Os poderes de saber mais de uma língua

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Atila Iamarino
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Video Transcript:
o que que muda quando a gente começa a aprender uma nova língua o que que nós fazemos com os novos termos que a gente aprende e como essas novas palavras mudam o nosso cérebro Será que a gente pensa de forma diferente conforme ganhamos um novo vocabulário Ah mas antes de falar sobre o que que muda no nosso cérebro com outra língua que tá uma dica de por onde aprender essa nova língua esse vídeo aqui tem o apoio da Babel que é o aplicativo de aprendizagem de idiomas mais vendido do mundo a Babel é Popular assim
porque pelo menos para mim combina o melhor dos Mundos de um aplicativo e um sistema online com o ensino mais tradicional de escolas físicas pelo lado digital você encontra aulas online vídeos podcasts jogos e todo tipo de material para aprender mais de 14 idiomas incluindo Claro inglês espanhol francês italiano alemão e outros e tem toda aquela flexibilidade de montar as aulas de acordo com seus interesses fazer na sua hora avançar no seu ritmo E por aí vai e pelo lado das escolas tradicionais as lições da Babel foram desenhadas por dezenas de especialistas você vai aprender
as regras gramaticais além da conversação e pode treinar sua pronúncia com reconhecimento de voz e com aulas online ao vivo em grupo de até seis pessoas Então aproveita que com o nosso cupom você tem 55% de desconto na assinatura e o inglês eu já dou como básico para você ter acesso a um outro mundo de conteúdo no que é a língua Franca de hoje em dia mas que tal conhecer uma outra cultura do jeito mais imersivo aprendendo outra língua para poder ler ouvir assistir e consumir o que você puder naquela língua Nativa enquanto você muda
o seu cérebro e que outra língua você gostaria de falar quanto mais cedo Nós aprendemos a falar mais fácil é criar uma familiaridade com uma nova língua e falar ela sem sotaque primeiro porque na infância Nós perdemos a sensibilidade aos fonemas que não ouvimos quem fala uma língua que não tem a diferença entre o e o do português por exemplo pode ter muita dificuldade de ouvir e entender a diferença entre vovô e vovó mesmo para quem fala espanhol porque se você não ouve esses fonemas durante a infância não mantém a sensibilidade a eles quando adulto
além dessa questão da plasticidade do nosso cérebro que vai diminuindo conforme a gente envelhece ainda tem a forma como o nosso cérebro processa uma segunda língua enquanto uma criança aprende uma nova língua de forma procedural absorvendo como a língua funciona e meio que usando aquilo a partir do zero adultos tendem a encaix achar uma segunda língua em cima da estrutura da língua que já usamos como Nativa a vida inteira a gente tá mais decorando mais palavras e usando muito mais a memória que o cérebro muda nesse processo até mesmo em Estrutura a gente não tem
dúvidas agora como por e o que é universal ou não no processo de falar uma outra língua é bem mais complicado e incerto já que depende de muitos fatores como a idade onde a gente tá aprendendo a falar Quão distante essa língua nova é é da nossa língua Nativa Em qual contexto a gente aprende isso se é vivendo num outro país ou numa outra escola e tudo isso influencia muito e confunde muito Quais são as mudanças que acontecem no cérebro por conta de uma nova língua ou do novo contexto só que algumas diferenças são mais
óbvias ou são comuns o suficiente para serem notadas para falar uma outra língua Especialmente quando ela é bem diferente da língua Nativa que já falamos e quando a gente não tem uma afluência tão grande acabamos usando mais regiões e mais recursos do nosso cérebro falantes nativos de chinês usam muito mais a região do córtex préfrontal que é uma região associada à tomada de decisão planejamento e controle de comportamento quando processam inglês do que falantes nativos de línguas europeias entre os europeus para quem o inglês deve suar muito mais próximo do que para quem fala chinês
a região mais ativada foi a de processamento de sinais auditivos e socioemocionais a exceção foram os falantes de chinês que tinham muita proficiência em inglês nesses a região mais ativada foi bem mais parecida com a dos europeus é como se para entender e processar uma outra língua com a qual a gente não tem tanta familiaridade nós tivéssemos que invocar outras regiões do cérebro que normalmente não se envolvem com linguagem para dar uma força para ajudar nessa compreensão e esse esforço maior que a gente faz para aprender uma outra língua também aparece em outras áreas bilíngues
