Quanto custa derrubar UMA árvore? Na verdade, quanto custa derrubar não uma, mas milhões de árvores da Amazônia, a maior floresta tropical do planeta e berço da maior biodiversidade do mundo? Cerca de 30 quilômetros quadrados de cobertura vegetal da Amazônia são removidos todos os dias.
São 200 campos de futebol… a cada 24 horas. Será que diante de tanta vida e riquezas naturais, capazes de gerar infinitas inovações tecnológicas, ainda vale a pena transformar quilômetros de floresta nativa em plantações, pastagens e em algumas toneladas de madeira nobre? Será que os ganhos financeiros que se tem com o desmatamento na Amazônia superam os custos da perda da sua biodiversidade?
Nesse episódio da Série Saúde é Investimento, vamos entender que os impactos do desmatamento da Amazônia vão muito além da floresta. Nós vamos explorar como o sumiço da floresta pode impactar a vida e a saúde até mesmo de quem está a milhares de quilômetros de onde tudo acontece. Isso tem um custo, que todos nós já estamos pagando.
O ser humano é capaz de criar maravilhas tecnológicas. Inteligência artificial, biotecnologia e invenções que desafiam a gravidade. Ao mesmo tempo, é o único ser vivo capaz de destruir o próprio ambiente em que vive.
O desmatamento é uma prova disso. É uma ação humana, não-natural, de remoção da vegetação nativa de uma região. Mas o desmatamento não é o corte de UMA árvore.
Seu Joaquim, que cortou uma árvore ao lado de casa, não é o responsável pelo desmatamento no Brasil. O desmatamento é uma atividade feita por grandes grupos econômicos, uma ação elaborada, que exige maquinário pesado. Ele depende de uma quantidade de dinheiro que nunca passaria pelas mãos de Seu Joaquim.
Mas por que o desmatamento existe e por que ele é tão grande no Brasil? Para construir uma estrada que permitirá o transporte de recursos é preciso desmatar. Para construir uma ferrovia, é necessário derrubar quilômetros de floresta nativa.
Para uma plantação existir, tem que haver terras disponíveis, sem árvores no caminho. Tudo isso faz parte do desenvolvimento econômico. Mas para que esses empreendimentos se tornem realidade, eles devem passar por um processo legal.
Um licenciamento demorado, em que os órgãos responsáveis avaliam riscos ao meio ambiente e para as comunidades locais. Em um processo de desmatamento LEGAL, é comum que os responsáveis pelas obras e pela extração de recursos naturais tenham que dar compensações por esses impactos, o que envolve, por exemplo, plantar uma nova floresta em outro local. Porém, na maioria das vezes, o que vemos na Amazônia não passa por essa prática legal.
Um estudo de 2021 mostrou que mais de 90% das áreas desmatadas da Amazônia na região Norte não passaram por licenciamento ambiental, e, portanto, são consideradas áreas desmatadas ilegalmente. Na maioria esmagadora dos casos, tratores e escavadeiras pesados estão entrando na floresta sem qualquer documento de autorização e desmatando sem controle. Mas por que alguém iria para o coração da floresta Amazônica cortar árvores?
O que a Amazônia tem de tão especial? Essa é uma Handroanthus, que você provavelmente conhece como Ipê, um dos símbolos do Brasil. Mas especialmente na Amazônia existem algumas espécies de ipê muito valiosas.
O ipê é uma árvore rara por ter crescimento lento, cuja madeira é densa e resistente para ser usada em móveis e construções. Cada metro cúbico pode valer até 3000 dólares. Sabendo disso, grupos econômicos invadem terras na Amazônia atrás do ipê e de outras madeiras de alto valor agregado.
Mas eles não estão atrás só da madeira. A invasão da Amazônia também traz outras recompensas. Depois de cortar as árvores da região, sobra uma imensa clareira, uma terra vazia mas que ainda pode valer muito.
Essa área de floresta desmatada, será cercada, registrada ilegalmente e vendida. Essa é a grilagem, prática criminosa de invasão de terras públicas ou áreas protegidas. O grileiro não paga para adquirir a terra e ainda lucra com a venda.
