Olá, meu nome é Zeca Ligiero e estou aqui para responder as perguntas mais populares sobre o Teatro do Oprimido. É uma forma Teatral que pode ser feita por qualquer pessoa que busca uma maneira de discutir a realidade. Como encenar a realidade para poder transformar a realidade.
Isso é o Teatro do Oprimido. A origem talvez seja a própria resistência às ditaduras O Teatro do Oprimido, ele é uma ideia criada por Augusto Boal que foi desenvolvida durante a década de 70 durante o processo de grande repressão na América Latina contra toda a democracia, contra a esquerda, contra a liberdade de expressão e Boal foi desenvolvendo uma série de técnicas que envolviam uma consciência política e a possibilidade de mudar a sociedade. Ele já estava exilado quando ele começou com a ideia do Teatro do Oprimido e foi levando para a América Latina toda e depois ele volta do exílio e cria o centro do Teatro do Oprimido no Rio de Janeiro e forma os seus coringas que são as pessoas que podem reproduzir essa metodologia Ele publica diversos livros e ganha uma notoriedade muito grande não somente no Brasil, como ele é traduzido para diversas línguas no mundo inteiro Eu diria que elas são variadíssimas porque ele foi desenvolvido ao longo de anos, né?
De prática de teatro Então nós temos, assim, inicialmente uma série de jogos que a gente chama também de jogos preparatórios que seriam jogos não-dramáticos, né? Como a gente tem uma espécie de tradição oral de jogos que a Viola Spolin utilizou, Living Theatre utilizou, Joseph Stein utilizou, que Boal conhecia e reciclava esses jogos até que ele vai entrando no chamado Teatro Fórum que ele encena algumas técnicas, alguma realidade, e ele encoraja o público a participar mas ele tem o Teatro Invisível, por exemplo que a pessoa não sabe o que está acontecendo no teatro e depois no final ele revela que aquilo é uma ação teatral. O Boal estava muito interessado em trabalhar com, não-atores, né?
Ele não diferenciava ator e não-ator, eram maneiras de se expressar. Então isso é a grande novidade do Teatro do Oprimido: ele procura que seja não o espectador, mas o "especta-ator", ou seja, o espectador se transforma num agente que transforma a cena. Ele traz essa perspectiva de transformação social, ele se preocupa também com a parte de terapia, né?
Então vários trabalhos do Boal são utilizados em hospitais psiquiátricos, em clínicas. A grande importância dessas técnicas são múltiplas e justamente os coringas são os que vão multiplicando, existe a ideia de multiplicação no Teatro do Oprimido que praticamente está em todos os países a gente tem Teatro do Oprimido na China, no Japão, como tem Teatro do Oprimido na África, em Moçambique, também na Índia Se vocês gostaram de Teatro do Oprimido, do Boal, eu recomendo, eu tenho, um livro que eu organizei junto com Licko Turle, que é um coringa, e Clara de Andrade, e tem mais uma série de outros livros também tão importantes quanto o meu que saíram recentemente, que eu vou colocar o link aqui abaixo. E foi um grande prazer falar desse tema tão interessante, tão importante.
Então eu dou um tchauzinho para vocês e espero que vocês fiquem bem.