Efésios, Capítulo 4, diz a palavra de Deus: "E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da Redenção. Longe de vós toda amargura, cólera, ira, gritaria, blasfêmias e, bem assim, toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou.
Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados, e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus em aroma suave. " Até aqui a leitura da palavra de Deus. Vamos orar mais uma vez, pedindo a iluminação do Espírito Santo para compreender as palavras inspiradas do apóstolo Paulo.
Ó Deus bendito, nós pedimos que Teu Espírito Santo nos encaminhe na compreensão desse texto, de tal forma que a Tua intenção ao fazê-lo registrar fique clara à nossa mente. Dá-nos também a disposição de Te obedecer, de fazer o que Tu mandas e receber com gratidão aquilo que nos ofereces. Em nome de Jesus, amém.
Queridos, nós estamos na parte prática da carta aos Efésios, onde o apóstolo Paulo enumera agora as responsabilidades dos cristãos, depois de ter dito quais são os privilégios deles nos Capítulos 1, 2 e 3. Paulo nos fala a respeito do plano eterno de Deus que Ele concebeu antes da fundação do mundo, de ter um povo para Si. Ele fala de como Cristo Jesus, o Filho de Deus, veio a esse mundo para realizar esse plano, derramando Seu sangue precioso por nós, e como o Espírito Santo aplica os efeitos da obra de Cristo ao nosso coração.
Ele falou no capítulo 2 sobre a graça de Deus que nos une, a graça de Deus que nos perdoa, transforma a nossa situação. Também, ainda no capítulo 2, Ele diz que nós fazemos parte agora do novo homem, da nova realidade, em contraste com a velha realidade, o mundo que está passando. No capítulo 3, ele fala do Ministério dos Apóstolos, como eles receberam de Deus revelação a respeito desse mistério que é a igreja.
E Paulo termina o capítulo 3 orando para que Deus dê entendimento, para que os cristãos sejam fortalecidos pelo Espírito Santo no homem interior. Em todas estas verdades, no capítulo 4, ele começa a desenvolver o que isso representa em termos práticos. De que me adianta saber tudo isso?
Então, no capítulo 4, ele fala a respeito da necessidade de, como irmãos e participantes de todos esses privilégios, nós mantermos a unidade do Espírito Santo. Por um só Espírito, fomos chamados na mesma esperança da nossa vocação, a uma só fé, a um só batismo e a um só Deus a quem nós servimos. Depois, ele fala da necessidade de cada um servir a Deus através dos dons espirituais que recebeu.
Como nós nos edificamos? Como um edifício que vai crescendo para a habitação de Deus, graças ao esforço e à contribuição de cada parte. No verso 17 do capítulo 4, e nós estamos chegando agora na passagem que nós lemos, Paulo fala da necessidade de viver uma vida santa, uma vida que seja digna de todos esses privilégios que Deus nos deu.
Deus nos amou, Ele nos elegeu, Ele nos predestinou para Ele. Cristo morreu pelos nossos pecados. Deus nos deu bênçãos espirituais.
Em gratidão a Deus, nós devemos viver de uma certa maneira, de uma maneira digna disso que Deus nos fez. Enquanto isso, o mundo continua em seus pecados. O mundo continua ignorando a Deus, na dureza do coração, nas trevas da consciência, no desconhecimento total do plano de Deus, caminhando para a destruição e a condenação que seus pecados merecem.
Nós poderíamos estar entre eles, mas Deus nos chamou e nos deu o privilégio de sermos Seus filhos. E agora nós devemos andar de maneira digna disso, não para que nós sejamos salvos, mas porque já fomos. Devemos manifestar isso no nosso andar.
Paulo explica a partir do verso 17 do capítulo 4 o que isso representa em termos práticos. Ele usa aquela figura do trocar de roupa que eu já mencionei nos dois sermões anteriores: nós temos que, diariamente, nos despir do velho homem, como quem tira uma roupa suja. Precisamos nos renovar no espírito do nosso entendimento e nos vestir de Cristo.
