Movimento feminista negro no Brasil | Núbia Moreira

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Café Filosófico CPFL
Neste programa é a vez da socióloga Núbia Regina Moreira trazer a história e a fala do movimento fem...
Video Transcript:
[Música] [Aplausos] C Era uma vez uma mulher que via um futuro grandioso Para cada homem que a tocava um dia ela se [Música] tocou o que querem as mulheres Esta é uma pergunta que marcou o século XX após uma série de movimentos e conquistas femin e que o tornou o século das mulheres elas reivindicaram a igualdade de direitos políticos sociais reprodutivos e hoje ainda lutam contra a violência doméstica e sexual discriminação no trabalho preconceitos se foi no século XX que a mulher conquistou o direito à existência no ela luta por mais do que existir luta
pelo respeito ao seu corpo suas escolhas sua vida esta série do Café Filosófico reúne pensadoras feministas de diferentes áreas do conhecimento numa reflexão pela autonomia das mulheres são muitas as frentes organizações estudos e marchas que trazem à tona as demandas específicas de cada um dos vários segmentos no movimento feminista no programa de hoje é a vez da socióloga Núbia Regina Moreira trazer a história e a fala do movimento feminista Negro para abrir os trabalhos eu gostaria de anunciar que sou fruto do feminismo negro né ele me constitui contribui para minha formação me formata na condição
de sujeito mulher negra então eu falo desse lugar do lugar de uma feminista Negra outra questão também né que é interessante colocar é que feminismo negro não é uma nação largamente aceita e corrente pelo conjunto de movimento de mulheres negras eh eu eu costumo dizer que é no interior da produção acadêmica que podemos perceber né um crescimento dessa terminologia de feminismo negro lá no na década de 30 Nós já tínhamos um grupo de mulheres negras que faziam um debate sobre a condição da mulher Negra por dentro da frente negra brasileira mas essas essas organizações eh
essa da frente Negra ela é uma uma organização um grupo pontual relevante sim para os estudos e também para a militância das mulheres negras no Brasil mas é na década de 70 e já em contato com o as lutas antirracistas e com as lutas feministas que as mulheres negras começam se organizar mais ativamente no sentido de lutar pelas melhores condições de vida das mulheres negras e por direitos o feminismo negro vai se configurando no Brasil a partir de um conjunto de diversas organizações de mulheres negras espalhadas pelo país são movimentos que se aproximam do debate
do feminismo predominante o de mulheres brancas e intensificam a discussão sobre sexismo e racismo no final da década de 80 e e e já né No início dos anos 90 essas eh organizações elas se mobilizam e criam vários espaços de debate nós vamos ter mais ou menos uns sete encontros né temos um encontro nacional de mulheres negras em 88 eu acho que é um encontro que demarca para nós mulheres negras né esse espaço de que o que que nós vamos fazer com as nossas vidas ele também é contemporâneo é o centenário da Abolição o momento
em que o movimento negro eh parece que sai a cena nesse país para pensar e para cobrar o estado brasileiro e aí as mulheres estão também à frente disso para cobar o estado brasileiro né direitos eh para a população negra participaram desse encontro em torno de 450 mulheres negras é interessante que vocês vão perceber que as mesmas questões que nós estávamos discutindo na década de 80 elas continuam na ordem do dia essa questão né da raça essa questão do do pertencimento racial ou né Como dizia a lélia Gonzales do racismo né que independentemente se eu
sou uma mulher negra de classe média escolarizada intelectualizada rica El ele ele atravessa a minha vida né então o racismo não escolhe né a classe social assim como o sexismo não escolhe a classe social nós estamos aí também eh vendo eh os casos de violência retornando né a cena do nosso país mas eh Essa era uma tônica muito importante para pontuar a nossa diferença em relação à identidade feminina pontuada pelo feminismo né então Eh isso foi tão importante nesse primeiro nesse início debate com o feminismo que em 97 né O 10mo Encontro Nacional feminista ficou
sob a responsabilidade da das mulheres negras da organização das mulheres negras que é o momento né cujo tema do feminismo desse 10º encontro era gênero diversidade no País da exclusão né é o Primeiro Momento Pelo menos é o que eu tenho de registro na literatura sobre o tema em que o movimento feminismo vai se debruçar para conversar sobre a questão racial Isso foi um ganho eh impressionante é a partir dos anos 2000 que nós nós começamos a formular a organização do processo da Marcha das mulheres negras que aconteceu no ano passado qual era o tema
