Relações amorosas podem trazer muita alegria para as nossas vidas. Mas nem sempre as pessoas estabelecem relações saudáveis. Relações abusivas são comuns e podem envolver várias formas de violência.
De acordo com algumas pesquisas, no Brasil, de cada 5 mulheres, 3 já sofreram algum tipo de violência em um relacionamento e quase 40% dos homicídios de mulheres no mundo foram cometidos por parceiros íntimos ou ex-parceiros dessas mulheres. No Brasil, chamamos esse tipo de crime de feminicídio. A violência entre parceiros românticos é feita tanto por homens quanto mulheres e ela não só é comum como provavelmente é muito mais comum do que temos como saber.
Isso porque nem sempre os parceiros que sofrem a violência têm motivação ou um espaço adequado para denunciar a violência. E uma razão talvez mais comum ainda é que a pessoa que sofreu a violência pode nem ter consciência plena de que sofreu uma violência. Muita gente tem a impressão de que violência em relacionamentos se resume a murros, chutes ou agressão sexual.
Mas atos violentos podem ser muito mais sutis e tolerados pelas pessoas. Em uma cultura na qual atos violentos ou opressivos são romantizados como demonstrações de afeto, muitas pessoas podem ver tais atos como provas de amor. O abuso nas relações inclui a violência física, mas também inclui por exemplo a violência psicológica, sexual e material.
A violência psicológica ocorre por meio de assédio, ofensa, intimidação ou humilhação, enquanto que a violência sexual ocorre quando um parceiro força o outro a fazer sexo ou outros atos íntimos. Já a violência material ocorre quando um parceiro estraga ou destrói bens do parceiro, como carros ou roupas. Relações românticas podem fazer muito bem, mas relações abusivas não só podem fazer muito mal como matam.
Um parceiro abusivo constrói uma relação de poder na qual a violência é usada para satisfazer suas necessidades na relação. Mesmo que você perceba que está em uma relação abusiva, pode não ser tão simples sair dela por mais que você queira. O abandono de relações violentas é um processo complexo e deve ser conduzido de maneira cautelosa.
Vamos dar agora algumas dicas para quem se encontra numa situação como essa. Primeiro que ninguém merece sofrer abuso ou ser culpado por estar sofrendo algum tipo de abuso. Mas por causa da manipulação do parceiro, é comum que vítimas de relações abusivas se sintam culpadas e minimizem ou tentem justificar os abusos.
Conforme o tempo passa, a tendência é que os abusos se tornem mais comuns na relação. Por isso, quanto antes você perceber e puder se preservar de uma relação abusiva, melhor pra você. Se você andou ouvindo críticas sobre o seu relacionamento e conselhos como "você não devia aceitar isso" , se afastou muito dos amigos, dos seus interesses e tem se sentido triste sobre a sua relação por conta disso, esses podem ser sinais de que a sua relação é abusiva.
Caso você seja uma vítima de relação abusiva ou conhece alguém que é, ligue para o número 180 e faça uma denúncia. Você pode estar salvando a sua vida ou a de uma outra pessoa com uma simples ligação. Apesar de ser importante sair de uma relação abusiva para o seu bem estar, deve-se tomar cuidado nesse momento, pois é na tentativa de término que as violências mais graves costumam ocorrer, tais como o homicídio.
Dificilmente um parceiro muito abusivo vai aceitar pacificamente o fim da relação, por isso buscar ajuda e informação é fundamental para fazer as coisas da forma mais segura possível. Se quiser saber mais sobre o processo de abandono de relações violentas, nós recomendamos o livro Libertando-se de Namoros Violentos escrito pela psicóloga Sheila Giardini Murta que inclusive nos ajudou a fazer esse vídeo! Nos ajude a aumentar a consciência das pessoas a respeito das relações abusivas curtindo, compartilhando o nosso vídeo nas suas redes sociais e se inscrevendo no nosso canal.