Quando o oprimido vira opressor: Jessé Souza analisa apoio de Jojo Toddynho ao bolsonarismo

meus amigos o nosso assunto de hoje é o desabafo de Jojô todinho nas redes uma mulher negra artista com dezenas de milhões de seguidores nascida em uma favela declarou em um tom de desabafo como se fosse uma verdade que precisava ser dita de qualquer jeito que ela era uma preta de direita houve comoção surpresa nas redes sociais Mas a questão principal aqui é compreender porque se identificar com o seu algs com quem existe para roubar o futuro e a esperança precisamente dos negros e dos pobres e essa questão ainda é infelizmente muito mal compreendida no

nosso país existem Duas respostas a essa questão no mundo acadêmico e no espaço público inicialmente ou se imagina que o pobre de direito é burro um minion um gado que segue o seu opressor ou a segunda opção uma outra versão mais acadêmica mas não menos errada e superficial que é simplesmente culpa a orientação religiosa conservadora sem no entanto perceber que a questão Central exatamente saber em meio a tanta opção religiosa disponível porque o pobre e o preto escolhem precisamente a moralidade evangélica mais arcaica e mais conservadora para que a gente compreenda alguma coisa na sociedade

é necessário ir as causas mais profundas não pode ficar na superfície e num país como o nosso as causas mais profundas T sempre um fundo racial Jojô todinho como muitos negros que acendem socialmente no nosso país são consumidos pelo Desejo de embranquecer e no nosso país embranquecer não é deixar a pele branca como fez Michael Jackson mas sim assumir como se fossem seus os valores dos opressores ou seja dos brancos e dos ricos subjetivamente essas pessoas negras ao se identificarem emocionalmente e moralmente com os opressores conseguem uma distância imaginária Sem dúvida mas na cabeça deles

real em relação à sua condição humilhante anterior ou seja não tem nada a ver com burrice nem com escolha religiosa mas sim com uma tentativa desesperada de reagir a uma condição social que é tão humilhante que qualquer boia de salvação que negue e Reprima essa humilhação nem que seja por alguns instantes a qual todo negro é condenado desde o nascimento é recebido como um bálsamo bem-vindo a condição do negro no Brasil não se confunde com a do Branco pobre do SUS de São Paulo que também tende a se identificar com bolsonaro e com a Extrema

direita é que o negro tem que lutar o tempo todo para afirmar sua condição humana o que o branco Pobre não tem é o negro que é associado ao Crime e é o negro que pode ser morto sem causar comoção em quase ninguém e para se libertar desse lugar Infernal qualquer coisa vale mesmo que seja se unir na fantasia com racistas como bolsonaro e Michele aí o negro assume o lugar social do branco o qual ele anseia e fantasia a sua libertação Esse é o tema inclusive do meu último livro O Pobre de direita Realizado

a partir de centenas de entrevistas que realizei no país pa inteiro nos últimos anos convido a todos para assistir a aula gratuita exclusiva no dia 29 de setembro um domingo às 20 horas com mediação do meu amigo Eduardo Moreira venha compreender melhor com a gente a mais importante questão política do Brasil de hoje a qual não foi ainda respondida vocês não vão se arrepender