída pelo patrão morre do Porto e jamais habitada Ali permaneceu por 10 anos sem pagar aluguel enquanto o proprietário se alojava com toda numerosa família numa pequena moradia erguida ao lado da mansão ocupada pelo Conde que assumiu até seus escravos sem satisfação alguma a duquesa de cadaval cujo marido havia morrido na escala em Salvador alojou-se numa chácara do coronel de Milícias Manuel Alves da Costa e lá ficou também
sem pagar um tostão de aluguel quando proprietário decidiu reclamar a casa a nobre inquilina respondeu que não tinha outro lugar para morar e se ofereceu para pagar um aluguel anual de 600.000 abre parênteses equivalente hoje a 34 mil reais fecha parênteses o dono achou pouco e recusou a duquesa se fez de surda e permaneceu na Chácara até 1821 quando voltou para Portugal em companhia de Dom João VI e mandou depositar no Banco a importância correspondência A 600 mil réis por ano sem agradecer ou dar explicações ao coronel esses não foram os únicos transtornos que a
cidade sofreu com a chegada da corte os aluguéis dobraram segundo uma baixa assinado dos moradores guardados no Arquivo Nacional por uma casa térrea fora da cidade onde Diplomata mahler encarregado de negócios da França pagava 800 mil réis por ano o equivalente hoje a cerca de 45 mil reais uma excursão numa carroça puxada por mulas até a fazenda de Santa Cruz situada menos de 100 Km da capital saía por quase 400 Francos cerca de r$ 4.000 em valores atuais era nessa fazenda que Dom João costumava passar os meses de verão numa certa ocasião como ainda não
tinha recebido o salário o Consul francês tive de recusar um convite do Príncipe para acompanhá-lo até lá porque não tinha dinheiro para pagar o aluguel da Carroça abre aspas não há Cantinho do universo onde se seja pior alimentado E pior alojado por preços tão excessivos peça aspas escreveu mala nota de rodapé vamos a ela citado em Oliveira Lima Dom João VI no Brasil página 79 o Oliveira Lima cita todos os valores em réis ou Francos atualização monetária foi feita com a ajuda do sistema de conversão de moedas antigas do Parlamento britânico listado nas fontes eletrônicas
da bibliografia voltando ao texto tudo isso contribuiu para que o entusiasmo dos primeiros dias da chegada logo se dissipassem a colônia brasileira ganharia muito com a vinda de Dom João a começar pela sua independência mas os problemas e o custo dos primeiros anos da família real no Rio de Janeiro foram enormes era preciso alimentar e pagar as despesas de uma cor de ociosa corrupta e perdulária isso aconteceu de duas formas a primeira foram as listas de subscrição voluntária que os ricos e Poderosos da colônia assinaram de muito boa vontade porque tinham a certeza de obter
em troca rápidas e generosas vantagens como se verá nos próximos capítulos muita gente enriqueceu com a chegada da família real A segunda foi o aumento indiscriminado de taxas e impostos que o povo todo pagou sem conseguir avaliar de imediato que benefícios teria com isso no longo prazo o descontentamento resultante se tornaria incontrolável Capítulo 11 uma carta mergulhada na escuridão no Oceano Atlântico as 10 horas da noite de 12 de abril de 1811 uma sexta-feira da Paixão a Fragata Princesa Carlota Vence as ondas na altura da vida de Cabo Verde perto da Costa da África a
caminho do Rio de Janeiro em seus porões seguia a última remessa de livros A Preciosa Biblioteca Real abandonada no cais de Belém três anos e meio antes durante a fuga da família real portuguesa para o Brasil sozinho na sua cabine iluminada pela chama indecisa de um candeeiro o arquivista Luiz Joaquim dos Santos Marrocos escreveu a seguinte carta ao pai Francisco José que ficaram em Lisboa nota de rodapé vamos a ela para facilitar a compreensão o texto da carta foi editado e adaptado para a ortografia do português atual voltando ao texto abre aspas meu pai e
senhor do coração Esta carta é feita entre céu e água sobre mil aflições desgos e trabalhos que nunca pensei em sofrer pois tendo saído da barra de Lisboa com o vento de feição mal chegamos ao mar Largo nos saltou o vento de travessia que nos impeliu para a costa da África eu tenho passado muito incomodado da garganta boca e olhos de maneira que estou em uso de remédios não queria enjoo algum ao sair da barra de Lisboa porém causou minha maior compaixão ver o dormitório geral da gente da Fragata pois dentre 550 pessoas que aqui
há foram poucas poupadas do enjoo de noite não posso dormir mais de uma hora porque o resto fica me para eu pensar nos lances presentes e Futuros da minha vida a oitavo dia de viagem já era corrupta e podre a água de ração de maneira que se lançam fora os bichos para poder beber muitas barrinhas de carne salgada podre Enfim tudo aqui é uma desordem pela falta de providências todas as cordas da Fragata estão podres reticência todas as velas estão avariadas de sorte que se rasgam com qualquer Viração a tripulação não presta em semelhante estado
ficaremos perdidos ser por alguma desgraça formos acometidos de algum temporal rígido não há Botica suficiente para os doentes pois não consta mais do que meia dúzia de ervas sendo aqui as moléstias em abundância não há galinhas nem carnes frescas finalmente para dizer tudo de uma vez se eu souber o estado em que existe a pregada a Princesa Carlota repugnava de meter-me nela e a livraria TS saudades a mana e a Inês e tendo tanto para dizer ainda e tal A pressa que me abriu a levantar a pena reservando esse sossego para o rio se Deus
permitir que eu lá chegue Capítulo 12 o Rio de Janeiro a cidade que acolheu a família real Portuguesa em 1808 estava para as rotas marítimas transoceânicas como o aeroporto de Frankfurt na Alemanha está hoje para os voos intercontinentais era uma espécie de esquina do mundo na qual praticamente todos os navios que partindo da Europa e dos Estados Unidos paravam antes de seguir para a Ásia a África e as terras sem descobertas do Pacífico Sul protegidas do vento e das tempestades pelas montanhas as águas calmas da Baía da Guanabara serviam como abrigo ideal para retardas embarcações
e reabastecimento de água potável charque açúcar cachaça tabaco e lenha abre aspas nenhum Porto colonial do mundo está tão bem localizado para o comércio geral quanto do Rio de Janeiro fecha aspas poderoso viajante John Mauro abre aspas ele goza mais do que qualquer outro dei iguais facilidades de intercâmbio com a Europa a América a África as índias orientais e as ilhas dos Mares do Sul e parece ter sido criado pela natureza para constituir o grande Elo de união entre o comércio dessas grandes regiões do Globo das aspas nota de rodapé vamos a ela John Mauer
viagens ao interior do Brasil 1978 voltando ao texto era uma escala fundamental nas longas e demoradas navegações ao redor do mundo no começo do século XIX uma viagem da Inglaterra ao Rio de Janeiro que Durava entre 55 e 80 dias do Rio até a Cidade do Cabo na África do Sul eram mais 30 a 50 dias até a Índia de 105 a 150 dias para a China 120 a 180 dias até a Austrália de 70 a 90 dias nota de rodapé vamos a ela os cálculos são baseados nos relatos do naturalista Jorge Gardner e do
Viajante Rude Baus citados em Luciana de Lima Martins o Rio de Janeiro dos Viajantes o olhar britânico página 70 voltando ao texto a importância estratégica do Rio de Janeiro para essas rotas era tão grande que após a vinda da Família Real ao Brasil a cidade se tornou sede do quartel-general da Marinha real britânica na América do Sul sob o comando do contra Almirante William Sidney Smith o mesmo que escoltar a esquadra portuguesa na sua partida de Lisboa em novembro de 1807 para os tripulantes e passageiros a chegada ao Rio de Janeiro em meio a uma
viagem perigosa e monótona era sempre um evento agradável e surpreendente Todos Os relatos se referem a grandiosidade da natureza a imponência das montanhas e a vegetação Espetacular dominando tudo ao passar pelo Rio de Janeiro aborda do navio beagle em abril de 18 de 32 o naturalista inglês Charles Darwin pai da teoria da evolução e da seleção das espécies usaria uma inacreditável sequência de adjetivos para descrever o que tinha diante dos olhos abre aspas Sublime pitoresca cores intensas predominam do Tom Azul grandes plantações de cana-de-açúcar e café véu natural de Mimosas florestas parecidas porém mais gloriosas
do que aquelas nas gravuras Raios de Sol plantas parasitas bananas grandes folhas só o mormacento tudo quieto exceto grandes e brilhantes borboletas muita água Essência As Margens cheias de árvores e lindas flores essa aspas nota de rodapé vamos a ela Charles darwins beagle citado de Lima Martins o Rio de Janeiro dos Viajantes página 126 voltando ao texto o registro mais detalhado da paisagem e dos costumes do Rio de Janeiro no tempo da chegada forte foi feito por um inglês John lewcock o comerciante de Yorkshire desembarcou no Rio de Janeiro em junho de 1808 três meses
depois da família real portuguesa abre aspas igrejas Mosteiros fortes e casas de campo faz canse de brancura coroam cada Colina e enfeitam as fraldas das suas alturas e métricas e caprichosas enquanto que fazendo o fundo uma cortina de mata a tudo em sombra das aspas nota de rodapé vamos a ela John Lucky nota sobre o Rio de Janeiro e parques meridionais do Brasil reticência página 23 voltando ao texto muro dez anos no Brasil período em que viajou também por São Paulo Santa Catarina Rio Grande do Sul Minas Gerais e Bahia tinha uma curiosidade insaciável inteligente
perspicar registrou tudo que fez e viu no Brasil além de seus relatos de viagem sejam dicionário de tupi-guarani em 1820 publicou na Inglaterra um livro que o tornaria famoso na história do Brasil pelo testemunho Vivo que oferece de um país em acelerada a transformação nota de rodapé vamos a ela o título original da obra de John Lucky é not on Rio de Janeiro as citações usadas nesse livro são de uma tradução editada em 1942 pela Livraria Martins voltando ao texto na introdução lúcleo dizia que seu objetivo era dar abre aspas ao leitor a opinião Imparcial
sobre os usos e costumes do povo sobre os acontecimentos políticos sobre toda a paisagem social de um país imenso e desconhecido no livro Luke relata que logo pisar em terra firme foi informado que a população do Rio de Janeiro era de 80 mil habitantes achou o número exagerado e o Reféns com seus próprios cálculos segundo ele a cidade queria nessa época 4000 residências com 15 morado em média cada uma isso totalizaria 60 mil habitantes número que a maioria dos historiadores considera bastante preciso o detalhista Lucco dividiu a população da seguinte maneira 16 mil estrangeiros mil
pessoas relacionadas com a corte de Dom João mil Funcionários Públicos mil que residiam na cidade mas tiravam seu sustento das terras vizinhas ou dos navios 700 padres 500 advogados 200 profissionais que praticavam a medicina 40 negociantes regulares 2.000 retalistas 4 mil caixeiros aprendizes e criados de lojas 1250 mecânicos sem saber negros abre aspas vulgarmente chamados de vendeiros das aspas 300 pescadores mil soldados de linha mil Marinheiros do porto mil negros povos ou libertos 12 mil escravos 4 mil mulheres chefes de família a população se completava com cerca de 29 crianças quase a metade do total
depois da ocupação de Lisboa pelos franceses o Rio de Janeiro se tornou mais importante centro naval e comercial do império mais de um terço de todas as exportações e importações da colônia passavam pelo seu Porto bem à frente de Salvador que apesar da importância da produção de açúcar no nordeste nessa época respondia por apenas um quarto do Comércio Exterior brasileiro era também o maior mercado de escravos das Américas se o porto vivia congestionado por navio negreiros que atravessavam o Atlântico vindos da África segundo o cálculos do Historiador Manolo Garcia Florentino nada menos do que 850
mil escravos africanos tinham passado pelo Porto do Rio no século XVIII O que representava pouco menos da metade de todos os negros cativos trazidos para o Brasil nesse período nota de rodapé vamos a ela mas no lugar fria Florentino em costas negras página 31 e seguintes voltando ao texto observada do enquanto os navios se aproximavam do porto Era Uma cidadezinha tranquila e aparência bucólica perfeitamente integrada ao esplendor da natureza que é cercava de perto a impressão mudava rapidamente os problemas eram a umidade a sujeira e a falta de bons modos dos moradores abre aspas vistas
de Fora as casas têm a mesma aparência de limpeza que observamos nas residências dos melhores vilarejos da Inglaterra fecha aspas relatou em 1803 o oficial da Marinha britânica James token abre aspas a boa impressão com tudo desvanece a medida que nos aproximamos logo que se metem os pés para dentro constatas e que a limpeza não passa de um efeito da cal que reveste as paredes exteriores E que nos interiores habitam a sujeira E a preguiça as ruas apesar de retas irregulares são sujas e estreitas ao ponto de um balcão de uma casa quase se encontrar
quando a casa em frente das aspas abre aspas a limpeza estava toda confiada ao jurubus dessa aspas escreveu o historiador Oliveira Lima Alexsander Call the Cleu um estrangeiro viajou pelo Brasil entre 1819 e 1821 ficou impressionado com o número de ratos que infestavam a cidade e seus arredores abre aspas muitas das melhores casas estão de tal forma repletas deles que durante um jantar não é incomum vírus passeando pela sala 10 aspas afirmou devido a pouca profundidade do lençol freático a construção de fossas sanitárias era proibida a urina e as fezes dos moradores recolhidas durante a
noite eram transportadas de manhã para serem despejadas no mar por escravos que carregaram grandes tonéis de esgoto nas costas durante o percurso parte do conteúdo desses tonéis repleto de amônia e ureia caía sobre a pele e com o passar do tempo deixava listras brancas sobre suas costas negras por isso eram conhecidos como tigres entre aspas devido à falta de um sistema de coleta de esgotos os Tigres continuaram em atividade no Rio de Janeiro até 1860 e no Recife até 1882 o sociólogo Gilberto Freire diz que a facilidade de dispor de tigres e seu baixo custo
retardou a criação das redes de saneamento na cidade litorâneas brasileiras notas de rodapé vamos a ela citado por Luiz Felipe Alencastro vida privada e Ordem privada no Império em história da vida privada no Brasil Volume 2 página 67 voltando ao texto os hábitos dos moradores não melhoravam em nada esse Panorama sobre o calor úmido dos trópicos imperavam a preguiça e a falta de elegância no modo de se vestir e se comportar Emanuel naturalista que acompanhou a Princesa Leopoldina ao Brasil observou que os viviam de chinelos calças leves e jaqueta de chita as mulheres em gotas
em Rosários de onde vendem santinhos passavam a maior parte do dia com camisa simples e saia curta abre aspas em ditoso fariente costumam sentar-se numa esteira junto à janelas de pernas cruzadas durante o dia inteiro fecha aspas anotou o Pou James Tucker deixou um registro curioso sobre as mulheres cariocas abre aspas seus olhos levemente puxados negros grandes plenos e brilhantes dão um certo grau de vivacidade a sua termos morena e confere em alguma expressão a sua fisionomia trata-se na maior parte das vezes da manifestação de uma vivacidade animal temperada com o toque leve e singelo
da sensibilidade dessa aspas tanque porém fazia uma ressalva abre aspas as mulheres brasileiras têm entre outros o péssimo hábito de escarrar em público Não importando a hora situação não o lugar tal hábito reticência forma um poderoso obstáculo ao império do Charme feminino das aspas o inglês faz um retrato divertido dos hábitos dos cariocas segundo ele a família geralmente passava o tempo nos aposentos da parte de trás das casas as mulheres sentadas em roda costuravam faziam meias rendas bordados e outros trabalhos manuais era também ali que todos se reuniam para fazer as refeições usando como mesa
uma tábua colocada sobre um cavalete no meio da sala abre aspas a refeição principal ocorre ao meio-dia por ocasião da qual o chefe da casa sua esposa e filhos às vezes se reúnem ao redor da mesa é mais comum que a tomem no chão caso em que a esteira da dona da casa é Sagrada ninguém se aproximando dela se não favoritos reconhecidos registrou no coque Somente os homens usam faca mulheres e crianças se servem com os dedos as escravas comem ao mesmo tempo em Pontos diversos da sala sendo que por vezes sua senhora às vezes
dão um bocado com as próprias mãos quando há sobremesa consta ela de laranjas bananas e outras poucas frutas fecha aspas convidado para um desses jantares na casa de uma família rica no copy surpreendeu se eu descobrir que cada pessoa deveria comparecer com a própria faca abre aspas em geral larga ponte aguda e com cabo de prata fecha aspas a mesa observou o quê Abre aspas os dedos são usados com tanta frequência quanto o próprio garfo das aspas mais do que isso era comum uma pessoa se servir do Prato do vizinho com as mãos abre aspas
considera-se como prova incontestável de amizade Alguém serviço do prato de seu vizinho e assim não é raro que os dedos de ambos se vejam simultaneamente mergulhados num só prato fecha aspas anotou a refeição era acompanhada abre aspas de uma espécie de vinho fraco fecha que era bebida em copos em vez de taças devido ao efeito do álcool ao final todos os convivas se tornaram barulhentos abre aspas exagera-se a gesticulação reticência e despejam punhadas no ar de faca ou garfo de tal maneira que um estrangeiro pasmo que olhos nariz e Faces escapem ilesos dessa aspas observou
o inglês abre aspas quando facas e garfos viajam em repouso ficam em cada uma das mãos em posição vertical e descansando sobre a extremidade do cabo quando dela não se tem mais necessidade limpa-se ostensivamente a faca na toalha de mesa e devolve-se a bainha por detrás das costas dessas o pintor Jamba que chegou ao Brasil com a missão artística francesa de 1816 também ficou escandalizado com a falta de boas maneiras dos ricos durante as refeições o dono da casa come com os cotovelos fincados na mesa a mulher sobre o joelhos sentada na sua Marquesa a
moda asiática e as Crianças deitadas ou de cócoras nas esteiras lambuzam-se à vontade com a pasta de comida nas mãos se for mais abastado o negociante acrescenta a refeição lombo de peixe assado ou peixe cozido na água com um raminho de salsa um quarto de cebola e três ou quatro tomates mas para torná-lo mais apetitoso mergulha cada bocado no molho picante completa uma refeição bananas e laranjas bebe-se água unicamente as mulheres e crianças não usam colheres nem garfos homem todos com os dedos das aspas a carne fresca era uma Raridade vinha de longe e até
mil quilômetros de distância viajando por estradas precárias em boiadas que Decima de Minas Gerais ou do Vale do Paraíba muitos boas morriam pelo caminho de fome ou de cansaço abre aspas aqueles que aguentavam até o fim chegavam em condições dignas de lá ao matadouro público fecha aspas contra lukok situado perto do centro do Rio o matadouro era local entre aspas da máxima sujeira segundo ele as condições do animal bem como a forma como ela batida e transportado tornava uma carne tão ruim abre aspas que só mesmo a necessidade premente ou a sua vista constante e
sempre nas mesmas péssimas condições poderia levar a menos delicado das pessoas aprovar dela se aspas a carne de porco era vendida igualmente abre aspas em estado bastante doentio fecha aspas por essa razão a carne seca que chegava de muito longe depois de tratada com sal e curada ao sol era muito mais usada apesar da escassez e carne de gado fresca a população do Rio de Janeiro tinha uma dieta rica e variada era composta por muitas frutas como banana laranja maracujá abacaxi goiaba peixe aves verduras e legumes o pão feito de farinha de trigo era difícil
de achar e muito caro a farinha de mandioca ou milho era um alimento usado em toda a colônia compunha com a carne seca e o feijão o tripé básico da alimentação brasileira em 1808 o Rio de Janeiro tinha apenas 75 logradouros públicos sendo 46 ruas 4 Travessas 6 becos e 19 Campos ou largos os nomes das ruas ajudam a explicar sua atividade para ele sapateiro atual Praia do Flamengo Rua dos ferradores atual Alfândega Rua dos Pescadores esconde de Inhaúma e Rua dos latoeiros Gonçalves Dias havia principal era a Rua Direita atual Primeiro de Março e
ficavam a casa do governador a Alfândega e mais tarde o convento do Carmo A Casa da Moeda e o próprio Passo Real durante a semana era uma cidade movimentada e barulhenta com ruas repletas de muares carroças ruidosas puxadas por quatro bois a levar Materiais de Construção cujo atrito das rodas e eixos suava como pedras e ferros sendo cerrados o historiador Jurandir malerba conta que o ritmo da vida era cadenciado pela linguagem dos Sinos nove badaladas acusavam o nascimento de um menino sete ou de uma menina chamava atenção dos Estrangeiros o trollar incessante dos canhões dos
navios e das inúmeras fortalezas que protegiam a cidade ameaças em homenagem ao rei cada navio que entrava no porto disparava 21 tiros respondidos pelos fortes da Barra costume que não se conhecia e nenhum outro lugar do mundo dessa aspas diz Malévola em 1808 entraram no porto do Rio de Janeiro 855 navios o que dava uma média de quase três por dia nota de rodapé vamos a ela Rubens Borba de Moraes na apresentação do livro de Lucco notas reticência citando dados da Gazeta extraordinária do Rio de Janeiro e 25 de fevereiro de 1811 voltando ao texto
Se cada um disparasse 21 tiros recebendo igual número em resposta das fortalezas ao anoitecer os cariocas serem envolvidos nada menos que 126 disparos de canhão dependendo da embarcação no entanto esse número poderia ser muito maior em janeiro de 1818 Henrique oficial da Marinha dos Estados Unidos entrou na Baía da Guanabara a borda da Fragata congresso em missão oficial do governo americano a saudações protocolares envolveram a troca de nada menos que 72 tiros de canhão primeiro a Fragata americana disparou 21 tiros em saudação ao Rei imediatamente retribuído por uma das fortalezas que guarneciam a entrada da
Bahia em seguida mas 15 disparos em saudação ao navio do Almirante que respondeu na mesma proporção só depois disso o navio foi liberado para atracar no porto abre aspas aparentemente os portugueses adoram gastar sua pólvora dificilmente se passa uma hora do dia sente-se ouça o som de um canhão numa ou no outra direção fecha aspas outras técnicas despertar da curiosidade dos visitantes era o número de negros mulatos e mestiços nas ruas os escravos realizavam todo tipo de trabalho manual entre outras atividades eram barbeiros sapateiros moleques de recado fazedores de cestas e vendedores de capim refrescos
doces pães de ló angu e café também carregavam gente e mercadoria pela manhã centenas deles iam buscar água no chafariz ou Aqueduto da Carioca que era transportado em Barris semelhantes aos usados para levar os elementos até as praias no final da tarde abre aspas o barulho é incessante dessa aspas reclamou viajante alemão descrevendo o som dos escravos que percorreram as ruas transportando todo tipo de mercadoria abre aspas uma de negros semius cada qual levando a cabeça seu saco de café e conduzidos à frente por um que dança e canta ao ritmo de um chocalho ou
batendo dois ferros na Cadência de monótonas estrofes a que todos fazem Eco dois mais carregam ao ombro pesado Tonel de vinho suspenso de longo varal entoando a cada passo melancólica cantilena Mas além um segundo Grupo transporta Faz judicial sem mais roupa que uma tanga é indiferentes ao peso e ao calor apostam corrida gritando a pleno pulmão Acorrentados uns aos outros aparecem a colar seis outros com baldes de água na cabeça são criminosos empregados em trabalhos públicos nota de rodapé vamos a ela o Rio de Janeiro e seus arredores em 1824 página 13 voltando ao texto
os escravos dominavam a paisagem também nos feriados e fins de semana usando roupas coloridas enfeites e turbantes reuniam-se no Campo de Santana no subúrbios da cidade onde em grande círculos cantavam e dançavam batendo palmas abre aspas todos os sábados e feriados os quais são chamados de dias de festa massas de população negra para lá se dirigem chegando atingir um total de 10 mil ou 15 mil escreveram dois Viajantes abre aspas é uma recreação muito curiosa e oferece um espetáculo singular de alegria tumulto e confusão que provavelmente não é possível serviço na mesma escala em outro
país fora da própria África o calor associado à falta de higiene gerava problemas colossais na área de saúde o povo é muito sujeito a febre acessos de Billy ao que chamam de doença do fígado a disenteria a elefantíase e outras perturbações reticência que às vezes são violentas e fatais fecha aspas diagnosticou o inglês lúcleo abre aspas também a varíola Quando surge carrega Multidões Mas ultimamente seus estragos foram proibidos pela prática da vacinação das aspas em 1798 10 Anos Antes da chegada da corte a câmara do Rio de Janeiro havia proposto a um grupo de médicos
um programa para combater as epidemias erradicar as moléstias endêmicas da cidade o plano incluía um levantamento dessas doenças a relação feita pelo médico da armada Bernardino Antônio Gomes é espantosa abre aspas segundo a observação de quase dois anos que conto de residência no Rio de Janeiro tenho por moléstias endêmicas dessa cidade sarna erisipelas impingem bobas elefantíase Formigueiro bicho dos pés edemas de pernas hidrocele sarcocele lombrigas hérnias dismenorreia hemorróidas dispepsia vários efeitos convulsivos hepatites e diferentes shorts de febres intermitentes e remitentes das aspas apoiados um parecer dos médicos os vereadores levantaram suspeita de o foco gerador
de algumas dessas doenças epidêmicas em especial a Sarna eritela bexiga ou varíola e tuberculose era um negro recém chegados da África sugeriram que o mercado de escravos fosse transferido da atual prata 15 de Novembro para um lugar mais afastado jogando que seus interesses seriam prejudicados os traficantes reagiram e processaram a Câmara Municipal seguiu-se um embate jurídico que só Terminou quando virei Marquês de Lavradio tomou o partido dos vereadores e determinou a transferência do mercado de escravos para a região do Valongo estava na época da chegada de Dom João ao Brasil mais difícil do que diagnosticar
a causa das doenças era combatê-la como em toda a colônia não havia no Rio de Janeiro médicos formados em universidades uma forma rudimentar de medicina era praticada pelos barbeiros tomásio tenente da Marinha britânica que acompanhou Dom João ao Brasil ficou intrigado com o número de barbearias e os fins aos quais se destinavam abre aspas as barbearias são aqui bastante singulares o símbolo dessas lojas é uma bacia e o profissional que aí trabalha acumula três profissões dentista cirurgião e barbeiro fecha aspas o pesquisador carioca Nereu Cavalcante encontrou no Arquivo Nacional documentos que ajudam a dar uma
noção do que era a saúde e a medicina no Rio de Janeiro na época de Dom João VI são inventários posse morten e dois médicos que relacionam os bens deixados pelo um deles do cirurgião mor Antônio José Pinto falecido em 1798 inclui esta assustadora relação de entre aspas instrumentos cirúrgicos fecha aspas um serrote grande um serrote pequeno uma chave de dentes duas facas retas duas tenazes uma unha de águia dois toninquentes uma sala inglesa e uma tesoura grande o outro inventário do Boticário Antônio Pereira Ferreira morto também 1798 serve para dar uma ideia de como
era o surgimento de uma farmácia da época a lista inclui cascas em plastos fungos minerais olhos raízes sementes e Um item chamado animais e suas partes com óleo humano entre aspas lixa de lagarto entre aspas olhos e caranguejos Brutus entre aspas de ponta de entre aspas e dentes de javali a chegada da família real produziu uma revolução no Rio de Janeiro O saneamento a saúde arquitetura a cultura as artes os costumes tudo mudou para melhor pelo menos para ele que branca que frequentava a vida na corte entre 1808 e 1822 a área da cidade triplicou
com a criação de novos bairros e freguesias a população cresceu 30% nesse período mas o número de escravos triplicou e 12 mil para 3682 nota de rodapé vamos a ela com base nos relatos de John Lucky em 1808 e no centro de 1821 voltando ao texto o tráfego de animais de carruagem ficou tão intenso e foi preciso criar leis e regulamentos para discipliná-lo a Rua Direita tornou-se a partir de 1824 a primeira da cidade a ter numeração e trânsito organizado pelo sistema de mão Contramão apesar do crescimento acelerado em 1817 9 anos depois da chegada
da família real o naturalista austríaco Thomas Andra ainda registrou uma tribo de índios na localidade de São Lourenço numa das entranças da Baía da Guanabara não muito distante do Palácio de São Cristóvão onde morava o Rei Dom João VI era Provavelmente o último reduto nas imediações da capital de um Brasil sertanejo ermo e inexplorado Capítulo 13 Dom João príncipe Regente e depois de 1816 rei do Brasil e de Portugal Dom João tinha medo de siri caranguejos e trovoadas durante as frequentes tempestades Tropicais do Rio de Janeiro refugiava-se em seus aposentos na companhia do roupeiro Predileto
maquias Antônio Lobato ali com uma vela acesa ambos sozinho orações a Santa Bárbara e São Jerônimo até os trovões nota de rodapé vamos a ela a história contada por Vieira Fazenda em antiqualhas volume 2 páginas 307 308 é citada por Magalhães Júnior nas notas do livro de José presas memória secretas de Dona Carlota Joaquina voltando ao texto certa vez Foi picado por um carrapato na fazenda de Santa Cruz onde passava o verão o ferimento inflamou e causou febre os médicos recomendaram de banho de mar como temia ser atacado por crustáceos mandou construir uma caixa de
madeira dentro da Qual era mergulhado nas águas da praia do Caju nas proximidades do Palácio de São Cristóvão a caixa era uma banheira portátil com dois varões transversais e furos laterais por onde a água do mar podia entrar o rei permanecia ali dentro por alguns minutos com a caixa imersa e sustentada por escravos para que o iodo Marinho ajudasse a cicatrizar a ferida esses mergulhos improvisados na praia do Caju aconselho médico são uma única notícia que se tem de um banho de Dom João nos 13 anos em que permaneceu no Brasil quase todos os historiadores
o descrevem como um homem desleixado com a higiene pessoal e avesso ao banho abre aspas era muito sujo vício direto comum a toda a família a toda nação fecha aspas afirmou o Oliveira Martins abre aspas nem ele nem Dona Carlota apesar de se odiarem discretavam na regra de não se lavarem fecha aspas a relutância da corte portuguesa em tomar banho contrastava com os costumes da colônia brasileira onde o cuidado com asseio pessoal chamava atenção de quase todos os Viajantes que por aqui passaram nessa época abre aspas apesar de certas hábitos que aproximam da vida selvagem
nos brasileiros a classe baixa Qualquer que seja a sua raça é para notar que todos eles são notavelmente cuidado com a limpeza do corpo fecha aspas escreveu o inglês Harry Costa que morou no Recife entre 1809 e 1820 o nome completo de Dom João VI era João Maria José Francisco Xavier de Paula Luiz Antônio Rodrigues Rafael de Bragança foi o último monarca absoluto de Portugal e o primeiro e único de um reino cuja existência não durou mais do que cinco anos o Reino Unido do Brasil Portugal e algarves nasceu em 13 de Maio de 1767
e morreu em 10 de Março de 1826 dois meses antes de completar 59 anos sua imagem nos quadros da época é reveladora de sua personalidade Como nessa descrição do Historiador Ângelo Pereira abre aspas desta alta desproporcional ao rosto sobrancelhas bem delineadas papada e bochechas caídas olhos mesmo nariz fino lábios grossos boca entre aberta pernas pequenas e grossas pés Miúdos barriga protuberante mãos gorduchas com covinhas nas juntas dos dedos ombros caídos e pescoço curto os olhos eram pequenos escuros assustados desconfiados inseguros como a pedir permissão para os seus atos fecha aspas nota de rodapé vamos a
ela Ângelo Pereira Dom João VI príncipe e Rei página 157 com base em pintura de peregrine de 1805 Acervo do Museu de Arte antiga de Portugal voltando ao texto As definições a respeito de Dom João emitidas pelos historiadores costumam ser depreciativas Luiz Norton abre aspas era fisicamente grotesco e sua obesidade doentia lhe dava uma Pacífico e simplório pandiar Calógeras abre aspas era querido mas também carinhosamente tolerantemente desprezado por sua fraqueza e sua covardia com sua opinião ninguém se preocupava isso levava a esconder seus sentimentos bem como a procurar vencer adiando as soluções lançando seus conselheiros
uns contra os outros um ministro no posição a seus colegas lograva realizar seus intuitos pela força tremenda da apatia e do adiamento triunfava cansando seus adversários dessa aspas Lívia schwark abre aspas apagado e sem voz ativa seja aspas Oliveira Martins abre aspas sofria divertidas e ataques de melancolia o padeceria hemorroidas a má saúde amarelava-lhe a cor do rosto flácido não entendi o conhecido beiço sem vida peculiar Oliveira Lima abre aspas baixo gordo reticência tinha dia aristocrático as mãos e pés muito pequenos mas divulgar as coxas e pernas muito grossas mesmo em relação a turbulência e
sobretudo o rosto redondo sem Majestade nem sequer de extinção no qual eu voltava lá do interior espesso e pendente dos Habib's Como já se viu no primeiro capítulo deste livro Dom João chegou ao poder por acaso depois que a mãe a Rainha Maria primeira enlouqueceu e o irmão mais velho Dom José herdeiro natural do Trono morreu de varíola em 1792 quando se confirmou que a mãe estava irremediavelmente louca assumiu o poder Régio em caráter provisório apoiando-se no conselho de estado composto por nobres militares e representantes da igreja sete anos mais tarde em 1799 passou a
condição de príncipe Regente o que na prática fazia dele um rei ainda sem coroa aclamação com o nome de Dom João VI só aconteceu em 1816 dois anos após a morte da mãe e oito depois da chegada ao Rio de Janeiro com seu caráter indeciso e medroso o venou Portugal em meio a um dos períodos mais turbulentos na história das monarquias europeias sofria crises periódicas e profundas de depressão o primeiro grande surto relatado em 1805 Dom João se afastou totalmente da vida pública e do convívio da corte chegou-se a pensar que tivessem enlouquecido com a
mãe abre aspas não quis mais caçar nem sequer montar a cavalo e voltou-se para uma existência perfeitamente sedentária escreve Ângelo Pereira a sua constituição neuropática facilitou a inclusão de uma doença nervosa nesse tempo ainda mal compreendida o que permitia confundir-se com a alienação mental tinha Vertigem e acessos de profunda ansiedade trocou o Palácio de Queluz onde morava com a família pelo de Mafra passando a viver em companhia dos Frades em seguida isolou-se ainda mais indo morar no solar da família real em Vila Viçosa na região do alentejo achando que o marido tinha ficado demente a
Princesa Carlota Joaquina tentou afastar o do poder e assumir ela própria a regência de Portugal pelo seu médico Domingos Wanderley Dom João retornou a Lisboa há tempo de abortar o golpe a partir daí marido e mulher viveram separados no Palácio de Mafra onde passou a viver desde então o príncipe Regente viria cercado pelos padres que também o haviam educado quando criança adorava música sacra e detestava atividades físicas abre aspas criou-se longe dos homens ativos e alegres fortes e sanguíneos que melhoram a vida fecha aspas escreve Pedro Calmon profundamente religioso e a missa todos os dias
e era muito influenciado pela igreja o general junou Comandante das tropas francesas que invadiram Portugal o definiu da seguinte forma em carta ao seu Ministro das relações exteriores Charles morrisse de talher abre aspas é um homem fraco que sustenta de tudo e de todos que usa de sua autoridade mas incapaz de fazer esse respeitar e dominado pelos padres e só sobre a coação do medo dessa aspas sua vida amorosa foi medir o rei casou-se por obrigação com calota Joaquina com quem teve nove filhos e viveu pouco tempo sobre o mesmo teto seu único caso de
amor verdadeiro entrou para a história como uma tragédia escura aos 25 anos morando em Portugal e já casado Dom João teria se apaixonado por Eugênia José de Menezes dama de honra da própria Princesa Carlota nota de rodapé vamos a ela para a história do caso de Dom João com Eugênia José de Menezes ver Tobias Monteiro história do império página 96 a 103 voltando ao texto Eugênia era neta de Dom Pedro quarto Marquês de Marialva e filha de Dom Rodrigo José Antônio de Menezes primeiro Conde de cavaleiros mordomo morde Carlota na feira no Brasil em 1781
quando o pai era governador de Minas Gerais em Maio de 1813 ainda solteira apareceu grávida a suspeitas recaíram sobre Dom João que manteria encontros amorosos com ela com ajuda de um padre da corte e do médico João Francisco de Oliveira físico humor do exército que era casado e tinha filhos logo que se descobriu que o gênio estava grávida o Oliveira teria decidido sacrificar sua própria reputação para salvar a do Príncipe Regente deixou a mulher e os filhos em Lisboa e fugiu com Eugênia para a Espanha mas abandonou logo depois de atravessar a fronteira na cidade
de Cades Eugênia foi recolhida pelas freiras do convento de Conceição depois de Santa Maria onde teve sua filha mudou-se para outros dois Conventos religiosos morreu num deles na cidade de Porto Alegre em 21 de Janeiro de 1818 quando Dom João tinha sido Coroado rei no Rio de Janeiro durante esse período todas as suas despesas foram pagas pelo monarca quanto ao médico Oliveira Depois de deixar Eugênia na Espanha fugiu para os Estados Unidos e em seguida para a Inglaterra onde segundo Historiador português Alberto Pimentel teria que reencontrado com a família que deixara em Portugal em 1820
por decisão de Dom João VI Oliveira foi agraciado com a comenda da ordem de Cristo e nomeado encarregado de negócios de Portugal em Londres esse teria sido o único caso extraconjugal conhecido de Dom João no Brasil revelou-se o monarca ainda mais Solitário do que já era em Portugal o casamento com Carlota Joaquina que já estava fracassado desde 1805 converteu-se em separação explícita no Rio de Janeiro enquanto Dom João foi morar na Quinta da Boa Vista Carlota preferiu viver numa chácara na região de Botafogo relacionavam-se de modo protocolar em cerimônias públicas ou missas e Consertos na
capela real poucos historiadores se arriscam a entrar na vida íntima de Dom João VI dois deles Tobias Monteiro e Peter que o wilken apontam evidências de que na ausência da mulher ele Manteve um relacionamento homossexual mas por conveniência do que por convicção com Francisco Rufino de Souza Lobato um dos camaleiros reais Monteiro sugere que as funções de Francisco Rufino incluíam masturbar o rei com certa regularidade identificado apenas como Padre Miguel teria assistido sem querer as cenas de intimidade entre o rei e seu vassalo na Fazenda Santa Cruz onde ficava o Palácio de verão da corte
do Rio depois desse Episódio o padre foi transferido para Angola mas antes de partir deixou registrado por escrito seus testemunho sobre o que deveria visto é possível que tudo isso seja resultado das muitas intrigas palacianas mas graças a seu serviços Francisco Rufino foi recompensado e promovido várias vezes por Dom João ao final do período de 13 anos a corte portuguesa no Brasil seus títulos incluíam os de Visconde de vila nova da Rainha Conselheiro guarda-roupas tesoureiro particular do Rei secretário dos negócios da casa e estado do infantado secretário Deputado da mesa de consciência e ordens no
