[Música] esse episódio é uma continuação de um episódio que já gravamos é aquela coisa quando papo é bom rende demais a primeira parte do episódio tá no link aqui na descrição te convido a ouvir ele primeiro mas se você já ouviu Bora lá bom dia Bom dia André Alves Bom dia Marcela cib tô super feliz de estar aqui muito honrado já te falei isso várias vezes acho bom dia óbvias assim pura potência muita força e um lugar de muita força e hoje também é meu ex campeonato né sexta vez sexta vez sexta vez eu acho
mas a gente depois faz as contas eu não sei nem se pede música vou pedir um sofá e o episódio de hoje é na cama com André né para um psicanalista vai ser difícil mas eu tô pronto tá bom vamos fazer um mini divanzinho combinado Obrigada amigo por est aqui você é um gostoso um gênio é uma loucura né obrig obrigado pela generosidade P conv loucura são conversas Profundas são noites intensas que já tivemos memes dias e gargalhadas mes mas começando a conversa porque tem que começar é muito fácil reconhecer quando eu tô apaixonada é
eufórico não posso ficar muito tempo apaixonada porque me atrapalha nas outras coisas da vid Uhum é para mim é tipo uma gripe mesmo assim me atrapalha uma vez eu falei isso pra Natália TIM irmã falei nossa tão apaixonada me atrapalhando tanto E ela morreu de rir e deve ter feito um laudo depois mas tem um livro saindo aí tem um livro saindo aí mas é verdade assim eu consigo fácil entender porque o outro me me invade me c e na mente tem um tem algo muito é muito intenso febril né febril febril enquanto o amor
mais de uma vez eu estive em meio a relações que eu falava mas eu amo Que que será que eu amo mesmo e é isso é o que nos escapa uhum porque como eu amo não é como você ama e ninguém nos ensinou o que que é sintoma de amor eu sei é sintoma de empatia compaixão companheirismo mas tudo isso convive com uma parte tão difícil também claro até porque o amor não é a nossa única paixão fundamental né se a gente vai de um jeito assim bem clássico básico né é ódio e e a
gente aprende a odiar antes da gente aprender a amar né Por quê Me dá a da mamadeira é um pouco por aí é antes né me dá a do peito verdade o leite a do peito enfim D cadeias associativas aí e para quem dividiu mentira não vou fazer ah pois é né é Não era nunca foi só meu hum nossa aí isso é título de livro hein Marcela nunca foi só meu nunca foi só meu Ah obrigado tô louca para um título do meu segundo livro Quem sabe você não acabou de identificar Crepúsculo de uma
mulher Crepúsculo de uma mulher cheia de tesão Olha só no anoitecer enfim mas é uma paixão fundamental muito importante o ódio né por isso que de novo não dá pra gente tirar a agressividade das relações dá pra gente tentar medir e a gente vai ter que negociar né porque sem negociar a gente não pode conver em sociedade né É se a gente não consegue conter minimamente a nossa agressividade e usar muito da palavra para não virar violência agora é amor é ódio e é indiferença ignorância né a gente também tem prazer ou também sente um
monte de outras coisas quando a gente passa passa reto né e eu acho que na transição da Paixão pro amor Uhum é assim como eu te disse que o outro passa a ocupar muito em mim eu acho que sempre existe um luto nesses Meus outros mas vou falar em primeira pessoa de quando se percebe que você já não ocupa tanto mas é necessário deixar de ocupar tanto porque quando você amadurece o amor você não pode cobrar não mas você deu mais atenção pros seus amigos você tá muito focado no trabalho não é uma briga constante
ai Marcela é muito bom isso que você tá falando porque olha como as partes infantis da gente estão presentes né o tempo todo porque vamos lá parentese Zinho que que é a gente tanto fala de narcisismo né a gente já fez um um programa uma vez sobre narcisismo que eu eu adoro Aquela nossa conversa mas que que é uma das coisas mais difíceis da nossa vida quando a gente entende que a gente não é o centro das atenções dos nossos cuidadores com sorte né uma criação que funcionou minimamente que ou se você não teve um
