[Música] o fã é inegável a importância da infância para toda a nossa vida a neurociência constata que o desenvolvimento do bebê se dá na combinação da genética com as relações do ambiente que ele está inserido e aos estímulos produzidos pela cultura de cada época as crianças reagem filho não tem sentindo ingressante eu quero que eles saibam que eles têm uma voz e que eu estou enxergando eles que eu estou escutando que estão falando aí eu queria ser uma mãe mais presente eu queria poder escutar tênis o mpf to begin membro histórico em cantinhos do arroz
toy o tempo da infância e à infância de nossos tempos o tema desta série do café filosófico a infância conectada o valor da fantasia e memória o lugar das crianças em nossas cidades e nas famílias [Música] aquela família idealizada difundida pela publicidade embutida no imaginário coletivo acaba provocando frustrações preconceito e sofrimento e muitas pessoas no mundo real as pessoas se unem a família se formam muitas vezes se desfazem se refazem e em cada uma delas circula uma variedade de afeta os problemas e desafios independente do modelo de família o que se torna relevante é a
maneira como se constroem os laços e principalmente como se assume a responsabilidade do cuidado com as crianças é nesse universo que nós jeitos vamos formando e nos constituído com nossas singularidades para falar sobre isso a curadora desta série julieta jerusalinsky convidou a psicanalista maria rita kehl bom prazer contar maria rita quanto à presença aqui neste módulo com o tema que é o tema das novas configurações familiares que a gente vai abordar hoje é um assunto que está na ordem do dia porque de fato ao longo das épocas a maneira de estabelecer os laços familiares passa
por transformações e isso faz com que seja necessário desde o ponto de vista legal amparar essas transformações então vão surgindo novas figuras é que legitime essas novas formas de família então surgem tendo de termos como por exemplo a união estável união homoafetiva ou multi parentalidade e isso protege os cônjuges e as crianças que são cuidadas nossas relações e permitem então com que a idéia de família não fique centrada num modelo e ter o sexual e monogâmico que é é um pouco a idéia de um certo ideal de família mas não é a única família que
existe de fato conversando com a julieta aqui na na vinda e ela me contou que antônio prata já esteve e eu vou contar pra falar de novas configurações familiares eu vou começar com o episódio da infância antónio prata que a situação é a seguinte imaginem um almoço de domingo com várias vários amigos com suas mulheres maridos e filhos não é o antónio prata estava com prata pai dele mário prata que já tinha se separado da marta góss mãe dele é então estava ele amaria dois irmãos o meu filho já com um padrasto que não era
o pai dele é o prata com o pai ea mãe dele já casada com orlando beirão com a filhinha do nirlando de outro casamento que não era filho do da marta góes também não tinha essas crianças todos que nenhuma delas era filha de um casal constituído e aí chegou um casal com uma criança e aí há o antónio hora perguntou mas quem que a mãe dessa criança é fulano e quem é o pai então fumando mas pode ter filho morando juntos veja essa situação com toda graça dela né mostra como isso nos anos 80 para
uma criança já estava muito naturalizado essa situação inclusive porque os pais e os padrastos não eram inimigos inclusive que estavam todos ali em que não havia então para crianças angústia meu pai e minha mãe e minha mãe não me deixa ficar com meu pai minha mãe e eu dei a nova mulher do meu pai eram famílias de uma época que nós somos uma geração um pouco herdeira da década de 70 das vidas comunitárias da enfim de uma de um casamento mais aberto em que as crianças se os pais não transmitem que isso é um horror
que a mãe se casou de novo que houve uma preparação para as crianças e se torna tem o sofrimento do momento da transformação mas todas as transformações da vida não se dão sem algum sofrimento e depois se torna a vida delas não é necessariamente uma vida problemática uma vida esquisita uma vida que não deu certo eu penso que não o tório por exemplo a gente muitas vezes ouve não os filhos falarem dos seus pais mas pais e mães que eventualmente separam dizendo que puxa gostariam gostaria de ter dado os meus filhos de uma família normal
não é claro que aí a gente tem muitos uma gama enorme de possibilidades dessa família não normal primeiro caso eu acabei de cantar filho de pais separados não é que fica um pouco um pouco um outro de sete filhos de mães solteiras que hoje em dia não é mais um escândalo moral mas enfim são filhos criados só pelas mães né filhos de casais de mulheres por exemplo de casais de homens que hoje podem adotar ou fazer barrigas de aluguel de série e ter filhos porque o desejo de paternidade e de maternidade não depende da orientação
