[Música] Boa noite a todos! Agradeço a presença de vocês, sobretudo aqueles, sobreviventes, que acompanharam esses 15 capítulos da série Caibalion. Por incrível que pareça acabou, ou está acabando. Hoje estamos vendo o 15º capítulo, deste livro. Lembro a vocês, temos algumas pessoas novas vindo hoje, que a proposta é compartilhar com vocês os melhores livros que li na vida. Estou sendo bem fiel a isso. Então a gente já fez uma sequência, O Profeta. Fizemos em busca da sabedoria. E hoje estamos fechando o 15º capítulo do Caibalion. Continuaremos, a partir da semana que vem, porque ainda falta muito
livro, que está na minha cabeceira. E, portanto aqueles que vem nos acompanhando, e aqueles que estão conhecendo agora, estão convidados a dar seguimento conosco, a essa obra. Que é um livro, eu particularmente não sei dizer qual é a melhor edição, mas gosto muito dessa. Da pensamento. Do Tao Te Ching que é o livro de ouro da tradição taoista. Como sempre tenho feito, não vamos abordar nem prefácios, nem introduções, nem notas ao final. Mas apenas o texto original. Os 81 capítulos do Tao Te Ching. A partir da semana que vem. Então convido todos, e também peço,
convidem os amigos. Isso é realmente uma obra de fôlego. Não sei quanto tempo vai demorar, não deve demorar tanto, porque nenhum capítulo passa de uma página. Então temos 81 páginas. Mas 81 senhora páginas, porque extremamente complexo o livro, e vamos ver o que conseguimos fazer, o que conseguimos perceber de tudo isso. De qualquer forma é, e sempre foi um livro de cabeceira meu. Um livro muito belo. Então é um dever tentar compartilhar e trazer alguma coisa, do que podemos entender dele. Bom, vamos lá! Hoje estamos então, no último capítulo, que já não fala propriamente das
leis do hermetismo, mas já é um comentário generalizado, que o autor anônimo desse livro. Lembrem, é um livro de 1908 falando sobre a obra de Hermes Trimegisto. O autor anônimo desse livro, faz uma seleção de alguns axiomas herméticos. Ou seja alguns pensamentos, que na verdade, reforçam os princípios anteriores. Com exceção do primeiro, que é um conhecimento original,. Que não foi dito até então. Todos os demais aforismos que são pegos, são reforços em relação às sete leis, que Já estudamos. Lembro a vocês, estamos com essas palestras todas, sendo postadas no YouTube. O canal da Nova Acrópole
no YouTube, basta que você entre lá e digite isso. Peço que compartilhem, peço que nos ajudem a divulgar. Então sempre começamos com esse poema, que hoje lemos pela última vez, nessa série aqui na asa Sul, Um poema de Edward Carpenter que é colocado pelo autor do livro, no prefácio. " Oh, não deixeis que se apague a chama ! Mantida de século em século, nesta escura caverna, neste templo sagrado, sustentada por puros ministros do amor... Não deixeis apagar esta divina chama! Temos falado bastante a respeito da essência desse poema, que significa tenha o conhecimento e passe-o
adiante. Bom, muitas vezes temos falado sobre isso, mas particularmente hoje, eu gostaria de dizer para vocês, aqueles que acharam que o Caibalion lhes Foi útil para alguma coisa na vida, reflitam sobre isso e passem adiante. Porque o conhecimento gera compromisso. E isso é um dos detalhes incômodos do conhecimento. Quem não sabe, não pode ser cobrado, na aplicação do conhecimento. Quem sabe pode, e segundo a tradição indiana, será, por uma coisa chamada lei do Karma. Portanto se você passa por uma piscina e não sabe nem boiar, ninguém pode te cobrar que se atire lá dentro para
salvar uma pessoa que se afoga. Mas se você sabe muito bem, pode ser cobrado por isso. Pode ser acusado por omissão de socorro, pelo menos, tentar fazer alguma coisa. Ou seja, o conhecimento sempre nos compromete. Portanto, aqueles que estão nos acompanhando, que nos acompanham hoje, eu peço que se o Caibalion fez alguma diferença para vocês, passem esse conhecimento adiante. Uma das maiores recompensas da vida, é um dia, alguém chegar para vocês e dizer: -Aquela palavra que você me falou fez diferença. Me tirou de um ciclo muito negativo que eu vinha vivendo. Me resgatou de uma
crise, lançou alguma luz sobre a escuridão. Vocês não sabem o que é ouvir isso, ou talvez alguns até saibam. E sabem o valor disso. Significa: A minha vida trouxe luz! Então eu realmente vinha à luz. Não foi meramente o nascimento físico. Algum pequeno parto, como ser humano, eu também já operei. Que só pode ser feito por mim mesmo, pela minha própria consciência. Então mais do que nunca, hoje que encerramos esse nosso trabalho, eu peço que vocês reflitam sobre tudo que foi dito. Assistam novamente, pensem a respeito. E procurem compartilhar. Procurem passar esse conhecimento adiante. Que
essa é a finalidade dele. E esse livro nasceu de alguém que com os recursos que tinha, que eram muitos, porque é um excelente livro, passou adiante aquilo que entendeu da tradição hermética. E como isso tem sido útil para nós. Nos sentimos comprometidos. Essa pessoa não queria nenhum tipo de gratidão, porque nem disse quem era. Nem sequer forneceu o seu nome, mas com certeza queria que passássemos essa chama adiante. Que passássemos o bastão. E agora o compromisso é nosso. Bom o livro vocês sabem, E não conheço outra edição. Um livro curto, uma leitura muito válida. E
hoje estamos então no capítulo XV Axiomas Herméticos. O primeiro desses axiomas é o princípio da coerência, não é propriamente uma lei hermética. Mas é digamos assim um subprincípio, que diz ponha em prática aquilo que aprendeu. Abstende-vos da avareza mental, de ter o conhecimento e não aplicá-lo. Ele vai dizer isso utilizando essa maxima hérmetica. O conhecimento é como a riqueza, destinado ao uso. A lei do uso é universal, e aquele que viola esta lei sofre por causa do seu conflito com as forças naturais. Conhecemos lá aquela parábola dos talentos. Que os talentos que não foram utilizados,
