Bom, o assunto de hoje é o batismo em fogo ou batismo de fogo. No Evangelho de Mateus, no capítulo três, nós lemos, eu vou ler do verso 10 ao 12: "E o machado já está posto à raiz das árvores. Portanto, toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Eu batizo vocês com água para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de carregar as sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele tem a pá em suas mãos, limpará a sua eira e recolherá o seu trigo no celeiro; porém queimará a palha num fogo que nunca se apaga.
" Poderíamos apenas ler o verso 11, que termina com a frase "ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo", mas estou lendo o verso anterior, o verso posterior, para que a gente olhe de uma forma mais abrangente a declaração de João Batista, e que a gente, inclusive entenda a divergência de aplicações que tem existido a respeito desse assunto inclusive, lá no início, os pais da Igreja, como Orígenes e outros, no sentido de definir o que é o batismo em fogo ou o batismo de fogo. Porque algumas pessoas simplesmente olham o verso 10 que está falando de juízo, o verso 12 que está falando de juízo, e os dois falam de juízo num contexto de fogo, então pegam o verso 11 e simplesmente dizem: "Não, não podemos mudar o contexto. Fogo está falando de juízo antes e depois.
O batismo com o fogo é, na verdade, uma experiência de condenação e não de santificação. " Eu, particularmente, fico pasmo com essa ideia, porque é lógico que todo o texto tem um contexto, mas o contexto nunca se prende somente aos versículos antes e depois, e sim ao todo do que a Bíblia ensina. Em primeiro lugar, João Batista não está dizendo: "ele os batizará com Espírito Santo ou com fogo.
" Ele está dizendo: "com o Espírito e com fogo. " Basicamente, ele está oferecendo dois batismos para o mesmo grupo de pessoas. Ele não está dizendo: "Olha, o grupo dos salvos vai ser cheio do Espírito Santo.
Um outro que não quiser esse vai, na verdade, receber o fogo do juízo. " Ele está oferecendo a mesma experiência de batismo no Espírito Santo e com fogo para o mesmo grupo. Ele pode ter mencionado o fogo antes com outro propósito.
Ele pode ter mencionado fogo depois com outro propósito. Isso não significa que o fogo que está sendo mencionado no versículo 11, da forma como foi apresentada, signifique um fogo de juízo sobre aqueles que não são salvos. Quando você olha comentários bíblicos de nomes de respeito como Matthew Henry, Norman Champlin e, falando do grande mestre da nossa nação, Hernandes Dias Lopes você percebe um posicionamento muito claro de todos eles, sustentando o que eu quero ler na seguinte resenha: "Entendo, porém, amparado nos mais conceituados estudiosos das escrituras, que o batismo com o Espírito Santo e o batismo com fogo são análogos e complementares.
A vasta maioria dos exegetas bíblicos defende também esse posicionamento. " Não consigo simplesmente ver algumas pessoas que discutem sem nenhuma base, na verdade, o único raciocínio de alguns: "Verso 10 e o 12", olhar para um homem como Hernandes Dias Lopes, mencionando nos seus profundos estudos e pesquisa, os maiores exegetas dizendo que todos, na sua grande maioria, vão nessa linha, e simplesmente dizer que isso seja algo inconcebível. Na verdade, eu quero que você veja argumentos a favor do batismo de fogo, não sendo a condenação do inferno.
Em primeiro, eu já mencionei, ambas ações são apresentadas ao mesmo grupo. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Não está dizendo que ele vai fazer um ou outro separando o grupo.
Por exemplo, quando nós vemos a Bíblia separando os cabritos das ovelhas, um grupo à direita e outro à esquerda, a Bíblia diz para um grupo: "Vinde, benditos de meu Pai", o outro é: "Vocês, malditos. " Há uma distinção clara num texto como aquele de destino. Aqui nós não temos.
Segundo, batismo tem conotação negativa? Eu tenho visto muita gente tentar dizer que sim e eu digo: "Não". O batismo em Cristo< que falamos no primeiro vídeo, não é uma experiência negativa.
O batismo nas águas, que mencionei no segundo vídeo, não é uma experiência negativa. O batismo no Espírito Santo, que mencionamos no vídeo anterior, o terceiro, não é uma experiência negativa. Por que o batismo com fogo, então seria uma experiência negativa?