da Marcha das mulheres negras né contra o racismo mulheres negras contra o racismo a violência e o bem viver esse Bem Viver Eu sempre faço uma relação com aquele ponto que tá lá no início dos no final nos anos 80 no primeiro encontro nacional de mulheres negras de 88 que era lutar por outras formas de Desenvolvimento Social então um Bem Viver também que passa também por por pensar uma outra forma de viver nessa nesse sistema eh tão tão opressor que é o sistema sobre o qual nós estamos vivendo Então desse desse eh movimento dessa dessas
organizações da década de 70 a década de eh até os anos 2000 o que o que ressalta na verdade é a conjugação né a comunhão dessas propostas em torno de uma plataforma de ação política para as mulheres negas trazendo a identidade feminina Negra Então essa é na verdade para mim eh pesquisadora eh esse conjunto de eh de experiências organizativos é que vão eh formular pavimentar um terreno sobre o feminismo negro no Brasil eu costumo na verdade dizer que eu para eu me apoiar naquilo que eu falo eu trago a cena que tá escrito no pensamento
social brasileiro então A Hierarquia de mulheres que Gilberto feir eh diz lá no seu livro né branca para casar mulata para fornicar e preta para trabalhar ela é representativa da forma como nós mulheres e mulheres negras somos representadas nesse Imaginário social brasileiro e e esse corpo também da mulher negra hipersexualizado da lascividade né Ele é muito Espraiado nesse Imaginário social brasileiro Eu costumo dizer que as nossas estruturas cognitivas elas fazem com que a gente Pense os outros né dessa forma pensemos uns aos outros dessa forma costumo dizer o meu título acadêmico a minha posição social
hoje não eh não é carregado nesse corpo negro porque quando eu vou ao comércio eu sou um corpo negro de uma mulher negra eu não vou não levo o meu título de de Doutor em sociologia para o comércio eu não levo quando eu entro num shopping né eu levo esse corpo negro então é desse lugar também que é importante a gente fazer essa reflexão porque se há um avanço em relação a a o acesso das mulheres negras em alguns espaços também nós estamos lutando ainda contra uma estrutura cognitiva ainda arraigada que pensa as mulheres e
as mulheres negras de forma hierarquizadas e que nós nós ocupamos lugares diferentes na sociedade e que essas relações de poder também se estabelece entre nós mulheres mulheres mulheres brancas com mulheres negras mulheres brancas com mulheres brancas mulheres negras com mulheres negras e assim sucessivamente mas que negra linda e de olho verde ainda hum olho de veneno e açúcar vem nega vem ser minha desculpa vem que aqui dentro ainda te cabe vem ser meu Álibi minha bela conduta vem nega exportação Vem Meu Pão de Açúcar monto casa para você mas ninguém pode saber Entendeu meu Dendê
vem nega sem eu ter que fazer nada vê sem ter que me mexer em mim tu esqueces tarefas favelas senzalas nada mais vai doer olha aqui meu senhor eu me lembro da Senzala e tu te lembras da casa grande e vamos juntos escrever sinceramente outra história digo repito e não minto vamos passar essa verdade a limpo porque não é dançando samba que o te redimo ou te acredito vê se te afasta não Invista não insista meu nojo meu engodo cultural minha lavagem de lata porque deixar de ser racista meu amor não é comer uma [Música]
mulata as mulheres negras brasileiras vêm se organizando na defesa de sua identidade e pontuando suas diferenças dentro do do próprio movimento negro e no movimento feminista o desafio presente ainda hoje é conseguir ressignificar uma identidade feminina que no Imaginário social brasileiro permanece representada apenas pela ideia de um corpo Quais as influências e as circunstâncias que despertaram nas mulheres negras o desejo e a coragem de se organizarem para conquistar um novo lugar na sociedade várias narrativas vocês podem encontrar né n pesquisas sobre a origem do feminismo negro ou né De que forma se constitui né o
feminismo negro Então a primeira narrativa é que o feminismo negro ele nasce pela falta de espaço político das mulheres negras no interior do movimento feminista essa Seria a primeira narrativa e é uma narrativa que comparece muito fortemente né na militância aparece também fortemente né nas pesquisas acadêmicas aparece fortemente por quê Porque nós também também estamos recebendo influência das feministas eh não brancas eh estadunidenses canadenses e inglesas quees já estão lá nos anos 70 e 80 questionando uma uma pretensa experiência comum de mulher questionando as mulheres brancas né então que hoje eu tô chamando de feminismo