Brasil e governador da Fortaleza de Santa Cruz morreu em 6 de maio de 1830 Francisco Rufino era o terceiro de quatro irmãos da Família Souza Lobato que acompanharam Dom João ao Brasil em 1808 os outros eram Matias Antônio Joaquim José e Bernardo Antônio todos os quatro eram guarda-roupas e ajudantes particulares do Príncipe dois deles faziam também parte do Conselho de estado o mais alto organismo de assessoria do rei o relacionamento deles com Dom João era motivo de muitas fofocas no Rio de Janeiro Carlota Joaquina atribuía a eles abre aspas as desgraças de Portugal fecha aspas
no governo do marido segundo contou seus secretário José presas abre aspas entregue o príncipe sempre seus favoritos e alicos não tem feito mais que engrandecer a esses com danos do reino e descontentamento Geral com o sucesso de hoje em dia com os Lobato fecha aspas teria dito Carlota a presas o historiador Vieira Fazenda conta que Matias Antônio agraciado com o título de Barão e mais tarde Visconde de Magé morava no Passo da cidade ao lado da igreja de São José em aposento contigo ao dormitório de Dom João ajudado o rei a despise e acompanhava-o antes
de dormir na leitura do breviário era quem dava forças ao rei nas noites de relâmpagos e trovoadas O Viajante pro ociano theodofão lei Road e chegou ao Brasil em 1819 confirma que Dom João tinha medo de trovões abre aspas se o rei não se sente bem se adormece ou se sobrevém uma tempestade o que produz sobre ele forte impressão encerra-se em seus aposentos e não recebe ninguém seja aspas escreveu ao explicar o cancelamento de uma das cerimônias no Palácio de São Cristóvão Dom João referia-se a si mesmo sempre na terceira pessoa abre aspas Sua Majestade
quero comer Sua Majestade quer Sua Majestade quer dormir peça aspas era também um homem metódico que tinha mania de repetir sua rotina diária de forma rigorosa abre aspas Dom João VI hábitos relatou o pintor Manuel Porto Alegre se uma vez dormia em um lugar jamais queria dormir em outros levando isso a ponto de não admitir que o leito ficasse mais ou menos aproximado a parede do que junto dela Qualquer mudança que experimentasse desconfiava dela e se aborrecia com quem a fizesse dessaspas a versão extremada as mudanças incluir a sua própria indumentária ao contrário dos reluzentes
Reis da França e Espanha que o precederam Dom João vicie esse mal repetia a mesma roupa todos os dias e recusava-se a trocá-la mesmo quando já estava suja e rasgada abre aspas a sua roupa habitual era uma vasta casaca sebosa de galões velhos puída nos cotovelos dessa aspas contra Pedro Calmon na algibeira dessa casaca o rei levava os famosos franguinhos assados na manteiga sem ossos que devoravam nos intervalos das refeições abre aspas tendo horror arrobas novas enfiava el-rei as mesmas que tinha investido na véspera e cada dia resistiu menos a apreensão de suas nádegas e
coxas espantosamente gordas fechar aspas acrescenta Tobias Monteiro abraços os criados notávamos rasgões mas nada ouviam dizer aproveitavam-lhe as Horas de Sono durante a festa para então costurar os calções sobre o corpo das aspas três homens exerceram um papel fundamental na história de Dom João VI foram eles que em diferentes momentos de sua vida além de ajudá-la a superar o medo a timidez a insegurança e as crises de depressão orientaram na tomada de decisões que haveriam de marcar profundamente seu reinado o primeiro foi Dom Rodrigo de Souza Coutinho O Conde de Linhares herdeiro E afilhado do
Marquês de Pombal líder da facção inglesa entre aspas na corte tornou-se o principal responsável pela mudança da família real para o Brasil foi ele quem abre aspas retomou o projeto de Pombal de compensar a fraqueza de Portugal na Europa promovendo o desenvolvimento de seus territórios na América dessaspas na opinião da historiadora americana que tem chutes sua morte em 1814 abriu uma lacuna do governo que Dom João jamais conseguiu preencher o segundo foi Antônio de Araújo e Azevedo O Conde da barca sucessor de Dom Rodrigo no ministério de Dom João não estava à altura do primeiro
como estadista mas era considerado um dos intelectuais mais ilustres da corte no Brasil foi ele quem trouxe na bagagem em 1807 as máquinas impressoras inglesas que inaugurariam a imprensa no Brasil houve também a ele importante transformações na área de cultura e da ciências incluindo a vinda da missão artística francesa em 1816 morreu em 18 17 um ano antes da coroação de Dom João o terceiro homem decisivo na vida de Dom João foi tomar António Vila Nova Portugal sucessor dos dois primeiros no ministério na fase final de seu governo no Brasil já velho e cansado Dom
João confiava cegamente em Vila Nova Portugal abre aspas Dom João não se dava ao trabalho de pensar contra Tobias Monteiro por mais insignificante que fosse a decisão para tomar cabia a Tomás Antônio resolver fechar aspas a correspondência entre os dois é reveladora da timidez e da insegurança de Dom João no Exercício do poder nos seus bilhetes ao Ministro o rei pedir conselhos como abre aspas o.c. vem hoje diga-me o que lhe devo dizer fecha aspas perguntado o rei ao seu Ministro em 24 de janeiro de 1821 referindo-se a uma audiência marcada para aquele dia Dom
João dependia da orientação de Vila Nova Portugal mesmo nas conversas com o filho O Príncipe Dom Pedro abre aspas até este momento ainda não falei a meu filho quero que me diga se está na mesma opinião diga-me o que lhe devo dizer e se houver réplica o que lhe devo responder dessa aspas escreveu o reino dia 31 de janeiro de 1821 a respeito da decisão de voltar para Portugal ou permanecer no Brasil abre aspas agora Acabo de receber o voto do meu filho diga-me o seu parecer fecha aspas insistiu no dia 4 de fevereiro tratando
do mesmo assunto foram esses três homens que ajudaram a salvar a biografia de Dom João VI aparentemente condenado ao fracasso caso dependência apenas dos traços de sua própria personalidade nota de rodapé vamos a ela para mais detalhes sobre os papéis dos condes de Linhares e da barca e de Tomás Antônio no governo de Dom João ver o Oliveira Lima Dom João VI no Brasil página 150 a 152 voltando ao texto graças a eles Dom João passou para a história como um soberano relativamente bem sucedido Especialmente quando comparado aos seus pares da época todos destronados exilados
presos ou mesmo executados pela onda revolucionária francesa abre aspas a verdade é que apesar do período de convulsões sem paralelo em que reinou não João viveu e morreu como rei enquanto a maioria das Cabeças coroadas da Europa sucumbiu sobre Napoleão fecha aspas avalia Jurandir maleba Pedro Calmon define como um soberano abre aspas exceto e atribulado que reinou até morrer a despeito de Espanha e França da mulher endiabrada e de Napoleão das guerras soluções e das conspiratas dessa aspas o Oliveira Lima Diz que embora não tenham sido um grande soberano capaz de proezas militares em golpes
audaciosos e administração Dom João soube combinar bondade inteligência e senso prático para se tornar um rei eficiente abre aspas foi Brando e Sagaz Insinuante precavido afável e pessimar fecha aspas na opinião de Oliveira Lima graças a esses atributos abre aspas de um João sexto Foi Sem dúvida alguma no Brasil e ainda é um rei Popular das aspas Capítulo 14 Carlota Joaquina nos livros crônicas e filmes que inspirou Carlota Joaquina aparece como uma esposa infiel e uma mulher feia maquiavélica e feliz a suspeitas mas nenhuma comprovação de que realmente tenha sido Infiel feia maquiavélica e infeliz
com certeza foi poucas mulheres marcaram tanto seu tempo quanto Carlota Joaquina nenhum outro personagem da época de Dom João VI passou para a história com imagem tão polêmica e caricata inteligente briguenta e vingativa ela mereceu nos historiadores perfis e ametriamente opostos no filme de Carla Camurati Carlota Joaquina princesa do Brasil é uma rainha devassa e promíscua na história oficial portuguesa uma Soberana Carola e ultra conservadora inegável foi a sua vocação pelo poder é ambição desmedida que a levaram a participar de inúmeras conspirações tentativa de golpes algumas contra o próprio marido todas fracassaram Carlota Joaquina tinha
os olhos negros e graúdos e a boca larga e voluntariosa de lábios finos sobre os quais se destacavam o bucho escuro e pronunciado os ângulos do rosto eram retos e Vinícius magra de estatura baixa e cabelos escuros tinha pele morena marcada pela cicatrizes da varíola contraída quando ainda era criança nota de rodapé vamos a elas a descrição é de Pedro Calmon os reis do Brasil página 28 a informação sobre as marcas de varíola são de Marcos cheque Carlota Joaquina queen of portugues voltando ao texto a duquesa de Abrantes mulher do General Júnior Comandante das tropas
francesas que invadiram Portugal a descreveu como abre aspas pequena claudicando de uma perna olhos Travessos o nariz arroxeado demasiadamente desagradável para as lendas de amores que acompanhavam aspas tinha ficado coxa devido a uma queda de cavalo na infância abre aspas os traços varoniza e grosseiros do seu rosto o seu gênero de preocupações o seu próprio inpudor denotam que indo na Carlota havia apenas de ver menino o invólucro fecha aspas avaliou o historiador Oliveira Lima que também a definiu como abre aspas um dos maiores senão o maior estorvo da vida de Dom João VI de Carlos
quarto irmã de Fernando sétimo Reis da Espanha nasceu em 1775 e morreu em 1830 aos 54 anos participou de pelo menos cinco conspirações segundo registram os livros de história na primeira em 1805 tentou destronar o marido e assumir ela própria a regência de Portugal Dom João descobriu o golpe a tempo por News envolvidos e passou a viver separado da mulher mais tarde já no Brasil que a lota tentou assumir o trono as colônias espanholas na américa depois da deposição do Irmão Francisco sétimo rei da Espanha por Napoleão Bonaparte Dom João abortou seus planos impedindo que
viajasse para Buenos Aires onde pretendia ser aclamada princesa regente no lugar do irmão em 1821 já de volta Portugal recusou-se a assinar a constituição Liberal portuguesa contrariando a exigência das cortes e as orientações do marido como resultado foi confinada no palácio do camaleão distante de Lisboa e do Poder mesmo isolada em 1824 conspirou para fazer seu filho Predileto Dom Miguel Rei de Portugal movimento conhecido como abrilada líder do partido tradicionalista do Miguel à frente de um grupo de militares aprisionou o pai Dom João VI e tentou assumir a coroa o golpe uma vez mais deu
errado e Dom Miguel acabou exilado como a mãe até na morte do marido houve suspeitas de participação de Carlota Joaquina Dom João VI em 1826 em meio acesso de náuseas e vômitos rumores na época falavam em envenenamento ordenado pela rainha depois da morte de Dom João envolveu-se numa derradeira conspiração na qual tentou aclamar Dom Miguel em detrimento da Regente Isabel Maria perdeu mais uma vez o contraste entre a rainha e o marido era notável Pedro Calmon diz que abre aspas nenhuma outra princesa do século pareceria menos própria para mulher do Carmo Dom João dificilmente um
outro casal poderia ser tão nas preferências e no comportamento Dom João era gordo letargeco e bonachão preguiçoso detestava andar a cavalo e uma simples caminhada de poucos metros o deixava exausto costumava bocejar durante festas e recepções oficiais se eu passar tempo preferido era uma cerimônias e cantos gregorianos na companhia de padres e monges Carlota Joaquina ao contrário era rivais hiperativa e falante mesmo claudicante cavalgava como poucos homens de sua época seus passeios a cavalo pelos arredores do Rio de Janeiro ficaram famosos adorava festas e manejava bem um canhão exigia sobre ameaças que as pessoas lhe
prestassem homenagem quando saía pelas ruas do Rio de Janeiro pelo protocolo os homens tinham de tirar o chapéu e se ajoelhar diante da família real em final de respeito isso causou uma série de incidentes diplomáticos uma vez que a maioria dos representantes estrangeiros Se Re para cumprir o ritual o mais famoso deles envolveu Thomas Santa Ministro dos Estados Unidos Republicano convicto e vizinho de Carlota no bairro de Botafogo Santa estava passeando a cavalo quando a comitiva da rainha se aproximou a galope o ministro cumprimentou a polidamente mas sem tirar o chapéu ou se ajoelhar Carlota
não se deu por satisfeita e exigiu que os Guardas O obrigassem a desmontar e cumprir o protocolo os soldado cercaram Diplomata e ameaçaram chicoteado irritado sempre Puxou um par de pistolas e avisou soldados que estava disposto a matá-los casos usassem o chicote contra ele em seguida foi se queixar a Dom João num outro incidente Lord trade representante da Inglaterra queria levar alguma chicotadas do estribeiro de Carlota Joaquina foram tantas as reclamações que Dom João decidiu isentar todos os estrangeiros de qualquer jeito de deferência família real portuguesa Carlota Joaquina e Dom João casaram-se por procuração como
era hábito nas cortes europeias Ela só foi conhecer o marido um mês depois do casamento tinha 10 anos ele 17 eram portanto duas crianças cujo o destino estava traçado pelo jogo de interesses das potências da época o casamento era uma das formas mais prática de tentar manter alguma estabilidade na península ibérica e evitar a inúmeras guerras que tanto sacrifícios havia um imposto a Espanha e Portugal no séculos anteriores a menina Carlota chegou a Portugal em 7 de Maio de 1785 por cortesia o garoto Dom João foi recebê-la na fronteira mas as confusões do casamento resultantes
do caráter Indomável da princesa não tardariam a aparecer na noite de Nove de Junho durante uma festa no Palácio de Vila Viçosa Carlota teria mordido a orelha do marido ele é tirado um castiçal na testa fazia apenas dois meses que estavam casados como eram impúberes calote Dom João só consumar o casamento seis anos mais tarde quando a princesa completou 15 anos enquanto não foi autorizada a compartilhar a mesma cama com o marido Carlota passou seus dias em brincadeiras de rodas no Palácio de Queluz aos cuidados da Rainha Maria primeira cujos sinais de loucura já começavam
a se manifestar o casal teve nove filhos num período de 13 anos Maria Teresa em 29 de Abril de 1793 um ano depois de Dom João assumir a regência do reino Antônio em 25 de março de 1795 morreu em 11 de junho de 1801 aos seis anos de idade Maria Isabel em 10 de Maio de 1797 casou-se com o rei da Espanha Fernando sétimo e morreu pouco depois em Dois de Dezembro de 1818 Pedro em 12 de outubro de 1798 Futuro primeiro imperador Pedro I do Brasil e Rei Pedro 4 de Portugal Maria Francisca em
22 de abril de 1800 casou-se com o Infante Dom Carlos da Espanha irmão de Fernando sétimo Isabel Maria em 4 de junho de 1801 foi Regente de Portugal entre 1826 e 1828 Miguel em 22 de outubro de 1802 foi rei de Portugal entre 1828 e 1834 e perdeu o trono para o irmão Pedro que havia abdicado ao Império Brasileiro fugiu para Alemanha a Bordo de um navio em inglês e lá morreu em 1866 aos 64 anos Maria da Assunção em 25 de junho de 1805 morreu em janeiro de 1834 Ana Maria de Jesus em 23
de dezembro de 1806 assumiu o título de Duquesa de historiadores levantam a suspeita de que alguns desses filhos não seriam de Dom João mas frutos de relacionamentos Extra conjugais da princesa o Oliveira Lima Diz que Dom João abre aspas não tinha grande certeza da paternidade dos últimos filhos e que Carlota Joaquina foi traidora como cônjuge conspiradora como princesa desleal sempre e sem interrupção das aspas nunca houve evidências conclusivas de sua infidelidade apenas suspeitas o caso mais nebuloso ocorreu em outubro de 1820 Gertrudes pedra Carneiro Leão nora de Dona Ana Francisca Rosa Maciel da Costa Baronesa
de São Salvador de Campos dos Goytacazes foi assassinada a tiros de Bacamarte ao apear da Carruagem em frente a sua casa no bairro do Catete no Rio de Janeiro o clima ocorreu um ano antes de a família real portuguesa voltar a Lisboa e deu origem a uma onda de boatos segundo os quais a mandante do crime calota Joaquina que teria um relacionamento amoroso com o Fernando Carneiro Leão marido de Gertrudes Conde de Vila Nova de São José e diretor do Banco do Brasil o crime que aparece no roteiro do filme de Carla Camurati nunca foi
esclarecido outra insinuação de infidelidade envolveu o comandante da Esquadra britânica no Rio de Janeiro Almirante Sidney Smith no livro polêmico O Catalão José presas e secretário particular de Carlota Joaquina contou que a princesa teria tido um encontro com Almirante numa casa de campo situada no subúrbios do Rio de Janeiro presas não explica a natureza desse encontro nessa época Carlota e Smith eram Aliados políticos na chamada questão do Prata em que a princesa lutava para assumir a regência das colônias espanholas contra a vontade de Dom João e do representante de inglês Lord segundo presas ela também
teria presenteado o Almirante com uma espada cravejada de brilhantes caminhada de um bilhete abre aspas a Gratidão da princesa do Brasil ao serviço de Sidney Smith dessa aspas O problema é que nessa história o maior suspeito é o próprio José presas e não Carlota Joaquina um dos personagens mais pitorescos da época de Dom João presa ficou conhecido como o autor de um caso explícito de chantagem literária sua origem era misteriosa teria nascido na região de Catalunha na Espanha ainda menino mudou-se para a Argentina onde viveu os cuidados de um tio e formou-se em direito em
1806 quando a Inglaterra invadiu Buenos Aires numa represália a aliança da Espanha com Napoleão presas imediatamente aderiu ao entre aspas partido inglês achando que a Vitória britânica era inevitável calculou o mal os ingleses foram derrotados e expulsos da região do Prata procurado como traidor presas fugiu para o Rio de Janeiro onde se colocou ao serviço de Carlota Joaquina como seu secretário particular por indicação do próprio Sidney Smith que o havia conhecido em Buenos Aires mais do que secretário tornou-se homem de confiança confidente conspirador e suspeita-se talvez amante da princesa uma volta da família real para
Portugal presos obteve um emprego na corte da Espanha graças a influência de Carlota Joaquina caiu em desgraça ao escrever panfletos contra o absolutismo monárquico ameaçado de prisão fugiu para a França onde escreveu um livro chamado memórias secretas de Dona Carlota Joaquina repleta de Intrigas fofocas e incentivações era uma represália pelo não pagamento de uma pensão vitalícia que a rainha lhe teria prometido nele presas da entender que teriam em mãos correspondência da própria Carlota Joaquina que ele chama de entre aspas confissões na qual haveria informações comprometedoras sobre sua vida e seu comportamento dá a entender que
poderia usá-la caso não recebesse o dinheiro prometido abre aspas medique bem sobre as fatais consequências que lhe poderia ter acarretado quando irmãos do próprio príncipe Dom João a confissão geral que involuntariamente e que por esquecimento me entregou fecha aspas escreve dirigindo-se a Carlota Joaquina no final vai direto ao ponto abre aspas uma pequena resposta acompanhada de uma letra de câmbio de modesta quantia teria sido suficiente para que eu me calasse fecha aspas presas gastou o papel tinta e dinheiro em vão Carlota Joaquina morreu no começo de 1830 quando o livro ainda estava sendo impressa engordou
na França não chegou a ler as inconfidências do seu ingrato e traiçoeiro secretário ainda que tivesse lido dificilmente a chantagem produziria efeito na época em que empresas o escreveu Carlota já era uma rainha viúva nostracismo em Portugal e mergulhada em dívidas Carlota Joaquina detestava o Brasil em 1807 resistiu quanto pôde a sair de Portugal abre aspas nesse país nada resiste escreveu depois de chegar ao Rio de Janeiro até as carnes salgadas não duram nada logo apodrecem fecha aspas ao embarcar de volta para Portugal em 1821 tirou a sandália e bateu contra um dos canhões da
morada do navio abre aspas tirei o último grão de poeira do Brasil dos meus pés teria dito Afinal vou para a terra de gente seja aspas de volta Portugal recusou-se a jurar a constituição como exigiam as cortes acabou perdendo todos os direitos políticos e o título de rainha passou o resto de seus dias presa na quinta do camaleão perto da cidade de Sintra numa carta Dom João explicou que não Jurava só porque já tinha dito que não juraria atitude dizia não era por soberba nem por ódio as cortes mas simplesmente porque abre aspas uma pessoa
de bem não se retratava fecha aspas e acrescentou abre aspas serei mais livre em meu Desterro do que vós em vosso Palácio minha liberdade pelo menos me acompanhará minha alma nunca se escravizou nem nunca se humilhou na presença desses Rebeldes vassalos que usaram impor vos leis e esforçaram-se para compelir né prestar um juramento que a minha consciência repelia fecha aspas era Carlota Joaquina no papel que desempenhou a vida inteira teimosa dura tuna e redutível foi comprometida até a morte pela versão oficial teria morrido de uma doença no útero provavelmente um câncer os boatos da época
no entanto diziam que teria apressado o próprio fim tomando chá misturado com arsênico nos últimos tempos era abre aspas um Farrapo de gente fecha aspas na descrição do historiador Beto Pimentel vivia no mais completo abandono abre aspas andava mal vestida suja com um casaco de chita e um turbante de mustelina na cabeça fecha aspas dois anos antes de morrer fez um testamento estava pobre falida mas teve dinheiro para encomendar 1200 missas sem delas para a alma do marido o Rei Dom João VI morto 4 anos antes foi segundo o historiador Magalhães Júnior abre aspas uma
reconciliação de última hora fechar capítulo 15 O Ataque ao cofre a corte chegou ao Brasil empobrecida destituída e necessitada de tudo já estava falida quando deixaram a Lisboa mas a situação se agravou ainda mais no Rio de Janeiro deve-se lembrar que entre 10.015 mil portugueses atravessaram o Atlântico junto com Dom João para se ter uma ideia do que isso significava basta se levar em conta que ao mudar a sede do Governo dos Estados Unidos da Filadélfia para recém construída Washington em 1800 o presidente John Adams transferiu para a Nova Capital cerca de mil funcionários Ou
seja a corte portuguesa no Brasil era entre 10 e 15 vezes mais gorda do que a máquina burocrática americana nessa época e todos defendiam do horário real ou esperavam do Príncipe Regente algum benefício em troca do sacrifício entre aspas da viagem nota de roda vamos a ela Luiz Felipe Alen Castro vida privada e Ordem privada no Império em história da vida privada no Brasil Volume 2 página 12 voltando ao texto abre aspas um enxame de Aventureiros necessitados e sem princípios acompanhou a família real fecha aspas notou o historiador John arnitage abre aspas os novos hóspedes
poucos se interessavam pela prosperidade do Brasil consideravam temporária a sua ausência de Portugal e propunham-se mais a enriquecer-se a custa do estado do que administrar a justiça ou a beneficiar o público o historiador Luiz Felipe alencarstro conta que além da família real 276 fidalgos e dignatários régios recebiam verba anual de custeio e representação paguem moedas de ouro e prata retiradas do Tesouro Real do Rio de Janeiro com base nos relatos do inglês John Lucky alencastrocrescenta esse número mais dois mil funcionários reais e indivíduos exercendo funções relacionadas a coroa 700 padres 500 advogados 200 praticantes de
medicina e entre 4 mil e cinco mil militares um dos Padres eu recebia um salário fixo anual de 250 mil réis o equivalente hoje a 14 mil reais só para confessar a rainha abre aspas poucas coisas europeias Tem tantas pessoas ligadas a ela quanto a brasileira incluindo o fidalgos eclesiásticos e oficiais fecha aspas escreveu o consolo em inglês James Henderson ao visitar as cocheiras da Quinta da Boa Vista onde Dom João morava Henderson Se surpreendeu com o número de animais e principalmente de serviçais a minha empregados eram 300 mulas de cavalos abre aspas com o
dobro do número de pessoas para cuidar deles do que seria necessário na inglaterras era uma cor de cara penduária e voar em 1820 ano anterior ao retorno a Portugal consumia 513 galinhas frangos pombos e Perus e 90 dúzias de ovos por dia eram quase 200 mil aves e 33 mil dúzias de ovos por ano que custavam cerca de 900 contos de réis ou quase 50 milhões de reais em dinheiro atual a demanda era tão grande que por ordem do administrador da uxaria real a repartição responsável pelos depósitos de comida da corte todas as galinhas à
venda no Rio de Janeiro deveriam ser prioritariamente compradas por Agentes do rei a decisão provocou escassez dessas penosas no mercado e revolta dos moradores da cidade numa carta Dom João VI eles reclamaram da falta de Galinhas e também do comportamento dos funcionários da dispensa real que passaram a vendê-las no mercado paralelo cobrando um sobre preço nos 13 anos em que Dom João viveu no Brasil as despesas da mal administrada e corrupta o sharia Real Mas o que triplicou o déficit crescia sem parar no último ano 1821 o buraco tinha aumentado mais de 20 vezes de
10 contos de réis para 239 contos de réis apesar disso a corte continua a bancar todo mundo sem se preocupar com a origem dos recursos abre aspas todos sem exceção recebiam ração de acordo com seu lugar e valimento explica o historiador Jurandir malerba nobres mas também cada artista contratado como os cantores e músicos italianos ou pintores e arquitetos franceses e naturalistas austríacos embaixadores e Funcionários das repartições recebiam Sua cota de viveres a custa da bruxaria real prática extinta apenas no governo do austério Dom Pedro I fecha aspas onde achar dinheiro para socorrer tanta gente a
primeira solução foi obter um empréstimo da Inglaterra no valor de 600 mil libras esterlinas esse dinheiro usado em 1809 para cobrir as despesas da viagem e os primeiros gastos da corte no Rio de Janeiro seria um pedaço da dívida de dois milhões de libras esterlinas que o Brasil herdaria de Portugal depois da Independência outra Providência igualmente insustentável no longo prazo Foi criar um banco estatal para emitir moeda a breve e triste história do primeiro Banco do Brasil criado pelo príncipe Regente de 7 meses depois de chegar ao Rio de Janeiro é um exemplo do compadre
o que se estabeleceu Entre a monarquia e uma carta de privilegiado negociantes fazendeiros e traficantes de escravos a partir de 1808 pela carta Régia de outubro de 1808 o capital do Banco do Brasil seria composto de 1.200 ações no valor unitário de um conto de réis para estimular a compra dessas ações a coroa estabeleceu uma política de Toma Lá Dá Cá os novos acionistas eram recompensados Com títulos de nobreza comendas e a nomeação para cargos e deputados da real junta do Comércio além da promessa de dividendos muitos superiores aos resultados gerados pela instituição em troca
o príncipe Regente tinha a disposição um banco para emitir papel moeda à vontade tanto quanto fossem as necessidades da corte Recém Chegada como resultado Quem era rico e plebeu virou Nobre quem já era rico e Nobre enriqueceu ainda mais nota de rodapé vamos a ela Fernando Costa Cerqueira Lima e Elisa Mila moeda e crédito no Brasil Breves reflexões sobre o primeiro Banco do Brasil 1808 a 1829 Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em www.revista tema livre.com/moeda e crédito ponto HTML voltando ao texto a mágica funcionou durante pouco mais de 10 anos
em 1820 o novo banco já estava arruinado seus depósitos em ouro que seriam de para a emissão de moeda representavam apenas 20% do total de dinheiro em circulação nota de rodapé vamos a ela em 1820 os depósitos metálicos chamavam 1315 contos de réis enquanto os bilhetes em circulação totalizavam 8.070 contos em 1821 o balanço do Banco do Brasil revelou seu estado de quase falência com o saldo devedor de 6016 pontos conforme Carlos Manuel pelais e Wilson zigan história monetária do Brasil página 12 voltando ao texto Ou seja 80% correspondiam a dinheiro podre sem lastro 90%
de todos os saques eram feitos pela Realeza para piorar a situação ao retornar a Portugal em 1821 Dom João VI todas as barras de ouro e os diamantes que a coroa mantinha nos cofres do banco abalando definit em sua credibilidade falida e sem chance de recuperação a instituição teve de ser liquidada em 1829 7 anos depois da Independência Foi recriada duas décadas e meia mais tarde em 1853 já no governo do Imperador Pedro II o atual do Brasil vive portanto a sua segunda Encarnação na qual teve momentos muito semelhantes aos de sua origem ao financiar
sem garantias políticos os mineiros e fazendeiros quebrados outra Herança da época de Dom João é a prática da caixinha entre aspas nas concorrências e pagamentos dos serviços públicos o historiador Oliveira Lima citando Os relatos do inglês lúcleo diz que se cobrava uma comissão de 17% sobre todos os pagamentos ou saques no tesouro público era uma forma de extorsão velada se o interessado não comparecesse com os 17%, os processos simplesmente paravam de andar abre aspas a época de Dom João VI estava destinada fez na história brasileira pelo que diz respeito à administração de muita corrupção e
Peculato avaliou Oliveira Lima a corrupção medrava escandalosa e tanto contribuía para aumentar as despesas como contribuía contrabando para diminuir as rendas no Rio de Janeiro a corte portuguesa estava organizada em seis grandes setores administrativos chamados de repartições a mantenharia real era responsável por todos os assuntos relativos à Mesa do Rei e sua família incluindo a lavagem e o fornecimento de talheres e guardanapos ao guarda-roupas cabias e lá pelas vestimentas e Dom João e de toda a família real a repartição da cavalariças cuidava dos animais de cavalgada de tração das carruagens e séries reais e também
dos muares usados em serviços de transporte de mercadorias a oxaria e as cozinhas reais se encarregavam da alimentação e da bebida a real contada administrava a florestas e bosques reais por fim cabia A mordomia mor organizar e administrar tudo isso com dinheiro fornecido pelo horário real e seu braço financeiro o Banco do Brasil os responsáveis por essas repetições passariam para a história como símbolos de maracutaia e enriquecimento ilícito a área de compras e os estoques da casa real era uma administrado por Joaquim José de Azevedo o mesmo oficial que em novembro de 1807 por convocado
às pressas ao palácio de Queluz para organizar o embarque da nobreza Bento Maria targini comandava o erário real os dois eram muito próximos de Dom João e Carlota Joaquina convivendo na intimidade da família real o que ele dava poder e influência que ia muito além das suas atribuições normais de seus departamentos uma comida o transporte ou conforto e todos os benefícios que sustentavam os milhares de dependentes da corte seus amigos tinham tudo seus inimigos nada no Brasil Às vezes o enriqueceu tão rapidamente e teve sua imagem de tal modo ligado a roubalheira que no retorno
de Dom João VI em 1821 foi impedido de desembarcar em Lisboa pelas cortes portuguesas a proibição e nada perturbou suas bem sucedida carreira ao contrário a família continua enriquecendo e prosperando depois da Independência em Maio de 1823 a viajante inglesa Maria Graham foi convidada para a noite do espetáculo de gala e celebraria a primeira constituinte do Brasil independente ao chegar ao teatro dirigiu-se ao camarote da mulher de Azevedo de quem era amiga e surpreendeu-se com o que viu a anfitriã estava coberta com diamantes que na Estimativa de Graham valeriam cerca de 150 mil libras esterlinas
o equivalente hoje a 34 milhões de reais segundo a inglesa na ocasião a mulher também se vangloriou de ter deixado guardado em casa outro Santo de joias de igual valor deu origem italiana targini era de família Catarinense pobre e humilde entrou no serviço público como guarda livros um trabalho menor na burocracia do Governo da colônia como era inteligente disciplinado virou escrevente do erário e logo chegou ao mais alto cargo nessa repartição com a chegada da realeza ao Brasil passou a acumular poder e honraria encarregado de administrar as crianças públicas o que incluía todos os contra
de pagamento da corte enriqueceu rapidamente ao final do período de Dom João no Brasil sua casa com dois andares de sotam situada na esquina da Rua dos Inválidos com Riachuelo era uma das maiores do Rio de Janeiro em meio à Revolução Constitucionalista de março de 1821 foi preso e teve seus bens confiscados duas semanas mais tarde estava solto também foi proibido de retornar a Portugal um Dom João VI mas continua a levar uma vida tranquila e confortável no Brasil o poder desses dois personagens Azevedo e targini era tão grande que em reconhecimento ao seu serviços
durante o governo de Dom João VI ambos foram promovidos de barão a Visconde o primeiro tornou-se o Visconde do Rio Seco o segundo Visconde de São Lourenço a promoção dos dois corruptos fez com que os cariocas fiéis a sua vocação de satizar até suas próprias desgraças celebrisassem a roubalheira em versos populares quem curta pouco é ladrão quem furta muito é Barão quem mais curta e esconde passa de barão a Visconde fecha aspas nas suas cartas o arquivista Real Luís Joaquim dos Santos Marrocos também reproduz um verso Popular sobre elas abre aspas furta Azevedo no Passo
targini rouba num horário e o povo aflito carrega pesada Cruz ao Calvário Capítulo 16 a nova corte os dois mundos que se encontraram no Rio de Janeiro em 1808 tinham vantagens e carências que se complementavam de um lado havia uma corte que se julgava no direito divino de mandar governar distribuir favores e privilégios com a desvantagem de não ter dinheiro de outro Uma colônia que já era mais rica do que a Metrópole mas ainda não tinha educação refinamento ou qualquer traço de nobreza três séculos após o descobrimento o Brasil era uma terra de oportunidade imensas
típica das novas fronteiras Americanas onde fortunas eram construídas do nada e da noite para o dia o historiador João Luiz Ribeiro Fragoso relata o caso de um imigrante que saiu pobre de Portugal virou comerciante no Rio de Janeiro e no ano da chegada da corte ao Brasil havia acumulado um patrimônio de fazer inveja a maioria dos Nobres acompanhantes de Dom João as Carneiro Leão nasceu em 13 de setembro de 1723 na cidade do Porto em uma família de lavradores com 16 anos e migrou para o Rio de Janeiro onde começou a trabalhar como caixeiro na
casa de um português em troca de comida e cama logo abriu seu próprio negócio uma casa de consignação de importação e exportação em 1799 aparecia entre os Comerciantes mais importantes da praça listados pelo então vice-rei Conde de Rezende ao morrer em 1808 tinha seis engenhos na região de Campos e Fortuna líquida de 1.500 contos de Reis Cifra 25% superior ao Capital Inicial usado na Fundação do Banco do Brasil nota de rodapé vamos a ela João Luiz Ribeiro Fragoso no livro homens de grossa Aventura páginas 288 e 294 voltando ao texto Dom João precisava do financeiro
e político dessa Elite rica em dinheiro porém destituída de prestígio e refinamento para cativá-la iniciou uma pródiga distribuição de honrarias e títulos de nobreza que se prolongaria até seu retorno a Portugal em 1821 apenas nos seus oito primeiros anos no Brasil Dom João otorgou mais títulos de nobreza do que em todos os 300 anos anteriores da história da monarquia portuguesa desde sua independência no século XII até o final do século XVIII Portugal tinha computado 16 marqueses 26 Condes oito viscondes e quatro varões ao chegar ao Brasil Dom João criou 28 marqueses oito Condes 16 viscondes
e quatro Barões segundo Sérgio Buarque de Holanda além desses títulos de nobreza Dom João distribuiu 4048 insígnias de Cavaleiros comendadores e Grand Cruzes da ordem de Cristo 1422 comendas da ordem de São Bento de arris e 590 comendas da ordem de São Tiago abre aspas em Portugal para fazer-se um Conde se pediam 500 anos no Brasil 500 contos fecha aspas escreveu Pedro Calmon abre aspas indivíduos que nunca usaram esporas foram crismado de cavaleiros enquanto outros que ignoravam as doutrinas mais triviais do Evangelho foram transformados em comendadores da ordem de Cristo fecha aspas acrescentou John habitage
os exemplos de troca de títulos e comendas por dinheiro são inúmeros em 1809 um morador de Vila Rica atua Ouro Preto ofereceu ao príncipe Regente sem cruzados em troca foi feito o Comendador da ordem de Cristo e Fidalgo da sua real casa seus dois filhos que eram Cadetes no Regimento de Cavalaria foram imediatamente promovidos ao posto de Alferes o comerciante Paulista Manuel Rodrigues Jordão recebeu a comenda da ordem de Cristo em 1818 abre aspas por ter concorrido com a voltada a soma para se preencher o fundo do Banco do Brasil a fim de poder o
estado colher as mais amplas e preciosas vantagens deste útil e importante estabelecimento fecha aspas segundo explicava o Decreto que lhe concedeu a honraria Assinado por Dom João VI a essa nova nobreza socorrer Dom João nas suas atribuições financeiras a partir dela tornou-se acionista do Banco do Brasil Outra assinosa inúmeras abre aspas listas de subscrição voluntária seja aspas que circularam pelo Rio de Janeiro logo após a chegada da corte eram listas e doações destinadas a angariar fundos para cobrir as despesas da coroa o historiador Jurandir malerba calculou em cerca de 1500 o total de subscritores desses
160 fizeram contribuições individuais superiores a 150 mil réis valor suficiente para comprar um escravo com idade entre 10 e 15 anos abre aspas os grandes que socorreram o rei buscavam e receberam distinção honra prestígio social em forma de mobilizações títulos privilégios isenções liberdade de franquias mas igualmente favores com retorno material como os postos na administração e na arrematação de impostos na primeira lista de subscrições de 1808 a metade dos contribuintes era traficantes de escravos um deles José Inácio Vaz Vieira responderia sozinho por 33% do tráfico catalogado entre 1813 e 1822 foi agraciado com o hábito
da a ordem de Cristo em 1811 Amaro velho da Silva aquele traficante que em 1808 segurará um dos varões do Palio encarnado na chegada de Dom João no Caju Rio de Janeiro também aparece na lista dos grandes doadores da corte Pois é realmente recompensado pelo seu serviços em 28 de Agosto de 1812 o príncipe Regente assinou decreto nomeando Amaro e o irmão Manuel para a função de conselheiros de Sua Majestade com a seguinte justificativa abre aspas depois de terem dado muitas provas dos seus erros e patriotismo em diferentes ocasiões de urgências do estado suprindo com
grandes somas o meu real erário fizeram ultimamente O donativo gratuito de 50 mil cruzados para eu mandardes por deles como bem né provesse mostrando por essa forma os honrado sentimentos e o maior zelo pelo meu real serviço e bem público fecha aspas além de Conselheiro real Amaro receberia também os títulos primeiro Visconde de Macaé Cavaleiro profeta da ordem de Cristo Fidalgo da casa real e Fidalgo de armas a nova nobreza criada por João no Brasil tinha dinheiro títulos e poder mas nenhum traço de bom gosto ou sofisticação todos os cronistas e Viajantes da época se
referem ao Rio de Janeiro como uma cidade rica e Próspera sem refinamento abre aspas percebe-se a exibição da quantidade Talvez uma forma de auto afirmação da nova elite das aspas ponderou o historiador Jurandir uma lerba ao chegar ao Brasil em 1817 como Ministro dos negócios estrangeiros e da Guerra o conde de palmela achou tudo muito estranho abre aspas falta gente Branca luxo boas estradas enfim falta muitas coisas que o tempo dará fecha aspas escreveu a mulher que ficaram em Portugal abre aspas Apesar de todas as despesas não há sinais e esplendor ou elegância observou James