sexual das pessoas e também é quem tem pessoas que se divorciam duas vezes e daí tem um filho do primeiro casamento fizeram fila no segundo caso uma mulher que também tem filho enfim eis que estou chamando então de famílias tentaculares né ainda existe um certo discurso psicológico você quiser ficar analítico porque os clubes analítico depende muito de uma escuta do sofrimento então a gente pode constatar se um sofrimento como esse quando de ter uma família não no padrão ainda existe ou em que situações existem não é evidente quando a gente escuta as situações em que
as crianças sofrem com separação dos pais não são situações em que elas sofrem tem um primeiro minuto evidentemente aquilo que elas conhecem como a configuração familiar mudou mas o sofrimento que fica para a vida é ou quando um dos dois abandona infelizmente na nossa sociedade ainda é machista com muita freqüência o homem existem mulheres que abandonam deixa os filhos com o pai abandona mas com muita freqüência o homem que abandona e quando faz filhos como a segunda mulher quando têm filhos com a segunda esposa tipo ano daquele filho do primeiro casamento e isso é isso
é terrível para as crianças e também um outro tipo de fonte de sofrimento é quando os pais ficam usando os filhos numa possível disputa não resolvida porque em vez de ficarem amigos depois que separam ficam tentando que os filhos odeiam o outro que eu dei um novo companheiro da manhã a nova mulher do pai que dizer então essas situações sofridas para as crianças não é e também é muito engraçado pra quem já viu nelson rodrigues pelo menos e floyd a idéia de que a família nuclear porque a gente já seja esteio da moralidade mesmo porque
dependendo da família primeira coisa que elas vão ensinar às crianças é aonde a todo mundo que não é da família então isso já não é um bom o dial desprezar ou se afastar de quem não lhes é familiar então creio que a nossa crise moral por exemplo se hoje a uma crise de ética e na moral que moral está muito ligado a algumas normas a ética para mim tem a ver com respeito a outro consideração pelo outro essa é a marca principal da ética precisa amar fred tem um texto em que ele diz que a
norma de amar ao próximo como a si mesmo é impossível porque o próximo é estranho que você não tem que amá lo como a si mesmo e você não é obrigado necessário amar necessariamente amar porque o contrário do amor quando o amor acaba em o contrário a pulsão oposta do amor é posição agressiva então não é o amor que pode reger a moralidade pública e mesmo a moralidade familiar que evidente que o amor é importantíssimo que bom que ele existe mas tem que ser muito mais a consideração eo respeito e que os filhos que os
pais vejam os filhos sempre como outro e não como prosseguir prosseguimento desse mesmo é muito mais possível que se cria uma certa moralidade familiar do que é baseada no amor e na identificação eu amo porque ele é como eu mesmo quem sabe que na adolescência se eles vão querendo ser diferente da gente e aí como é que fica um ano porque ele é como eu continuo amando quando ele deixa de ser como você quando ele quer ser o contrário de você e você não consegue continuar amando sabe light manda nisso que respeite e proteja e
que considerem pela família como nós conhecemos nuclear pai mãe filhos numa casa só normal monogâmica patriarcal essa família não é tão antiga que a gente pensa que é um modelo é eterno de família frente à própria sociedade de khost existe assim uma disputa de poder é muito importante o casal se manter não é mais a situação dos filhos um modo como eles eram criados o fato de que um filho primogênito então ia ser o herdeiro da coroa e os outros ficavam meio ao deus dará a situação dos nobres em torno da corte como consideravam seus
filhos dependendo dos casamentos proveitosa que eles podiam não podiam fazer o abandono de certas filhas mulheres que já na terceira ou quarta já não dá pra fazer um bom casamento então a idéia de que essa nossa família é tradicional e eterna não é a família nuclear burguesa é contemporânea surgimento de psicanálise ea descoberta que ver o momento em que a neurose e teria como fazer barulho na cena pública a gente não pode saber o que era antes que não havia um olhar psicanalítico sobre as subjetividades anteriores ao século 19 à final de 19 mas a
histeria começa a fazer barulho mulheres histéricas com versões da mulher histérica som é é contemporâneas da moral burguesa vitoriano oitocentista a repressão sexual sobre a mulher violentíssima então essa idéia de que a família não é mais a mesma que às vezes as pessoas hoje em dia falou mas hoje em dia vem desde os anos 60 para quem é mais jovem já se falava em segundo com saudosismo do passado é bastante velho que ela e nós temos o do sismo do passado porque corresponde à nossa infância então não tem como a gente não tem alguns atores