Quem compra, na maioria das vezes, são grupos que estão interessados em usar a terra para agricultura, pecuária, garimpo e mineração. Como se não bastasse desmatar, para limpar a área que vai receber esses novos empreendimentos, eles usam fogo, daí as queimadas. As falhas e a omissão no combate à grilagem tornam essa prática lucrativa para os criminosos, enquanto as consequências são o aumento do desmatamento ilegal e das queimadas, o aumento da violência no campo e a concentração de terras nas mãos de pessoas que nunca retornarão impostos aos cofres públicos.
Até o fim de 2020, mais de 14 milhões de hectares da Amazônia estavam registrados como propriedade privada ilegalmente, uma área do tamanho do estado do Ceará. Será que desmatar e usar a terra para atividades agropecuárias de fato traz mais retorno para o Brasil? Será que realmente a Floresta tem mais valor deitada do que de pé?
Esse sistema, essa floresta, esse sistema natural, ele tem um valor intrínseco e utilitário muito grande. E as pessoas não consideram, elas só consideram o que vai ser feito após o desmatamento. Acho que isso é, vamos dizer assim, um erro principal da sociedade, das políticas públicas, de encarar o desmatamento apenas como você eliminar uma barreira.
Então existe uma assimetria: no qual se coloca de um lado da balança somente o valor econômico que essa floresta derrubada pode representar. E poucas vezes é considerado o valor dela em pé, que é, quando corretamente avaliado, superior a o resultante numa mesma unidade de área, por exemplo. Imagine uma área desmatada de 100 por 100 metros, um hectare.
Após ter sido cercada e queimada, esta área está livre para receber cabeças de gado. Considerando a produtividade média da agropecuária realizada na Floresta Amazônica, estudos estimam que cada área como essa, com 1 hectare, irá gerar 40 dólares ou cerca de 200 reais por ano. A maioria das pessoas, incluindo algumas autoridades ambientais, pensam que se trata de um bom investimento, até porque a área estava lá sem nenhuma utilidade.
Mas é justamente aí que está o erro. A floresta em pé gera retorno. Um estudo estimou que essa mesma área de 1 hectare, se não desmatada, poderia gerar até 737 dólares por ano, quase 4000 reais.
Alguns ecologistas dizem que não faz sentido colocar um preço na floresta, já que como a natureza é essencial pra vida humana, seu valor deveria ser infinito, incalculável. Mas o objetivo desse tipo de estudo é facilitar o entendimento que vale a pena preservar, até mesmo porque o que não tem valor monetário é, muitas vezes, deixado de lado no mundo em que vivemos. Uma das formas mais simples de entender o real valor da floresta em pé é medindo os custos dos problemas que surgem quando ela some.
Com o seu sumiço, começa uma reação em cadeia perigosa que pode custar muito além de dinheiro, mas a vida de todos os seres humanos do planeta. Vamos dar uma volta pelo hemisfério Sul da Terra. Mais especificamente, vamos viajar na latitude 23 graus Sul.
Na África, Deserto do Kalahari. Na Oceania, o Grande Deserto Australiano. Voltando para a América, na base da Cordilheira dos Andes, Deserto do Atacama.
E no Brasil, chuvas constantes, terras férteis, clima agradável e ambiente favorável para abrigar uma das maiores densidades populacionais do mundo. Estranho. Por que essa região não é um deserto como era de se esperar para essa latitude?
A resposta está na Floresta Amazônica, que atua como um gigantesco umidificador natural. A origem da umidade na Amazônia vem dos ventos que sopram do Oceano Atlântico em direção ao continente, carregados de vapor d’água. Esse vapor por si só, já é suficiente para fazer chover sobre a floresta.
Mas os ventos continuam soprando em direção a oeste até encontrarem uma grande barreira, a Cordilheira dos Andes. Lá, a umidade se concentra, fazendo chover na região das nascentes da Bacia Amazônica, alimentando todos os rios com um grande volume de água. Mas ao invés dessa água simplesmente escoar de volta para o Oceano, acontece algo incrível.
A Floresta Amazônica recicla essa água e a devolve para a atmosfera. A água do solo úmido evapora. As plantas transpiram.
