assim como religiões e sistemas metafísicos Nietzsche reconhece que o sofrimento é inerente à existência humana as tradições religiosas interpretam a dor como consequência do Karma ou dos pecados oferecendo formas de superação por meio da Redenção ou práticas espirituais para niet o sofrimento é inevitável mas sua preocupação recai sobre como enfrentá-lo e transformá-lo enquanto religiões prometem conforto através da ideia de vida após a morte ou propósitos transcendentes suas explicações frequentemente remetem a uma Vontade Divina proporcionando consolo diante da dor ele no entanto critica essas abordagens argumentando que são ilusões que afastam o indivíduo da realidade para
ele a dor não deve ser negada nem justificada com conceitos metafísicos sua crítica a religião e a metafísica investiga porque as pessoas acreditam em um mundo oculto além do que percebem Nietzsche se pergunta por que a mente humana se inclina a conceber uma realidade mais profunda do que aquela acessível aos sentidos em suas notas póstumas ele aponta que essa busca por verdades ocultas frequentemente surge como fuga da vida real as crenças fornecem sentido e conforto diante de dificuldades inexplicáveis ou inaceitáveis ele sugere que é o sofrimento que leva a Tais convicções um desejo profundo de
que outro mundo exista imaginar uma realidade superior reflete em Essência uma rejeição ao mundo terreno marcado por Dores em o nascimento da tragédia Nietzsche examina a questão do sofrimento e como é possível valorizar a existência Apesar dele os gregos segundo ele reconhe Os horrores da vida o mito do Rei Midas ilustra isso ao questionar o sábio cileno sobre o melhor destino para o homem recebe a resposta de que seria melhor nunca ter nascido e em segundo lugar morrer o quanto antes diante dessa realidade sombria os gregos buscaram alívio na beleza dos mitos e Deuses olímpicos
para niet a tragédia grega especialmente em sófocles e eurípides representa uma poderosa resposta ao sofrimento humano mais que um gênero dramático é uma arte que confronta a dor transformando-a em experiência estética e catártica a fusão entre o apolínio e o dionisíaco na tragédia demonstra como a arte ressignifica o sofrimento independentemente da cultura ou do contexto a morte é uma certeza Implacável que assombra a existência O Confronto com essa finitude gera um dilema profundo como encarar o fim inevitável da vida enquanto se é movido pelo desejo de viver expandir o eu e perseguir ambições que inevitavelmente
colidem com essa verdade Nietzsche investigou como as culturas lidam com esse terror fundamental criando ilusões que suavizam a brutalidade da realidade ele argumentava que para fugir desse medo as sociedades constroem sistemas de crenças que embelezam ou ocultam As Verdades incômodas da existência o filósofo cunhou o termo fazedores de véus para criticar teólogos e metafísicos que segundo ele fabricaram essas ilusões para nit a fusão do idealismo Platônico com a moral judaico-cristã deu origem a uma religião que incorporou formas abstratas e imutáveis dentro de uma estrutura moral providencial ele descrevia o cristianismo como platonismo para o povo
ou seja a adaptação dos ideais filosóficos de Platão para um público Mais amplo através da fé religiosa esse sistema moral se tornou segundo ele a mais extravagante variação sobre a ética já Concebida transformando-se em uma doutrina que rejeitava a vida como ela é negando a sensualidade e a beleza do mundo material para niet a religião era uma manifestação disfarçada da vontade de aniquilar a própria existência escondida sob valores morais e promessas de uma outra vida ele via a cultura ocidental de seu tempo mergulhada em uma uma crise Profunda o véu ilusório do cristianismo havia sido
Despedaçado sem possibilidade de restauração em outras palavras o mundo moderno havia progressivamente abandonado a crença no Deus providencial da Bíblia que antes mascarava a frieza e a indiferença do universo quando Nietzsche proclamou Deus está morto não falava de um evento literal mas do colapso das crenças tradicionais Ele usou a expressão vazio de seu sangue sob nossas vacas para ilustrar como as doutrinas religiosas foram dilaceradas a ponto de perderem sua força de consolo o resultado foi um despertar brutal a consciência de que o universo é indiferente ao sofrimento humano e que a luta pela vida não