gente pensa que tudo era melhor e não na infância nós somos ligeiramente protegidos das angústias nossos pais não é quem não foi e foi exposto em angústia ou ódio ou a ao pleno conflito dos pais não têm tanta idealização assim da infância não é bom é então esse modelo idealizado que é a gente chama de família nuclear pai mãe filhos ele já está há algum tempo é abalado digamos assim né é eu sinto uma demografia chamada elsa decó que tem um artigo na história da vida privada no brasil que diz que desde meados do século
20 ou seja os anos 50 para 60 é que esse modelo digamos familiar do século 19 8 sentido está abalado nos anos 60 foram muito importantes as mulheres né ou seja você já são a maioria aqui filhas dos anos 60 mas aquela caricatura que nos anos 60 as mulheres saíram na rua queimando sutiãs o modelo de opressão o importante não é quem mandou queimar sutiãs o importante é que as mulheres começaram a sair da casinha nos dois sentidos da palavra saída dela recatada e do lar que elas tenham sido criadas pra ser né e o
pátrio poder deu lugar a uma distribuição de poderes depois tem um outro fenômeno a ikea no entre guerras então isso talvez seja o mais importante nos anos 60 mas desde o final da primeira guerra mundial os países europeus e depois na segunda guerra também nos estados unidos país que mandaram grandes contingentes de homens para as guerras tiveram que lidar com grande contingente de mãe de família criando sozinha suas famílias mesmo e já eram famílias burguesas não eram aquelas famílias como no brasil durou um pouco mais do que vive a mãe avô avó então tinha sempre
outros homens ajudando a cuidar da casa tinha mulher que tinha que o mercado de trabalho mesmo né e as mulheres é mesmo em famílias então se mantiveram seu marido morreu na guerra famílias que se mantiveram no modelo da estrutura mas as mulheres podendo dividir a responsabilidade econômica com os homens liberam em parte os homens para uma função que a questão aproveitaram plenamente que a função de também ter um pouquinho mais de tempo disponível para os filhos o interessante é que hoje é muito diferente mas depois das grandes 1 as feministas dos anos 60 em diante
mas nos anos 50 em que os homens já já havia mulheres no mercado de trabalho mas os homens ainda eram aqueles pais que mesmo não precisando trabalhar tanto em casa eles não estavam ocupando dos filhos ele não estava porque aquilo não era função deles no próximo bloco ea pílula anticoncepcional abalou esta parceria entre a virgindade rigidez referia-se até a metade do século 20 as mulheres tinham um papel socialmente definido casar e ter filhos tudo mudou quando lhes foi dada a possibilidade de separar sexo e procriação um fator que foi decisivo para reconfigurar o lugar da
mulher na família e na sociedade a partir da pílula da invenção da pílula que foi o grande libertador das mulheres os movimentos feministas todos não tenham conseguido nada se não fossem os modernos métodos anticoncepcionais as mulheres conseguiram pela primeira vez na história da humanidade em que pensa que eles poderão dispor se a vida amorosa de vida familiar isso é um fato hoje para todas as moças não é o que não quer dizer que não quero ter família mas a vida amorosa pode começar ea vida sexual pode começar sem a idéia de que o então vamos
ver porque os filhos podem vir eles viram quando as mulheres quiserem e isso então é contemporâneo a invenção dos anticoncepcionais modernos e contemporâneos final do tabu da virgindade que é muito recente né que não tem 100 anos e na verdade o tabu da virgindade ainda continuam servindo para evitar mães solteiras evidentemente mas também para manter as mulheres ea sexualidade feminina dentro de limites institucionais a virgindade tabu da virgindade fez com que a sexualidade feminina aparecer alguma coisa um pouco ela só deve existir uma função que é da procriação ea pílula anticoncepcional abalo essa parceria entre
a virgindade rigidez e teria que era um pouco destino não é fácil das mulheres e tirando que além disso não é nossa nosso nós tema mas que ainda por cima as mulheres ficaram ficavam fora do mercado de trabalho então virgindade frigidez tédio doméstico histeria fazia muita parte da virginia woolf tem um livro lindo que já num quarto que seja seu livrinho ela como mulher escritora dizia como as mulheres precisam na casa ela tenha pensando ainda no modelo familiar das mulheres em casa certa de um quarto que seja seu quando elas possam ficar sozinhas onde elas
possam ler onde elas possam escrever suas seus diários íntimos quando elas sejam livres das demandas dos filhos do controle dos maridos o controle de uma sobra de uma mãe mais velha em casa e sempre isso enfim é o começo dos anos 20 o fato é que diz elza berquó quer dizer no momento em que os movimentos feministas e a pílula anticoncepcional abalaram esta parceria entre a frigidez seria e insatisfação é de peter sauber pode se casar e ter filhos e separar leva cada vez menos tempo a partir de de pílula anticoncepcional e tetra e as