Mesmo em Lucas, capítulo 12, verso 50, quando Jesus diz: "Existe um batismo pelo qual tenho de passar, e como me angustio até que o mesmo se cumpra! " Ou mesmo o que diz Marcos 10. 38: "Será que podem beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que sou batizado?
" A ideia nós vemos é que essa expressão "batismo" está ligado a um sofrimento, não condenação. Tanto que Jesus fala dos seus discípulos serem batizados com o mesmo batismo dele. Então, se nós estamos chamando isso de algo ruim, nós estamos dizendo que Jesus passou por algo ruim e promoveu algo ruim?
Não, nós precisamos entender que o sofrimento, embora não pareça agradável, a menos que você pensa no que pode vir a despeito dele, nós precisamos entender que não se trata de condenação. Terceiro lugar, contexto, como mencionei antes, não é medido só por versículos anteriores e posteriores e simbolismo e alegoria não são absolutos. Por exemplo, número dez significa na Bíblia tanto prova quanto juízo.
Deus deu dez mandamentos para provar o seu povo, mas deu dez pragas para julgar os egípcios e o número dez aparece nos dois contextos. A serpente é apresentada na Bíblia como uma figura do diabo mas em Números 21, texto que Jesus cita depois em João 3. 14 como um paralelo da obra da cruz, ela fala da obra de Cristo.
Então nós precisamos entender que quando falamos de contexto, precisamos pensar num desenho maior e não podemos confundir a ideia de ser simples com simplistas. Há uma relação entre o ser cheio do Espírito Santo e a obra santificadora que também é vista pelo fogo. Então, eu diria: Deus tem dois tipos de fogo.
Deus tem fogo para os eleitos, para os aperfeiçoar e Deus tem fogo para os perdidos, a fim de os condenar. Quando olhamos nas Escrituras, nós precisamos fazer essa pergunta e depois dessa longa introdução sobre o significado de batismo de fogo, eu quero destacar em primeiro lugar, o primeiro tópico na construção da nossa ideia é uma pergunta: Qual é o significado do fogo? Quando falamos da interpretação bíblica.
Então o fogo aparece com alguns significados, mas dois são os mais recorrentes. Qual? Purificação ou santificação, Em segundo lugar, juízo ou mesmo condenação.
Em Apocalipse, no capítulo um, no verso 14, os olhos de fogo de Jesus são tanto para igreja, isso é mencionado em Apocalipse 2. 18, como também para os ímpios, o que é mencionado em Apocalipse 19. 12.
A mesma expressão de olhos de fogo. Mas ela vai ter uma conotação prática para um grupo e uma conotação prática para outro grupo. Tem o mesmo significado?
Certamente que não. Em Zacarias, no capítulo dois, no verso cinco, Deus disse que ele seria um muro de fogo à nossa volta. O mesmo fogo protege os que estão dentro do muro e consome o inimigo que tenta avançar para tocá-los.
Então, nós precisamos entender que, mesmo sendo o mesmo fogo, ele tem um propósito para os eleitos de Deus e outro para os que não são. Então, eu gostaria que você observasse alguns exemplos bíblicos. Na oração de Davi no Salmo 17.
3 "Provas-me no fogo, iniquidade nenhuma encontras em mim. " Aqui o fogo tem a ideia de purificação, de santificação. Mas, o fogo que destruiu Sodoma e Gomorra, em Gênesis 19.
24, tem a ideia de juízo. A purificação dos lábios de Isaías, lá no capítulo seis do livro do profeta Isaías, quando ele diz: "Ai de mim que vou perecendo. Sou um homem de lábios impuros", a Bíblia diz que um anjo pega uma brasa do altar acesa e toca na boca do profeta.
E a menção é: "tua iniquidade foi tirada ali", nós não temos juízo, nós temos purificação, nós temos santificação. Mas o fogo que matou Nadabe e Abiú em Levítico, no capítulo dez, no verso doze quando eles levaram fogo estranho perante o Senhor, era um fogo de juízo. Em Zacarias, no capítulo três, onde Deus se refere ao sumo sacerdote Josué, dizendo: "Não é esse um tição tirado do fogo?
