Bom dia, meus caros! Sejam bem-vindos. Vamos começar a nossa meditação do dia de hoje, pedindo a bênção de Deus sobre nós.
Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém!
Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal neste dia; que Nossa Senhora, Nossa Mãe, nos guie para que sempre possamos ter o coração e a mente abertos para acolher o que Jesus quer nos dizer. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Meus caros, no dia de hoje, nós entramos no capítulo 9 do livro "O Caminho de Perfeição", de Santa Teresa, cujo título é o seguinte: fala do grande benefício que é para os que deixaram o mundo. Fuga dos parentes diz que se acham amigos bem mais verdadeiros. Aqui, Santa Teresa segue nos assuntos anteriores: ó se nós, religiosas, soubéssemos o malefício que nos vem das muitas relações com os parentes, como fugiríamos deles!
Eu não entendo que consolo eles podem trazer, mesmo deixando de lado aquilo que a Deus pertence e falando apenas do nosso descanso, pois de seus folguedos não podemos, nem é lícito gozar, mas sim sentir os sofrimentos por que passam. Não deixamos de lamentar nenhum, às vezes chorando mais do que quem o suporta. É certo que, se eles nos regalam o corpo, bem paga o nosso espírito.
Aqui estais livres, pois, sendo tudo comum e não podendo nenhuma ter bens particulares, a esmola recebida se destina a todas, e aquela que a recebe não tem de retribuir ao doador. Por isso, já sabe que o Senhor provê a necessidade de todas em conjunto. Fico pasma com o prejuízo causado pelo contato com os parentes.
Creio que só o acredita quem tem experiência, e quão esquecida parece estar hoje em dia, nos conventos e nas religiões. Aqui, quando ela fala nas religiões e nas casas religiosas, esta perfeição não sei o que deixamos do mundo, quando dizemos que tudo deixamos por Deus, se não nos afastamos do principal, que são os parentes. Já chegamos a tal ponto que se considera falta de virtude o fato de os religiosos não desejarem contato e nem o terem muito com seus parentes, e ainda se afirma isso apresentando várias razões.
Nesta casa, filhas, tende muito cuidado de encomendá-los a Deus, pois isso é justo. Quanto ao mais, devemos afastá-los da lembrança o máximo possível, para que o nosso coração se apegue mais a eles do que a outras pessoas. Fui muito querida por eles, ao que diziam, e eu os amava tanto que não lhes permitia se esquecerem de mim.
Tenho a experiência pessoal e contada por outras de que, fora os pais, que só por milagre deixam de se lembrar dos filhos, não sendo conveniente que nos tornemos estranhos quando precisarem de consolo, desde que isso não nos prejudique no principal, podendo ser feito com desapego. Aplicando-se o mesmo aos irmãos e todos os outros parentes, mesmo diante dos grandes sofrimentos por que passei, foram os que menos me ajudaram neles, ao contrário dos servos de Deus, irmãs, que, servindo ao Senhor como deveis, não encontrareis melhores parentes que os que Sua Majestade vos enviar. Eu sei que é assim, firmando-vos nisso como estais e entendendo que ao fazer outra coisa ofendeis ao vosso verdadeiro amigo e esposo.
Crede que muito em breve ganhais esta liberdade a te confiar mais do que em todos os vossos parentes, naqueles que vos amarem apenas por Ele, Jesus. Estes não vos faltarão, e em quem menos pensais encontrareis pais e irmãos. Porque, como pretendem a recompensa de Deus, estes tudo fazem por nós; aqueles que a pretendem de nós, vendo-nos pobres e percebendo que em nada podemos beneficiá-los, cedo se cansam, e ainda que isso não seja sempre assim, esse é o costume de hoje no mundo.
Porque, enfim, o mundo é o mundo! Não acrediteis em quem vos disser outra coisa, afirmando ser ela a virtude. Se eu fosse contar todo malefício que essas outras coisas trazem consigo, muito me alongaria, e como outros que sabem muito melhor o que dizem.
Escrito sobre isso, basta que eu já falei. Parece-me, pois, que, sendo eu tão imperfeita, ainda assim compreendi tanto disso. O que não acontecerá com os que são perfeitos!