nem se tentou utilizar, são aqueles que são mais mal gastos. Porque não redundaram em nenhum tipo de ganho, nem de aprendizado. Então o conhecimento é como a riqueza acumulada, para que serve? Não melhora a tua qualidade de vida, não se desdobra em nenhum tipo de utilidade nem social, nem individual. É simplesmente um título. E curiosamente nós temos esse tipo de ambição de acúmulo de conhecimentos, só para dizer o quanto conhecemos. Como se isso gerasse algum mérito. E é exatamente o que eu trago para vocês adiante, algumas frases na história, que falam a respeito disso. Honrai
as verdades com a prática. Uma frase... de uma filósofa do século XIX chamada Helena Blavatsky. Essa segunda frase, de Sócrates, o filósofo grego. "Só é útil, o conhecimento, que nos torna melhores." Ou seja, pelo teu comportamento, pelo caminho que você trilha na vida, eu vou saber o que você realmente sabe. E não pelo que você me diz. Ou pelo que você pensa saber. Pelas vossas obras vos conhecerei. E não pelos vossos títulos, ou pelo vosso acúmulo material, de conhecimento, superficial. "O medicamento não surte efeito simplesmente porque pronunciamos seu nome." Essa frase que é de um
sábio indiano, quem sabe um dia, ainda não lemos esse livro. Shancara Sharia, o Viveka Chudamani É uma obra belíssima da escola vedanta, onde ele diz: Não adianta você pronunciar o nome de um medicamento, se você não o ingere, ele não vai fazer efeito na sua vida. Então imaginem você começar a pronunciar : -Aspirina, aspirina, aspirina, aspirina, e não tomar a bendita aspirina, e esperar que a sua dor de cabeça cesse. Mais um reforço da mesma ideia, não é? Ou seja, o conhecimento só é nosso quando utilizado. Ele só é nosso, e toma vida! Khalil Gibran
tem uma passagem do Profeta que lemo junto, onde ele. Lemos juntos, perdão. Onde ele diz: - Nós somos um posto de enriquecimento dos dons da vida. Lembram disso? Que as coisas passem por nós, e sejam multiplicadas e passadas adiante. Um posto de enriquecimento dos dons da vida. E assim os dons da vida são somados, são acrescidos, pelo fato de terem passado por nós. Não são acumulados, nem detidos, porque a água parada, nós sabemos o que acontece com ela. O conhecimento passa por nós e pertence à vida. Que nós deveríamos ser simplesmente um posto, de enriquecimento
desse conhecimento. . Com a nossa prática, com as nossas reflexões. Então esse é o princípio da coerência, da aplicação. O conhecimento compromete. Quem não quer comprometer-se com a humanidade, é melhor que não conheça. Porque pelo menos pode dizer eu não sabia, tem o benefício da inconsciência. Quem conhece, se compromete, automaticamente. Ele vai começar então com os axiomas. Como falei para vocês, salvo esse primeiro, que é uma frase original, todos os demais, fazem uma referência, de uma maneira um pouco condensada, a princípios que vimos em algum momento. E aqui ele vai colocá-los, mais ou menos juntos.
Então ele vai dizer: -Para mudar a vossa disposição, e vosso estado mental, mudai a vossa vibração. A vontade dirige atenção e esta muda a vibração. Então ele vai dizer: - A atenção o tempo todo presente naquele nível em que você está vibrando. Nas coisas com as quais tem afinidade. Nas coisas que escolhe pensar, sentir e fazer. Atento, e com a vontade, ir acelerando essa vibração. Parece uma coisa impossível, mas quem queira crescer, necessariamente vai ter que aumentar o nível de atenção sobre si próprio. O nível de vigilância sobre si próprio. E inclusive o nível de
condução sobre si próprio. Uma das coisas que nós vamos ver em várias tradições, é que seria útil e inteligente, assim como o homem que quer educar uma criança, que faz o seu ambiente todo pedagógico e educativo. Que você fizesse o ambiente da tua consciência, todo pedagógico e educativo. Pelo menos aquele mais íntimo. Que a sua casa, quando você cruze o umbral da porta, onde você bata os olhos, o que o seu ouvido capte, seja um convite a elevar a consciência. Já falei para vocês que no Sufismo, as chamadas Tariqas, as escolas sufi tinham muito isso.
Onde você batia os olhos, onde o seu ouvido alcançava, era um convite para elevar a consciência. Você trabalhar para que os teus sentidos, sejam puxados para cima. Sejam içados, sejam alavancados para um nível mais elevado. Então quando eu leio um trecho, uma frase, de uma poesia, de um provérbio, seja lá do que for, minha consciência se eleva. Ótimo, coloca isso do lado da sua cama e leia todas as manhãs. Quando eu ouço uma determinada música minha consciência se eleva. Coloque um daqueles sonzinhos, pequenininhos, e coloque isso do lado da sua cama. Desperte ouvindo isso. Ahh
quando eu olho para tal imagem, me inspira muito, ponha isso num quadro, ponha dentro do seu quarto. Para que seja a primeira coisa que você ouve pela manhã. Vocês podem achar, mas que obsessão com a manhã. Mas é a manhã, que muitas vezes dá o tom do dia. A maneira como terminamos, e como começamos as coisas. Isso vale no micro e vale no macro, lembrem do princípio da correspondência. O que há acima, há abaixo. Parece que tem muito a ver com a maneira como começamos e terminamos a vida também. Todos nós sabemos a influência que
a nossa infância teve sobre nós. Então cercar-nos de convites para elevar a consciência. Porque se nós olharmos dentro da nossa cultura, estamos cercados de convites, para sermos cada vez mais instintivos. Para termos cada vez mais desejos banais. Para estarmos cada vez mais apegados àquilo que é intranscendente. Nós deveríamos contrabalançar isso com a nossa vontade. Escolher o que queremos fazer de nós, e colocar em prática um plano para isso. Como se estivéssemos educando uma criança. O que de uma certa maneira, nunca deixamos de ser. Então a atenção sobre onde nós andamos perambulando, com a nossa consciência,
pelo dia afora. E a vontade sobre isso para poder elevar a vibração, Dessa nossa consciência. Dessa nossa afinidade. Isso é um elemento fundamental. Que foi dito ao longo do livro como um todo, não é? Não é uma novidade. Para destruir uma desagradável ordem de vibração mental, põe em movimento o princípio da polaridade. E concentra-te no polo oposto. Destrói o desagradável, mudando sua polaridade. Muito interessante isso. Que é o que ele comenta no livro, e eu copiei aqui adiante. Se você sofre de medo, não fique tentando combater o medo. Eu não vou mais ter medo .
