[Música] no ano passado quando a reforma tributária foi aprovada pelo congresso depois de décadas de discussão a gente tinha uma vaga ideia de como as coisas passariam a ser o que o congresso fez foi começar a colocar ordem nesse sistema então ele traçou as regras Gerais é como se ele tivesse feito a moldura mas era vaga mesmo uma ideia pouco nítida como V uma imagem de longe nesta semana o governo nos deu um binóculo apresentou ao congresso um Calhamaço de 360 páginas 500 artigos e vários anexos é o primeiro projeto e o mais importante com
as regras da reforma agora dá para ver mais de perto e entender a proposta de quanto imposto a gente deve pagar por produtos e serviços essa primeira etapa detalha o funcionamento da CBS e do ibs que são impostos que vão substituir cinco tributos que existem hoje a alíquota média vai ficar ali em torno de 26,5 por. quais itens vão pesar menos no bolso o Ministro Fernando Haddad afirmou que a regulamentação prevê tributação zero para alimentos como arroz feijão leite café ovo e massas alguns produtos como as carnes peixes e sucos naturais vão ter uma redução
de 60% na alíquota o que vai pesar mais a reforma também criou um imposto seletivo chamado de imposto do pecado o objetivo é que bens e serviços que sejam prejudiciais à saúde e ao meio ambiente tenham uma alíquota maior do que o restante da economia itens como cigarros bebidas alcoólicas veículos poluentes e sobre a extração de minério de ferro de petróleo e de gás natural o texto ainda vai passar por debates no congresso e os presidentes da câmara e do Senado Já disseram que tem pressa para votar nós temos realmente necessidade de regulamentar esses assuntos
da tributária eu penso que a nesse primeiro semestre mesmo sendo um ano eleitoral nós teremos todo o compromisso para entregarmos pra sociedade brasileira essa lei aprovada da redação do G1 eu sou Natu zaneri e o assunto hoje é o rosto e o corpo da reforma tributária um episódio para entender os principais pontos do projeto que regulamenta as mudanças na tributação brasileira e quais os erros e os acertos do texto que agora será analisado no congresso eu converso com vitória Bel repórter do Jornal Globo em Brasília e com Melina Rocha especialista no imposto Iva e consultora
para o bid banco interamericano de desenvolvimento sexta-feira 26 de abril Vitória a equipe Econômica entregou ao congresso projeto de lei que regulamenta a reforma tributária E aí os detalhes desse projeto foram esclarecidos na quinta-feira que é quando a gente grava esse episódio então eu quero pedir para você começar nos explicando por favor porque essa fase da reforma é considerada a mais importante porque tem muita gente que pode achar que a a fase da aprovação da reforma era o maior desafio mas não por quê bom a gente teve lá na emenda constitucional uma aprovação básica de
um novo sistema de impostos claro que a gente tem teve ali uma S de regras o estabelecimento de exceções mas foram linhas gerais da reforma tributária essa lei complementar esse projeto de lei complementar que já está com a câmara dos deputados vai ser analisada pelo congresso nacional ela vai trazer ela está trazendo o detalhamento de como vai ser por exemplo a aplicação das alíquotas desse novo imposto que a gente vai chamar de imposto sobre valor agregado em linhas Gerais o que se pode dizer é que transitar de cinco Impostos sobre o consumo quer dizer o
consumo É o mesmo mas você paga cinco impostos em cima disso agora vão ser dois e transita para ser1 porque esse CBS e ibs imposto sobre bens e serviços e contribuição sobre bens e serviços tem a mesma plataforma as mesmas regras o Iva ele vai ser alíquota sobre o consumo que todo mundo vai pagar então quando a gente for comprar determinado produto ou um pão na padaria ou um novo celular e nas lojas do Shopping a gente vai pagar este Iva que vai ser uma alíquota geral zona para todo mundo que tiver naquela naquele determinado
naquela determinada cidade estado e essa alíquota deve girar de acordo com o governo em torno de 26,5 por. mas o que acontece esse imposto ele vai na hora de você pagar consumidor ele vai ser essa alíquota cheia depois que você pagou e ele entra no sistema ele vai ser dividido em duas partes é o que a gente chama de ivad Dual ele é dividido por uma parte vai ser gerenciada administrada pela união pelo governo federal e a outra parte vai para estados e municípios essa parte que vai ser que vai para o governo federal é