irmão gêmeo Mas a gente pode continuar a gente toma uma rasteira né Essa é a queda narcísica que a gente entende que Putz A mamãe gosta de trabalhar e agora ou aí uma psicanálise bem edipiana e tal que é ela gosta mais do papai ou ela gosta mais da outra mamãe ou ela enfim a verdade entre nós é que a gente nunca se recupera totalmente dessa ideia né mas a gente entende Que bom dá para conviver com isso E aí eu vou partir eu não vou ser o centro das atenções mas eu vou tentar buscar
características diferentes pelo mundo então eu tô muitas vezes procurando nesses amores românticos que eu seja absoluta é isso que o amor e principalmente a paixão nos promete Essa é a febre a anasi fala muito bem disso né de como a paixão é a loucura e é uma loucura que muitas vezes tá colocada nesse lugar de assim não sou eu eu sou o centro das atenções eu sou o centro da vida dessa pessoa sem mim ela não é nada porque a gente quer um lugar de honra na mente na vida dos outros a gente quer que
a nossa dor importe que a nossa experiência importe pro outro e a gente pode muito post de tiktok dizendo que a gente não precisa de ninguém a gente precisa desse lugar a gente precisa dessa construção mesmo que ela seja radicalmente inconsciente tá enterrada embaixo do tapete do recalque e o amor nos entrega isso né a promessa por muito pouco tempo por muito pouco tempo é muito rápido você não sabe naquele domingo de manhã naquela festa de repente não sou mais eu você sabe que você me lembrou de uma briga que eu tive com um namorado
que tinha um não lembro se era um aniversário mas alguma dessas ocasiões importantes e eu acho que eu acabei chamando ele de última hora e ele não quis ir porque falou que eu não tinha feito questão que ele fosse porque se eu tivesse feito questão que ele estivesse lá eu teria me programado para chamar ele não sabe que meu asdente é em peixes né ela e eu fiquei tentando convencer ele não eu fazia questão eu fazia questão é que eu tô meio distraída não eu faço questão faz questão aí um dado momento passou a festa
e eu lembro de falar para ele quando eu não fizer questão eu vou te falar hum eu não vou jogar jogos uhum se quando eu não faço questão eu falo e aí teve um casamento e eu falei olha não precisa eu não faço questão Uhum mas não jo maneira agressiva como é que ele reagiu a esse ponto eu lembro dele ficar mais branco do que ele já era é mesmo pálido mas eu tô aqui para causar traumas né and mentira eu sou muito boa amando Generosa né você abriu dizendo isso você é uma pessoa generosa
mas vou fazer um pouco de psicanálise selvagem nessa situação aí porque eu não consigo resistir que termo fascinante esse que você usou né fazer questão Ele usou primeiro né É E aí dá pra gente pensar que o que ele queria era exatamente fazer questão vamos transformar isso numa questão vamos transformar isso no centro do problema o que me coloca numa posição de protagonismo E aí nesse momento não é mais sobre seu aniversário sobre a questão já tá atendendo casal aos poucos muito bom e é é um pouco essa arapuca relacional que às vezes a gente
se mete né nossa na clínica de casais é isso né assim quebra pau fez isso fez aquilo agora vamos lá sobre o que que isso realmente é a minha analista faz uma ela tem uma intervenção que eu uso bastante também que é muito boa que é assim Ok vou te fazer uma pergunta óbvia mas agora a gente vai pra resposta não óbvia quer ir no aniversário ou que que tá muito difícil de pensar que você vai ter que enfrentar nesse aniversário ou como é que você se sente vendo que ela é o centro das das