Chove novamente sobre a floresta, mantendo-a como uma floresta úmida. Mas o que acontece na Amazônia não fica na Amazônia. A grande massa de ar úmido que se forma sobre a floresta é levada pelos ventos de novo até a cordilheira dos Andes, faz uma curva e cobre a Região Centro-Sul do Continente.
Exatamente onde deveria ser um deserto, os Rios Voadores da Amazônia fazem a chuva que irá alimentar plantações, animais e milhões de pessoas. Bom, derrubar uma árvore não deve fazer diferença, não é mesmo? Mas desmatamento não é derrubar UMA árvore.
Reduzir a Floresta Amazônica significa menos umidade retida, menos rios voadores e menos chuvas. Nós já estamos sentindo as consequências. A supressão da floresta está encurtando a duração da estação chuvosa, levando a secas recordes pelo país.
Tudo isso, claro, tem um custo. A falta de chuvas abaixa o volume dos reservatórios das hidrelétricas, diminuindo a capacidade de geração de energia. A energia fica mais cara.
Em 2021, por exemplo, a energia elétrica aumentou 21% em meio à crise hídrica. Se a sua conta era 100 reais ano passado, em média, você deve estar pagando 121 reais hoje. Também vai faltar água para o agronegócio, um grande pilar econômico do Brasil.
Um estudo mostrou que se o desmatamento continuar crescendo, a Amazônia terá perdido mais da metade da sua cobertura vegetal até 2050. As perdas de produtividade por causa das secas que viriam como consequência, podem chegar a 1 bilhão de dólares por ano. Pode faltar alimento para o Brasil e para o mundo.
Mas desmatar a Amazônia terá um efeito ainda mais devastador. O desmatamento alimenta um fenômeno que já está acontecendo: as mudanças climáticas. Desde o início da revolução industrial, o ser humano vem emitindo gases pela queima de combustíveis fósseis, alterando a composição da atmosfera.
A concentração de gás carbônico no ar, por exemplo, bateu níveis que a Terra não via há pelo menos 800 mil anos. Esses gases formam uma espécie de estufa na atmosfera, retendo calor e não há dúvidas de que o planeta está pelo menos 1 grau mais quente do que estava nos anos 1800. Pode parecer pouco, mas o relatório mais recente da maior autoridade climática do mundo indica que 1 grau a mais já é suficiente para aumentar drasticamente o risco de eventos extremos de seca e chuva.
A maioria de nós pensa que o desmatamento colabora com as mudanças climáticas só por causa da queima da região desmatada quando vão limpar o terreno. Sim, essa queima libera gases do efeito estufa, mas muito pior do que isso. O desmatamento destrói uma das soluções para as mudanças climáticas, já que as florestas, especialmente a Amazônica, capturam carbono da atmosfera para a fotossíntese das plantas.
Elas atuam como sumidouro de carbono. As florestas têm um papel muito importante na questão climática a nível global porque elas são consideradas sumidouras de carbono. O que é isso?
Uma floresta pra crescer aquelas plantas, aquelas árvores gigantescas, para manter toda aquela fauna, ela vai acumulando carbono. E ela mantém aquele carbono estocado porque o ciclo de vida de uma árvore é muito lento, uma árvore demora séculos na Amazônia para chegar na maturidade ou ficar no estágio de maturidade. Então ela está ali armazenando aquele carbono que em outros sistemas, por exemplo, em um sistema de agricultura ele é renovado todo ano, a cada colheita você expõe novamente aquele carbono para a atmosfera.
Então a floresta realmente é como se fosse um cofre, ela armazena e protege aquele carbono e vai absorvendo e com isso tem um papel primordial para a questão das mudanças climáticas que é um tema tão importante e atual. A Amazônia armazena 100 bilhões de toneladas de carbono. Isso significa que se ela desaparecer, tudo isso deixará de ficar retido na floresta e o equivalente a cerca de 3 anos de toda a queima de combustíveis fósseis do planeta irá para a atmosfera.
Árvore no chão não consome gás carbônico e nem estoca carbono. Ela emite. Pesquisadores coletaram amostras da atmosfera de diversas áreas da Amazônia entre 2010 e 2018 e mostraram que a região Sudeste da Floresta já está eliminando mais carbono do que é capaz de captar.