Parece que quanto mais você pensa nele, mais você o alimenta. A consciência humana tem isso, onde ela se projeta, ela dá vida. Já comentei com vocês lá pelas tantas, que uma pessoa, por exemplo, que gosta muito de plantas, por incrível que pareça, parece que as plantas ficam mais bonitas na casa dela. Vocês já viram isso que acontecer? Eu já vi! Eu acho impressionante, mas acontece. Pessoal diz que é o tal do dedo verde né? A pessoa que gosta, violeta é um bichinho caprichoso. Às vezes você leva ela para casa, faz tudo, e ela morre. Aí
você leva pra casa do vizinho, linda! O que que você não estava tratando dessa violeta? Não estava tratando? Como assim? Ela não gostou de mim! E é fato, as violetas são todas temperamentais. O fato é que onde a consciência humana se polariza, ela dá vida, ou tira a vida. Você coloca a consciência no medo, você vai dar vida ao medo. Ele diz: - Trabalhe com a virtude oposta. Vai na polaridade por outro lado e pensa na coragem. E polariza na coragem. E começa a colocar pequenos atos de coragem dentro da sua vida. Não é imprudência,
nem ímpeto, mas coragem construtiva. Coragem de vencer a minha inércia e cumprimentar uma pessoa a mais. Segurar o elevador, segurar a minha ansiedade, ter coragem de esperar que as pessoas entrem primeiro que eu. Aquela ansiedade por ser o primeiro a entrar no elevador e o primeiro a sair. Vocês já viram? Fica aquela coisa meio brutal, parece uma manada. Enfim, ter a coragem de vencer a minha inércia de jamais colocar as coisas no seu devido lugar. Ter a coragem de me aproximar de uma pessoa que eu vejo, que por exemplo, acabou de chorar. E perguntar: -
Posso ajudar? Coragem de vencer limites, de vencer inércias, de vencer esses... Essa mediocridade com a qual nós nos habituamos. Projetar a sua consciência em pequenos atos de coragem. Ir alimentando essa plantinha. Essa violeta tão caprichosa. Ele diz que isso é o critério, e que funciona para ambos os lados. Se você começar a polarizar numa tristeza, daqui a pouco tá triste. Começa a polarizar numa mágoa, daqui a pouco está magoadíssimo. E além disso, como a mente é muito criativa, vai ter arrumado mais uns cinco motivos para estar magoado. Correlatos, não é isso? Além de eu ter
sofrido isso dela, ainda teve a minha mãe, o meu pai, o meu vizinho, meu professor da primeira série. Daqui a pouco eu estou com cinco motivos correlatos, para estar mais triste ainda. A vida não é justa comigo, porque por associação vamos puxando, coisas relacionadas. E daqui a pouco estamos magoadíssimos, e não saímos mais disso. Nos consome um dia, uma semana, às vezes uma vida, com uma vitimização insuportável. Então funciona para ambos os lados. Daí a necessidade de não estarmos, deixando a nossa consciência, perambular ao léu, saber por onde ela anda. E polariza-la com atenção e
com vontade. Invertendo a polaridade que hoje te machuca. Nós temos muitas, veja qual é que está te travando hoje. A que te impede de subir o próximo degrau da vida. E inverta essa polaridade, e coloque atenção em cima disso, como uma violeta. Que você cultiva e trata todos os dias, coloque atenção concentrada sobre isso. E faça um trabalho de criatividade, para imaginar pequenos atos, da virtude oposta, a esse vício. É um trabalho de cultivo mesmo. Como qualquer coisa na vida. Um trabalho de cultivo, com perseverança e constância. Ele vai continuar com esse outro axioma que
diz: A mente pode ser transmutada de estado em estado, grau em grau, vibração em vibração. Pode e deve. Nós não devemos nunca, permitir a nós mesmos pensarmos que somos uma obra acabada. Aliás muito cuidado com o uso do verbo ser, prefira por via das dúvidas o verbo estar. Eu estou com tal problema, mas eu não sou assim. Eu não sou uma obra acabada. Eu não sou um mero produto de tudo que aconteceu até agora. Ou um mero produto daqueles que me antecederam. Um dia desses eu recebi um texto, que achei um pouco triste, mas de
qualquer maneira, que me trouxe uma reflexão interessante. Que uma pessoa dizia: Quando me perguntam se eu tenho medo da morte, eu digo eu não tenho medo da morte, eu tenho medo, do penúltimo momento. Aquele momento que eu olhar para trás e disser agora foi, não dá para mudar mais. O que foi feito, foi feito. Não dá para transformar, pelo menos não nesse momento. A mudança vai ter que ser para outro plano, não mais nesse, não dá para fazer mais nada. Porque nós percebemos que nós somos movimentados dia a dia pela esperança. Não, não foi muito
bem hoje, mas pode ser melhor amanhã. Pode ser melhor a semana que vem, pode ser melhor no próximo ano. Sempre tem essa oportunidade de uma próxima chance, e não acredito que deixe de ter depois da morte, isso é uma questão pessoal. Mas o fato é que essa esperança nossa, nós temos que honrá-la, gerando realmente alguma transformação. Senão nós estamos enganando aquilo que temos de mais precioso, que é a esperança, que nos mantém vivos. Estamos mentindo para ela. Tá, tem uma próxima chance, mas eu estou usando alguma das próximas chances? Eu fiz alguma transformação? Estamos mentindo
pra esperança, estamos jogando com ela. Que talvez em algum momento percebamos, que foi um dos dons mais preciosos, que tivemos na vida. Ainda dá para refazer. Ainda dá para pedir perdão. Ainda dá para voltar atrás, ainda dá para recomeçar. Tá bom, dá. Então faça. Senão que vai chegar, vai chegar uma hora, que você não vai conseguir mais acreditar nisso. E talvez não precise nem esperar para confrontar a morte. Perder a confiança em si próprio é um fato um pouco triste, mas que pode acontecer mesmo quando ainda temos muito tempo de vida pela frente. Lembrem daquilo
