E aí se a gente descer mais ainda a gente vai chegar num terceiro estágio vamos dizer assim do embaraço né que não é mais a vergonha não é o desamparo é a angústia real né é a angústia no seu estado puro e cristalino né é angústia que alguns vão chamar assim de pânico né é angústia enquanto sentimento imediato de que eu vou morrer é angústia enquanto o sentimento imediato de que eu estou enlouquecendo quem já passou por um ataque de pânico verdadeiro frequentemente diz o seguinte você não sabe o que significa você não sabe o
que é o Rastro que isso deixa em você o medo de que isso volte acontecer né é uma marca vamos dizer assim no seu ser né no fundo Esse é assim o afeto que não engana Esse é o afeto que a gente vai qualificar a gente vai mudar de intensidade A gente vai modular porque é disso né que nós fugimos literalmente né mas é também aquilo que nos constitui é aquele momento né que eu disse que o céu cai na nossa cabeça ah aí tá angústia né viver essa experiência é uma tarefa da análise né
A análise vai levar cada um de nós para a sua angústia para esse seu momento do Pior né e isso é extremamente benéfico porque a hora que a gente percebe o tamanho da nossa angústia a qualidade da nossa angústia os caminhos que levam a nossa angústia outras formas de angústia se dissipam né É como se a gente olhasse o bicho na sua forma final né É muito difícil a gente foge disso né o embaraço já é uma maneira de fugir disso a o desamparo é uma maneira de fugir disso mas a gente poderia ir para
essa coluna do meio né que a gente falou do impedimento né o impedimento se se a gente aumenta o impedimento se a gente força o impedimento que afeto que vai vir vai vir o medo que a gente já falou né o medo do do infinito e o medo do objeto né o medo é considerado o afeto ligado a nossos sintomas mais simples né Quais são os nossos primeiros sintomas os sintomas que a gente encontra lá na criança muito pequena né são aqueles medos localizados que geralmente né Medo de Barata medo de estranho medo daquela pessoa
medo da ah árvore de natal às vezes são coisas fortuitas e passageiras em geral passageiras Porque como se a criança tivesse assim descoberto Ufa eu sei fazer sintomas eu sei eh vamos dizer assim superar a invasão da angústia né criando uma espécie de objeto né que tá separado de mim e a partir dessa criação eu consigo me livrar da angústia eu tenho medo de cachorro então eu não tenho mais pavor noturno porque quando a gente vê uma criança tendo pavores noturnos você fica louco porque você diz assim tem uma coisa dentro dela que tá deixando
ela ser assim consumida pela angústia tá faltando o quê imagem tá faltando palavra tá faltando forma ela precisa resolver essa invasão que tá ali dentro dela né não tem que ver com o mundo não tem que ver com só com as coisas que estão atemorizando ela tem que ver com o com aquela sem forma com aquele céu estrelado que de repente surgiu para aquela criança e daí ela disse não pera aí eu não tenho medo de qualquer coisa de qualquer estrela eu tenho medo da tia Zumira ah Ótimo então eu posso ficar longe da tia
Zumira se ela vier em casa eu me escondo E aí eu me protejo de todos os medos que ela simboliza Ou seja a gente conseguiu simbolizar a angústia né Que que isso nos leva a ideia de que a angústia ela eh pode criar objetos fóbicos né que estão ligados ao que o nosso sistema de medo né mas também o nosso sistema de raiva né que é o próximo afeto nessa nessa nessa coluna né Então temos ali em cima impedimento né Eh o sintoma o sintoma é sempre uma solução para angústia né Como diz eh observou
muito bem o Lacan né angst FOA é a angústia diante de angústia diante do pai angústia diante do objeto e em terceiro lugar a gente tem o acting out que é uma maneira de lidar com angústia muito popular quase que assim tão integrada na nossa cultura que a a gente nem percebe que isso é um destino para o conflito sintomático quando o conflito sintom quando o sintoma não tá dando conta tenho medo da tia Zumira é mas agora tem um monte de gente aí parecido com a tia Zumira e eu não tô não tá dando
conta tô ficando angustiado mesmo assim que que eu faço se eu fazer alguma coisa vamos no shopping comprar vamos no videogame jogar Vamos ler livros Vamos fazer alguma coisa né não sei se vocês eh já perceberam isso de que quando a gente fica angustiado né os primeiros espreito da angústia elas nos movem para agir para fazer algo isso tem que ver com perigos externos perigos internos né Eh o fazer ela tem que a ver com a nossa capacidade de por exemplo a agressividade nossa capacidade de destrutividade a nossa capacidade de criar objetos Mas também de