hegemônico Então os os feminismos contra hegemônicos são esses vão questionar essa experiência comum de mulher então eh e é muito também influenciado e uma uma uma feminista que é muito presente né falo que é quase figura brasileira Angela Davis né que já já vem ao Brasil com mais eh Constância né ela já vem por causa do movimento negro né E já faz essa discussão já pensando um pouquinho né Essa especificidade da mulher negra e aí é importante mulher negra né Eh de classe Popular o outro discurso que é um discurso mais dominante ele é contemporâneo
por exemplo eh a marcha eh de comemoração ao Centenário da Abolição que é uma narrativa que diz que essas essas organizações elas vão emergir a partir desse Centenário da Abolição lá em 88 uma terceira eh narrativa Ela diz que eh as formas efetivas de organização das mulheres negras elas remetem ao período da escravidão E aí é um ponto um ponto de pesquisa dessa habilidade que nós mulheres negras vamos desenvolvendo ao longo da nossa trajetória social de agregar em torno de nós as nossas comunidades ou os nossos pares os os nossos né os nossos filhos os
nossos tios né é uma habilidade Claro se a gente tem que fazer uma leitura histórica porque que isso acontece acontecia durante o período da escravidão no pós Abolição no período de emancipação e o que que acontece hoje porque hoje a a os homens negros né estão morrendo muito cedo tá aí a violência policial que abate né rapidamente os jovens os jovens negros e Eles não conseguem eh constituir família né então nós mulheres continuamos um pouco que esse papel Claro diferenciado né hoje nós algumas de nós já tem até uma melhor condição financeira para fazer isso
mas eh esse sentido de agregar em torno de si né os nossos remete também aquela ideia que B rook vai vai falar que nós mulheres negras nós eh fomos criados para servir aos outros né Então essa ideia de da doação do cuidado do outro né E às vezes esquecemos um pouco do cuidado de nós mesma a outra narrativa é da relação do movimento de mulheres negras com mulheres africanas e mulheres da diáspora Negra então eu citei um pouquinho né A questão da do contato da Angela Davis né então Eh coas latino-americanas também com as mulheres
afro-latino americanas o outro que eu acho importante pontuar né é a falta de espaço ou espaço secundarizada que as mulheres negras ocupam no nas entidades dos movimentos negros elas estavam no interior das organizações dos movimentos negros mas ocupavam lugares secundarizados eu costumo eh eh defender a ideia de uma narrativa de que o movimento de feminista negro ele é fruto da intersecção entre o movimento os movimentos negros e o movimento feminista é a partir dessa intersecção que o feminismo ele é construído como espaço feminismo negro ele é construído como espaço de tensão Acerca das especificidades das
mulheres negras provenientes das demandas étnico-raciais Hoje é impossível uma entidade do movimento negro né desconsiderar esse papel né Essa questão do gênero e no caso do feminismo a questão da raça então nós possibilitamos através das nossas lutas a generificação da raça e racialização do gênero porque nós temos experiências diferenciadas na no fluxo da vida as teorias da intersecionalidade eh elas possibilitam entender o modo pelo qual a raça o gênero e a classe para citar algumas variáveis né estão estão interligadas no sistema de dominação Então essas essas teorias elas estão elas não estão sobrepostas elas estão
interligadas ao sistema de dominação eh elas oferecem chaves para compreender as experiências as percepções e horizontes das mulheres negras em consonância que com as posições que elas ocupam na sociedade a mulher negra como sujeito político autônomo foi evidenciado pelo e no feminismo negro eh por meio de um processo que vem se desenrolando Né desde as décadas que eu já pontuei atrás em confronto e alianças com o feminismo né com movimento negro com os sindicatos com os partidos e mais recentemente nas universidades né E aí a gente pode ver também reverberação desse movimento a gente tinha
essa preocupação sempre de ficar eh sempre falando para nós mesmo né que conseguimos ter um repertório uma gramática inteligível que não Chegava à Periferia que não chegava para além do meu bairro para além da minha universidade para além do meu grupo eu acho que chega sim chega porque as ideias Elas têm elas T eh eh liberdade de voar e nós transitamos em vários lugares eh eu penso aqui para fazer um um uma reflexão né que a mulher negra ela ela toma ela ganha o estatuto de sujeito eh histórico e também de objeto eh teórico né