Então, são dois passos que nós temos que tomar diariamente: dizer não para a natureza antiga, dizer não para o pecado, nos renovar espiritualmente e dizer sim para Cristo, nos revestir das virtudes cristãs. São dois passos. Se a gente ficar só no negativo, dizendo não para o pecado, nós vamos cair numa religião opressora, com a lista de coisas do tipo: "não pode fazer isso, não pode, não pode.
" Essa não é a ética cristã. Ela inclui dizer não para o pecado, mas não é somente isso. Mas, se ficarmos também só no lado positivo, pensando que a ética cristã é só "vamos fazer o bem, vamos amar", nós esquecemos que existe pecado que precisa ser mortificado, que existem erros que precisam ser confrontados e consertados.
Então, é uma combinação das duas coisas: nós dizemos não para o pecado, confrontamos o erro, negamos a nós mesmos e, ao mesmo tempo, positivamente nos revestimos de Cristo e de tudo que isso representa. É o que Paulo explica do verso 20 até o verso 24. Na mensagem anterior, nós vimos quatro exemplos práticos disso, que ele nos deu em relação ao trato de uns com os outros.
No verso 25, ele disse: "Deixem a mentira", que é a parte negativa, "e falem a verdade". Ou seja, não basta só parar de mentir, parar de enganar os outros. Essa é a parte negativa, mas eu tenho que aprender a dizer a verdade.
São as duas coisas: o crente não é só alguém que não mente, mas ele é alguém que diz a verdade. Diz a verdade da forma certa, no tempo certo. O segundo exemplo que ele dá está no verso 26 e 27: nós não devemos deixar a amargura e o ressentimento entrar no nosso coração, mas devemos nos irritar quando a verdade está em jogo.
No verso 28 ele diz: "Você tem que parar de furtar, você tem que parar de roubar. " E aí vem a parte positiva: "Trabalhe com as suas mãos para ter dinheiro para ajudar os outros. " No verso 29, o quarto exemplo: "Não diga mais palavras inúteis, palavras torpes, palavras que não aproveitam para nada.
" Esse é o lado negativo. Positivamente, fale de palavras que edificam e que transmitem graça, salvação e bênção para as pessoas que ouvem. Então, sempre são dois passos, dois lados de uma mesma ação: não pro pecado e sim para Deus.
Assim é a ética cristã, é assim que o cristão faz, é assim que ele vive e assim que ele se comporta todos os dias. E agora chegamos no verso 30, onde Paulo mais uma vez faz esse contraste. Só que, desta feita, ele está pensando no Espírito de Deus.
Nos quatro contrastes anteriores, ele estava falando dos relacionamentos, mas aqui o foco vai ser o Espírito de Deus. Em suma, o que ele está dizendo: a estrutura da passagem é essa: "Não entristeçam o Espírito de Deus. " Essa é a parte negativa, né?
"Não entristeçam o Espírito de Deus. " Qual é a parte positiva? Vocês têm que se perdoar, vocês têm que ser compassivos, vocês têm que se amar e andar como Cristo andou.
Então, o contraste desta noite é em torno desses dois pontos. Aqui nós vamos então ver, primeiro, o que é que Paulo quer dizer com isso: "Não entristecer o Espírito de Deus" e, segundo, qual é a atitude contrária positiva que ele identifica no verso 32, como sendo benignidade, sermos compassivos e perdoar uns aos outros, e os motivos também que ele nos dá para isso. O meu alvo nesta noite é que nós sejamos instruídos na palavra de Deus, e que nós vejamos a importância do que está sendo dito aqui, considerando quem é o Espírito Santo e a razão pela qual Deus o enviou ao nosso coração.
Essa ordem de "não entristecer" é da mais alta importância e eu receio que, às vezes, nós estamos entristecendo o Espírito de Deus muito mais do que deveríamos. Vamos começar então com o verso 30, onde Paulo diz: "Não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. " Vamos começar então nos lembrando de quem é o Espírito de Deus.
É evidente que ele é um ser pessoal, porque você não entristece uma força. O Espírito Santo não é uma eletricidade que vem de Deus, não é um campo magnético que vem de Deus, não é um fluído, uma nuvem, um gás, um líquido que vem do céu, porque essas coisas são coisas; elas não se entristecem. Quando Paulo diz "não entristeça o Espírito de Deus", é óbvio que está implícito que o Espírito de Deus tem pessoalidade.
