e essa semana retomei uma leitura que fiz na época da graduação trata-se do livro a invenção da África do filósofo congolês Valentim eventos mundiais como não encontrei nenhuma resenha aqui no YouTube e também há poucos publicados escritos na internet resolvi trazer uma resenha aqui da obra no canal porque a considero extremamente relevante para a gente não só pensar a filosofia africana mas também questões e problemáticas a respeito da produção de conhecimento em países que foram colonizados pelos europeus como o Brasil ou seja o trabalho de mudimbi entraria facilmente na seção de estudos pós-coloniais cuja preocupação
é discutir formas de conhecimento dependentes de uma matriz eurocêntrica e que por vezes utilizam categorias e visões de mundo não só colonialistas mais até mesmo racistas mas antes de continuar vou pedir para eu peguei no canal curte o vídeo que é para o logaritmo entender que é importante esse tipo de conteúdo circular aqui no YouTube e chegar até outras pessoas [Música] E aí o nascido em 1941 no antigo Congo belga atual República democrática do Congo o filósofo Valentim Mundinho e atualmente é professor de estudos literários na universidade de Duke autor de um punhado de livros
com outro lado do reino uma introdução a crítica das linguagens na loucura de 1973 e o odor do pai um ensaio sobre os limites da ciência e da vida na África Negra de 1982 sua obra mais importante é sem dúvida a invenção da África de nós e filosofia e Ordem do conhecimento obrigado em 1988 a duas traduções ela para o português uma de 2013 pela Editora mulenga uma editora angolana e mais recentemente uma de 2019 pela editora Vozes Editora brasileira mas vamos ao que trata especificamente o livro através de instrumental conceitual e analítico que remete
à obra de Michel ficou como arqueologia do discurso condições de possibilidade o time budni faz um apanhado geral dos discursos de missionários antropólogos e demais intelectuais europeus ou africanos que tornaram possível uma invenção da África Isto É segunda até ficou Tiana não é Essência sobre um objeto do conhecimento próprio objeto é produzido por práticas discursivas investidas de verdade pois ligadas ao mesmo tempo a instituições de poder e a regimes epistêmicos desta maneira o Saber possuem Estreita conexão com o poder exemplificando não existe uma África essencial que sempre estava lá apenas esperando ser descrita e explicar
da África é um continente bastante extenso e variado plural múltiplo de povos culturas línguas acontecimentos relevos vegetações enfim a imagem que temos da África como algo mais ou menos coeso e homogêneo a própria ideia de África como um todo organizado e de africano os casos entre si é uma invenção e não no mau sentido da palavra como falsidade mas apenas como constatação de algo que aconteceu e tem uma história que foi instituído por discursos e aceito segundo critérios de determinados regimes de verdade pois é pra ficou a verdade não é um fato natural metafísico mas
histórico instituído e ligado ao poder por isso é necessário prestar muita atenção no seu conceito de discurso que não quer dizer exatamente qualquer coisa que pode ser dita por qualquer pessoa mas quadros sociais através dos quais é possível produzir verdades quadros que também são históricos valeria a pena um vídeo só sobre esse conceito Porque existe muito engano e confusão no seu uso É verdade quer dizer às vezes não voltemos a mão Jimmy a hipótese corajosa do filósofo de onde parti seu estudo é a seguinte até agora tanto intérpretes ocidentais como analistas africanos têm usado categorias
o sistemas conceituais que dependem de uma ordem epistêmica ocidental isso mesmo nas descrições ditas afrocêntrica os sistemas tradicionais de pensamento africano e as Visões de mundo das sociedades africanas têm sido avaliadas e explicadas a partir de critérios de regras e de modelos de racionalidade e não africana independentemente se intelectual seja africano ou acidental e isso representaria um grande desafio para os estudos africanos até que ponto as suas práticas não dependeriam de uma episteme ocidental enfim seria possível utilizar uma renovação da noção de tradição então é invocada como marco de autoridade para definir o que é
autenticamente africano mesmo após e no processo de uma intensa dispersão e transformação das culturas africanas em vez de utilizar as categorias de episteme que remete ao mesmo tempo a ciência a ligação intelectual geral o a doxa seria o grego de opinião senso comum mundim de prefere apostar na gnosi ou melhor investigar agnosia que a grosso modo significaria uma investigação a busca por saber uma pesquisa no caso do seu trabalho aqui nós ela vai remeter tanto a sistemas tradicionais de pensamento africano como também a própria filosofia africana ou at filosofia e a respeito do tópico o
filósofo vai direto ao ponto quem pode falar sobre agnosia africana tem teria credenciais para emitir opinião vou fazer afirmações sobre essa e aqui mude me critica explicitamente os intelectuais que se auto denominam como africanos autênticos em oposição aos africanos ocidentalizados quer dizer para esse grupo somente eles terem uma capacidade de explicar as formas africanas de produzir conhecimento e a exatamente daqui parte a inquietação do intelectual congolês em vez de centrar-se nos trabalhos dos supostos representantes e esse tipo de conhecimento ele vai empreender um arqueologia dos fundamentos dos discursos sobre a África ou seja Quais são