E aí é diferente de pensar né esse objeto teórico como aquele que não tem condições de produzir o conhecimento ele vira tema e objeto né de pesquisas acadêmicas e essas pesquisas acadêmicas estão sendo produzidas por mulheres negras nos vários Campos disciplinares nós teórica sobre o feminismo Negra nós não desvinculamos a nossa teorização da nossa prática política do meu ponto de vista é uma herança do feminismo isso né o de movimento social essa prática teórica essa prática acadêmica ela tá sendo acompanhada também por uma prática política então a nossas reflexões né a Produções sobre as mulheres
negras na contemporaneidade representa a produção de autoras que anunciam e enunciam o lugar da fala né Fala a partir da sua posição de mulher negra lugar esse que critica uma representação da mulher negra como corpo sem mente ou seja esse corpo ele pensa o corpo trabalho como eu citei anteriormente eh em relação ao Gilberto Freire né E aí tem também outros teóricos mas o Gilberto freiro é o mais emblemático né eh e aí a Bel rooks também tem sido uma boa companheira de leitura quando ela cita lá nas intelectuais negras essa ideia que construíram sobre
nós nas sociedades que conheceram a escravidão moderna de que as mulheres negras são corpos hipersexualizados ou corpo trabalho ou o corpo servil ou um corpo objeto né E aí o corpo da mulher negra é um corpo objeto ou um corpo público que todo mundo pode violar né então ela desconstrói um pouco essa ideia então esse corpo não teria uma mente não seria né uma expressão de produção de conhecimento não seria uma expressão de transmissão de saberes então nós feministas negras apostamos numa postura reflexiva na produção do conhecimento que relaciona a prática política à prática teórica
né Para nós elas estão imbricadas elas estão elas são interdependentes na ordem do dia as jovens né que se já se auto intitulam feministas negras estão pautando a questão do empoderamento estético né eh político estético desculpe que também tem como crítica a representação de uma estética padronizada da mulher negra ou uma estética né que tá sempre eh olhando para uma estética que não é a estética que conforma dentro do seu corpo né Então essas meninas estão fazendo esse esse esse essa discussão essas mulheres jovens estão pontuando a questão né da eh da homoafetividade a questão
dessa violência eh eh em direção às mulheres que têm maior impacto nas mulheres negras e se elas são eh lésbicas transsexuais eh a situação ela ela é eh mais gritante a questão também da escrita feminina eh Negra Isso é uma questão também muito interessante nos dias atuais né a aí nós temos aí a Conceição Evaristo temos aí né uma possibilidade de pensar a Carolina Maria de Jesus como uma escrita feminina Negra né uma mulher analfabeta eu vi o outro dia dentro do Facebook que juntou a fome com a vontade de escrever de escrever ou seja
ela não juntou a fome com a vontade de comer ela juntou a fome com a vontade de escrever ou seja o que é isso né uma pessoa que passa fome tá em situação de precariedade social e e tem vontade e desejo de escrever e isso não é literatura eu deixei o leito às 3 da manhã porque quando a quando a gente perde o sono começa a pensar nas misérias que nos rodeiam deixei o leito para escrever enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor de ouro que reluz na luz do sol que as janelas
são de prata e as luzes de brilhante que a minha vista circula no jardim e eu contemplo as flores de todas as qualidades é preciso criar este ambiente de fantasia para esquecer que estou numa favela Então essa questão da iia da escrita feminina negra é uma discussão né Eh de hoje mas que eu um dia eu estava em contato com a com a concessão em varista eu falei poxa eu conheci você a partir do fora de mulheres negras lá do Rio de Janeiro e hoje eu tô sentada ao seu lado ou seja a Conceição para
a gente era era a única escritora negra que a gente conhecia naquele momento né Eh de carne e osso né Depois a gente vai conhecendo outras eh mais próximas né e e você eh demora a amadurecer a sociedade demora a amadurecer esses espaços de possibilidade e protagonização das mulheres negras das mulheres de modo geral e quando eu falo isso eu não tô desconsiderando também as dificuldades que as mulheres brancas têm para estar nesses lugares mais [Música] representativos são várias as teorias que explicam a origem do feminismo negro no país algumas delas remontam ao perío da
escravidão outras a um momento que o movimento negro se aproximou do movimento feminista hegemônico de mulheres brancas seja de um passado distante ou recente nós mulheres negras buscamos espaço para refletir e debater nossas experiências percepções e horizontes em sintonia com as posições que desejamos ocupar na sociedade e dentro do feminismo negro as mulheres se descobrem com suas singularidades e despontam também bem com suas diferenças se foi possível uma história uma pequena história né que imagine década de 70 para cá não é nada em relação ao feminismo hegemônico né mas é a nossa história como é