que eu falava para vocês de um outro livro, que esse eu não vou ler com vocês, porque esse não é brincadeira. Mas um livro interessante também. Nenhum deles é brincadeira, mas esse extremamente enigmático. Que é o Bardo Thodol o livro tibetano dos mortos, Muito complexo, mas ele tem certas coisas que são realmente impactantes. Uma delas é quando ele diz que quando um ser humano abre mão de qualquer possibilidade de crescer, ele escolheu morrer. A natureza só executa. Conforme o gosto do freguês. Porque se não há mais chance de crescer porque teria vida? Que sentido teria
a vida? A natureza simplesmente executa os seus desejos. Lembrem que eu comentava com vocês que também. São coisas que a gente vai pensando pela vida. Eu me lembro que quando eu assisti aquele filme como, como ficar milionário? Como ser um milionário. Vocês lembram desse filme? Que ele pensou várias coisas da vida, para ganhar num concurso, e ficar realmente milionário. Eu falei gente isso tem algo de uma paródia, porque a vida é assim. A gente confronta situações, a gente pensa dez coisas diferentes e encaixa, e usa tudo aquilo, e vence aquele obstáculo. Bom isso significa um
milímetro de conhecimento que é realmente seu. Que te permitiu dar uma resposta adequada à vida. Então em paralelo com essa história do Bardo Thodol, eu me lembro de uma pesquisa que uma vez recebi, De um médico que dizia: Olha as pessoas às vezes morrem depois de se aposentarem porque elas ficam a vida inteira dizendo: - Quando eu me aposentar não vou fazer nada. Que elas se programam, porque a única coisa que você pode fazer para não fazer nada, é morrer. Se você tá vivo, tá fazendo alguma coisa. Ele diz, olha existe uma programação mental, não
é possível. Porque é uma coincidência absurda. Todo mundo diz não vou fazer nada, o que que a tua mente decodifica? Não existe possibilidade de não fazer nada se você está vivo. Então esse fazer alguma coisa, que seja uma coisa que acelere a nossa vibração. Que seja alguma coisa que honre as nossas esperanças, pelo menos. Ele vai dizer isso que eu acho muito interessante! Influenciar aqueles que nos rodeiam, só mudando sua polaridade, com paciência e persistência, com estudo e vivência. Ele fala muito dessas coisas. Helena Blavatsky, essa filósofa tão interessante do século XIX. Ela dizia o
seguinte: Uma página de um texto desses, que eu falo para vocês, que é denso, muitos desses livros que temos lido, e muitos outros. Uma página deveria gerar 20 minutos de reflexão. Já imaginaram? Vinte minutos de reflexão por página. Isso é uma senhora leitura. Então ele diz estude, reflita e viva. Porque só assim você pode não só transformar a si próprio, mas ter alguma influência sobre os demais. E não pensem que ter alguma influência sobre os demais é uma opção. É uma obrigação, é um ato de amor. O professor Jorge Angel Livraga que é o fundador
de Nova Acrópole, ele tem uma frase que eu acho muito bonita que ele diz: -Que ninguém possa dizer de você, eu passei por eles, e não me deram nada. Entende? Eu passei por eles, e precisava de tanto, e não me deram nada. Ou seja, algo da nossa natureza deixou de ser realizado aí. Algo daquilo que se esperava de nós como ser humano, deixou de ser realizado. Então só se temos algum conhecimento, que foi vivenciado, que doeu na nossa pele, que doeu na nossa alma, que absorvemos, que transmutamos. Ou que não doeu, mas que refletimos, porque
a dor não é obrigatória. Com a reflexão podemos evitá-la. Mas que isso gerou uma resposta mais adequada à vida, a partir daí, você é um educador. Paidos agogos, condutor de crianças. Que de uma certa maneira todos nós somos, um pouco crianças. Ou Didaskalos, um distribuidor de beleza. Aquele que distribui beleza pela vida. Como é bonito isso! Enfim! Compartilhar, não é uma questão de opção. É uma questão de dever, em se tratando de seres humanos. e compartilha quem tem. Continuando ele vai dizer: - O ritmo pode ser neutralizado pela aplicação da arte da polarização. Ou seja,
você está vibrando aqui entre tristeza e euforia, entre paixão e ódio. Você pode neutralizar e passar para um degrau superior. Os mestres de sabedoria, que ele diz que existem. Eu acredito que houve homens na humanidade, que tiveram uma sabedoria superior à média, porque senão nós teríamos porque estar aqui, falando de Hermes Trimegistos, se achássemos que ele não sabia nada. Ou vamos falar de Lao Tse, se achássemos que ele não sabia nada. Ou seja, esses Mestres, diz que o que eles fizeram, a chamada sabedoria. Olhem que interessante! A chamada sabedoria é só uma inversão do princípio
da polarização. Que é sair do egoísmo para o altruísmo. Sair da multiplicidade para a unidade. Sair dessa obsessão por projetar a nossa bendita personalidade, para passar por uma, por um objetivo claro, de projetar O TODO. Para que você possa, um dia, unir-se ao TODO. Que segundo a tradição hermética é o próprio Deus. Mas é uma coisa louca isso, porque em qualquer lugar, em qualquer plano onde você está agindo , até na maneira como você tá pensando, vocês já devem ter percebido isso. Ás vezes por trás de um pensamento, você diz olha como eu sou bom,
olha isso que eu estou pensando. Se vissem, isso ia dar o maior ibop. Quem sabe não conto para alguém. Não é assim? Qualquer coisa que você tá fazendo, de repente você olha e diz: - Nossa, bonito hein? Outra pessoa não faria desse jeito. E você já tá querendo colocar publicidade em cima. É impressionante a energia que gastamos com isso. E de uma hora para outra, pumba, morremos, e toda a energia empregada para fazer com que esse montinho de matéria orgânica, seja o montinho mais maravilhoso e admirado do mundo, morre junto com esse montinho de matéria