chamada sobre contribuição sobre bens e serviços é o CBS a outra parte chama imposto sobre bens e serviços O ibs que é o imposto que vai para estados e municípios mas o ibs apesar de ter uma administração unificada de estados e municípios por meio de um comitê gestor parte dessa alíquota o ibs também vai se dividir em duas partes por quê Porque cidades e estados precisam ter autonomia para definir aumento de imposto Então vamos supor que o total do ibs vamos arredondar aqui para ficar mais fácil vamos supor que o total melhor dizendo do Iva
seja 20% vamos arredondar para ficar mais fácil vamos supor que 10% seja de do governo federal os outros 10% sejam de estados e municípios desses 10% cinco vão ser direcionados pro município onde aquele produto está sendo consumido ou comprado e os outros 5% vão ser direcionados pro estado o município por meio da câmara na Câmara Municipal e também da prefeitura vão poder eh aumentar ou diminuir esse valor de 5% assim como o estado por meio da Assembleia Legislativa ou junto com o governo do estado vai poder aumentar a sua parte de 5% isso é muito
importante porque era uma preocupação dos governadores e dos prefeitos de perderem essa possibilidade de aumentar impostos em caso de necessidade de mais arrecadação e também de diminuir impostos caso eles acham que eles achem necessário ou possível diminuir esses impostos e tem um limite para Esse aumento ou o limite ao céu inclusive o que a gente conversou com os técnicos da fazenda é justamente isso se alíquota referencial que é a alíquota padrão vai ser definida pelo Senado Federal eh essa alíquota seria o limite o máximo que estad e municípios poderiam eh aumentar Eles responderam que não
porque que estados e municípios podem aumentar o quanto eles quiserem Mas qual que é a questão que eles já contam com isso é o ônus político se um governador aumentar demais a sua alíquota ele vai vai ter que arcar com um ônus político de estar aumentando a sua alíquota E se ele diminuir ele vai contar com o ônus que é é estar perdendo a arrecadação e aqui a gente explica o porque que não teria problema eh de aumentar ou diminuir IMP Tecnicamente porque a guerra fiscal já vai est acabada uma vez que o o imposto
tá sendo cobrado no destino Então os as cidades não vão mais brigar para ter empresas por as cidades vão ganhar conforme as suas populações consomem isso não vai mudar vamos supor que chegou 2033 a gente já vai ter o novo sistema o Iva já vai est vai entrar em vigor e os estados e municípios ainda não conseguiram se definir qual alíquota eles vão querer O Senado Federal vai dizer olha gente temos essa alíquota vamos supor que seja de 26,5 por como estima o governo eh e vocês estados e municípios e vão ter um valor de
17,7 Por que é também o estimado pelo governo para trabalhar se vocês quiserem mudar vocês podem mudar isso via legislação mas eu o Senado Federal e em conjunto com os órgãos também da União tô dizendo para vocês que o ideal é esta alíquota então o governo junto com o Senado Federal vai colocar essa alícota de referência mas estados e municípios Podem sim aumentá-la sobre esses contando com esses ônus né agora eu quero entrar mais já que você explicou Tão didaticamente todas essas essas filigranas eu queria entrar na vida real não que não seja vida real
o que você acabou de nos descrever mas aquilo que é palpável melhor dizendo porque quando a proposta saiu muita gente criticou a ausência da carne na lista dos dos produtos da cesta básica que T isenção que terão isenção de imposto isso porque a isenção foi feita para beneficiar a população mais pobre o que que o governo disse sobre isso na entrevista que concedeu na quinta-feira o governo explicou que eles fizeram eh um índice eles montaram um índice de referência para cada tipo de alimento para poder enquadrá-los como alimentos mais consumidos pela população mais pobre ou