que a gente pensa hoje eh compartilhar junto às feministas hegemônicas um lugar em que tanto as demandas delas quanto as demandas das mulheres negras das mulheres indígenas das mulheres rurais das mulheres M afetiva né caibam nesse feminismo para que a gente possa ter força para lutar por os espaços de ampliação da democracia ou seja como pensar essa possibilidade é que eu trago um pouquinho pr pra reflexão por nós também mulheres negras ao longo do nosso percurso né de aglutinação política de organização política nós percebemos também que nós não éramos uma identidade feminina homogeneizada uma identidade
feminina Negra homogeneizada que entre nós exigiam diferenças que demarcava um lugar diferenciado nas relações sociais Ou seja eu não sou só um sujeito o tempo todo dominado Eu também em algumas relações sou um sujeito que domina né então isso né primeiro Impacto talvez que a gente teve no dentro no interior do movimento feminista negro foi a ideia da institucionalização das organizações feministas das mulheres negras por essa insci ação criou um afastamento com essas demandas que eram muito mais livre muito mais autônomas e que não conversavam necessariamente com as demandas com uma pauta das agências financeiras
não conversava necessariamente com as demandas do estado brasileiro mas isso já já apontou um afastamento e uma uma uma uma experiência de olharmos umas para as outros e perceber que nós não éramos também Tão Iguais assim ou seja essas identidade eh homogênea da mulher negra ela foi importante para pontuar o nosso lugar político no interior dos movimentos sociais então nós somos sujeito político que podemos falar por nós mesma mas entendemos também que nós não somos iguais por exemplo eu não sou igual a mulher que está lá no no sertão baiano cortando eh cisal né Eu
não sou igual a uma mulher né A Condessa francesa por exemplo né que é negra eu não sou igual por exemplo né a Maria Júlia Coutinho vamos ela acessa outros espaços que eu não acesso Então essas demandas eh também traz uma contribuição eh cria entre nós uma outra experiência de pensar como podemos conversar com essas múltiplas subjetividades né com essas múltiplas posições de sujeito e que essas múltiplas posições de sujeito não sejam capaz de abafar e de apagar a nossa luta política Então nesse sentido eu acho que a contribuição do do feminismo negro para o
campo feminista é pensar esse espaço de ampliação mais democrático possível e que nas demandas do debate feminista do campo feminista estejam presentees as demandas que abarcam a singularidade das mulheres negras existentes nesse país qual é a a saída para nós num mundo que nos individualiza cada vez mais com a expansão neoliberal que nós estamos vivendo em que cada um quer marcar a sua individualizadamente O que ocorre também no movimento feminista para o bem e para o mal para o mal é o perigo da dispersão e você colocou muito bem que nós não podemos cair nessa
armadilha Qual é a possibilidade dessas políticas de aliança não só no interior da comunidade Negra eh mas com os feminismos brancos indígenas né do ponto de vista da prática política eh eu eu penso que uma possibilidade de a gente eh de nós movimento social na sua expressividade feminista eh feminismo negro vários feminismos é nas nossas especificidades pautar lá no teu lugar de de prática política a minha demanda e eu pautar no meu lugar a sua demanda ou seja porque na hora que eu vou eh solicitar né conquista de ampliação do espaço para nossa participação está
lá pautado também no seu no meu em vários lug lares essas demandas que não são necessariamente se suas mas que você também entende porque aí que tá o teor da Democracia é você se colocar num lugar do outro né não é tomar experiência por ela mesma e não ter a construção de dizer que o outro não pode falar por você porque você porque não tem experiência isso na verdade ingessa né uma ampliação do debate político e de ampliação dos direitos na sociedade brasileira do meu ponto de vista constrói uma possibilidade de se colocar no um
lugar do outro isso é democrático do meu ponto de vista tá certo gostaria de perguntar a você se hoje em dia o que você acha se nós mulheres negras estamos tendo acesso a todos os espaços disponíveis e se dentro desses espaços nós estamos sendo respeitadas como Deveríamos ser esse é um processo de construção né eu eu eu sou otimista né Eh porque as políticas eh sociais né de um tempo para cá nesse país possibilitou possibilitaram né Eh mesmo que eh muito rudimental uma entrada um acesso da população negra eu tô sempre falando da base da