orgânica. Pelo amor de Deus, até Platão, num determinado momento vai ser esquecido. Marco Aurélio! O grande imperador romano, para quem já leu um outro livro, quem sabe no futuro, chamado Meditações. Que é o único livro que existe de Marco Aurélio. Ele começa o livro falando: Você sabe fulano que era grande, sabe fulano que era genial, todos já foram esquecidos. E foram mesmo porque eu não sei quem é nenhum daqueles fulanos. Mas segundo ele tinham sido grandiosos, tinham vivido alguns séculos antes dele. E daqui a pouco esquecemos ele também. A maioria já nem sabe quem é
Marco Aurélio. Ou seja, e foi Marco Aurélio, foi Platão, e a gente vai esquecer, vocês acham que não vão esquecer de nós? Óbvio! Agora a luz que trouxemos ao mundo, não. Essa ecoa, essa repercute como aquela pedrinha lançada num lago, que não para de se expandir. Já falei para vocês, e aliás até escrevi um texto sobre isso. Essas coisas bobinhas mas que marcam a gente. Foi o bendito dia que eu achei um monte de álbuns de fotografia jogados, no contêiner do prédio, e fiquei imaginando, gente, talvez isso tenha sido uma vida de uma pessoa, que
achava que estava abafando mas os descendentes não acharam, que ela abafou. Rsrs... Ou seja, um foco e uma energia fora do comum, para projetar uma personalidade, que não dá para projetar. Agora se você trabalha para O TODO, isso sim se eterniza. Porque isso está projetado naquilo que não morre e portanto essa obra, esse trabalho, essa energia, também não morre. Mas é uma briga terrível, porque praticamente atrás de tudo que fazemos, existe essa projeção de procurar ser maior, o meu nome. Já pararam para pensar o que será realmente. Isso é um procedimento de lógica, chamado redução
ao absurdo. Leva esse raciocínio às últimas instâncias. O que que nós gostaríamos realmente? De sermos os mais poderosos do planeta? Não, é pouco. Sermos os mais poderosos da galáxia? Sermos os mais poderosos do, do Cosmos? Bom, e o poder das estrelas, do sol, eles iam ter que pegar autorização com a gente para fazer tudo ? Essa vida seria no mínimo muito chata, e tensa né? Estressante. Onde nós queremos chegar realmente com as coisas? Ou deixa cada um com aquilo que lhe corresponde e encontramos o nosso papel. Quando é que nós vamos conseguir jogar essa toalha?
Vocês já ouviram falar daquela velha história que se atribui à tradição Zen, mas eu acho que na verdade eles receberam isso de China e e mais para trás talvez. Que é a história do quebrador de pedras. Conhecem? Muito resumidamente, o cidadão era um quebrador de pedras, numa montanha. Com uma sede de projeção pessoal fora do comum. Ainda bem que isso só acontece na tradição chinesa antiga, hoje não existe mais. Estava ele lá, e passou um ministro do império, ele falou: - Olha como esse Ministro é bajulado. Eu queria ser esse Ministro. Sei lá porque cargas
d'água, por um passe de mágica, pumba! Ele virou o ministro. Aí de repente aquele ministro tá ali, todos o bajulando, o pessoal larga a liteira dele no chão, e sai correndo para outro lugar, era o Rei que estava passando, era o Imperador. Aí ele pensou: - Eu queria era ser o Imperador. Pumba virou o Imperador. Aí daqui a pouco eles estavam andando com a liteira dele, toda aquela honra, todo mundo largou tudo no chão, e correu porque o sol estava causticante e as pessoas começaram a se queimar. Aí ele pensou, ahhh eu queria era ser
o sol, sabe. Olha só que poder! Pumba, virou o sol. Aí tava ali, lançando raios, calor, no máximo, é o tal. Aí passou uma baita de uma nuvem enorme, nada que ele projetava chegava no mundo. E ele jogava raios, não passava, uma nuvem enorme! Aí ele disse: - Ahhh não é possível, queria ser essa nuvem. Olha só que poderosa, eu não posso fazer nada, ela não me deixa chegar na terra. Puff, virou a nuvem. Aí ele se sentiu maioral. E lançava raios, e chuva, aquela beleza, aquele espetáculo pirotécnico. Lá pelas tantas, puf, bateu na montanha.
E bateu de novo, e bateu de novo, e começou a se esfarelar e a montanha não saía do lugar. Ah não pera lá, eu quero ser essa montanha, olha só não posso nada com ela. Puf,virou a montanha. Aí sim, Agora eu sou o tal. Respeitem-me pobres mortais, eu sou o tal. Daqui a pouco ele ouve: Paim, paim. O que é isso? Paim, paim, quando ele olha para baixo era o quebrador de pedras, aquele primeiro que ele era. Destruindo a montanha. Percebem ? E aí? Imaginem O TODO olhando tudo, para tudo isso. Ele vai dizer: -
O sol, a nuvem, a estrela, o quebrador de pedra uhhh, meus filhos, umas crianças brincando. Não é isso? Se cada um fizer aquilo que lhe corresponde, pode ser senhor de si mesmo, e, portanto, uma parte consciente de mim. Se não for não é nada. Desde sol, até nuvem, até montanha, até quebrador de pedra, tudo uma coisa só. Uma fantasia. Uma fantasia super inflada que daqui a pouco, vai bater contra alguma coisa, e se desfazer. Então dizem que a maior de todas as inversões de polaridade que um sábio consegue fazer, é sair da sua bendita necessidade
de projeção pessoal. E trabalhar pro TODO. Sair do egoísmo e entrar no altruísmo. Pensem, reflitam só um pouquinho sobre isso. Não é brincadeira. Mas é algo que seria muito digno, termos como meta. Para pelo menos aproximarmos um pouquinho mais. Pelo menos darmos o próximo passo. Bom, não vou entrar em detalhes com vocês sobre a imagem, mas é muito bonito porque é o próprio Hermes, Thoth e Seshat a deusa, sua consorte, cercando o Faraó Seth I, que é o pai de Ramesses II , o grande Faraó Ramesses II. Interessante a figura. Bom mais um dos axiomas.