" ele vai falar de todo o processo de limpeza, purificação e santificação, nós temos uma ideia, mas o fogo do Senhor, que mata aqueles 250 levitas que acompanham Coré, Datã, Abirão na sua revolta, isto está em Números 16. 35, aquele outro fogo era juízo. Na promessa da vinda do Messias nós lemos em Malaquias, no capítulo3, dos versos 1 a 4: "Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim.
De repente, o Senhor, a quem vocês buscam, virá ao seu templo; e o mensageiro da aliança. a quem vocês desejam, eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. " Então, vem a pergunta: "Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda?
E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. Ele se assentará com o derretedor e purificador da prata.
Purificará os filhos de Levi e os refinará como o ouro e como a prata. Eeles trarão ao Senhor as ofertas justas. Então oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias da antiguidade e como nos primeiros anos.
" Fogo do ourives. Tem qual ideia? Purificação.
Assim como o sabão dos lavandeiros tinha a ideia de purificar, de limpar a roupa. E a Bíblia nos mostra que o que ele faria era purificar os levitas, não condená-los. O fogo aqui não tem em absoluto a ideia de juízo e de condenação.
Mas quando nós vemos dois episódios relatados ali, em segundo Reis, capítulo um, o verso dez de Elias anunciando que viria fogo do céu e cairia sobre aquele capitão com seus 50 soldados enviado pelo rei Acabe, o que nós temos ali é juízo e não purificação. O fogo visto no dia de Pentecostes, a Bíblia diz que foram vistas línguas como que de fogo sobre cada um deles. É interessante notar que na experiência do batismo do Espírito Santo de Jesus, o Espírito Santo foi visto descendo sobre ele como uma pomba.
Nós precisamos entender que, no caso de Jesus, não houve fogo. Por que não houve fogo? Porque Cristo não tinha necessidade de purificação.
Mas aquele fogo no dia de Pentecoste não era juízo. Aquele fogo era santificação. Então nós não podemos simplesmente pegar a menção do fogo, porque em vários textos bíblicos ele é juízo e dizer que em todos sejam.
Vamos continuar a distinção. Em Daniel, no capítulo sete, nos versículos nove e dez, a Bíblia fala do "Ancião de Dias" E quando fala dessa manifestação de Deus, diz que ele estava num trono de fogo e que dele manava o rio de fogo. O contexto essa visão é apresentada antes dele começar a julgar.
Então, lá o fogo tem a ideia e a conotação de juízo. Em primeiro de Pedro 4. 12 o fogo fala de provação, que, por sua vez, provação fala de aperfeiçoamento, como está lá em Tiago, capítulo um, de dois até o verso quatro.
Mas em Amós 7. 14, a Bíblia diz que o Senhor Deus chamou o fogo para exercer a sua justiça. Ele está estabelecendo juízo.
Além de tudo isso, não podemos negar que o inferno é de fogo. Mateus, capítulo 5. 22 diz isso, Mateus 13.
40, Mateus 18. 8, Mateus 25. 41.
Também em Marcos 9. 43, Apocalipse 14. 10, Apocalipse 20.
15 e Apocalipse 21. 8. Nós vemos que o inferno é de fogo.
Portanto, o juízo também está relacionado com fogo. Agora, algo que você precisamos separar da ideia de juízo, é que há uma relação com a pessoa e a obra do Espírito Santo com fogo. Por exemplo, o candelabro que permanecia aceso com chamas de fogo lá no tabernáculo de Moisés, qual a figura dele?
O candelabro, é uma figura do Espírito Santo. Em Zacarias no capítulo quatro, no verso seis, nós vemos que, diante de uma visão que o profeta tem de um candelabro de ouro, o Senhor diz: "Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito. " O livro de Apocalipse, no capítulo quatro, no verso cinco, diz assim: "Diante do trono estavam acesas sete tochas.
" Quantas lâmpadas havia no candelabro? Sete. A Bíblia diz que são os sete espíritos de Deus.
Assim como o candelabro não podia ser apagado e tinha que permanecer continuamente aceso, nós temos uma orientação em primeira Tessalonicenses 5. 19: "Não apaguem o Espírito. " Logo, se o fogo está ligado à pessoa e à obra do Espírito Santo de uma forma tão clara, como dizer que o batismo de fogo não cabe na experiência do batismo com o Espírito Santo quando os dois são anunciados juntos para um mesmo grupo.