população negra né que a população negra acessasse pelo menos as escolas acessasse né o ensino superior eu penso que a gente não pode desconsiderar essa luta que os movimentos negros movimentos de mulheres negras e feministas nos eh nos possibilitou estar aqui então não sei se nós somos tão bem representadas ou se somos respeitado nos lugares por quê Porque a estrutura cognitiva da cidade brasileira ela ainda não consegue perceber que nós podemos estar em todos os lugares não consegue perceber isso é um processo de amadura da própria sociedade a gente precisa arrombar as portas elas não
vão Não espere que elas vão abrir pra gente com gentileza elas não vão ser aberta pra gente com gentileza né a gente vai ter que algumas arrombar e geralmente aqueles que são os pioneiros sofre um pouco mais né porque enfrentam um conjunto um campo constituído em que não tem iguais a você né E você precisa se municiar né do Repertório da GR daquele campo para estar lar né está lá você sabe que o tempo todo você tá sendo cobrada você tá sendo observada Ou seja é um lugar de desconforto Tanto para você quanto para aqueles
que estão nesse Campo constituído mas eu acho que a solução é essa né A gente vai arrombando as portas né a gente vai vai entrando Você acabou de falar agora que algumas portas a gente vai ter que né Entrar com com menos gentileza digamos Mas eu também às vezes fico eh fico achando e me perguntando se também existe possibilidade de a gente falar que é feminista mas também falar que é feminista de uma forma mais comunicativa sabe porque às vezes algumas pessoas que não tão nessa luta e alguns homens que tem a cabeça um pouco
mais fechadas eles acham que todas as feministas são muito radicais se a gente tem os homens né em posições de liderança como na política em muitas empresas nas áreas tecnológicas se a gente não pode tentar aliar essas pessoas pra gente poder crescer é eu acho que a culpa da comunicação não é Nossa não é [Aplausos] deles né Nós temos que ser mais audíveis para eles eles precisam aprender a escutar e precisam mudar essas estruturas cognitivas sobre nós então assim eu acho que é uma ingenuidade a gente pensar que eles vão né ceder o lugar o
espaço do Poder para nós E aí é uma porta Essa é a porta mais difícil de ser arrombada né porque é a porta da estrutura cognitiva Ou seja você entender entender que a mulher é um ser humano é um ser político né que pode estar nesse lugar isso é um um um um arrombamento civilizacional pudesse dizer assim né que eh e a luta é diária então assim eu o que se eu posso dizer isso para você nem espere isso deles espere de alguns mas não de todos né E E para aquelas que te dizem que
eh o o feminismo faz um desserviço você tem que dizer para elas que ela está nesse lugar porque feminismo existe também ou seja onde nós estaríamos se não fosse feminismo eu fico pensando se não fosse os movimentos sociais se não fosse as lutas emancipatórias estaria onde né Então as claro que nem todas as mulheres pensam como nós mas elas também não podem fazer do meu ponto de vista um desserviço dizendo que isso aqui né o feminismo não é é não é uma política não é um é qualquer coisa não é qualquer coisa é uma determinação
pra nossa vida qual é o papel da educação na construção de um novo olhar e uma nova atitude a questão das cotas a implementação da Lei as alianças e as perspectivas para o futuro da luta contra as desigualdades no próximo bloco [Música] Quando é que eu vou parar de falar que o feminismo e as questões negras precisam ser aprendidas agora sendo que a 10.639 não é não é obedecida a gente tem uma lei que diz que as pessoas precisam conhecer a história dos negros no Brasil precisam conhecer a história dos africanos e só trabalha com
isso quem realmente tem eh conhecimento sobre o assunto então a a minha questão é né eu se você tem conhecimento de produções no trabalho em relação a essa produção que precisa começar lá do comecinho e não só lá na universidade a gente brigando por cota mas eu vou demorar a ter 19 20 30 40 anos para aprender a começar a respeitar o outro e exercer a democracia que nós precisamos em relação à reformulação do currículo escolar eh Hoje eu tô atuando na área da educação né então tô no mestrado em educação lá na Instituição eu
penso que o o a as diretrizes curriculares né que que são fruto da 10639 eh deveria inserir ser inserido não como um tema transversal como Geralmente as escolas fazem como projetos né Elas deveriam impactar o conteúdo escolar nas disciplinas porque isso mobilizaria também uma transformação na formação do professor é uma cadeia isso Por quê é um sistema desculpe porque a formação de professor nos cursos de licenciatura nesse país eles lá nas universidades Eles já esquecem né de pontuar a questão das escolarizaçao dessa dessa instituição quando você consegue no conjunto de corpo docente é um ou