as condições de possibilidade da filosofia da história da antropologia etc que se não sim eu como africanistas trabalho de mude me não tem o objetivo de analisar o que foi escrito sobre a África e comparar com uma realidade mais ou menos objetiva mais verificar os resultados dessas operações intelectuais e os regimes de verdade ou contextos epistêmicos que os tornaram possíveis nesse sentido onde ver não tem dúvidas de que a partir da gnosi que foram construídos os discursos africanos sobre alteridade sobre ideologia de alteridade das quais nasceram por sua vez os conceitos de Negritude e remetem
ao trabalho de Leopoldo senhor de personalidade negra que remete aos trabalhos de iguana em Kuma e filosofia africana o etno filosofia africana ligada pô os trabalhos de classe de tempo e Poli ronde e o livro se divide em cinco capítulos mais introdução e conclusão Capítulo intitulado discurso do Poder reconhecimento da alteridade é sem dúvidas o mais interessante deles porque a base para os demais e aonde mude me começa abordar os discursos sobre o período o Colonial da África que vai aí do final do século 19 até meados do século 20 ele vai perceber que independentemente
da abordagem se por exemplo a teoria marxista ou se a teoria da Periferia o regime epistêmico desse discursos vai conduzir a uma estrutura colonizadora responsável por produzir sociedades culturas e seres humanos marginais Isto é vai se afirmar que a África se tornou um território Ultramarino reorganizar e submetido ao modelo ocidental assim como cientista social peruana Aníbal quijano monde de registro que o colonialismo não trata apenas de exploração de ambientes físicos Mas também de introdução invasiva de formas específicas de compreender a realidade a colonialidade do Saber ou discurso do poder assim da estrutura colonizadora emergiu um
sistema explicativo que opera através de dicotomias oposições paradigmáticos tradicional ou moderno oral ou escrito Agrário ou industrializado economia de subsistência o economia de alta produção por Óbvio no discurso europeu a África ficava do lado negativo da oposição ou a partir da colonização em uma região intermediária na marginalidade carente de fatores para progredir ao mesmo tempo a África é um outro pula aquilo que não se é e por isso uma chave explicativa para definir a identidade do mesmo do padrão do europeu mude demonstra que esse regime sistêmico está intimamente ligado com as classificações e hierarquias antes
de povos de culturas de seres humanos bastante presente nos discursos e nas a plantações de Viajantes pintores intelectuais cientistas ocidentais no mínimo desde o século 16 uma certa formação discursiva preenchida de um etnocentristas epistemológico que nos alcançarei até os dias atuais um exemplo um antropólogo francês Marcel growly nos anos 30 descreveu como um povo africano os Dogão que ficam ali mais ou menos entre o Mali Burkina Faso possuem um conhecimento altamente sofisticado de astronomia além de saber que a terra girava em torno do próprio eixo em torno do sol ao relacionarem os astros o mitologia
local os Dogão calcularam em anos o movimento elíptico da estrela Sirius b e a sua formação metálica de um metal olhares que não existe na terra Sirius B uma estrela anã Branca quase invisível foi a primeira desse tipo a ser descoberta pela astrofísica moderna no ano de 1860 e 2 eu decidi usar esta sim Grande a estrela mais brilhante que Vista a olho nu em céu escuro acontece com o antropólogo Calcinha foi nos anos 70 verificar a validade da cosmologia do inicialmente seja ficou bastante surpreso com a sabedoria dessa galera que sabia que Júpiter possuía
quatro satélites e Saturno o anel oval mas apesar de constatar correção a respeito dos conhecimentos sobre Sirius b o cientista não se convenceu que eles haviam retirado essa formulação da sua própria cultura que imaginou que os Dogão haviam recebido uma visita de alguma explorador europeu Mas isso é pura especulação do seguir os rituais do órgão relacionados com a sua cosmologia incluindo os que envolviam Sirius B eram praticados pelo menos desde 1787 Como podem atestar estudiosa de tradições orais ou seja 70 e antes da descoberta pela astrofísica ocidental Oi e aí como resolver o problema da
colonização étnica eu penso que não existem formas e sim e maneiras mais ou menos eficazes e que cada cultura lida com as consequências depois mude me dá uma resposta isso ao invés de adotar de modo ingênua noção de tradição como marcador de autoridade é preferível o uso de discursos de intelectuais com a bibliografia crítica como fucou levistros pourri que era que os caras que ele utiliza para dialogar nessa obra mas concomitantemente é muito válida a utilização da experiência de formas de Sabedoria rejeitadas que prescindam tanto do conhecimento científico das estruturas do poder político e isso
não é à toa algum dos nomes mais renomados da intelectualidade africano no século 20 participaram ativamente de governo de estado alguns assumindo posições autoritárias até mesmo ditatoriais um exemplo é tua o clima um reconhecido líder da Independência organiza o fundador do movimento pan-africanista mais quem seu período como presidente de Gana nos anos 60 ter seguindo e prendeu opositores políticos instituindo o regime ditatorial e embora não seja volumoso o livro de mundinho ele é bastante denso ficaria enfadonha apresentar todos os pontos interessantes no vídeo por isso essa resenha aqui é apenas uma apresentação geral de uma
recomendação de leitura se já leu a obra escreva aqui nos comentários as suas considerações se não leu Comente a sua impressão depois do vídeo valeu e até a próxima