classes médias começaram a adotar novas formas de criar os filhos porque as mulheres ficaram um pouco mais livres e de israel saber qual inclusive que as classes pobres já conhecia o que era é compartilhar mais com vizinhos trazer mais pra casa o que foi acontecendo nos do século 20 em diante isso também é um subproduto da sociedade de consumo veja como as coisas são intrincados como é difícil analisar o fenômeno só de um vetor porque o que a sociedade de consumo promove a idéia de que você tem direito a experimentar muitas novidades a idéia de
que você tem direito a mudar a vida muitas vezes a propaganda basta você ir à propaganda mas é muito paradoxal propaganda porque publicidade ela o modelo é sempre da família que está experimentando novas coisas só novos produtos ea publicidade precisa que as pessoas achem que a função da vida como dizia freud é dada pelo prazer compre mais experiente mais viagem mais troque mais de roupa embora isso seja uma lógica capitalista essa ética do prazer ela é digamos que a avó dos movimentos libertários nos anos 60 o regime permite e incentiva que as pessoas queiram ter
mais prazer mudar mais a vida renovar isso o capitalismo eu não sou grande fã do capitalismo mas ele traz em seus sub-produtos libertadores do ponto de vista no indivíduo o capitalismo foi o maior avanço que a humanidade já produziu porque o indivíduo ao consumidor que ele tem que desejar sempre mais então isso mexe com a moral com a a liberdade profissional sexual é de certa ao mesmo tempo voltando pra nossa história se as mulheres hoje tem muita culpa de não conseguir fazer uma família como seus pais fizeram nem os seus avós fizeram e aí eu
recomendo que todos vejam o filme de laís bodanzky como nossos pais que vai também rever a isso aí - vamos papá acabado de lavar a louça a gente vai estar tão dura com elas não não deve ter alguma memória de alguém que foi muito duro comigo com certeza por outro lado os homens patriarcais até porque suas mulheres estavam melancólica estavam entediados tinha pouca experiência sexual talvez ficassem feridas não preocupa delas por uma fingida histérica mas porque era ruim mesmo o som está a criar caixinha liberdade total de trair era assim há mais o homem é
assim mesmo essa é a ideia no próximo bloco ainda existia na minha adolescência os pais perguntando mas quem são os pais desse seu amigo [Música] as revoluções da década de 60 no acidente alteraram o papel da mulher e consequentemente a sua forma de se relacionarem se colocar no mundo não por acaso e sua bala fortemente o modelo da família tradicional burguesa o que se perde com isso então o que nós temos a perder em relação à perda desse modelo familiar que vem 19 até meados de 2011 a ordem do modelo patriarcal bom perder né a
tranquilidade dessa mãe recatada e do lar insatisfeita a técnica que essas eram as histéricas crianças é bom perder é tentando se trata de fazer que era o prêmio de consolação dessa mulher e os filhos ter os filhos só para si aí criando filhos neuróticos dependentes é de que anos mais do que eu porque a constelação edípica é uma estrutura psíquica é talvez ela seja estável mas há a ideia do filhinho que tem na mãe a sua única fonte de carinho amor prazer brincadeiras e tudo também é bom perder né a segurança no brasil essa segurança
dependeu brasil foi o único último país livre do ocidente a libertar seus escravos último depois o brasil só cuba que na época era uma colônia então nós tivemos aqui três séculos de escravidão isso dá uma enorme segurança ao patriarca não é e também às famílias que estava ali servidos o tempo todo por pessoas que não eram nem assalariados que não podiam sair e que se quisessem mudar de trabalho e acorrentadas no tronco na pior das hipóteses mas e da qual nós herdamos dessa escravidão a tradição da empregada doméstica em tempo integral então também isso não
foi tão mau perder não é que mais que se perde ter a família nuclear burguesa uma classe média fechada sobre si mesma com os filhos também mas talvez a fixados aos pais do que é necessário essa privacidade da família nuclear burguesa é uma privacidade vigiada casa onde a mulher está sendo vigiada e o homem não né onde as ruas parecem sempre perigosas e as visitas elétrons na família ainda existia na minha adolescência os pais perguntando mas quem são os pais desse seu amigo né as poucas famílias boas das cidades brasileiras não é e esses padrões
de exclusão das medidas acabaram cedendo tá e adotado também pelas classes médias estão sempre querendo imitar a velhice com como sinal de respeitabilidade não a gente não se mistura com qualquer um ao mesmo tempo vejo que paradoxal a lógica do mercado que regem a sociedade capitalista onde essa família está inserida destruiu as bases de sustentação dessa família claro que as outras feministas existiram é claro que as lutas jovem desistiram mas a lógica do mercado que diz o primeiro necessidade de mulher no mercado de trabalho desde o pós guerra foi importante não é a a a