outro geralmente são esses que vêm dos movimentos sociais Reis né que tem que querem trazer uma leitura diferente do que já está instituído Então esse um ou outro que consegue colocar isso e você forma esse professor para lidar com uma realidade que é a realidade da população negra Não dá para ser pensar o currículo né de uma forma em que esses temas entrem como temas transversais e sujeitos ao desejo do professor né Eh da da questão porl do professor em colocar essas questões aí mais é uma uma uma questão que vai que tá na ordem
do dia que é da ideologia da escola sem partido tá aí né se a gente tá numa luta para poder né Eh fazer com que o currículo Pense também a diversidade de sujeitos na história desse país E aí eu tô falando na própria formação de professores como é que você eh quer formar um professor né que não pode expressar suas opiniões e mostrar aquilo que não tá instituído como um padrão é mais a luta vai essa luta vai ter que est ali é paralela a essa luta de desmonte dessa desse projeto de lei que tá
aí que vai impactar né diretamente as licenciaturas e as escolas eu aprendi na ao longo da vida né em família de uma forma muito simplória com os meus avós que ah você precisava estudar estudar estudar estudar e que esse era o único caminho e uma das coisas que você disse que eu até escrevi foi que você é um corpo negro mas você é um corpo negro que carrega um título de doutorado você é a doutora Núbia eh a minha pergunta é o sentido de que no caso dessa superação da condição né discriminação racial eh não
é apenas eh o estudar eu queria ouvir você sobre esse papel da educação mas eu entendo que não é só a educação também é esse enfrentamento social di frente quando eu disse que eu sou um corpo negro e carrega um tio de doutora eu tô dizendo que meu tio de doutora não vai aqui na minha testa quando eu vou ao comércio eh Então eu estou reduzida nas estruturas cognitivas brasileiras a um corpo negro mulher negra né então eu eu tenho um pouco dessa dessa consciência né e de que eu sou daquilo que eu represento nessa
sociedade e não ando muito eh eh afastada disso não né porque eu sei que o racismo ele se manifesta né não sobre aquilo que eu que a educação me deu me possibilitou as pesquisas têm demonstrado também que Independente se nós somos escolarizados nós negros e negras intelectuais ou não o racismo ele é brutal também contra a gente né ele ele Desconsidera a sua posição social né Por qu é uma ideologia muito cristalizada nessa estrutura cognitiva da sociedade brasileira né a gente precisa aprender a conviver né com a possibilidade dos negros e negras est em alguns
lugares que o livro didático ainda persiste em nos colocar né as teorias ou seja eh eh são lutas muito pontuais dentro das instituições universitárias e também de pesquisa onde a gente toma essa tarefa de contar uma outra história né de trazer outras fontes mas que não é o que tá oficializado necessariamente não é o que tá corriqueiro na Instituição né então é uma luta ainda pontual daqueles que acreditam na possibilidade de ampliação dos espaços que diferenças você vê e como você enxerga a questão das cotas eh eu acho que as cotas é uma possibilidade sim
de acesso da população neg das Universidades né Não acho que eh a universidade tem que ser o único Horizonte da população negra né enfim de escolarização Por que não pode ser outros espaços outros espaços também informam mas também não a universidade não pode ser um espaço em que não haja possibilidade de exceção desse dessa população e aí eh é um é um é um contrassenso porque nós estamos na escola pública hoje a escola pública perdeu um pouco o seu valor formativo né percebe que hoje Onde nós estamos em maior número são os lugares menos eh
que tem menos eh qualidade né de eh de valoração eh simbólica então nós ao almejarmos entrar na universidade a gente precisa né estar no mesmos parâmetros passar pelos mesmos crivos da out de outra população e isso né impacta diretamente é o impacto diretamente uma um desnível do conteúdo e eu tô falando do conteúdo escolar né E aí volto pro sistema escolar do conteúdo escolar aqui na escola pública né os professores na sua precarização do trabalho porque preciso também eh chamar atenção Para isso os professores da Escola públ estão precarizados né ganham péssimos salários não conseguem