Às vezes, as metáforas que a Bíblia usa para se referir ao Espírito Santo dão a impressão aos crentes de que se trata de uma energia ou uma força que vem de Deus. Mas adiante, nós vamos ver aqui mesmo no capítulo 5 que Paulo vai dizer assim: "Encham-se do Espírito Santo. " A primeira figura que vem na cabeça das pessoas é que o cristão é uma espécie de um grande vaso ou um grande copo e que o Espírito Santo é um líquido que Deus vai colocando, não é?
Até que fique lá cheio. Outras pessoas pensam que, quando ouvem essa ordem "encham-se do Espírito Santo", eles pensam lá no Antigo Testamento, onde tinha o Templo de Salomão e a glória de Deus, aquela nuvem enchia o templo. E aí, a associação de que o Espírito Santo é como algo que vem de Deus: um líquido, um gás, uma força.
Já ouvi gente descrevendo a plenitude do Espírito Santo em termos de eletrificação, como você sentir choques elétricos, como se o Espírito que viesse de Deus fosse uma coisa. Tem pastores que acham que o Espírito Santo, de fato, é uma força e que eles podem controlar. Eles até jogam o Espírito Santo nas pessoas, sopram o Espírito Santo nas pessoas, pegam o paletó e jogam nas pessoas o Espírito Santo.
Eles até marcam o dia em que vão curar as pessoas, como se tivessem controle sobre o Espírito Santo: "Venha dia tal que nós vamos ter aqui a noite dos milagres e nós vamos curar quem vier. " Quem cura é o Espírito Santo; você não pode mandar nele, você não sabe quando ele vai curar. Sabe por que não tem nenhuma reunião de oração e de cura marcada com antecedência na Bíblia?
Exatamente porque nem os apóstolos sabiam quando o Espírito de Deus ia agir e curar. Então, as pessoas, quando falam do Espírito Santo, pensam que é uma coisa, e que, por exemplo, um crente espiritual é um crente que chegou a um nível tal de espiritualidade que ele comanda o Espírito Santo, ele dá ordem ao Espírito Santo, ele manda no Espírito Santo, ele determina e as coisas acontecem no mundo espiritual. Gente, que engano!
O Espírito Santo não é uma coisa que você pode controlar. Na verdade, ele é a terceira pessoa da Trindade. Ele é Deus.
Ser cheio do Espírito Santo, nós vamos ver mais adiante, não é você ter controle sobre o Espírito Santo, é você estar controlado por ele. Nessa relação, quem manda é ele, não é você. Então, quando Paulo diz "não entristeça o Espírito Santo", está óbvio que Paulo está se referindo ao Espírito de Deus como uma pessoa.
Ele não é uma coisa que está sob seu controle, mas ele é. . .
Uma pessoa, ele é a terceira pessoa da Trindade e deve ser amado, honrado, servido, adorado e crido tanto quanto o Pai e o Filho. Esse é o primeiro ponto que nós devemos ter em mente. A segunda coisa que Paulo nos diz aqui é que ele é o Espírito de Deus, o que significa simplesmente que ele é enviado da parte de Deus.
É Deus quem o manda, é Deus quem o envia a nós. É Deus quem, juntamente com o Pai e o Filho, determinam, dizem ao Espírito de Deus que ele venha até nós e que habite entre nós. É nesse sentido que ele é chamado Espírito de Deus.
A terceira coisa que você tem que observar aqui, estamos primeiro tentando entender quem é o Espírito Santo, é que Paulo fala aqui que nele nós somos selados para o dia da Redenção. Eu penso que essa frase aqui é totalmente determinativa de tudo mais que vem em seguida, para que nós possamos compreender. A Bíblia fala do dia da Redenção.