Henderson o ponto inglês referindo-se ao caráter perdulário da corte o oficial da Marinha americana Harry Mary beckhamidt ficou intrigado ao anotar nas ruas do Rio de Janeiro o número de pessoas que portavam fitas laços medalhas e condecorações Na tentativa de se distinguir umas das outras isso incluía os nobres Comerciantes Funcionários Públicos e também os escravos que exibiam fitas e outros adereços coloridos abre aspas nesse país Ninguém guarda nenhuma insígnia de distinção para ser mostrada em dias de paradas ou cerimônia nada me surpreendeu mais do que ver o número de pessoas que usavam com decorações em
dias comuns nas ruas se usa é tão frequente que já deixou de simbolizar qualquer traça de dignidade ou importância para os seus portadores fecha aspas o encontro das duas nobrezas a nova e rica com a velha e Pobre se dava nos inúmeros rituais que cercavam a no Rio de Janeiro incluía um conceitos musicais procisões mistas e outros cerimoniais religiosos nada porém se comparava ao beijamão era o momento em que o rei acompanhado de toda a família real abria as portas do Palácio para que o súditos pudessem lhe ocultar as mãos prestar homenagens e fazer diretamente
qualquer pedido ou reclamação esse ritual muito antigo já tinha sido abolido havia bastante tempo pelas demais curtas europeias mas ainda era praticado em Portugal e pelos vice-reis no Brasil colônia uma das descrições mais detalhadas da cerimônia do Beira da mão foi feita por autora anônimo e misterioso que afinava seus textos e ilustrações com a sigla apdg sua identidade nunca foi revelada aparentemente eram funcionário inglês que conviveu com a nobreza em Lisboa e no Rio de Janeiro então caricato desenhos e Relatos satirizam os costumes antiquados e carolas de Portugal na época de Dom João VI O
que explica o seu Anonimato apdg refere-se ao ritual da seguinte forma Quando o sinal é dado para abertura do salão real a banda de música da corte no seu costume muito antigo começa a tocar e toda a cena assumir uma aparência muito imponente os nobres caminham em fila para dentro do salão um após o outro em passos lentos quando chegam alguns passos do Trono inclinam-se profundamente em seguida avançam mais um pouco ajoelham-se e beijam a mão do soberano que estende para todos os seus súditos com o ar verdadeiramente fraternal feito isso os nomes repetem a
mesma homenagem em direção a rainha e a cada um dos membros da família real por fim saem fila pela outra porta na mesma ordem em que entraram fecha aspas a PDG conta que alguma cerimônia chegavam a durar até sete horas abre aspas para a grande família dos Príncipes e princesas que permaneciam de pé fecha aspas outras testemunha o contra o inglês James Henderson visto beija desvia toda noite no Palácio de São Cristóvão por volta de 8 horas com exceção de feriados de Domingos abre aspas as estradas que vinham da Cidade Nova Catumbi e mata porcos
ficavam repletas de Oficiais de pessoas comuns que para lá se dirigiam em cabriolets na Garuva de cavalos ou até todos a carta de alguma Graça real relata Henderson quando as portas se abrem Acontece uma corrida para o misco a paradiante e um mulato será visto pisando os calcanhares de um general eles avançam numa mesma formação em direção ao andar superior onde Sua Majestade está sentada acompanhado pelos seus fidagos fecha aspas todos têm o direito de beijar a mão do Rei mesmo quem não era Nobre nem Fidalgo abre aspas era uma cerimônia que punha um monarca
em contato direto com o vassalo que ele apresentava as devidas venias e suplicava por alguma mercê fecha aspas explica o historiador refor bater nela a autoridade paternal do soberano protetor da Nação fecha aspas em 1816 um despacho do Intendente de polícia Paulo Fernandes Viana fazia referência a um grupo de índios que queria participar da cerimônia Viana pede o comandante da Guarda real que abre aspas mande a essa intendência um inferior da cavalaria para ir por terra ao Rio Doce pela Vila de Campos e capitania do Espírito Santo para acompanhar certa porção de índios que querem
ter a honra de beijar em a mão de Sua Majestade fecha aspas Viana recomenda que O oficial deve abre aspas trazê-los com humanidade e atenção Capítulo 17 a senhora dos Mares no dia 25 de junho de 1808 cinco meses após assinatura da carta Régia de abertura dos portos do Brasil 113 Comerciantes Ingleses se reuniram numa Taverna de Londres estavam ali a convite de Dom Domingos de Souza Coutinho o embaixador português na Inglaterra do Domingo darei irmão do homem forte do novo Ministério organizado por Dom João no Rio de Janeiro Dom Rodrigo de Souza Coutinho futuro
Conde de Linhares três semanas antes tinha mandado publicar nos jornais londrinos uma nota na qual exortava a se organizarem todos os homens de negócio eventualmente interessados em desbravar ou até então virgem em mercado brasileiro as oportunidades assegurava de um Domingos era um enormes o Brasil que por três séculos tinha sido uma terra misteriosa e proibida para os estrangeiros agora se abrir ao mundo seus portos até então restritos aos navios de Portugal e só de Portugal estavam finalmente autorizados a receberem embarcações de outros países na prática o cenário para os ingleses era ainda melhor do que
prometido o embaixador como a Europa estava ocupada pelos exércitos de Napoleão naquele momento nenhum outro país europeu tinha condições de comercializar com o Brasil vencedora da Batalha de trafalga em 1805 na qual as forças combinadas da Espanha e da França tinham sido aniquiladas pelo esquadra de Lord Nelson a Inglaterra era a única potência com o livro de trânsito nos mares era portanto a grande beneficiária da abertura dos portos como se comprovariam os meses seguintes para os homens de negócios reunidos na Taverna de Londres a chance era imperdível e tinha de ser aproveitada de imediato no
encontro relatado nas páginas do Correio Braziliense o 113 Comerciantes fundaram a sociedade dos negociantes Ingleses que traficam para o Brasil sobre a presidência de do Príncipe a partir daí os portos brasileiros se viram a tulhados de produtos Ingleses numa escala nunca antes imaginada chegava de tudo muitas coisas eram práticas e úteis como tecidos de algodão cordas pregos martelos serrotes fivelas de arreios e ferragens em geral mas havia também excentricidades como patins de Gelo e pesadas mantas de lã que causavam espanto sobre o calor úmido e abafado dos trópicos eram produtos que as fábricas Ingleses despejavam
em quantidade monumentais e a preços baixos as novas técnicas de produção desenvolvidas pela Revolução Industrial do final do século XVIII sem acesso ao mercado europeu devido ao Bloqueio Continental imposto por Napoleão a Inglaterra os despacharam para o Brasil e outros países da América do Sul onde desembarcavam por uma Pechincha e causavam sensação entre os moradores habituados a escassez e a má qualidade dos produtos e artesanais que circulavam pelas colônias americanas em 1808 a Inglaterra estava começando a estender aos quatro cantos da terra o maior Império que a humanidade tinha conhecido até então no apogeu durante
as seis décadas de governo da Rainha Vitória 1837 a 1901 o mais longo reinado da história da Inglaterra os britânicos se orgulhavam de dizer que sobre os seus domínios o sol nunca se punha na sua porção mais oriental o império começava da recém descoberta Oceania passava pela Ásia pela África e pelas ilhas do Caribe indo terminar na vacidão gelada do Canadá que se mantiver a fiel a monarquia britânica depois da Independência Americana a força do Comércio e dos canhões britânicos tinha subjugado uma das civilizações mais antigas a Índia que recuperaria sua independência apenas em meados
do século XX ficaria ainda os pés na china milenar onde o exemplar de Hong Kong estaria aos chineses em 1997 o poder e a influência da nova potência que faziam sentir em todas as partes do planeta um pouco mais de um bilhão de habitantes Londres era maior cidade do mundo suas chaminés lançava uma nuvem de fuligem que cobria o telhado das casas fortuna-se multiplicavam graças a invenções revolucionárias como a locomotiva a vapor nesse ambiente criativo e dinâmico as ideias circulavam livremente encontrasse com o ardor patriotico porém autoritário da França napoleônica onde os livros e a
cultura eram submissos aos Caprichos do Imperador no começo do século XIX havia 278 jornais em circulação em Londres esse número incluía periódicos Ingleses como o já venerável the times e também uma infinidade de jornais em língua estrangeira ali publicados para fugir a censura e a perseguição em seus países de origem caso do pelo Correio Braziliense de Hipólito da Costa a cidade eram sendo de debates pesquisas e inovações que atraía cientistas pensadores escritores e poetas alguns dos maiores nomes da história da literatura inglesa como Lord barron persiele e Jane Austen lá estavam escrevendo suas obras-primas Multidões
se reuniam para ouvir palestras exposições e debates em torno de inúmeras sociedades dedicadas à pesquisa de Geografia astronomia antropologia e geologia entre outras áreas da ciência como resultado da Revolução Industrial combinada com o domínio dos oceanos e a expansão comercial a riqueza da Inglaterra dobrou entre 1712 E 1792 em menos de um século o volume de comércio nos postos de Londres triplicou em 1800 o Rio Tâmisa nas imediações da capital era uma floresta de mastros de navios todos os dias 2000 e 3.000 barcos mercantes estavam ancorados À Espera da vez para embarcar ou descarregar suas
mercadorias da China chegavam o chá e seda dos Estados Unidos tabaco milho e trigo do Brasil açúcar madeira café e minérios da África Marfim e minérios entre 1800 e 1830 o consumo de algodão pelas indústrias têxt da região de Liverpool saltou de cinco milhões para 220 milhões de libras um crescimento de 44 vezes em apenas três décadas esse volume monumental de comércio era protegido pelos 880 navios de guerra que a Marinha real britânica mantinha espalhado pelo mundo tratava-se da mais poderosa e eficiente força naval da época 147 vezes maior do que a dos Estados Unidos
retém Independentes cuja armada não tinha mais que seis embarcações nota de rodapé vamos a ela Kennedy abre aspas com os pés no mar fecha aspas em revista de história da Biblioteca Nacional número 14 de novembro de 2006 páginas 48 a 53 a informação de que a Marinha dos Estados Unidos tinha apenas 6 navios é de Richard Zaxy Coast audiobook voltando ao texto num período de 200 anos os ingleses tinham vencido todas as batalhas Navais em que se envolveram seus navios eram equipados e organizados de forma exemplar a tripulações eram capazes de armar e recolher as
velas carregar e disparar os canhões em menos tempo do que qualquer outra Marinha da época também mantém os seus navios mais limpos e bem organizados reduzindo o perigo de doenças epidemias a Bordo em 1808 o recém aberto o mercado brasileiro tornou-se um alvo natural dos interesses dessa florescente potência mundial depois de escapar de Napoleão sobre a proteção da Marinha britânica Dom João devia imensas favores à Inglaterra sua dependência em relação aos britânicos era tão grande que na etapa da viagem entre Salvador e Rio de Janeiro confiou ao capitão James Walker comandante do navio badford 84
corpores com parte dos Tesouros reais que vinha trazendo de Lisboa mais tarde já no Rio de Janeiro presenteou contra o mirante Sidney Smith comandante da Esquadra britânica com uma chácara na praia de Santa Luzia em agradecimento pelos serviços prestados a propriedade incluía uma bonita casa de campo terras e várias escravos para cultivá-las o governo Inglês obviamente sabia o quanto a monarquia Portuguesa era frágil naquele momento e como obter vantagens dessa situação depois de coordenar a partir de Dom João para o Brasil em 1807 Lord strainford retornou a Inglaterra onde permaneceu por quatro meses chegou ao
Rio de Janeiro em 17 de abril de 1808 construções muito precisas a respeito do tratado que deveria negociar com a corte exilada essas instruções que o historiador americano Alan k Manchester descobriu ao pesquisar a correspondência entre stream Ford e o Ministro das relações exteriores britânico Lord kennen mostram que Enquanto a cor de portuguesa procurava salvar a própria pele fugindo para o Rio de Janeiro a Inglaterra tinha o pleno controle da situação e sabia exatamente o que e como negociar para assegurar seus interesses políticos e comerciais na região uma das instruções de querem a stream for
determinada negociação de um acordo para abre aspas induzidos como exemplos britânicos a transformarem o Brasil no Empório para as manufaturas destinadas ao consumo de toda América do Sul o Brasil era portanto parte de uma estratégia comercial maior na qual os interesses Ingleses se estendiam por todo o continente o plano funcionou perfeitamente no campo comer os privilégios concedidos à Inglaterra foram superiores até mesmo aos que a Metrópole portuguesa teria no Brasil de Dom João a abertura dos portos decretada ainda na Bahia era apenas o começo seus benefícios seriam ampliados dois anos mais tarde por um tratado
que transformou a Inglaterra em aliado preferencial nas relações comerciais da Colônia convertida em sede da monarquia então preferencial que a partir de 1810 nem os portugueses conseguiam competir com os produtos Ingleses pelo novo tratado as taxas alfandegárias dos Ingleses nos postos brasileiros foram reduzidas para apenas 15% do valor de importação contra 16% pagos pelas mercadorias portuguesas com isso o Brasil se tornou do ponto de vista douaneiro um território livre para os produtos da Inglaterra além das vantagens comerciais o Tratado de 1810 deu os ingleses prerrogativas especiais que incluíam o direito de entrar e sair do
país quando bem entendessem fixar residência adquirir propriedades e ter um sistema de Justiça paralelo pelo artigo 10 de todos os mais polêmico a Inglaterra reafirmava no Brasil um privilégio que Já devia em Portugal desde 1654 nomear magistrados especiais com a função de julgar todas as causas que envolvessem cidadãos britânicos os próprios Ingleses residências no país elegeriam seus juízes e só poderiam ser destituídos pelo governo português mediante prévia aprovação do representante da Inglaterra no Brasil na prática passavam a existir duas justiças do Brasil uma para Portugueses e brasileiros outra só para Ingleses esses inalcançáveis pelas leis
locais aos Ingleses era garantido também o direito de liberdade religiosa decisão até então inédita nos domínios de Portugal na América os protestantes Ingleses passavam a ter autorização para erguer templos religiosos desde que essas capelas e igrejas se assemelhassem a domicílios particulares e não tocassems para anunciar cultos religiosos esse artigo do tratado enfrentou o feroz oposição do núncio apostólido no Rio de Janeiro Dom Lourenço calepe que chegou a ameaçado Dom João Dias comunhão caso aceitasse as exigências dos Ingleses cujos interesses acabaram prevalecendo como recompensa pela proteção que ele fora dada pela própria inglesa na viagem ao
Brasil João também conseguia aos britânicos o privilégio de cortar madeira na florestas brasileiras para a construção de navios de guerra Além disso os navios de guerra britânicos sem limite de número poderiam entrar em qualquer Porto dos domínios portugueses em tempos de paz ou de guerra os artigos finais estipulavam que o Tratado teria duração ilimitada e por ligações e condições expressas seriam abre aspas perpétuas e imutáveis 12 anos mais tarde quando Dom Pedro I procurou o reconhecimento da Inglaterra a independência brasileira uma parte do preço cobrado pelo governo Inglês foi a ratificação pelo novo estado das
cláusulas do Tratado de 1810 o acordo foi assinado sobre a falsa aparência de reciprocidade na realidade tratava-se de coisa bem diferente enquanto no Brasil os ingleses tinham prerrogativa de eleger juízes e ter tribunais especiais esse direito não era assegurado aos portugueses residentes na Inglaterra para os quais o contrato reconhecia apenas os benefícios da abre aspas excelência reconhecida da jurisprudência britânica das aspas não passava por tanto de uma concessão pura e simples ao poder da Inglaterra que garantir a sobrevivência da monarquia Portuguesa pela força de suas tropas armas munições e navios capa esses benefícios eram tão
grandes e essenciais que sem eles os portugueses deixariam de ser até uma nação peça aspas escreveu Alan Manchester as consequências da abertura dos portos e do Tratado de 1810 podem ser medidas em números em 1808 entraram no porto do Rio de Janeiro 90 navios estrangeiros o que correspondia a 10% do total os outros 90% eram embarcações portuguesas dois anos depois o número de navios estrangeiros tinham aumentado cinco vezes para 422 quase todos os ingleses enquanto os portugueses haviam diminuído em 1809 um ano depois da abertura dos portos já existiam mais de 100 empresas comerciais britânicas
operando no Brasil em 1812 o Brasil vendeu para a Inglaterra menos de 700 mil libras esterlinas em mercadorias na mão contrária os ingleses exportaram para o Brasil Quase três vezes cerca de 2 milhões de libras esterlinas as exportações britânicas para o Brasil eram 25% maiores do que todas as vendas para a Ásia e metade de tudo que era exportado para os Estados Unidos a ex colônia declarada independente em 1776 8 de cada 10 libras de celinas exportadas para a América do Sul vinham para o Brasil mais do que o número de cargas de navios impressionava
a variedade de produtos que entravam no Brasil abre aspas o mercado ficou inteiramente abarrotado registrou o minerologista em inglês John Mauer tão grande é inesperado foi o fluxo de manufaturas ingleses que os aluguéis das casas para armazená-las e levaram-se vestiginosamente a baía estava coalhada de navios e em breve Alfândega transbordou com o volume das mercadorias monte de ferragens e pregos peixe salgado montanhas de queijos chapéus caixas de vidros dinâmica cordoalha cerveja em Barris clínicas gomas resinas alcatrão tudo achava-se exposto não somente ao sol e a chuva mas a depilação geral reticência espartilhos caixões mortuários selas
e mesmo patins para gelo abarrotaram o mercado no qual não poderiam ser vendidos e para o qual nunca deveriam ter sido enviados outra testemunha da época um viajante francês confirmou ter visto o desembarque de patins de gelo no Rio de Janeiro além de outras entre aspas esquisitas mercadorias que incluíam pesados cobertores de lã e fogões e calefação de cobre para aquecer a cama era um produto que nada tinham a ver com o clima e as necessidades locais mas aqui chegavam praticamente sem impostos de importação e acabavam sendo adaptados a usos nunca imaginados o mesmo viajante
francês conta que os cobertores de lã foram utilizados para substituir de forma muito mais eficiente o couro de boi na Lavagem do Cascalho nas minas de Ouro as bacias de cobre furadas viraram escumadeiras gigantes nos engenhos de Açúcar os patins de gelo se transformaram em facas e ferraduras e outros objetos metálicos O Viajante francês disse ter visto em Minas Gerais uma maçaneta de porta feita de patins é um engano achar que só os ingleses se beneficiaram nessa história muitos brasileiros e portugueses também ficaram ricos alguns de maneiras desonesta Os relatos dos Viajantes estão repletos e
histórias e estrangeiros enganados pelos Comerciantes locais que passavam adiante produtos e mercadorias de baixa qualidade como se fosse em outra coisa abre aspas vendiam-se turmalinas por Esmeraldas cristais prototágios e pedras comuns e imitações de vidros por diamantes fecha aspas contou John Mauer abre aspas gamelas de latão compradas aos Ingleses eram limadas e misturadas com Ouro entre parênteses em pó na proporção de 5 a 10%. fecha aspas madeiras baratas e de cor avermelhadas das florestas do Rio de Janeiro eram vendidas como se fossem o valiosíssimo para o Brasil madeira de lei cujo começa era rigorosamente fiscalizado
em Pernambuco era a malandragem brasileira fazendo mais uma de suas performances de gala nas páginas da história Nacional Capítulo 18 A transformação em epígrafe Não Posso Explicar que a abundância e a Fartura das fazendas e quem que eleria francesas que tem inundado esta cidade já não se veem fazendo As inglesas e Todas têm sido abandonadas e toda a gente se vê ataviada ao osso francês menos eu que sou Portugal velho e ninguém me tira dessa firma dessas relato do arquivista Real Luís Joaquim dos Santos em carta a irmã em Lisboa sobre a invasão de produtos
franceses no Rio de Janeiro em 1816 passados os atropelos da chegada era a hora de colocar Mãos à Obra os planos eram grandiosos e havia tudo por fazer no Brasil entre outras carências a colônia precisava de estradas escolas tribunais fábricas bancos moeda comércio imprensa biblioteca hospitais comunicações eficientes em especial necessitava de um governo organizado que se responsabilizasse por tudo isso o país era desmesurado e virgem enquanto que o novo governo Adventista e indigente tinha de improvisar e criar tudo fecha aspas escreveu o historiador Pedro Calmon Dom João não perdeu tempo no dia 10 de Março
de 1808 48 horas depois de desembarcar no Rio de Janeiro organizou seu novo gabinete o primeiro ministério do Brasil ficou assim incluído negócios estrangeiros e da Guerra Dom Rodrigo de Souza Coutinho futuro Conde de Linhares negócios do reino Dom Fernando José de Portugal futuro Marquês de Aguiar negócios da Marinha e ultramar Dom João Rodrigues de Sá Menezes Visconde de Anadia caberia a Esse Ministério criaram um país a partir do nada Havia duas frentes de ação a primeira interna incluiu as inúmeras decisões administrativas que Dom João tomou logo a chegar para melhorar a comunicação entre a
províncias estimular o povoamento e o aproveitamento das riquezas da colônia a outra frente era externa pisava ampliar as fronteiras do Brasil uma tentativa de aumentar a influência portuguesa na América era também uma forma de punir os adversários europeus de Portugal ocupando seus territórios é ameaçando seus interesses americanos nesse caso os avanços foram precários e sequências duradouras no final de 1808 uma Tropa de 500 soldados brasileiros de portugueses escoltada por uma pequena força naval invadiu a Guiana Francesa e sitiou a capital Caiena cujo Governador se rendeu sem resistência no dia 12 de Janeiro era uma Retaliação
a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão uma segunda ofensiva seria anexação da chamada banda oriental do Rio da Prata atual território do Uruguai em represália a aliança da Espanha com a França napoleônica foram ambas conquistas efêmeras a Guiana seria devolvida a França 8 anos mais tarde pelo Tratado de Viena que redesenhou o mapa da Europa após a queda de Napoleão Uruguai ocupado por Tropa de Dom João em 1817 conseguiria sua independência em 1828 com os planos e expansão territorial fracassados pessoa Dom João se concentrar na primeira e mais ambiciosa de suas tarefas mudar o
Brasil para reconstruir nos trópicos o sonhava Império americano de Portugal nesse caso as novidades começaram a aparecer num ritmo Alucinante e teria um grande impacto no futuro do país na escala em Salvador a decisão mais importante havia sido a abertura dos portos na chegada ao Rio de Janeiro foi a concessão de liberdade de comércio em indústria manufatureira no Brasil a medida anunciada no dia primeiro de abril revogavam um alvará de 1785 que proibia a fabricação de qualquer produto na colônia combinada com a abertura dos portos representava na prática o fim do sistema colonial o Brasil
libertava-se de três séculos de monopólio português e se integrava o sistema internacional de produção e Comércio como uma nação autônoma livre da proibições inúmeras indústrias começaram a despontar no território brasileiro a primeira fábrica de Ferro foi criada em 1811 na cidade de Congonhas do Campo pelo então governador de Minas Gerais Dom Francisco de Assis Mascarenhas O Conde da Palma três anos mais tarde já como governador da província de São Paulo João Francisco auxiliaria a construção de outra indústria Siderúrgica a real fábrica de São João de Ipanema em Sorocaba em outras regiões foram ervidos Moinhos de
trigo e fábrica de barcos pólvora cordas e tecidos abertura de novas estradas autorizada por Dom João ainda na escala em Salvador ajudou a romper o isolamento que até então vigorava entre as províncias sua construção estava oficialmente proibida por lei desde 1733 com a desculpa de combater o contrabando de ouro e pedras preciosas ainda em 1809 uma estrada de 121 Léguas cerca de 800 km foi aberta entre Goiás e a região norte do país seguindo o percurso semelhante ao da atual Rodovia Belém Brasília tinha por objetivo facilitar a comunicação com Guiana Fran depois da ocupação de
Caiena por tropas portuguesas também foram abertos novos caminhos entre Minas Gerais Bahia Espírito Santo e o norte do atual Estado do Rio de Janeiro a estrada do Comércio ligando a cidade do Vale do Paraíba reduziu pela metade o percurso que os tropeiros tinham de percorrer para ir de São Paulo ao sul de Minas as regiões mais distantes foram exploradas e mapeadas o Pará e o Maranhão ganharam uma nova carta hidrográfica boiar A Sua Primeira Companhia de Navegação expedições percorrer nos rios tributários do Amazonas até as nascentes estabeleceram a comunicação fluvial entre o Mato Grosso e
São Paulo a navegação a vapor foi inaugurada em 1818 o Felisberto caldeirão futuro Marquês de Barbacena e primeiro embaixador do Brasil em Londres depois da Independência Dom João concedeu Abraham o privilégio de explorar o negócio com exclusividade por 14 anos decisão que o jornalista Hipólito ela sacrificou por considerar que a falta de concorrência inibiria a expansão do novo meio de transporte outra novidade foi a introdução do ensino leigo e superior antes da chegada da corte toda a educação no Brasil colônia estava restrita ao ensino básico e confiada aos religiosos as provas eram ministradas muitas vezes
dentro das igrejas com plateia para assistir o desempenho dos alunos ao contrário das vizinhas colônias espanholas que já tinham suas primeiras universidades no Brasil não havia uma só Faculdade Dom João mudou isso ao criar uma escola superior de medicina outra de técnicas agrícolas um laboratório em estudos e análises químicas e Academia Real militar cujas funções incluíam o ensino de engenharia civil e mineração estabeleceu ainda o Supremo conselho militar e de Justiça A intendência geral de polícia da corte abre parênteses mistura de prefeitura com Secretaria de Segurança Pública Sérgio parentesis o erário Régio o de fazenda
e o corpo da Guarda real mais tarde seriam criadas a Biblioteca Nacional o Museu Nacional o Jardim Botânico e o Real teatro de São João A Gazeta do Rio de Janeiro Primeiro Jornal publicado em território nacional começou a circular no dia 10 de setembro de 1808 impressa em máquinas trazidas ainda encaixotadas da Inglaterra com uma ressalva Só imprimia Notícias favoráveis ao governo abre aspas a julgar-se o Brasil pelo seu único periódico seria um paraíso terrestre onde nunca se tinha expressado uma só crítica ou reclamação dessa aspas observou o historiador John habitagem e pólito da Costa
que lançou o seu Correio Braziliense em Londres três meses antes da estreia da Gazeta no Rio de Janeiro reclamava de si abre aspas gastar tão boa qualidade de papel em imprimir tão ruim matéria fecha aspas e que abre aspas melhor assim entregaria muito usado para embrulhar manteiga fechar aspas as transformações teria o seu ponto culminante em seis de dezembro de 1815 nesse dia véspera da comemoração do aniversário de 81 anos da Rainha Maria primeira Dom João elevou o Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarve e promoveu o Rio de Janeiro até de
oficial da coroa havia dois objetivos na medida o primeiro era homenagear os brasileiros que o haviam acolhido em 1808 o outro era reforçar o papel da monarquia portuguesa nas negociações do congresso de Viena no qual as potências vitoriosas na guerra contra Napoleão discutiu o futuro da Europa com elevação do Brasil a categoria de Reino Unido de Portugal A Corte do Rio de Janeiro ganhava direito de voz e vota no Congresso embora estivesse a milhares de quilômetros de Lisboa a sede então reconhecida pelos demais governos europeus ao lado dessas iniciativas grandiosas o príncipe também adotou providências
para o kianas como a ordem para mudar a fachada das casas do Rio de Janeiro quando a corte chegou a maioria das residências cariocas tinha janelas em estilo mourisco chamada as rótulas ou geluzias era uma abertura na parede protegida por treliças de madeira com um pão na parte inferior onde os moradores podiam observar o movimento da rua sem serem vistos as grades de madeira imperiam a entrada do sol e tornavam o interior da casa escuro e sufocante Dom João detestou esse detalhe arquitetônico mandou que todas as treliças fossem removidas imediatamente e substituídas por vidraças abraças
no termo de oito dias segundo edital assinado no dia 11 de junho de 1809 noutra decisão pitoresca declarou guerra contra os índios botocudos que enfezavam a vida de fazendeiros e colonos na províncias do Espírito Santo segundo o relato do inglês John mola abre aspas o príncipe Regente publicou uma proclamação na qual Convida os índios a habitar nas aldeias a se fazer em cristãos prometendo-lhe se viverem em boa inteligência com os portugueses que seus direitos serão reconhecidos e como os outros vassalos gozaram da proteção do Estado mas se persistirem em sua vida Bárbara e Feroz os
soldados do Príncipe terão ordem de eles fazer guerra de extermínio fecha aspas de Londres e pólito da Costa ironizou a medida num editorial do Correio Braziliense abre aspas há muito tempo não Leia um documento tão célebre e o publicarei Quando receber a resposta de sua excelência o secretário de estado dos negócios estrangeiros e da guerra da Nação dos botocudos fecha aspas o esforço de mudar o Brasil não se limitou ao aspecto administrativo enquanto mandava Abrir estradas construir fábricas e escolas e organizar a estrutura de governo São João também se dedica ao que o historiador Jurandir
malerba chamou de entre aspas Empreendimentos civilizatórios fecha aspas nesse caso a meta era promover as artes a cultura e tentar difundir algum traço de refinamento e Bom Gosto nos hábitos atrasados da colônia a maior dessas iniciativas foi a contratação em Paris da famosa missão artística francesa chefiada por Joaquim secretário Perpétuo da sessão de Belas Artes do Instituto de França a missão chegou ao Brasil em 1816 e era composta por alguns dos mais renomados artistas da época jambaquish discípulo de Jack Lu e Davi o pintor Favorito de Napoleão Bonaparte nicolato né pintou de paisagem seu irmão
Augusto né Escultor granjeando e monta em mim arquiteto Simon radier gravador e intralhador Francisco ouviu professor de mecânica aplicada Francisco repor ajudante de Escultor segismun negocón músico e discípulo do compositor austríaco Franz Jose além desses artistas a missão incluía dois surradores e curtidores de peles um serralheiro três carpinteiros de carros e um mestre de obras de ferraria Dom João pagos despesas da viagem e garantiu a todos generosas pensões com a condição de que permanecessem pelo menos seis anos no Brasil oficialmente o primeiro objetivo da missão francesa era a criação de uma academia de artes e
ciências no Brasil esse plano nunca saiu do Papel nota de rodapé vamos a ela o prédio projetado por grandeza para sediar a academia levaria 10 anos para ficar pronto e seria inaugurado só em 1826 já no governo de Dom Pedro I voltando ao texto em vez disso O que os franceses fizeram mesmo foi paparicar o rei e a corte que garantiu nos trópicos houve a eles organizarem e ornamentar as grandes celebrações que a monarquia faria no Brasil nos quatro anos que antecederam a volta para Portugal e que incluiriam o casamento de Dom Pedro e a
Princesa Leopoldina o aniversário aclamação e a coroação de Dom João VI para essas ocasiões os franceses ergueram Arcos monumentais nas ruas do Rio de Janeiro organizaram peças e Consertos e pintaram cenas que se tornaram célebres a missão foi portanto útil enquanto serviu a esse propósito passado o período de celebrações ela se desarticulou foi também duramente afetada pela morte em 1817 do Seu principal inspirador e protetor Antonio de Araújo e Azevedo O Conde da barca lei do retum caiu no outro racismo e retirou-se para uma casa na Praia do Flamengo Onde morreu em 1819 abre aspas
os artistas tiveram as maiores desilusões observou o historiador Tobias Monteiro com exce da música A Corte não se interessava pelas belas artes nem nos fidalgos nem a gente rica possuía quadros dessaspas apesar das dificuldades de doer ficou 15 anos no Brasil é o mais conhecido de todos os artistas franceses responsável pela melhor e mais Ampla e cronografia da época seus quadros gravuras e anotações registram de forma meticulosa a paisagem os hábitos e costumes do Rio de Janeiro e a redores os integrantes da família real incluindo os retratos mais famosos do próprio Dom João VI os
rituais que cercavam a Corte e a coroação de Dom Pedro I são imagens que tentam limitar o brilho e a sofisticação das monarquias europeias quando na verdade tratava-se de uma nobreza caipira sem cultura de documentou ainda a escravidão na cidade de fazendas brasileiras também nesse caso são cenas acadêmicas as técnicas que retratam negros e negras com perfis gregos curvilhinhos e limpas e bem assentadas em momento algum conseguem refletir em toda sua crueza a brutalidade do espancamento e dos maus tratos a que eram submetidos dos escravos a música era de longe a arte preferida pela corte
portuguesa no Rio de Janeiro estimou que Em 1815 Dom João gastava 300 mil Francos anuais na manutenção da Capela real e seu corpo de artistas que incluíam abre aspas 50 cantores entre eles Magníficos virtuose italianos dos quais alguns famosos castrati e sem executantes excelentes dirigidos por dois mestres de capelas em 1811 chegou ao Rio de Janeiro o mais famoso músico português o maestro Marcos Antônio Portugal até a partida da corte em 1821 ele compraria inúmeras peças de música sacras em homenagem aos grandes eventos da coroa os conceitos realizados na capela real e no recém inaugurado
teatro São João com 112 camarotes e lugares para 1020 pessoas na plateia teodorod Capitão de Cavalaria na Prússia que visitou o Rio de Janeiro em 1819 descreveu esses espetáculos da seguinte forma abre aspas são quatro ou cinco apresentações semanais que variam entre comédias dramas e tragédias em português e óperas italianas acompanhadas de bailados as óperas italianas representam nas de maneira toda especial durante minha estada foi apresentada muitas vezes a ópera Tancredo mas eu mal reconheci de tão mutilada e estropiada por uma péssima Orquestra de Moisés faz quioque irmã de um dos castrati da cadela real
e Madame Sabino cantam passado realmente sobre modo ajudadas pelos seus dotes físicos a orquestra é muito reduzida em número numa palavra miserável apenas um flautista francês e um violoncelista chamaram-me a atenção os violenistas Então são abaixo da críticas até jaspas o Rio de Janeiro definitivamente estava longe de se comparar a Londres ou Paris mas os novos hábitos e rituais importados pela corte logo produzir um efeito no comportamento dos seus moradores abre aspas a abertura dos portos e a nova dignidade do Rio de Janeiro como capital de todo o império lusitano atraíram para a cidade legiões
de negociantes Aventureiros e artistas relatos Historiador Jurandir maleba esse Combatente do Exército prussiano na guerra contra Napoleão o príncipe e naturalista Alexander Filipe Maximiliano de novi chegou ao Rio Em 1815 esperando encontrar um pacato Vilarejo Colonial adormecido nas células tropicais e surpreendeu-se com o que viu abre aspas Melhoramentos de todo gênero foram realizados na capital escreveu o príncipe ela muito perdeu de sua originalidade tornando-se hoje mais parecida com as cidades europeia das aspas surpresas semelhante teve 3 anos mais tarde o oficial da Marinha americana Harry Mary beckhamidt ao entrar na Baía da Guanabara a borda
da corveta congress abre aspas o número de navios entrando e saindo continuamente do porto nos deu uma ideia da importância comercial da cidade que estávamos prestes a visitar fecha aspas anotou em seu diário abre aspas quando entramos na Bahia uma cena magnífica se abriu diante de nós reticência Colinas e vales escondidos entre majestosas montanhas estão cobertas de Conventos igrejas e lindos jardins enquanto as faixas de areia junto ao Mar São ocupadas por elegantes casas de campo a maioria delas construída por pedagogos portugueses ou por Comerciantes ingleses que ficaram ricos depois da abertura dos portos a
maneira mais divertida observar a sofisticação dos hábitos da sociedade carioca é ler os anúncios publicados na gaveta do Rio de Janeiro a partir de 1808 no começo oferecem serviços e produtos simples reflexo de uma sociedade Colonial ainda fechada para o mundo que importava pouca coisa e produzia quase tudo que consumia esses primeiros anúncios tratam de aluguel de cavalos e carroças venda de terrenos e casas e alguns serviços básicos como aulas de catecismo língua portuguesa história e geografia dois exemplos de anúncios publicados em 1808 abre aspas Quem quiser comprar uma Morada de casas de sobrado com
frente para Santa Rita Fale com Ana Joaquina da Silva que mora nas mesmas casas ou com o Capitão Francisco Pereira de Mesquita que tem ordem para aprender das aspas abre aspas vende-se um bom cavalo mestre de andar em carrinho quem o Pretender comprar procure Francisco Borges Mendes morador da Esquina do beco de João Batista por cima de uma venda fechar aspas de 1810 em diante o Tom e o conteúdo dos anúncios mudam de forma radical em vez de casas cavalos e escravos passam a oferecer pianos livros tecidos de linho lenços de seda Champanhe Água de
colônia leques luvas vasos de porcelana quadros relógios e uma infinidade de outras mercadorias importadas na edição de dois de março de 1816 da Gazeta o francês girar se anuncia como abre aspas cabeleireiro de sua Alteza real a senhora Dona Carlota princesa do Brasil de sua Alteza real a princesa de Gales e isso Alteza real a duquesa de argumentos em seguida oferece o seguinte abre aspas tentei a senhora na última moda de Paris de Londres corta o cabelo aos homens e a senhora faz cabeleiras de homens e Senhoras finge com a última perfeição o cabelo a
sobrancelhas e as suíças sem causar dano algum a pele nem a roupa e tem uma pomada que faz crescer e aumentar o cabelo fechar aspas em 13 de novembro do mesmo ano bilhar na Rua do Ouvidor número 8 avisa ter recebido abre aspas um novo sortimento de falsa e verdadeira bijuteria chapéus para senhoras livros franceses vestidos e enfeites em horas modernas cheiros de todos os gêneros pêndulos espingardas e leques a influência francesa é marcante as lojas do Rio de Janeiro estavam repletas de novidades que chegavam de Paris pela edição de 26 de junho de 1817
da Gazeta o comerciante Carlos durante seus clientes que havia se mudado da rua do ouvido número 28 para Rua Direita número nove primeiro andar onde oferecia os seguintes produtos abre aspas cheiros água de colônia pomadas diversas essências e vinagres para toucador e para mesa luvas suspensórios sabão leques de toda sorte escovas e pentes de todas as qualidades sapatos chinelas para homens e para senhoras Vestes de seda e de marroquim todas de Paris caixas de tabaco de toda espécie necessário para o homem caixas de costura para senhoras velas azeite para luzes planificado Chapéu de Palha e
de castor para homens e para meninos chapéus de palha para senhora conhecidos e não guardecidos chapéus de seda penachos fitas filós bordados de Ouro e Prata flores artificiais casimiras luvas Garças véus seda crua etc mesas espelhos e tocador espelhos de todos tamanho com molduras e sem elas estampas mais preciosas bijuteria verdadeira e falsa como colares brincos anéis e enfeites pêndulas relógios de repetição e de música para homens e para senhoras vinho de champanhe a 480 garrafa Um Moinho portátil para Grão que um só negro pode moer um sortimento de livros franceses e muitas outras mercadorias
