ESCRAVOS TIGRES: a triste história dos encarregados de limpar as fezes das cidades brasileiras

[Música] [Aplausos] muitas regiões do atual Brasil contam com pouca cobertura de tratamento de água e saneamento básico com destaque para a região norte do país que tem os piores índices nessa área mas não é de hoje que o tratamento de água e do saneamento básico são deixados de lado pelo poder público durante o Brasil Império o país era o maior território escravagistas do ocidente com quase 5 milhões de Africanos escravizados tão número representa cerca de 40% do total embarcado para as Américas com a mão de obra escrava sendo utilizada em larga escala foram os cativos

apelidados de tigres os responsáveis pelo recolhimento e despejo da urina e fezes de muitos moradores das cidades durante cerca de trezentos anos nessa época a maior parte das casas Não Contavam com banheiros água corrente outro tipo de instalação sanitária Por isso os moradores das antigas cidades faziam as necessidades em penicos e outros recipientes de metal ou porcelana esses objetos ficavam sobre as camas ou em armários e até amanhã seguinte quando eram os vazados em grandes tonéis que comportavam todos os dejetos dos moradores da casa os grandes tonéis por sua vez eram carregados nas costas por

escravos que os levavam até o mar ou algum rio e por lados despejavam além da condição desumana de ser escravizado essas pessoas eram obrigadas a exercer essa profissão que não era nem um pouco satisfatória [Música] no Brasil colônia Império chamava-se tigre o barril de madeira de tamanho médio que servia para coleta de experimento das casas localizadas na região urbana do Brasil escravista como não esgoto cabe aos escravos chamados por isso de tigreiros encontrar um lugar distante onde pudessem descarregar essas vasilhas depois de Cheias os escravizados colocavam barril a cabeça e seguir para o local erro

ou praia fim de esvaziar os corre que como esses vasilhames não eram renovados com frequência na progressiva depois de certo tempo e muitas vezes desmontável na cabeça do escravo parte do conteúdo que continha ureia e amônia mais água dos tonéis e deixava as marcas brancas sobre a pele negra parecidas com listras por essa reação química as marcas se pareciam com as do animal daí o apelido então pejorativo dos tigres ou tigrados o cheiro dos tonéis obviamente não era agradável e fazia com que as pessoas não se aproximassem dos tigres em quantos carregavam além do mau

cheiro os escravizados ficavam com as marcas na pele que os acompanhavam por onde eles seguissem ficava listrada com alternância de faixas pretas e outras descoloridas pela ação química dos dejetos eram os escravos os escravos de aluguel que geralmente eram destacados para esse tipo de trabalho afirma o historiador Luiz Felipe de Alencastro esses negros podiam ser escravos comprados por seus donos daqueles que prestavam serviços a diversas famílias como forma de obter um rendimento extra para o dono ou para si mesmos a prática muito comum na capital da época Rio de Janeiro também era usual em diversas

cidades do país no Rio de Janeiro fossas eram proibidas na cidade antiga dada a proximidade do lençol freático a registros da utilização dessa mão de obra no Rio até a década de 1860 já no Recife por exemplo durou até 1882 fazendo avaliação histórica ouvir Queen associar-se à exploração desses escravos tigres há um atraso no interesse do poder público na sistemas de saneamento básico no país o sociólogo Gilberto Freyre diz que a facilidade de dispor de tigres e seu baixo custo retardaram a criação das redes de saneamento nas cidades litorâneas brasileiras mas para Luiz Felipe de

Alencastro a mão de obra escrava não era tão barato ao ponto de se popularizar tanto no Brasil da época os Tigres eram Gente Pobre vulnerável ou escrava mas não eram a mão de obra barata diz o historiador para além da desumanização dessas pessoas essa forma de descarte já mostravam nesse caso grande com a questão do escoamento dos dejetos a época a consciência ambiental não era algo recorrente como hoje no Brasil e se agravava por conta de uma bagagem de colonização de exploração durante mais de três séculos Vale também mencionar que a palavra higiene não constava

no vocabulário até meados do século 19 existem diversos relatos de viagem estrangeiros e adotados de boas maneiras que ao passarem pelo Brasil sobretudo no Rio de Janeiro ficavam impressionadas com a repugnante sujeira das casas naquela época as pessoas não se davam conta da falta de higiene Total canto nas casas de pobres como nas dos ricos que se purarts vazios penicos pelas janelas dos sobrados gritando água vai justamente para que as pessoas que estivessem embaixo se protegerem os vestígios do período colonial e Imperial contudo continuam vivos até hoje no país o fim da escravidão e com

ela o desaparecimento dos chamados tigres não acabou com os problemas dos mais pobres e refletem a construção da sociedade atual em relação ao tema a preocupação com saneamento sempre houve mas nunca foi prioritária no caso dos escravos tigres Sativa de Dom Pedro Segundo em modernizar então capital Rio de Janeiro ao final do período imperial na década de polícia senta dá início ao saneamento básico no Brasil o que começa a diminuir a utilização dessa mão de obra de maneira gradual nas cidades logo com Abolição assim como no Rio de Janeiro esses escravos são substituídos graças a

chegada do saneamento básico e maneiras mais modernas de descarte dos dejetos mas assim como os demais escravos recém libertos eles permanecerão executando serviços de pouca qualificação pois apenas a liberdade não representou uma mudança completa na vida desses ex-escravos após a abolição do estado brasileiro não se preocupou em ofertar condições mínimas a sobrevivência e inseri-los de uma maneira respeitosa na sociedade e isso traz reflexos até os dias atuais para se ter uma ideia dados do Sistema Nacional de informação sobre saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional mostram que apenas 52% da população brasileira conta com acesso a

coleta de esgoto a falta de acesso ocorre principalmente em regiões mais pobres do país [Música] Olá eu sou professor Danilo Obrigado por assistir esse vídeo se você gostou se inscreva no canal deixa o like compartilha esse vídeo se você estiver pensando em ajudar o canal você pode ajudar de três formas tornando-se um membro clicando no botão seja membro aqui embaixo desse vídeo apoiando na nossa campanha no apoia-se clicando no link do comentário fixado no mais é isso até mais [Música] [Aplausos] [Música]