atenções ela é a questão e você não está em questão difícil né vamos juntos mulher que às vezes ocupa palcos é aí aí a gente convoca todo o resto né porque a gente não tá vivendo numa bolha não é cela Harris que fala você acha que você caiu de uma de Um Coqueiro Claro tem diversas roteiros expectativas lugares pode não pode deve não deve e da onde viemos né se você tou Eva e Luz Eu sou completamente apaixonada por ela como você sei bem e ela fala que o grande jogo de controle masculino perante as
mulheres é um tanto do não ligar um pouco de desprezo emocional eu não vou me abrir e essa é uma nova maneira de se controlar só que aí quando a mulher não liga tanto eu não sei nem o que que cai por terra eles imploram pela mamadeira Então você sabe que esse é é um pedaço do trabalho dela que eu acho bem curioso eu penso bastante Nisso porque você sabe eu estudo bastante masculinidades né tipo é um assunto que me interessa principalmente porque sendo bastante polêmico agora mas eu eu ando muito interessado na solidão e
no silêncio dos homens acho que esse é um assunto bem difícil mas é é muito empobrecida mesmo a gramática relacional de muitos homens e não sou só eu que tô falando isso tem muita gente estudando isso tem muita gente escutando isso nas clínicas também falando sobre isso em pesquisas né documentário livro tem muita coisa produzida a respeito de como é pouco desenvolvido em muitos homens a capacidade de falar de si Então esse essa desafetação né essa esse desligamento meio instintivo que chega antes né É também um jeito de não ter que falar de si porque
lembra libido sem nome é o quê angústia então tô sentindo alguma coisa não sei como nomear esse negócio e acho que se eu falar sobre isso eu vou demonstrar fraqueza O que é uma coisa que um homem não pode fazer que isso a masculinidade é curiosa né Ela é construída inteira em cima da negatividade não faz isso não usa essa roupa não fala desse jeito não vai nesse tipo de lugar não fica com esse tipo de mulher não não não não fica com homem bom aí é porque eu só consigo pensar que de tudo que
você tá falando se são dois homens se relacionando solidão gay agora começa o episódio TR a gente precisa falar sobre isso eu acho eu acho que a gente precisa falar muito sobre isso acho que tem muito a falar sobre isso porque é um assunto crônico acho né tá doendo em muitos homens eu eu brinco que eu tenho a clínica da Solidão gay né assim eu escuto muitos homens gays supervisão intervisão grupo de seminários clínicos enfim bastante coisa o Lucas e a gente fala bastante sobre esse assunto também mas não é porque é gay que sabe
necessariamente falar de si uhum não é porque é gay que tá disposto a abrir mão de um lugar que lhe foi dado como homem mas ao mesmo tempo não é porque é gay ou melhor não é porque é homem que deixa de ser Oprimido em vários lugares mas acho que pensando na na solidão gay de uma forma geral tem alguns dos fatores que a gente foi elencando ao longo da nossa conversa que eu penso serem razões muito Anes para isso Ou fatores muito importantes né um é essa posição do homem e o silêncio como uma
uma condição fundante fala sobre todos os assuntos menos sobre o que tá sentindo um eu gosto de numerar né dois eh a fixação na imagem né Principalmente a imagem do corpo a imagem no sentido um pouco mais um pouco menos literal né Não só na foto muitos estão fixados nisso mas é também no no que deve ser no que pode ser Porque tem uma estratégia compensatória que é muito difícil de se livrar né sabe sou gay portanto tenho que ser muito masculino sou gay portanto tenho que ser rico muito bem-sucedido muito bonito enfim né Eh
essa né A masculinidade hegemônica ela tá dentro de todos nós né três eh acho que tem um vou só até o quatro hein ou muito sexual a aí tem isso né o sexo como o qu né É eu falei batata Pringles vai e ou a gente fo cortado o episódio Ou eu vou ter que explicar eu tô aqui que que você acha que eu deveria fazer você comanda o espetáculo a gente estava com um colega que estava no grinder e ele veio com uma imagem impactante Uhum que era um falo é pênis né um pau