a preços cômodos sete aspas em 1824 3 anos depois da partida da corte o cronista alemão digitou uma loja chamada Viviane situada na Rua do Ouvidor que o fez se sentir em Paris abre aspas por trás de uma mesa bem polida senta-se Madame ou mais de Moisés elegantemente posta ocupando meia dúzia de negrinhas vestidas com esmero e escolhidas pelo físico ocupadas a costurar eficiência aí vendem tudo o que de mais exigente a Dama mais elegante possa desejar naturalmente por bom dinheiro do método coito é se quiser cortar o cabelo será conduzido a um Caprichoso gabinete
guarnecido de espelhos onde poderá fazer ou allian glassi e com William tick a vontade por preço deixado a sua descrição será todavia mal visto se der menos de r$ 1000 fecha aspas a indumentários novos hábitos transplantados pela corte eram exibidos nas noites de espetáculos do teatro São João ou nas missas de domingo nessas ocasiões um símbolo indiscutivo de status era o número de escravos E serviciais que acompanhavam seus senhores nas ruas do Rio de Janeiro os mais ricos e Poderosos tinham as maiores comitivas e faziam questão de exibi-la como símbolo de sua importância social o
prussiano com leitor diz que até as meretrizes de primeira classe abre aspas que não são poucas fecha aspas exibiam orgulhosas suas escolhas pelas ruas quem não de criar os particulares os alugava para as funções dos Dias Santos ou missas abre aspas é um ponto de honra apresentar-se com o numeroso séquito caminham solenes a Passos medidos pelas ruas fecha aspas abre aspas É nos domingos e nos dias de festas que se exibem toda riqueza e magnificência das famílias brasileiras relatou O Viajante em inglês Alexander no Rio de Janeiro entre 1819 e 1821 abre aspas logo cedo
o dono da casa Se prepara para ir à igreja e marcha quase sem exceção na seguinte ordem primeiro o Senhor com seu chapéu alto calças brancas jaqueta de linho Azul sapatos de fivelas e uma bengala dourada em seguida vem a dona da casa em musselina branca com joias um grande leque branco na mão meias e sapatos brancos flores ornamentam seus cabelos escuros em seguida vem os filhos e filhas depois as mulatinhas favoritas da senhora duas ou três com meias e sapatos brancos o próximo é um mordomo negro com chapéu alto calças e fivelas por fim
negros dos dois sexos com sapatos mas sem meias e vários sem um nem outro dois ou três garotos negros mal cobetos com alguma roupa fecham a fila fecha aspas obviamente era uma aparência enganadora apesar do esforço e da velocidade das mudanças empreendidas por Dom João transformar o Brasil seria uma tarefa muito mais árdua do que se poderia imaginar observando as lojas e a pomba das famílias nas ruas da nova sede da corte portuguesa capítulo 19 o chefe da polícia uma bomba populacional abalou o Rio de Janeiro nos 13 anos em que a corte portuguesa esteve
no Brasil o número de habitantes que era de 60 mil em 1808 dobrado em 1821 só São Paulo transformada na maior Metrópole da América Latina na fase da indústrialização na primeira metade do século XX veria um crescimento tão acelerado no caso do Rio de Janeiro havia uma agravante metade da população era escrava nota de rodapé vamos a ela como todas as estatísticas do período também nesse caso os números são controvertidos o Oliveira Lima calcula em 110 mil habitantes a população da cidade em 1817 James Henderson em cima que em 1821 seriam 150 mil número que
que tem chutes reduz para 80 mil voltando ao texto pode-se imaginar o que foi isso numa cidade que já em 1808 não tinha espaço infraestrutura nem serviços para receber os novos moradores que chegavam de Lisboa a criminalidade atingiu índices altíssimos Roubos e assassinatos aconteciam a todo momento no porto navios eram alvo de pirataria gangues de arruaceiros percorriam as ruas atacando as pessoas a golpes de faca e estilete oficialmente proibidos a prostituição e o jogo eram praticados à luz do dia abre aspas nessa cidade seu subúrbios temos sido muito insultados pelos ladrões dessa aspas relata o
arquivista Real Luís Joaquim dos Santos Marrocos numa das cartas ao pai que ficaram em Lisboa abre aspas em cinco dias contaram-se em pequenos circuito 22 assassinatos e numa noite defronte a minha porta fez um ladrão duas mortes e seria um terceiro levemente veja aspas Marrocos reclamava que havia negros e pobres em demasia nas ruas do Rio de Janeiro e que a maioria se vestia de forma indecorosa a tarefa de colocar alguma ordem no caos foi confiada por Dom João ao advogado Paulo Fernandes Viana Desembargador e Ouvidor da corte nascido no Rio de Janeiro e formado
pela Universidade de Coimbra Viana foi nomeado em Intendente Geral da Polícia pelo alvará de 10 de Maio de 1808 cargo que ocupou até 1821 o ano de sua morte tinha funções equivalentes ao que seria hoje a soma de um prefeito com um Secretário de Segurança Pública mas o que isso era um agente civilizador dos costumes no Rio de Janeiro cabia ele transformar a vida Colonial provinciana encurta suja e perigosa em algo mais parecido com uma capital europeia digna de sediar a monarquia portuguesa sua missão incluía a terra nos organizar o abastecimento de água e comida
e a coleta de lixo e esgoto calçar e iluminar as ruas usando lampiões a óleo de baleia construir estradas Pontes aquedutos Fontes passeios e praças públicas fico também sobre sua responsabilidade policiar as ruas expedir passaportes vigiar os estrangeiros fiscalizar as condições sanitárias dos depósitos de escravos e providenciar moradia para os novos habitantes que a cidade recebeu com a chegada da corte Viana era um dos mais influentes auxiliares do Príncipe Regente com quem tinha audiências A cada dois dias afirmava ser abre aspas um dever da polícia trazer o povo entretido e promover o Amor e Respeito
dos vassalos para com o soberano e sua real dinastia seja aspas munido de superpoderes eles se metia em praticamente tudo briga de família e vizinhos confusões envolvendo escravos e senhores organização de festas e espetáculos públicos distribuição de livros e jornais estrangeiros o comportamento das pessoas dentro e fora de casa nada escapava de seu crivo em Ofício ao comandante da Polícia em janeiro de 1816 mandava matar os cães vadios abre aspas que já se fazem insuportáveis nessa cidade e de cuja tolerância podem nesta ardente Estação seguirem-se males além dos ordinários que já estão causando de investirem
morrem e esparraparem o povo fecha aspas em outro ofício ordenava a Guarda Militar reprimir abre aspas assobios Gritos pateadas e outras comportamentos de modos em serviços que o povo pratica fecha aspas durante Os espetáculos de teatro Uma das primeiras tarefas de Viana no seu novo em Graça o papel de agente civilizador do Rio de Janeiro foi mudar a própria arquitetura Colonial da cidade onde a ele Executar a ordem de Dom João que determinava substituição carteiras rótulas de madeira na janelas das casas por vidraças abre aspas sendo agora uma corte o Rio de Janeiro precisa de
propriedades de outra natureza que enobreçam e embelecem a cidade fecha aspas registrou num Ofício A medida foi tomada por razões estéticas mas também por segurança tenia-se que as janelas escondidas atrás das treliças fossem usadas em emboscadas contra a Corte Portuguesa a cruzada para mudar os costumes encontrava um obstáculo na presença maciça dos escravos nas ruas da cidade era uma fonte permanente de tensão social especialmente depois que a revolta de negros cativos na Ilha de São Domingos tinha resultado num banho de sangue entre os colonos brancos a mesma Ilha briga hoje a República Dominicana e o
Haiti esse considerado o país mais pobre do mundo os escravos são sempre inimigos naturais e seus senhores eles são contidos pela força e pela violência dessa aspas afirmava José Antônio Miranda autor de um panfleto que circula no Rio de Janeiro em 1821 com análise da situação política do Brasil e de Portugal abre aspas em toda parte um dos brancos são muito menos que os escravos e onde há muitas castas de homens uma desmembração resistência pode estar ligada com a sentença de morte e um batismo de sangue para os brancos como aconteceu então domingos e poderá
acontecer em toda parte em que os escravos foram superiores em força e número aos homens livres deixa aspas Viana era a favor da escravidão mas achava que não pegava bem pela exporta publicamente numa cidade habitada por uma coisa europeia mal vestidos os negros costumavam se reunir nas ruas de pratas aos domingos e feriados para julgar lutar capoeira e batucar quando comediam algum delito seus donos tinham prerrogativa de mandar a solitá-los em praça pública relatório do inte em 1821 revela que um terço de todas as prisões de escravos no período estavam relacionadas a entre aspas crimes
contra a ordem pública registrado nos boletins policiais sobre o nome genérico de desordens nessa categoria incluíam-se brigas bebedeiras jogos proibidos como capoeira e agressões físicas pequenos curtos e Portes de armas como nas áreas eram reprimidos de forma Severa um escravo recebia de 200 a 300 açoites por ser encontrado com navalhas ou lutando capoeira abre aspas a capoeira era um símbolo de cultura africana ostentado orgulhosamente pelos escravos nas ruas do Rio de Janeiro fecha aspas relata a historia Leila mezan grande era também o meio de defesa temido pelas Patrulhas policiais que rondavam a cidade os negros
poderiam ser presos apenas por a sua viagem o da capoeira ou por usar em carquete com fitas amarelas e encarnadas símbolos dos lutadores de capoeiras ou ainda por carregar instrumentos musicais utilizados nesses encontros registro policial de 15 de abril de 1818 revela que abre aspas José rebolo escravo de Alexandre Pinheiro foi preso por usar um boné com fitas amarelas e vermelhas das aspas tinha em seu poder uma faca de ponta a punição 300 açoites e três meses de prisão nada disso na opinião de Viana era condizente com um novo patamar de elegância e refinamento que
o Rio de Janeiro deveria Ostentar com a chegada da família real segundo o Intendente numa cidade que abrigava uma corte açoitar negros em praça pública era entre aspas verdadeiramente indecente Além do mais poderia provocar desnecessárias revoltas por isso suas medidas incluíram a proibição de reunião de negros escravos em Lu públicos os açoitamentos continuaram a ser feitos mas em recintos fechados sobre a supervisão da intendência geral de polícia Longe dos Olhos nobres e estrangeiros que circulavam pela cidades no Rio de Janeiro da corte a maioria da população andava armada o consumo inglês James Henderson surpreendeu-se com
o número de pessoas que postavam facas escondidas nas mangas de seus capotes abre aspas as quais tiram e usam com grande destreza fecha aspas pouca gente se arriscava a saída dos acompanhada a rua depois do anoitecer pedradas era um tipo de agressão muito comum um grande número de escravos era preso por deferir pedrada em pessoas que simplesmente passavam pela rua em outubro de 1817 a mulher do embaixador americano estão mais atingida por uma delas no olho enquanto estava dentro de sua carruagem na Rua do Ouvidor no outro caso o Intendente repreendia o comandante da guarda
da corte Porque durante um concerto no Teatro São João uma pedra Certeira atingiu a turma Manuel Alves pondo fim ao espetáculo a subversão e as ameaças ao ordem social reinante preocupavam Viana constantemente em 1816 alarmar com as notícias da revolta de escravos no Haiti e a disseminação das ideias francesas pelo continente decidiu organizar na independência geral de polícia um serviço de contra espionagem entre aspas segundo Rihanna era necessário ter cuidado com os estrangeiros em especial os franceses abre aspas uma raça que tem se revelado muito prejudicial ele recomenda que abre aspas os estrangeiros sejam vigiados
sem opressão fecha aspas por Espiões confiáveis que saibam línguas frequentem seus jantares e concordam no teatros nos passeios e divertimentos públicos fecha aspas também mandou fazer uma relação dos habitantes e suas ocupações em todos os bairros da cidade abre aspas para se descobrir das pessoas sem Ofício e suspeitosas Viana se mostrava igualmente preocupado com a mudança acelerada dos costumes no Rio de Janeiro em 1820 um compositor recém-chegado a cidade pediu-lhe autorização para apresentar um espetáculo teatral durante a quaresma Guiana recusou alegando o quê embora o requerimento parecesse inocente representava uma ruptura muito forte com a
tradição de recolhimento Piedade e orações durante a quaresma no tempo da colônia abre aspas Como o povo do Brasil não está acostumado a ver nada além das estações do Calvário é preciso não deixar que digam que foi a chegada da corte que aboliu o costume de silêncio e abstinência durante a quaresma fecha aspas o Intendente reclamava da falta recursos para combater o crime e cumprir todas as grandes tarefas que lhe estavam confiadas sua polícia que deveria ter 218 homens tinha só 75 não era uma polícia ostensiva como atualmente atuava em rondas dissimuladas escondidas na escuridão
dos becos e ruas a Estreita dos malfeitores seu regulamento dizia que os vigilantes tinham de abre aspas se ocultar em sítios mais reservados e no maior silêncio para poder escutar qualquer bolha ou motim e aparecerem repentinamente sobre o lugar das desordem fecha aspas devido a essa forma sorrateira de atuação os policiais de Viana receberam um apelido de morcegos os agentes de Viana eram implacáveis e suculentos o mais famoso dele foi o Major Miguel Nunes Vidigal segundo comandante da nova guarda real Vidigal tornou-se o terror da malandragem carioca ficava a espreita nas esquina ou aparecer de
repente nas rodas de capoeira ou nos batuques em que os escravos se confraternizavam bebendo cachaça até tarde na noite sem se importar com qualquer procedimento legal mandava que seus soldados prendessem e espancassem qualquer participante desse tipo de atividade fosse um delinquente ou apenas um cidadão comum que estivesse se divertindo em lugar do sabre militar os soldados de beringá usava um chicote de arte longa e pesada com tiras de couro cru nas pontas o major também comandou pessoalmente vários assaltos aqui longos montados por escravos fugitivos nas florestas ao redor do Rio de Janeiro em recompensa pelos
seus serviços Vidigal receber de presente dos monges beneditinos em 1820 um terreno ao pé do morro dois irmãos invadido por barracos a partir de 1940 o terreno está hoje ocupado pela favela do Vidigal de onde se tem uma vista privilegiada das praias de Ipanema e do Leblon as reformas urbanas conduzidas pelo Intendente Viana por inspirados por dois médicos e conselheiros reais o primeiro deles Domingos Ribeiro dos Guimarães Peixoto cirurgião da câmara do Rei defendiam saneamento radical da cidade propunha não apenas construídas gotos e redes de água tratada mas também demolir alguns morros aterrar os pântanos
e corrigir uma paisagem que apesar de bonita era na sua opinião nociva a saúde pública dizia que o ar do Rio de Janeiro devido à combinação das altas temperaturas com a baixa circulação dos Ventos e a água estagnada nos pântanos e mangues seria prejudicial à respiração humana porque resultava abre aspas num sangue pouco oxigenado seja aspas e favorável a proliferação de doenças o segundo médico Manuel Vieira da Silva Conselheiro do Rei e autor do primeiro Tratado de medicina publicado no Brasil também defendia o dos pântanos o escoamento das águas o alagamento das ruas e a
organização do Comércio de carne e outros alimentos tinha especial preocupação com o antigo hábito de sepultar os mortos nas igrejas que era segundo ele fonte de propagação de doenças abre aspas o enterro dentro das igrejas tem merecido a reprovação de todas as sociedades iluminadas e particularmente a merece nesta cidade em razão do valor atmosférico fecha aspas dizia Vieira da Silva abre aspas se seputam os corpos na igreja da Misericórdia deixando-os quase expostos ao calor e ao ar de onde se segue a liberação de gases sufocadores da vida das aspas o médico propunha a criação de
cemitérios abre aspas onde sejam enterrados os ricos e os pobres estabelecendo-se aí aquelas diferenças necessárias a conservar as diferenças sociais nos planos de melhoria do saneamento dos dois médicos é uma pedra ou melhor uma montanha era o Morro do Castelo situado no centro da cidade nas vizinhanças do Passo Real esse morro era na opinião de ambos prejudicial à saúde dos cariocas porque dificultava a circulação dos Ventos e impedia o livre espomento das águas abre aspas o do Castelo apresenta os maiores inconvenientes dizia Peixoto referindo-se aos morros do Rio de Janeiro não só tira-lhe aquela elegância
de vista como impede que as cidades seja banhada pela Viração que é 200 o mais constante e mais saudável e conserva na sua base por muito tempo as águas que recebem das chuvas acrescentava Vieira da Silva dirigindo-se ao Intendente Viana perguntava abre aspas deverá entrar no plano da polícia do Rio de Janeiro a sua demolição seja aspas desde então a cidade foi aplainada aterrada desbastada de modo que hoje seu traçado junto ao mar é quase irreconhecível quando comparado com um dos mapas da época da chegada da corte ao Brasil alvo de ataques tão antigos e
constantes o pobre Morro do Castelo resistiu mais um século em 1922 ou então prefeito do Distrito Federal Engenheiro Carlos Sampaio decretou seu fim como queria um Guimarães Peixoto e Vieira da Silva suas terras foram usadas para aterrar parte da Urca da Lagoa Rodrigo de Freitas do Jardim Botânico e outras áreas baixas ao redor da Bahia da Guanabara ao deixar o cargo em 1821 Diana registrou seus feitos aterrei imensos pântanos da cidade com que se tornou mais Sadia reticência fiscalçadas na rua do sabão e de São Pedro na Cidade Nova na Rua dos Inválidos eficiência fiz
um cais do Valongo reticência por não haver na cidade abundância da água para o público conseguir reticência conduzir água até para beber em uma légua de distância reticência criei e fui sempre aumentando a iluminação da cidade fecha aspas nota de rodapé vamos a ela as reformas urbanas que Viena colocou em andamento no Rio de Janeiro estavam quase meio século atrasadas em relação às capitais europeias em 1785 já havia um sistema de iluminação pública em Londres postos de polícia e uma Patrulha de 68 homens que durante a noite percorriam até as ruas da cidade conforme JJ
Tobias crime and Industrial society Century voltando ao texto como se vê eram todas obras materiais de fachada fáceis de planejar e executar outra coisa bem diferente era mudar os hábitos e costumes da população isso nem o super-homem unido do super poderes do super Viana seria capaz de fazer em tão pouco tempo Capítulo 20 a escravidão abre aspas comprei um negro por 93.600 o arquivista Luiz Joaquim dos Santos Marrocos em carta ao pai uma semana depois de chegar ao Rio de Janeiro em 1811 fecha aspas na Cidade do Rio de Janeiro São muitos dos monumentos e
lugares históricos da época de Dom João VI abandonados ou mal identificados Mas nada se compara ao que aconteceu com o mercado do Valongo o maior Entreposto Negreiro das Américas sumiu do mapa sem deixar vestígios como se jamais tivesse existido sua localização é ignorada nos mapas de ruas e nos guias turísticos situada entre os bairros da Gamboa da saúde e do Santo Cristo a antiga Rua do Valongo até mudou de nome hoje chama-se Rua do camerino ao final dela em direção a praia Mauá uma ladeira chamada Morro do Valongo sem nenhuma placa monumento ou explicação é
a única referência geográfica que restou é como se a cidade de alguma forma tentar se esquecer o velho Mercado Negreiro e a mancha que ele representa na história do Brasil esse fosse inútil porque bem ali perto fica o sambódromo onde em todo o carnaval uma escola insiste em lembrar que a escravidão faz parte da memória dos cariocas e brasileiros em 1996 a história do Valongo emergiu do subsolo de forma abrupta um casal de moradores da Rua Pedro Ernesto 36 no Bairro da Gamboa decidiu fazer a reforma na sua casa construída no início do século XVIII
durante as escavações achou o e-mail algum entulho centenas de fragmentos de ossos misturados a Cacos de cerâmica e vidro eram os vestígios do até então desconhecido Cemitério dos Pretos novos ali anos atrás se enterravam os escravos recém-chegados da África e mortos antes de serem vendidos até o começo de 2007 os arqueólogos haviam reunido 5.563 fragmentos de ossos pertenciam a 28 corpos de jovens do sexo masculino com idades entre 18 e 25 anos todos eles apresentavam sinais de cremação o motivo é óbvio no Rio de Janeiro de Dom João VI só os brancos tinham privilégio de
serem sepultados em igrejas próximos de Deus e do Paraíso Celeste segundo se acreditava na época os escravos eram jogados em terrenos baldios ou valas comuns nas quais retirava fogo e depois uma camada de cal nota de rodapé vamos a ela para mais informações sobre o Mercado do Valongo e as pesquisas arqueológicas no Bairro da Gamboa ver www.pretos novos.br voltando ao texto quando a corte portuguesa chegou ao Brasil na virgem Negreiros vindo da Costa da África despejavam no mercado do Valongo entre 18.022 mil homens mulheres e crianças por ano nota de rodapé vamos a ela a
estimativa é de Chamberlain just caustomas of the city and neighbourhood of Rio de Janeiro Capítulo de Leide Market sem numeração de página Mary karash em a vida dos escravos no Rio de Janeiro 1808 1850 catalogou 225.047 desembargados entre 1800 e 1816 o que daria uma média anual de 14 mil voltando ao texto permaneciam em quarentena para serem engordados e tratados das doenças quando adquiriam uma aparência mais saudável eram comercial da mesma maneira como hoje boiadeiros e pecuaristas negociam animais de corte no interior do Brasil a diferença é que em 1808 há entre aspas mercadoria destinava-se
alimentar as minas de ouro diamante os engenhos de cana-de-açúcar e as lavouras de algodão café tabaco e outras culturas que sustentavam a economia brasileira O desembarque a compra e a venda de escravos faziam parte da rotina da colônia brasileira havia quase três séculos para os estrangeiros que pela primeira vez foram autorizados a visitar o Brasil depois da chegada da corte era sempre uma visão constrangedora ao visitar o local em 1823 Maria Graham viajante inglesa e amiga da Imperatriz Leopoldina registrou no seu diário abre aspas Primeiro de Maio de 1823 vi hoje o Valongo é o
mercado de escravos do Rio quase todas as casas dessa longínquo são um depósito de negros cativos passando pelas suas portas à noite Vina maior parte delas bancos colocados rende as paredes Nos quais filas de jovens criaturas estavam sentadas com a cabeça raspada os corpos macilentos tendo na pele sinais de sarna recente em alguns lugares as pobres criaturas já vinham sobre tapetes evidentemente muito fracas para sentar outro estrangeiro o conto inglês James Henderson descreveu assim o desembarque dos escravos no porto do Rio de Janeiro abre aspas os navios Negreiros que chegam ao Brasil apresentam um retrato
terrível das misérias humanas o convésia abarrotado por criaturas afetadas umas às outras tanto quanto possível suas faces melancólicas e seus corpos nus e esqualidos são o suficiente para encher de horror qualquer pessoa não habituada a esse tipo de cena muitos deles enquanto o caminho dos navios até os depósitos onde ficaram expostos para venda mas se parecem com esqueletos ambulantes em especial as Crianças A Pele que de tão frágil parece ser incapaz de manter os ossos Juntos recoberta por uma doença repulsiva que os portugueses chamam de sarna um terceiro relato é o do Diplomata inglês Ele
conta como era a compra de um escravo no Valongo abre aspas quando uma pessoa quer comprar um escravo ela visita os diferentes depósitos indo de uma casa a outra até encontrar aquele que lhe agrada ao ser chamado o escravo é apalpado em várias partes do corpo exatamente como se faz quando se compra um boi no mercado ele é obrigado a andar a correr a esticar seus braços e pernas bruscamente a falar a mostrar a língua e os dentes Essa é a forma considerada correta para avaliar a idade e julgar o estado de saúde do escravo
entre os séculos 16 e 19 cerca de 10 milhões de escravos africanos foram vendidos para as Américas o Brasil maior importador do continente recebeu quase 40% desse Total algo entre 3,6 milhões e 4 milhões de cativos segundo as estimativas aceitas pela maioria dos pesquisadores nota de rodapé vamos a ela Ronaldo vainfas em dicionário do Brasil colonial página 555 Alerta que os números sobre o tráfico no Brasil são imprecisos de 3,3 milhões até 8 milhões Robert em tumbeiros o tráfico de escravos para o Brasil estima em 5,6 Milhões assim distribuídos 100 mil no século 16 2
milhões no século 17 mais 2 milhões no século XVIII e um e meio Milhão no século XIX João Ribeiro Fragoso em homens e grossa Aventura página 181 diz que só entre 1811 e 1830 foram realizadas 1181 viagens de navios Negreiros da África para o Rio de Janeiro nas quais foram transportados 489.953 para mais informações sobre o tema ver também Philips de corten de Atlantic labet trade wisconsin e Universe press citada Emmanuel Garcia Florentino em costas negras página 59 e Tomás Espíndola uma história do Brasil página 33 voltando ao texto o historiador Manolo Florentino Garcia estima
que 850 mil escravos desembarcaram no porto do Rio de Janeiro durante o século 18 o equivalente a metade de todos os negros cativos trazidos para o Brasil nesse período com a chegada da corte o aquecimento dos negócios na colônia o tráfico aumentou de forma exponencial o número de escravos desembarcados no rio saltou de 9689 em 1807 para 23.230 em 1811 um momento de duas vezes e meia em quatro anos a média anual de navios Negreiros atacado no porto também aumentou de 21 no período anterior a 1805 para 51 depois de 1809 abre aspas por volta
de 1807 o trabalho escravo no Brasil tinha se tornado um Deus econômico com o comércio escravo como seu poderoso braço direito tentar suprimir o tráfico reticência era uma atividade van pesa aspas avaliou o historiador Alan k Manchester o tráfico de escravos Era um negócio gigantesco movimentava centenas de navios e milhares de pessoas dos dois lados do Atlântico incluía agentes na costa da África exportadores armadores transportadores seguradores importadores Atacadistas e reveniam no Rio para centenas e pequenos traficantes regionais que por sua vez se encarregavam de redistribuir as mercadorias para a cidades fazendas Minas do interior do
país esses pequenos traficantes varejistas eram conhecidos como comboieiros em 1812 Metade dos 30 maiores Comerciantes do Rio de Janeiro que constituía de traficantes de escravos os lucros do negócio eram astronômicos em 1810 um escravo comprado em Luanda por 70 mil réis era revendido no distrito Diamantino em Minas Gerais por até 240 mil réis ou três vezes e meia o preço pago por ele na África o comprador ideal tinha outro escravo que seria de garantia no caso não pagamento da dívida só em impostos o estado recolhia cerca de 80.000 libras esterlinas por ano com o tráfico
negreiro seria hoje o equivalente a 18 milhões nota de rodapé vamos a ela a informação é de Chamberlain Dios and caostions reticência atualização monetária feita com base no poder de compra da libra esterlina e na taxa de câmbio do real do começo de 2007 usando como referência o artigo de Robert twiga infration de velho of the Bond voltando ao texto Apesar de muito lucrativo tratava-se de um negócio que envolvia grandes riscos 80% dos cativos vinham do Congo de Angola ou Moçambique a taxa de mortalidade no percurso até o Brasil era altíssima na África o escravo
chegava Primeiro as mãos dos Mercadores nativos geralmente como Prisioneiro de guerra ou oferecido como pagamento de tributo a um chefe tribal cabia a esse Mercador levá-lo até o litoral onde seria comprado pelos agentes dos traficantes portugueses até o início do século XVIII essas compras eram feitas com barras de ouro contrabandeadas em 1703 a coroa expediu alvará que proibia o uso de metal precioso nas transações e punia os transgressores com o Confisco dos bens e degredos de 6 anos em São Tomé a partir daí a compra de escravos passou a ser paga com produtos da Colônia
em especial tecidos tabaco açúcar de cachaça além de pólvora e armas de fogo na África cerca de 40% dos negros escravizados morreram no percurso entre as zonas e captura e o litoral outros 15% morreram na travessia do Atlântico devido às péssimas condições sanitárias nos porões dos navios Negreiros as perdas eram maiores nas cargas que vinham de Moçambique e outras regiões da África Oriental da costa atlântica uma viagem até o Brasil Durava entre 33 e 4 dias e Moçambique no oceano Índico até 76 dias por fim ao chegar ao Rio de Janeiro entre 10 e 12%
dos desembarcados pareciam em depósitos como os do mercado do Valongo antes de serem vendidos em resumo de cada 100 nervos capturados na África só 45 chegavam ao destino final significa que de 10 milhões de escravos vendidos nas Américas quase outros tanto teria morrido no percurso num dos maiores genocídios da história da humanidade nota de rodapé vamos a ela para o cálculo da taxa de mortalidade no tráfico negreiro ver Ronaldo vainfas dicionários do Brasil colonial página 556 e Manolo Garcia Florentino encostas negras página 149 a 154 voltando ao texto um risco adicional do tráfico eram os
naufrágios e os piratas que infestavam Atlântico Sul 43 navios que transportavam escravos para a companhia do Grão Pará e Maranhão durante a segunda metade do século XVIII nada menos que 14 ou 1/3 do total naufragaram na década de 1820 os jornais do Rio de Janeiro registraram 16 ataques de Piratas a navios Negreiros a maior parte de corsários norte-americanos um desses navios o estrela do mar foi roubado ainda no porto de malembo entendeu todos os 213 escravos que tinha a Bordo antes mesmo de iniciar a travessia os escravos na bordo dos navios Negreiros eram considerados uma
carga como outra qualquer um exemplo no dia 6 de setembro de 1781 o navio em inglês Jong de Liverpool saiu da África ruma Jamaica com excesso de escravos a Bordo em 29 de Novembro no meio do Atlântico 60 negros já haviam morrido por doença falta de água e comida abre aspas aos pares pé na direita com perna esquerda e mão direita com mão esquerda cada escravo tinha menos espaço do que um homem dentro de um caixão fecha aspas escreveu s o Chilon autor de black Labes em britan tendo perder toda a carga antes de chegar
ao destino o capitão Luke colhewood decidiu jogar ao mar todos os escravos doentes ou desnutridos ao longo de três dias 133 negros foram atirados da a murada vivos só um conseguiu escapar e subir novamente a Bordo o dono do navio James gregson pediu indenização à asseguradora pela carga perdida a empresa de Seguros em Londres recorreu à justiça pelas leis inglesas se o negro morresse a Bordo por maus tratos fome ou sede a responsabilidade seria do capitão do navio se caísse no mar o seguro cobriria nesse caso a justiça decidiu que a seguradora tinha razão então
era culpado pelas mortes o caso abriu os olhos dos britânicos para a crueldade do tráfego negreiro e se tornou um ícone do movimento abolicionista no mundo todo no Rio de Janeiro os traficantes de escravos eram empresários proeminentes reverenciados e respeitados que uma influência na sociedade e nos negócios do Governo na corte de Dom João esse destacavam entre os grandes doadores recompensados com honrarias e títulos de nobreza um caso bastante ilustrativo é o de Elias Antônio Lopes o traficante que em 1808 presente o príncipe Regente com o palácio que havia construído na chácara de São Cristóvão
natural da cidade do Porto Elias chegou ao Rio de Janeiro no final do século 18 ao doar sua própria casa a Dom João Elias fez um ótimo investimento ainda em 1808 recebendo o príncipe a comenda da ordem de Cristo e a propriedade do Ofício de Tabelião e da Vila de Paraty em Retribuição ao entre aspas notório desinteresse e demonstração de fiel vassalagem que vende tributar a minha real pessoa certa aspas no mesmo ano o príncipe concedeu-lhe o posto de Deputado da real junta do Comércio em 1810 foi sagrado cavaleiro da casa real e agraciado com
a perpetuidade da Aldeia Mor e do senhorio da vila de São José Del Rei na comarca do Rio de Janeiro também foi nomeado corretor e provedor da casa de seguros da Praça da corte por fim tornou-se responsável pela arrecadação de impostos em várias localidades ao morrer Em 1815 era dono de 110 escravos e de Fortuna calculada em 236 pontos de Reis distribuída em Palácios fazendas ações do Banco do Brasil e navio negreiros nota de rodapé vamos a ela para mais informações sobre as doações dos traficantes de escravos e as recompensas que receberam de Dom João
ver Manolo Garcia Florentino encostas negras página 221 222 Jurandir uma lerba A Corte não é filho páginas 231 a 250 e João Luiz Ribeiro Fragoso homens de grossa Aventura páginas 288 a 294 voltando ao texto despejados aos milhares no porto do Rio de Janeiro pelos navios Negreiros os escravos eram bem relativamente barato e acessível mesmo às famílias de classe média da corte de Dom João James Tucker oficial da Marinha britânica relatou que em 1803 um negro adulto era vendido por 40 libras no Rio de Janeiro seria hoje o equivalente a cerca de 10 mil reais
menos da metade do preço de um carro popular nota de rodapé vamos a ela uma mulher custava um pouco menos cerca de 32 libras um garoto 20 libras um negro que tivesse sobrevivido a varíola Varia Mais porque já era imune a doença e portanto tinha chance de viver por mais tempo abre aspas comprei um negro por 93.600 fecha aspas contou ao pai o alquimista Luiz Joaquim dos Santos Marrocos numa carta escrita no dia 21 de julho de 1811 o ano de sua chegada no Rio de Janeiro esse valor correspondia na época a pouco mais de
20 libras de celinas pelo preço de um escravo adolescente numa outra carta Marrocos se refere ao seu escravo como entre aspas o meu moleque uma forma muito comum de avaliar o preço de um escravo no Rio de Janeiro era compará-lo ao de um animal de carga do ponto de vista dos seus donos a comparação fazia todo sentido ambos se destinavam a mesma atividade uma besta adestrada custava no Rio de Janeiro cerca de 28 mil reais valor que segundo Historiador Almeida Prado o botânico austríaco Car Fred Rash Filipe formacious teria pago por um animal em 1817
ou seja o preço do escravo comprado pelo Marrocos era equivalente ao de três mudas de carga curiosamente Essa mesma qualidade de preço entre um escravo e um animal era observada um século antes dos relatos do padre Jesuíta João Antônio andreoni altura de cultura e opulência do Brasil por suas drogas em Minas Um clássico da história brasileira andreone que escreveu o livro sobre o pseudônimo de André João antonil relata que em 1711 abre aspas um negro bem feito Valente ladino custava em Minas Gerais 300 oitavas de ouro três vezes o preço de um cavalo Sandero fecha
aspas escravos eram patrimônio contabilizável um ativo a ser explorado ao máximo em busca de retorno no Rio de Janeiro toda pessoa com alguma projeção social tinha negros cativos relato de 1782 do Viajante espanhol Juan Francisco de aguir registra que os 30 monges do convento de São Bento então o mais rico do Brasil viviam dos rendimentos proporcionados por abre aspas quatro engenhos de Açúcar que entregam 1.200 e de algumas casas de aluguel espalhadas pela cidade fecha aspas segundo Aguirre também os monges Beneditinos e os padres Jesuítas possuíam escravos nessa época alguns proprietários tinham mais escravos do
que os necessários para suas atividades os cativos excedentes eram alugados a terceiros dessa forma seus donos conseguiam um ganho Extra havia até corredores especializados em intermediar esse tipo de negócio num sistema parecido com o funcionamento atual das imobiliárias e locadoras de máquinas e automóveis o valor do aluguel era inteiramente repassado ao dono do escravo sem indicativo participasse um ganho abre aspas todos os que conseguem adquirir uma meia dúzia de escravos passam a viver na mais completa ociosidade explorando os rendimentos do trabalho dos seus negros e a Caminhar pela rua solenemente com grande empáfia fecha aspas
descreveu um inglês gamester em 1803 abre aspas assim qualquer pessoa com fumaças de nobreza podia alcançar proveitos dos trabalhos mais Humildes sem degradar-se e sem calejar as mãos fecha aspas observou o historiador Sérgio Buarque de Holanda O Viajante alemão contou que ao chegar ao Rio de Janeiro em 1824 alugou um negro por 700 réis ao dia o equivalente a pouco menos de r$ 30 atualmente insatisfeito com o serviço demitiu depois de algum tempo e colocou um anúncio no Diário Fluminense procurando abre aspas uma negra que soubesse lavar e passar a ferro conseguiu contratar uma entre
aspas pretinha segundo sua própria definição de 16 anos chamada Delfina que deixaria por 11 mil reais mensais sendo 6.000 em dinheiro e o restante em comida e outras necessidades diárias por esse valor que hoje equivaleria a aproximadamente meio salário mínimo abre aspas eu dispunha de alguém que não somente me lavava roupa como a conserva e em caso de necessidade entendia um pouco de cozinha ficando em casa de mais a mais o tempo todo para minha maior segurança dessa aspas escreveu outra forma de escravidão que se desenvolveu paralela ao trabalho de aluguel foi o sistema de
ganho era uma crises escravos que após fazerem o trabalho na casa de seus donos regulares iam para as ruas em busca de atividades suplementar vendiam seu trabalho de forma avulsa a diversas clientes oferecendo serviços que poderiam durar um dia ou mesmo algumas horas era um sistema tão Popular que existiam até casas de comércio especializadas no aluguel de escravos os escravos de ganho faziam de tudo iam as compras buscavam água removiam um lixo levavam e traziam recados e seriam de acompanhantes para as mulheres quando iam à igreja o inglês John Lucky conta que eram usados até
para rezar Ave Maria em frente aos oratórios espalhados pela cidade na intenção de seus senhores no final do dia os escravos de ganho repassavam parte do dinheiro a seus donos a quantia ela previamente estabelecida o escravo que a ultrapassasse podia ficar com a diferença quem não alcançasse a meta era punido abre aspas essa forma de trabalho era conveniente tanto para o proprietário quanto para o escravo fecha aspas escreveu a historiadora Leila a grande uma autoridade no assunto abre aspas o senhor não se preocupava com a ocupação de seus empregados nem com seu controle os negros
por sua vez viviam soltos pelas ruas gozando de uma liberdade jamais sonhada por seus semelhantes no campo das aspas segundo ela o sistema era rentável Pois havia senhores que viviam apenas do trabalho de um ou dois entre aspas negros de ganho ao mesmo tempo ali escravos que no sistema de ganho não só conseguiam pagar a quantia combinada com seus senhores como acabavam acumulando dinheiro suficiente para comprar sua liberdade os museus coloniais estão repletos de instrumentos pavorosos e punição e suplício dos escravos Havia três categorias de castigo no Brasil segundo a classificação feita em 1938 pelo
Historiador Artur Ramos a primeira era o dos instrumentos de captura e contenção incluir um correntes e colares de Ferro algemas machos e feias entre parênteses para pés e mãos além do tronco um pedaço de madeira dividido em duas metades com buracos para imobilizar a cabeça os pés e as mãos e ouvir a mundo espécie de tronco menor de Ferro a máscara de folha de Flandres era usada para impedir o escravo de comer cana rapadura ou engolir pepitas e pedras preciosas os anjinhos anéis de ferro que polegares eram usados para obter confissões na surras usava-se a