Nada escapa ao princípio de causa e efeito. Mas existem vários planos de causalidade, e podemos empregar as leis do plano superior, para vencer as leis do plano inferior. Lembrem-se, é o princípio da causalidade que é a mesma lei do Karma na tradição indiana. O que que se diz? Ou o homem se escraviza as leis do mundo, e se isola das leis do plano espiritual. Ou ele atende às leis do plano espiritual, e se isola do condicionamento das leis do mundo. Mas em algum mundo você tem que dizer: Aqui eu sou. Aqui eu pertenço. Aqui eu
obedeço. E lá embaixo eu me individualizo. Se eu não me sinto como parte desse plano das ideias, como parte do plano das leis divinas, lá embaixo eu vou ser massa. Entende? Kant fala sobre isso, com outras palavras, mas é a mesma Ideia. É como se você imaginasse um funil, ou você se abre para baixo, ou se abre para cima. E quando se abre para cima, se individualiza aqui embaixo. Senão é massa aqui embaixo. E totalmente cego lá em cima, totalmente isolado. Então, entendo as leis do plano espiritual. Eu entendo princípios, valores, e me sinto parte
desse mundo. Lá embaixo eu vou ter identidade. Lá embaixo eu não vou ser massa de manobra. Não vou ser um peão do tabuleiro. Não vou ser um joguete na mão das circunstâncias. Lá embaixo eu vou saber quem eu sou, e vou construir a mim mesmo, e vou ser um exemplo de que isso é possível. Então é uma escolha. E o sábio neutraliza a bolinha de bilhar do plano material. Obedecendo as leis de um plano mais elevado. Não é que essas leis deixem de existir, mas já não o atingem. E o fato de não o atingirem,
demonstra, que todos os demais podem fazer o mesmo. Ou seja, se um ser humano, prevaleceu sobre as circunstâncias. Não me diga que você não pode. Você é de que que, pertence a que grupo? Quem é você? Qual é a tua natureza? Humana. Pode. Tá dentro do menu de opções. Você já leu o menu de opções? Não!! Leia. O ser humano pode. Onde você viu isso? Da vida dos sábios. Se um pôde, você também pode. -Eu não sou sábio. Olha, pode ser, pode vir a ser. Tome isso como meta. Pode caminhar para isso. E se caminha
para isso, caminha também para essa virtude. Em graus cada vez maiores. E isso é o grande privilégio da condição humana. Um ser humano. Helena Blavatsky, hoje estou me lembrando muito dela, não sei porque. Ela dizia que uma única gota d'água prova a existência do oceano. E um único ser humano prova a existência de Deus. Vocês não acham isso lindo? Se existe uma gota d'água existe oceano, e se existe um homem, existe Deus. Então a gente percebe esses atributos divinos dentro de nós, por quê? Porque o oceano existe. Já existiu, tá aí, é uma possibilidade. Ainda
que eu seja ainda, só uma gota d'água. Esse aí para quem não conhece são várias imagens e closes que o Hermes grego, Mercúrio Romano deu para um paparazzi que estava passando por lá. Massas são dominadas pelas circunstâncias. Aí vocês lembram que ele falou demais sobre isso, não é? Os sábios recriam-se de todo. Eu acho isso o máximo gente. As massas são determinadas pelas circunstâncias, é o seu horóscopo. É as características do seu pai, da sua mãe, da sua avó, da sua bisavó, é... São as características da cultura, do zodíaco chinês, de tudo. Ou seja, é
um determinante que você só entra ali e só executa. Você só veste a máscara. A máscara tá pronta do lado do seu berço. Você só aperta o play no software vida, e executa, não tem nada de individualidade. É o homem relógio de que falamos num determinado momento. A vida dele já tá toda prevista no marcador, do, dos ponteiros do relógio da vida. Ele só executa esse software pronto. Bom, mas houve homens, que quebraram totalmente essas expectativas, e foram o que eles quiseram ser. Então isso é possível. É impressionante. Vão procurar a vida de pai e
avô de Confúcio, para ver se ele era parecido. Não tinha Confúcio pai, nem Confúcio avô. Ele não era Confúcio Neto. Ele era Confúcio. Ele não foi o que foi porque o pai, ou avô era grande. Ele foi o que foi, porque ele quis ser. O que parece historicamente que não tinha ninguém grande, eram pessoas normais. Grande foi ele. Por quê? Porque quis. Quebrou todas as expectativas, quebrou toda a inércia, e foi. Porque quis. todos os grandes homens na história tem essa possibilidade, numa certa medida. E todos os homens que tomam consciência dessa possibilidade, começam a
se tornar grandes. Me recordo que uma vez assisti a vida de Chopan, um compositor do qual eu gosto muito. Quem não gosta, não é? É o poeta da música. E chegavam para ele e diziam: - Para que que você vai compor? Vai tocar piano, você toca muito bem. Já tem tantos compositores grandiosos na história. Ele disse: - Mas não tem Chopan. Ainda. Ou seja, ele tinha um recado único e irrepetível para dar, e deu. Ou seja, todo aquele que aspira grandeza. Aspirar grandeza não é vaidade. É aspirar poder deixar pegadas no mundo. Poder somar, tanto
pra sua alma, que necessita disso. Quanto pro mundo, que precisa de referenciais. É um ato de amor. Cuidado para não colocar a mediocridade como humildade. Humildade não tem nada a ver com querer ser pequeno. Humildade é aceitar aquilo que somos nesse momento. Dar o valor justo a isso, mas sempre aspirando o próximo passo. Sempre aspirando empurrar as suas trincheiras um pouco mais adiante. A mediocridade é orgulho dos próprios defeitos. Orgulho da própria pequenez. Isso é terrível. Percebam que existe um viés, que o nosso diretor nacional de Nova Acrópole sempre fala que eu acho interessante. Um
viés de diferença entre o orgulho e a vaidade. que você pega sei lá um ator que é muito bonito ou uma atriz, Eu sou bonito. Tá bom, isso é uma vaidade e é uma arrogância tremenda. Mas ele é bonito mesmo. Agora o orgulho às vezes é de defeitos, eu sou desorganizado mesmo, e daí? Ohh tenha dó, esconde. Não fala isso para todo mundo. O orgulho ele é irracional, ele tá mais nas emoções, enquanto a vaidade tá mais na mente. Vaidade em geral se ampara em alguma qualidade. Pode não ser grande coisa, mas é uma qualidade.