um pau ao lado de uma embalagem de batata Pringles isso não é publ e é óbvio que a enfim rimos né ficamos impressionados também claro a veros semelhança era realmente muito impressionante isso é meu trabalho impressionante né mas eu fiquei pensando isso vem antes de tudo né hum aí vamos lá por que que é tão absurda a ideia da gente voltar para uma mentalidade vitoriana século XIX de que o nosso desejo tem que est totalmente alinhado Às nossas posições políticas Nossa mas é que agora tá um pouco menos na moda mas assim quantos conteúdos online
sobre o problema de homens gays que são falocêntrica heteronormativos e que são é um problema a gente vai ter que conversar bastante sobre isso mas a gente não vai conseguir isso dizendo não pode fazer né porque tá entre tá dentro de todos nós porque aí acho que um dos melhores livros que eu li esse ano eu tenho certeza que se você já não leu vai amar que é o só sexo e alguma vez é só sexo do daren Leader um psicanalista britânico muito interessante eu vi a entrevista de vocês Ah Que ótimo e eu quero
ler assim que eu terminar de fazer o livro coisinha que eu tô fazendo é um negocinho fácil né Eh o daren fala disso de um jeito muito interessante para mim é a parte mais fascinante do livro que é o papel que os roteiros sexuais exercem na nossa sexualidade na nossa capacidade relacional inclusive em pessoas LGBT que é bom me foi dito me foi ensinado que sex é isso gostoso é desse tamanho tesão é dessa forma e muitas vezes assim isso eu escuto muito assim mas eu não queria gostar disso tá aí tá exatamente aí vamos
lá a negatividade o medo todas essas outras coisas elas estão envolvidas no nosso desejo e aí a gente vai pro quarto ponto que é o paradoxo do orgulho o orgulho é muito importante num projeto de cidadania que nos foi prometido principalmente depois da epidemia da aides uhum eh pra população LGBT como um todo a gente tem uma ideia de que não agora vai ter uma Integração Social um ela não aconteceu vamos lembrar Brasil pessoas LGBT a gente não tá nem no senso demográfico a gente não faz parte do senso demográfico uau tem P nade mas
assim a gente não tá no ibg bonitinho não estamos então nos nos é dada até hoje uma Cidadania de segunda classe ainda mais no país que é o país que mais mata lgbts no planeta eu nunca vou cansar de repetir esse dado há um abandono então cultural estatal Enfim uma série de coisas Nesse contexto o orgulho ele fica muito limitado mas não só num campo psicossocial também num campo subjetivo ou intras subjetivo né Não só Inter mas intras subjetivo porque não dá para ser só um gay feliz um gay bonito um gay sexy um gay
bem-sucedido um gay Sei lá o qu um gay padrão né ou mesmo um gay muito desconstruído um gay muito lacração um gay muito militante não é não cabe a subjetividade em nenhum desses arquétipos né precisa dar conta de todos os afetos negativos porque E aí não tô falando só de homens gays nem de só de pessoas LGBT Mas de todos nós que é o nosso Desejo também tá o tempo inteiro às voltas com as pavor essa vontade de devorar alguma coisa que eu tenho repulsa mas eu não consigo deixar de querer e aí voltando na
anedota que você trouxe né assim nossa que ridículo o pacote Pringles de repente a pessoa tá lá assim ai mas eu não resisti quantas amigas chegam e contam histórias assim que assim nossa tô saindo com babaca noss T saindo com uma mina nada a ver é tem tudo a ver né porque aparentemente não teria nada a ver mas você tá muito interessada no que você não tinha visto exatamente exato nunca vi antes tô afim quero me excita né me instiga vamos lembrar gente pulsão pulsão de curiosidade e você falando sobre gay feliz e toda essa