alimentos mais consumidos pela população mais rica eles fizeram o seguinte eles pegaram a quantidade que cada pegaram cada famílias mais pobres e o grupo de famílias mais ricas dentro do grupo de famílias mais pobres eles pegaram a quantidade o volume de que que as famílias consomem de cada alimento e dividiram pelo total de alimentos que elas consomem aqui a gente tem então um índice de consumo de cada alimento do Arroz do feijão da farinha Eles foram lá nas famílias mais ricas fizeram a mesma coisa com esses dois índices de cada produto eles dividiram um pelo
outro então o índice de consumo dos mais pobres dividido pelo índice de consumo dos mais ricos com isso você tem um índice geral a de de diferença de consumo de cada produto pelas classes sociais e o que que eles notaram eles identificaram que as carnes Principalmente as carnes eh de primeira linha picanha são carnes consumidas pelas famílias mais ricas Por estarem neste índice abaixo de um eh o que eles identificaram é que existem algumas carnes que a gente chama de carnes de segunda que são consumidas por famílias mais pobres que estão ali naquele índice acima
de um mas são exceções então eles preferiram unificar todas as proteínas e deixar na alíquota reduzida que vai ter um desconto de 60 ou seja então o rico vai pagar menos para comprar carne e o pobre também então sim mas na teoria isso na teoria na prática o Pobre vai pagar menos ainda de acordo com o governo por quê eh o A Carne Tá na na cesta que a gente chama de cesta estendida que é aquela cesta onde os produtos TM desconto de 60% certo só que os ricos tem esse desconto de 60% e os
mais pobres que a população de baixa renda incluída no CAD único tem além desse desconto de 60% o cashback quando você faz a conta de desconto de 60% mais o que eles vão ter de crédito que a gente chama de cashback na Compra desse produto na os pobres vão estar pagando menos na carne do que pagam hoje e menos do que os ricos vão pagar ou seja então importantíssimo fundamental estar no cade único né que é o cadastro tocar pelas prefeituras para entender quem é a população de baixa renda que precisa mais de Estado então
vamos lá vamos continuar aqui nessa ideia dos produtos que vão ter desconto de imposto o governo propôs que a isenção se restringe a produtos como arroz Leite manteiga feijões café farinhas açúcar massas ovos e pães já outros produtos como as os peixes o mel a tapioca o sal da mesa sucos naturais teriam redução de 60% na alíquota o objetivo do governo é beneficiar alimentos naturais e minimamente processados e também priorizar os alimentos que são muito consumidos pela população de baixa renda tem uma outra discussão e essa discussão é sobre itens que entraram na lista do
chamado imposto do pecado cigarro bebida alcoólica bebida Açucarada veículos poluentes extração de minério de ferro de petróleo de gás natural e por aí vai o que que a gente já sabe sobre isso Vitória a taxa a mais sobre esse produto já foi definida ainda não nesta lei complementar está escrito que os impostos seletivos a alíquota dos impostos seletivos serão determinadas por meio de lei ordinária então nessa lei ordinária que vai vir esse detalhe de quanto que deve ser eh essa alíquota do Imposto seletivo E por que que deve ter esse tempo de espera porque é
necessário também que a gente tenha alíquota geral lá em 2033 que isso se espere também essa fase de transição para que comece a ser cobrado o imposto seletivo muitos especialistas na área da saúde pública dizem poxa se o Brasil vai fazer uma reforma tributária e tem a chance de estabelecer imposto seletivo que não se permita por exemplo que um refrigerante seja mais barato do que uma água de coco então eu também recebi a informação de que o ICMS Ecológico que é um instrumento poderoso que a maioria dos Estados aplica foi mantido na forma de ibs
Ecológico ou seja os estados recolhem o smms parte desse recurso é destinado aos municípios que mais se destacam eh na proteção dos Mananciais e nascentes na proteção das áreas verdes na destinação correta do lixo etc Vitória você falava há pouco do cashback pra compra de carne por pessoas de baixa renda e essa ideia do cashback tá em outros Pontos importantes da proposta água e luz por exemplo como é que isso deve funcionar na conta de água e luz Isso vai ser muito mais fácil e prático eh a gente tem os valores já de de quanto