Pelo menos, nessa região, a Amazônia já não é mais um capturador de carbono. Manter a Floresta em pé é uma questão de sobrevivência. As perdas na produção agrícola resultantes de mudanças climáticas vão aumentar a fome, iniciando um ciclo perigoso de desnutrição.
As secas irão diminuir o abastecimento e a qualidade da água que chega até as cidades, prejudicando a higiene e facilitando a transmissão de microorganismos infecciosos. O ar mais poluído, resultado de queimadas constantes, aumentará a incidência de doenças respiratórias, como asma e até câncer de pulmão. Aqueles 737 dólares estimados para cada hectare da Amazônia até consideram parcialmente esses impactos.
Mas esses custos que virão por não investirmos na preservação da Floresta hoje, nem se comparam a um outro custo que normalmente passa despercebido. A destruição da Floresta acabará com nossa biodiversidade. A Amazônia é um dos biomas mais diversos do mundo.
Considerando apenas o que conhecemos, são mais de 40. 000 espécies de plantas, e mais de 100. 000 espécies animais Pode parecer que não temos nenhuma relação com esses seres que vivem no interior da floresta, mas a verdade é que vários deles são bem úteis pra nós e acabar com o seu habitat pode causar surpresas desagradáveis.
Então quando a gente fala de perda de biodiversidade, a gente fica pensando: mas o que isso representa? Então um exemplo bem direto, é interior de São Paulo, você tinha anteriormente habitats de cerrado, mata atlântica e foram desmatados, foram alterados. Nessa perda de biodiversidade uma das espécies mais afetadas são os predadores de topo.
Então, a onça pintada e a onça parda tiveram suas populações extremamente reduzidas e por consequência você tem um aumento das presas dessas espécies. Qual que é uma espécie de presa muito importante? A capivara.
Então, na ausência de predadores ou em predadores praticamente com densidades muito baixas, você tem uma explosão da população de capivaras que vão representar um prejuízo econômico porque essas capivaras vão avançar sobre as lavouras, vão aumentar o impacto que vão causar no canavial, na lavoura de milho e também por uma questão de saúde pública. Porque as capivaras podem transmitir doenças, por exemplo a doença do carrapato para humanos e também doenças para os animais domésticos, por exemplo doença da cadeira que atinge os equinos. Então tá aí um exemplo que mostra como o desequilíbrio da perda de biodiversidade pode gerar um prejuízo tanto econômico quanto de saúde pública.
Talvez a história da onça e da capivara no interior de São Paulo não seja o exemplo perfeito para demonstrar o impacto da perda da biodiversidade na Amazônia. Mas ela é o exemplo ideal para explicar como animais originalmente selvagens podem se aproximar do ser humano e transmitir doenças. A Floresta é um ambiente em equilíbrio perfeito entre microrganismos e seus hospedeiros naturais.
Quando esse equilíbrio é quebrado, temos um cenário imprevisível no qual animais carregando vírus e bactérias podem migrar para próximo do ser humano e permitir o contato desses patógenos com os novos hospedeiros: nós. Isso não é alarmismo. Um estudo recente apontou que sete estados brasileiros possuem alto risco de dispararem novas epidemias a partir de microorganismos que circulam em animais.
Todos os 7 estão sob influência da Floresta Amazônica. Mas o problema de destruir a Amazônia não está só em trazer doenças e sim evitar novas curas. Vamos voltar 600 anos na história.
Povos indígenas que habitavam o continente Sul-Americano já usavam plantas nativas com propriedades curativas. Uma planta em particular era usada contra febre: a Cinchona. Séculos mais tarde, a Cinchona seria uma das plantas mais valiosas de toda a Amazônia.
A sua casca contém quinina, um composto capaz de tratar a febre e curar uma das doenças mais mortais que conhecemos: a malária. A quinina marcou a medicina porque foi o primeiro composto químico usado para tratar uma doença infecciosa. Estima-se que haja pelo menos 1 milhão de espécies de seres vivos ainda desconhecidos na Floresta e muitas delas provavelmente estão sendo extintas sem sequer percebermos.