Esse é o dia em que Jesus Cristo voltará e, quando ele vier, ele vai restaurar todas as coisas. Ele vai redimir o seu povo do estado de corrupção e cativeiro em que se encontra; agora, ele vai redimir a criação que está afetada pelo pecado e vai introduzir o mundo vindouro, o Novo Céu e a nova terra, onde habita a justiça. Na carta que escreveu aos romanos, no capítulo 8, o apóstolo Paulo fala da criação, agora, e nós, como parte da criação, gemendo, sofrendo por causa do pecado que nos afetou, nos escravizou, nos marcou e corrompeu toda a criação.
A ordem das coisas, a paz do universo, o equilíbrio de todas as coisas, tudo isso foi corrompido pelo pecado. Mas há um dia da Redenção. O mundo não vai ser redimido pela ONU, não vai.
Vai ser redimido por um governo de um líder mundial. A humanidade nunca vai conseguir redimir o mundo; por mais que os ecologistas, os membros do Greenpeace tentem salvar o nosso planeta com todas as medidas, não serão eles que vão redimir o mundo. O mundo aguarda um dia da Redenção e quem vai trazer essa Redenção é Deus, escatologicamente, sobrenaturalmente.
Um dia, quando Cristo vier uma segunda vez em glória e em poder para esmagar o último inimigo, que é a morte, e instalar finalmente o seu reino de paz. Esse é o dia da Redenção, essa é a nossa esperança. É nesse sentido que nós dizemos que estamos salvos, mas ainda não.
Nós estamos salvos da culpa do nosso pecado, mas eu continuo um pecador. Eu continuo morrendo, eu vou morrer. Eu fico doente, eu quebro o braço.
Você também fica doente e você vai morrer também. Há pessoas aqui que estão sofrendo muito com doença. Nós estamos salvos, mas ainda o dia da Redenção não chegou.
A redenção se aproxima. É nisso que está a nossa esperança, essa é a nossa certeza. E, para que nós não desfaleçamos aqui nesse mundo, aguardando o dia da Redenção, Deus enviou o Espírito Santo ao nosso coração como selo.
Não é isso que Paulo está dizendo? “Não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da Redenção. ” Aqui nós começamos a entender qual é o papel do Espírito Santo nesse plano maravilhoso que Deus concebeu na eternidade.
Deus planejou tudo isso; ele estendeu a sua prancheta cósmica quando nem mundo havia e, ali, como um sábio arquiteto, ele planejou todos os detalhes desse plano inimaginável, misterioso, frequentemente secreto, e enviou seu filho Jesus Cristo, que há 2000 anos veio a esse mundo, tomou a nossa forma, assumiu uma natureza humana perfeita, se tornou nosso representante. E, na cruz do Calvário, ele levou sobre si a culpa e a condenação que os nossos atos merecem, dessa maneira possibilitando a redenção, porque o pecado foi pago, a culpa foi eximida, e agora a redenção se aproxima finalmente. Porque um de nós pagou a nossa culpa: Jesus Cristo.
E Deus, então, envia o seu Espírito Santo aos corações dos que creem, dos que se arrependem, dos que aceitam isso. Deus envia o seu Espírito como selo. A palavra "selo" evoca todo tipo de ideia: o selo representa segurança, representa certeza, é símbolo de propriedade.
Todas essas ideias estão aqui. O Espírito Santo nos é dado como selo da parte de Deus para o dia da Redenção. É como se Deus dissesse: quando nós cremos em Cristo, quando ouvimos o evangelho, nos arrependemos dos nossos pecados e cremos em Jesus Cristo, Deus nos dá o seu Espírito que vem como selo, dizendo o seguinte: "Você agora é meu, e agora está garantido, no dia da Redenção você será redimido.
Você não será destruído, você não será punido eternamente como os ímpios, mas você faz parte do meu povo, e o Espírito Santo é o selo da minha propriedade. Você me pertence. " Mas eu posso pensar em outra coisa também.
O Espírito Santo me transmite isso porque, queridos, quantas vezes nós desanimamos aqui nesse mundo porque demora o dia da Redenção! É tão difícil viver no mundo caído, no mundo marcado pelo pecado, em que as relações estão deterioradas, em que as pessoas se detestam, se traem, se odeiam; elas cometem violência. Há pessoas que são desonestas, as coisas não acontecem como devem ser, há tanta injustiça nesse mundo.