vai ser essa devolução essa devolução é importante dizer tá determinada na lei complementar de agora para o imposto eh que é de responsabilidade do governo federal que é o CBS por estados e municípios vão poder determinar o cashback que eles acharem conveniente Se eles acharem conveniente preservando a questão Federativa muito bem a aquisição de butijão de gás vai ter 100% de cashback Então esse botijão de gás vai ser dado gratuitamente para a população mais pobre com como hoje acontece eh de forma parecida com o vale gás pras contas de água luz esgoto e gás encanado
o cashback vai ser de 50% isso vai vir na própria conta de luz então a população de baixa renda que estiver inscrita no cade único vai ter 50% de desconto na sua conta eh já contando com esse crédito com este cashback por ser eh uma população inscrita no C único Essa é a parte fácil vai vir na conta só você olhar lá ah tenho tanto de crédito aqui me devolver esse dinheiro ótimo Tem o desconto de 50% a parte mais complicada e que eles ainda não sabem muito bem como vai funcionar é o cashback pros
demais produtos e aí a gente inclui todos os alimentos eh inclusive os alimentos que estão fora dessa da cesta básica esses alimentos e produtos vão ter o cashback de 20% do do CBS né do Imposto Federal e do ibs por enquanto mas Lembrando que estad e municípios podem aumentar esse cashback só que o que acontece tem duas opções de devolução desse dinheiro paraas populações mais pobres uma devolução que seria mais automática no momento ali da compra que eles chamam de devolução na boca do caixa mas para isso Eles teriam que montar um sistema que igualasse
grandes redes de Supermercado a pequenas redes de supermercado a mercearias de bairro eh seria na prática mais fácil mas na construção isso é mais difícil a outra forma que deve ser mais fácil pro governo é a é a devolução por meio de meios de pagamento que hoje já são usados Nos programas sociais como Bolsa Família então eles vão usar os cadastros do CAD único para devolver esse dinheiro esse cashback por meio dos bancos onde as pessoas estão inscritas devolvendo esse dinheiro do dos produtos que foram consumidos Lembrando que só não terão direito a cashback os
produtos consumidos que são que tem imposto seletivo como bebidas alcoólicas cigarros enfim bom já que você nos deu esse bom apanhado e o sentido geral dessa dessa regulamentação né do que deve vir a gente sabe que o que entra no Congresso Normalmente sai diferente eu queria tentar entender contigo o que que o governo espera para partir de agora como deve ser a tramitação e onde a coisa pode mudar muito se é que já há essa sinalização o que a gente eh espera que o o que o governo espera e que a gente também como jornalistas
acompanhando isso esperam é que vai ter sim vão ter sim modificações no texto Isso é inevitável Mas o que o governo trabalha é para sensibilizar Os Deputados de que se você eh colocar muito mais exceções ou incluir mais produtos na cesta básica você vai ter um alento de um aumento na alíquota geral padrão que hoje já tá em 26,5 a estimativa se você for aumentando isso chegando perto de 30% isso pode ficar insustentável o último relatório do Banco Mundial sobre sistemas tributários colocou o nosso país infelizmente entre os 10 piores sistemas tributários em vigor hoje
a nossa alíquota tá na casa de 34% né Essa é a alíquota que se paga no Brasil e nós temos segurança que se nós tivermos um sistema digital que coíba evasão coíba fraude e essa alíquota pode ser reduzida segundo o governo os outros dois projetos que também fazem parte da reforma tributária serão entregues em duas semanas um trata da transição na distribuição da receita para estados e municípios e o outro define as transferências de recursos aos fundos de desenvolvimento Regional e qual é a estratégia que o governo vai utilizar para convencer a sociedade e os
congressistas um sistema que eles estão montando eles estão montando um sistema junto com o Banco Mundial onde automaticamente os congressistas vão poder colocar cenários eh de aumento eh ou não das da de de exceções e de que forma esse aumento de exceções vai impactar no aumento da alíquota geral padrão então esse sistema vai já dar um parâmetro dos prejuízos que pode causar por exemplo uma inclusão de Mais Alimentos na sesta básica ou a inclusão de mais profissionais eh numa lista de profissionais que tem desconto eh na alíquota padrão eh isso deve sensibilizar os congressistas para