lista eu lembrei de um trecho da casa dos sonhos da Carmen Maria Machado sei você leu não li mas sei muito bom grande né e ess sobre uma relação abusiva entre duas mulheres e um dado momento ela reflete sobre isso que invisibilizar as relações abusivas entre mulheres também porque há uma necessidade de santificar para que seja reconhecida uhum porque muitas vezes as mulheres lésbicas são invisibilizadas invisibilidad quase é é violento né É histórico né quantidade de amigas minhas que chegam os homens já queria Endo se colocar no meio e perguntas absurdas Então ela fala tornaram
grande sempre grandes histórias de amor sem chance de falha de violência de abuso porque se não for romântico fica ainda pior perfeito só que aí qual é o nível da Solidão uhum da mulher que está numa relação tóxica com outra mulher Porque hoje a mulher heterossexual fala eu tive uma relação tóxica com homem acreditamos estamos repetindo quanto os homens podem ser tóxicos mas uma mulher lésbica ou big se relacionou com uma mulher que seja fala eu tive uma relação tóxica com uma mulher vão questionar talvez uhum uhum mas já ouviu o lado da outra é
bom porque aí já entra um monte de coisa junta né gostou mais uma aba inviabilizar também né o relato de uma mulher né is algo que a cultura gosta bastante de fazer adora botar em dúvida né Você tem certeza mas você não fez nada é o que que você fez né é muito verossímil isso que você tá falando no sentido de que tem muito afeto negativo tem tem dor né Tem sofrimento Tem coisas que são difíceis de atravessar e que onde é que fala sobre essas coisas né tem isso é dado né dado de pesquisa
desse ano inclusive de que por exemplo pessoas trans identidades ou pessoas que se se identificam como trans ou mesmo pessoas que se identificam como bissexuais sofrem Às vezes o dobro de ansiedade o dobro de solidão que pessoas se gênero por exemplo ou que pessoas omam o hétero né então é não tá igualmente distribuído nada disso né Não não é simples a gente lidar com tudo isso então o Claro o paradoxo do orgulho é porque paradoxo é diferente de dilema né dilema a gente resolve paradoxo a gente navega a gente suporta mas a gente está sempre
de um lado ou de outro né quero surpresa ou quero quentinho do conhecido né quero paixão louca tal não sei o qu não quero construir uma coisa né enfim essa asa acabou de entrar no meu livro é mesmo não sim agora que você falou ao vivo parabéns agora ao vivo ela já tá na minha cabeça e vai aparecer mas é é seja bem-vindo às páginas Ah tô feliz tô honrada não Óbvio que eu se entrar mas faz todo sentido é paradoxal né claro e a gente tem que poder falar sobre essas coisas por isso que
não dá pra gente saturar tudo nas belas luzes do arco-íris do orgulho porque não é só orgulho muito pelo contrário tem uma hoje assim bom eu saio desse cancelado Com certeza né mas tud sorte que é Eu Tenho pensado muito numa ideia que é assim muitos homens gays tão implicados em coisas que as mulheres por exemplo levaram 2000 anos para conseguir desmontar vamos lá são pelo menos quatro ondas do feminismo né questionando o lugar de objetificação a hipersexualização a ditadura da beleza e do bem-estar e do Wellness e de uma série de bom vamos falar
de quantos homens gays estão implicados numa ideia de São é dismorfia corporal ela só é chamada de outro jeito ela só é colocada de outra forma mas tem muitos homens que estão implicados nessa história aí vamos ver os comentários mas ele é um homem padrão ele não pode falar disso não mas vamos lá exatamente disso que a gente tá falando não tô me colocando fora da esfera muito pelo contrário né não vivo numa bolha eu vivo dentro dessa Cultura como é que a gente vai falar disso como é que a gente vai ter essas conversas
difíceis enfim não tô trazendo nada leve hoje né Não mas é exatamente isso porque no frila do superg cobra-se uma coerência que é desumana o ser humano é incoerente então eu acho quando a gente tenta reduzir tudo a gente só vai ficar apontando o erro dos outros e a gente não vai dar chance tive esse debate esse final de semana Hum que eu tava num grupo de amigos e aí falaram Ah acho que eu não tava prestando atenção mas eu fui chamada tava tava divagando Como você sabe o que eu faço como que foi que