importância da indústria farmacêutica também de poder vender de concepcionais e fazer propaganda disso o problema dessa nova família também que às vezes os homens quando se separam não estamos falando de novas configurações familiares durante um tempo até que as mulheres e eventualmente ficarem de novo na frente ficaram de novo é que as mães ficam muito super poderosos principalmente quando os pais se casam e vão tratar dos filhos que eles têm com a nova mulher e tratam os filhos que eles tiveram no primeiro casamento com o problema das suas mulheres isso é muito comum acho que
a nova geração de homens mudou muito mas no século 20 até muito recentemente ainda os filhos eram um problema digamos assim das mães o que deu às mães um superpoder terrível que se a mãe já poderosa no inconsciente tio e não vou voltar muito atrás da psicanálise mas a mãe deu a vida deu leite foi a figura mais amada primeira figura amada e tetra detentora de todos os objetos e dom e flores a não satisfação exatamente o aconchego o corpo seio e avós entre si elas seis crianças depois ficam entregues à sorte aos cuidados exclusivos
dessa mãe mesmo que seja uma mãe suficientemente boa no sentido nicot ano ela fica muito poderosa no inconsciente da criança né bom porque eu gostaria de citar um pouco outras configurações familiares primeiro essa que estou chamando de família tentacular que eu acho muito bacana quando é uma é a melhor possibilidade de casais separados continuarem se preocupando dos filhos mesmo que a criança já então ela conhece a nova namorada do pai depois um novo namorado da mãe ela vai conhecer o filho da nova namorada do pai ou a filha do novo namorado da mãe ea família
vai deixando de ser aquele sagrado triângulo zinho é fechado sobre si mesmo não é ela já não está mais privatizada na sua na sua família não é alguns exemplos mais antigos e mais comuns sociedade indígena o interessante nas sociedades indígenas é que os casais são mais ou menos estáveis têm filhos as poucas que eu conheci não sou uma idiota mas a comissão da verdade eu visitei muitas e pesquisa um pouco e as crianças elas um pouco filhos de todo mundo então estão rolando por ali uma indígena onde fez tapioca esqueça que eu vamos falar comer
né tudo bem toda a economia mais coletiva tudo é mais de um socialismo primitivo no modo de funcionamento da sociedade indígena mas é muito bonitas essa liberdade crianças estão brincando tem um brilho nos olhos das crianças que é muito lindo outro exemplo de crianças soltas pelas quais a responsa soltas não quer dizer sem pagarem amorosa está muito falando disso é eu conheci um pouco na escola nacional florestan fernandes do mst que aqui em guararema onde os adultos é que estão lá eles vão pra ter cursos e levam seus filhos são famílias que se deslocam para
lá mas é protegido mas as crianças ficam muito soltas ea criança solta sabe também se cuidar está apontando quanto também a criança pode ter um pouco mais de liberdade na medida em que há uma rede social coletiva que sustenta claro que não é um cuidado individualizado do pai da manhã porque as crianças em pequenas comunidades apesar da pobreza em chama de comunidades nas favelas apesar da pobreza brinca joga bola tem uma vida talvez melhor que as crianças apartamento que fica sentado na frente da televisão crianças abandonadas não são necessariamente as crianças cujos pais não estão
o tempo todo em casa para cuidar dos filhos de mães solteiras os filhos de pais separados crianças abandonadas a meu ver e a gente vê isso no consultório livro deve mais que eu que atende crianças são as crianças cujos pais não se responsabilizam pela dura tarefa de impor limites a elas essa é uma tarefa difícil pensar o bem da sociedade de consumo principalmente numa cidade em que usa criança como isca para vender de tudo o que a criança vira uma máquina de eu quero quero eu quero eu quero é o ar que respira na sociedade
de consumo as crianças que são entregues a sua própria voracidade que é própria da criança em si não está errado uma crianças e morais há crianças que são entregues à sua demanda profissional de satisfação sem limite essas são as crianças abandonadas abandonadas porque elas não têm elas os pais não ajudam que elas criem dispositivos específicos dispositivos objetivos de lidar com a insatisfação inclusive não só de poder segurar a onda digamos assim que é muito bom não posso eu aguento mas também de criar outros a imaginação a brincadeira o que a gente chama de sublimação que