palmatória ou o bacalhau chicote de cabo curto de couro ou madeira com 5 pontas de couro retorcido ferros quentes com as iniciais do proprietário ou com a letra f e fugitivo também eram utilizados além do libambo argola de Ferro presa ao pescoço da qual saiu uma arte longa também de Ferro voltada para cima Até o topo da cabeça do escravo com ou sem chocalhos nas pontas na prática três instrumentos eram usados com regularidade o chicote o tronco e os grilhões a punição mais comum era o açoite do escravo nas costas ou nas nádegas quando fugia
come-se algum crime ou alguma falta grave no trabalho no começo do século XVII o frei italiano Jorge Bente recomendava que a chibatadas não ultrapassassem o número de 40 por dia para não mucilar o escravo mas a relatos de Viajantes e cronistas com referência a 200 300 ou até 600 açoites quantidade tão absurda de chibatadas que deixava as costas ou as nádegas do escravo em carne viva numa época em que não havia antibióticos o risco de morte por Gangrena ou infecção generalizada era grande por isso banhava-se o escravo com uma mistura de sal vinagre ou pimenta
malagueta uma tentativa de evitar a infecção da feridas o pintor Jamba que se Dedé conta que no Rio de Janeiro escravos acusados de faltas graves como fuga ou roubo é um punido com 50 a 200 chibatadas se o dono tinha de comparecer ao Calabouço munido de autorização do Intendente de polícia na qual deveriam constar abre aspas o nome do delinquente e o número de chibatadas que deverá receber fecha aspas O Carrasco encarregado de executar o castigo Recebi uma pataca os 100 chibatadas aplicadas pataca era uma antiga Moeda de Prata no valor de 320 abre aspas
todos os dias entre 9 e 10 horas da manhã pode se ver a fila de negros que devem ser punidos cesarpas escreveu Debret abre aspas eles vão presos pelo braço dois em dois e conduzidos sub-escota da polícia até o local designado para o castigo para esse fim existem em todas as Praças mais frequentadas da cidade pelourinhos ervidos com o intuito de exibir os castigados reticência depois de desamarrado do Pelourinho o negro é deitado no chão de cabeça para baixo a fim de evitar-se a perda de sangue a saga escondida sobre a fralda da camisa escapa
assim a picada do enxame de mosca que logo procurei ser horrível repasto finalmente terminada a execução Os Condenados ajustam as suas calças e todos dois por dois voltam para a com a mesma escolta que Deus trouxe reticência de volta à prisão a vítima é submetida a uma segunda prova não menos dolorosa a lavagem das Chagas com vinagre e Pimenta operação sanitária destinada a evitar a infecção do ferimento fecha aspas uma diferença entre a escravidão Urbana e a do campo era o regime de castigos nas fazendas em Minas e ouro e diamante os escravos eram punidos
pelo feitor ou diretamente pelas mãos dos seus proprietários na cidades essa tarefa era delegada à polícia o proprietário que não quisesse castigar seu escravo podia recorrer ao serviço da polícia mediante pagamento os negros eram punidos em prisões ou nos diversos pelourinhos espalhados pelas cidades o consumo em inglês James Henderson testemunhou uma dessas punições no Rio de Janeiro o seu relato abre aspas o cavalheiro obteve autorização para que um de seus escravos fugitivos fosse punido com 200 chibatadas depois que seu nome foi chamado várias vezes o escravo apareceu na porta da prisão Onde os negros ficam
confinados de forma promíscua uma corda foi colocada ao redor do seu pescoço enquanto ele era levado para junto de um grande poste erguido no meio da praça ao redor do qual seus braços e pernas por um atados uma corda imobilizava seu corpo de tal maneira que tornava qualquer movimento impossível O Carrasco o nêlo degredado começou a trabalhar de forma Quase mecânica e a cada golpe que parecia arrancar um pedaço da carne do escravo ele assoviava de uma forma particular a chibatadas foram repetidas sempre no mesmo lugar e o negro suportou as primeiras sem de forma
determinada ao receber a primeira e a segunda chibatada ele gritou Jesus mas em seguida vendeu sua cabeça contra um dos do poste sem dizer mais uma única sílaba ou pedir Clemência fecha aspas com exceção do crime de homicídio a falta mais grave que um escravo podia cometer era a fuga quase 16% do total de prisões feitas pela polícia da corte entre 1808 e 1822 era de escravos foragidos era um problema antigo quase um século antes em março de 1741 e resposta a um pedido dos mineiros da Província de Minas Gerais A coroa portuguesa tinha ordenado
que todos os negros que fossem achados em Quilombos abre aspas estando neles voluntariamente fecha aspas deveriam ser marcados com um F de fugido nas costas sobre o ombro os reincidentes teriam na segunda fuga uma das orelhas cortadas e na terceira seriam condenados à morte apesar disso as deserções continuaram em grande número em 17 55 a Câmara Municipal de Mariana em Minas Gerais chegou a propor que os fugitivos que fossem capturados tivessem o tendão de Aquiles cortado para que não pudessem mais correr embora continuassem aptos a trabalhar capengando a corte a sua medida Por demais desumana
e anticristã e recusou o pedido as áreas ao redor da corte do Rio de Janeiro repletas de florestas e montanhas ofereciam Refúgio para centenas de escravos fugitivos a floresta da Tijuca o morro de Santa Teresa e as regiões de Niterói e da atual Lagoa Rodrigo de Freitas ficaram famosas por abrigar Quilombos seus moradores sobreviviam dos produtos da própria mata coletando frutas raízes e matando pequenos animais e roedores Seu principal sustento porém eram as fazendas e chakras vizinhas e assaltavam com frequência algumas vezes os escravos foragidos conseguiram até mesmo vender na própria cidade o produto dos
seus roubos ao contrário do que se imagina porém o principal Refúgio dos escravos foragidos não eram as florestas e lugares erros das zonas rurais mas a própria cidade como havia muitos negros e mulatas libertos no meio urbano e se tornava-se o ambiente adequado para que um escravo se misturasse a multidão era praticamente impossível a polícia averiguar a identidade de cada negro nas ruas do Rio de Janeiro para descobrir se se tratava de um escravo ou de um alforriado Por isso os jornais da época estão repletos de anúncios descrevendo negros fugitivos e oferecendo recompensa pela sua
recapitulação prática que pedorou por muitas décadas e continuou observado até pouco tempo antes da abolição exemplos de anúncio publicado na época abre aspas fugiu a dois meses da Fazenda de Francisco de Morais Campos da freguesia do Belém município de Jundiaí província de São Paulo um escravo de nome Lourenço com sinais seguintes idade 30 anos mais ou menos estatura regular rosto Comprido bonito de feição cabelos grémios nariz apilado boca e beiços mais que regulares sendo benção inferior mais grosso e vermelho boa dentadura corretiva pouca barba fino de corpo tem a coroa da cabeça pelada de carregar
objetos pernas finas pés paletas e Pisa para fora é muito ladino é roceiro e muito bom tropeiro gratifica-se bem a quem pegar o dito escravo e paga-se todas as despesas que tiver feito até a ocasião da entrega dessas a tarefa de recuperar os escravos por agidos estava confiada aos capitães do mato seu trabalho era semelhante ao dos Caçadores de Recompensas do velho oeste Armadas de laço e mosquetão eles percorriam as florestas e zonas rurais a cavalo em busca de fugitivos usavam como pistas avisos publicados em jornais ou pregados impostos ou placas Ribeira de estrada o
escravo recapturado era amarrado a uma corda e obrigado a seguir a pé atrás do cavalo alguns capitães do mato tinham troncos em casa usados para amarrar os escravos recapturados enquanto o valor do Resgate era negociado com o proprietário abre aspas os capitães andam armados mas só entregam essas armas se encontram resistência relatou O Viajante para o Luciano Teodoro com leitor aos negros mortos em escaramuças com a polícia cortam-lhes as cabeças entregues à justiça são elas espetadas paus e colocadas nas esquinas das ruas principais como advertência dessa aspas em geral a quantia paga a um Capitão
do Mato girava em torno de 15 a 20% do preço estimado do escravo incluindo a recompensa pela recaptura alimentação e a guarda do Fugitivo até sua entrega ao proprietário nota de rodapé vamos a ela estimativa com base nos levantamentos feitos por Silvia Ronald Lara nos registros do distrito da Vila de São Salvador dos Goytacazes na Zona Norte do atual Estado do Rio de Janeiro em Campos da violência página 295 A 322 voltando ao texto havia no Rio de Janeiro centenas de ex escravos o chamados negros povos estimou em mil o número deles no ano de
1808 eram diversas as maneiras de um escravo conquistar a própria Liberdade uma delas era comprá-la me o pagamento de uma quantia previamente negociada geralmente igual ao valor que o seu dono que é pago por ele esse dinheiro poderia ter sido acumulado pelo próprio escravo em trabalhos avulsos para outras pessoas ou obtido mediante a ajuda de familiares ou mesmo uma Irmandade a liberdade também podia ser concedida pela benevolência do dono do escravo havia alforrias com prazo determinado por exemplo o escravo deveria permanecer cativo e prestar serviços até a morte do Senhor depois disso estava livre essas
condições às vezes eram registradas em Testamento uma terceira maneira era pela intervenção do governo em casos de abandono doença ou maus tratos Além disso havia condições especiais previstas em lei que autorizavam a alforria estava livre por exemplo o escravo que encontrasse um diamante de 20 quilates ou mais sendo que nesse caso o seu proprietário receberia uma indenização em 400 mil réis quantia suficiente para comprar outros quatro novos escravos o inglês John Mauer descreve Esse sistema de alforria por prêmio nas meninas de diamantes do Cerro Frio em Minas Gerais que visitou em 1810 abre aspas quando
um negro tem a felicidade de encontrar um diamante que Pese uma oitava entre parênteses 17 quilates e meio peço paredes singelo a cabeça com uma grinalda de flores e levam no em procissão ao administrador que lhe dá a liberdade e uma indenização ao seu senhor ganha também roupas novas e obtém permissão para trabalhar por conta própria o que encontra uma pedra de 8 a 10 quilates recebe duas camisas novas um terno novo completo um chapéu e uma bela faca fecha aspas também era considerado legalmente alforriado o escravo que denunciasse seu dono por contra de diamantes
nesse caso o próprio escravo receberia um prêmio de 200 mil réis uma curiosidade é que muitos alforriados chegavam A enriquecer e se tornavam proprietário de escravos terras e outros bens era um caso relativamente raros mas a simples existência deles torna o mundo da escravidão no Brasil Ainda mais surpreendente o mais famoso é o da mulata Francisca da Silva de Oliveira a Xícara da Silva do distrito Diamantino de tejuco em Minas Gerais celebrisada no filme do diretor de 1976 fica na seu escrava mas conquistou sua liberdade em dezembro de 1753 Concebida pelo contratador de diamantes João
Fernandes de Oliveira que a comprara do médico português Manuel Pires sardinha embora nunca tenham se casado oficialmente ela e João Fernandes mantiveram um relacionamento estável de 17 anos período em que eram 13 filhos entre os bens de chica havia um abre aspas significativo plantel de escravos fecha aspas segundo o historiador Ronaldo vainfas alforria não era vista com bons olhos pelo poder público que considerava a escravidão uma instituição e um fator econômico a ser preservado a historiadora Leila mezana grande cita o caso da negra forra Clara Maria de Jesus que pede a Dom João a libertação
do filho Jorge Pardo escravo do Padre João da Cruz Moura e Câmara Alega ela que Jorge era filho de um homem livre tenente coronel da Tropa de linha em Angola concebido Quando a mãe ainda estava no cativeiro Clara Maria estava disposta a pagar r$ 200.000 pela alforria do filho mas o padre se recusava a fazer o negócio o pedido foi recusado pelo Intendente geral de polícia Paulo Fernandes Viana segundo ele abre aspas ninguém pode ser a vender seu ervamento porque um escravo bom é um achado e uma propriedade preciosa dessa aspas no documento Viana desaconselha
dar liberdade aos escravos porque o país não poderia correr o risco de ter uma grande população negra livre abre aspas os males que da gente preta Devemos esperar Advir mais pela sua condição de liberta do que da cativas advencia termina dizendo que não poderia atender ao pedido de Clara Maria porque abre aspas as razões políticas são mais poderosas nesse país Dessa época a liberdade Não significava melhoria de vida nunca tiveram a posse e a manutenção dos escravos era regulada com algum Rigor pela legislação vigente seus donos tinham obrigação de alimentá-los dados moradia e assistência mínima
para garantir sua sobrevivência a lei previa que em caso de maus tratos comprovados o senhor do escravo poderia perder propriedade O que representava prejuízo financeiro Livres no entanto os negros burros ficavam entregues a própria sorte marginalizados por completo de qualquer sistema de proteção legal e social em muitos casos a liberdade eram mergulho no oceano de pobreza composto por negros libertos mulatos e mestiços a margem de todas as oportunidades incluindo a educação saúde moradia e segurança um problema que 120 anos depois da Abolição oficial da escravidão o Brasil ainda não conseguiu resolver capítulo 21 Os Viajantes
graças a Dom João VI os estrangeiros descobriram o Brasil ainda que com três séculos de atraso em 1949 o pesquisador Rubens Borba de Moraes catalogou um total de 266 Viajantes que haviam escrito sobre o povo a geografia e as riquezas brasileiras desse A grande maioria visitou o país nas décadas seguintes a abertura dos portos nota de rodapé vamos a ela Rubens Borba de Moraes e William berrian manual bibliográfico de estudos brasileiros página 592 a 627 citado em Leonardo Dantas Silva textos sobre o Recife voltando ao texto todos registraram suas impressões em livros cartas e relatórios
oficiais O que tornou esse um dos períodos mais bem documentados da história brasileira essas obras incluem descrição de cidades paisagens tipos humanos hábitos e costumes inúmeras observações e muitas descobertas científicas são relatos deslumbrados e pessoas surpreendidas pela beleza de uma terra idílica intocada e repleta de novidades no rio me deparei com o mundo inteiramente novo em que me atirei para reproduzir o que via de noite até cair exausto essa harpas contou o pintor austríaco Tomás Andra que chegou ao Brasil em 1817 junto com a missão científica que acompanhou a Princesa Leopoldina abre aspas aqui cada
objeto da natureza se apresenta em escala monumental Espetacular essa aspas anotou no ano seguinte o oficial da Marinha americana Harry Mary Beckham Red ao entrar na Bahia da Guanabara no começo do século 19 a colônia brasileira era o último grande pedaço habitado do planeta ainda inexplorado pelos europeus que não fossem portugueses a África a China e a Índia ganharam bem conhecidas pelos ingleses holandeses e espanhóis devido às intensas relações comerciais estabelecidas com essas regiões desde o século 16 o mesmo acontecia com o restante do continente americano incluindo Estados Unidos Canadá e as colônias espanholas que
não impunham grandes restrições a entrada de estrangeiros havia é claro pontos remotos e de difícil acesso como Japão e a Oceania Último dos continentes a ser colonizado pelos europeus Mas nada se comparava o Brasil até então mantido fechado e isolado do restante do mundo embora holandeses e franceses já tivessem ocupado por Breves períodos trechos do litoral de Pernambuco e do Rio de Janeiro respectivamente o interior do país permanecia como uma vasta terra incógnita a proibição de acesso imposta pelos portugueses tornava a colônia ainda mais misteriosa devido aos rumores que circulavam na Europa sobre as imensas
riquezas minerais escondidas no subsolo e as infundáveis florestas tropicais repletas de plantas e animais exóticos e índios que ainda viviam na idade da pedra a chegada da corte e a abertura dos portos tudo isso mudou de forma repentina o resultado foi uma invasão estrangeira precedentes o primeiro viajante repórter da época de Dom João VI foi o mineralista inglês John Mauer seu livro viagens ao interior do Brasil publicado em Londres em 1812 Foi um sucesso instantâneo evital repercussão que nos anos seguintes ganharia mais nove edições em diferentes idiomas incluindo Russo alemão italiano e Sueco nascido em
Dead interior da Inglaterra mal tinha 41 anos em 1805 quando partiu de Cades na Espanha para Montevidéu onde ao desembarcar foi preso como espião inglês ficou um ano na cadeia em 1806 com a tomada da Cidade pelo General inglês William bergford foi libertado passou por buenos airespou para o Brasil depois de visitar Santa Catarina Paraná e São Paulo foi recebido no Rio de Janeiro pelo príncipe Regente Dom João durante pouco de dois anos percorreu quase todas as regiões brasileiras foi o primeiro estrangeiro autorizado a visitar as minas e diamantes de Minas Gerais malware tinha uma
curiosidade insaciável descreveu garimpos de ouro e diamante plantas frutas insetos caramujos paisagens pessoas roupas alimentação arquitetura Tudo que lhe passava pela frente dos olhos era registrado de forma meticulosa e instigante também protagonizou uma história divertida envolvendo um falso diamante de Dom João tinha recebido de presente de um escravo de Minas Gerais a pedra como uma libra de peso pouco menos e meio quilo e uma polegada e meia de diâmetro foi entregue pessoalmente ao príncipe pelo negro liberto após uma viagem de 28 dias escoltado por dois soldados São João acreditou que fosse realmente um diamante o
maior do mundo e mandou guardá-lo num cofre forte no Rio de Janeiro mal que era um especialista minerais preciosos derrubou tudo por terra ao identificar a pedra como um simples quartzo de rocha sem valor comercial algum o ex escravo que esperava receber uma recompensa de Dom João teve de voltará até ele mãos vazias para casa situada a 1.500 km do Rio de Janeiro os Viajantes que estiveram no Brasil no tempo da corte portuguesa podem ser classificados em cinco categorias A primeira é a dos Comerciantes mineradores e outros homens de negócio como os ingleses mal e
John Lucky a segunda é a dos Nobres diplomatas militares e funcionários de governo que moraram ou passaram pelo país em missão oficial Caso do americano black and e dos consoles britânicos James Henderson e Harry Chamberlain a terceira categoria é a dos cientistas integrantes das inúmeras expedições que percorreram o país nesse período os mais famosos são os botânicos o gostosão de o quarto grupo é dos pintores e paisagistas como francês o quinto e último é composto por Aventureiros curiosos e gente que chegou ao país quase por acaso é um grupo que curiosamente inclui duas mulheres na
francesa Rose Marie de franciné e a inglesa Maria Graham para chegar ao Brasil Rose Marie de Royce né viveu uma história de romance Aventura dessas que só aparecem no cinema em 1817 tinha 25 anos e era casada com o naturalista e oficial da Marinha francesa Luiz Cláudio disse foi chinês foi quando soube que o marido acabaram de receber o comando de uma missão que o levaria a ficar dois anos fora de casa no comando da corveta ura Luiz Cloud daria a volta ao mundo conduzindo uma missão científica que tinha o objetivo de explorar a América
do Sul as ilhas do pacífico Sul a Índia e a costa da África inconformada com a notícia Rose Marie tomou uma atitude surpreendente cortou os cabelos enfaixou os seios e disfarçada de homem embargou clandestinamente no navio na véspera da partida era uma decisão de alto risco na época a presença de mulheres era proibida nas embarcações da Marinha francesa numa outra circunstância Rose Marie correria o risco de ser presa e deportada de volta para casa no primeiro Porto felizmente para ela nesse caso tudo terminou bem no dia seguinte já em alto mar ela se apresentou ao
marido que sem alternativa reuniu Os oficiais e comunicou que a esposa estava abordo em vez de punila todos é cumprimentaram e Deram umas boas vindas rosemarrei chegaram ao Rio de Janeiro Janeiro em dezembro do mesmo ano achou tudo muito bonito o clima agradável apesar do verão escaldante mas registrou no seu diário comentários devastadores para os portugueses e os brasileiros abre aspas pena que um país tão lindo não seja colonizado por uma nação ativa e inteligente fecha aspas escreveu referindo-se a Portugal abre aspas os brasileiros se destacam pela abundância mas o que pela elegância do serviço
fecha aspas anotou num outro trecho o casal foi ensinei deixou o Brasil em 1818 e voltou em 1820 depois de fazer a volta ao mundo no dia 16 de julho Foi recebido por Dom João VI toda a família real numa festa no Palácio de São Cristóvão as anotações de Rose Marie mostram uma cor que apesar de todos os esforços ainda continuava caipira e deselegante o rei simpático porém de pouca Majestade observou o príncipe real futuro Imperador Pedro I tem uma bela figura nas suas maneiras são más e o seu ar é comum descia uma casaca
marrom e calças de nanquim o que me pareceu um pouco ridículo às 8 horas da noite em uma grande festa dada ao público fecha aspas Rose Marie também faz críticas à Princesa Leopoldina mulher de Dom Pedro abre aspas não pude ver nas maneiras da princesa real a aparência Nobre e tão cerimoniosa de uma dama vinda da corte da Áustria aqui ela não cuida da tua Leste e da elegância natural do seu corpo para essa festa feticência a nossa pobre austríaca estava vestida de um traje de montar Cinzento feito de uma fazenda ordinária mostrando uma blusa
de pregas os cabelos em desordem e levantados por um pente de tartaruga não é feia penso até que tem vestida deve ficar muito bem as outras princesas estavam com roupas de cetim flores e na cabeça fecha aspas A inglesa Maria graha também visitou o Brasil em companhia do marido a Bordo de um navio da Marinha mas no seu caso a viagem terminou em tragédia na vida em um Vilarejo no interior da Inglaterra era filha do Vice Almirante George dundas comissário do almirantado britânico teve uma educação aprimorada especializou-se em artes e literatura escrevia e desenhava razoavelmente
bem já tinha visitado a Índia e a Itália quando chegou ao Brasil em 1821 a bordo da Fragata Dóris comandada pelo marido o capitão Thomas gravar esteve em Olinda e Recife Salvador e chegou ao Rio de Janeiro pouco depois do retorno da corte portuguesa Lisboa há tempo de testemunhar o famoso guia do fico 9 de Janeiro de 1822 em que Dom Pedro então príncipe Regente decidiu permanecer no Brasil recusando-se a catar fone das cortes portuguesas para que retornasse a Lisboa em Pernambuco Graham presenteou uma rebelião em que seu marido foi obrigado a negociar com os
revoltosos concentrados na cidade de Goiana do Brasil o casal seguiu para o Chile mas o capitão Graham morreu logo depois de cruzar o Estreito de Magalhães viúva aos 36 anos Maria Continua sozinha até Santiago onde o destino levou ao encontro de um personagem fascinante o Almirante Thomas Alexander kochrane Love em inglês membro do Parlamento britânico e herói da guerra contra Napoleão era aos 49 anos uma lenda dos mares contratado como Mercenário na América do Sul Ajudou a fazer a independência do Chile do peru e do Brasil lutando contra as forças Navais da Espanha e de
Portugal na época em que Maria Graham o conheceu Cochrane era o comandante em chefe da Marinha chilena logo em seguida foi convidado pelo já Imperador Pedro a organizar a marinha brasileira coca-ne e Maria Graham nunca assumiram publicamente que tivessem tido um relacionamento amoroso mas alguns biógrafos do Almirante acham que existem fortes evidências de que isso aconteceu nota de rodapé vamos a ela é o caso de Robert Harley autor de Cochrane de Life and Spot of the fifting Captain cujas informações são usadas como referência nesse livro voltando ao texto de qualquer forma a amizade entre os
dois foi profunda e duradoura Maria voltou com ele para o Rio de Janeiro onde se tornou um amigo e confidente da Imperatriz Leopoldina e preceptora da Princesa Maria da Glória ao voltar para a Inglaterra casou-se com si augustas um pintor de renome e escreveu o livro de história da arte morreu em 1842 aos 57 anos seus relatos sobre o Brasil foram publicados em 1824 sobre o título jornal top já Voyage pro Brasil é considerado pelos historiadores um dos documentos mais preciosos dessa época nota de rodapé vamos a ela as informações sobre Maria Guerra são da
apresentação de Diário de uma viagem ao Brasil brasiliana voltando ao texto outra contribuição fundamental para o entendimento do Brasil no período foi dada por Henry Costa nascido em Portugal Numa família inglesa Costa chegou no final de 1809 E durante 11 anos percorreu a cidades e Sertões do Nordeste morreu em 1820 no Recife onde foi sepultado seu livro travells em Brasil publicado em Londres em 1816 foi traduzido para o português pelo mais famoso folclorista brasileiro o Potiguar Luís da Câmara Cascudo o depoimento de costa é o primeiro cronologicamente sobre a psicologia a etnografia tradicional do Povo
nordestino um sertanejo no seu cenário escreveu câmera cascudo antes dele nenhum estrangeiro atravessar o sertão do nordeste do Recife Fortaleza em época de seca viajando em Comboio bebendo água de borracha comendo carne assada dormindo debaixo das Árvores tão integralmente adaptado ao mundo que escolher para viver fecha aspas nota de rodapé vamos a ela para mais informações sobre a vida e a obra de renda e coster ver Eduardo Dias Memórias de Forasteiros A quem e a leimar páginas 30 a 50 voltando ao texto considera adorava conviver com o povo nordestino E participar de suas peças e
celebrações religiosas abre aspas não permite essa alguma orgulhoso nos seus diários entre outras foi a de Santo Amaro curador de úlceras em cuja Capela venda em pedacinhos como amuletos e muitos homens do Povo as amarram ao tornozelo ou no pulso usando-as até que se desfizessem fecha aspas ao viajar pelo interior do Rio Grande do Norte ficou impressionado com isolamento do sertanejos ali o único contato com a civilização eram os padres que percorriam a região celebrando missas casamentos e batizados em troca de oferendas e contribuições dos moradores certos padres obtém licença do Bispo de Pernambuco e
viajam nesses lugares com um altar portátil construído para esse fim conduzido por um cavalo assim como todos os objetos para as missas escreveu Costa esses padres no decurso de um ano ganham de 150 a 200 libras e celinas renda considerável para o Brasil mas dificilmente conseguida se pensarmos no sofrimento de privações e foram obrigados a suportar Eles param e erguem o altar Onde existe um certo número de pessoas que podem pagar para as mais das vezes por três ou quatro sheilings mas quando há um homem rico que tem um orgulho de possuir um sacerdote ou
é muito devoto dá 8 ou 10 mil réis duas ou três libras de celinas e a quem chega a pagar 100 mil réis O que é raro também presenteiam às vezes os sacerdote com um boi ou um ou dois cavalos sete aspas você deixou ainda uma decisão detalhada do modo de vida no interior nordestino abre aspas o sertanejo são muito ciumentos e há 10 vezes mais mortos por esse motivo do que por qualquer outro relatou essa gente é vingativa as ofensas muito dificilmente são perdoadas e na falta da Lei cada um exerce a justiça pelas
suas próprias mãos reticência O Roubo é pouco conhecido a terra nos bons anos é toda fértil impossibilitando a necessidade que justificaria a tentação criminosa e nas más colheitas todos sofrem igualmente Aleluia reticência são extremamente ignorantes e poucos possuem os mais modestos rudimentos de instrução reticência o sertanejo são Corajosos sinceros generosos e hospitaleiros quando eles pedem um favor não sabem negar entrando em negócios de gado ou qualquer outro o caráter muda procurarão enganar-vos olhando o sucesso como prova de habilidade digna de elogios Existem algumas imagens recorrentes nos relatos dos inúmeros estrangeiros que visitaram o Brasil no
começo do século XIX A primeira é de uma colônia preguiçosa e descuidada sem vocação para o trabalho viciada por mais de três séculos de produção extrativista o inglês Thomas lindley que percorreu o litoral próximo a Porto Seguro na Bahia ficou surpreso ao constatar que a abundância de recursos naturais do Brasil não resultava em riqueza desenvolvimento ou conforto material para os brasileiros abre aspas num país que com o cultivo e a indústria chegaria a Fartura com as bênçãos excessivas da natureza a maior parte do Povo sobrevivem necessidade e pobreza enquanto mesmo a minoria restante não conhece
os desfrutes que fazem a vida desejavel fecha aspas escreveu a mesma reação teve John Mauer ao conhecer a produção de queijo numa região próxima de Vila Rica e Mariana em Minas Gerais ameaças esse queijo era tão rançoso e de gosto tão desagradável que se tornava perigoso a saúde e esta particularidade me fez julgar que o preparava com de relaxamento criticou todas as fazendas que Visitei reticência confirmam minha opinião porque nelas a queijeira era a parte mais descuidada reticência em alguns lugares reticência não só os diversos utensílios se encontravam extremamente sujos como o coalho estava tão
cútrido que chegava ao último grau de deterioração fechar aspas mal de ter tentado mais de uma vez ensinar aos fazendeiros técnicas mais higiênicas de produção de queijo e manteiga mas sabia de antemão que o esforço seria inútil abre aspas o pessoal da Fazenda parecia muito satisfeito com um bom êxito da operação mas tenho fortes dúvidas de que adotassem depois da minha partida porque são inimigos do trabalho e dos cuidados que ele exige dessa aspas outra imagem muito frequente nesses relatos dos Viajantes é a do analfabetismo da falta de cultura e instrução o Brasil não é
lugar de literatura afirmou James Henderson na verdade a sua Total ausência é marcada pela proibição Geral de livros e a falta dos mais elementares meios pelos quais seus habitantes possam tomar conhecimento do mundo e do que se passa nele os habitantes estão mergulhados em grande ignorância e sua consequência natural o orgulho fecha aspas James Henderson saiu de Londres em 11 de março de 1819 a bordo do navio Echo é um dos Viajantes tardios do período de Dom João VI no Brasil seus viagens de viagem inclui um mapa do país e oito gravuras feitas em pedra
retratando paisagens e tipos brasileiros abre aspas nesse país e analfabetismo não se encontra ninguém que tenha intimidade com a noção de ciência fecha aspas observou o botânico em inglês William John que percorreu o Brasil alguns anos mais tarde entre 1825 e 1830 quando a corte já tinha voltado para Portugal o homem nada aqui a natureza oferece numeráveis temas de estudo e admiração enquanto os homens continuam a vegetar na escuridão da ignorância e na extrema pobreza consequência apenas a preguiça peça aspas para a ciência abertura dos portos e o fim da proibição de acesso ao Brasil
representou um salto quântico o país que se abria ao geógrafos botânicos geólogos e etnografos eram laboratório imenso riquíssimo e repleto de novidades nascido em Orleans na França 10 anos antes da Revolução Francesa o Botânico oguste de santiler permaneceu no Brasil entre 1816 e 1822 digitou Goiás São Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais e Espírito Santo percorrendo cerca de 15 mil quilômetros no total professor de botânica do museu de história natural de Paris veio na companhia do Duque de Luxemburgo nomeado embaixador da França junto ponte do Rio de Janeiro em 1816 nos seus anos seguintes
coletaria cerca de 15 mil espécies de plantas de animais da Região Norte de Goiás onde hoje está situado o Estado de Tocantins ao Rio Grande do Sul descobriu duas novas famílias botânicas as paronícias e esta marícias e mais de mil espécies até então desconhecidas na volta ao seu país publicou 14 volumes incluindo Memórias de viagens descrições botânicas e relatórios agrícolas Santo ele é chegou a São Paulo carregando 18 malas e hospedou-se numa chácara onde hoje está situado o bairro do Brás nota de rodapé vamos a ela para informações sobre a passagem de Santa Helena por
São Paulo ver Roberto Pompeu de Toledo a capital da Solidão páginas 269 e 278 voltando ao texto achou a região agradável mas ficou impressionado com uma bagunça e a sujeira das lojas no centro da cidade abre aspas não devemos esperar encontrar nessas lojas limpeza e Ordem reparou o toucinho o cereais e a carne ficam ali atirados de qualquer jeito misturados uns com os outros e os Lojistas ainda estão muito longe de possuir a arte de nossos Comerciantes em Paris que sabem dar uma aparência Apetitosa até aos mantimentos mais grosseiros fecha aspas também ficou impressionado com
a prostituição nas ruas da cidade abre aspas em nenhum outro lugar vi um número tão grande de prostitutas havia de todas as raças e as calçadas ficavam por assim dizer fervilhantes delas passeavam vagarosamente de um lado para o outro ou esperava nas esquinas os fregueses acrescenta que nada é mais escondido na região do que as doenças venéreas dessa aspas a mais famosa expedição científica desse período desembarcou junto com a Princesa Leopoldina em 1817 era chefiado pelo Botânico bávaro Call Freedom masters de 23 anos incluía além do próprio márcios o pintor Tomás tender e o também
Botânico Yohan Batista com speak encumbida de estudar plantas animais minérios e os indígenas brasileiros a expedição de machos e speaks acabou percorrendo entre 1817 e 1820 mais de 10 mil quilômetros pelo interior do Brasil foi uma das maiores aventuras científicas do século XIX os dois pesquisadores começaram pelo Rio de Janeiro e foram parar na fronteira do Brasil com a Colômbia depois de passar por São Paulo Minas Gerais Bahia Pernambuco Piauí Maranhão e finalmente atual Estado do Amazonas transportados por Tropas e mulas e em Canoas ao final da viagem levaram para Munique 85 espécies de mamíferos
350 de aves 130 de anfíbios 116 de peixes 2700 de insetos 80 de aracnídeos e crustáceos e 6.500 e plantas o resultado desse trabalho publicado na Alemanha em três volumes entre 1823 e 1831 é considerado ainda hoje uma referência no estudo da ciências naturais no Brasil no Alto Rio Japurá um dos afluentes do Rio Solimões quase na fronteira com a Colômbia márcios speech [Música] maior do que a do atual Estado do Sergipe como não sabia falar português comunicava-se na língua geral idioma comum da maioria das tribos indígenas do Brasil nessa época vestia cálcio e camisa
de algodão como os colonizadores portugueses comia em pratos de louça usava chapéu e fazia a barba diariamente ali os botânicos austríacos também observaram O Curioso meio de comunicação desenvolvido pelos índios do Altos alemães eram instrumentos de percussão na forma de uma tora de madeira oca ou escavada chamada trocando pelo qual os índios ele tinham sinais sonoros intermitentes como um Telégrafo primitivo para informar as tribos vizinhas sobre o que estava acontecendo dependendo da batida os índios sabiam por exemplo que a tribo havia acabado de receber a visita de dois homens brancos ou que num determinado momento
eles estavam comendo ou dormindo Graças aos sinais admitidos por esse no dia seguinte de sua chegada a aldeia dos miranhas Márcio de speaks receberam a visita de centenas e outros índios vizinhos curiosos para saber quem eram aqueles estranhos que haviam aparecidos do nada é uma cena ilustrativa das transformações então em andamento no Brasil do ponto de vista da civilização Europeia o auto Solimões podia ser considerado o coração das Trevas um local isolado perdido no tempo e no espaço Márcio e speaks vinham de Viena uma das cidades mais curtas e ilustradas da época onde ficam Beethoven
estava compondo a sua Quinta Sinfonia assim embrenhar pelas células da Amazônia Sim muito mais longe do que qualquer outro viajante no sertão brasileiro e lá se depararam com seres humanos primitivos que ainda assim já possuíam um sistema rudimentar de comunicação para anunciar a grande notícia do Brasil de Dom João VI os estrangeiros estavam chegando Capítulo 22 o Vietnã de Napoleão uma das obras mais visitadas no museu do Prado em Madrid é um quadro do pintor Francisco de Goya chamado os fuzilamentos da montloa retrata uma cena assustadora ocorrida na noite de 13 de Maio de 1808
em Montana príncipe Pio nos arredores da capital espanhola do lado direito do quadro sobre um fundo de Tom escuro e pesado uma fileira de soldados aponta seus fuzis para um grupo de pessoas ajoelhadas à esquerda no centro uma lanterna no chão projeto uma luz fantasmagórica sobre um homem que de camisa branca e calça bege ergue os braços em direção aos atiradores pede Clemência tenta explicar alguma coisa faz um último ato de protesto ninguém nunca saberá o instante congelado pela síntese por um medo e desespero aos Pés do Homem de camisa branca estão empilhados três ou
quatro cadáveres tetos de Sangue ao seu lado outras pessoas esperam pelo tiro Fatal algumas cobrem os olhos outras tendem a cabeça num gesto de resignação o quadro de Goya é um trágico testemunho dos acontecimentos que abalaram a península ibérica no ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil na véspera daquelas execuções de massa os espanhóis se rebelaram contra a invasão das tropas francesas e a deposição do Rei Carlos quarto a repressão foi violenta Implacável entre a tarde do dia 2 e a noite do dia 3 centenas de Rebeldes foram fuzilados no subúrbios de
Madrid começava ali um dos confrontos mais sangrentos das guerras napoleônicas e que teriam consequências Profundas para os dois lados em disputa em 1807 e em 1814 Portugal e Espanha foram para Napoleão o que o Vietnã seria para os Estados Unidos quase dois séculos depois anos mais tarde já exilado na Ilha de Santa Helena o próprio Napoleão registraria em suas memórias abre aspas foi a Guerra espanhola o que me destruiu todos os meus desastres tiveram origem nesse novo fatal fecha aspas e acrescentou um argumento que ao longo da história costuma ser usado de formar abusiva por
uma infinidade de líderes e governantes fracassados o que tentei fazer na Espanha foi para o bem Daquele país mas o povo não entendeu Por isso eu falhei fecha aspas a chamada guerra península nesses dois países entre 1807 e 1813 envolveu uma série de embarques não convencionais de guerrilhas e emboscadas eram um ambiente ao qual as disciplinadas próprias francesas não estavam habituadas senhor dos Campos de Batalha até então Napoleão baseava sua estratégia militar na concentração maciça de tropas com o objetivo de definir confrontos o mais rapidamente possível e forçar os inimigos aceitar seus termos De rendição
nesses embates planejados de forma meticulosa e disputados em campo aberto sob controle do Generais as forças e fraquezas de cada lado ficavam rapidamente evidentes na Espanha e em Portugal ao contrário os franceses tiveram de enfrentar bandas armados com foice tridentes paus e pedras que preferiram emboscadas a batalhas convencionais num terreno montanhoso difícil os erros de avaliação cometidos por Napoleão na península ibérica que haveriam de selar seu destino começaram pela escolha do homem encarregado de comandar a invasão de Portugal embora fosse um velho amigo do Imperador francês o general Jean estava longe de ser um oficial
de primeira linha tinha feito uma carreira mediana quando comparado aos grandes Generais e Napoleão como André Macena Nicolas ou Luís Augusto antes de Portugal não havia comandado nenhuma grande expedição militar abre aspas Júnior era um dos mais ativos genérgicos oficiais região mas nunca foi um grande estrategista das aspas escreveu se Charles Oman autor de a history of the península um dos mais importantes livros sobre o conflito na península ibérica abre aspas era um bom Combatente mas um general Medíocre aparentemente Havia três razões para a escolha de Judô a primeira era um velho companheiro de armas