A pergunta a ser feita é: Como fazer a aplicação correta do significado? Então, pelo contexto abrangente, o todo da Bíblia, versos 10 e verso 12 de Mateus 3, João Batista falando de um fogo de juízo, verso 11, ele está falando de um fogo de santificação. Nós precisamos fazer essa distinção.
Dito isso, em segundo lugar, o fogo como ação divina aparece em outros textos. Então, em Gênesis, capítulo 15, verso 17, nós lemos que Abraão viu um fogo andando entre as partes do sacrifício no momento em que o próprio Deus se manifesta, aparece a ele e fala com ele. Então, o que nós temos ali é algo positivo e não tem nada de juízo.
O Senhor apareceu a Moisés numa chama de fogo. Êxodo, capítulo três, verso dois nos fala de uma sarça que ardia, tem fogo aceso ali, mas não se queimava. Nós temos algum tipo de juízo acontecendo?
Não. Deus ia a frente do seu povo numa coluna de fogo, Êxodo capítulo 13, verso 22. Deus estava julgando o povo?
Não. A Bíblia diz que durante o dia havia uma coluna de nuvem e à noite uma coluna de fogo para os guiar. Durante o dia, a coluna de nuvem providenciava sombra durante a noite, que mesmo no lugar deserto, a temperatura cai muito, não apenas os iluminava, como também os aquecia além de direcionar.
O fogo tem uma conotação ruim? Não. Em Êxodo 19.
18, a Bíblia fala que Deus, o Senhor, desceu em fogo sobre o cume do Monte Sinai. Estava destruindo, julgando alguém, algum povo naquele momento? Não, estava manifestando a sua glória.
Aliás, em Êxodo 24, de 16 a 18, a glória do Senhor no monte do Sinai é apresentada como a manifestação do fogo. Então, por que que o fogo precisa em todo momento ser visto como juízo? Quando ele está condicionado à ação do Espírito Santo nós precisamos entender que o que está sendo apresentado é algo distinto.
Nós não vamos deixar de reconhecer que João Batista está anunciando que existe um fogo de juízo para aqueles que não se arrependem. "O machado já está posto à raiz das árvores", ele está anunciando juízo indiscutivelmente. Mas ele não está falando apenas a pessoas que queriam permanecer no pecado sem se arrepender.
Ele estava falando a muita gente que atendeu ao seu chamado de arrependimento, que estava se enchendo de expectativa com a chegada do Cristo. E ele diz: "Eu estou batizando só com água, esse que está vindo", e agora ele estava falando para os que creem e para os que estão recebendo o Cristo, "vai batizar vocês", então precisamos entender que ele está falando para os que estão receptivos, abertos "vai batizar vocês com o Espírito Santo e com fogo. " Ele não falou: "Olha, tem dois grupos, cada um recebe um batismo.
" Vamos voltar nos momentos em que Deus enviou o fogo sobre o sacrifício que trazia ideia de aceitação e não de juízo. Só desse, nós temos vários exemplos. A inauguração do Tabernáculo teve fogo que veio de Deus sob o altar.
Levítico, capítulo nove, versos 23 e 24. O anjo do Senhor fez sair um fogo da pedra e recebeu a oferenda de Gideão. Juízes capítulo seis, verso 21.
O sacrifício de Elias no monte Carmelo, primeiro Reis Capítulo 18, verso 38. Deus envia fogo do céu sobre o sacrifício, o que era a aceitação e não o juízo. O sacrifício de Davi no Monte Moriá, primeiro Crônicas 21.
26 diz que também vem fogo da parte do Senhor. E em segundo Crônicas sete, verso 1, o sacrifício de inauguração do templo de Salomão também recebeu o fogo do alto. Em nenhum deles nós vemos a ideia sendo apresentada de juízo.
Isso não significa que não haja outros textos que não vão relacionar o texto com juízo. Então, por exemplo, em Deuteronômio, no capítulo quatro, no verso 24, nós temos uma afirmação clássica que será repetida no Novo Testamento, que é a seguinte: "Porque o Senhor, o Deus de vocês, é fogo consumidor, é Deus zeloso. " Agora, aqui ele já está falando de consequências que as pessoas poderiam ter se o desobedecesse.