Às vezes, a gente desiste. E, para que nós não desistamos, finalmente, percamos toda esperança e viremos às costas para Deus, dizendo que tudo isso é um mito e uma ilusão, Deus enviou seu Espírito Santo ao nosso coração, que fala ao nosso coração: "Tenha calma, você é filho de Deus. " Ele nos assegura, ele dá testemunho no nosso coração de que essas coisas são verdade.
É como se ele dissesse: "Leia este livro. " E, à medida que nós lemos a Palavra de Deus, aquelas verdades. .
. Todas exclamam: "Os nossos olhos! Nossa esperança se renova, a nossa fé se acende!
" De repente, uma música que fala de Deus; de repente, uma palavra de um irmão, de um amigo; uma mensagem no WhatsApp que é mandada contendo algum encorajamento. E, de repente, o Espírito Santo, e você sente a sua fé renovada e diz: "Eu não vou desistir, eu vou continuar! " Por que você acha que, durante todos esses anos, apesar de todos os sofrimentos, de todas as evidências externas de que Deus não existe, que o mundo é um caos, você continua perseverando e acreditando em Deus e na vinda de Jesus Cristo?
Você acha que é por você? Se dependesse de mim, eu seria um ateu, seria um ateu! Mas o que me mantém?
O que me sustenta? O que é que me segura? É exatamente o Espírito que Deus enviou ao nosso coração como selo do dia da redenção.
É Ele que lhe segura, é Ele que lhe conforta, é Ele que lhe transmite a certeza de que Deus é fiel. É Ele que lhe consola na hora do sofrimento, da perda de um ente querido, é Ele que lhe dá esperança quando nós vivemos em um mundo caótico, que parece sem governo, com opressão econômica, incerteza política. Mas Ele nos assegura que isso não é o fim, que há um Deus no controle, que o dia da redenção se aproxima.
Então, é desse Espírito que nós estamos falando. E Paulo diz: "Não entristeçais o Espírito Santo. " É evidente por que ele está dizendo isso.
Se é o Espírito Santo que me transmite esperança, que me transmite segurança, que faz com que eu entenda as coisas de Deus, que eu aguarde o dia da redenção, se eu entristecer o Espírito Santo, eu vou perder todas estas coisas—não a redenção, não a salvação, porque Ele é um selo como sinal disso; mas todas as bênçãos associadas com Ele. Quando o Rei Davi, lá no Salmo 51, orou depois de ter pecado, ele disse: "Ó Deus, torna a dar-me a alegria da salvação. " Nós não devemos entristecer o Espírito Santo, porque é Ele que nos dá alegria de sermos crentes, é Ele que faz com que a Bíblia faça sentido, é Ele que faz com que nós tenhamos essa comunhão espiritual uns com os outros, é Ele que faz com que eu me relacione com Deus, que eu ore, que eu tenha vontade de orar, e que, ao orar, eu sinta a presença de Deus.
É Ele que faz tudo isso. Se nós entristecemos o Espírito, como Ele para de fazer essas coisas? E você sabe o que é você andar às escuras, você se sentir frio.
Você já se sentiu assim? Vazio? Não tem vontade de orar, não tem vontade de ler a Bíblia?
Você olha as coisas da perspectiva humana e não consegue ver Deus nas coisas, nos fatos, nos acontecimentos. De onde é que vem isso? Não é que você não é crente, mas é que o Espírito de Deus, que faz todas essas coisas, pode estar sendo entristecido por você.
Esse ânimo espiritual, essa vitalidade espiritual, esse estado de espírito piedoso, esse desejo de orar, de amar, essa disposição de perdoar, de andar mais uma milha com seu irmão, tudo isso vai embora quando o Espírito Santo está sendo entristecido. Nós andamos como as pessoas do mundo andam: carnais, frias, não espirituais. Há várias definições na Bíblia para isso.
Então, é claro, é por isso que Paulo diz: "Não entristeçais o Espírito de Deus. " E o que é que entristece o Espírito de Deus? Está aí no verso 31.