de Napoleão os dois tinham se conhecido Logo no início da carreira Militar de ambos no famoso cerco à cidade de tolon em 1793 no qual o futuro Imperador francês se destacou pela coragem e pela astúcia ao derrotar os ingleses depois disso junou combater ao lado de Napoleão na Itália no Egito na Palestina e na batalha de Australian na época em que recebeu a missão de invadir Portugal estava com um pouco mais de 30 anos conhecido pelo apelido a tempestade devido a índole exibia no rosto as marcas das batalhas e que havia participado num lado da
face uma cicatriz profunda de Alto abaixo era o resultado de um golpe de sabre recebido durante a campanha da Itália a segunda razão era sua intimidade com a política portuguesa junor tinha sido Embaixador francês em Lisboa por um breve período entre 1804 e 1805 era casado com Laura Júnior a duquesa de Abrantes e entrou para a história como autora Dos comentários mais picantes e reverentes sobre os costumes na corte portuguesa registradas em seu diário pessoal as críticas da Duquesa fazem até hoje a delícia dos historiadores e estudiosos do período o terceiro e último motivo era
o Óbvio despreparo do Exército de Portugal Napoleão e Júnior não esperavam qualquer resistência Por parte dos portugueses o que a primeira vista tornava desnecessário mobilizar um general de primeira linha junou apesar de suas limitações poderia dar do recado ele próprio acreditava nisso em 1808 semanas depois de ocupar Lisboa o general escreveu em seu diário abre aspas Esse povo é fácil de controlar eles me obedecem melhor e mais prontamente do que o próprio príncipe Regente jamais Conseguiu fechar aspas eram terrível engano como se veríamos anos seguintes apesar da pobreza e dos parcos recursos que lhes restavam
Portugueses e Espanhóis faria uma resistência obstinada que seria fatal para Os destinos de judô e do próprio Napoleão de um total de 29 mil soldados que participaram da invasão de Portugal só 22 mil voltaram para casa nota de rodapé vamos a ela foram 25 mil soldados na primeira leva com junou em 1807 e mais quatro mil enviados como reforços em 1808 segundos se Charles Oman a history of the península Volume 1 página 206 voltando ao texto os outros 7000 quase um quarto do total morreram nas marchas forçadas nos Campos de Batalha ou nas emboscadas Armadas
pelos portugueses devido ao fracasso da campanha na península ibérica ajudou foi submetido a corte Marcial acabou Perdoado por Napoleão na sua carreira estava destruída em 1813 o general cometeu suicídio num acesso de loucura pulando de uma janela em Paris são inúmeros os exemplos de resistência em Portugal a venerando a Universidade de Coimbra Templo de saberes de formação da Elite Portuguesa converteu-se em Arsenal militar o laboratório químico foi transformado em fábrica de pólvora um professor de metalurgia passou a orientar a fabricação de balas e cartuchos e o conserto das armas no dia 24 de junho de
1808 40 estudantes à frente de dois mil camponeses cercaram uma guarnição francesa encarregada de vigiada Fortaleza de Santa Catarina na cidade de Figueira da Foz Pedro beleza e sem provisões para resistir por muito tempo dentro da fortificação os soldados se renderam três dias mais tarde e foram levados entre Triunfo como prisioneiros para o campus da Universidade a repressão dos Franceses foi duríssima pelotões de fuzilamento foram organizados em várias cidades e aldeias numa tentativa de liquidar os Rebeldes os habitantes da historica cidade de Évora na região do alentejo foram massacrados depois de tentarem resistir inutilmente aos
avanços das tropas comandadas pelo General lazon homens mulheres crianças e velhos foram caçados sem dono em Piedade pelas ruas que ficaram banhadas com o sangue de mais de 2 mil mortos numa única tarde a crueldade do General luazon o tornou uma figura odiada pelos portugueses até hoje ferido numa batalha o azul tiver a parte de um dos braços amputada por isso era conhecido como maneta em 1808 ao entrar no porto para exigir a revisão o general francês Maximiliano Sebastião fuá quase foi linchado pela população que o tomou pelo cérebro maneta o ar conseguiu salvar a
vida erguendo os dois braços para a multidão mas acabou o preso liberado depois de algumas semanas o general se tornaria um dos principais historiadores da campanha de Napoleão em Portugal e Espanha dos 110 mil soldados que participaram da Guerra penisular sobre as ordens de Napoleão apenas 34 mil pertenciam ao exército francês regular os outros 76 mil eram recrutas mal treinados ou legionários estrangeiros uma força de reserva que o imperador mantinha no interior da França enquanto empregava seus melhores soldados nas memoráveis campanhas contra os austríacos russos anos o resultado catastrófico mudou o curso da história a
por fim a sequência de mais de uma década de vitórias e interruptas e Napoleão na Europa demonstrou que os exércitos franceses não eram e deram um ânimo redobrado aos seus inimigos abre aspas na península ibérica o Imperador embarcou numa aventura que no final demonstrou ser o principal motivo da sua queda dessa aspas escreveu David Gates autor do livro de stand a history of the península War abre aspas foi uma prova de avareza e ambição das medidas e de sua incapacidade de avaliar corretamente a situação dessa aspas em Portugal e na Espanha o Imperador francês e
o despontar também o homem que haveria de derrotar o definitivamente nos Campos de Batalha de Waterloo Em 1815 nascido em Dublin na Irlanda se Arthur Wesley futuro Duque de Wellington tinha 39 anos quando foi incumbido de organizar a defesa de Portugal após a partida do Príncipe Regente e da família real para o Brasil era um mestre de planejamento das marchas e do suprimento das tropas ao contrário de Napoleão raramente tomava ofensiva nas batalhas preferia a defesa cautelosa estudada mas preparada de forma sistemática detalhada tinha seu favor um Outro fator decisivo a extraordinária capacidade da indústria
Britânica de fornecer armas equipamentos e suprimentos para as tropas no campo de batalha saindo da primeira fase da revolução industrial as fábricas inglesas estavam no seu auge produtivo em 1808 a pólvora inglesa era considerada melhor do mundo seus fuzis incomparáveis ao todo a guerra penetular conciliam de duas grandes campanhas a primeira começou em outubro de 1807 quando Napoleão pressionou o governo espanhol a dar assistência aos 25 mil soldados franceses e haviam cruzado os Pirineus a cadeia de montanhas entre a França e a Espanha sobre o comando do General junor para atacar o pequeno e insolente
Portugal embora a Espanha tenha cooperado a marcha foi difícil e custou o cara aos franceses junou entrou em Lisboa no dia primeiro de dezembro de 1807 dias depois da partida da família real para o Brasil deixando para trás uma linha indefesa de 644 km de comunicações e suprimentos com a França longa demais para garantir a segurança e a sobrevivência de suas tropas nesse meio tempo a subserviente monarquia espanhola era traída por Napoleão no começo de 1808 uma segunda linha de forças francesas sobre o comando do General mirar invadiu a Espanha em poucas semanas levar ocupou
todas as fortalezas ao norte e no centro do país e a frente de 82 mil homens entrou em Madrid no dia 14 de Março percebendo a manobra o rei Carlos Quarto ainda tentou uma última e desesperada Providência A exemplo de Dom João mandou o seu Ministro Manuel de Godoy preparasse os navios no porto de Sevilha com o objetivo de transportar a família real espanhola para a América não deu tempo surpreendido pelas tropas francesas antes de embarcar o rei seu herdeiro o princípio Fernando foram obrigados a abdicar em favor de José Bonaparte irmão de Napoleão e
até então redenápolis no começo a resistência foi pequena mas a deposição do rei e a brutalidade das forças francesas na Espanha criaram recentemente Popular que acabou explodindo na revolta de dois de Maio em Madrid brutalmente reprimida como se vê no quadro de Goya no interior do país a resistência seria ainda mais feroz em 20 de julho uma força de 20 mil franceses foi cercada E obrigada a capitular na cidade de bailense a notícia dessa derrota produziu uma onda de choques na Europa em Portugal a resistência organizada pelos ingleses também acabaria sendo maior do que ser
imaginava no dia primeiro de agosto de 1808 um exército de 15 mil soldados Ingleses comandados pelo General o Wesley desembarcou no litoral português e três semanas mais tarde derrotou o general Júnior na cidade de Limeiro a segunda fase da Guerra manipular envolveu a intervenção pessoal de Napoleão e o envio de seus melhores Generais para as frentes de batalha na Espanha e em Portugal em dezembro de 1808 o Imperador francês entrou em Madrid à frente de um monumental Exército de 305 mil homens foi uma vitória efêmera logo em seguida preocupado com as notícias de conspirações de
Paris e de reorganização das forças austríacas o Imperador retornaria a França enquanto na Espanha o cenário da sua queda definitiva começava a se a volumar a derrota na primeira fase da Guerra península tinha abalada confiança no poder dos Franceses e reforçada a coragem dos espanhóis e portugueses mas o que isso terá tempo para que os ingleses pusessem um pé no continente e reorganizassem os desmantelados exércitos espanhol e português treinadas e comandadas pelo General William bergford entre 1809 e 1812 as tropas regulares do português estimadas em 40 mil soldados também se tornaram mais profissionais e perigosas
Para os franceses em Maio de 1809 enquanto Napoleão se ocupava em tentar vencer os austríacos uma vez mais Wagner que havia se retirado para a Inglaterra ao final da primeira fase da Guerra retornava Portugal com um exército reforçado nos quatro anos seguintes ele expulsou os franceses da península mediante uma combinação de guerrilha com batalhas convencionais e lances Geniais em outubro de 1809 Engenheiros britânicos e trabalhadores portugueses começaram a construir uma das grandes maravilhas da moderna história militar eram as Torres Vedras uma sequência de sem fortificações e vidas em posições estratégicas que começava as margens do
Rio Tejo e se estendia até o Oceano Atlântico formando um cinturão de 48 km em torno de Lisboa as torres que seriam simulta de postos de observação e de defesa em caso de ataque revelaram-se intransponíveis em Julho de 1810 Macena um dos mais experientes generais de Napoleão tentou cruizá-las à frente de 70 mil homens e 126 canhões o inútil obrigado a recuar Macena abriu caminho para que Arthur Wesley progredisse lentamente uma fronteira com a França enquanto isso Napoleão perder 250 mil soldados na fracassada tentativa de invasão da Rússia dali até a derrota final em Waterloo
seria só uma questão de tempo Capítulo 23 A República Pernambucana em Maio de 1817 misterioso personagem percorrer as ruas batidas pelo vento frio da primavera na cidade de Filadélfia então capital dos Estados Unidos o comerciante Antônio Gonçalves Cruz o Cabugá ela a gente Secreto de uma conspiração em Pernambuco levava na bagagem 800 mil dólares quantia assombrosa para época atualizada pelo valor de compra seria equivalente em 2007 acerca de 12 milhões de dólares nota de rodapé vamos a ela pelo critério de poder de compra nos Estados Unidos um dólar de 1808 Valeria atualmente cerca de 15
dólares segundo o economic restri service simulador de conversão de moedas antigas criado por dois professores de Economia nas universidades de illinois e Miami voltando ao texto ao chegar aos Estados Unidos Cabugá tinha três missões a primeira era comprar armas para combater as tropas do Rei Dom João VI a segunda convencer o governo americano apoiar a criação de uma república independente no nordeste brasileiro o terceiro e mais Espetacular de todos os objetivos era recrutar alguns antigos revolucionários franceses exilados americano para com a ajuda deles libertar Napoleão Bonaparte Prisioneiro dos Ingleses na Ilha de Santa Helena no
Atlântico Sul desde a derrota na Batalha de Waterloo pelo plano de Cabugá Napoleão seria retirado da Ilha na calada da noite e transportado ao Recife onde comandaria a Revolução Pernambucana para em seguida retornar a Paris e reassumir o trono do Imperador da França Cruz Cabugá é hoje o nome de uma das principais artérias e áreas do Bairro de Santo Amaro no Recife por ali todos os dias milhares de motoristas passam apressados em direção a Olinda ou centro da capital Pernambucana provavelmente sem se dar em conta de quem foi esse personagem em 1817 os planos de
Cabugá eram mirabolantes mas estavam condenados ao fracasso antes ainda de serem colocados em prática quando chegou aos Estados Unidos com dinheiro arrecadado entre senhores de Engenho produtores de algodão e Comerciantes favoráveis República os revolucionários pernambucanos já estavam sitiados pelas tropas Leais a monarquia portuguesa a rendição era inevitável sem saber de nada disso Cabugá conseguiu recrutar quatro veteranos dos exércitos de Napoleão O Conde Pontes O Coronel latapi e ordenança artong e o soldado rolê todos eles chegaram ao Brasil muito depois determinada revolução e foram presos antes de desembarcar nota de rodapé vamos a ela as informações
sobre os quatro bonapatistas recursados nos Estados Unidos são dos Historiador Amaro Quintas citadas por Umberto França em Pernambuco e os Estados Unidos no Diário de Pernambuco de dois de Maio de 2006 voltando ao texto mesmo derrotado o movimento Pernambucano custou caro aos planos da corte portuguesa no Brasil os revolucionários ficaram no poder menos de três meses mas conseguiram abalar a confiança construção do império americano sonhado por Dom João VI também contribuíram para acelerar o processo de independência do Brasil em relação a Portugal abre aspas embora a crise de 1817 não tem a produzido nenhuma consequência
imediata e visível no Brasil e em Portugal na realidade ela afetou as Fundações do sistema vigente fecha aspas escreveu o historiador americano rogery J barman abre aspas a estrutura da autoridade entrou em colapso porque os elementos da sociedade mais identificados com a coroa tinham colaborado ativamente com o movimento Rebelde por essa razão segundo barman a coroa nunca mais estaria segura de que seu súditos era um imunes a contaminação das ideias responsáveis pela subversão da antiga ordem na Europa o historiador Manuel de Oliveira Lima considerou a rebelião de 1817 como abre aspas o primeiro movimento genuinamente
republicano do Brasil e também a mais espontânea a menos desorganizada e a mais simpática das nossas numerosas revoluções seja aspas no começo do século XIX Olinda e Recife as duas maiores cidades Pernambucanas tinham juntas cerca de 40 mil habitantes era muita gente considerando que o Rio de Janeiro capital da colônia tinha 60 mil o Porto do Recife um dos mais movimentados do Brasil escoava a produção de açúcar de centenas e engenhos da Zona da Mata a faixa úmida do litoral nordestino que vai da Bahia ao Rio Grande do Norte segundo produto mais exportado é o
algodão Além de sua importância econômica e política os pernambucanos ganharam fama pelas lutas libertárias a primeira e mais importante tinha sido expulsão dos Holandeses em 1654 meio século depois na Guerra dos Mascates aventou-se até a possibilidade de proclamar a independência de Olinda abre aspas Pernambuco era capitania onde mais pronunciadas e enraizadas eram as antigas rivalidades entre os colonos latidos no Brasil e os nascidos em Portugal fecha aspas escreveu o historiador Francisco Adolfo vaninhagem a revolução estourou em Pernambuco mas refletir o descontentamento de todas as províncias com os aumentos de impostos para financiar as despesas da
corte portuguesa no Rio de Janeiro havia um sentimento de insatisfação generalizado no ar especialmente nas províncias do norte e do Nordeste as mais prejudicadas pela voracidade fiscal de Dom João VI aspas paga-se em Pernambuco o imposto para a iluminação das ruas do Rio de Janeiro quando as do Recife ficam incompletas escuridão fecha aspas escreveu em inglês Harry Costa que morava no Recife na época da revolução Costa dizia Ainda que os salários dos numerosos funcionários públicos eram baixos e mal garantiu a sobrevivência das famílias consequentemente o Peculato a corrupção e outros delitos são frequentes e quase
sempre escapam a punição fecha aspas observou abre aspas o povo do Recife de suas vizinhas havia se embebido de algumas das noções de governo democrático através de seus antigos dominadores holandeses fecha aspas escreveu outra viajante estrangeira A inglesa Maria Abraham que visitou Pernambuco em 1821 abre aspas lembrava-se Além disso De que por seus próprios sacrifícios sem qualquer auxílio do governo havia expulsado esses conquistadores e restituído a coroa a parte norte de seu mais rico domínio estava portanto inclinado a ser particularmente invejoso das províncias do Sul especialmente do Rio e considerava mais favorecidas estava aborrecido com
os pagamentos das taxas e contribuições das quais nunca já havia beneficiado e que só serviam para enriquecer os favoritos da corte enquanto graçasvam enormes abusos cartas além do aumento de impostos Pernambuco em particular passava por um momento difícil devido a uma conjunção de três fatores que afetaram Profundamente Sua economia o primeiro tinha sido o aumento da produção mundial de Açúcar durante o século 18 que resultaram na queda do preço do produto principal item de sua economia simultaneamente acrescente pressão dos abolicionistas na Europa vinha criando restrições gradativas ao tráfico de escravos que se tornavam mão de
obra cada vez mais cara a escravidão era nessa época o motor de toda a economia agrária Pernambucana o terceiro fator que havia contribuído para gravar muitas situações foi a seca devastadora que atingiu o sertão nordestino em 1816 a crise econômica e o descontentamento com a administração portuguesa fizeram com que as ideias liberais francesas e Americanas encontrassem em Pernambuco um campo fértil um exemplo era o próprio Cruz Cabugá Próspero comerciante ave do leitor das dos filósofos franceses que tinha se tornado um propagandista da séries liberais e republicanas despachado para os Estados Unidos logo nos primeiros dias
da Revolta voltou praticamente de mãos vazias Cabugá chegou a se encontrar com secretário de estado Richard Rush aqui em solicitou em dia de Tropas e armas para revolução tudo que conseguiu foi o compromisso de que enquanto durar essa rebelião os Estados Unidos autorizariam a entrada de navio Pernambucanas em Águas Americanas mesmo contra a vontade de Dom João VI também aceitariam asilo ou abrigo a eventuais refugiados em caso de fracasso do movimento embora tivesse inaugurado a primeira grande República moderna os americanos estavam nessa época mais interessados em fazer acordos comerciais com Portugal e Inglaterra portanto não
queriam se envolver com a causa republicana no Brasil para não desagradar A coroa portuguesa e seus aliados Ingleses esse mesmo comportamento os Estados Unidos teriam sete mais tarde ao recusar ajuda aos revolucionários a Confederação do Equador liderada pelo Carmelita Frei Caneca nota de rodapé vamos a ela como Cabugá em 1817 Manuel de Carvalho pai de Andrade líder da Confederação do Equador foi aos Estados Unidos em 1824 pedir apoio ao presidente morro e uma esquadra para defender o Porto do Recife voltou de mãos vazias voltando ao texto abre aspas não queremos converter Ninguém ao republicanismo fecha
aspas observou americano Hair Mary Beckham ridge que entre 1817 e 1818 esteve no Brasil como enviado especial do seu governo abre aspas para nós é o suficiente saber que as nossas instituições são as melhores terras os revolucionários ocuparam Recife em seis de março de 1817 no Regimento de artilharia situado no Bairro de Santo Antônio um dos l da Conspiração o Capitão José de Barros Lima conhecido como Leão Coroado reagiu a voz de prisão e matou a golpes de espada o comandante Barbosa de Castro em seguida na companhia de outros militares revelados tomou o quartel e
ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas fiéis a monarquia o governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro um homem fraco e pouco inclinado ao trabalho refugiou-se no forte do Brum junto ao Porto cercado acabou se rendendo com tesão de Caetano Pinto os revolucionários constituíram o governo provisório que se apossou do Tesouro da província e proclamou a República depois de três semanas no dia 29 de Março foi anunciada a convocação de uma assembleia constituinte formada por representantes eleitos em todas as comarcas da província uma nova entre aspas lei orgânica estabeleceu a separação entre
os poderes legislativo executivo e judiciário o catolicismo foi mantido como religião Inicial mas as demais igrejas cristãs seriam tolerados por fim proclamava a liberdade de imprensa uma grande novidade no Brasil onde as ideias o direito de opinião e a publicação de livros haviam sido controlados com Rigor nos três séculos desde os descobrimento a escravidão era mantida para não ferir os interesses do Senhor de Engenho adeptos do movimento foram abolidos os impostos sobre o comércio os militares receberam um aumento no soldos os que tinham participados da rebelião foram beneficiados com promoções relâmpago Domingos Teotônio um dos
servos da nova junto do governo promoveu a si próprio de Capitão a Coronel desenhou-se uma nova bandeira com as cores azul escura branca amarela e vermelha na parte superior foi desenhado um arco-íris com uma estrela em cima e o sol em baixo representando a união de todos os pernambucanos no interior uma Cruz Vermelha simbolizava a fé na justiça e no entendimento embora Então tenha fracassado Essa é ainda hoje a bandeira do estado de Pernambuco adotada oficialmente em 1917 pelo Governador Manuel Antônio Pereira Borba é também na simbologia e na elegância visual um dos mais bonitos
entre os estandartes dos 27 estados brasileiros além dessas medidas republicanas os revolucionários tomaram algumas decisões pitorescas uma delas foi Abolição de todos os pronomes de tratamento que indicassem hierarquia como autoridade de uma pessoa sobre a outra como vossa excelência ou sua senhoria a expressão senhor foi substituída por patriota o historiador Tobias Monteiro conta que o chefe Rebelde domingo José Martins e sua esposa convidaram a senhora Pernambucanas a cortar os cabelos considerados entre aspas vamos ornamentos como final e adesão a república por isso segundo Monteiro nessa toda mulher que usasse cabelos compridos no Recife e em
Olinda passou a ser vista com suspeição providências como essas revelaram nas atitudes dos Pernambucanos a forte influência da Revolução Francesa na qual o ímpeto das mudanças incluiu além de um novo sistema de pelos e medidas a troca dos nomes dos meses do ano o novo governo Republicano permaneceu no poder até o dia 20 de Maio durante esse período todas as tentativas de obter apoio das províncias vizinhas para caçaram na Bahia O Enviado da revolução José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima o padre Roma foi preso ao desembarcar imediatamente fuzilado por ordem do governador O Conde
dos Arcos no Rio Grande do Norte o movimento conseguiu a Adesão do proprietário de um grande engenho de açúcar André de Albuquerque Maranhão depois de prender o governador José Inácio Borges e mandaram escoltado para o Recife Maranhão ocupou a vida de natal e formou uma junta governativa que despertou o menor interesse da população foi a piada do poder em poucos dias na Inglaterra os revolucionários tentaram obter o apoio do jornalista Hipólito José da Costa fundador do Correio Braziliense oferecendo o riocargo de ministro plenipotenciário da nova república e Hipólito recusou Como já foi visto sem que
os pernambucanos soubessem A coroa portuguesa havia feito um acordo secreto com o dono do correio em 1812 que previa a compra de um determinado número de exemplares do jornal e um subsídio para o próprio jornalista em troca de moderação nas ruas críticas contra a monarquia num despacho oficial de Londres o embaixador português dom domingo de Souza Coutinho avaliava os resultados do Acordo eu tenho o contido em parte até aqui com a esperança Da subscrição que pede eu não sei outro modo de fazer calar dessa aspas o historiador de Oliveira Lima ao avaliar essa relação secreta
dizia que pólito José da Costa abre se não foi propriamente venal não foi todavia incorruptível pois emprestava moderar seus arranjos de linguagem a troco de considerações de distinções e mesmo de Patrocínio oficial dessa aspas a reação portuguesa foi imediata e violenta da Bahia tropas enviadas pelo Conde dos Arcos avançaram pelo Sertão Pernambucano enquanto uma força naval espachada do Rio de Janeiro bloqueava o Porto do Recife em poucos dias um total de 8 mil homens cercou a província revelada no interior A Batalha decisiva foi travada na localidade de Ipojuca hoje sede do município em que está
a praia de Porto de Galinhas derrotados os revolucionários tiveram de recuar em direção a Recife Frei Caneca o futuro líder da Confederação do Equador participou dessa batalha no dia 19 de maio dois meses depois de iniciada rebelião tropas portuguesas entraram no Recife encontraram a cidade abandonada e sem defesa isolado o governo melhores se rendeu no dia seguinte a repressão como sempre foi Implacável a sentença contra os revoltosos determinava que abre aspas depois de mortos deficiência serão cortadas as mãos e decepadas as cabeças e se pregaram impostos reticência e os restos de seus cadáveres serão ligados
às caudas de cavalos e arrastados até o cemitério das aspas como punição adicional a capitania de Pernambuco foi desmembrada da Comarca de Alagoas cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis a coroa e como recompensa ganhar um direito de constituir uma província independente nota de rodapé vamos a ela preços semelhante Pernambuco pagaria em 1824 na Confederação do Equador quando perdeu mais uma comarca a adição Francisco repartida entre as províncias da Bahia e de Minas Gerais voltando ao texto as notícias sobre Pernambuco causaram grande apreensão no Rio de Janeiro e obrigar um Dom João a mudar o
cronograma de alguns dos atos mais grandiosos que havia planejado para sua temporada brasileira um deles foi a sua própria sagradação oficial Como Rei do Brasil Portugal e algarves pelos planos originais a coroação deveria ocorrer após um ano de luto pela rainha Dona Maria I falecida em março de 1816 depois da Revolução Pernambucana Dom João decidiu a diá-la por mais um ano não queria passar ao mundo a imagem de um rei Coroado enquanto o seu poder estava sendo contestado e dividido pela mesma razão pensou-se em adiar o casamento de Dom Pedro isso só não aconteceu porque
quando as notícias da agitação Pernambucana chegaram à Europa a noiva Futuro Imperatriz Leopoldina já havia casado por procuração em Viena e embarcado para o Brasil sufocada rebelião era hora de Celebrar em seis de fevereiro de 1818 um decreto real Põe assim as investigações sobre a rebelião líderes revoltosos haviam sido executados mas todos os demais foram anunciados num gesto de Concórdia e magnanimidade do Novo soberano entre os perdoados pelo Rei estava Cabugá o agente dos revolucionários nos Estados Unidos começava ali a etapa mais gloriosa e Festiva dos 13 anos em que a corte portuguesa viveu no
Brasil seriam dois anos de celebrações pompa e exibição de poder como nunca o Rio de Janeiro havia presenciado Capítulo 24 Versalhes Tropical o ano de 1818 é considerado o mais feliz de toda a temporada brasileira de Dom João VI apesar das dificuldades financeiras da coroa o reino estava em paz o monarca gozava de boa saúde Carlota Joaquina tinha sido derrotada nas suas conspirações a colônia enriquecia e prosperava os hábitos tinham mudado no Rio de Janeiro e na Europa ameaça de Napoleão tornar-se apenas uma lembrança distante derrotado por Lord Wellington na Batalha de Waterloo Em 1815
o Imperador francês estava preso havia 3 anos na Ilha de Santa Helena um Rochedo remoto e Solitário no Atlântico Sul mesmo empobrecida estava a corte portuguesa Celebrar e aproveitar o clima menos tranquilo do Rio de Janeiro nota de rodapé vamos a ela o termo Versalhes Tropical é usado por alguns historiadores como Oliveira Lima e Cristo em chute para definir esse período da corte no Brasil numa referência ao esplendor do Palácio erguido por Luiz 14 nos arredores de Paris voltando ao texto Os Sonhos de Dom João de Reconstruir seu império nos trópicos parecia enfim ter chances
de se realizar era uma ilusão dentro de dois anos acontecimentos inesperados dos dois lados do Atlântico obrigaria uma muda de planos e a resumir o papel que o destino lhe havia imposto o de um rei forçado agir sempre na defensiva pressionado por eventos que não estavam sob seu controle o breve período de festejo da coisa Portuguesa no Brasil começou em 1817 ano do casamento e do desembarque da Princesa Leopoldina e prosseguiram com a aclamação a coroação e o aniversário do Rei Dom João VI no ano seguinte a morte da Rainha Maria primeira aos 82 anos
na prática não mudava muita coisa Dom João já ocupava o trono havia mais de duas décadas desde que a mãe demente tinha sido considerada incapaz de governar ainda assim Fez questão de assumir oficialmente a coroa com pompa e circunstância antes de debelar a Revolução Pernambucana e casar os três filhos incluindo o primogênito e Herdeiro do Trono Dom Pedro a coroação aconteceu em seis de fevereiro de 1818 a primeira e única vez que um soberano europeu foi aclamado na América abre aspas desde o desembarque de Dona Leopoldina até o aniversário de Dom João A Corte do
Rio de Janeiro foi por assim dizer uma festa só observou o historiador Jurandir malerba o rei tornou-se nesses dias grandiosos da monarquia literalmente o anfiteatro onde a família real fez representar com um esplendor os momentos mais elevados de sua passagem pelo Brasil das aspas nota de rodapé vamos a ela Jurandir uma leba a corte no exílio página 91 voltando ao texto A forma como esses rituais foram encenados demonstram claramente que Dom João sexto não estava muito preocupado com a opinião do súditos brasileiros o objetivo era impressionar seus pares na Europa banido de sua própria capital
Lisboa exilado em terras distantes explorado e Oprimido pelos vizinhos poderosos submetido atos de Humilhação como a fuga às pressas por não ter condições de se defender por conta própria ainda assim o rei português tentava manter a pose não foi por acaso portanto que a maior demonstração de pomba e riqueza da corte portuguesa no Brasil foi feita em Viena há mais de 10 mil quilômetros do Rio de Janeiro Alice realizaram entre fevereiro e junho de 1817 as inúmeras cerimônias que marcaram o casamento por procuração da Princesa Leopoldina com o futuro Imperador Pedro I encarregado de negociar
o casamento e assinar os papéis em nome de João Pedro ou então o embaixador português Marquês de Marialva protagonizou em Viena um dos espetáculos mais grandiosos e caros que a capital do então Império austro-húngaro já havia presenciado a depressão é do Historiador malebas no dia 17 de Fevereiro de 181 Marialva entrava em Viena com um cortejo formado por 41 carruagens puxadas por 6 cavalos acompanhadas por criados de ambos os lados vestidos com ricas libres a antuge compõe-se de 77 pessoas entre pajens criados e oficiais até e montados seguiam seus coxas da casa Imperial variados por
seus lacios e aparados pelos homens de serviço logo atrás fechavam o cortejo as carruagens dos embaixadores da Inglaterra França e Espanha no dia primeiro de junho houve um baile para duas mil pessoas em salões especialmente construídos no Jardim do algarden de Viena estavam presentes a família imperial austríaca o corpo diplomático e toda nobreza a dança começou às 8 horas às 11 pois servida ceia de 40 talheres o Imperador e a família foram servidos em Baixada de ouro os convidados em baixar ela de prata custo um milhão de flores ou um e-mail milhão de frangos peças
nota de rodapé vamos a ela Jurandir ma lerba a corte do exílio página 55 Tobias Monteiro história do império página 178 citando dados do Correio Braziliense afirma que as despesas teriam sido ainda maiores segundo ele só o baile teria custado 2 milhões de Francos voltando ao texto atualizado pela inflação dos últimos 200 anos seria hoje o equivalente a cerca de 18 milhões de reais é um número espantoso aproximadamente r$ 9.000 por pessoa além de patrocinar a festa de arromba Marialva levou para distribuir como presentes na corte austríaca 167 diamantes no valor total de 6.873 libras
esterlinas barras de ouro no valor de 1.100 libras além de condecorações cravejadas de pedras preciosas e muitas joias avaliadas em 5.800 Libras O Príncipe de mentanic responsável pela assinatura do tratado e encarregado oficial da entrega da Noiva ao Embaixador recebeu um total de 3.600 libras e celinas em presentes incluindo o Medalhão e uma caixa com esfinge e retrato de Dom João VI e a Gran cruz de Cristo com placa encrustrada com diamantes o padre celebrante da cerimônia de casamento recebeu uma cruz peitoral de pedras preciosas no valor de 1200 Libras a demonstração de Fausto do
embaixador Marialva em Viena contrastava com as dificuldades vividas pela Realeza no Brasil no Rio de Janeiro também havia baile de festas na corte mas Dom João VI continuava cada vez mais endividado e dependente da emissão de moedas do Banco do Brasil e das listas entre aspas voluntárias de doações que os ricos da terra se dispunham Alegremente a subscrever em troca de favores privilégios e honrarias no dia a dia essa cortinada tinha de esplendorosa nem de requintada como até São Os relatos dos diplomatas e Viajantes que a conheceram de perto a antiga sede do vice-reino no
centro da cidade convertido em Passo Imperial era modesta incompatível com uma residência real abre aspas é um edifício vasto irregular do pior gênero e arquitetura definiu o pintor Yohan morrite rugendas um Casarão sem nenhum mérito é arquitetônico fecha aspas confirmou o alemão Hermes ebel o palácio da Quinta da Boa Vista presente do traficante de escravos Elias Antônio Lopes foi considerado pelo inglês John Lucky abre aspas acanhado despretensioso mal construído e pessimamente mobiliado a pobreza da arquitetura se refletia nos hábitos da corte já que Etiene Vitor arrigou cronita francesa corveta urani que comandada pelo Capitão Luiz
Cloud de foice fez duas escala no Rio de Janeiro entre 1817 e 1820 teve péssima impressão ao ver a rainha Carlota Joaquina numa recepção no Palácio de São Cristóvão abre aspas vestia-se como uma cigana dentro de uma espécie de camisola toda pregada de alfinetes registrou árago os cabelos despenteados em fúria viúvas de dente atestavam a ausência de um cabeleireiro no Passo ou de um Zeloso camarista fecha aspas essa impressão foi confirmada em 1817 num relatório diplomático pelo Embaixador alemão com fome abre aspas com exceção da semi-asiática corte de Constantinopla provavelmente não existe nenhuma outra na
Europa tão estranha quanto apesar de ter se estabelecido na América há pouco tempo ela pode ser considerada totalmente estranha aos hábitos europeus e completamente exótica nenhuma outra coisa e tem tantos empregados guarda-roupas assistentes servos uniformizados e cocheiros essa tendência a orientalismo de forma alguma corresponde ao seu luxo das aspas a celebrações de 1817 iniciadas em Viena continuaram com a chegada da Princesa Leopoldina ao Rio de Janeiro os preparativos foram organizados pelo Intendente geral de polícia Paulo Fernandes Viana as praias que em situações normais eram depósito de esgoto céu aberto foram saneadas as ruas varridas e
lavadas receberam a cobertura de uma fina camada de areia branca e foram salpicadas com flores aromáticas as janelas dos casarões foram ornamentadas com toalhas e colchas de renda e damasco nas ruas que seriam percorridas pela corte foram construídos três Arcos triunfais desenhados pelos artistas da missão francesa durante três noites seguidas a cidade se iluminou em profusão nota de rodapé vamos a ela a descrição dos preparativos e da chegada da princesa o Rio de Janeiro São de Jurandir malerba em A Corte do exílio página 68 voltando ao texto A Princesa Leopoldina chegou ao Rio de Janeiro
no dia 5 de novembro de 1817 ao descer do navio teve uma atitude inusitada ajoelhou-se diante da sogra a rainha Carlota Joaquina abraçou pelos pés e beijou-lhe as mãos em seguida dirigiu-se ao rei e repetiu os mesmos gestos depois abraçou e beijou os cunhados Os Príncipes e princesas irmãos de Dom Pedro o primeiro encontro se resumiu a essa troca de cumprimentos e gentilezas depois disso a princesa voltou para o navio que tinha trazido da Europa e permaneceu até as duas horas da tarde do dia seguinte quando Aí sim ocorreu o desembarque oficial amparada pelo braço
do marido Dom Pedro Leopoldina chegou ao cais acompanhada por toda a família real a princesa vestia um manto de seda branca bordado de prata e ouro um finíssimo véu depender da cabeça sobre o rosto no momento em que pisou em terra pela primeira vez salvas e canhões Foram disparados pela Fortaleza e pelos navios ancorados no porto sinos de todas as igrejas começaram a replicar ao mesmo tempo aclamado pelo povo que se aglomerava nas ruas o cortejo seguiu em direção à capela real situada na Rua Direita alguns metros de distância do Passo Real cerca de 100
carruagem desfilaram acompanhadas de criadagem para aumentar a Rigor um coaching trazia o rei a rainha o príncipe e a princesa abre aspas em terra atrás do Arco do Triunfo Vê se a carruagem atrelada com oito cavalo nachos vermelhos e com arreios de veludo bordados a ouro dessa aspas anotou o pintor Jean Batista de bere ao descrever a cena depois de uma cerimônia de Ação de Graças e um jantar de gala o casal se apresentou ao povo pela janelas do Passo às 11 horas da noite Estavam todos de volta ao palácio de São Cristóvão onde Dom
Pedro e Leopoldina passaram sua primeira noite de lua de mel para a coroação de Dom João VI os pintores escultores e arquitetos da missão francesa se esmeraram ainda mais nos preparativos o acanhado Largo do Passo se transformou repentinamente numa Praça Imperial com alegorias as maiores civilizações que a humanidade havia testemunhado nos dois milênios anteriores numa referência ao império romano Grand Jean de montene construiu na beira do gás a reprodução de um Templo de Minerva a deusa da guerra um pouco mais adiante junto ao chafariz desenhou uma cópia do ar Triunfo que Napoleão Bonaparte havia mandado
erguer em Paris para a chegada de sua segunda mulher a Imperatriz Maria Luiza da Áustria no centro da praça haviam belisca egípcio desenhado por Augusto Tomé abre aspas fazia uma agradável sensação avisa simultânea desses monumentos gregos romanos e egípcios não só pela beleza da iluminação que os decorava mas também pelo Bom Gosto de sua arquitetura que só pessoas inteligentes podiam conhecer e apreciar seja aspas comemorou Luiz Gonçalves dos Santos o padre perereca o americano Harry Mary beckhamde chegou ao Rio de Janeiro bem no meio dessas grandes celebrações da corte quando a corveta congresso da qual
era a secretário entrou na Baía da Guanabara em janeiro de 1818 a Princesa Leopoldina já havia desembarcado enquanto os preparativos para a coroação do Rei marcada para o dia 6 de Fevereiro estavam em pleno andamento do navio black and rood encontrou as ruas todas decoradas para o evento abre aspas fileiras e colunas revestidas de lona haviam sido pintadas para dar aparência de monumentos de mármore obeliscos e Arcos triunfais um templo grego sustentado por Pilares feitos do mesmo material se destacava como um elemento mais exótico entre eles fecha aspas o americano observou também que alguns desses