Interessante que essa mesma afirmação vai ser feita no Novo Testamento, no contexto da graça. Em Hebreus, capítulo 12, nos versos 28 e 29, nós lemos: "Por isso, recebendo nós um Reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e temor. Prque o nosso Deus é fogo consumidor.
" Aqui, a ideia do fogo consumidor é: "Vocês mantenham mesmo o temor. Obedeçam a Deus, porque se não, vai ter juízo. " Mas significa que, por causa de um dentre tantos exemplos que mostram o fogo como algo positivo, nós vamos olhar para tudo como negativo?
Não Em Jeremias 23. 29, Deus, referindo-se à sua Palavra, pergunta: "Não é a minha palavra fogo, diz o Senhor? " Então ela tem o poder de, como fogo, julgar aqueles que não crerem, Jesus está dizendo: "Quem não crê na minha palavra está condenado, está julgado.
Mas ela tem o poder de santificar aqueles que creem. " E ela consegue ser um fogo distinto para pessoas distintas, porque esse é o contexto maior e o mais abrangente. Então em terceiro e último lugar, depois dessas argumentações bíblicas, eu quero apresentar aqui para vocês a minha visão, o meu entendimento do batismo de fogo.
Estamos construindo a ideia, esse já é o quarto vídeo falando da doutrina de batismos no plural. Destacamos o batismo de João, que não entra nessa nessa nossa lista, mas veio como uma preparação dos demais. Então, falamos de quatro experiências: o batismo em Cristo, o batismo nas águas, o batismo no Espírito Santo e o batismo de fogo.
Nós precisamos entender que eles se complementam e, à medida que se complementam, eles estão produzindo junto um pacote completo. Se o batismo em Cristo, uma experiência que foi encenada pelo batismo nas águas, é complementado por outra experiência espiritual o chamado batismo com o Espírito Santo, porque é que nós vamos imaginar que não há necessidade de absolutamente mais nada? O batismo de fogo não é o juízo eterno de Mateus 3.
12. Acredito também que não seja necessariamente uma única experiência com o batismo no Espírito Santo. Alguns pentecostais relacionam essa expressão ao batismo no Espírito Santo: "ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo", como se as duas coisas acontecessem ao mesmo tempo, mas fosse uma experiência só.
E eles usam isso para dizer: "Apareceram lá, no dia de Pentecoste, línguas como de fogo", é verdade, mas em nenhum outro momento na descrição do que acontece em Atos dez na casa de Cornélio, na descrição do que acontece em Atos 19 lá em Éfeso, nós não vemos mais a manifestação do fogo. Então nós precisamos entender que aquela experiência, embora tenha revelado o fogo e provavelmente feito o relacionamento com a promessa, porque Jesus, ao prometer o envio do Espírito Santo, Ele relaciona a sua promessa com aquilo que João falou: "Vocês serão batizados no Espírito Santo" e ali o fogo aparece, o que me ajuda a entender que as coisas estão conectadas, mas nós não podemos dizer que isso é para todo o mundo. Por quê?
Em Éfeso, o batismo nas águas e no Espírito Santo se deu de forma conjunta. Isso faz de ambos os batismos um só? Claro que não!
Em Samaria eles foram primeiro batizados na água e depois no Espírito Santo, Atos 8. 16. Em Cesareia Marítima, na casa de Cornélio, foram batizados primeiro no Espírito, depois na água.
Então, por que em Atos 19 os dois estão juntos nós vamos dizer que se fundiram e virar uma única experiência? Então não é porque em Atos dois nós vemos as pessoas sendo cheias do Espírito Santo e a presença de fogo que os dois necessariamente sejam uma única experiência. São experiências distintas.
Porém, assim como em Atos 19, o batismo nas águas e no Espírito Santo são experiências distintas, mas aconteceram juntos, é possível que o batismo no Espírito Santo com o batismo de fogo também possa acontecer de forma conjunta, mas não necessariamente. E esse é o ponto que eu quero destacar. O fogo não foi visto nas demais descrições do livro de Atos.