geralmente tem um repertório menor de palavras das línguas que falam do que quem só fala uma delas é como se a gente tivesse dividindo o espaço que o cérebro tem para guardar palavras novas com mais de uma língua tudo bem que o cérebro não tem um espaço físico ou um espaço definitivo pro que pode memorizar Já que com a prática a gente pode desenvolver mais uma habilidade Só que tem um repertório que somado é maior com palavras de mais de uma língua também aumenta o trabalho na hora de escolher as palavras que você vai usar
bilingues parecem ter mais conflito na hora de escolher ou de associar palavras com objetos além de terem mais frequentemente aquela sensação de tá na ponta da língua onde a gente sabe que tem uma palavra que nós queremos usar mas não lembramos que palavra é essa por outro lado todo esse esforço a mais também pode trazer benefícios bilingues tem mais facilidade em testes onde a gente tem que controlar o processamento da linguagem Como por exemplo o teste onde você tem que dizer a cor das Letras de uma palavra quando a palavra representa uma outra cor como
por exemplo ler a palavra vermelho escrito com letras azuis e ter que nomear a cor azul é como se o esforço constante para reprimir uma língua quando a gente tenta falar a outra treinasse o nosso cérebro e eu falo sobre treino porque saber mais de uma língua pode ajudar a criar a tal da reserva cognitiva que é a noção de que algumas pessoas podem ter uma reserva a mais de cognição que dá mais fôlego e mais resistência à perda de cognição que a gente tem normalmente com a idade ou no caso de doença neurodegenerativas assim
como uma pessoa com uma vida mais atlética pode ter uma reserva muscular maior para seguir mais ativa na velice bilíngues ou poliglotas parecem manter a Lucidez de pensamento por mais tempo pode ser que a capacidade de falar mais de uma língua demande uma flexibilidade maior e uma capacidade maior do cérebro de lidar com regras gramaticais fonemas e vocabulários diferentes e outros assim também tem a questão de que aprender outra l pode provocar mudanças bem mais profundas do que só o que nós falamos uma mudança bastante curiosa acontece na forma como nós reconhecemos rostos quem cresce
em uma comunidade mais uniforme como uma pessoa caucasiana que cresce entre caucasianos ou um asiático que cresce entre asiáticos tem mais facilidade para identificar e distinguir os rostos das pessoas ao seu redor mas estudos comparando falantes de só uma língua com pessoas que falavam duas línguas desde criança viram que entre os bilíngues o reconhecimento de rostos de pessoas da mesma etnia foi tão lento quanto o reconhecimento de pessoas de outros grupos pessoas bilíngues parecem não ter uma preferência para reconhecer rostos da sua etnia a gente não sabe se isso acontece porque aprender uma outra língua
muda a forma como nós categorizamos as pessoas de acordo com a língua que elas falam ou se as pessoas bilíngues tem uma atenção diferente pros rostos que por exemplo dificultaria a classificação de repente prestar dando mais atenção na parte de baixo do rosto que é o que ajuda a gente a distinguir os sons e compreender a fala só que é uma parte pior para poder reconhecer Faces das pessoas também tem o aumento do Repertório na forma de pensar o seu monólogo interno a voz do seu pensamento dá uma noção do quanto a linguagem é importante
até para poder pensar essa é a voz do monólogo ou até do Diálogo interno que a gente pode ter quando estamos organizando um pensamento ou quando ensaiamos internamente uma coisa que nós pretendemos falar como eu tô repetindo internamente essas sentenças antes de escrever elas no roteiro que eu vou narrar ou melhor no roteiro que eu tô narrando agora pensando em como melhor eu posso transmitir o que eu tô pensando E é difícil estudar como a gente pensa como os pensamentos se formam então por isso a gente acaba tendo mais de uma teoria sobre a origem
dessa comunicação intrapessoal interna especialmente sobre a relação dela com a comunicação interpessoal que é a relação com outras pessoas tem quem acredite que a comunicação intrapessoal monólogo interno é a origem das outras formas de comunicação enquanto outros como leve bigotes que propõe ou propunham no caso dele que o nosso monólogo interno é uma internalização da comunicação com outras pessoas que começaria com a vocalização em voz alta que as crianças fazem do que elas estão pensando o tempo todo que vai se tornando cada vez mais silenciosa até não precisar ser mais anunciada e ficar só no
pensamento independente da ordem dos fatores se é o pensamento interno que organiza a conversa que a gente tem com outras pessoas ou se a conversa que a gente tem com outras pessoas que se organiza no pensamento repetido para nós mesmos a gente constrói o que pensamos como um castelo usando as palavras que nós conhecemos como os tijolos no pior extremo sem esses tijolos pessoas que nunca aprenderam a falar como crianças abandonadas ou privadas de contato com outras pessoas durante o período onde se desenvolve a nossa fala Podem perder formas inteiras de pensar como é o