Não precisamos ir muito longe; é só um versículo distante. Paulo nos dá a relação daquilo que entristece o Espírito Santo quando ele diz: "Longe de vós, toda amargura, cólera, ira, gritaria, blasfêmia e, bem assim, toda malícia. " Quer saber o que entristece o Espírito Santo?
Está aqui a relação. A primeira coisa que chama a nossa atenção é a primeira pergunta que fazemos: por que Paulo escolheu essa lista aqui e não outras? Ele podia ter acrescentado aqui adultério, roubo, idolatria, imoralidade.
Ele poderia ter feito isso, mas todas estas coisas relacionadas aqui, todas essas atitudes, são uma reação nossa ao erro do nosso próximo. Perceberam? O que é a amargura senão quando eu fico ressentido com alguém que me magoou?
A cólera: alguém me magoou, alguém me feriu, alguém fez alguma coisa errada comigo. A ira, a gritaria: com quem você grita senão com aquele de quem você discorda e que você acha que está fazendo algo errado? Blasfêmia, que significa falar mal.
Não pense que blasfêmia tem só um sentido religioso em relação a Deus, como blasfêmia contra o Espírito Santo. Blasfemar, na Bíblia, significa falar mal. Você fala mal de quem?
Malícia, esperteza pecaminosa no trato. Todas estas atitudes aqui são reações pecaminosas que você toma quando discorda de alguém. E por que Paulo escolheu essa lista?
É porque o Espírito Santo é o selo para o dia da redenção, o dia da restauração de todas as coisas. Quando, finalmente, nós seremos irmãos, quando não haverá mais nada entre nós, nós poderemos amar livremente, quando o perdão será completo, que não vai haver absolutamente nada entre você e seu irmão. É isso que caracteriza o reino de Deus.
Não foi isso que pôs tudo a perder lá no paraíso? Quando Adão desobedeceu a Deus juntamente com sua esposa, eles primeiro quebraram o relacionamento com Deus, depois quebraram o relacionamento entre si. Adão disse: "Foi a mulher que o Senhor me deu"; a culpa é dela.
Já se separaram e começaram a sentir vergonha um do outro. Quando a Bíblia fala do dia da redenção, ela tem foco exatamente nisso: o reatamento da comunhão, da unidade, da amizade verdadeira, do amor. Verdade é por isso que eu sei que todos os pecados entristecem o Espírito Santo, mas nenhum pecado entristece tanto o Espírito Santo como estes aqui, porque vão contra a missão dele.
A natureza dele é quando você reage contra o seu irmão, primeiro com amargura, com cólera, com ira, com gritaria, blasfêmia e toda malícia. Relacionamos com tanta gente, não é verdade? E nós não somos perfeitos.
Com certeza, você, hoje à noite, nesse momento, está pensando em alguém que disse alguma coisa errada contra você, ou que fez alguma coisa errada contra você, ou de quem você discorda. Você entristece o Espírito Santo quando reage a essa pessoa com cólera, com ira, com gritaria, com ressentimento, com amargura. As pessoas guardam as mágoas, elas se separam; o crente para de falar com outro crente, que não quer nem ver a cara do outro, que diz assim: "Não, eu não odeio, mas também não amo.
" Ué, mas o oposto de ódio na Bíblia é amor. Você não tem neutralidade; ou você odeia ou você ama. Ter neutralidade aqui, a indiferença, é ódio.
Não é isso? Você simplesmente não sente nada? É ódio.
E pensar que nas igrejas há pessoas assim. No casamento, marido e mulher: a mulher ressentida, amargurada; o marido que grita com a mulher, que explode com raiva contra a mulher. É por isso que eu anseio pelo dia da Redenção, quando não vai ter mais isso, quando não haverá mais essas coisas para entristecer o Espírito Santo.
Você não precisa ser adúltero, você não precisa ser um ladrão de banco, um traficante de drogas, pedófilo. Não basta fazer isso aqui, e você está entristecendo o Espírito de Deus, no qual você foi selado para o dia da Redenção. E os efeitos não são à toa; não é à toa que os efeitos aparecem na vida das pessoas que fazem isso.