Todos os conselhos dos Santos que nos recomendam fugir do mundo são claramente bons. Pois, crede-me, o que mais nos apega ao mundo, como eu disse, são os parentes, sendo eles os que mais dificuldade temos de abandonar. Por isso, fazem bem os que fogem de sua terra, se isso for de proveito.
É claro, pois não acredito que a solução esteja na fuga do mundo, mas sim na nação da alma, de abrigar-se junto ao Senhor Jesus. Ainda assim, como em qualquer outro, pode ser de grande ajuda afastar-nos, enquanto não tivermos compreendido essa verdade, pois pode ser que depois o Senhor, para nos dar a cruz na própria coisa em que costumávamos ter prazer, venha a desejar que tenhamos contato com os parentes. Este é o capítulo nono, né?
Então, encerramos aqui este capítulo no dia de hoje. Aqui, Santa Teresa fala especificamente para suas religiosas a respeito do desapego necessário da família, ordenando tudo para Deus. Um dado interessante na biografia de Santa Teresa é o seguinte: ela fundou quase duas dezenas de conventos em toda a Espanha, como o convento de Segóvia e o próprio convento de São José de Ávila, e assim tantas e tantas cidades pelas quais ela passou.
Toledo, enfim, quase duas dezenas de conventos, mas depois ela retornou ao seu convento de Ávila. E, no fim das contas, mais no fim da vida, ela estava no convento de Alba de Tormes, onde veio a falecer no Mosteiro de Alba de Tormes. Onde ela faleceu, foi sepultada, e os seus restos mortais se encontram lá até hoje.
E é interessante que Santa Teresa esteve em Ávila a maior parte da sua vida; ela era uma cidadã abulense, nasceu ali e viveu boa parte da sua vida ali. E é interessante que ela viveu perto da sua família, dos seus irmãos, e dentre os seus irmãos, muitos a procuravam, mas ela travou um contato mais próximo com um deles, que é o Lourenço. Um dos irmãos de Santa Teresa chamava-se Lourenço, inclusive, foi sepultado numa das capelas laterais do lado direito do Mosteiro de São José em Ávila.
E o Lourenço entendeu o caminho espiritual da irmã e se deixou instruir espiritualmente por ela. Então, isso é muito interessante: em uma das cartas de Santa Teresa, ela escreve, quase um bilhetinho para o irmão, dizendo assim, agradecendo: "Lourenço, você tem tanto cuidado por mim, pelas minhas filhas; você nos manda doces, temperos e compotas. " O irmão de Santa Teresa era um navegador, ele veio, inclusive, para a América trabalhar junto com os primeiros colonizadores espanhóis.
E Santa Teresa vai dizer para ele: "Lourenço, você me manda doces, compotas, temperos, e o que eu mando para a sua família? Eu mando sílcios, mando disciplinas e mando pequenas cruzes de madeira. " Era o que ele encomendava do convento: instrumentos de penitência.
Então, este é um dos irmãos da santa que conseguiu entender o caminho que Teresa fez e se deixou instruir por ela. Mas acontece que nem todos os parentes, mesmo os irmãos, estão no mesmo caminho, na mesma busca. E isso vai acontecer conosco: olhando para os conselhos que Santa Teresa dá, nós vemos claramente que ela acabava com um costume que havia na época, de que as famílias vivessem dentro dos conventos.
As religiosas se ofereciam a Deus, mas viviam com o coração na família, querendo ser visitadas, querendo receber a família o tempo todo e, às vezes, recebendo esmolas e favores, presentes. O que Santa Teresa coloca dentro do seu convento, aquilo que foi recebido por uma pertence a todas, pertence a todas. Então, as carmelitas vivem assim, uma vida onde elas não têm nada para si.
E aí então é interessante pensar que, olhando para a nossa vida, como nós podemos entender este conselho de Santa Teresa. Santa Teresa está aqui dizendo que, quando nós nos colocamos, nos decidimos por esse caminho espiritual de abraçar as coisas de Deus, de amar a Deus, de servir a Deus, de ser santo, quando nós nos decidimos a isso, nós encontraremos pelo meio do caminho paz, irmãos, mães; é aquilo que Jesus mesmo diz no Evangelho: "Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?
