Será que você sabe mesmo identificar os sinais clássicos do autismo? Bom, nós temos um vídeo já aqui no canal falando sobre os sinais pouco óbvios do autismo, naqueles sinais que podem ser apenas a pontinha do iceberg e que, se observados de forma consistente ao longo do tempo, se forem muito intensos e se trouxerem prejuízos funcionais, aí nós devemos, claro, nos aprofundar nas investigações. Pois é, a questão é que alguns estudos mostram que, mesmo quando as meninas apresentam sinais claros de autismo, elas podem passar abaixo do nosso radar.
Elas podem não ser detectadas pelos pais, pelos profissionais, enfim, podem não receber o diagnóstico. Tem um estudo de 2012 realizado com uma amostra bem ampla de mais de 10 mil gêmeos e a equipe da doutora Catarinense que observou que, se as meninas não tiverem problemas intelectuais e problemas de comportamento, dificuldades na escola, por exemplo, as chances de diagnóstico de autismo caem drasticamente. Quer dizer, mesmo que as meninas sejam claramente autistas e que elas apresentem tantos traços quantos meninos, elas tendem a não receber o diagnóstico correto no mesmo tempo dos meninos.
E qual é o problema disso? Bom, como nós sempre conversamos aqui, se não houver um diagnóstico correto, a menina pode ficar sem o suporte adequado também. Felizmente, essa história tem mudado um pouco ao longo dos anos.
Hoje, os profissionais têm feito um rastreio melhor das meninas autistas, mas nós sabemos que o cenário ainda está longe de ser o ideal. Ou seja, nós ainda precisamos conversar sobre esse assunto aqui, nós precisamos conversar sobre os sinais clássicos de autismo, principalmente para que esses sinais não sejam ignorados, e ninguém, nem meninas, nem crianças, nem adultos, e nem nos diferentes grupos sociais também. Então, vamos lá, nossa listinha com 30 traços de autismo documentados pelo DSM-5.
O primeiro sinal é não iniciar interações sociais. Então, a criança ou o mesmo adulto fica passivo nos eventos, nos ambientes sociais. O sinal dois é não compartilhar emoções.
Então, a pessoa talvez não ria junto com os amigos. Isso talvez seja mais perceptível em crianças, mas a pessoa pode não se emocionar junto com as pessoas ao ver um filme ou ler uma história. O sinal três é ter uma fala mais focada em objetivos.
Então, a pessoa pode se comunicar apenas para solicitar alguma coisa ou apenas para rotular os objetos, para classificar as coisas, tipo dar nome aos dinossauros. As meninas também podem ter esse ato, o tratamento de classificar, e talvez elas queiram classificar as bonecas, as palavras, os livros. E como isso parece uma atividade socialmente mais valorizada, elas talvez não sejam notadas como autistas.
O quarto sinal é não compreender as pessoas sociais. Então, a pessoa não sabe, quando, por exemplo, ela tem que entrar numa conversa, e se alguém puxa assunto, a pessoa talvez não saiba manter o diálogo. O sinal cinco é alta vigilância.
A pessoa, às vezes, até já treinou as habilidades sociais dela, mas, mesmo assim, as interações podem não ser intuitivas, e aí ela tem dificuldade e fica se monitorando e planejando cada detalhe da sua comunicação, tanto verbal quanto não verbal, e isso tende a gerar muita ansiedade. O sinal seis é se sentir exausto após os eventos e interações sociais. Vem escrito que, inclusive, esse é um comportamento que tende a gerar um custo emocional muito alto e pode até reduzir a autoestima da pessoa, porque quando ela sente que não pode ser ela mesma, que não pode ser espontânea, isso pode interferir, né, com o que ela pensa dela mesma.
O sétimo sinal é ter um baixo contato visual ou um contato visual intermitente, ficar olhando para o lado enquanto está conversando. Às vezes, se a pessoa aprendeu que ela precisa olhar nos olhos, ela faz de forma muito exagerada ou fica olhando só para a boca de quem está falando, e se isso não for da cultura dela, isso pode ser um sinal de uma limitação na comunicação não verbal. O oitavo sinal é ter atipicidades nos gestos, na entonação, né, da fala, na expressão facial, às vezes até na postura, no jeito de andar.