Não têm interesse em ler a Palavra, não têm interesse em orar, não têm interesse em chamar a esposa e dizer: "Querida, vamos conversar sobre nossas diferenças, vamos ajoelhar ao lado da cama, confessar os nossos pecados, reatar nosso relacionamento. " Não têm interesse em chamar o irmão de quem discorda e dizer: "Eu quero pedir perdão pela minha atitude, pela minha gritaria, pela minha ira, pela minha raiva. Quero me reconciliar com você.
Afinal, nós ambos aguardamos o dia da Redenção. " Tudo isso entristece o Espírito de Deus quando não é feito. Qual deve ser a atitude contrária?
Está no verso 32, introduzido pela palavra "antes", ou seja, em vez disso. Em vez da amargura, ira, gritaria, blasfêmia e toda malícia, em vez disso, aí vêm três atitudes que Paulo coloca, lembrando do esquema dele: não para o pecado, sim para Deus. Nós vimos o que não devemos fazer; agora, o que devemos fazer?
Então, nesse contexto de relacionamentos: "Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, uns aos outros. " Essa é a vida do universo redimido. É assim que será: benignidade, compaixão e perdão completo.
É isso que nós temos de fazer: não entristecer o Espírito de Deus, mas, em vez disso, não entristecer o Espírito com essa atitude de ira, gritaria, cólera, malícia e blasfêmia. Não. Mas o que fazer quando uma pessoa me ofende?
O que fazer quando uma pessoa me trata mal? Eu tenho que ser benigno com a pessoa, significa ser bondoso com ela. Eu tenho que ser compassivo.
É o termo que ele usa aqui, que é a mesma coisa que misericordioso. Dar o crédito do amor: de repente, a pessoa disse isso, mas ela não quis dizer isso. De repente, ela falou aquilo, mas ela talvez não sabia de todos os fatos.
Talvez ela falou aquilo, mas ela estava só repetindo alguma coisa que disseram. Ou talvez eu não entendi direito. Então, a compaixão favorece o culpado e dá ao culpado uma chance.
A gritaria não; a ira não. Já pronuncia o julgamento e executa. Mas a compaixão quer dar uma oportunidade para resolver.
E, de repente, a gente vai ouvir a pessoa e diz: "Não, eu nunca quis dizer isso, você me entendeu mal. " O que, na verdade, eu disse foi: "Ah, me perdoe, eu tinha entendido mal. " Então, a pessoa vai dizer: "Eu de fato disse isso, mas estou vendo que estou errado, eu peço que você me perdoe.
" A compaixão provoca isso. Em seguida, vem o perdão: "Perdoando-vos uns aos outros. " Queridos, nós somos selados no mesmo Espírito para o dia da Redenção.
A necessidade de perdão entre nós. Para aqueles que nos ofenderam, a resposta não é gritaria, ira, cólera, amargura, ódio, silêncio e ressentimento oculto no coração, mas é perdão. E Paulo nos dá dois motivos aqui, como ele sempre faz quando faz esse contraste, essa comparação.
Ele dá dois motivos para que nós sejamos benignos, compassivos e perdoando uns aos outros. O primeiro está no final do verso 32; ele diz: "Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou. " Você quer um motivo para perdoar a pessoa que lhe ofendeu, que lhe magoou, que está errada, que lhe maltratou, que tirou o seu direito, violentou, machucou?
O primeiro é que Deus já lhe perdoou. Jesus contou uma parábola que é muito conhecida de um homem que devia um milhão de reais ao rei, não tinha como pagar; o rei mandou prender e ia tirar tudo que ele tinha e colocar à venda, a mulher e os filhos, e o cidadão ia ser preso. Esse homem se humilhou diante do rei e disse: "Por favor, me dá uma oportunidade, eu prometo que eu te pagarei tudo.
" O rei ficou com tanta pena daquele súdito que disse: "Você não precisa pagar mais nada, você está perdoado. " Então, aquele homem sai do palácio aliviado, com um milhão de reais de dívida. Quando ele vai descendo as escadarias do palácio, quem é que ele.
. . Vê o sócio dele da empresa que L deve R$ 1.