deixar a proposta mais Ena agora uma confiança também do Ministro Fernando Haddad é na vontade do presidente da Câmara dos Deputados Artur Lira de finalizar a reforma tributária e levar essa etapa o mais rápido possível mas o que eu quero dizer que todos os projetos encaminhados ao congresso receberam atenção e o presidente me afiançou que o calendrio que elende fixar então nesta casa vai até o recesso do meio do ano seja dia 15 seja dia 20 de julho que ele pretende é até o recesso levar a votação no plenário que vocês sabem que sendo uma
lei complementar Embora tenha um quórum qualificado não é o de uma Emenda Constitucional e é uma única votação nós não podemos depois de um esforço que as duas casas fizeram para votar a p nós deixarmos essa legislação sem uma regulamentação então é importante que aconteça esse ano ainda e a gente sabe que apesar de congressistas dos deputados terem divergências de opinião o presidente da Câmara é que acaba pautando e dando a agenda ali da casa e dando aquela forçada de barra para que as votações aconteçam então com essas garantias o governo eh junto com o
Presidente Artur Lira devem sim levar essa votação a acontecer até dia 15 de julho que é quando inicia o recesso parlamentar Vitória muito obrigada pelos ES Agimos todos e obrigada por ter topado conversar com a gente imagina eu que agradeço nausa também aos ouvintes Espera um pouquinho que eu já volto para falar com a Melina Melina eu quero te ouvir sobre alguns pontos desse primeiro projeto de regulamentação da reforma que foi apresentado pelo governo a começar pela cesta básica E aí eu te pergunto qual é o impacto da proposta que a proposta deve trazer paraa
carga tributária das famílias Bom natus eu acho que a proposta da cesta básica que foi colocada a cesta básica nacional e a cesta básica extendida que foi colocada ali no projeto ela é muito positiva porque H primeiro a gente tem um rol de alimentos que eh foram escolhidos né conforme a metodologia que foi proposta pelo governo federal com base naqueles produtos que são efetivamente consumidos por pessoas de baixa renda que terão alíquota zero de tributo né o que o governo propôs é que esses eh essa cesta básica submetida a lqua zero hoje tem uma carga
tributária de 88% enquanto que agora com o Iva por conta eh da não cumulatividade na cadeia não vai ter carga tributar escondida de certa forma que eh o a a alíquota zero vai ser efetivamente uma alíquota zero Além disso nós temos outros produtos que estão na cesta básica que eles chamam de estendidas que vai que vai ter ter uma redução da Carga Tributária né estão submetidos a uma redução da alíquota de em 60% da alíquota padrão eh que também vão ter uma carga tributária menor hoje essa cesta básica extendidas tem uma carga tributária de 15%
conforme as contas do governo e a carga tributária agora vai ser reduzida para 10% Por que que é tão importante evitar mudança nesse texto na sua avaliação Melina e se você entende que essa reforma tributária tem uma pegada social muito forte se essa é a marca dessa reforma tributária bom é muito importante nausa que o congresso não amplie eh os produtos submetidos a alíquota zero ou alíquota reduzida o congresso portanto acredito que vai sofrer uma grande pressão eh né do setor produtivo principalmente para incluir mais produtos mais serviços nessas alíquotas reduzidas ou na alíquota zero
da cesta básica por exemplo mas é preciso ter em mente natua que qualquer ampliação desses benefícios e desonerações vai implicar num aumento da alíquota padrão se o congressos deputados e senadores começarem a ampliar muito essa lista o impacto vai ser aumento da alíquota padrão e portanto aumento da Carga Tributária com relação aos outros produtos e serviços que não estarão incluídos nessa líquida Então a gente tem que tomar muito cuidado na tramitação e eu espero que os congressistas tenham essa consciência eh de do impacto de benefícios fiscais na alíquota padrão do ibs da CBS Olha eu