Aqui estão minha mãe e meus irmãos. " O que Jesus estava querendo dizer? Ele tinha uma missão, ele tinha uma vocação dada pelo Pai, então ele não estava preso aos laços e obrigações familiares, mas estava cumprindo a vontade do Pai.
Isso não significa que Jesus estava abandonando os parentes ou desrespeitando sua santíssima mãe, de jeito nenhum. E aqui vem o conselho de Santa Teresa para as suas irmãs: "Se vocês quiserem prestar um serviço à família de vocês, rezem, rezem muito pela família de vocês, pela conversão da família. Esse é o verdadeiro serviço que vocês podem prestar.
" E para nós, que estamos no mundo, como podemos ler essas páginas de Santa Teresa? Da mesma forma: quando a gente se coloca nas coisas de Deus, quando a gente se decide pela santidade, os primeiros a nos questionar serão os nossos parentes, que vão nos dizer: "Ah, o Fulano não é mais o mesmo. O Fulano não faz as mesmas coisas que a gente.
" Por quê? Porque agora você tomou uma outra decisão, você tomou um outro caminho e outras coisas passam na frente. E então, é interessante, e por mais anos que faça que você esteja caminhando nisso, você ainda vai ouvir dos seus parentes e familiares exatamente isso: "Ah, mas o Fulano ele não perde missa, não adianta nem convidar ele para chegar antes, porque nesse horário ele vai à missa.
" Então, quando nós nos colocamos nas coisas de Deus, as coisas de Deus ocupam o primeiro lugar. E, nesse caminho, Deus vai nos dando servos dele, amigos dele para nos consolar. Então, Santa Teresa insiste nisso: no coração desapegado.
E, se queremos prestar um grande benefício aos nossos pais, aos nossos irmãos, nós que estamos no mundo, nós não devemos nos afastar deles, mas devemos nos afastar, às vezes, das coisas que eles amam, que desejam, porque já não faz mais sentido para nós. Por mais que tenhamos amor aos nossos pais, aos nossos irmãos, na medida em que nos encontramos com Deus, as nossas atitudes mudam. E, por mais que os nossos familiares até exijam de nós determinadas posturas, determinadas coisas, primeiro Deus.
E assim nós prestamos um grande serviço e fazemos um grande benefício a esses nossos familiares que, às vezes, nos criticam, que às vezes dizem que a gente está diferente, sem saber que eles são beneficiados também. Que Nossa Senhora, nossa Mãe, nos ajude nessas decisões, na clareza do nosso comportamento, na busca da perfeição e nos dê um coração desapegado dos bens, das coisas e das pessoas. Isso não é coisa que a gente faz de um dia para o outro; isso é um processo que pode ser que a gente leve a vida inteira para conseguir concretizá-lo, materializá-lo.
Mas, como dizia São Bernardo, para Deus, o mais importante não é alcançar tudo que a. . .
A gente precisa alcançar, mas colocar-se a caminho. Que Nossa Senhora nos ajude; à vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem Gloriosa e Bendita.
Amém. O Senhor nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Né? Deixa eu ver aqui, que me parece que chegaram algumas perguntas, alguma coisa. Deixa eu só ver o que é e aí eu já respondo para vocês.
Ah, é uma pergunta mesmo a respeito do corpo de Santa Teresa. Se o corpo de Santa Teresa está em Salamanca e se é incorruptível. O corpo de Santa Teresa está em Alba de Tormes e ele está incorrupto.
Ele foi analisado este ano. Ele não fica exposto, né? Ele fica dentro de uma urna de prata e, neste ano, ele foi reaberto; aliás, neste ano não, né?
No ano passado, 2024. E a última vez que a urna tinha sido aberta foi em 1914. O corpo se encontra no mesmo estado de conservação.
Ele é incorrupto ainda até hoje, tá certo? Muito bem. [Música] Vamos ver aqui se tem mais alguma coisa.
Sim, mais alguns comentários aqui. Desejos de bom dia, né? É isso.
Que Deus abençoe a todos e a cada um de nós neste dia. Está bom? Até a nossa meditação de amanhã, se Deus quiser.