Todos podemos concordar que é impossível pilotar um avião comercial sem auxílio dos instrumentos e computadores de bordo. Como seria se o comandante tentasse fazer isso? Ele não teria como saber a quantidade de combustível existente, a velocidade do vôo, se as turbinas estariam operando corretamente ou não, entre outras coisas.
O risco de acidentes e a demora na detecção de falhas seria muito maior. Administrar uma rede de computadores sem o uso de ferramentas de monitoramento, em particular daquelas baseadas em SNMP, é como pilotar um avião sem instrumentos. Este é o vídeo "Introdução ao Gerenciamento de Redes" parte 5, feito pelo NIC.
br. Você já conhece o nosso herói Gustavo e sua verdadeira epopéia para fazer a rede da XPTO funcionar melhor e ser gerenciável. Gustavo recentemente aprendeu muito sobre a importância do SNMP e sobre seu funcionamento.
Em suas pesquisas, ele entendeu que o SNMP pode ser usado para obter informações de diversos dispositivos e características da rede, mas Gustavo ainda não sabe como fazer isso na prática e como utilizar os dados obtidos pelo protocolo. Ele resolveu então consultar Rogério, que foi seu professor na faculdade. Rogério ficou muito feliz porque Gustavo finalmente estava se interessando em aprender algo de verdade e explicou com toda a paciência que existem ferramentas capazes de realizar consultas SNMP periodicamente e utilizar os dados para gerar gráficos muito úteis sobre os dispositivos da rede.
Rogério explicou que existem vários tipos de ferramentas de monitoramento e que elas devem ser escolhidas de acordo com a necessidade da empresa. Pode-se mesmo utilizar mais de uma ferramenta simultaneamente para se garantir melhores resultados. Para Gustavo iniciar seus experimentos, ele recomendou duas ferramentas básicas: o MRTG e o RRDTool, ambas open source.
O MRTG é um aplicativo construído em perl capaz obter informações via SNMP de diversos dispositivos e então gerar gráficos em formato PNG com os resultados. Seria possível, por exemplo, usar o MRTG pra gerar gráficos da quantidade de tráfego no link de Internet da XPTO, pra entender melhor como ele estava sendo utilizado. O RRDTool, por sua vez, é uma ferramenta especializada em armazenar dados obtidos periodicamente e gerar gráficos à partir dos mesmos.
O RRDTool implementa uma base de dados em formato round-robin, o que significa que tem um tamanho fixo, e que os dados mais antigos vão sendo automaticamente sumarizados e depois descartados. O RRDTool pode ser usado em conjunto com o MRTG ou outras ferramentas pra melhorar o desempenho dos sistemas de monitoramento. Gustavo testou ambas as ferramentas e as achou muito úteis, mas a rede da XPTO tinha realmente muitos dispositivos que ele gostaria de monitorar, e ele se perguntava se não haveria um aplicativo mais fácil de configurar e que ajudasse a organizar as informações numa interface simples.
Gustavo então pesquisou mais à fundo e descobriu muitas ferramentas capazes de fazer isso, algumas proprietárias, outras baseadas em software livre, soluções pagas e gratuitas. Uma das ferramentas mais recomendadas pelos administradores de rede era o Cacti, um programa que também utiliza o RRDTool para armazenar as informações e gerar os gráficos e é facilmente configurado por meio de uma interface web. Além do suporte ao SNMP, o Cacti possui mecanismos que permitem aos usuários utilizar scripts personalizados para coletar os dados.
Por exemplo, é possível criar um script que envia pings a um determinado host e retorna seu valor em milissegundos, obtendo como resultado final gráficos que mostram esse tempo de resposta. Gustavo fez alguns testes e resolveu usar o Cacti na rede da XPTO. Em pouco tempo ele já tinha gráficos do tráfego de dados e de erros nas interfaces de todos os switches, gráficos de utilização de CPU, memória, espaço livre em disco e número de processos executando nos servidores, entre muitos outros.
Ele passou a utilizar os gráficos para entender os padrões de funcionamento dos equipamentos e assim, detectar comportamentos fora desses padrões prevenindo possíveis falhas. Olhando os gráficos ele pôde, por exemplo, apagar alguns arquivos de log antigos do servidor web, bem a tempo de evitar que o espaço em disco se esgotasse. Descobriu também que o conector do cabo ethernet do servidor de arquivos estava com problemas, porque havia um número excessivo de erros na interface.
Parece que a vida do Gustavo finalmente ia começar a ficar mais fácil na XPTO. Ele imaginou que agora, entendendo o funcionamento padrão da rede, ele seria capaz de estabelecer parâmetros e gerar scripts que o avisassem de alguma forma caso ocorresse algo diferente deste padrão. Mas fazer isso tudo a mão parecia muito trabalhoso.
Gustavo continuou sua pesquisa em busca de aplicações capazes de fazer isto por ele, afinal, ele não tinha nenhuma intenção de reinventar a roda. Ele encontrou alguns programas que, analisando regras pré-definidas pelo administrador, enviavam e-mails ou até SMS para alertar sobre comportamentos na rede que não coincidissem com essas regras. Muitos programas encontrados por Gustavo pareciam atender suas necessidades.
Alguns misturavam a geração de gráficos, que o Cacti já fazia, com os alertas, outros eram especializados nessa função. Alguns, além de obter informações via SNMP e outros protocolos padrão, funcionavam também em conjunto com pequenos softwares instalados nos servidores monitorados, chamados nesse contexto de 'agentes'. Gustavo ficou particularmente interessado em três alternativas, o Zabbix, o Nagios e o Icinga.
Os três são capazes de obter informações via SNMP e outros protocolos, como HTTP, FTP, SSH, POP3, SMTP, ICMP, consultas diretas a bases MySQL, etc. Também é possível utilizar agentes específicos instalados em hosts windows, linux e os x. Além disso é possível estendê-los por meio de plugins, criando novos tipos de consultas e checagens.
São capazes de enviar alertas por e-mail, SMS e mensagem instantânea, no caso de falhas serem detectadas. Gustavo teve certeza de que qualquer uma dessas três ferramentas atenderia muito bem suas necessidades, mas tinha que escolher uma. Pesquisaria mais um pouco, ou talvez jogasse uma moeda para o alto.
Se necessário, no futuro ele poderia rever a decisão. Em breve o sistema escolhido estaria configurado e ele receberia alertas sempre que houvesse um problema, podendo agir muito rapidamente para corrigi-lo. Isso certamente facilitaria muito sua vida.
Gustavo estava realmente muito feliz. E você já usa ferramentas de monitoramento? Elas são extremamente importantes para garantir o funcionamento da sua rede!
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