te digo por experiência própria das coberturas que eu já fiz ao longo de tantos anos lá o poder do Lobby é muito forte Então essa lista deve ser engordada assim se o governo tivesse muito muito fortalecido para na relação com o congresso talvez se pudesse imaginar uma lista saindo tal como Entrou mas acho acho muito difícil E aí se entra se vira coração de mãe é o efeito da reforma é nulo né na prática Você não tem uma reforma Mas vamos lá vamos seguir aqui com a nossa entrevista a alíquota do Iva que de novo
vamos explicar é o imposto sobre o valor agregado ela só vai ser confirmada no final da regulamentação mas o governo tá estimando como você disse agora a pouco algo em torno de 26,5 que leitura você faz desse número ele tá na média do que já se paga em imposto hoje ele vai representar um aumento de Carga Tributária bom eh nausa um dos parâmetros e que isso tá na emenda constitucional texto constitucional fala que a reforma tem que ser neutra para fins de arrecadação então o que que isso significa a arrecadação que vai ser feita com
o ibs CBS tem que ser exatamente a mesma que hoje se faz com Os Atuais tributos e neutra também com relação à carga tributária eh total para os consumidores ou seja se hoje tem uma carga tributária de 26.5 eh Isso significa que a alíquota do ibs da CBS vai efetivamente somente espelhar essa carga tributária então a alíquota ela é calculada e foi calculada para eh manter a arrecadação e a carga tributária de modo que a reforma tributária vai ter um impacto eh neutro com relação a essas duas variáveis o estudo do governo indica que a
gente pode ter uma alíquota média uma estimativa em torno de 26,5 que já é uma das maiores do mundo ela é bem Acima da Média da União Europeia dos países avançados da ocde Nem se compara com o Japão né Mas se a gente tiver muitas exceções nesse processo eh a tendência é que essa alíquota tenha que ser elevada E aí sim a gente vai ter a maior alíquota do mundo que é algo que todo mundo teme então isso quer dizer que se a alíquota que foi calculada é 27 26.5 quer dizer que hoje a gente
já paga isso de forma pouco transparente com custos eh embutidos no preço final por conta da cumulatividade na cadeia Então o que a reforma vai fazer é somente trazer transparência a uma carga tributária que a gente já paga hoje ao consumir produtos e serviços no Brasil e qual é a diferença do Iva brasileiro porque a gente sabe que esse Iva que está na reforma tributária é inspirado em impostos semelhantes em outros países Mas qual é a principal diferença esse Iva brasileiro tem Algo de diferente do Iva que já foi adotado por outros países por exemplo
o Iva Tem certas características principais que o Iva é adotado por mais de 175 países no mundo ou seja quase a totalidade dos países adota adota o Iva e então e tem regras principais que são adotados por todos os países né que é a base Ampla que abrange serviços e produtos que é a não cumulatividade plena a diferença maior dos ivas né mais modernos dos ivas mais antigos é que os ivas mais modernos tendem a ter uma alíquota única e o número muito reduzido de eh exceções de alíquota reduzida eu acho que com relação a
isso as exceções e alíquotas reduzidas o Brasil ficou no meio-termo não tá nem naqueles ivas melhores do mundo como a Nova Zelândia em que se tem uma alíquota única Não quase não se tem isenções ou exceções mas também não tá no patamar dos tributos dos ivas mais antigos como da União Europeia né que tem uma lista mais extensa eh de alíquotas reduzidas e sessões etc Eu acho que o Brasil essa reforma tem algumas novidades na tusa que é principalmente a questão do split payment eu acho que é algo que o Brasil vai Inovar com relação
a outros países Ou seja já vai ver a a o recolhimento aos cofres públicos diretamente no pagamento do produto através do que a gente chama de Split payment uma outra coisa relevante E aí eh linkando com a sua pergunta da questão da progressividade da reforma é a tributação sobre o serviço financeiros geralmente nos modelos de Iva não se tributa serviços financeiros que são remunerados por marem por spread por conta de uma dificuldade de operacionalização o Brasil e essa reforma já vão tributar de partida esse tipo de serviços financeiros Eu acho que isso vai ser um