você falou vez você descreveu isso que eu faço que eu dou os apagones né sim é é é era como é que era era snacks de dissociação isso de repente aí me chamam de volta mas né Marcela dá para esperar mais de homem e eu num reflexo eu falei dá Olha só muito bom dá porque se a gente entrar nessa desesperança não sei se é esse o termo Uhum mas essa coisa de Ah mas é homem Ah é homem e eu m todas vocês vão me dizer que são heterossexuais ou vocês vão cair no que
o André falou e agora estou falando com vocês de que tem algo ali que a gente fala tão mal que também tá nos atraindo Uhum que dor difícil Talvez eu tenha sido cancelado agora também ou a gente vai ter que entender o que é de fato comportamento abusivo o que que é chantagem emocional o que que é violência e o que que é o outro não sendo aquilo que você projetou o outra sendo diferente outra idade esse eu acho que é o x da questão quando a gente tá falando sobre solidão né tem algumas pessoas
que estão pensando solidão faz um tempo Acho que desde do do Christopher Lash quando ele escreveu a cultura do narcisismo né tipo um dos grandes livros do final do dos 80 eh do final dos 70 se eu não me engano e essa ideia de que pegando a teoria do do Pierre bordeau né de a nossa vida ela é ela é mensurada mesmo pela pelo nosso capital financeiro pelo nosso capital cultural pelo nosso capital social né o valor da nossa vida pelas relações que a gente tem a qualidade das relações que a gente tem e tal
a origem da Solidão ela tá numa ideia de que existem diferentes tipos de capital social existe o capital de bonding né que é de ligação Assim entre iguais tá ótimo pessoas que têm a mesma orientação política gostam do mesmo tipo de coisa são pessoas da noite não são pessoas do dia gostam de comer isso gostam de sair para esse tipo de lugar tal semelhante tem um outro tipo de capital social que também é importante para nós que é bridging como é que eu estabeleço Pontes com o diferente é aqui que a gente tá muito mal
na fita anda muito difícil da gente cultivar relações entre diferentes tolerar o outro conviver com o outro se interessar minimamente pelo outro então eu tô dando toda essa volta para pensar que assim ah mas é homem né É É homem mas tem toda uma subjetividade por trás tem é mais que homem porque dá pra gente fazer a mesma coisa com assim é mas é gay né Ah mas é não pera aí mas é só isso como é que dá pra gente achar é isso é o sujeito genérico né a gente achata toda uma subjetividade em
identidade não dá e a gente faz isso com as pautas raciais a gente faz isso com as orientações a gente faz isso com uma série de questões só que quando a gente faz isso é isso é desesperança porque aí né se é homem bom caiu metade da população nesse momento sabe que eu lembrei de um de um caos né você você faz comigo né mas eu fico trazendo coisas pessoais curiosas que é eu fui ano passado eu fui convidado para fazer um debate de filmes né e eu tava falando sobre a noite do a noite
do dia 12 não sei se você viu esse filme mas é um filme francês que arrebatou todos os ces Anes do ano passado é um grande filme e é um filme feminicídio é uma mulher minuto 10 do filme Uma mulher queimada na tela Nossa dificílimo né bom debate vamos falar sobre esse filme agora terça noite pipoca Coca Zero exato E aí era uma sala que tinha até uma distribuição interessante entre homens e mulheres né não tinha sei lá se tinha paridade Mas enfim e primeira mulher falou fez uma um comentário do filme A segunda terceira
quarta e todos comentários er assim mas isso é um homem nem sempre um homem mas todos os hom eh nem todo o homem mas sempre um homem bo lixo homem e foi muito curioso assim na posição bom primeiro porque eu ocupo um lugar de homem né vamos lembrar disso sempre e vê na plateia os homens se contorcendo né que é por um lado é historicamente a gente tem um uma trilha de opressão muito grande de violência muito grande e o patriarcado é também responsabilidade nossa mas é aquela ideia da Ono mulheres né precisamos falar com