passa de um ciclo incessante onde a morte Apenas abre caminho para novas formas de existência o choque com a natureza muitas vezes brutal da existência humana gerou um sentimento de nilismo para o nilismo é a percepção de que a vida carece de sentido ou propósito inerente e que os valores e crenças outrora guias da humanidade perderam sua validade isso desencadeia uma Crise existencial onde o indivíduo sem referências se vê diante do vazio e da aparente futilidade de seus anseios no entanto o verdadeiro desafio para niet era transcender esse nilismo ele não se limitou a diagnosticar
o problema mas buscou uma resposta para a questão essencial como afirmar e celebrar a vida apesar do sofrimento e da falta de sentido nietzche argumentava que ao invés de nos apegarmos a ilusões sobre uma verdade absoluta ou um mundo perfeito deveríamos aceitar que nossa visão do real é sempre moldada por nossa perspectiva ou seja deveríamos abraçar a vida em toda a sua complexidade e dor ele incentivava os indivíduos a se tornar AF irmes da existência descobrindo valor e significado sem se refugiar em crenças ou doutrinas que negam a realidade no Ano Novo após superar uma
de suas severas crises de saúde escreveu ainda estou vivo ainda estou pensando e qual foi o primeiro pensamento que tocou meu coração neste ano qual pensamento será para mim a razão a garantia e a doçura da Vida de agora em diante quero aprender cada vez mais a no necessário então serei um daqueles que tornam as coisas belas nietz poderia ser visto como um Pensador religioso e não meramente secular por sua abordagem do sofrimento e da busca por sentido Ele desenvolveu uma visão que pode ser interpretada como uma espécie de religião pessoal onde a superação da
dor e a criação de novos valores são centrais de fato sua obra assim falou zaratustra é uma profunda busca espiritual que reinventa o sentido da existência diante do sofrimento conferindo-lhe um tom quase religioso no prólogo dessa obra nietz nos apresenta zaratustra um profeta de 30 anos que descendo da montanha compartilha suas ideias na praça do mercado ele proclama que o homem é uma passagem significando que a humanidade deve transcender sua condição atual zarathustra encoraja as pessoas a aspirarem a outra margem e se tornarem o Superhomem uma figura ideal que ultrapassa os limites convencionais em outras
palavras a criatividade e a capacidade de gerar algo grandioso surgem da superação do sofrimento e da angústia para zaratustra o caos interior é indispensável para criar algo autêntico e sublime ele teme a chegada do último homem uma figura que representa a decadência da humanidade em vez de gerar uma estrela dançante esses homens preferem NSE a uma existência banal sem grandes questionamentos sobre a vida dissolvendo-se no rebanho e se apegando a pequenos Prazeres diários convencidos de terem descoberto a felicidade quando zaratustra conclui seu primeiro sermão a multidão incapaz de compreender a profundidade de suas palavras o
interrompe gritando dá-nos o último homem zaratustra e te retribuiremos com o presente do Superhomem diante dessa incompreensão Ele se entristece e percebe eles não me entendem eu não sou a voz de seus pensamentos com isso nota que o mundo ainda não está pronto para absorver suas ideias radicais sobre afirmação da vida e superação pessoal décadas depois zarathustra retorna da montanha inquieto com o destino de sua mensagem agora ele ensina que acreditar em um mundo por trás do mundo ou em um Deus é um equívoco para ele tudo na vida é flux e Devir O que
significa que a realidade está em constante transformação ele insiste que a redenção só é possível ao abraçar a criatividade inseparável do sofrimento para zarathustra aceitar a impermanência é essencial ele rejeita a noção de uma Justiça Universal ou um direito igual à felicidade argumentando que essa moral alimenta o Espírito de Vingança a vida por natureza é injusta e só pode ser amada em sua totalidade com todas as suas falhas e contradições zarathustra defende que a existência é impulsionada pela vontade de poder uma força que se recria incessantemente a verdadeira criatividade nasce da destruição de velhos sistemas
e da aceitação de mudanças radicais certo dia zarathustra é tomado por uma profunda angústia acompanhada de uma visão perturbadora enquanto caminha percebe um anão sobre seus ombros uma entidade que simboliza seu maior adversário ele discute com essa presença sombria até que de súbito confessa ao anão que teve um pensamento abominável o mesmo que nietz revelaria pela primeira vez em agia ciência esse pensamento é o do Eterno Retorno tudo o que já aconteceu voltará a acontecer repetindo-se infinitamente para zaratustra essa ideia é aterrorizante pois implica não apenas a repetição dos momentos felizes mas mas também das