O orgulho não. O orgulho é até dos defeitos. Isso é curioso, e nós temos um bom tanto de todos dois. Menos vaidade porque não temos tantas qualidades assim. Mas temos também, alguma. Então... Os sábios são jogadores, e não peões. Usam a causalidade ao invés de serem usados por ela. Ou seja, eles podem gerar causas propositalmente, conscientemente, cujos efeitos sejam beneficiar a humanidade. Podem gerar causas, conscientemente, cujos efeitos sejam atos de Amor. Eles podem manobrar as peças, de maneira a beneficiar aqueles que estão à sua volta. Conscientemente. Ou seja, eles jogam com a causalidade. Não são
jogados por ela. Não são marionetes. Não são bolinhas de bilhar. Eles podem. Eu falei para vocês uma escola sufi usava a beleza como apelo para elevar a consciência das pessoas. Bom, a nossa cultura gera apelos instintivos, para fazer com que se agucem os desejos. Aumente o consumo. Tudo é o uso, mas em um as pessoas estão usando conscientemente, para uma finalidade construtiva. Na outra estão sendo usados pelo seu egoísmo, e manipulando a humanidade, para que também se tornem egoísta. E muitas vezes não tem nem consciência do que estão fazendo. Ou seja, você conhece, pode usar.
Você não conhece, é usado. É um pouco Junguiana isso não é? Ou você conhece tudo que vive dentro de você, e usa. Ou você vira as costas para isso e isso vai te usar. A tua preguiça, a tua debilidade o teu egoísmo, vão te manipular nas sombras. Não tem muita opção. A opção que temos é, sermos mais conscientes. Sermos mais humanos. E acabou. É bom ter poucas opções, porque assim não gera dúvida. Não é isso? Quanto menos, melhor. Aí a nossa querida tábua de Esmeralda. Os sábios servem no plano superior, mas governam no inferior. Exatamente
o que falávamos. E assim fazendo, formam uma parte do princípio. Sem se oporem a este. Então eles são executantes como se fossem ferramentas da lei do universo. A lei se faz, e para isso usa várias ferramentas, uma consciente e outra inconsciente. Então imaginem. Deixa eu tentar explicar isso para vocês. Imaginem que historicamente a civilização que seria berço do ocidente tinha que ser Roma. Por quê? Porque Roma tinha traços da filosofia grega e traços da força, política, de Troia. Hoje a gente já sabe que Troia é uma realidade, é a história. Não podia ser nem Troia,
nem em Atenas, tinha que ser uma civilização que fosse um casamento das duas. Que trouxesse essa, essa, esse essa esse posicionamento perdão firme diante da história, que Roma tinha, e ao mesmo tempo a filosofia grega. Esse casamento se deu, segundo se diz, através da guerra, da guerra de Troia. Precisava ter guerra, não precisava? Como é que a gente faz para desatar essa guerra? Imaginem que a história fosse inteligente. Eu preciso fazer com que Grécia e Troia se abracem e gerem um filho. Não se abraçam por amor, vão se abraçar através da guerra. Então a gente
tem que arrumar um encrenqueiro. Tem algum encrenqueiro para aí? Tinha. Páris Alexandre. Mas imaginem vocês. Um príncipe belo, jovem, as mulheres do mundo estavam a seus pés, porque Troia era um ponto... Era a rainha do mundo. Mas ele queria, quem? Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta. Pelo amor de Deus! Vamos ser encrenqueiros assim, lá na Grécia! A esposa do Rei de Esparta. Não preciso dizer para vocês o que é Esparta. Ele simplesmente comprou briga com o mundo inteiro. Por causa de uma paixão. Mas ele desatou a guerra, que a natureza precisava que acontecesse. Ou
seja, ele foi usado inconscientemente pelos seus defeitos. Suas paixões incontroladas. Agora se é uma pessoa inteligente, consciente, poderia ir lá e conciliar. Fazer uma embaixada, ir a um país, negociar uma união. Faria isso conscientemente com propósito histórico. Por quê? Porque tem sabedoria. Mas se não é, vai ser usado inconscientemente, pelos seus defeitos. Mas de algum jeito vai contribuir pra história. É a folhinha que tá lá solta no ar, o moinho girando, vai atraí-la, ela vai travar, as pás do moinho. Alguém consciente e inteligente que percebesse nisso uma necessidade, podia ir lá e parar o moinho.