fátima de sublimação sublimação é tudo o que a gente precisa fazer para a vida não ficar muito perigosa ou totalmente limitado a funções do corpo esqueci-me maçã ea gente faz sem perceber a gente lê a gente ouve música a gente conversa a gente inventa histórias na cabeça um evento histórico para o outro e é isso sublimação tem nada a ver com não ter fexar é o contrário que vê a liberdade sexual não é incompatível com a sublimação ela liberta mais possibilidade de sublimação porque a repressão muito forte erótica digamos do pensamento da própria ideia para
a fantasia você não pode também limita essa possibilidade criativa sublimada tória digamos assim é muito importante que as nossas crianças saibam sobre marcas possam não ter algumas satisfações corporais ea televisão está acontecendo com satisfação corporal porque ficar o tempo todo na porção scoop que ali né tá tendo dado ela está passivo ela está recebendo é não só não ter todas as suas funções corporais que nós vamos demandar não é que nós precisamos é aguentar que de vez em quando elas o dem porque nós não somos nós vamos adiar por 15 minutos também não é tão
grave mas também aí tem que ter uma certa disponibilidade para oferecer a elas outras alternativas vão inventar elas vão brincar travessuras necessárias serão necessárias e textual corpo você testar usaria mental que vai servir pessoa coragem na vida toda no próximo bloco essas crianças que em algum momento foram fruto do amor e viram restos do ódio [Música] a formação de um sujeito se dá desde a infância no seio de sua família mas não é apenas no lar que a criança forma sua identidade é também na inserção em um grupo de amigos na rua no mundo fora
de casa onde ele pode estabelecer outros laços e desenvolver novas aptidões o que eu estou chamando de função fraterna que é a possibilidade do adolescente da criança também mas o adolescente é mais importante ainda quando ele está na fase de querer confrontar os pais de querer ele não tem que necessariamente ser um delinqüente ou seja um adolescente sozinho trancado no quarto infeliz ele pode fazer laços com o semelhante na adolescência e idade da turma se os pais deixarem seus pais não ficar em primeiro em casa é a idade de com os outros testar um pouco
os limites também de poder fugir um pouco do padrão apreendido na família de descobrir que o mundo é grande que as famílias têm uma carga na infância também existir mas já a adolescente ele fica mais ousado ele pode ir para a rua se ele estiver com a gente se tiver acompanhado e muitas famílias em que isso acontece muito nas famílias mais pobres ou porque é são bairros mais violentos ou porque tem muitas mães cujos maridos foram assassinados muitas famílias aqui tem a mãe e aqueles filhos para cuidar não é aliança fraterna entre os adolescentes ou
entre os filhos também cria 11 11 um laço social para além desse laço vertical pai mãe e filhos como se só referência fosse lá os irmãos são referência os irmãos os amigos os primos os vizinhos a turma são referências muito importantes e educativas porque dão outros limites brincar lutar com o irmão do limite do corpo dá o limite do corpo do outro pai e mãe é muito fácil só vou tratar com carinho ou eventualmente se debaterem vai ser uma coisa horrorosa não é o limite é muito desigual não é irmão irmão que o chamado humano
no sentido que os racionais chamam de mãe os outros não é são outras formas de limite e outras formas de respeito ao outro não é que às vezes é muito difícil aprender só ano triângulo de mim parece me importante em primeiro lugar considerar a partir da sua reflexão como você vai nos apontando que a família nunca completa nunca toda ela sempre nem as duas faltas e que poderia nomeá las é o melhor que a gente pode fazer pra não cair num modelo de totalitarismo que esse sim causa muito sofrimento porque quando se idealiza uma suposta
família do passado isso é muito mais uma fonte de uma idealização do que de fato a idéia de que alguma vez é essa família teria existido como uma fonte de segurança e de saúde dentro disso queria te fazer duas questões uma é como na atualidade pelo pelo rompimento das relações pela instabilidade do laço conjugal muitas vezes a gente se encontra com crianças cuidadas por apenas uma pessoa numa condição de monoparentalidade a dificuldade dessa questão muito mais do que por ser um rompimento uma suposta família ideal que muitas vezes o que os pais se interrogam meu
filho é infeliz porque talvez eu não pude lhe dar aquela família que eu idealizava quando se trata muito mais de poder nomear o que se tem o que falta é é mais é ao sofrimento muitas vezes é decorrente dessa de filizolla momento é porque a função materna ea função paterna elas também não são frutos de uma competência individual de uma pessoa elas dependem daquela rede social de sustentação da família extensa da sociedade é em que o cuidado das crianças se bem tenha protagonistas é no pai na mãe ele tem essa possibilidade de lançam a gente