000; ele pega o Joaquim pelo pescoço e disse: "Lembra aqueles R$ 1. 000 que você tá me devendo? Paga agora, senão vou te processar!
" Aí a turma lá do Palácio, que estava vendo aquela confusão, rei, rei, aquele cidadão que o senhor perdoou R$ 1. 000. 000, ele está enforcando lá o sócio dele, que está devendo R$ 1.
000 ao rei. Chama o cidadão e disse: "Servo ingrato, eu te perdoei R$ 1. 000.
000; você não devia ter compaixão do seu colega que te devia R$ 1. 000". É o que Paulo está fazendo aqui: você tem que perdoar porque Deus já lhe perdoou.
O que Deus perdoou a você é mais do que qualquer coisa que qualquer ser humano tenha feito; qualquer perdão que você libere para uma pessoa sempre vai ser mil comparado a R$ 1. 000. 000 que Deus lhe perdoou pelas suas iniquidades e pelos seus pecados.
Então, por que você retém amargura, raiva no coração se você já foi perdoado por Deus? Não é à toa que Jesus, na oração do Pai Nosso, disse assim: "Que nós devemos orar: perdoa-nos as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos devedores," como se Jesus dissesse: "Deus não vai lhe perdoar se você não perdoar os outros". A motivação é essa: você tem que perdoar porque Deus também nos perdoou.
Verso primeiro do capítulo cinco, na mesma linha: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados". Imitem a Deus nisso; ele perdoou vocês. Vocês são filhos amados de Deus.
Imitem a Deus nesse ponto e não o mundo, que vai lá na internet, quando se sente ofendido, escreve: "cobras, lagarto, gato e cachorro dos inimigos". Eu já li tanta coisa na internet, meio que declara: "Eu odeio fulano de tal". O canal fez isso, fez isso, fez isso; o cara tem 10 seguidores, né?
Vem ao mundo declarar tal, tal; tem 10 pessoas que vão ler aquilo. Nós não somos assim, nós somos filhos de Deus, e vamos imitar o nosso Pai. Segunda razão que Paulo dá no verso 2: "Andai em amor, como também nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus em aroma suave".
Cristo nos amou, e ele se deu por nós; na cruz, sofreu, nisso sofreu em nosso lugar, pagou os nossos pecados. Se nós somos discípulos do crucificado, devemos também andar em amor e nos entregar pelos nossos irmãos. Nós vamos participar da Ceia do Senhor em seguida, e eu queria que você, nessa noite, fizesse uma reflexão.
O apóstolo Paulo diz: "Examine-se o homem a si mesmo e assim participe do pão e tome do cálice. " Eu queria que nessa noite você tomasse uma decisão diante de Deus e dissesse assim: "Deus, eu quero ser cheio do Espírito Santo; eu quero ser cheio do Espírito, guiado pelo Espírito, iluminado por Ele. Eu quero ter plena certeza da minha redenção; eu quero ter comunhão contigo.
Eu quero ter gosto em ler a Bíblia e quero ter vontade de orar outra vez. " E eu sei o que está entristecendo o Espírito. Eu espero que Deus traga à sua mente o rostinho daquela pessoa, a sua mente, nessa noite, e você diga: "Deus, eu, diante de Ti, eu tomo compromisso de que eu vou me reconciliar.
" Talvez eu tenha que falar com meu marido, talvez tenha que falar com minha esposa, talvez tenha que falar com os meus filhos, talvez tenha que falar com os meus colegas, meus irmãos aqui na igreja. Não importa, eu não quero mais entristecer o Espírito, mas quero liberar esse mesmo perdão que eu recebi milhões de vezes mais da Tua parte. E feito esse compromisso, eu queria que você participasse da Ceia do Senhor nessa noite; você tomasse o pão e o cálice, lembrando de que Cristo, isso é um símbolo de que Cristo se ofereceu por nós a Deus, como diz Paulo no verso 2: em oferta e sacrifício, em aroma suave, agradável a Deus.
É isso que nós celebramos na Ceia do Senhor. Participemos, então, que essa seja uma noite de reconciliação e de comunhão com Deus.