monumentos erguidos para a chegada da princesa e que seriam usados também na coroação do Rei já estavam se dissolvendo sob a ação da chuva e do vento abre aspas vi parte de um deles literalmente em Farrapos fecha aspas anotou como se vê Eram todos os monumentos falsos e efêmeros ao limitar a textura e aparência de sólidos mármores bronze e granitos lembravam igualmente a precariedade e o caráter e os olhos da celebração dessa monarquia europeia enfraquecida e exilada no país tropical a milhares de quilômetros de casa abre aspas o segredo era agir em duas frentes fecha
aspas observou historiadora Líria schwarz no livro A longa viagem da biblioteca dos Reis abre aspas por um lado decorava-se o evento com monumentos frágeis como um momento político por outro alegorias clássicas e referências ao passado conferiram a celebrações a tradição que lhes faltava e a história de que cariciam das aspas no dia da coroação o Rei Dom João VI usava um manto de veludo Escarlate coberto com fins de ouro como havia feito ao chegar ao rio em 1808 caminhou novamente do Passo até a capela real acompanhado pelos membros da nobreza e os embaixadores estrangeiros depois
do Juramento exibiu-se pela primeira vez de Cetro e coroa Os Príncipes seus filhos estenderam a mão sobre o Missal prometendo lhe obediência a cerimônia foi seguida pelos vivas da multidão concentrada em frente ao passo pela salva de canhões e pelo repique e interrupto dos Sinos das igrejas festas populares corridas de touros desfiles militares espetáculos de música e danças tomaram contas da cidade durante toda a semana bem em frente à praça do pátio conta um episódio engraçado envolvendo o comandante do seu navio segundo ele ao amanhecer o dia da coroação todos os fortes e navios começaram
a disparar seus canhões em homenagem ao rei entusiasmado com o que via o capitão da corveta americana decidiu juntar-se a celebração e mandou os seus marinheiros também disparassem os canhões Depois de alguns tiros Deus conta de cometer uma gafe diplomática seu país os Estados Unidos era adversário da Monarquia e havia travado uma longa guerra contra o rei da Inglaterra para garantir a independência como República tendo em vista que a tribulação da corveta congresso estava no Rio de Janeiro em missão oficial não ficava bem homenagear um rei ainda que fosse o simpático e bonachão Dom João
VI ao perceber que nenhum outro navio americano havia aderido às salvas de canhões o capitão determinou que também os marinheiros interrompessem os tiros e se limitassem a observar os festejos sem deles participar fora desses momentos de celebração o Rei Dom João VI levava no Rio de Janeiro uma vida pacata e tranquila acordava às 6 horas vestíase com a ajuda de seu camareiro Matias Antônio Lobato o Visconde de Magé e ia rezar no oratório comia frangos com torradas durante as audiências matinais nas quais recebia os fidalgos mais íntimos e os serviços da corte se o Doutor
mais frequente era Viana o Intendente Geral da Polícia recebido três vezes por dia para discutir melhorias urbanas e problemas de segurança no Rio de Janeiro as refeições principais eram feitas junto bons filhos na sobremesa havia sempre a pequena cerimônia conhecida como o lava mãos entre aspas o príncipe Dom Pedro filho mais velho segurava uma bacia de prata enquanto o mais novo do Miguel despejava a água para que Dom João lavasse as mãos sujas de gordura depois do almoço o rei dormia uma ou duas horas e no final da tarde saía para passear às vezes dirigindo
ele próprio uma pequena carruagem puxada por mulas nota de rodapé vamos a ela a descrição da rotina de Dom João VI é de Pedro Calmon em o rei do Brasil página 227 voltando ao texto o historiador Tobias Monteiro acrescenta um detalhe pitoresco nesses passeios o ritual que envolvia as necessidades fisiológicas do Rei segundo ele a frente da comitiva e um moço de cavalariça a que o povo chamava de abre aspas toma largas dessa aspas talvez porque abrir espaço a passagem do rei ou por usar vestimentas e Abas enormes esse vassalo montava uma besta de cuja
cela tendiam dois alforges num e a merenda de Dom João VI no outro um Penico e uma armação composta de três peças que funcionava como um vaso sanitário portátil para ser usado em Campo aberto a certa altura do passeio o rei murmurava uma ordem o moço descia da mula e montava o equipamento o rei da tia da Carruagem e dele aproximava-se o camarista que lhe desabotoava e arriavam os calcões diante dos oficiais e outras pessoas da comitiva até da Princesa Maria Teresa sua filha predileta quando esta o acompanhava sentava-se diretamente como se ninguém estivesse em
torno satisfeito o seu desejo vinham criado particular limpá-lo e de novo chegava o camarista para ajudá-lo a se vestir peça aspas nota de rodapé vamos a ela Tobias Barreto história do império página 95 voltando ao texto cumprida essa etapa Dom João retomava o passeio até chegar a hora da merenda além da comida guardada no alforge do moço de cavalariça o rei levava também um estoque Extra de Galinhas assadas e desossadas guardar os pedaços na algibeira do seu casacão encardido e recomendo enquanto contemplava a paisagem ou parava para conversar algumas pessoas que o saudavam pelo caminho
à noite recebia seu súditos para o beijamão e esse deitar por volta de 23 horas Tobias Monteiro tem mais uma informação curiosa a respeito da intimidade do Rei Ele conta que os quartos do Palácio de São Cristóvão SE abriram para uma varanda Dom João VI dormia sozinho num deles numa sala contigo que dava para o interior do edifício costumava receber visitas e despachar com ministros e oficiais do governo como essa sala e reuniões eram o único acesso ao quarto do Rei os criados do Palácio também tinham de passar por ela quando pela manhã precisamos esvaziar
os penicos usados durante a noite por Dom João Dependendo da hora essa tarefa era executada enquanto monarca recebi alguns de seus convidados para evitar constrangimentos os vasos eram cobertos com uma tampa de madeira e moldurada por uma pequena cortina de veludo encarnado mas esse fechamento era imperfeito e estava escapar os elementos voláteis que denunciavam seu conteúdo fecha aspas conta o indiscreto Monteiro pode-se dizer que a esta altura nem tudo cheirava bem na corte do Rio de Janeiro mas esse nem de longe era o maior dos problemas Capítulo 25 Portugal abandonado se a realidade de uma
nação pudesse ser resumida numa obra de arte a do império Português em 1820 caberia perfeitamente dentro de um quadro do acervo da National por Craft Gallery em Londres é o retrato de William Karl Sport o Marechal irlandês que governou Portugal enquanto a corte permaneceu no Brasil pintado em lojas sobre tela por se o William bicar o quadro mostra um homem Severo que inspira temor e Respeito alto corpulento e Calvo com tufos de cabelos que circulam a cabeça na altura da nuca berford envergo jaqueta tão escuro fechado no pescoço e coberto de para nós na face
esquerda entretanto há um detalhe que lhe dá uma aparência sinistra e enigmática é um olhar murcho parado e sem vida vazado por um tiro de fuzil numa das inúmeras batalhas em que o Marechal se envolveu com as tropas de Napoleão o olho esquerdo forma um contraste assustador com do lado direito é como se houvesse duas personalidades antagônicas dentro de uma mesma pessoa a da esquerda é inerte morta inexpressiva a da direita ágil e Vivaz parece buscar no horizonte longínquo o que o futuro lhe reserva essa também era a imagem de Portugal e seus domínios em
território brasileiro na véspera do retorno de Dom João VI a Lisboa de um lado do Atlântico ancorada na Europa cansada de guerra havia uma metrópole amorfa empobrecida e humilhada pela longa ausência do Rei do outro uma ex colônia que no mesmo período pela mesma razão havia mudado prosperado e agora contemplava o futuro com esperança e otimismo eram realidade de reconciliáveis dentro de dois anos o Brasil se tornaria um país independente Portugal ao contrário continuaria ainda muito tempo imerso num redemoinho de conspirações e revoltas políticas o antigo império colonial terminava seus dias de glória assim em
frangalhos pagando um Alto Preço pelas escolhas feitas nos tumultuados dias de 1807 e 1808 os 13 anos em que Dom João VI permaneceu no Rio de Janeiro foram de fome e grande sofrimento para o povo português na manhã de 30 de novembro de 1807 dia seguinte ao da partida da família real as velas da Esquadra portuguesa ainda não tinham desaparecido no horizonte quando o pânico tomou conta de Lisboa um pequeno terremoto sacudiu a cidade foi interpretado como um Presságio Sinistro e era mesmo sabendo que seria um primeiro alvo dos ataques franceses agricultores abandonaram suas propriedades
e fugiram para a capital quem já estava lá correu antes de mais nada para comprar comida depois se trancou dentro de casa abre aspas na mente de todos estava perspectiva terrível do que os aguardava escreveu General maximilian Sebastião fuá um dos oficiais franceses que participaram da invasão de Portugal o príncipe usa havia abandonado o país tinha sido conquistado sem luta ou resistência estavam entregues a própria sorte e cabia cada um cuidar da sua segurança fecha aspas antes de ocupar Lisboa o general Jean andors Juno ainda tentou inutilmente tranquilizar os portugueses com uma proclamação na qual
prometia protegê-los e preservar os seus direitos abre aspas o meu exército vai entrar na vossa cidade avisava o general francês eu vim salvar o vosso Porto e o vosso príncipe da influência maligna da Inglaterra mas esse príncipe aliás respeitável pelas suas virtudes deixou-se arrastar pelos conselheiros pérfos eficiência para ser entregue aos seus inimigos moradores de Lisboa vivem sossegados não receis coisa alguma do meu exército nem de mim o grande Napoleão meu amo envia-me para vos proteger Eu vos protegerei como devia não foi o que aconteceu quando as tropas exaustas e maltrapilhas de judô Entraram na
capital as ruas estavam desertas ao chegar às Docas só encontraram a vista um Solitário navio cargueiro cujo Comandante foi obrigado a retornar ao Porto sobre o fogo dos canhões disparados da Torre de Belém em seguida começou o saque da cidade as bagagens e cargas deixadas no cais durante a apressada fuga da corte foram confiscadas lojas de casas arrombadas os preços dos alimentos dispararam a moeda se desvalorizou em 60%. as casas de câmbio fecharam por volta de dinheiro em circulação sentindo-se enganado pela fuga da coxa para o Brasil Napoleão impôs a Portugal punições turísticas A primeira
foi uma indenização de guerra no valor de 100 milhões de Francos uma cifra astronômica equivalente hoje a cerca de 400 milhões de euros ou 1,2 bilhão de reais e o país na situação de penúria em que se encontrava jamais teria condições de pagar nota de rodapé vamos a ela atualização monetária feita com base no serviço Global fainational data segundo o qual um funk de 1808 atualizado pela inflação Valeria hoje 4,07 euros voltando ao texto Além disso confiscou as propriedades de todos os portugueses que haviam partido junto com o príncipe Regente incluindo as terras e os
Palácios reais a prataria das igrejas que na pressada Fuga ficar abandonada no cais foi derretida parte dos 40 mil soldados do exército português foi incorporada as tropas francesas e despachada para Alemanha onde seria dizimada em 1812 durante a fracassada tentativa de invasão da Rússia ou Napoleão o governo provisório nomeado por Dom João no dia da partida foi destituído e substituído por um entre conselho administrativo subalterno ao General Júnior por fim como o imperador francesa havia prometido meses Antes pelo seu Jornal Oficial lemona e terra a própria dinastia real de Bragança foi declarada a extinta nesses
dias de medo e Incerteza duas atitudes de amestralmente Opostas podiam ser observadas em Portugal com privilégios e propriedades da resguardar os nobres procuraram aderir rapidamente ao conquistador mal o príncipe Regente havia embarcado para o Brasil uma numerosa delegação da Elite portuguesa foi a cidade de baioni na França prestar homenagens a Napoleão o grupo incluía Quatro marqueses um Conde um Visconde O inquisitor mor e o Bispo de Coimbra essa mesma delegação publicou o manifesta em Lisboa na qual conclamava os portugueses aceitar o domínio francês debaixo da magnânima proteção do herói do mundo do árbitro dos Reis
e dos povos aspas que a nação portuguesa pudesse abre aspas formar um dia parte da Grande Família de que Sua Majestade Napoleão era o pai benéfico das aspas satisfeito com esse tratamento junou compareceu a ópera logo na primeira noite depois da invasão e prometeu respeitar todos os bens e privilégios da nobreza com exceção dos que haviam fugido para o Brasil atitude bem diferente Foi a do Povo português que tinha tudo a perder e nada a ganhar com a invasão francesa sem a opção de fugir Como fizeram o príncipe Regente ou bajular como fazia a elite
remanescente os portugueses comuns ignoraram as proclamações do General junou e o Manifesto da nobreza e resistiram ao invasor motize sublevações populares e romperam por toda a parte os problemas começaram logo no dia 13 de dezembro duas semanas depois a partida da família real foi quando General junou por ordenou que a bandeira portuguesa fosse arriada do Alto do de São Jorge cuja Vista domina a cidade sobre o bairro da Alfama e substituída pelas cores francesas no mesmo dia Juno ordenou que 6 mil de seus soldados desfilassem na praça do Rocio ao som de marchas militares essa
demonstração de força inesperada e desnecessária provocou uma Insurreição Popular prontamente reprimida pelo General nos dias seguintes os confrontos se espalharam pelo interior do país no bispado de Coimbra os moradores aterrorizados fugiram para as montanhas onde foram perseguidos e cercados pelos soldados franceses alguns conseguiram se salvar em troca de ouro joias ou dinheiro os demais foram fuzilados cerca de 3 mil pessoas morreram mais de mil casas foram queimadas entre 1807 e 1814 Portugal perdeu meio milhão de habitantes um sexto da população pereceu de fome ou nos Campos de Batalha ou simplesmente fugiu do país nunca em
toda sua história o país havia perdido um número tão grande de habitantes então pouco tempo em Maio de 1808 o embaixador de Portugal em Londres dom domingo de Souza Coutinho escrevia Dom João no Rio de Janeiro dizendo que o número de refugiados portugueses na Inglaterra era enorme abre aspas tem vindo toda a qualidade de Gente em número tal que eu não sei como lhe acudir contou Diplomata a maior parte vem carente de tudo quase nus fecha aspas uma corte portuguesa estava falida num domingo já era obrigado a pedir ajuda financeira o governo Inglês para socorrer
todos esses refugiados enquanto isso em Portugal os mais ricos pagavam propinas ao próprio judô Em troca da autorização para embarcar nos navios que partiam de Lisboa abre aspas Portugal ficou num estado lamentável de penúria fecha aspas escreveu um Historiador inglês que Charles Oman abre aspas com seus portos bloqueados era impossível para os seus antigos compradores Ingleses ou manufatura para os colonos brasileiros o desemprego tomou conta de Lisboa Famintos os moradores migraram em bando para o interior do país em busca do que comer a capital ficou Deserta nas ruas não se via nenhum veículo ou pedestre
com exceção de 20 mil pessoas reduzidas a condição de mendigas tentando viver esmolas graças a resistência obstinada de Portugueses e Espanhóis a Inglaterra conseguiu finalmente furar o bloqueio continental imposto por Napoleão e iniciar a série de campanhas vitoriosas da Guerra tem Insular que mais tarde resultaria na queda definitiva do Imperador francês em Waterloo Portugal no entanto não se beneficiou de imediato dessas vitórias no confronto entre as duas grandes potências europeias França Inglaterra os portugueses eram tratados como parceiros de segunda linha uma demonstração disso ocorreu logo depois da primeira territórios dos Ingleses sobre os franceses na
cidade de vimeiro em 21 de agosto de 1808 foi um confronto tão decisivo que o general junou preferiu fazer uma coisa de retirada deixando Portugal sobre o controle britânico esse acordo conhecido como convenção de Sintra em referência ao local onde foi negociado previa que os franceses desocupariam imediatamente os fortes e praças militares e entregariam aos Ingleses todos os bens suprimentos munições cavalos e outros meses de transporte que haviam tomado dos portugueses em troca terem uma proteção britânica para retornar à França com todas as suas armas sem serem molestados era uma situação inacreditável em que as
duas potências repartiam entre si o Botim da guerra sem levar encontros direitos dos portugueses os bens saqueados pelos franceses não seriam devolvidos aos seus proprietários originais gente mas a invasão mas simplesmente re aos novos ocupantes os ingleses esses bens incluíam 40.000 livros de esterlinas da Prata das igrejas já derretida e pronta para ser transportada para a França mais 25 mil libras confiscadas do Tesouro português e outras 16 mil de mercadorias roubadas dos armazéns públicos o acordo causou revolta geral em Portugal e mais tarde por parcialmente revogado pelo Parlamento britânico que o julgou excessivamente injusto para
os portugueses na ausência da corte Portugal se transformou na prática num protetorado britânico incumbido de comandar e reestruturar o destroçado exército português o Marechal Death Ford assumiu de fato o governo do país entre 1809 e 1820 e fez isso com mão de ferro em 1817 ao descobrir uma conspiração militar que pretendia derrubar o poder o Marechal reagiu com uma crueldade surpreendente o líder da rebelião General Gomes Freire de Andrade e outros 12 revolucionários foram enforcados alguns deles incluindo o próprio Gomes Freire tiveram suas cabeças decepadas e reduzidas as cinzas que foram lançadas ao mar mesmo
sufocada A Rebelião foi um sinal de alerta para o que viria nos anos seguintes como spray era um golpista com expressiva folha corrida de conspirações em 1805 tinha participado da fracassada tentativa de golpe de estado liderada pela Princesa Carlota Joaquina contra o marido por isso tornou-se um párea no exército português e aderiu a Napoleão em 1805 colaborou ativamente com Os Invasores franceses depois da derrota de Napoleão voltou a Portugal em Bueno de ideias liberais seu movimento pregava não só o fim do domingo em inglês mas também da monarquia absoluta alguns revolucionários mais exaltados chegavam a
procura destituição da dinastia de Bragança e a substituição de Dom João VI pelo Duque de cadaval no português os sinais de preocupação estavam por todo lado ao fazer um balanço do fracassado do movimento liderado pelo General Gomes Freire os governadores portugueses fiéis a Dom João VI alertavam o rei para o crescente clima de insatisfação na metrópole e do risco que ele corria permanecendo no Brasil abre aspas não devemos senhor ocultar a vossa Majestade por nossa honra e obrigação o descontentamento de todos os seus fiéis vassalos pela demora de vossa Majestade no reino do Brasil depois
dos extraordinários sacrifícios que fizeram para conseguir a salvação da monarquia essa aspas alertavam os governadores abre aspas esse descontentamento tem aumentado agora nessa cidade e se aumentará em todas as terras desses reinos das aspas a insatisfação era resultado menos das humilhações que o país havia sofrido na guerra e mais os crescentes privilégios assegurados por Dom João a ingleses e brasileiros depois da mudança para o Rio de Janeiro do ponto de vista dos portugueses essa situação era insustentável eles tinham ficado com todo o ônus da mudança cabendo ao Brasil e a Inglaterra todos os benefícios a
abertura dos portos da antiga Colônia em 1808 e o Tratado especial de comércio com os ingleses em 1810 haviam sido golpes duríssimos para os Comerciantes portugueses que quase foram a falência Além disso os impostos extraordinários criados pela corte para financiar a luta contra Napoleão foram mantidos mesmo depois determinada guerra sobrecarregando Comerciantes e funcionários urbanos em especial de Lisboa e do porto prejudicado pela concorrência britânica o comércio de Portugal com o Brasil despencou as exportações para a colônia que eram de 94 milhões de cruzados entre 1796 e 1807 caíram para apenas dois milhões de cruzados nos
dez anos seguintes no sentido contrário as ex do Brasil para Portugal se reduziram de 353 milhões de cruzados para metade 189 milhões em 1810 1214 navios portugueses tinham entrado no porto do Rio de Janeiro 10 anos mais tarde em 1820 não passaram de 212 sendo que desses somente 57 vinham de Lisboa os demais têm um partido da índia da África ou de outros portos da América do Sul abre aspas a fome generalizada a carência de gêneros alimentícios a desorganização da produção de vinho e azeite somava-se a paralisação dos portos de início fechados por Júnior e
depois desvitalizados e sem movimento por causa do Tratado de 1810 seja aspas observou a historiadora Maria Odila Leite da Silva Dias um exemplo do favorecimento do Rio de Janeiro nas novas relações comerciais Foi a redistribuição do fornecimento de pólvora em português antes da chegada da corte ao Brasil a venda desse produto era monopólio absoluto da antiga fábrica real de pólvora situada em Portugal era ela que fornecia sem concorrentes para metrópole e todas as suas colônias depois de 1808 a situação se inverteu a nova fábrica instalada por Dom João no Rio de Janeiro ganhou o privilégio
de vender pólvora para a parte mais atraente e lucrativa do mercado que incluía Pernambuco Bahia São Paulo Rio Grande do Sul os portos da Costa da África além da própria corte Enquanto isso a antiga fábrica do reino ficou relegado a mercados marginais e secundários as Ilhas e Açores madeira e Cabo Verde e as províncias de Maranhão Pará e Ceará em Portugal alimentava-se a esperança de que terminar a guerra o Tratado seria revogado e a corte retornaria Lisboa não aconteceu uma coisa nem outra o Tratado continuaria em vigor ainda por muito tempo e Dom João Simplesmente
não queria voltar tão cedo arrigou depois de 1810 ele já não tinha razões para permanecer no Brasil nesse ano as últimas provas francesas haviam sido expulsas e Portugal a partir daí a guerra peneticular se concentraria na Espanha onde duraria mais três anos se quisesse o pink pele Regente poderia ter retornado em segurança Lisboa sem problema algum apenas dois anos depois de ter partido seus planos porém eram outros não sabia que se o império Português tinha algum futuro sua chance de sobrevivência estariam mais no Brasil do que em Portugal por isso resistiu enquanto pôde às pressões
para retornar em 1814 o próprio governo Inglês tentou levá-lo de volta e despachou para o Rio de Janeiro uma espada comandada pelominante João bergford irmão do Marechal que governava Portugal com a missão de transportar toda a família real governo britânico temia que se a Corte não voltasse o clima de insatisfação em Portugal se tornaria incontrolável Dom João se recusou a embarcar e os temores Ingleses se confirmaram o fantasma da revolução sufocada em 1817 ressurgiu em 1820 na cidade do Porto na manhã de 24 de Agosto tropas reveladas reuniram-se no campo de Santo Ovídio no porto
e se declararam contra o domínio inglês no Manifesto que distribuíram a população os militares lamentavam a situação de penúria em que o país se encontrava e a ausência do Rei abre aspas para acúmulo de desventura deixou de viver entre nós o nosso adorável soberano português desde esse dia fatal contamos nossas desgraças pelos momentos que tem durado a nossa orfandade perdemos tudo fecha aspas três semanas mais tarde no dia 15 de setembro a revolta chegou a Lisboa onde se registraram várias manifestações pedindo o fim do absolutismo monárquico no dia 27 foi constituída na cidade de Alcobaça
a junta provisional Preparatória das cortes que ficariam encarregadas de redigir uma nova constituição Liberal as cortes eram conselho de estado previsto no regime monárquico português que havia se reunido pela última vez em 1698 mais de 120 anos antes sua simples convocação depois de tanto tempo ausente do cenário político português indicava o quanto o poder do Rei estava ameaçado pela decisão dos revoltosos a dinastia de Bragança seria poupada mas a Volta do Rei a Portugal virava uma questão de honra no dia 10 de outubro o Marechal Bero esportes que tinha viajado ao Rio de Janeiro com
o objetivo de pedir mais poderes e recursos a Dom João VI para conter a rebelião foi impedido de desembarcar ao retornar a Lisboa e destituído de suas funções em seu lugar formou-se uma nova junto de dinheiro comporta por representantes da burguesia e da nobreza clérigos e militares sob a liderança do sinédrio organização secreta criada no porto em 22 de janeiro de 1818 e cujos ideias e articulações haviam sido fundamentais para o sucesso da Revolução Liberal Reunidas em fevereiro de 1821 as coisas tinham uma pauta extensa de trabalho liberdade de imprensa elaboração de um novo Código
Civil e criminal supressão da Inquisição redução do número de ordem religiosas Anistia os presos políticos em instalação de um banco em Portugal entre outras medidas a principal exigência no entanto era a Volta do Rei a Portugal no Rio de Janeiro o chamado partido português integrado por militares de alta patente Funcionários Públicos e Comerciantes interessados em restabelecer o antigo sistema colonial e os privilégios da Metrópole também defendia O Retorno o clima de ressentimento dos portugueses em relação ao Brasil pode ser medido no panfleto assinado por Manoel Fernandes Tomás um dos chefes revolucionários de 1820 no qual
atacava de forma preconceituosa os brasileiros Tomás definiu o Brasil como abre aspas um gigante em verdade mas sem braços nem pernas não falando no seu clima ardência e pouco sadio reticência reduzido a umas poucas hordas de negrinhos pescados nas costas da África os únicos e só capazes de suportar nos darvejantes raios de uma zona abrasada fecha aspas o panfleto que provocou indignação no Rio de Janeiro perguntava que lugar Dom João deveria escolher para morar abre aspas a terra dos Macacos dos pretos e das serpentes ou país de gente branca dos povos civilizados e Amantes do
seu soberano fecha aspas e terminava dizendo abraços ou temos agora os olhos daquele país selvagem em culto cá aparece a terra de gente para Portugal ouvir as exigências dos revoltosos que chegaram ao Rio de Janeiro em 17 de outubro de 1820 pelo bring Providência Dom João VI enfrentou um dilema insolúvel que dizia a respeito ao futuro do próprio império Português se Voltasse a Portugal poderia perder o Brasil que seguindo o Caminho das vizinhas colônias espanholas acabaria por declarar a sua independência se ao contrário permanecesse no Rio de Janeiro perderia Portugal onde o vendaval revolucionário produzido
pelos ressentimentos acumulados em uma década e meia parecia incontrolável de início Dom João cogitou a hipótese de enviar a Portugal o príncipe herdeiro Dom Pedro Enquanto ele próprio permaneceria no Brasil seria uma forma de satisfazer as exigências das cortes e apaziguar os revolucionários Dom Pedro não queria ir por duas razões A primeira é que se sentia mais à vontade no Brasil onde havia chegado com apenas 10 anos e tinha todos os seus amigos e conselheiros a segunda é que sua mulher a Princesa Leopoldina estava nas últimas semanas de gravidez e poderia ter o filho em
alto mar uma situação de alto risco para época pior uma parte dos ministros queria que Dom Pedro viajar se a Portugal e deixasse a mulher sozinha no Rio de Janeiro sugestão contra a qual a princesa lutou desesperadamente por várias semanas depois de muitas discussões Dom João surpreendeu seus auxiliares com a seguinte frase abre aspas pois bem se o meu filho não quer ir irei eu fecha aspas era uma atitude inesperadamente corajosa para um rei que sempre deram amostras de insegurança medo em decisão Capítulo 26 o retorno na noite de 24 de Abril de 1821 um
cortejo fúnebre atravessou em silêncio as ruas do Rio de Janeiro transportava para a câmara ardente de uma Fragata ancorada no porto os restos mortais da rainha Dona Maria a primeira falecida em 1816 e do Infante Pedro Carlos vítima da tuberculose em 1812 Dom João VI acompanhou a procissão a luz dos arshots atrás dos dois Steves um retirado do convento da ajuda o outro do convento de Santo Antônio era o ato final da corte portuguesa no Brasil dois dias mais tarde o rei partir do Rio de Janeiro contra a sua vontade e sem saber exatamente o
que esperava em Portugal deixava para trás um país completamente mudado que eu acolher com tanta alegria 13 anos antes e no qual o processo de independência era já previsível e inevitável tão certa era essa possibilidade que poucas horas antes da cerimônia fúnebre do dia 24 do João chamou o filho mais velho e herdeiro da coroa então com 22 anos para uma última recomendação abre aspas Pedro se o Brasil se separar antes seja para ti que me Age de respeitar que para algum desses Aventureiros fecha aspas a semana que antecederam por um tensas e repletas de
a prisão os ecos da Revolução do Porto haviam chegado ao Brasil em meados de outubro do ano anterior e bastaram algumas semanas para inflamar os ânimos dos brasileiros e portugueses que cercavam a corte na manhã de 26 de fevereiro uma multidão aglomerada no Largo do Rocio atual Praça Tiradentes exigia a presença do reino centro do Rio de Janeiro e a assinatura da Constituição Liberal ao ouvir as notícias alguns quilômetros ali Dom João ficou muito ajustado e mandou fechar todas as janelas do Palácio São Cristóvão como fazer em noites e trovoadas abre aspas como devo tratar
os revoltosos perguntou ao Conde de palmela Ministro dos negócios estrangeiros e da Guerra abre aspas infelizmente senhor não há que deliberar é preciso fazer tudo quanto vos pedirem fecha aspas respondeu onde pouco depois chegou o príncipe Dom Pedro que passaram a madrugada em conversas com os Rebeldes vinha buscar o rei como ex Dom João ficou apavorado uma lembrança de uma cena da ainda recente Revolução Francesa foi a noite em que milhares de pessoas chegaram Palácio de Versalhes capturaram o Rei Luís XVI e a rainha Marinha Antonieta e os levaram até Paris onde tempos mais tarde
e após uma fracassada tentativa de fuga seriam decapitados na guilhotina apesar do medo que o episódio lhe inspirava Dom João embarcou na carruagem que eu aguardava e seguiu para o centro da cidade a caminho no entanto percebeu que em lugar de ofensas e Gritos e Protestos a multidão aclamava seu nome ao contrário do odiado Luís XVI o rei do Brasil era Amado querido pelo povo carioca depois de uma viagem de meia hora apareceu trêmulo na sacada do pato real mal conseguiu o babuciar as palavras que limitaram e que tiveram de ser repetidas por Dom Pedro
em alta voz para Delírio da multidão Dom João VI o último rei absoluto de Portugal e do Brasil aceitava sim jurar e assinar a constituição que ele tirava parte de seus poderes aí o folia de 26 de fevereiro porém logo deu o lugar a novas agitações os líderes mais radicais achavam As Reformas constitucionais insuficientes queriam que o rei sedesse mais por isso uma segunda manifestação popular foi marcada para o dia 21 de Abril aniversário do enforcamento de Tiradentes aos gritos de abre aspas aqui quem manda é o povo e haja revolução das aspas a multidão
reunida na então Praça do Comércio exigia que Dom João jurasse a constituição espanhola tô comendo mais radical do que o primeiro adotado na cidade de Cades em 1812 durante os levantes da Guerra península e que havia se tornado uma inspiração para os revolucionários portugueses em 1820 queria também que o rei permanecesse no Brasil contrariando a decisão das forças portuguesas desta vez a manifestação terminou tragédia violentamente reprimida pelas tropas comandadas pelo príncipe Dom Pedro 30 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas no dia seguinte a fachada do elegante prévio desenhado pelo francês grande na Praça do
Comércio amanheceu pichada com os dizeres abre aspas açougue dos Bragança fecha aspas numa referência a dinastia Portuguesa São João Partiu do Rio de Janeiro em 26 de abril cinco dias depois do Massacre da Praça do Comércio sua comitiva incluía cerca de 4 mil portugueses um terço do total que eu havia acompanhado na fuga para o Rio de Janeiro 13 anos antes que o rei embarcou chorando de emoção se dependesse apenas de sua vontade ficaria no Brasil para sempre Porém uma vez mais aquele rei gordo bonachão sossegado Solitário indeciso e muitas vezes medroso curvava-se peso das
responsabilidades que a história lhe impunha uma prova de que o rei não queria voltar é um panfleto que circulou no Rio de Janeiro e nas principais cidades brasileiras em janeiro de 1821 escrito por Francisco Galilei de Jaime o texto em francês defendia a permanência de Dom João VI no Rio de Janeiro diria que o Brasil poderia viver sem Portugal mas não o contrário alertava ainda que a partida do Rei levaria a independência o que de fato ocorreu no ano seguinte abre aspas o rei não deve abandonar o país quando a tempestade revolucionária o ameaça e
quando ele é mais do que nunca é necessário aqui deixar aspas o folheto foi impresso na gráfica régia em 1820 por ordem de Tomás Antônio Vila Nova Portugal Ministro e Conselheiro privado de Dom João VI o historiador Tobias Monteiro encontrou provas de que Dom João não só tomou conhecimento do texto como autorizou sua divulgação era portanto um documento que defendia a ideias compartilhadas pelo rei e Seu principal auxiliar o retorno da corte deixou o Brasil à míngua às vésperas de sua independência ao embarcar no João sexto raspou os cofres do Banco do Brasil e levou
embora o que ainda restava do Tesouro real que havia trazido para a colônia em 1808 abre aspas a realeza que acabava de viver na corrupção fizeram um verdadeiro assalto ao horário brasileiro fecha aspas escreveu Historiador Oliveira Lima testemunha ocular dos acontecimentos a viajante inglesa Maria Graham conta que abre aspas o tesouro ficou tão pobre fecha aspas que Dom Pedro foi obrigado adiar o reajuste dos show dos militares prometido antes da partida do Rei isso só aumentou o clima de descontentamento e insegurança no Brasil abre aspas os fundos para a manutenção de diversos Ramos da indústria
e várias obras de interesse público desapareceram com grande e repentino sangradouro dessa aspas observou A inglesa abre aspas assim muita coisa começada com a chegada da corte e que se esperava fosse de grande benefício para o país cessou dessaspas o saque dos recursos do Tesouro teve consequências dramáticas na economia brasileira e na prática abre aspas equivalia a uma banca rota posto que não declarada dessa aspas na avaliação de historiador Pereira da Silva abre aspas o ouro não se encontrou mais em circulação a prata subiu a 7 e 8% de ágio o descreve das notas do
banco paralisou atormentou prejudicou e arrastou o comércio a uma liquidação lenta suspendeu-se o giro regular as transações faliram muitas casas formou-se uma crise medonha a poderoso dos ânimos um terror Pânico aumentou-se o preço dos objetos necessários a sobrevivência incluiu poderosamente esse fato sobre tudo e multiplicando os desastres resultantes da inquietação dos Espíritos da anarquia das ideias e da desordem geral em que parecia a sociedade mergulhada dessa aspas Dom João VI chegou a Lisboa no dia 3 de julho depois de 68 dias de viagem tão vulnerável quanto havia partido quando saíra em 1807 era Refém da
Inglaterra e fugitivo de Napoleão agora tornava-se novamente de Refém dessa vez das cortes portuguesas segundo historiadores Vieira Martins antes de colocar os pés em terra o rei foi abre aspas humilhado insultado do navio teve de jurar a nova constituição elaborada a sua revenderia José Honório Rodrigues conta que abre aspas Dom João Pessoa juramento a meia vós valbuciante com aquela covardia que ele era própria que as aspas o rei teve ainda de aceitar algumas imposições que na época da monarquia absoluta seriam imagináveis uma delas proibidas embarque de vários e seus acompanhantes acusados de corrupção e roubo
na administração dos corpos públicos no Rio de Janeiro um dos nomes vetados era Joaquim José de Azevedo o Visconde do Rio Seco oficial que em novembro de 1807 tinha sido convocado ao palácio de Queluz para organizar a partida para o Brasil no Rio de Janeiro onde ocupou o cargo de tesoureiro modo real erário tinha se tornado um dos homens mais ricos do Brasil também foram proibidos de desembarcar em Lisboa dentro Maria targini ou Visconde de São Lourenço além dos irmãos Lobato camareiros e conselheiros particulares de Dom João para os portugueses que por tantos anos anunciavam
pela volta da família real O Retorno de Dom João Alcaide de Lisboa foi um espetáculo surpreendente tanto quanto havia sido para os brasileiros 13 anos antes é o que se pode ver nessa descrição de Oliveira Martins já velho pesado queijo gorduroso feio e obeso um olhar morto a face caída e tostada o Beiço pendente curvado sobre os joelhos inchados balançando como um fardo entre as almofadas de veludo dos velhos coxas Dourados reticência e seguido por um magro esquadrão de Cavalaria era para os que assim ouviram sobre as ruas pedregosas de Lisboa uma aparição burlesca fecha
aspas Capítulo 27 O Novo Brasil em maio de 1821 as quadras de Dom João VI ainda estava na altura do nordeste brasileiro a caminho de Lisboa quando há milhares de quilômetros a leste de seu Curso nos rochedos solitários da Ilha de Santa Helena Napoleão Bonaparte deu o último suspiro o homem responsável pela fuga da corte portuguesa para o Brasil e por quase todos os tormentos da vida de Dom João morreu na manhã de 4 de Maio assistido pelo seu médico particular em meio a taxa de vômitos de sangue e acessas de Delírio Nos quais chamava
seu filho o rei de Roma o menino franzino de apenas 10 anos que aquela altura era prisioneira da corte austríaca no Palácio de Jordão em Viena a causa da morte do Imperador francês foi por muito tempo alvo de polêmica de início suspeitou-se que tivesse sido envenenado com é cênico pesquisas mais recentes apontam que a causa mais provável seria um câncer no estômago enquanto esteve preso em Santa Helena Napoleão ditou suas memórias nas quais fez um balanço da vida e da carreira militar com suas conquistas e derrotas para Dom João VI reservou uma só frase lacônica
abre aspas foi o único que me enganou fecha aspas esses dois homens cujos destinos se cruzaram pela última vez nos Mares do Atlântico Sul deixamos legados que haveriam de afetar profundamente o futuro de milhões e milhões de pessoas o de Napoleão já bem avaliado pelos hist incluir ao redesenho do mapa político da Europa no prazo de 20 anos o antigo regime monárquico e portanto séculos havia dominado continente entraria em colapso dando lugar ao mundo agitado por revoluções em que autoridade e a legitimidade dos governantes seria o tempo todo posse em dúvida no caso de Dom
João VI O Legado ainda é motivo de controvérsia alguns atribuem ao seu caráter time de medroso a derrocada final da Monarquia e do próprio império colonial português outros no entanto o consideram uma estrategista político que sem recorrer as armas enfrentou com sucesso os exércitos de Napoleão e conseguiu não só preservar os interesses de Portugal Como deixar um Brasil maior e melhor do que havia encontrado ao chegar ao Rio de Janeiro em 1808 nenhum outro período da história brasileira testemunhou mudanças tão Profundas decisivas e aceleradas quanto os 13 anos em que a corte portuguesa morou no