Desligá-lo. Travá-lo. Mas se não existe essa pessoa, as pessoas são usadas, às vezes pelos seus defeitos. Como agentes da história. Ninguém quer, ser agente da história, através dos seus defeitos. Se a gente lembra de Páris, lembra do quê? Era um passional. Um tresloucado. Isso não é uma boa maneira de fazer história. Então todos nós gostaríamos de ser protagonistas, inteligentes e conscientes da nossa história. E na medida das nossas possibilidades. da história humana. É o que os sábios fazem. Eles sabem que lá embaixo, a causa e efeito vai acontecer, e que Tróia vai acabar de de
qualquer maneira. Mas eles não vão ser um joguete inconsciente na mão disso. Eles passam por um outro patamar, e tentam fazer com que isso aconteça, da maneira mais humana, e civilizada possível. Ou seja, se houvesse um sábio aí, talvez tivesse tentado evitar essa guerra. E conciliar para que isso acontecesse de uma outra forma. Inteligentemente, humanamente. Entendem? Mas essa causalidade histórica tinha que acontecer. A causa e efeito vão continuar acontecendo, só que eu já não sou mais um joguete na mão dela. Muito pelo contrário, eu começo a interferir nela, para que ela se faça de maneira
mais humana. Então a humanidade vai ter que crescer. Olha, dá para crescer sem tanto sofrimento, sem tanta dor, se tiver pessoas conscientes aí. Negociam as coisas, harmonizam, conciliam. Dá para fazer. Agora se não tiver... Aquela história da nossa avó, se não vai por bem, vai por mal. Não é? Mas de algum jeito vai. Marco Aurélio dizia: Hás de ser direito ou endireitado. Endireitado não deve ser uma coisa muito agradável. Percebo que deve ser um pouco doloroso. E concluindo já né? Hoje nosso capítulo é um pouco curto. A verdadeira transmutação hermética é uma arte mental. O
TODO é mente. O universo é mental. Princípio do Mentalismo. O primeiro, e o mais importante de todos. Ou seja, se todo esse histórico, se todo esse drama, tá acontecendo só dentro da tua tua mente, se você mudar a mente, você muda o mundo. Não é isso? Óbvio. Se tudo isso é mental, se tudo isso nasce nas intenções, nos anseios, nas, nas ambições do homem. Muda isso, e você muda a história. Ela foi construída primeiro na mente de alguém, depois se projetou nesse teatro de sombras nosso. Muda a mente. Começa pela tua. É um ato de
disciplina. Exige uma musculatura, espiritual, muito grande. Exige atenção, concentração, ritmo, perseverança, constância. Exige querer intensamente e alimentar esse querer todos os dias. Exige. Mas disso se trata. Isso é a vida. Nós viemos aqui para isso. Não adianta você tentar mudar o reflexo. Imaginem você, isso seria ridículo, eu tô me achando muito feia no espelho. O que que eu vou fazer? Vou mudar o espelho. Eu acho que não vai resolver. Não muda o reflexo que é o mundo, muda o rosto que tá se refletindo no mundo. E o rosto é mental. Começando pela sua mente para
provar que isso pode ser, verdadeiro, que isso pode ser eficaz. Tente imprimir uma disciplina mental, e mudar um pequeno detalhe, da maneira como você reage ao mundo. E você vai perceber que isso é possível. Porque nós precisamos convencer a nós mesmos de que isso é possível. E se convencemos, ninguém nos segura mais. Porque aí é só uma questão de implantar cada vez mais o hábito. Contei para vocês há muito tempo atrás, um dos meus exemplos bobíssimos, mas que foi uma experiência engraçada para mim, eu tinha acabado de entrar em Nova Acrópole. Não vou dizer para
vocês quantos anos faz isso, porque é muito deselegante né? No caso feminino, mas faz uma um bom bocado de anos. E o meu professor de Filosofia que é nosso diretor nacional em Brasil. Ele dizia: - Olha o nosso gosto pode ser totalmente mudado. E podemos aprender a gostar daquelas coisas que são boas para nós e para humanidade. As coisas que são boas, belas, e justas. Podemos construir o nosso gosto. Aí eu falei : - Será? Vou testar. Se dá para fazer isso, vou começar com o gosto mais grosseiro, que é o paladar. Aí eu fiz
um teste, que alguns de vocês vão me condenar, mas que foi válido como experiência. detalhes é, do, do do gosto que eu mudei, são secundários. Mas o fato é que eu não suportava nenhum refrigerante dietético. Mas eu sentia pelo cheiro. Botava eu achava ele no meio de um monte copos. O cheiro era diferente, era uma sensibilidade aquilo. Eu falei: - Vou aprender a gostar desse negócio. Será que é verdade? Vou aprender. Aí todo dia tomava uma golada daquilo. Coca diet, Coca Zero. Sei lá. Um dia, dois dias, eu me programei para um mês, não chegou
nem a 15 dias, eu já não percebia mais a diferença. Não sentia mais diferença nenhuma. Eu falei: Opa. O gosto, o paladar é um negócio muito grosseiro. Se eu consigo mudar isso que é mais denso, imagina o que é mais sutil. E quantas vezes eu perdi oportunidades de coisas boas, Não gosto. Bom então era um capricho, eu podia ter mudado, não tem nada de intrínseco, eu não sou isso. Se eu percebo como nobre, justo, bom, eu posso mudar. Isso foi sensacional. Nunca a Coca-Cola diet teve oportunidade de ser tão útil para um ser humano. Som
de risadas... Porque você muda a percepção que você tem do cheiro das coisas, do gosto das coisas, Como é que não pode mudar a percepção emocional e mental ? Pode, e se pode muda para melhor. Se você não mudar para melhor, a cultura vai te arrastar para pior. Porque parados, não ficamos. Mais uma vez o professor Jorge Angel Livraga dizia: No mundo onde tudo se move, quem não avança, retrocede. Se você não foca e avança, vai ser arrastado para trás, mas vai mudar. Nós não ficamos parados. Nada fica parado. É um mundo onde tudo se
move, como dizia Heráclito. Tudo flui. Que nós escolhamos conscientemente para onde queremos fluir. E façamos pequenos exercícios, para provar para nós mesmos, que isso é possível. Não tô mandando ninguém beber coca-cola diet. Mas algum exercício, façam. Para provar a si próprios que é possível mudar, e para melhor. E comprometam-se com isso. Bom então encerramos assim, Ufa! 15 capítulos de Caibalion. Todos vivos, ou pelo menos parece. E eu espero que isso realmente tenha sido útil para vocês, e que possam compartilhar. Não esqueçam, semana que vem estaremos aqui e vamos começar com uma outra aventura dificílima, que
é... Não, não estou exagerando, é difícil mesmo, que é o Tao Te Chiing. E vamos sem ambições, sem vaidades loucas, tentar ver o que que dá pra gente compreender disso. tá certo? [Música] [Música]