modelo no mundo então acredito que o Brasil de certa forma em geral tá na média mas tem coisas que vão ser modelos mundiais aí eh em termos de Iva padrão Internacional e o setor de serviços Melina há uma previsão por exemplo que profissionais liberais como advogados médicos tem uma redução de 30% na alíquota do imposto que é bastante coisa mas você tira com uma mão e dá com a outra porque outros setores vão ser mais onerados que setores são esses com relação ao setor de serviços a gente tem de novo né tudo é o nosso
ponto de partida hoje nós temos uma tributação muito baixa com relação a esses profissionais liberais que não é justificada se a gente compara com outros produtos que tão são mais essenciais tão ou mais essenciais que esses profissionais liberais Então a nossa tributação hoje ela não é justificada porque realmente quase não tributa esses profissionais liberais pelo ISS né então de modo que a reforma se tentou né Eu acho que ali no processo político se tentou tributar eh pelo menos esses profissionais liberais somente excluir serviço de educação saúde eh mas infelizmente o debate político isso não foi
possível eu acredito que ainda eh uma redução de 30% ainda não é tão grande né acredito que ficou aí num patamar razoável eh eu acredito que o setor de serviços em geral vai ser beneficiado com a reforma ao contrário do que eles falam por quê Porque hoje eles pagam tributo e não tem crédito de nada então eles compram equipamento eles eh por exemplo na energia elétrica qualquer insumo que eles tenham tem tributos embutidos ali que eles não podem se se creditar então com a reforma ao entrar no Iva esses prestadores de serviço vão passar a
ter crédito ou seja tudo que eles compram que tem tributo eles vão ter créditos referente a esse tributo pago o que significa que eles vão ter uma diminuição dos dos custos deles né e dentro dessa sua ideia de enxergar a floresta e não as árvores né enxergar o todo portanto eu queria te ouvir sobre a simplificação de tributos porque há especialistas que dizem que essa simplificação pode inclusive aumentar os investimentos estrangeiros Isso já é consenso mesmo sem a votação das leis complementares ou depende do que ainda vai ser decidido Ou seja a ideia de que
a reforma quando toda fechada quando toda regulamentada vai ser capaz de atrair investimento estrangeiro estrangeiro para cá eu acredito que com a simples aprovação da reforma adotando um Iva no padrão internacional Isso já é suficiente para já começar tra investimento por que nausa porque o investidor estrangeiro é uma multinacional por exemplo que tenha filiais né subsidiário em todos os países do mundo ou em grande parte dos países do mundo já sabe como o i é aplicado o Iva é padrão como eu falei tem regras comuns que são adotadas por todos os países então para uma
multinacional é muito mais fácil dela entender como Iva Funciona porque ela já tem experiência em outros países do que chegar no Brasil e ter que entender Os Atuais tributos ICMS ISS qual tributo que paga qual tributo que não paga se dá direito a crédito não dá direito a crédito Então já a simples implementação de um modelo que é um padrão Internacional pela reforma isso por si só só já é capaz acredito de atrair investimento eh por dar mais segurança jurídica para para essas empresas internacionais então eu acredito que vai haver sim eh uma atração de
investimento estrangeiro um um aumento da potencial potencial da nossa economia eh também pros produtores e Comerciantes locais né os exportadores brasileiros vão ser muito eh beneficiados por conta do creditamento Pleno hoje eles não têm creditamento pleno a gente exporta produtos com tributo nós estamos perdendo competitividade internacional por conta disso com a reforma os exportadores vão ser beneficiados porque não vão mais exportar tributo e pro exterior muito obrigada Melina Obrigada por ter emprestado seu conhecimento aqui pra gente bom trabalho Eu que agradeço É uma honra est aqui com vocês muito obrigada Este foi o assunto podcast
diário disponível no G1 no Globo Play no YouTube ou na sua plataforma de áudio preferida comigo na equipe do assunto estão Mônica mariotte Amanda Polato Carol louren luí Felipe Silva Thiago kosk e Gabriel de Campos neste Episódio colaboraram também Viviane Mateus e Ana luí Marx eu sou an zaneri e fico por aqui até o próximo assunto i