Rio de Janeiro no espaço de apenas uma década e meia o Brasil deixou de ser uma colônia fechada e atrasada para se tornar um país independente por essa razão o balanço que a maioria dos estudiosos fazem Dom João VI tende a ser positivo Apesar de todas as fraquezas pessoais do Rei para Historiador Oliveira Lima Ele foi abre aspas o verdadeiro fundador da nacionalidade brasileira fecha aspas por duas razões principais assegurou a integridade territorial e deu início à classe dirigente que se responsabilizaria pela construção do novo país abre aspas com ele começou a descolonização efetiva dessa
aspas afirmou escritor e crítico literário Paranaense Wilson Martins abre aspas não só pelo ato de elevar o Brasil a reino mas também e sobretudo por lidar desde logo e em breve espaço de tempo as estruturas de uma nação propriamente ditas uma forma de avaliar a herança de Dom João VI é abordar a questão como seria hoje o Brasil se a Corte não tivesse vindo para o Rio de Janeiro apesar da relutância em fazer corretoras boa parte dos historiadores concorda que o país simplesmente não existiria na sua forma atual na hipótese mais provável a independência e
a República tem um lindo mais cedo mas a antiga colônia portuguesa se fragmentaria em Um retalho de pequenos países autônomos muito parecido com seus vizinhos da América espanhola sem nenhuma outra afinidade além do idioma é fácil imaginar as consequências dessa separação a esse Brasil dividido em pedaços autônomos nem de longe teria o poder e influência que o país exerce hoje sobre a América Latina na ausência de um Brasil grande e integrado o papel provavelmente caberia a Argentina que seria então o maior país do continente B Brasília a capital federal plantada no cerrado por Juscelino Kubitschek
em 1961 para estimular e simbolizar a integração nacional nunca teria existido o esforço de integração teria dado o lugar a rivalidade e a disputa Regional se na escola quando abrissem seus livros de geografia as crianças gaúchas aprenderiam que a Floresta Amazônica é um santuário ecológico de um país distante situado ao norte na fronteira com a Colômbia a Venezuela e o peru de as diferenças regionais teriam se acentuado é possível que a esta altura as regiões mais ricas desse mosaico geográfico estariam discutindo medidas de controle da Imigração dos vizinhos mais pobres como fazem Hoje os americanos
em relação aos mexicanos é nordestino seu impedido de migrar para São Paulo Em contrapartida ao viajar de férias para paradisíacas praias da Bahia ou do Ceará os paulistas seriam de providenciar passaportes e eventualmente pedir visto de entrada f o comércio intercâmbio entre as diversas regiões seriam muito menores e mais complicados ao vender seus produtos para Goiás Mato Grosso ou Tocantins os cariocas paulistas e paranaenses teriam de pagar tarifas de importação e vice-versa a luz da realidade do Brasil atual tudo isso parece mero devaneio ainda assim não se deve subestimar a importância de Dom João VI
na construção da identidade dos brasileiros de hoje é preciso levar em conta que dois séculos atrás a unidade política e territorial do Brasil era muito frágil uma prova dessa fragilidade pode ser medida na própria delegação brasileira enviada Portugal para participar das votações das cortes entre 1821 1822 embora o Brasil tivesse direito a 65 deputados só 46 compareceram as sessões em Lisboa o que os deixaram minoria diante da representação portuguesa composta por 100 Delegados nota de rodapé vamos a ela os delegados brasileiros foram eleitos na proporção de um para cada grupo de 30 mil habitantes com
base na população brasileira estimada na época da chegada da corte ao Brasil conforme Lilian schwars no livro A longa viagem da biblioteca dos Reis página 362 voltando ao texto apesar da inferioridade numérica os brasileiros se dividiram nas votações os delegados das províncias do Pará Maranhão Piauí Bahia se mantiveram fiéis A coroa portuguesa e votaram sistematicamente contra os interesses brasileiros das demais regiões numa nova demonstração de falta de consenso em 1822 essas províncias do norte nordeste não aderiram à Independência Dom Pedro I de recorrer a força militar para convencê-las a romper com Portugal mesmo assim o
ambiente político brasileiro continuaria instável ainda por muitas décadas sujeito a inúmeras rebeliões e movimentos separatistas regionais com base nessas divergências regionais o americano autor do livro Brasil Animation levanta algumas hipóteses sobre qual teria sido o destino dos territórios portugueses na América sem a vinda da corte para o Rio de Janeiro barman acredita que o Brasil poderia ter se desintegrado em três diferentes países o primeiro que ele chamou de república do Brasil abrangeria as atuais regiões Sul e Sudeste incluindo as Província de Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Santa Catarina Rio Grande do
Sul Goiás e Mato Grosso nessa época o atual estado do Paraná ainda fazia parte da província de São Paulo eram essas as províncias que gravitava da região onde no final do século XVIII tinha acontecido a conjuração mineira de Tiradentes sua repetição na opinião de bharma queria um potencial de atrair todas elas para o mesmo eixo capaz de se consolidar numa única República independente na opinião de bharma um segundo país chamado de República do Equador seria formado na região Nordeste incluindo Bahia Sergipe Alagoas Pernambuco Paraíba Rio Grande do Norte e Ceará essa região tinha sido agitada
por três grandes insurreições em menos de três décadas a primeira foi a revolta dos alfaiates de 1798 na Bahia a segunda a Revolução Pernambucana de 1817 por fim a Confederação do Equador novamente em Pernambuco em 1824 era portanto uma região candidata autonomia caso não houvesse um governo Central no Rio de Janeiro forte o suficiente para controlar suas religiões o terceiro na avaliação de historiador americano seria criado na região norte abrangendo Maranhão Grão Pará e a província do Rio Negro no atual Estado do Amazonas essas províncias que ainda na época da colônia já constituíam território autônomo
com relações diretas com Lisboa provavelmente seriam as últimas a se desligar de Portugal o Piauí na avaliação de Barman constituiria uma incógnita tanto poderia aderir à República do Equador Como permanecer fiel a coroa portuguesa e ligado às províncias do Norte a preservação da integridade territorial foi portanto uma grande conquista de Dom João VI a mudança da corte portuguesa os conflitos regionais queriam se aprofundado a tal ponto que a separação entre as províncias seria quase inevitável essas colônias estariam de fato perdidas para Metrópole se Dom João não imigrasse para o Brasil fecha aspas afirmou em suas
memórias ominante comandante da Esquadra que qualquer corte para o Rio de Janeiro abre aspas os ingleses iriam ocupá-las sob pretextos de as defender e se isso não acontecesse a independência da América portuguesa se teria efetuado ao mesmo tempo e com muito menos resistência do que a da América espanhola fecha aspas graças a Dom João VI o Brasil se Manteve como um país de dimensões continentais que hoje é o maior herdeiro da língua e da cultura portuguesa abre aspas Dom João sexto veio Criar e realmente fundou na América um império os merece bem assim intercâssificado o
ter dado foras e nacionalidade a uma imensa colônia amorfa fecha aspas escreveu de Oliveira Lima ironicamente esse legado não seria desfrutado por Dom João ou pela metrópole portuguesa abre aspas ele próprio regressava menos rei do que chegou fecha aspas acrescentou Oliveira Lima abre aspas deixava contudo o Brasil maior do que o encontrar o Brasil um sexto o perdeu para sempre o resultado foi a independência em 1822 abre aspas as portas fechadas durante 300 anos estavam abertas de repente e a colônia ficou fora do controle da Metrópole fecha aspas assinalou o historiador Alan k Manchester a
abre aspas o contato com o mundo exterior despertou a colônia entorpecida introduziram-se nova gente novo capital e novas ideias como consequência os brasileiros acharam que o seu destino era maior e mais importante dessa aspas ao contrário do que se imagina porém a independência brasileira resultou menos do desejo de separação dos brasileiros do que das divergências entre os próprios portugueses o historiador Sérgio Buarque de Holanda a definiu como abre aspas uma guerra civil entre portugueses fecha aspas desencadeada pela Revolução do Porto e não por um processo de mobilização da colônia na defesa de interesses comuns contra
a dominação da Metrópole nota de rodapé vamos a ela Sérgio Buarque de Holanda a herança colonial sua desagregação página 13 citado em Maria Odila Leite da Silva Dias a interiorização da Metrópole página 11 voltando ao texto abre aspas a revolução de 1820 foi um movimento antes brasileiro uma explosão de recentemente de orgulho ferido fecha aspas escreveu também Historiador José Honório Rodrigues o resultado segundo ele foi oposto ao esperado pelas cortes porque abre aspas fortificaram o Brasil sua consciência seu sentimento Nacional sua unidade sua indivisibilidade alguns significava que o país estivesse pronto ao contrário pobre analfabeto
e dependente de mão de obra escrava o novo Brasil deixado por Dom João ao seu filho Dom Pedro I continuava anestejado por três séculos de exploração Colonial que havia ali no iniciativa e o Espírito empreendedor os debates que cercaram a independência já anteviam Os enormes Desafios que o país teria enfrentar e que 200 anos depois ainda estão longe de serem superados na avaliação dos Pais entre aspas da Independência o Brasil do começo do século XIX eram país perigosamente Indomável onde brancos negros mestiços índios senhores e escravos conviviam de forma precária sem um projeto definido de
sociedade ou nação abre aspas a malgamação muito difícil será a liga de tanto metal heterogêneo resistência em um corpo sólido e político fecha aspas que seria já em 1813 o futuro Patriarca da Independência José Bonifácio de Andrade e Silva ao Embaixador de Portugal na Inglaterra de um domingo de Souza Coutinho na visão de José Bonifácio e outros líderes da época que a independência parecia inevitável Qualquer Custo que o Brasil se tornasse uma república nesse caso acreditavam eles o conflito de interesses numa sociedade tão heterogênea poderia se revelar incontrolável abre aspas a raça Branca acabará em
mãos de outras castas e a província da Bahia desaparecerá para um mundo civilizado fecha aspas afirmava em 1823 O Pensador Francisco de Sierra e mariscar ao analisar o movimento da Independência e seus desdobramentos no nordeste brasileiro em 1821 um panfleto de autoria de José Antônio de Miranda circulou no Rio de Janeiro perguntava abre aspas como é possível fazer uma república de um país vastíssimo desconhecido ainda em grande parte cheio de florestas infinitas sem população livre sem civilização sem Artes sem estradas sem relações mutuamente necessárias com interesses opostos e com uma multidão de escravos sem costumes
sem educação viu nem Religiosa e cheios de vícios e hábitos anti-sociais dessa aspas a solução proposta que Afinal triunfou era manter a monarquia centralizada e com poderes fortes capaz de impedirem sugestões populares e movimentos separatistas abre aspas o Brasil contando de muitas províncias grandes muito distantes e despovoadas precisa para se aumentar vício estar ainda na infância de um centro de poder de onde as providências se passam com energia e a força com prontidão fecha aspas argumentava um panfleto anônimo publicado em Lisboa em 1822 abre aspas ora não há governo mais enérgico que o monárquico reticência
o caráter geral da Nação exclui claramente a forma republicana fecha aspas sentimentos dessa natureza fizeram com que o medo funcionasse como uma força política catalisadora mantendo o país Unidos sobre a coroa no momento em que os regionalistas e interesses divergentes poderia dividido a antiga colônia portuguesa abre aspas consumada a separação política fecha aspas observou a historiadora Maria Odila Leite da Silva Dias abre aspas não pareciam brilhantes para os homens da geração da Independência as perspectivas da colônia para transformar-se em Ação deficiência eram bem conscientes da insegurança das tensões internas sociais e raciais da fragmentação dos
regionalismos da falta de unidade que não deram margem ao aparecimento de uma consciência Nacional capaz de dar força a um movimento revolucionário de disposto a reconstruir a sociedade das aspas o que se viu em 1822 foi portanto uma ruptura sobre controle ameaçada pelas divergências internas e pelo oceano de pobreza e marginalização criado por três séculos de escravidão e exploração Colonial ao contrário dos Estados Unidos onde é Independência teve um motor a república e a Luta pelos direito civis e pela popular no Brasil o sonho Republicano estava restrito algumas parcelas minoritárias da população quando apareceu nas
rebeliões regionais foi imediatamente reprimido pela coroa por isso o caminho escolhido em 1822 não era Republicano nem genuinamente revolucionário era apenas conciliatório em vez de enfrentadas e resolvidas as antigas tentações sociais foram todas adiadas que amortecidas em nome dos interesses da Elite agrária a escravidão permaneceria como uma Saga na sociedade brasileira até sua Abolição em 1888 com a lei assinada por uma bisneta de Dom João VI a Princesa Isabel a divergências regionais reapareceriam de tempos em tempos de forma violenta como na Confederação do Equador em 1824 na Guerra dos Farrapos em 1835 e na Revolução
Constitucionalista em 1932 a Participação Popular nas decisões do governo que manteria comum um conceito figurativo em 1881 quando a chamada lei Saraiva estabeleceu pela primeira vez a eleição direta para alguns cargos legislativos somente um e-mail por cento da população tinha direito ao voto eram apenas os grandes Comerciantes e proprietários rurais entre a enorme massa de excluídos estavam as mulheres os negros os mulatos os pobres os analfabetos e destituídos em geral heranças mal resolvidas em 1822 todos esses problemas permaneceriam nos 200 anos seguintes assombrando o futuro dos brasileiros como fantasma de um cadáver em sepulto Capítulo
28 a conversão de Marrocos o arquivista Real Luiz Joaquim dos Santos Marrocos foi um dos milhares de portugueses ligados a corte que ficaram no Brasil depois da partida da família real exatamente um mês antes do embarque de Dom João VI de volta para Portugal ele escreveu a última da 186 cartas que enviou ao pai Francisco José e a irmã Bernardina desde que chegaram ao Rio de Janeiro em 1811 O Tom é de lamento e de despedida abre aspas julgando-me de todo abandonado da sua lembrança sem saber a causa de tão extraordinário procedimento tenho suspendido por
algum tempo a minha correspondência visto que esta se fazia inútil dessa aspas reclama pelo texto das cartas observa-se que as relações entre o ativista e a família haviam desandado já fazia tempo os três primeiros anos após a chegada ao Rio de Janeiro a troca de mensagem é intensa amistosa e muito afetiva aos poucos no entanto a correspondência de Lisboa começa a escassear abre aspas assim como navios sucessivos que vossa merecer não me dá o gosto de suas notícias dessa aspas queixa-se Marrocos ao pai em primeiro de abril de 1814 abre aspas nem a minha irmã
tem se lembrado de me escrever peça aspas quatro meses mais tarde já são 11 os navios que chegam Sem notícias Marrocos diz abre aspas estranharam o silêncio de todos eficiência como se eu já não existisse fecha aspas o estremecimento de relações coincide com as mudanças no comportamento e nas opiniões do arquivista a respeito do Brasil e sua gente Marrocos chega ao Rio de Janeiro criticando o clima a paisagem os hábitos e costumes dos brasileiros reclamando de tudo e de todos gradativamente O Tom vai se modificando uma década mais tarde ele já é um homem apaixonado
pela cidade pelo país e seu povo mais do que isso decide ficar no Brasil e apoiar a independência contra a vontade dos seus conterrâneos Portugueses e da própria família esse processo de transformação pessoal coincide com as mudanças que Brasil e Portugal viveram naquele notável período de sua história por isso Marrocos tornou-se o paradigno do colonizador europeu capturado pelo Redemoinho da história no começo do século XIX que surpreendido pelos acontecimentos primeiro tenta reagir a eles depois se adapta e se transforma como se disse no capítulo 6 quando o personagem apareceu nesse livro a comunicação entre o
arquivista e a família é uma via de mão única só as cartas que ele enviou para Lisboa são conhecidas porque foram preservadas pelo pai na Biblioteca Real da Ajuda Marrocos aparentemente não fez o mesmo até hoje não se sabe o que outras respostas que teria recebido no Rio de Janeiro o conteúdo das cartas despachadas de Lisboa para o Brasil é conhecido pequenas de forma indireta porque o ativista reproduziu parte dela na correspondência enviada à família é curioso que apesar de nunca mais te corresponderem depois de 1821 o pai Manteve intactas todas as cartas que recebeu
do filho transformando-as em documentos históricos preciosos da época de Dom João VI no Brasil foi mais uma prova do zelo e do Rigor com que essa família de bibliotecários tratava os papéis se julgavam ser de interesse para as futuras gerações nota de rodapé vamos a ela para as mais informações sobre originais das cartas de Luís Joaquim dos Santos Marrocos ver catálogos temáticos da Biblioteca Nacional da ajuda em http://ippar.pt/s sites underline externos/bajuda/index.htm segundo ao texto nas primeiras cartas enviadas à família entre 1811 e 1813 Marrocos diz que o Brasil era o pior lugar do mundo repleto
de doença sujeira pessoas ignorantes e sem pudor abre aspas a gente é indigníssima soberba vaidosa e defina os animais são feios venenosos afirma eu não gosto de prender nessa terra que julgo para mim de degredo reticência estou tão escandalizado com esse país que deliminada quero e quando daqui eu saí não me esquecerei de limpar as botas nas bordas do cais para não levar o mínimo e queijo dessa terra quando se trata das más qualidades do Brasil é para mim matéria vasta de ódio e zanga a resistência e Julgo que até dormindo para queijo contra ele
fecha aspas a partir de 1814 o Tom das cartas é bem diferente o Brasil se torna um lugar bonito acolhedor e a gente simpática e trabalhadora numa correspondência disfarçada a primeira de Novembro Marrocos diz agradecer a Deus os benefícios de sua nova vida no Rio de Janeiro abre aspas vivo em paz em abundância e com aquelas comodidades de que tanto precisava com uma boa casa bem arranjada de tudo com escravos e outras conveniências explica a versão a esse país reticência é um grande erro e que há muito tempo me considero despido corrige-se depois de se
referir a abre aspas boa Face da minha situação com que Deus me favoreceu fecha aspas o motivo da mudança de Marrocos tinha um nome Ana Maria eles são Tiago Souza uma carioca de 22 anos que conheceu e começou a namorar dois anos depois de chegar ao Brasil filha de um rico comerciante português com uma brasileira Ana Maria vinha de uma família que segundo Marrocos era abre aspas gente muito limpa honesta e abastada na cartas ao pai o arquivista descreve como uma mulher santa entre aspas séria e dedicada como igual não haveria nem mesmo em Portugal
segundo ele graças a supervisão da mãe Ana Maria tinha escapado da preguiça e da ignorância que na sua opinião caracterizavam as filhas dos brasileiros abre aspas embora seja uma brasileira é melhor do que muitas mulheres portuguesas escreveu só tem um único defeito de ser carioca fecha aspas ressalvou numa outra carta no ex Joaquim e Ana Maria casaram-se no dia 22 de setembro de 1814 a notícia só é comunicada a família dois meses mais tarde em carta de primeiro de novembro oficialmente tiveram três filhos Luiz Francisco nascido em 8 de setembro de 1816 morreu uma semana
depois de infecção no umbigo naquela época conhecida como mal dos sete dias um ano e meio mais tarde em Sete de Março de 1818 nasceu Maria Teresa por fim veio ao mundo Maria Luiza em 13 de agosto de 1819 Esta é a história oficial construída com base nas cartas de Marrocos preservadas na biblioteca da ajuda em Lisboa mas como se verá no capítulo seguinte essa correspondência escondia ainda um segredo que ficou guardado por 200 anos um aspecto curioso da conversão de Marrocos no Brasil está relacionado à escravidão e ao relacionamento dos brancos com os negros
depois do nascimento da primeira filha Maria Teresa Ele conta ao pai que ele se recusado a contratar uma ama de leite Negra como era costume entre a elite do Rio de Janeiro abre aspas parece-me mais natural e decente que a criação seja feita pela mãe do que pelas negras que me causam nojo e asco fecha aspas explica numa das cartas pouco antes do nascimento da segunda filha porém a posição de Marrocos a respeito do assunto muda radicalmente acabo de comprar uma alma de leite negra para amamentar pelo preço de 179.200 fecha aspas escreveu a irmã
conta também ter levado para casa um menino de orfanato recém-nascido com o objetivo de assegurar a produção de leite da Escrava até Ana sua mulher dará luz na carta de 21 de julho de 1821 já citado na abertura do capítulo a escravidão ele comunica ao pai ter comprado um negro por 93.600 esse negro reaparece nove meses mais tarde numa de suas correspondências mais longas escritas no dia 13 de abril de 1812 o arquivista contra o pai ter usado a palmatória para punir o escravo uma única vez abre aspas só tem levado uma dúzia de Palma
atuadas por teimoso afirma mas quebrei o vício dessa aspas em seguida passa descrever de forma simpática abre aspas é muito meu amigo e eu não sou menos dele é habilidoso e tem muito Tino serve a mesa muito bem Tem muito cuidado no asseio do meu vestido calçado escovando o sempre é muito Caprichoso em andar afiado e já tem muita roupa é muito fiel Tadinho e de grandes forças dessas aspas antes de encerrar a carta Marrocos faz duas observações curiosas sobre escravo A primeira é que o negro abre aspas tem um grande rancor a mulheres e
Atos 10 aspas a segunda é o hábito de observar o arquivista enquanto dorme para evitar que os mosquitos o ataquem abre aspas tem ele a singularidade de fazer-me sentir nela ao pé de mim quando estou dormindo a festa só com o fim de enxotar as moscas para que não me acordem fecha aspas por fim manifesta a esperança de que abre aspas ele vem a ser um bom escravo sem pancada e levado só pelo brilho e amizades além de se casar e ter filhos Marrocos enriqueceu e prosperou no Rio de Janeiro suas relações com a nobreza
e o próprio Dom João também se estreitaram o que lhe deu uma projeção social muito maior do que tinha Lisboa nas suas cartas Marrocos relata ao pai que devido à importância do seu trabalho na biblioteca frequentava o Passo Real e beijava a mão do príncipe todos os dias Dom João visitava biblioteca com frequência para consultar obras de artes e ciências graças a essa proximidade em 1811 Marrocos sugeriu ao príncipe Regente que criasse uma biblioteca em Salvador com os livros duplicados da biblioteca do Rio de Janeiro era segundo ele uma forma de resolver dois problemas propiciar
aos baianos acesso à leitura e ao mesmo tempo dar um destino aos livros que desde que chegaram de Lisboa ainda permaneceu encaixotados pelo bicho cupim achando-se por isso em pó imensas ta peçarias fecha aspas segundo a explicação do alquimista preocupado com outros assuntos mais urgentes Dom João ignorou a sugestão porém sete anos mais tarde em 1818 Marrocos renovou a proposta desta vez ou então recém Coroado Rei Dom João VI concordou e determinou o envio de 38 caixas de livros a Salvador graças a essa doação a biblioteca baiana criada em 1811 quase duplicou o tamanho do
seu acervo uma história envolvendo o embaixador britânico Lord strainford Demonstra o quanto a biblioteca do Rio de Janeiro era importante para a coroa portuguesa Em 1815 ao retornar a Londres depois de uma temporada de seis anos no Brasil Extreme for recusou o presente de 12 barras de ouro que lhe foram oferecidos por Dom João o rei não se importou com a recusa mas ficou profundamente irritado Quando soube que o embaixador tinha esquecido de devolver 2 livros antigos que havia tomado de empréstimo da real biblioteca considerando-se pessoalmente ofendido João fez uma queixa formal ao governo Inglês
e encarregou seu Embaixador em Londres Cipriano Ribeiro Freire de recuperar as obras em 1813 2 anos depois de chegar ao Brasil Marrocos era responsável pelos manuscritos da coroa uma coleção de 6.000 Cordis que por determinação do Presidente o arquivista organizou e catalogou era um papéis raros cuja preservação a coroa valorizava acima de tudo incluíam os textos originais de cartas relatórios despachos diplomáticos e outros documentos oficiais que remontavam ao início da história do império Português em 1821 esses manuscritos voltaram a Lisboa junto com a corte o restante do acervo da antiga Biblioteca Real pelo ensino no
Brasil e mais tarde foi comprado de Portugal por Dom Pedro I para formar a base da atual Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro o preço pago por esses livros de 800 contos de réis abre parênteses cerca de 250 mil libras esterlinas na época fecha o parênteses correspondia a 12 e meio por cento da indenização exigida pelo governo português para reconhecer a independência brasileira em setembro de 1817 Marrocos deixou a biblioteca e foi nomeado oficial da secretaria de estado dos negócios do reino por Tomás Antônio Vila Nova Portugal o principal Ministro e Conselheiro do Rei estreou
a farda a que o novo cargo lhe dava direito em 6 de fevereiro de 1818 dia da cerimônia de aclamação de Dom João VI voltou a rotina de dedicação aos livros em 22 de março de 1821 semanas antes da Volta do Rei a Portugal promovido a encarregado da abre aspas direção e arranjamento seja aspas das reais bibliotecas com ordenado anual de 500 mil réis no lugar de frei Gregório José Viegas nomeado Bispo de Pernambuco depois da Independência Marrocos tornou-se um alto funcionário do governo do Imperador Pedro I em 1824 desligou-se definitivamente da biblioteca para assumir
o cargo de oficial maior da secretaria dos negócios do império cargo que ocupou até morrer seu nome aparece ao pé de dois textos importantes do Brasil independente a primeira constituição do império em 1824 e a primeira lei de patentes de 1830 nota de rodapé vamos a ela a lei sem número de 28 de Agosto de 1830 redigida por Marrocos abre aspas consegue privilégio ao que descobrir inventar ou melhorar uma Industrial útil e um prêmio ao que introduzir uma indústria estrangeira e regula sua concessão dessa aspas voltando ao texto abre aspas Luís Joaquim dos Santos Marrocos
a fez fecha aspas Leste ao final de ambos os textos a assinatura de Marrocos não significa ser ele o autor desses documentos foi apenas o Escriba encarregado de redigir os textos na linguagem burocrática e legal na qual se especializou além de providenciar protocolo e divulgação na presencial nas cartas escritas as vés do retorno de Dom João VI a Lisboa Marrocos Tenta convencer a família há também se mudar para o Rio de Janeiro o pai não aceita Marrocos Insiste e tenta entender as razões da recusa abre aspas será a pátria pergunta referência a Portugal além de
ser esse um frivolo pretexto de gente caduca e cheio de preocupações ela a pátria portuguesa tem sido muito ingrata a quem lhe a consagrado desde os primeiros anos o fruto de todos os seus estudos e aplicações fecha aspas acrescenta na mesma carta a mais longa de todas as 186 que escreveu Marrocos insiste pela última vez abre aspas meu Pai este é o momento de decidir trata-se de um negócio da maior importância que a futura subsistência da nossa família no meio de mil comunidades os primeiros passos para esse projeto parecem ter níveis e muito difíceis mas
são apenas momentâneos a circunstâncias que se oferecem são todas favoráveis e concorrentes para este fim reticência saia pois de uma letargia tão desgraçada em que há tantos anos tem vivido e gemido deixa uma terra que não lhe é Próspera e o que tem feito recuar na sua carreira e venha gozar de dias mais descansados e mais alegres desfrutando tudo o quanto o seu gênio possa PTC fechar aspas era um recado ao pai mas valia para todos os portugueses e brasileiros naquele momento decisivo Portugal era o passado o velho as ideias antigas o sistema colonial e
a decadência o Brasil era o novo o futuro a riqueza a prosperidade a transformação o fim da correspondência marcou a separação dos Marrocos Entre esses dois mundos abre aspas criar uma família no rio resultou para Marrocos numa transformação de filho em pai que se assemelhava a própria mudança do Brasil de uma colônia a centro critério fecha aspas observou a historiadora americana que está em chutes Marrocos morreu em 17 de Dezembro de 1838 notícia registrada de forma lacônica na edição do dia seguinte pelo Jornal do Comércio abre aspas faleceu ontem o senhor Luiz Joaquim dos Santos
Marrocos oficial maior da Secretaria de Estado dos negócios do império dessa aspas os sepultado na catacumba 85 da igreja de São Francisco de Paula no Rio de Janeiro tinha 57 anos com Marrocos morria um pedaço de Portugal que atravessaram o Atlântico com a corte de Dom João para nunca mais voltar ao chegar ao Brasil em 1811 o arquivista Real trazia na bagagem toda pesada carga cultural que havia caracterizados portugueses nos séculos anteriores era conservador burocrata supersticioso preconceituoso temeroso até a medula das mudanças que ela guardavam do outro lado do mundo em meio ao clima universo
dos trópicos e uma Gente Pobre encurta e analfabeta ao morrer quase três décadas mais tarde era um homem transformado no Rio de Janeiro envolveram-se na política perder o medo de conviver com as incertezas descobriram o amor a prosperidade e a esperança no futuro para isso tiveram de enfrentar a família e contestar o passado era um retrato perfeito e acabado do Brasil que ali na fia com suas raízes profundamente fincadas em Portugal Mas diferente Capítulo 29 o segredo para a maioria dos leitores esse livro terminou ou deveria terminar no capítulo anterior o que vem a seguir
interessa especialmente aos historiadores porque revela detalhes da vida do arquivista Real Luís Joaquim dos Santos Marrocos que até agora eles desconheciam no contexto grandioso da mudança da corte portuguesa para o Brasil são detalhes menores ainda assim ajudam a reforçar o fascinante transitório da investigação dos Fatos e personagens históricos que mesmo 200 anos depois continuam a mudar no dia 15 de junho de 1814 uma criança chamada Joaquina dos Santos Marrocos nasceu na Cidade do Rio de Janeiro Joaquina é uma filha que o atirista Real teve antes do casamento e cuja existência manterinha infringi-lo na 186 cartas
que enviou do Rio de Janeiro para a família em Lisboa por isso nos últimos 200 anos foi também ignorada por todos os livros da história que tinham tal correspondência como única fonte no estudo desse personagem aos quatro meses de idade no dia 22 de novembro Joaquim não foi batizado na Irmandade do Santíssimo Sacramento da Fé as anotações e suas certidões de nascimento e batismo Estão guardadas na forma de microfilme em um banco de dados que reúne mais de um bilhão de nomes na cidade de Salto Lake City a série fundadora dos mórmons nos Estados Unidos
podem ser consultadas pela internet no site www.femilest.org mantido pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e considerado um dos maiores e mais completos serviços de genealogia do mundo os Mórmons construíram esse gigantesco banco de dados porque acreditam que os antepassados podem ser redimidos do pecado pelo batismo mesmo depois de mortos por isso é necessário apenas que sejam corretamente identificados no serviço de genealogia dos mórmons americanos Joaquina aparece como filha de Luiz Joaquim dos Santos Marrocos e de Ana Rosa de São Tiago a grafia do nome do pai é exatamente igual a do
alquimista real descontando-se o s no lugar do Z de Luiz a principal diferença está no nome do meio da mãe Rosa em lugar de Maria é um equívoco de grafia a 200 anos era muito comum que escreventes de igrejas e cartórios errassem na transcrição de nomes em certidões de nascimento e batizado ainda assim não há dúvidas de que se tratassem efetivamente do arquivista real e sua mulher estatisticamente seria quase impossível que no Rio de Janeiro de 1814 uma cidade de apenas 60 mil habitantes dos quais menos a metade eram brancos como a família do alquimista
real houvesse um casal homônimo a descoberta de que Luiz Joaquim dos Santos Marrocos teve uma filha quando ainda estava noivo três meses antes do casamento esclarece algum enigmas existentes nas cartas do alquimista real cujo conteúdo até agora os pesquisadores não tinham conseguido decifrar o primeiro mistério é o tom de frieza e quase hostilidade com que a família recebe a notícia do casamento Marrocos comunicou a novidade ao pai em carta de primeiro de novembro de 1814 depois da cerimônia realizada no Rio de Janeiro o pai reage a novidade de forma violenta acusa Marrocos de lhe faltará
o respeito abre aspas como um africano rombo e presumido americano dessa aspas por ter feito o casamento sem avisá-lo ou pedir sua autorização comportamento que considera entre aspas viu e em Civil dessa aspas a irmão critica de ter se casado abre aspas de noite e as escuras como seu povo fosse surdo e cego dessa aspas o segundo Enigma diz respeito a um aparente mal entendido na troca de cartas no período que prefere o casamento Marrocos rebate às críticas da família dizendo que havia sim avisado com antecedência que pretendia se casar sustenta que teria tratado do
assunto em Duas cartas uma para o pai e outra para a irmã escritas no dia 23 de dezembro de 1813 9 meses antes da cerimônia a família afirma que essa correspondência nunca chegou a Lisboa em novembro de 1815 Marrocos e defende dizendo que não era a sua culpa se as cartas haviam ser extraviado curiosamente nos arquivos da biblioteca da ajuda essa são as duas únicas cartas de um total de 186 que não estão no original são apenas cópias não se conhece o paradeiro dos textos originais se a ligação da família estiver correta Ou seja que
nem pai nem irmã foram avisados previamente do casamento o que teria levado Marrocos Rihanna a se unir em quase em segredo sem obedecer o protocolo que exigia comunicação prévia a respeito de suas intenções o aparecimento da certidão de nascimento e batismo de Joaquina sugere que o matrimônio provavelmente foi decidido às pressas devido a uma gravidez Inesperada o estremecimento de relações com a família coincide com a data do nascimento de Joaquina o terceiro Enigma que reforça e o segundo está ligado a uma carta de novembro de 1814 data em que a julgar pelas informações do banco
de dados dos mórmons a suposta filha já teria quatro meses nessa correspondência Marrocos Alerta a irmã para não dar crédito às fofocas e rumores que estão espalhando sobre ele no Rio de Janeiro e que podem chegar a Lisboa abre aspas estou rindo com a cegueira dessa gente tola com doendo-me do empenho com que à toa pretende impenetrar no meu segredo não dando satisfação a ninguém fecha aspas escreve que fofocas poderia inspirar um homem de 33 anos arquivista e burocrata do Rei conservador até a raiz do cabelo no Rio de Janeiro de 1814 a explicação novamente
parece estar em Joaquina o bebê nascido em Junho daquele ano naquela época uma gravidez fora do casamento era motivo de escândalo e se explicaria a expressão abre aspas como seu povo fosse surdo e cego peça aspas usada pela irmã de Marrocos na troca de correspondência surdo e cego de que as evidências contidas na troca de casas indicam que a família em Lisboa poderia estar sabendo por outras pessoas tem informações que Marrocos tentou esconder deliberadamente nas cartas O que teria acontecido com Joaquina O Misterioso bebê de 1814 Além de sua certidão de nascimento e batismo não
há no banco de dados dos mórmons qualquer outra referência ao seu destino não se tem notícia se Ela foi abandonada morreu sobreviveu casou ou teve filhos a sabe da resposta está nos próprios documentos arquivados em Salto Lake City o microfilm com as informações sobre Joaquina dos Santos Marrocos faz parte de um conjunto documental denominado date número c032065 do International genealógica index é composto pelos nomes de 1855 meninas nascidas no Rio de Janeiro entre 1812 e 1816 com algumas poucas exceções no final do século 18 a maioria dessas crianças aparecem listada apenas com o primeiro nome
são centenas de justinas honoratas inocências jesuínas sem nenhuma referência de parentesco ou sobrenome familiar outras são registradas com sobrenomes genéricos Associados a datas eventos e irmandades religiosa como do Espírito Santo da Conceição do Rosário do Evangelho o único ponto em comum entre elas é que todas foram batizadas no Santíssimo Sacramento da Sé isso explica todo o mistério Santíssimo Sacramento era o nome de uma das irmandades religiosas mais antigas do Brasil colônia mantida por leigos de alta distinção social tinha entre suas responsabilidades abrigar e dar assistência crianças órfãos de mãe solteiras e famílias abastadas Era exatamente
esse o caso da noiva de Marrocos Ana Maria de São Tiago Souza pertencia a uma família rica e legítima tendência Portuguesa e socialmente bem relacionada a conclusão óbvia é que surpreendidos pela gravidez Luiz Joaquim e Ana Maria preferiram entregar a criança recém-nascida aos cuidados de uma Irmandade religiosa do que assumir a paternidade e se expor ao inevitável escândalo na corte no Brasil de o nascimento de crianças fora do casamento é um fenômeno normal da vida aceito e tolerado pela sociedade a gravidez antes do casamento há muito tempo deixou de ser motivo de escândalo ou preocupação
para as famílias envolvidas 200 anos atrás era bem diferente na corte de Dom João VI a notícia de um filho gerado fora do casamento seria inaceitável para os pais era sempre melhor escondê-lo e entregá-lo para adoção do que comprometer a reputação da família a entrega de crianças não desejadas para adoção era um hábito amplamente disseminado no Rio de Janeiro os orfanatos e alguns Conventos tinham chamada abre aspas roda dos rejeitados fecha aspas instituição importada de Portugal na qual era possível depositar um recém-nascido sem que a pessoa responsável por esse ato fosse identificada em 1823 a
viajante inglesa Maria Graham digitou uma vida no Rio de Janeiro cuja roda 200jeitados havia recebido 10.000 crianças órfãs num período de nove anos a maioria tinha morrido antes de encontrar um lar que as acolhessem no caso de Joaquina dos Santos Marrocos é curioso observar que apesar de todos os riscos envolvidos os pais têm um registrado a filha não desejada com seu próprio sobrenome identificado com o número 587 no Bete c032065 dos mórmons Joaquina é uma das raras crianças desse conjunto documental que aparecem com o nome e sobrenome da família é como se fosse uma pista
silenciosa do seu segredo plantada para a posteridade última nota de rodapé vamos a ela os arquivos da cúria do Rio de Janeiro apontam o nascimento de mais duas filhas do casal Marrocos nesse caso porém não há surpresa nem segredo ambas nasceram em datas posteriores a interrupção da do ativista real com a família em Lisboa por isso nunca foram identificadas pelos historiadores as duas crianças são identificadas nos registros apenas como Maria uma nasceu em dois de março de 1829 a outra em 12 de julho de 1834 na certidões de nascimento a mãe já aparece com sobrenome
do marido Ana Maria de Souza Marrocos incluindo Joaquina nascido em 1814 o casal Marrocos teve portanto seis filhos e não três como informam os livros de história até hoje