Isso não significa que não pudesse estar presente. Talvez Deus simplesmente não fez questão de mostrar. Mas o que eu e você precisamos entender é que há uma experiência de santificação progressiva.
Eu creio que o batismo no Espírito Santo desata algo, mas a Bíblia está mostrando que eu e você precisamos de algo mais. Por exemplo, Isaías, o profeta. Ele já estava profetizando.
Como ele profetizava? Pelo Espírito Santo. Ele já tinha dons operando nele.
Ele já tinha um nível de empoderamento, mas no capítulo seis ele recebe um toque de fogo, porque o propósito daquela ação do Espírito Santo de usá-lo é diferente do fogo que visava aperfeiçoá-lo. O propósito é distinto. É lógico que a razão pela qual Deus queria aperfeiçoá-lo era usá-lo ainda mais.
Logo depois disso, Isaías vai ouvir a voz divina perguntando: "A quem enviarei? Quem há de ir por nós? " E Isaías vai dizer: "Eis-me aqui, envia me a mim.
" Mas eu e você precisamos compreender que ter uma experiência com o batismo no Espírito Santo, mesmo com a evidência física inicial do falar em línguas, encontrar-se revestido de poder, pregando o evangelho, sendo usado por Deus, não significa que necessariamente um pacote de santificação esteja participando do processo. Algumas pessoas têm acessado o poder que o Espírito Santo disponibiliza para testemunhar e operar sinais, sem necessariamente permitir que esse poder as toque, as transforme e as mude. Um exemplo disso é que Jesus diz que no último dia alguns vão dizer assim: "No seu nome nós profetizamos, nós curamos os enfermos, nós expulsamos demônios.
" Sabe o que é curioso? Você não vê a resposta de Jesus dizendo: "Não fizeram nada disso ou fizeram, mas não foi no meu nome. Isso era tudo coisa do diabo.
" Jesus só diz: "Apartai-vos de mim. Eu não conheço vocês que praticam a iniquidade. " Então eu preciso olhar para a Escritura e reconhecer que o propósito desde o batismo em Cristo, que é encenado depois pelo batismo nas águas, visa o quê?
Transformação. O batismo no Espírito Santo, ele visa uma capacitação para o testemunho, mas ele não pode ser desassociado de uma experiência contínua de santificação. Em primeiro aos coríntios, no capítulo um, no verso dois, Paulo diz: "Aos santificados em Cristo Jesus", tem um nível de santificação no batismo em Cristo, ninguém vai negar isso, mas ele diz: "chamados para ser santos.
" Ou seja, existe uma santificação que ainda não foi alcançada. A prova disso é que, em segundo os Coríntios 7. 1 a Bíblia diz que nós devemos aperfeiçoar a nossa santidade no temor do Senhor.
O que que é aperfeiçoar? É levar adiante aquilo que Deus começou. Então, quando eu olho para minha experiência do batismo no Espírito Santo, isso foi algo que Deus me fez entender apenas depois de muitos anos, eu descobri que eu tive uma experiência conjunta do batismo no Espírito e com fogo.
Foi um nível de santificação profundo, sobrenatural, descomunal, que impacta, norteia e conduz a minha vida até hoje. E durante muito tempo eu ficava frustrado, olhando para a experiência de alguns e me perguntando como é que não vejo esse resultado? Como é que eu não vejo o zelo de santidade nos outros?
Como passou a acontecer comigo aos 15 anos de idade. Eu nasci e cresci num lar cristão. Eu não tenho aquele momento marcante de transformação.
Eu me lembro do momento que eu fui batizado em Cristo, a minha experiência de entrega e rendição a Ele. Eu me lembro do momento em que eu fui batizado nas águas, mas o que me proporcionou transformação de uma forma, assim, inexplicável foi a experiência do batismo no Espírito Santo. Anos depois, Deus me fez perceber que Ele me permitiu vivenciar as duas experiências e Ele começou a falar sobre a importância não apenas de ensinar santificação parte do que eu diria que é o meu chamado, mas de que nós orássemos e buscássemos uma experiência de santificação mais profunda e sobrenatural, que é o batismo de fogo.