O nono sinal é ter um repertório verbal menos amplo. Então, nesse caso, a pessoa tende a não usar tantos gestos para enriquecer a sua fala; ela é mais discreta, mas contida. Às vezes, ela conversa com as mãos nos bolsos ou fica de braços cruzados o tempo inteiro, não aponta para os objetos que ela está citando, né, durante a fala, e às vezes tem menos gestos funcionais mesmo.
O décimo sinal é ter dificuldade para coordenar a comunicação não verbal e a comunicação verbal. E aí a pessoa pode parecer mais rígida, mais exagerada, às vezes porque exagera os movimentos e talvez ela use a linguagem corporal de uma forma que pareça menos espontânea. O décimo primeiro sinal é ter dificuldade para sustentar todos esses comportamentos verbais que ela aprendeu durante as suas interações normais, né, cotidianas.
O 12º sinal é ter dificuldade para compreender os relacionamentos em cada fase da vida e nos diferentes ambientes também. Então, talvez a pessoa seja ainda um pouco mais infantil nas amizades, mesmo quando ela é adulta, por exemplo. O 13º é ter dificuldade para cultivar relacionamentos.
Então, tanto de amizade, relacionamentos profissionais, relacionamentos amorosos, por exemplo, todos esses relacionamentos podem ser um pouco mais difíceis. O 14º sinal é ter o interesse social bem reduzido. Então, a pessoa rejeita, fica passiva com outra pessoa se aproximar.
O 15º sinal é iniciar as interações de forma atípica. Então, a pessoa pode parecer progressiva, às vezes inoportuna, mesmo quando começa a conversar com os outros. E a questão é que a pessoa pode nem perceber porque ela não foi bem recebida no grupo, e isso também acaba afetando a motivação dela para iniciar outros relacionamentos, né?
O 16º sinal é a literalidade, que também pode afetar. A socialização, obviamente, é um desafio para a pessoa autista, pois ela, às vezes, não acha graça nas piadas dos outros ou não participa dos joguinhos sociais. Isso é comum entre crianças autistas; os pais percebem que, às vezes, elas costumam estragar a ilusão das outras crianças, como quando contam que aquele objeto de plástico não é um foguete de verdade ou que nem foi o Papai Noel que entrou.
Ou seja, esse comportamento dificulta a construção de laços entre as crianças. O décimo sétimo sinal é a insistência para brincar sempre do mesmo jeito. As crianças autistas têm rotinas muito fixas e querem previsibilidade, inclusive no lazer.
Assim, a pessoa pode ser muito rigorosa. O décimo oitavo sinal é ter dificuldade para compreender por que existem comportamentos e um jeito especial de se vestir, de forma mais adequada, digamos assim, para cada situação. Por isso, a pessoa, às vezes, erra o estilo em determinados eventos.
O décimo nono sinal é ter dificuldade para compreender o motivo de existirem diferentes formas de se falar e expressar verbalmente, além dos diferentes tipos de linguagem. Por exemplo, a linguagem erudita não é apropriada para todos os ambientes, muito menos para o WhatsApp. O vigésimo sinal é ter dificuldade para compreender a ironia e, por exemplo, as meias-verdades das pessoas nos diversos contextos.
Às vezes, a pessoa fala só por educação, como em “vai lá em casa no final de semana”, e o autista pode não querer ir, mas inicia um discurso cheio de justificativas para recusar aquele convite que nem era de verdade. Esse é um exemplo. O vigésimo primeiro sinal é a aparente preferência por atividades solitárias, o que é clássico no autismo.
O vigésimo segundo sinal é preferir a companhia de pessoas muito mais velhas ou muito mais jovens do que ele. O vigésimo terceiro sinal é o desejo de começar uma amizade, mas sem compreender, antes, o que significa isso. Na prática, às vezes, a pessoa autista imagina que o outro também ficará super feliz com uma amizade pautada em encontros esporádicos e conversas mais sérias sobre seus próprios interesses especiais.