preparar suas aulas não tem espaço trabalha 40 50 60 horas para poder sobreviver isso é a realidade da Escola Básica e por outro lado não consegue também né Eh passar esse conteúdo da mesma forma que é passado nas escolas particulares ou seja o conteúdo escolar ele fica eh vazio então de certa forma isso é uma plataforma antiga do movimentos dos movimentos negros brasileiros né de de uma equalização E aí as cotas ela tem uma vigência histórica pontual né Elas não são para frente para sempre até o momento que a sociedade entender que a gente precisa
reformular a Escol Escola Básica Educação Básica a gente precisa preparar melhor nossos professores que nós precisamos reformar as licenciaturas Ou seja é esse sistema né que infelizmente nos empurra né para pensar essa possibilidade de inserção via as cortas né E é claro que isso é um desconforto na comunidade Universitária todo mundo tá careca de saber disso né esse desconforto E aí Tem até aquela ideia de que nós estamos criando o racismo que nunca existiu nesse país né é um debate meio cansativo isso né Eh porque a gente institui as cortas raciais aí você cria um
racismo a partir daí nessa diferença a diferença existe ué tá aí né é fruto desse desse dessa forma como nós no formatamos a socidade brasileira entendo que tá colocada na ordem do dia a necessidade da gente repensar uma estratégia e abrir uma perspectiva pro próximo período de luta do movimento social negro brasileiro obviamente em aliança com os movimentos de mulheres com os operários com os trabalhadores mas para muitos está em jogo a sua sobrevivência e para nós tá em jogo A reafirmação ou a continuidade de uma agenda que permitiu A Ascensão a inclusão de homens
e mulheres negros jovens no espaço das Universidades comprei um livro do Joaquim Nabuco que as vésperas da do debate da Abolição no Brasil discutia que O parlamento brasileiro estava entre a ousadia e a timidez e a ousadia acho que esse discurso tá muito atual então diria entre a timidez ousadia Qual a perspectiva que você colocaria paraa nossa luta paraa luta de combate ao racismo no Brasil eu acho que você já respondeu né as alianças né as alianças os movimentos sociais eu acho que tem que ser por aí né hoje eh nós estamos né eu eu
num momento que de eu posso dizer de retrocesso né ou seja essa esse trajetória que você falou aí dos movimentos eh negros né que nós estamos sempre revirando né assuntos do século XIX né Nós temos conseguimos formular um conjunto de políticas voltar uma população negra que hoje pode estar tudo sendo jogada né no Atlântico novamente né Então vai né jogar lá e se desfazer recomeçar a luta né recomeçar a mobilização penso que esse cenário é importante esse cenário é importante para repensar inclusive o os movimentos sociais né que que nós estamos fazendo dentro dos movimentos
sociais né qual é o papel das nossas bandeiras Por que que elas precisam ser tão particularizadas precisam ser tão pontuais porque eh eu penso que num momento como esse eh os mais os mais vulneráveis ou aqueles que estão reivindicando por políticas e por questões que ainda não foram bem resolvida na eh sociedade brasileira são os mais brutalmente atingidos né os negros as mulheres o LGBT Então acho que aquele período da década de 90 que a gente tinha né uma efervescência dos movimentos sociais Tod todo mundo com muito gás pensando na na democratização da sociedade brasileira
a gente vai ter que começar uma luta pensando nessa unificação de pautas dos movimentos sociais Eu acho que isso é uma possibilidade que eu vislumbro né porque senão a gente não vai conseguir reverter esse processo ou né imagine jogar tudo fora e começar de novo para aquelas de nós que vivem na beirada encarando os gumes constantes da decisão crucial e solitária para aquelas de nós que não podem se dar ao Luxo dos sonhos passageiros da Escolha que amam na soleira vindo e indo nas horas entre as Alvoradas olhando no íntimo e para fora simultaneamente antes
e depois buscando um agora que possa procriar futuro para aquelas de nós que foram marcadas pelo medo como uma linha tênue no meio de nossas testas aprendendo a ter medo com leite de nossas mães Pois por essa arma Essa ilusão de alguma segurança vindoura os marchantes esperavam nos calar e quando falamos nós temos medo nossas palavras não serão ouvidas nem bem-vindas mas quando estamos em silêncio nós Ainda temos medo então é melhor falar tendo em mente que não esperavam que sobrevivemos acesse mais palestras no site do Instituto CPFL inscreva-se no canal do Café Filosófico no
YouTube como que o feminismo n feminismo impacta as relações das mulheres negras com os homens negros nós todas que somos mães nós que temos filhos negros a gente tá sempre né com o coração na [Música] mão [Música] n
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