Sabe, quando nós começamos a falar a respeito disso a questão não é nem se já tivemos ou não a experiência. A pergunta é: podemos ter mais? Assim como somos cheios do Espírito Santo na experiência do batismo no Espírito Santo, mas podemos continuar nos enchendo depois, o ponto não é se eu tive ou não tive a experiência com o batismo de fogo.
A pergunta é: mesmo que eu tenha tido e não tenha a mais absoluta certeza, eu posso me santificar mais? E a resposta é: sim. E santificação, embora envolva a nossa responsabilidade, ela depende de recursos divinos.
Esses, por sua vez, são recursos sobrenaturais e que precisam ser acessados também de uma forma sobrenatural. Eu gosto de dizer às pessoas que há uma experiência mais profunda de santificação e, em cima da experiência de Isaías, eu gosto de declarar: há uma provisão sobrenatural de santificação. Ainda tem brasas nesse altar à minha e à sua disposição.
Talvez o que esteja faltando é que eu e você, à semelhança de Isaías, cheguemos diante Deus, reconhecendo onde é que estão as nossas falhas, onde é que estão os nossos erros. "Sou um homem de lábios impuros. Sou um homem de olhos impuros.
Sou homem e uma mulher de mente impura" e possamos nos permitir, à medida que reconhecemos aquilo que precisa de mudança e que reconhecemos em Deus a fonte de santificação, ser tomados por esse temor e esse zelo de santidade que encheu o coração de Isaías, provavelmente pela revelação que ele tem dos serafins à volta do trono, proclamando a santidade de Deus. Nós temos falado muito do poder do Espírito Santo somente para testemunhar, para operar dons, e nós temos falado muito pouco do poder do Espírito Santo, para nos santificar, para mudar as nossas vidas, para nos levar a viver de uma forma completamente distinta, diferente. Quando olho para as Escrituras, eu percebo que santificação ou mesmo o assunto da santidade, não é algo que você possa classificar como secundário ou periférico na doutrina cristã.
Ela, na verdade, é o cerne do propósito da criação. Efésios 1. 4 diz que Deus nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis.
Isso foi o propósito com o qual Deus criou o homem. E mesmo quando o homem pecou, se afastou, comprometeu, sabotou o propósito Deus nunca desistiu dele. Na lei de Moisés Deus estava dizendo: "Sede santos, porque eu sou santo" mesmo que a lei não pudesse aperfeiçoar aquele que prestava culto, Deus estava dizendo: "Eu não desisti do projeto".
Mas quando vem a graça de Cristo Jesus, você vê Pedro se levantando e citando a lei, dizendo: "como está escrito". Ele não está citando agora um rito cerimonial da lei interrompida. Está sustentando o propósito, dizendo que ele não mudou.
"Sede santos porque eu sou santo. " Nós precisamos entender que esse nível de santidade profunda, sobrenatural, não é fruto de esforço. Embora, repito, tenha nossa a responsabilidade requer recursos sobrenaturais com a manifestação da presença de Deus, da glória de Deus.
Eu oro e clamo a Deus que essa experiência de um batismo de fogo seja restaurada na nossa geração. Seja vivenciada de forma larga e exponencial por muitos cristãos. Eu oro a Deus que as pessoas, em vez de ficarem tentando discutir se há ou não uma experiência de santificação, que enxerguem isso na Bíblia independente de aceitar o rótulo de batismo de fogo como sendo o que a denomina e vivam isso.
O que nós precisamos entender é que no escopo doutrinário, Deus não quer apenas que a gente saiba que tem um batismo de fogo. Ele quer que a gente viva o resultado. Então, honestamente, eu não me preocupo com nome ou rótulo que você possa dar a isso, desde que você viva a experiência, desde que você entenda que ela é parte do plano do propósito de Deus e, como tal, inegociável.
Inegociável. Nós não podemos viver sem algo que Deus disse que nós precisaríamos ter para poder viver de forma plena e completa aquilo que Ele tem para nós. Que Deus nos ajude, que o Senhor tenha misericórdia de nós, que o nosso coração seja receptivo e inclinado a Ele, disposto a buscá-lo cheio de fé, até mesmo de um desespero por santificação que nos leve a ter essa experiência de forma cada vez mais recorrente, cada vez mais profunda, para a glória de Deus.