vai se encontrando hoje em dia com famílias muito isoladas cada vez menores crianças cuidados por uma pessoa só com esses rompimentos e isso traz um efeito de bastante solidão muito mais e de risco muito mais por uma sociedade individualista dogg pelo rompimento de um certo modelo familiar então essa é a primeira questão que eu queria que você comentasse porque a gente também vai se encontrando com casais que se separam e essas crianças que em algum momento foram frutos do amor e viram restos do ódio circulando entre casais que se entram em lutas intermináveis judiciais em
que as crianças muitas vezes são instrumentalizados por um e por outro então essa é uma vertente que me parece de muito sofrimento na atualidade uma vertente é um pouco talvez mas é engraçada dessa questão seja o fato de que a gente vai vivendo em uma sociedade na qual a idade o gênero deixam de ser parâmetros do computador definiu venter definir quem pode ter filho e quem não pode sim algum momento havia uma geração que fazia revolução e as crianças eram cuidadas pela geração anterior pela casa dos avós hoje em dia os avós também amam trabalho
e pelo jeito também parece não vão se aposentar nunca se continuar assim mas isso traz uma questão que é quem cuida das crianças é e como a gente faz justamente para que as crianças elas não se encontra em uma condição é tão solitária bom eu gostaria de separar as duas coisas não é quem cuida das crianças fiquem se responsabiliza por que por exemplo claro uma mãe vamos uma mãe de classe média sozinha vamos supor que ela consiga ter uma babá que cuidou da criança então a criança está sendo cuidada mas quem responsabiliza tem ferro se
ela acha que ela e não por causa da capacidade da banca nada disso tem uma questão também do laço de amor da criança com a mãe dizer que deu uma baita sorte que essa pessoa seja uma pessoa muito legal que adora criança que brinca com ela é então a questão é quem cuida é quem responsabiliza essa mãe continua responsável nem que ela trabalha 12 horas por dia por que isso acontece nas situações de mães solteiras com o filho só o quem cuida talvez o mais importante assim essa mãe está atenta com quem está ajudando ela
cuidar da criança somente quando chega está escutando a criança é criança está angustiado está contente o modelo da família nuclear bonitinho é tão forte e ele fica tão dívida com ele que às vezes a mãe sozinha com o filho se sente tão perdedora tão lusa que ela talvez fale fale não se pode falhar na possibilidade e não por maldade mas que ela está angustiado achando que ela fez tudo errado fala na possibilidade de inventar jeitos para mesmo esse filho dela sozinha seu filho que ela possa arrumar um jeito da vida deles e legal e que
haja outras que já o senegal nesse sentido acho legal deixar na fenda tem vários que acham que não seja esse resto quanto mais os laços é em que essa mulher sozinha está inserida se ela puder fazer laços não é os movimentos sociais das cidades hoje aqui na ocupação a gente não permite isso é a última vez da próxima vez até o câmbio gera o hotel cambridge é um documentário sobre famílias que invadiram o antigo hotel abandonado no centro de são paulo e ali têm situações de mais com seus filhos e ali se cria uma perspectiva
de coletividade em que as crianças não estariam abandonadas é claro que não sabe quanto tempo vai durar isso elas podem ser expulsas mas um laço que se criou ali por esse movimento social urbano adiantar muito esse modelo da família nuclear nos deixa muito mil pçs possibilidades que os pobres já inventam não a classe média de de melhorar seus filhos das condições mesmo no caso de mais duas mães solteiras os solteiros porque existem homens que adotam filhos muito mais raro mas existem ou que ficam eles com os filhos porque a mulher não tem condições está se
drogando alguma coisa assim então juiz deixa os filhos com o pai ou deixar um filho há maneiras de impedir isso sim mas nós temos que ser - você é uma palavra da minha geração - cáritas na cadete sente não resolve é difícil engraçados aids não é um conceito da psicanálise nem da sociologia mas não acredito em ti não moralismo de um único modelo é isso e que esse é o modelo só devendo esse modelo que eu estou feliz porque eu eu o que o meu filho verdade o fracasso do modelo e não um outro modelo
alguma coisa que na ilusão de que o que falta pra criança isso é exatamente e falta porque a culpa minha porque eu não fui capaz aí piora psicanálise nos aponta a importância decisiva que tem o exercício da função materna e paterna para a constituição psíquica de uma criança mas é considera que o exercício das suas funções não tá tá rachado ao fato de sermos mães ou pais biológicos nem o fato de sermos homens ou mulheres e que então do que se trata é de como se produz uma transmissão ética que torne possível a formação é