E então, quando percebe que o amigo tem interesses diversos e ainda quer conversar sobre mil coisas em encontros presenciais, essa amizade pode ficar um pouco confusa. O vigésimo quarto sinal é ter estereotipias motoras, como abanar as mãos ou estalar os dedos. Muitos neurotípicos também têm essas estereotipias, mas quando esses comportamentos repetitivos vêm acompanhados de outros sinais e dificuldades na integração social, como na comunicação, e causam prejuízos, é importante avaliar.
O vigésimo quinto sinal é a fala repetitiva. A pessoa pode assimilar o jeito de um personagem da TV ou usar slogans, e muitas vezes repete palavras e frases que alguém acabou de dizer. Essa pecularidade também é clássica e pode parecer um pouco diferente, mas é um sinal clássico.
O vigésimo sexto sinal é a inflexibilidade. A pessoa pode ser muito apegada às suas rotinas e ficar aflita com mudanças de planos, até mesmo quando vai sair de férias. Eventos alegres e felizes podem causar estresse.
O vigésimo sétimo sinal é ficar incomodada ou incomodado com alterações pequenas em seu ambiente. Por exemplo, se há uma alteração na embalagem de um produto alimentício ou de outro produto que a pessoa consome habitualmente, isso pode trazer ansiedade. O vigésimo oitavo sinal é a insistência em aderir às regras.
A pessoa autista pode ser muito certinha e ter um forte senso de justiça. Mesmo que seja uma brincadeira ou um jogo na escola, essa pessoa pode não se sentir confortável se as regras forem flexibilizadas. O vigésimo nono sinal é o hiperfoco.
A pessoa autista, muitas vezes, tem seus próprios objetos, seus sonhos e interesses especiais. No caso de uma criança, é comum que ela seja apegada a um travesseiro, uma mantinha ou um brinquedo, como um ursinho. Em alguns casos, só de mudarem um móvel em casa, isso já pode ser motivo para elevar a ansiedade da criança.
O trigésimo sinal é a hipersensibilidade. Tenho clientes que contam que, às vezes, se machucam batendo nos móveis, mas simplesmente não percebem na hora. Isso se deve à hipossensibilidade.
Agora, com muita frequência, as queixas são de hipersensibilidade, e a pessoa sente muito estresse em ambientes hiperestimulantes. Nesse caso, a hipersensibilidade pode levar a problemas com ruídos, luzes muito fortes, luzes artificiais, cheiros muito fortes, aromas de alimentos muito condimentados, sabores intensos, texturas de roupas, tecidos e diferentes alimentos. Muitas vezes, isso leva a pessoa autista a evitar a socialização, pois quase sempre as reuniões de amigos ou de família são repletas de barulhos e cheiros diferentes.
Uma consequência séria da hipersensibilidade também pode ser o desemprego, pois a pessoa pode simplesmente não conseguir lidar com o ambiente organizacional. Às vezes, ela foi muito bem nos estudos e é bem informada, mas, quando contratada, entra em um ambiente cheio de luzes artificiais, ar-condicionado e muitas demandas sociais que podem não ser toleradas pela pessoa autista. Esses foram os nossos 30 sinais possíveis de autismo descritos no DSM-5-TR.
É claro que esse vídeo não possui o peso de um instrumento diagnóstico, mas, se você observa muitas dessas características em si mesmo ou em alguém próximo, alguém que você ama, ou, às vezes, em um aluno ou cliente, e se essa pessoa parece precisar de ajuda, vale sempre a pena buscar avaliação e suporte profissional. Assim, vocês saberão se realmente. .
. É autismo, se é uma outra condição, se é uma fase da vida, mas o profissional é quem pode dar as melhores respostas. Bem, eu espero que essa listinha tenha sido útil.
E então, me conte aqui embaixo se você tem gostado de estudar na nossa comunidade, a comunidade mais especial do YouTube. Aproveite para curtir o vídeo, se inscreva no canal também, para a gente continuar as nossas conversas. E nós nos vemos em breve.
Um grande abraço e até a próxima! Aqui então, tchau, tchau!