os homens olha se a gente se a gente limita Desculpa só te não imag se a gente limita as subjetividades inteiras dos Homens A isso de que o único papel deles no mundo é ser lixo não tem muito que esperar mesmo vai ser lixo mesmo né então quando a gente tem 50% dos meninos né adolescentes jovens adultos falando que o feminismo foi longe demais isso é pesquisa isso é dado a gente tem um problema a gente não tá conseguindo articular né e pensar em novas masculinidades de Fato né eu tenho muita gente que me escreve
me procura dizendo eu sou mãe de um menino eu não sei o que fazer que que você diz fala fala e não faz sozinha como é que a gente vai sair desses lugares enclausurados de é tudo tá na conta do indivíduo que é isso né o trabalho de de uma vila de criar uma criança hoje está na mão geralmente de uma mulher né faz tudo trabalha tudo dá contra de tudo lida com todo o fardo emocional não vai dar né Muito difícil precisa de articulação né o capitalismo é esse sistema Curioso em que só existem
duas instituições né a empresa e o eu aham olha vai precisar de um pouco mais é a ONU mulheres berrux sh mananda perfeito todas vou me colocar aqui e agora Marcela não vai dar para não comunicar os homens não vai dar para não mostrar porque vai ter que vai vão ter que ser inclus na conversa eu adoro como você quando como homem gay fala eu sou homem porque às vezes eu preciso lembrar os homens gays que eles que eles falam ah homem é Tudo lixo você fala olá meu amor você pode ser muito desconstruído e
usar ela como pronome primário para falar de todo mundo mas assim dentro dos movimentos LGBT o Renan nalia lembra isso muito bem no no livro nos livros né mas tem documentário Netflix marsha B Johnson né a letra G tem um histórico de opressão dentro do movimento muito grande né E ao mesmo tempo assim foram as pessoas TRANS e foram as mulheres lésbicas que nos salvaram nos anos 90 quando a gente tá falando de epidemia da ides né me conta Quem foi pra rua enquanto nós estávamos morrendo e nos foi condenado né assim não vai ter
medicação não vai ter socialização não vai ter sequer os números né você se debruça um pouco nos dados e assustador né coisa de assim morreu 250.000 no jornal sai que foi 13 né Isso é história do movimento não ignorância Quem foi para é mas é é é isso que acontece quando se terceiriza né assim compartimentalização com eles não aham teve isso aqui que dizimou uma geração né a gente não tem histórico a gente não sim S en Quem foi pra rua lutar por direitos dizer eles estão morrendo Quem foi deitar no chão da rua nos
protestos Quem foi brigar por medicação Quem foi acompanhar Quem foi ajudar a atravessar os lutos sim quem sobreviveu para contar as histórias sim então não dá para dissociar né Eh isso eu acho interessante Marcela porque eu penso que nós subjetividades dissidentes a gente tem Vou ser bem ousado mas a gente tem ensinar porque a gente foi tendo que dar umas voltas e uns nós historicamente por exemplo na ideia de família né Pensa nas famílias para pessoas LGBT que foram expulsas de casa ou que perderam seus parentes ou que nunca foram muito bem cuidadas teve que
dar um jeito né assim ou mesmo dentro de famílias nucleares tiveram que refazer algumas coisas restabelecer alguns papéis né é um dos grandes da judit butler né assim corpos que importam e os nossos corpos sempre importaram menos então bom tivemos que dar um jeito com esse negócio né fazer ou refazer de um outro jeito S só que isso não coloca uma auréola angelical no topo da nossa cabeça pelo contrário a gente também tem um monte de problema e E aí voltando no ponto que eu ia fechar que é Eu Ando Pensando que a gente Principalmente