de uma criança função paterna para a psicanálise não precisa ser necessariamente exercida pelo pai é claro que na família nuclear lá na origem da psicanálise era mais provável que o pai exercia sua função mas a função paterna vejam que interessante ela tem que operar no inconsciente da mãe não é só o pai é a função paterna função paterna é desgrudar o bebê da mãe é importantíssima quer dizer que tem que ser o pai pode ser namorado da mãe pode ser um tio na comunidade em que a mãe mora pode ser um amigão pode ser um
outro irmão que nasceu e que acaba separando o bebê da mãe de algum jeito a função se ela não tiver operado no inconsciente da mãe não vai adiantar o pai pode ser um pai que queira de qualquer maneira a trair o seu filho e trazer mais o filho e barra mãe se a mãe e sua mãe também não tem controle sobre isso a gente é a transmissão geracional da chamada castração química não tem nada a ver com cortar uma parte do corpo mas tem a ver com o termo ficou na psicanálise apesar da sua origem
terrível que é uma fantasia sexual infantil que vê que é a mãe não pode tudo ninguém pode tudo ninguém pode gozar de tudo e muito menos do outro cada um tem um limite é o limite chamado castração que significa que nós não nos autorizam o estudo lembra que o outro não deixa não quando você já se subjetivo de uma forma em que tem uma lei ea lei significa não é uma lei é o outro o respeito ao outro é o meu limite se você já subjetivo assim tem certas coisas que você não faz se você
vê que cinco pessoas ficando mendigo você vai ver a pessoa que ou não vai ter coragem de enfrentar aqueles em que vai sair e vai tentar pedir que não vai votar em mim se você tá subjectiva dado por essa é a lei que não ter me tire exercer certas satisfações profissionais que chutar se começa a chutar um objeto começa a atingir no teatro eles fazem isso é bom saber que começa a juntar fingindo feita com raiva daqui a pouco a pulsão agressiva faz com que você xuxa que está com ódio que nunca junto antes e
eu não vou dizendo não sou atriz de teatro mas já tive paciente a todos que quando exatamente isso que então isso está em você essa possibilidade de chutar um corpo inerte até destruir no está em cada um de nós infelizmente mas ao mesmo tempo está em cada um de nós algo que chama lei ea lei para que se canalizem não é o código penal é assim eu sou um sujeito que não posso tudo isso em cima de castrado é ruim que seja sua palavra na reunião desta noite jeito barrado quer dizer uma barra me separa
dessa pune por potência absoluta tem a ver também com uma condição que a gente encontra frequentemente hoje em dia que é como pais ao quererem romper com um modelo da autoridade patriarcal muitas vezes caem no humor força que é eles mesmos se sentirem absolutamente desnorteados de ser ciaa satisfações das crianças quando de fato é muito importante poder dizer que não por uma criança embora o princípio de autoridade para dizer que não por uma criança não chuta é o amiguinho caído começar por aí é tem a ver justamente com essa condição de que não é que
nós somos imperadores como pais e podemos tudo senão de que nós também como pai restringimos as nossas satisfações a gente também não faz o que quer claro né a gente faz o que é certo e aí o princípio de autoridade entre pais e filhos ou seja na medida em que a gente também faz o que é certo na medida em que uma mãe quando cuida do seu filho também está atravessada pela função paterna manhã que não tem ali lá um barbado andando pela casa é bom isso que dá o princípio da autoridade é o meu
filho você não pode tudo isso não esse é o maior principalmente autoridade que a gente tem porque a gente restringe o nosso gozo isso é o que também nos permite restringir ou das crianças e que estão aqui a gente vai vendo como é são funções muito mais do que de fato é estarem colados a um homem uma mulher ou aos pais biológicos ainda que sempre sem ser incorporadas por uma criança por certos personagens reais que estão em relação com ela e que fazem ali isso essas restrições junto com um afeto diante dessas novas configurações familiares
o que é insubstituível é o olhar do adulto sobre a criança a um só tempo amoroso e responsável desejante de que essa criança exista e seja feliz na medida do possível mas não a qualquer preço insubstituível é o desejo do adulto que confere um lugar a esse primeiro ser concomitante à responsabilidade que impõe os limites desse lugar isso é o que é necessário para a família contemporânea com todos os seus tentáculos esquisitos para que ela possa transmitir parâmetros éticos para as novas gerações mais reflexões no site facebook do instituto cpfl e no canal do café
filosófico no youtube porque a pulsão de vida dos que não têm medo nem de liberdade feminina além de uma sexualidade em geral é muito mais forte do que suas pulsões medrosos e mortífera de quem tentar inibir as possibilidades humanas não é que as sociedades humanas [Música]