caso da dinini que a filha de uma mãe com distúrbios mentais e de um pai abusivo que foi trancada sozinha em um quarto desde um pouco mais de 1 ano e meio de idade até os seus 13 anos em 1970 depois de resgatada ela foi criada com ajuda de psicólogos e pesquisadores e mesmo assim só aprendeu algumas palavras alguns princípios de linguagem de sinais e desenvolveu muito pouco a sua capacidade de comunicação e essa falta de vocabulário pode afetar muito mais do que a comunicação com outras pessoas no documentário a man Without Words Susan scheller
conta sobre um deficiente auditivo chamado Il Def fonso que só aprendeu a língua de sinais aos 27 anos e segundo ele foi só depois de aprender a língua de sinais que ele foi capaz de ter pensamentos abstratos e de entender de forma diferente o mundo à sua volta tem outros relatos de crianças que não aprenderam a língua de sinais que contam como que Abstrações como a noção de tempo linear e de futuro a noção de ontem hoje amanhã depende da língua e da interação com outras pessoas para poder acontecer no outro extremo para alguém que
já fala uma língua e começa a adquirir uma segunda quando nós ganhamos novas palavras principalmente palavras que são um pouquinho diferentes dos termos que a gente já usava e descrevem melhor uma situação fica bastante tentador construir o castelo usando esse novo tijolo que se encaixa melhor no que a gente tá pensando melhor ainda a gente pode enriquecer e construir novos pensamentos com esses tijolos se você já viu alguém usando uma expressão errada em portug por causa da forma como ela é usada numa outra língua já realizou como aprender uma expressão como realize pode mudar Inclusive
a forma como a gente pensa sobre aquilo ali e a palavra em português mesmo sem se dar conta e isso fica ainda mais marcante dependendo do contexto onde a outra língua é usada se você já encontrou alguém do universo Gamer ou do universo financeiro ou publicitário Paulista principalmente que fica usando termos em inglês que parecem desnecessários e você não tanca uma expressão que poderia ser substituída por não aguenta talvez você ainda esteja sensível a termos que são tão novos que a gente ainda percebe que tem uma origem estrangeira mas palavras de uma outra língua principalmente
palavras que não TM uma tradução tão direta pro português ou palavras que foram trazidas num contexto que é mais particular da outra cultura costumam ser mantidas em uso Principalmente nesse contexto e aqui eu peço uma licença para extrapolar o ganho com uma nova língua numa pessoa pro ganho pra sociedade é curioso como até socialmente a gente pode ver essa tendência por exemplo a tradição culinária francesa aparece no português e em várias outras línguas quando a gente tá falando de comida principalmente em um restaurante a própria palavra restaurante Vem do francês para restaurar que é o
termo que usavam para estabelecimentos do século XVI que serviam soa ou Caldos em Paris que restaurava o vigor dos clientes e deram origem ao restaurante moderno que a gente ainda tem hoje comércios que servem comida são muito mais antigos do que isso só que essa formulação moderna do restaurante foi herdada do modelo de negócios E aí termos como menu chefe e garçom vieram junto sem falar nas comidas como mousse croquete croaçã champanhe e por aí vai aliás garçom é uma palavra bem curiosa porque garçom em francês quer dizer garoto ou menino é literalmente o eoo
dos Franceses que a gente acabou mantendo só dentro do ambiente do restaur an e criamos o feminino garçonete ao invés de usar o francês Fi de menina é como se a palavra do francês tivesse um gene qua que descreve melhor quem trabalha no restaurante e é impressionante como mesmo quando a gente fala de mudanças culturais com mais pessoas e ao longo do tempo a gente pode ver esse efeito de uma expressão e uma expansão de referências conforme ganhamos uma segunda língua ou conforme a sociedade ganha um novo repertório por causa de uma outra cultura Eu
recomendo Inclusive a minha conversa com a professora Margarida petter sobre como o português brasileiro ficou tão mais sonoro e diferente do português de Portugal e eu me pergunto se além de um repertório de palavras de uma outra língua a gente também não ganha novas formas de pensar com uma mistura dessas pra sociedade como um todo se você gostou dessa conversa aqui te recomendo como eu já disse aqui assistiu não ficção com a Margarida Pet e os outros episódios tem muita conversa legal por lá e assinar o canal assim você pode receber os próximos vídeos e
as próximas conversas que a gente tiver por aqui a gente se vê numa delas
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