os homens gays né são muito homens nesse sentido que é de ser Solitário individual demais e competitivo demais né Eu acho que por exemplo a gente se beneficiaria muito de algum um tipo de vinculação ou de pacto semelhante à sororidade por exemplo que eu sei que é um termo que tá menos na moda né mas que a gente já falou muito sobre ele e e Girl S confusing né assim não é porque tem sororidade olha só que eu não posso desgostar de alguém e tal né eu não falava o termo sororidade há muito tempo mas
há muito tempo e ontem Saiu da minha boca é mesmo porque eu passei por uma situação delicada que eu vou te contar no off tá bom E eu estava com uma mulher que me conhece muito pouco e aí o Lauro meu irmão todo mundo sabe quem é o Lauro né já sabe quem vou pro programa sabe quem é o Lauro ele falou mas você tava com tava com alguém que você tinha intimidade a pessoa te acolheu bem aí eu falei teve um momento de sororidade Hum eu sou mulher igual você eu sei o que tá
acontecendo vou te olher e E aí eu acho que aí encaixa a sidade Uhum E não é broderagem eu acho que que se confundiu muitos momentos mas termo ficou com fona né foi bbb2 ficou lá e deve ter umas jaquetas né escadas também é mas tem o seu valor tem né franois verger fala sobre isso né quando pensa sobre feminismos e é é muito interessante porque há um Val né eu já escutei tem uma grande amiga né que foi da foi participar uma vez de um grande programa de televisão de entrevistas e e é uma
amiga preta e todo mundo era branco e aí a primeira coisa que eu falei falei e aí ela falou Olha foi difícil mas não foi tão difícil porque era só mulher há um pacto há um compromisso né eu penso e aqui tô sendo bastante ousado mas eu penso que quando a gente tá recortando bastante falando sobre subjetividades gays e especificamente sobre alguns tipos de homens muito identificados com esse significante gay tem muito pouco não é à toa que tem tanta solidão né que é é difícil formar pactos e pensar que assim Putz se eu cair
desse castelo de cartas gigantesco que eu montei para acreditar que eu tô no topo da Torre vai ter alguém que vai me ajudar a levantar será que vai que que a gente consegue construir para pelo menos ter um pouco de Amparo Sim você quer falar mais alguma coisa que vai te cancar lá sentiu falta de algo Nossa Marcelo mas é é você sabe né Acho que esse é é parte do nosso trabalho acho que a gente tem isso muito em comum né de a gente pode mais e acho que esse vigilantismo né ou essa vigilância
do discurso ela é um pouco problemática mesmo pra gente pensar até porque é isso né num campo político isso fica ainda mais claro a gente fica se censurando e guerreando bastante entre si mas olha a gente na paralela a gente não tá no Censo o jogo do Tigrinho tá bombando enf e eu acho que é importante lembrar que porque me fazem às vezes essa pergunta Nossa mas você depois de tudo isso que você estuda e aí é valeas anelo é o você dá para ser hétero Eu acho que eu e você por mais que a
gente esteja é muito difícil ser tão bem informado e não conseguir viver nada de maneira Rasa mas existe algo de muita esperança dentro da gente a gente tem um otimismo velado em piadas tragicômicas Sim a gente em algum lugar a gente acredita só que a gente sabe demais para saber que não é para agora eu acredito eu acredito muito que a gente pode mais eu assim tem uma frase que reje o meu trabalho eu acho que reje o teu também que é senão a gente quem boa senão agora quando Ah mas o mundo tá acabando
é péssimo tá tudo horrível É tá difícil mesmo mas assim estamos vivo mas eu eu sou meio incurável nesse sentido eu sou muito apaixonado pela vida eu quero ver eu quero ver até onde a gente vai eu tenho muito tesão pela vida você tem é bom né é bom ai te amo obrigada foi lindo ah Espero que tenha sido interessante quer fazer o último não aqui no seu ângulo bom E aí bora continuar esse papo nos comentários ser que a gente aqui para receber os novos episódios assim que chegarem E já aproveita para avaliar o
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