Qual é o custo de destruirmos outras quininas que podem estar escondidas? Qual é o custo de destruirmos recursos com potencial infinito de serem transformados em inovações tecnológicas cada vez mais valiosas? Se o ser humano é mesmo capaz de criar maravilhas tecnológicas que um dia nos permitirão explorar a vastidão do universo, deveria entender que desenvolvimento econômico só tem capacidade de gerar riqueza no longo prazo, se feito de forma sustentável, de forma que preserve a Floresta, o Planeta e a nossa própria espécie.
A reação em cadeia causada pelo desmatamento tem impactos no mundo todo e as previsões do que pode acontecer com a nossa saúde não são nada otimistas. Diante de tantos ganhos ao mantermos a Floresta em pé, por que estamos fazendo o contrário? O Brasil é definitivamente um dos países que mais desmata no mundo.
Em 2004, atingimos o pico do desmatamento na Amazônia, com 27,7 mil km quadrados de floresta derrubados. Em resposta a esse aumento e à crescente pressão internacional, o Brasil criou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia. O Plano começou a colocar ordem na casa, fortalecendo a legislação e a punição para quem possuía terras ilegais, melhorou o monitoramento e o controle ambiental e fomentou atividades produtivas sustentáveis na região.
A redução no desmatamento foi expressiva nos anos seguintes. Durante a reunião das Nações Unidas em 2009, a COP15, o Brasil estabeleceu a meta de reduzir a taxa de desmatamento na Amazônia em 80% até 2020 em relação à média de anos anteriores. Isso significa que o desmatamento deveria ser de no máximo 3,9 mil km quadrados naquele ano.
Estávamos indo bem. Em 2012, a estratégia brasileira alcançou um feito sem precedentes. A taxa de desmatamento atingiu o menor nível histórico, batendo 4,5 mil Km quadrados, bem próximo à meta.
Mas desde 2013, o desmatamento iniciou uma perigosa tendência de aumento. Mudanças controversas na legislação deram perdão a proprietários que desmataram terras antes de 2008, o que os desobrigou a compensar os seus impactos. Mais recentemente, um enfraquecimento da fiscalização e a descontinuidade das políticas ambientais colaboraram para chegarmos a valores de desmatamento que não eram vistos desde 2008.
Em 2020, a taxa de desmatamento ficou em 10. 851 km quadrados, 176% acima da meta. E em 2021, batemos o recorde dos últimos 15 anos: 13.
235 km quadrados de floresta desmatada. O Brasil claramente falhou na sua ousada intenção de reduzir as taxas de desmatamento. Resultados como esse passam uma imagem extremamente negativa do país para o exterior.
Nações que se preocupam cada vez mais com a emergência climática deixam de confiar no Brasil que historicamente era favorável à preservação ambiental. Isso diminui os investimentos estrangeiros aqui e a nossa capacidade de exportar nossas riquezas. Independente da sua visão política, é inegável que tudo isso tem um custo.
As ações bem-sucedidas no passado que frearam o desmatamento devem ser reativadas, colocando o Brasil de volta como protagonista global do desenvolvimento sustentável. Zerar o desmatamento não implica em isolar a floresta e deixá-la intocada. Há uma economia florestal adormecida na Amazônia que, se utilizada de modo sustentável, permitirá avanços significativos para o Brasil.
A extração sustentável de madeira, látex, castanhas, plantas medicinais e outras riquezas, além do ecoturismo são alternativas importantes para manter a prosperidade da floresta. Ignorar o problema do desmatamento e tentar maquiar essa imagem negativa dizendo que o Brasil é um país sustentável é negar dados científicos, obtidos pelas mesmas maravilhas tecnológicas que um dia colocamos no espaço. É correr o risco de impactar não só o agronegócio brasileiro, mas também a nossa saúde e a existência das futuras gerações.
Ao exercer o seu papel na democracia, escolha candidatos que valorizem o meio ambiente, que apresentem propostas condizentes com a preservação da nossa biodiversidade e que saibam que derrubar milhões de árvores, afinal, tem um custo gigantesco. Assim como deixar de investir em um sistema que possa fornecer saúde de forma universal, igualitária e integral para a população. Esse é o SUS, o principal motor da economia do país.
Mas como o SUS, pode ser o cerne dos avanços do desenvolvimento do Brasil? É isso que eu vou te contar no próximo e último episódio da Série Saúde é Investimento. Um grande abraço e eu te vejo no próximo vídeo.