destruir objetos né com a nossa capacidade de produzir eh teatralização paraa angústia né fazeres que são fazeres miméticos paraa angústia e e a gente se acostuma ele quanta a gente diz assim eu preciso correr eu preciso fazer Esporte porque senão a ansiedade começa a subir Claro Olha aí é um tipo de acting é um tipo de ação em vez de elaboração né bom voltando Então a nossa primeira coluna A gente tinha falado né da inibição a ligação da inibição com a aversão Mas e se a gente se aprofundar na inibição se a inibição não for
suficiente né se se olha eu eu não saio mais de casa porque lá fora tem cavalos eu eu fecho bem a porta porque senão vão me invadir eu eu eu vou pro meu quarto eh e aí eu eu eu inibo né meu contato a minha aproximação com o objeto Mas e se mesmo assim a angústia continua a Eh vamos dizer assim intimidar o desejo né a se impor ao desejo né que que vai acontecer vai acontecer algo como a comoção ou a emoção ou a surpresa ou o que a gente já falou aqui a sideração
né dizer o inibido ele ainda se mexe né ele ainda vai para um lado ele ainda vai pro outro mas se ele for acossado ele se paralisa ele se petrifica né são os estados de pânico Agudo né quantas pessoas não dizem assim e daí eu cheguei na prova e deu branco parei de pensar daí eu cheguei ali na entrevista e eu só queria que a entrevista acabasse entrevista de emprego por quê Porque eu precisava sair dali ó lá o impedimento e evasão a evitação e a liga o disjuntor desliga o disjuntor porque eu sou então
levado para um tipo de afeto né que a gente nem lembra direito que ele é um afeto mas ele é um afeto muito importante que é a surpresa né De novo surpresa e qual é o sentimento correlato da surpresa quando a pessoa adora surpresas ela é um curioso né o o aqu aquele aquela pessoa que gosta de aprender que gosta de saber ele é alguém que tá tratando angústia por essa via desejante né que é de ir confrontando e dominando e arriscando se criar surpresas né um pesquisador por exemplo ele adora né encontrar aquela novidade
só que a novidade pode ser ruim só que a novidade pode ser uma surpresa desagradável só que a novidade pode destruir todas as hipóteses que ele tinha construído até então né Então a gente tem aí na na via da e da petrificação né uma uma virada né uma uma órbita que pode levar que pode se superar pela via da curiosidade da indignação com o mundo com a a a admiração né diante do mundo né que é super importante para para vamos dizer assim eh a gente eh encontrar um modo mais produtivo né Eh para esse
afeto Mas e se a coisa continua né Di Imaginário inibição emoção ou comoção n veja quando é coletivo né morreu tal pessoa entramos todos em comoção né Estamos parados né vivendo e sentindo aquela surpresa aguda né e se isso se aprofunda nós vamos para um outro estado né de compromisso entre desejo e angústia angústia chamada inquietude Fernando Pessoa né livro do desassossego ou perturbação né que é o que muita gente tá sentindo quando a gente fala por exemplo em ansiedade climática né hoje T sindo fogo no Brasil e a gente vai dizer assim olha e
isso é um problema temos que enfrentá-lo e etc mas isso aparece para mim como um sinal Como se eu tivesse lá voltando paraas estrelas tem uma estrela que que quando ela vem dá Eclipse quando ela vem ela sinaliza uma coisa chamada perturbação na ordem do mundo ou seja não é que temos um problema local não é que temos um problema que eu posso atacar com uma ação específica né que eu posso confrontar com a minha curiosidade né com o meu desejo cognitivo de descobrir como aquilo que funciona e dominar aquilo não uma perturbação ó lá
do céu da Ordem do mundo e isso leva a estados por exemplo de ansiedade crônica de ansiedade generalizada e olha aqui que eu introduzi uma outra palavra não tô falando mais em angústia tô falando em ansiedade vamos olhar pra palavra né Ela vem no francês anset né enquanto que angústia vem do alemão angst Ah mas ah também anguas né no francês ansi quer dizer o quê ânsia ânsia quer dizer o quê expectativa expectativa é o qu é um nome pro desejo ol lá a pessoa ansiosa é uma pessoa desejante né uma pessoa que que está
tomada por um desejo né que a perturba está tomada por um desejo que não se traduz em ato né para onde eu vou para cá ou para lá ah não sei ah o o qual é qual o enfrentamento que eu tenho Qual é o obstáculo Qual é o objeto também não sei