Dores e misérias da vida no entanto ele começa a perceber que somente ao aceitar plenamente essa ideia pode realmente afirmar a existência no segundo livro zarathustra desenvolve o conceito de que a vontade é o que liberta o indivíduo mas também reconhece uma contradição fundamental a vontade não pode querer para trás ela deseja apenas o futuro Mas jamais poderá mudar o passado essa limitação é a raiz do ressentimento e do desejo de vingança para zaratustra a vingança não passa de um veneno da Alma um sintoma da incapacidade de aceitar o tempo assim ele sugere que a
verdadeira Redenção não está em anular o passado mas em transformá-lo dentro de si recriando o presente como ele realmente é em outras palavras para zaratustra a redenção envolve abraçar o passado em sua totalidade incluindo seus momentos Dolorosos e lamentáveis como se fossem exatamente o que ele desejasse trata-se de uma afirmação radical da vida que vai além de simplesmente reconciliar-se com os acontecimentos passados e transforma esses momentos em algo totalmente aceito e valorizado no final do terceiro livro zarathustra chega a um ponto de virada importante após passar por diversas fases de desespero ele se vê diante
de uma questão crucial posso realmente amar a vida e aceitar a ideia de ET nar-se em Um Ciclo Sem Fim essa dúvida O leva a confrontar uma realidade complexa a vida não é feita apenas de momentos grandiosos Mas também de mediocridade ele deve decidir se consegue acolher tudo que constitui a existência incluindo o que considera negativo isso significa não só aceitar os momentos de beleza e sucesso mas também os aspectos repulsivos como o religioso o Moral e até o último homem ustra Então se vê diante da necessidade de reconciliar sua visão de Grandeza com a
inevitável presença da mediocridade essa aceitação é crucial pois o Eterno Retorno exige que ele abrace tudo o que foi o que é e o que será sem exceções só quando zaratustra aceita e afirma a morte ele pode realmente abraçar a vida em sua totalidade a doutrina do Eterno Retorno de niet com sua complexidade Exige uma reflexão quando tentamos entender o significado dessa ideia nos dias de hoje a principal questão que devemos nos fazer é o que realmente implica afirmar que cada evento será repetido infinitamente para captar a profundidade do Eterno Retorno é fundamental explorar as
diferentes formas de interpretação dessa doutrina algumas correntes defendem que niet a tratou de maneira literal com seus cadernos sugerindo que ele tentou validar esse conceito sob essa perspectiva O Eterno Retorno se fundamenta numa visão do mundo onde as forças são finitas e o tempo é infinito o que implica que todas as transformações possíveis devem inevitavelmente se repetir em outras palavras se o tempo não tem fim e as forças são limitadas cada evento se repetirá eternamente no entanto é essencial também considerar que niet pode ter utilizado o Eterno Retorno como uma ferramenta filosófica em vez de
uma declaração literal sobre o universo para ele essa ideia não é apenas cósmica mas um teste à nossa capacidade de afirmar a vida o verdadeiro desafio dessa doutrina É nos questionarmos sobre Nossa habilidade de abraçar a vida em sua totalidade incluindo os momentos mais Dolorosos e injustos em outras palavras o Eterno Retorno nos convida a viver cada instante como se quiséssemos que ele Se repetisse para sempre há uma passagem importante no final do capítulo por que sou tão inteligente onde ele apresenta sua fórmula para a grandeza nos homens amor Fati isso significa não desejar nada
diferente nem para o passado nem para o futuro nem por toda a eternidade não apenas suportar o que é necessário mas amá-lo a filosofia de nietz defende uma aceitação Absolut luta do destino até em seus aspectos mais Dolorosos ele propõe uma postura que exige dizer sim a tudo o que surge no caminho inclusive aos eventos mais cruéis no entanto essa ideia embora inspiradora contém uma dimensão elitista que não pode ser ignorada é fácil adotar essa visão quando se vive em um ambiente protegido longe das durezas da vida para esses indivíduos afirmar os momentos de felicidade
com o sofrimento Pode parecer uma atitude Nobre e corajosa porém essa abordagem se torna problemática quando aplicada de forma Universal sem considerar as Profundas desigualdades nas experiências humanas a afirmação Incondicional da vida apesar de sua força Exige uma sensibilidade que nos permita reconhecer que nem todos podem aceitar o destino com a mesma intensidade ou resiliência É nesse ponto que o Eterno Retorno conforme se revela em toda sua profundidade e poder e para terminar esse vídeo concluo com a frase de Gordon alport nunca se esqueça que viver é sofrer mas sobreviver é encontrar sentido para o
sofrimento